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PESQUISA E PRATICA PROFISSIONAL - EDUCAÇÃO INCLUISIVA

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PESQUISA E PRÁTICA PROFISSIONAL
INCLUSÃO
Introdução
 
 O presente trabalho é resultante da pesquisa realizada para a disciplina de Pesquisa e Prática Profissional – Educação Especial – da unidade Temática de Aprendizagem: Corporeidade e Inclusão, que teve como objetivo compreender a atuação profissional pela análise da prática acerca da integração e inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Os dados analisados durante a pesquisa foram coletados a partir de entrevistas com professores e funcionários da instituição de ensino. Os resultados conduzem-nos a pensar um pouco mais sobre educação inclusiva no cotidiano escolar; na maneira como os professores acolhem e conduzem seus alunos em sua prática docente; nas implicações que surgem ao introduzir a inclusão no ensino regular e nas maneiras e possibilidades de preparar os professores para essas implicações.
 Acredito que minha análise possa contribuir para compreender as relações estabelecidas entre escola, aluno, família e corpo docente diante da inclusão. Para isso, será necessária uma pequena passagem pela história da deficiência ao longo dos tempos, para entender como a deficiência era vista e tratada e o que mudou e ainda está mudando com vários esforços, leis e declarações como a de Salamanca que defende a inclusão de forma geral no ensino regular.
 A intenção desse trabalho é ampliar o conhecimento sobre inclusão, de forma a conhecer as leis que fundamentam e garantem a inclusão escolar e social nesse processo, as ações educacionais desenvolvidas pelos professores, as adaptações que se fazem necessárias respondendo as necessidades de cada aluno, obtendo resultados satisfatórios durante a realização da pesquisa.
 A convivência dos alunos e professores com a diversidade, nas instituições educativas, contribui para que aprendam muito. Por outro lado, para aqueles que apresentam necessidades especiais, o convívio com os outros alunos é enriquecedor, pois permite uma inserção no universo social e favorece o desenvolvimento e a aprendizagem, possibilitando a formação de vínculos estimuladores, o confronto com a diferença e o trabalho com a própria dificuldade.
 Dentro desta perspectiva me sinto instigada a desenvolver a pesquisa nessa escola para conhecer a realidade das crianças com necessidades especiais e promover uma reflexão acerca da inclusão destas no ensino regular. No decorrer do presente artigo estarei apresentando a metodologia e todas as discussões da pesquisa.
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA, DA EDUCAÇÃO BÁSICA À ATUAÇÃO PROFISSIONAL
1.1 Educação, ensino e pesquisa.
 Existe uma preocupação com o ensino de qualidade mais do que com a educação de qualidade. Ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino existe uma série de atividades para ajudar o aluno a compreender áreas especificas do conhecimento. Na educação, além de ensinar é preciso ajudar o aluno a se integrar na sociedade, a conviver com os outros com ética, reflexão e ação. É acima de tudo ensinar valores civis e morais para a formação de cidadãos.
 O ensino é um processo de interação entre professor e aluno. Através do conhecimento específico, civil e moral acontece a transmissão de informações e a reflexão sobre estas, o que torna o conhecimento uma questão de construção.
 A pesquisa é também um processo que contribui para a construção do conhecimento. Na educação, a pesquisa deve ser uma atividade capaz de produzir um conhecimento novo, a respeito de um determinado assunto. Para que isso aconteça, dois fatores são essenciais: o aluno deve ser sujeito da educação e o professor, o mediador desse processo. O papel da escola não é apenas transmitir conteúdos, mas sim ensinar a aprender. Ensinar a aprender é criar possibilidades; não é apenas mostrar o caminho, mas orientar para que o aluno desenvolva sua autonomia. Segundo Demo (2001), “a aprendizagem adequada é aquela efetivada dentro do processo de pesquisa do professor, no qual ambos – professor e aluno – aprendem, pensam e aprendem a aprender.”
1.2 A pesquisa e o professor pesquisador
 Cunha (2004, p.127) defende a “formação de um professor – pesquisador que se sinta instigado e provocado a buscar respostas educativas eficazes, para cada uma das diversas situações complexas e singulares que enfrenta, diante das diferentes necessidades de seus alunos.” Através da pesquisa o professor poderá levar para a sala de aula novas descobertas. Ela é muito importante nesse contexto, pois por meio pesquisa o conhecimento é produzido e colocado em debate na sala de aula, oferecendo ao aluno uma bagagem cultural e universal que lhe tornará apto a entender e interagir com a realidade que o cerca. É também a partir daí que o aluno pode ter sua curiosidade despertada para que ele realize pesquisas e possa contribuir produzindo novos conhecimentos. Tal processo pode contribuir ainda promovendo o gosto pela pesquisa e pelo conhecimento entre os alunos, fazendo com que eles próprios ajudem na construção do conhecimento.
