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Processo Trabalhista - Profª Nadja Wanderley - Fichas de Aulas

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Chamada no final da aula
Prova discursiva no 1º GQ e objetiva com questões de concursos no 2º GQ 
Trabalho manuscrito entre 1º e 2º GQDIREITO PROCESSUAL TRABALHISTA – NADJA
TURMA MP2 – SALA 205
PEDRO THEBERGE
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (na internet)
BIBLIOGRAFIA
Básica:
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho, Editora LTr.
SCHIAVO, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho, Editora LTr.
NASCIMENTO, Amaury Mascaro. Curso de Direito Processual do Trabalho, Editora Saraiva.
SARAIVA, Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho.
MARTINS, Sérgio Pinto.
FILHO, Manuel Antônio Teixeira.
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Conflitos trabalhistas – Revolução Industrial – Greves
 Enquanto hoje o trabalho é visto como algo que dignifica a pessoa, na antiguidade o trabalho era visto como algo discriminatório. Só trabalhavam os componentes das classes inferiores, aquelas pessoas que necessitavam trabalhar. Por conta desta visão, existia o direito civil, direito processual civil, o direito penal, direito processual penal, mas não se falava em direito do trabalho nem em direito processual do trabalho. Até porque o trabalhador era visto como um instrumento de trabalho do patrão, sendo a relação trabalhador/empregador vista como uma relação de propriedade, que deveria ser regida, portanto, pelo Código Civil. De acordo com a doutrina, o grande marco para o surgimento das primeiras normas trabalhistas e processuais trabalhistas é a Revolução Industrial. 
 O direito processual do trabalho é o conjunto de normas e de regras que tem por objetivo disciplinar a solução dos conflitos trabalhista, conflitos estes que surgiram de forma mais intensa com a Revolução Industrial. Os primeiros instrumentos utilizados para dirimir os conflitos de trabalho foram os mecanismos de autodefesa (greve e locaute). Com a intensificação das greves, começou-se a pensar em outra forma de solucionar os conflitos, e a forma encontrada, e até hoje preconizada pela CF e pela CLT como melhor forma de solução dos conflitos, foi a conciliação das partes.
 Porém, ocorre que os empregadores, na avidez de lucro, e os empregados nem sempre convergiam. Por isso, foi criada a mediação, onde um terceiro facilita a conciliação. Hoje, a mediação é usada nos conflitos coletivos do trabalho (negociação sindicato patronal x sindicato obreiro, com mediação de um agente público). Porém, nem sempre o mediador logra êxito, motivo pelo qual se pensou que, se as partes não chegam a uma conciliação, deveria ocorrer uma heterocomposição, onde se buscaria a solução do conflito baseado em normas.
Formas de solução dos conflitos
Mecanismos de autodefesa
Greve
Locaute
Autocomposição
Conciliação
Mediação
Heterocomposição
Arbitragem
Jurisdição do Estado
A autodefesa (greve e locaute) foi o primeiro mecanismo utilizado para solução dos conflitos do trabalho;
A conciliação surgiu como opção de solução dos conflitos após a intensificação das greves, e é preconizada até hoje pela CF/88 e CLT;
A mediação foi criada como alternativa aos conflitos não solucionados pela conciliação;
A heterocomposição surgiu como nova alternativa aos conflitos não solucionados pela conciliação nem pela mediação;
A arbitragem é forma de solução de conflitos onde uma pessoa não vestida de jurisdição estatal passa a ser revestida, pelas partes, de autoridade para solucionar aquele conflito;
Hoje em dia, raramente os conflitos individuais de trabalho raramente são dirimidos com a arbitragem. Isso se justifica principalmente por dois grandes óbices à arbitragem trabalhista: o empregado, de forma coerente, receia que o árbitro não seja imparcial e, também, pela indisponibilidade dos direitos do trabalhador;
Autonomia do Direito Processual do Trabalho
Teoria Monista
Teoria Dualista
Autonomia relativa (art. 769, CLT)
Autonomia absoluta
Legislação própria
CLT – Dec. Lei 5452/53
Lei 5584/70
Dec. Lei 7769/69
Lei 7701/88
Doutrinária
Didática
Jurisdicional
Científica
Princípios/peculiaridades
Fontes
FONTES E PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Conceito de Fontes
Fonte é a raiz, onde nasce o direito, ou onde encontraremos a ciência. Fonte pode ser conceituada como “origem” no sentido histórico, lugar onde está o direito. As fontes do DPT normalmente são classificadas como primárias, ou materiais, e formais, ou secundárias, aquelas que já estão consolidadas. As fontes materiais, ou primárias, são os fatos sociais. 
