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Educação chinesa

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Disciplina: 
História da Educação 
Docente 
Karen Fernanda Bortoloti 
 
Módulo: 
2.1 
2014/1 
TEXTO II – AULA 1 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO CHINESA COMO PADRÃO DE EDUCAÇÃO ORIENTAL 
 
 Os sistemas orientais de educação diferem muito em detalhe. Embora o sistema chinês seja mais 
complexo e elaborado que os de outros povos asiáticos, é, em seus traços essenciais, o protótipo de todos 
eles. 
 Com o chinês – e também com o hindu (indiano), o egípcio e o hebreu (judeu) – a educação 
centralizou-se no conhecimento de uma linguagem tecnicamente complexa, difícil de dominar, e na posse da 
sabedoria do passado contida em sua literatura. Em todos os casos essa literatura expunha largamente as 
formas de conduta e o cerimonial religioso; e, com o hindu, o egípcio e o hebreu, constituía posse exclusiva 
da classe sacerdotal. Se na China tal classe não constitui o sacerdócio, de todos os modos ela é, como nos 
demais países, a classe dominante na sociedade. 
 Em todos os casos, os mestres dessa literatura estavam impregnados do conhecimento do passado e 
especialmente interessados na conservação dos meios tradicionais de ação. Porém, quanto às massas 
populares, a educação consistia em receber estipulações a respeito do “que fazer” e do “como fazer”. A 
conduta das massas, na maioria dos povos orientais, fica a cargo da classe educada do sacerdócio; entre os 
chineses, está a cargo dos funcionários igualmente educados. Para as massas populares, não há nenhuma 
educação formal. Sua educação assistemática consiste na educação em conduta e atividades práticas, dadas 
pelos sacerdotes, pela classe literária governante e pela geração adulta no lar. Para a classe escolhida há um 
treino em leitura, em escrita, em composição literária e na exposição da literatura. 
 Ao indivíduo não se permite nenhuma variação das formas estabelecidas. A conduta é prescrita nos 
- Objetivo desta atividade: 
1. Proporcionar uma reflexão sobre a educação oriental. 
2. Compreender o tradicionalismo. 
3. Facilitar a comparação entre a educação chinesa e a educação das demais civilizações orientais. 
 
- Com isso você será capaz de (habilidades desenvolvidas): 
Ler com maior clareza um texto científico; 
 
 
Ler o texto com atenção e discutir com os demais alunos de sua turma. 
 2 
mais minuciosos detalhes. Este domínio de uma autoridade externa é o característico de todos os orientais. Na 
Índia essa autoridade é exercida por intermédio do sistema de castas; entre os hebreus, através da teocracia; 
no Egito, pela combinação da classe sacerdotal governante e do sistema de castas, desenvolvido 
parcialmente; na China, mediante o sistema educativo de Confúcio. Destarte, o oriental é consciente do 
passado, como não o é o homem primitivo; e ele tenta impedir qualquer variação do passado, provocada pela 
iniciativa individual. 
O resultado desse domínio de autoridade externa sobre a sua vida, e do desenvolvimento de um 
esquema educacional apropriado para atingí- lo – é duplo. A sociedade torna-se estável, mas permanece 
estacionária. A civilização, material e espiritualmente, não é progressiva. Assim, acontece que em tais 
sociedades a educação atinge imediatamente o fim a que é destinada. De fato, esta estabilidade se refere 
somente às forças internas; mas quando um povo é isolado, como o chinês, tal educação é efetiva, por um 
longo período. Nem individual nem socialmente, porém, esta educação proporciona um poder de ajustamento 
a novas condições. 
 Quanto à vida interior ou subjetiva, são ainda as prescrições externas que governam. Tudo o que 
caracteriza o espírito livre – arte, ciência, religião, educação de um povo ocidental – não existe, ou tende a 
não existir, na educação chinesa. Neste ponto, ela é ainda típica. A arte torna-se decoração externa; a 
literatura, uma formação efusiva em que o mérito está no estilo e não no pensamento; a ciência torna-se 
ocultismo, e as descobertas são resultados do acaso; a religião exalta unicamente o culto formal, no qual 
quase não há lugar para a personalidade livre; a moral é governada pelas formas tradicionais; a educação não 
dá lugar à atividade pessoal. Se nesses característicos, como na ética e religião dos judeus, há marcadas 
exceções apenas aprovam a tendência preponderante. 
Resulta, assim, que entre a maioria dos povos orientais podem ser encontrados sistemas educativos 
duradouros e coroados de êxito. Tais sistemas mostram uma profunda correlação entre fins e resultados, e, 
neste aspecto, podem ser altamente classificados. Contudo, a comparação com sistemas mais modernos deve 
ser estabelecida na base dos objetivos da educação. 
A rapidez com que os japoneses modificaram a sua antiga estrutura social e assimilaram a cultura da 
civilização ocidental, sobretudo por meio da adoção da educação do ocidente, indica a extensão em que as 
características da sociedade oriental devem-se mais á educação estabelecida do que aos traços sociais 
inerentes. 
O tipo oriental de educação tem por alvo, simplesmente, recapitular o passado, possuir no indivíduo a 
vida do passado, de modo que ele não possa modificar nem avançar além dela. Aspira a formar hábitos de 
pensamento e ação idênticos aos do passado, sem desenvolver nenhuma capacidade para modificar ou ajustar 
os hábitos às novas circunstâncias. Quando a instrução é acrescentada ao treino, ela é feita sem nenhuma base 
 3 
racional. Não é instrução no sentido de procurar interpretar para o indivíduo o sentido de um costume social. 
A educação consiste, essencialmente: 1º ) em indicar para o indivíduo o “que fazer, sentir ou pensar”; 2º ) no 
modo exato por que o ato deve ser realizado, ou no modo pelo qual deve ser expressa a reação emocional; 3º 
) na constante repetição até que o hábito seja fixado com toda a exatidão. Esta é a educação como 
recapitulação, que é o segundo estádio no desenvolvimento educacional. 
 
 MONROE, Paul. História da educação. 6ª ed. 
São Paulo: Nacional, 1983. pp. 23-26.

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