 Ao formar um pesquisador, ele se torna capaz de ir além. É essencial para a trajetória do aluno que o habito pela pesquisa seja estimulado e acompanhado pelo professor através de ações que agucem a curiosidade, a sensibilidade e a capacidade de percepção e reforcem sua autoconfiança.
 A pesquisa, portanto, deve estar sempre presente nesse contexto. Pesquisar é a tradução exata do saber pensar e do aprender a aprender. Ao aluno, gera autonomia; ao professor, permite estar em constante atualização levando – o a reavaliar a sua pratica pedagógica e perante as mudanças que ocorrem reinventar o seu caminho.
1.3 Os deficientes: história e fundamentos
 A deficiência, ao longo da historia foi vista e conceituada de diferentes formas. As pessoas diferentes, com limitações funcionais e com necessidades diferenciadas, eram abandonadas, exterminadas ou viviam as margens da sociedade. Alguns eram aproveitados como fonte de diversão, como bobos da corte e muitas crianças com alguma deficiência eram jogadas nos rios. Eles eram rejeitados, pois a sociedade nobre valorizava o corpo perfeito e a mente sã e achavam que os deficientes não podiam contribuir com nada. Pensavam também que esses eram amaldiçoados ou eram considerados castigo divino e pecado.
 Tragicamente, durante muitos séculos, a existência dessas pessoas foi ignorada por um sentimento de indiferença e preconceito nas mais diversas sociedades e culturas. Segundo Sueli Fernandes (2011 pag. 40) “na Idade Média, a situação de extermínio de pessoas com deficiências começa a ser questionada, a partir do século XII, posto que a crença de que todos os homens sejam criaturas de Deus e têm direito à vida contrapõe-se a condenação da morte, até então praticada.” Surgem então, em meados do século XVI, as primeiras iniciativas de proteção, com a criação de asilos e abrigos de assistência a pessoas com deficiência. Estas instituições eram muitas vezes pouco mais do que prisões, a fim de afastar essas pessoas do convívio com a sociedade. 
 No inicio do século XX o Brasil ainda atendia os portadores de deficiências em instituições afastadas da sociedade. Foi somente em meados do século XX que as pessoas com deficiência foram consideradas como cidadãos com direitos e deveres. Nesse período é percebido que deficientes que tinham acesso á educação, eram capazes de aprender. Esta descoberta incentivou novos estudos e então nascem diversos métodos educacionais e também avanços na medicina em geral, com o aperfeiçoamento da neurologia. Com esses avanços, as causas as deficiência mental começam a ser identificadas com maior precisão.
 Mais recentemente, por volta da década de 60, teve inicio o movimento para a integração social, que planejava inserir pessoas com deficiência nos sistemas sociais como educação, trabalho, família e o lazer. No entanto, isso só ficou mais evidente na década de 80, onde foram realizados vários congressos mundiaisde educação, defendendo a inclusão. Mas essa inclusão não havia sido muito bem planejada, pois permanecia excludente, ou seja, a pessoa com deficiência era inserida na sociedade sem esta, estar adequada para recebê-la. A partir da década de 90, houve uma reflexão para a criação de métodos para solucionar esses problemas. No Brasil a nova LDB 9.393/96, em seu capítulo V, aponta que a educação dos portadores de necessidades especiais deve se dar preferencialmente na rede regular de ensino, o que implica uma nova forma de entender a educação de integração dessas pessoas. Nesse sentido, as escolas inclusivas propõem um modo de construir um sistema educacional que considere as necessidades de todos os alunos e que seja estruturado em virtude dessas necessidades. Para que isso aconteça, é necessário que as ações educacionais desenvolvidas sejam executadas por todos aqueles que se encontram envolvidos nesse processo: professores, alunos e pessoal administrativo a fim de que obtenham sucesso. (Mantoan, 1997)
 Enfim o esforço é grande e podemos perceber que mesmo já estando no ano de 2013, a sociedade ainda não está totalmente desenvolvida e preparada para que a inclusão realmente aconteça. Em muitos casos, o preconceito ainda não foi superado. Contudo vale o engajamento dos cidadãos de maneira geral para acelerar esse processo e facilitar a vida de todos, pois é essa diversidade que constrói nossa cultura e nos torna membros da sociedade, independentemente da nossa condição.