Classificação das Fontes
Fontes materiais: hipóteses fáticas relativas ao direito material;
Fontes formais (art. 8º, CLT):
Diretas: atos normativos e costumes;
Indiretas: doutrina e jurisprudência;
De explicitação: analogia, princípios gerais do direito, equidade e direito comparado.
As fontes primárias, ou materiais, do Direito Processual do Trabalho são os conflitos sociais na área de Direito do Trabalho. As fontes secundárias, ou formais, do Direito Processual do Trabalho são as próprias leis em sentido lato (CF, CLT, Leis Complementares), os costumes, a Jurisprudência, a analogia, os princípios gerais do direito, a equidade e o direito comparada, conforme dispõe o art. 8º, CLT:
Art. 8º As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Parágrafo único. O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
 Conceito de Princípios
Princípios Gerais ou Fundamentais do Direito Processual:
Igualdade de oportunidades: autor e réu têm os mesmos direitos. No entanto, esse princípio não é prejudicado pelas prerrogativas dos órgãos públicos;
Livre acesso à justiça: é assegurando em todos os ramos do Direito Processual. Esse princípio diz que não se podem colocar empecilhos ou óbices para que o jurisdicionado tenha acesso à justiça;
Respeito ao processo legal (art. 5º, LIV, CF): em tese, todo direito processual é formal e deve seguir o devido processo legal. No entanto, o processo trabalhista tem um princípio peculiar, o princípio da simplicidade das formas. O processo trabalhista pode ser menos formal do que o processo civil;
Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, CF): contraditório é o direito que tem uma parte de conhecer e defender-se das argüições da parte contrária. O direito à ampla defesa é o direito que têm as partes de produzir todas as provas.
Razoabilidade da duração do processo (art. 5º, LXXVIII, CF): a CF/88 elenca que o processo deve ter uma duração razoável, devendo-se munir a máquina administrativa dos elementos essenciais ao andamento do processo;
Motivação das decisões: toda decisão, seja da autoridade administrativa ou judiciária, deverá ser motivada, ou seja, fundamentada. A motivação das decisões está atrelada ao princípio da ampla defesa, pois o sucumbente deve saber através da decisão o que motivou sua sucumbência;
Imparcialidade do julgador: autoexplicativo.
 Princípios Comuns ao Direito Processual Civil e ao Direito Processual do Trabalho
Dispositivo ou da demanda: o processo somente tem por objetivo o que foi demandado, ou seja, o objeto da lide é o que foi pedido pela parte autora na petição inicial. O processo não pode ir além do que está ali;
Inquisitivo ou do impulso oficial: anteriormente era um princípio típico do Direito Processual do Trabalho, mas que passou a ser adotado pelo Direito Processual Civil. Esse princípio diz que o juiz poderá, de ofício, impulsionar o andamento do processo;Lealdade processual: também é comum ao Direito Processual do Trabalho e ao Direito Processual Civil. Defende que, em princípio, as partes são leais ao processo, ou seja, o que é dito no processo pelas partes deve ser tido como verdadeiro pelo juiz até que se prove o contrário;
Instrumentalidade: todo direito processual é um direito instrumental, ou seja, não existe por si próprio, mas existe para solucionar conflitos decorrentes de conflitos de direito do trabalho.
Princípios Específicos do Direito Processual do Trabalho
Proteção ao trabalhador: é o princípio que mais caracteriza o Direito Processual do Trabalho. Sabemos que o julgador tem que ser imparcial, mas é em razão deste princípio que o julgador não cometerá nenhum erro quando, na dúvida, julgar em favor do trabalhador. Esse princípio de justifica pelo fato de que no contrato de trabalho, em regra, é o trabalhador que está se sujeitando aos ditames do empregador. E é justamente esta condição diferenciada que os princípios que regem o Direito do Trabalho e Direito Processual Trabalhista tentam superar ao dizerem que o trabalhador deve ser protegido;
Conciliação: a conciliação é ainda hoje considerada a melhor forma de solução dos conflitos trabalhistas. A conciliação é prevista no devido processo legal;
Oralidade: o processo trabalhista, embora formal, é regido pela simplicidade das formas, e uma das características da simplicidade da forma é que todos os atos podem ser realizados oralmente;
Concentração: todos os atos do processo trabalhista são concentrados em uma única audiência, quando o juiz ouvirá a defesa, receberá as provas, os documentos e prolatará a sentença;
Celeridade: o processo trabalhista é célere e o prazo recursal é de apenas 8 dias. Esse princípio se justifica por estarem em discussão verbas de caráter alimentar;
Primazia da realidade: também chamado de princípio da realidade real, este princípio defende que o prepondera no processo trabalhista os fatos que efetivamente ocorreram, e não a formalidade dos documentos. Daí porque a prova testemunhal prepondera frente à prova documental;
Normatização coletiva: uma característica específica do processo do trabalho. Os conflitos podem ser individuais (empregado x empregador) ou coletivos (categoria do empregado x categoria do empregador). A normatização coletiva se dá quando a justiça do trabalho, julgando dissídio coletivo, gera direitos através de uma sentença normativa. É a chamada jurisdição normativa, uma característica do DPT, ou seja, através de um processo trabalhista (dissídio coletivo), é possível uma sentença criar direitos. No dissídio individual, a sentença não cria direitos, pois não é normativa.
ORGANIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO (arts. 11 e SS, CF)
Antiga composição mista e paritária
Antigamente, não existiam juízes togados na Justiça do Trabalho brasileira, mas apenas juízes classistas e temporários, indicados pelos empregados e empregadores. Isto tornava a justiça do trabalho uma justiça popular, social. Era paritária porque o número de juízes classistas representantes dos empregados era igual ao número de juízes classistas representantes dos empregadores. Aqueles juízes não tinham o poder de julgar, mas apenas de tentar conciliar as partes.
Justiça do trabalho como órgão do Poder Judiciário – Constituição de 1946 
TST;
TRT;
Juízes ou Juntas de Conciliação e Julgamento.
A partir da CF de 1946, a justiça do trabalho passou a integrar o Poder Judiciário, sendo uma justiça federal especializada. Foram estabelecidos três órgãos TST, TRT e Juízes ou Juntas de Conciliação e Julgamento; todos eles compostos por juízes concursados, com cargo vitalício (até hoje) e também por juízes classistas em número paritário (até 1999). 
Composição mista e paritária (constituição de 1988 até a EC 24/99)
A extinção dos juízes classista se deu por conta do fato de que, com a boa remuneração que recebiam os juízes classistas, pessoas que não tinha nenhuma relação com a classe trabalhadora se sindicalizavam para serem indicadas como juízes classistas, representando a classe trabalhadora, com a qual não tinham absolutamente nenhuma identificação. As Juntas de Conciliação e Julgamento, que eram formadas por três juízes, foram transformadas nas Varas do Trabalho, onde apenas um juiz julga.
Composição atual da Justiça do Trabalho
TST;
TRT;
Juízes do Trabalho – Varas do Trabalho.
Há quem diga que na Justiça do Trabalho, cada órgão significaria uma instância. Porém, tecnicamente, temos apenas duas instâncias, sendo a primeira instância sempre as Varas do Trabalho e a segunda instância o TRT ou o TST, a depender do caso.
O TST tem sede em Brasília e jurisdição nacional. Significa dizer que ele julga processos de todo país e que o STJ não tem atuação no processo do trabalho, pois o TST é o tribunal superior especializado na Justiça Trabalhista. Por isso não há o Recurso Especial na Justiça do Trabalho. Já o STF atua na Justiça do Trabalho porque lá é plenamente cabível o Recurso Extraordinário. O TST é composto por 27 ministros originários da carreira da magistratura trabalhista, respeitado o quinto constitucional (juízes vindos da advocacia trabalhista e do Ministério Público do Trabalho).
Até a EC 45, a CF/88 estabelecia que cada estado deveria ter pelo menos um TRT, formado por pelo menos sete membros. Com o advento da EC 45, essa exigência foi abolida. O TRT não tem composição fixa, é composto por dezoito desembargadores, advindos da magistratura trabalhista e do quinto constitucional.
A Justiça do Trabalho é justiça federal, composta por juízes togados concursados. A Justiça do Trabalho também não tem entrâncias nem comarcas. A primeira etapa da carreira magistratura trabalhista é de Juiz Substituto que atuará em substituição de juízes que por algum motivo estiverem ausentes e, na ausência de demanda, atuarão em conjunto com o juiz titular. As Varas do Trabalho são criadas por lei e têm sua jurisdição definida também por lei (normalmente, a jurisdição coincide com os limites do município, mas pode coincidir com os limites da comarca).
Juiz de Direito no Exercício da Jurisdição Trabalhista
Quando em uma comarca não houver jurisdição trabalhista, esta será exercida pelo Juiz de Direito (Juiz Estadual vinculado ao TJ). Contra a sentença prolatada pelo Juiz de Direito em jurisdição trabalhista cabe Recurso Trabalhista. No entanto, em Pernambuco, todas as localidades estão sob jurisdição trabalhista.