1.4 Educação inclusiva e a Declaração de Salamanca
 A educação é um direito de toda criança, adolescente ou adulto, seja ele qual dificuldade tiver. E a educação inclusiva é um processo de educação e ensino em que todos os alunos com necessidades educacionais especiais, incluindo os alunos com deficiência, freqüentam as escolas comuns, da rede pública ou privada, com colegas sem deficiência. Assim em uma escola inclusiva a diversidade é valorizada e respeitada, cada um com a sua característica individual e é a base de uma sociedade igualitária que acolhe todos os cidadãos e se modifica para garantir os direitos de que todos sejam respeitados. O princípio fundamental da educação inclusiva é a valorização da diversidade e da comunidade humana. Quando a educação inclusiva é totalmente abraçada, nós abandonamos a idéia de que as crianças devem se tornar normais para contribuir com o mundo. (Candido, 2009)
 Na década de 90, mais exatamente no ano de 1994, foi assinada a Declaração de Salamanca, que é um marco histórico a favor da inclusão. Esta orienta que as escolas devem acomodar todas as crianças, possibilitando que elas aprendam juntas, independentemente de qualquer dificuldade ou diferença que possa ter, seja, física, intelectual, social, emocional ou outras. Assim as escolas devem responder às diversas necessidades de seus alunos, respeitando os ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos, por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, usam de recursos e parcerias com a comunidade. Segundo Bergamo (2011 p.36) “a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular não prevê um currículo diferenciado, mas sim um currículo comum a todos”. Desse modo, espera-se que a escola inclusiva seja um dos meios mais eficazes no combate a atitudes discriminatórias, respeitando e ensinando a respeitar tanto as diferenças quanto a dignidade de todos.
1.5 Ajustes que cabe ao professor realizar para inovar
 Segundo Brasil (2000 p.11) “adaptações curriculares de pequeno porte ou não significativas, constituem-se em pequenos ajustes no currículo regular, realizados pelo próprio professor, no planejamento das atividades no cotidiano escolar, não requerendo autorização, nem dependendo da ação de qualquer outra instancia superior.” São modificações promovidas no currículo pelo professor de forma a permitir e promover a participação produtiva dos alunos que apresentam necessidades especiais no processo de ensino e aprendizagem na escola. Estas são denominadas de pequeno porte porque sua implementação encontra-se na responsabilidade e na ação exclusiva do professor, sem exigir autorização prévia. As adaptações curriculares devem ser feitas para responder às necessidades de cada aluno, favorecendo as condições necessárias para se efetivar o máximo possível de aprendizagem. Deverão considerar as características individuais dos alunos, as áreas a serem apoiados, os tipos de apoio mais eficientes e como proceder em relação a isso.
 O professor deve estar aberto para a diversidade de sue grupo, sendo assim ele assume um papel de fundamental importância já que sua ação mediadora é imprescindível nessa relação em que a interação e a intervenção constante possibilitem o avanço do aluno no seu processo de desenvolvimento, garantindo uma participação social e plena. Na pratica isso pode ser feito de diversas maneiras, a fim de se adequar as necessidades de cada aluno. Ajustes na utilização do espaço como mudar a disposição dos mobiliários da sala, podem ser importantes para permitir que o aluno, por exemplo, que apresenta dificuldades para se locomover, possa se deslocar sem maiores riscos pela sala de aula; posicionar os alunos na sala de forma que possam ver os movimentos do rosto e corpo do professor, facilitando a compreensão de todos; para o trabalho em grupo, o professor pode ajustar as carteiras de dois em dois ou quatro em quatro, favorecendo o envolvimento de todos nas atividades propostas.
 Para atender as necessidades educacionais especiais em geral, existe uma série de adaptações para melhorar a compreensão e facilitar a aprendizagem desses alunos, entre elas:
Promover a interpretação de texto por meio de material plástico (desenhos, pinturas), material reciclável, texturas e muitas cores que agucem o interesse das crianças;
Utilização de recursos alternativos como mímicas, fantoches, ilustrações, fotografias, objetos feito de sucata, recursos tecnológicos;
Construir um vocabulário ilustrado e explicativo, com letras grandes e bem coloridas;
Trabalhar com recortes de jornais e revistas;
Utilizar materiais adaptados como pranchas com presilhas, lupa, material didático ampliado, suporte para lápis;
Uso de jogos diversos, entre outros.
 Adaptar o método de ensino as necessidades de cada um é um procedimento fundamental na atuação do educador. Faz parte da tarefa de ensinar, procurar estratégias que melhor respondam as características e necessidades peculiares de cada aluno. Muitas vezes para atender as necessidades do educando, faz – se necessário modificar o planejamento, tanto introduzir atividades alternativas as que estavam previstas, como introduzir atividades complementares àquelas que haviam originalmente planejado. Adaptação na temporalidade do processo de ensino-aprendizagem também é sugerida, pois cada aluno tem sua dificuldade especifica para compreender e realizar as atividades propostas. Sendo assim o professor pode tanto aumentar como diminuir o tempo previsto para determinados conteúdos e objetivos.
 Tendo em vista as considerações acima, é importante que se tenha um currículo aberto e flexível, enfatizando-o como pratica cultural e de significação para os alunos com ou sem necessidades educacionais especiais. Isso, entretanto não esgotam as necessidades, tampouco as possibilidades de ação. O essencial é que o professor acolha os alunos independentemente da sua condição, pois esse é o primeiro passo para promover o acesso curricular aos alunos com necessidades especiais no contexto escolar e esteja constantemente atento a ele, para identificar de que conhecimento ele dispõe e que necessidades ele apresenta. Usar a criatividade como alternativa de promover o conhecimento e estar avaliando sempre para identificar o que precisa ser ajustado no processo de ensinar.
1.6 Observação e conhecimento da escola e da ação docente
 Essa pesquisa foi realizada em uma instituição privada queatende desde a educação infantil até o ensino fundamental II, por meio de observação, leitura do projeto político pedagógico e entrevista com os profissionais. Segundo a diretora, “a escola trabalha com a formação continuada dos professores com a perspectiva de favorecer o desenvolvimento de todos os alunos da melhor forma possível. O primeiro passo para o trabalho com a inclusão é definir os objetivos principais específicos do aluno com necessidades especiais e estabelecer uma parceria com a família, para que ambas tenham clareza do trabalho que esta sendo realizado e possam se ajudar mutuamente.”
 Portanto para garantir a inclusão de alunos com necessidades especiais, não apenas como acesso, mas com permanência e prosseguimento nos estudos, é importante que a escola organize sua estrutura física, seus equipamentos, seus materiais didáticos diversos bem como é necessário o investimento em recursos humanos e principalmente na formação dos profissionais da educação. Esta possui vinte e duas salas de aula, três salas de recreação, uma sala de descanso, dez sanitários masculinos e femininos para os alunos, dois sanitários para os professores, um laboratório de informática, uma biblioteca, duas salas de coordenação pedagógica, cozinha, secretaria, direção, almoxarifado, sala dos professores, três pátios cobertos, um pátio descoberto, uma quadra coberta, um playground, uma sala de educação física e uma sala de manutenção. Os professores são todos graduados em pedagogia para a educação infantil e fundamental I e graduados em especialidades para o fundamental II. Vários deles têm pós graduação específicos para a pratica docente, extensão e até doutorado. São 651 alunos matriculados em dois períodos: matutino e vespertino e o número de alunos por sala é reduzido para que permita ao professor identificar as necessidades de cada um. A escola conta também com onze funcionários administrativos e dez funcionários de serviços gerais. Os alunos vêm de famílias com renda média e muitos pais são profissionais liberais, de nível cultural superior e religiosidade variada. O relacionamento da escola com a comunidade é considerado muito bom.
1.7 Um pouco do ponto de vista da escola sobre inclusão
 Quando se fala em educação, estamos nos referindo também ao ensino e a pesquisa, pois os três assuntos estão interligados, mesmo que com conceitos diferentes. No ensino se organizam uma série de atividades pedagógicas para ajudar os alunos a compreenderem áreas especificas do conhecimento. O ensino corresponde à transferência de informação, representa instrução e aprendizagem. Desse modo educação é o ensino agregado de valores, que juntos transmitem ao indivíduo aprendizagem. A pesquisa é uma atividade que está presente em vários momentos do nosso cotidiano, ela está relacionada à busca por respostas, soluções para dúvidas, investigações e obter novos conhecimentos. Nas escolas de hoje utiliza-se a pesquisa como forma de entrar em contato com o desconhecido, estabelecer relações com o conhecimento pré-existente. Ela desperta o interesse do aluno, pois o mesmo aprende fazendo e participando, resolvendo um dos maiores problemas em sala de aula, garantir a motivação dos alunos e sua atenção para o aprendizado. É uma prática reflexiva e investigativa para o processo educativo e formativo do professor e do aluno. 
 Acreditamos que a tarefa do professor pesquisador é instigar o aluno para que o mesmo desenvolva o ato de pesquisar de forma critica, para assim construir o seu conhecimento de maneira reflexiva. É essa dinâmica que conduz para frente o processo de inclusão, tanto para o aluno como para o professor. Nesse sentido percebemos a importância da formação de um professor reflexivo/pesquisador, ou seja, a formação de um profissional capaz de analisar sua própria pratica e através disso, aprimorar sua pratica pedagógica no sentido de cada vez mais preparar pessoas capazes de pensar, formar para o pensamento e não simplesmente para a recepção de informações. 
 A escola entende por inclusão a necessidade de integração de alunos com necessidades especiais efetivamente ao meio social através do qual seu repertório cognitivo possa ser ampliado. Com isso, é imprescindível criar situações onde esse aluno possa se sentir parte integrante do grupo, onde se crie uma identidade e possa se trabalhar com potencialidades. Esse desvio de olhar - da dificuldade para a potencialidade - é muito enriquecedor para a relação professor-aluno e principalmente para o aproveitamento das habilidades dessa criança. Há uma forte preocupação em desenvolver ações que visem que o educando seja atendido em sua totalidade, que esteja feliz, que aprenda, que lide e respeite regras de convívio, que desenvolva a comunicação global, que socialize as suas vivências cotidianas.
 Essa instituição trabalha com educação para a diversidade. É papel do educador que trabalha frente a uma proposta sócio-interacionista de educação, romper barreiras, superar obstáculos, quebrar paradigmas, inverter papéis conservadores que a escola brasileira historicamente tem cultuado. Cabe ressignificar a figura do educador, chamando – o a uma nova prática. A da inclusão, observando processos educativos pertinentes à implementação e desenvolvimento de práticas sociais educativas, nas quais a inclusão escolar seja um direito de todos e de todas, cujas diferenças não sejam obstáculos para o amor, para as gentilezas, para as trocas entre os pares, para a aprendizagem, com um atributo somatório que respeita à diversidade e promove o crescimento coletivo. É importante que a escola tenha clareza das necessidades dessa criança, por isso a transparência na relação família X escola deve ser efetiva, a partir daí serão traçados objetivos primordiais de curto e longo prazo para essa criança, levando em conta suas potencialidades e desenvolvimento sócio-afetivo, preservando e estimulando as habilidades já adquiridas.  
 Segundo a professora X “a visão romântica de educação também precisa ser desconstruída: nem tudo o que o aluno faz é lindo! A afetividade que permeia a relação pedagógica passa pelo campo do domínio do conteúdo e não apenas na esfera do carinho e do cuidado (que também são elementos importantes). Ao falarmos de educação inclusiva, sempre nos remetemos aos portadores de algum tipo de necessidade especial e nos esquecemos de pensar em crianças com altas habilidades, que rapidamente concluem as suas tarefas e se não houver uma atividade na seqüência, ela dispersa. Temos que pensar a inclusão de maneira abrangente e que contemple a todos, indistintamente.”
 A escola acredita que todos são beneficiados com essa proposta, a criança que necessita de uma intervenção diferenciada percebe que não tem só limitações, mas também muito potencial e habilidades, os outros alunos também se beneficiam na medida em que passam a cooperar entre si, desenvolvendo valores importantes, e raros hoje em dia, como respeito e generosidade. Ninguém é excelente em todos os aspectos. Trabalhar com diferenças leva as crianças desde muito cedo a levarem o outro em consideração em suas atitudes e conhecer a si mesmo. É importante ressaltar que as diferenças estão presentes em todas as relações sociais, não só naquelas que envolvem um diagnóstico e a função da escola é descobrir como aproveitar essas diferenças de forma saudável e produtiva. Dentro da escola é necessário que a equipe pedagógica acompanhe os professores na condução de seu trabalho para que no ano seguinte seja possível dar continuidade às propostas, possibilitando o novo professor não começar do zero. Uma estratégia importante adotada pela escola é promover a formação continuada de professores, pela qual é possível ampliar o olhar docente e aprimorar as estratégias de sala de aula.
 Adaptações são sempre necessárias. “Há de se localizar o centro de interesse do educando para então promover atividades adaptadas. Existem crianças que necessitam trabalhar o aspecto sensório-motor mais que outras.Neste sentido, apresento letras com texturas (alfabeto de lixas ou em cola auto relevo); apresentação de materiais concretos para favorecer o entendimento de conceitos matemáticos, diferentes tipos de textos, dentre outros,” disse a professora Y.
 A apresentação de materiais adaptados às diversas situações em sala de aula não garantem um resultado imediato, nem a aceitação imediata do aluno por aquele material. O educador deve ter em mente o que pretende e ter uma meta a atingir. Mas não deixar a ansiedade dominar e ter um planejamento flexível garante o sucesso e o desenvolvimento que pretendia alcançar.

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