Órgãos que auxiliam a Justiça do Trabalho
Secretaria: é chefiada pelo Diretor de Secretaria e é onde os autos do processo ficam depositados.
Contadoria: é onde se faz o cálculo do quantum das condenações. Os juízes, desembargadores e ministros condenam o pagamento em títulos, os quais serão transformados em número pela contadoria;
Setor de distribuição: é o setor onde se ajuíza a ação;
Oficial de justiça avaliador: cumprem as ordens judiciais (diligências) externas, realizando, inclusive, penhoras e avaliações. 
Órgãos que atuam junto ao TST
Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de magistrados do trabalho;
Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
Previstos na CF, esses órgãos não têm jurisdição, ou seja, não têm o poder de julgar. A Escola Nacional existe para capacitar e treinar os juízes trabalhistas, tanto antigos quanto novos. O Conselho Superior da Justiça do Trabalho têm a responsabilidade de fiscalizar do ponto de vista orçamentário, administrativo e financeiro dos órgãos da Justiça do Trabalho.
Órgãos paralelos à Justiça do Trabalho
Superintendência Regional do Trabalho e do Emprego;
Ministério Público do Trabalho (art. 127, CF).
Também não têm jurisdição. As Superintendências do Trabalho e Emprego são as antigas Delegacias do Trabalho e têm como cargo máximo o Auditor do Trabalho. São órgãos desconcentrados do Ministério do Trabalho. É nas Superintendências que são realizadas as mediações trabalhistas entre sindicatos, assim como a homologação das rescisões do contrato de trabalho de empregado tenha maisde um ano na empresa. 
O MPT é uma especialização do MPU. Na área trabalhista não existem Promotores, mas Procuradores do Trabalho, que agem em defesa do interesse público, protegendo as classes que demandam proteção especial, e na fiscalização do cumprimento das normas trabalhistas. Através dos seus procuradores, o MPT está apto a estabelecer o TAC com os empregadores que estejam ferindo as leis trabalhistas. O TAC tem força de título executivo extrajudicial e, sendo descumprido, dá a possibilidade ao MPT para ajuizarem ação na Justiça do Trabalho. O Procurador do Trabalho também tem legitimidade para ajuizar dissídios coletivos em casos de greve que cause prejuízos à coletividade. O MPT atua, ainda, nos Tribunais, pois os Procuradores do Trabalho têm vista de todos os processos e emitem pareceres opinativos nos processos em que haja interesse público, além de terem presença obrigatória nas audiências dos tribunais.
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Competência – repartição da Jurisdição
Os órgãos do poder judiciário têm o poder de jurisdição – de dizer o direito e aplicar a justiça -, enquanto que os órgãos do poder legislativo têm o poder de legislar e os órgãos do poder executivo têm o poder de executar as ações. O poder de julgar não é ilimitado e absoluto, mas definido na lei em razão do local, da matéria e da pessoa. Um juiz não tem poder jurisdicional para julgar em qualquer lugar do país, nem para julgar qualquer matéria, nem qualquer ação independentemente de quem figure na lide. 
Critérios de divisão da Jurisdição
Competência ex ratione materiae
Competência ex ratione personae
Competência ex ratione loci
O Poder Jurisdicional é dividido entre os órgãos do Poder Judiciário. Essa divisão é feita pela lei de acordo com três critérios: a competência em razão da matéria, a competência em razão da pessoa e a competência em razão do local. Nenhum órgão ou juiz tem a jurisdição completa, absoluta e ilimitada. O juiz é sempre competente em razão do local, em razão da matéria e em razão da pessoa. 
Com relação à divisão de competência na Justiça do Trabalho, o que prepondera é a competência em razão da matéria. Essa competência independe da pessoa que figure na lide e do lugar onde ocorreu o conflito. 
Competência normativa – sentença normativa
Na verdade, competência normativa é uma peculiaridade do processo trabalhista, que é a prolatação de sentença normativa. Sentença normativa é aquela que, diferentemente das demais, cria direito. 
O poder de jurisdição comum, ao ser exercido, é a aplicação da lei ao caso concreto. Mas, no processo trabalhista, admite-se que, em uma sentença, o Tribunal crie direitos para o trabalhador. São as chamadas Sentenças Normativas, oriundas dos dissídios coletivos econômicos.
Então, a Justiça do Trabalho tem, excepcionalmente, o poder normativo, que é um poder típico do Legislativo.
Competência em razão da matéria – art. 114, CF (EC 45/2004)
Relação de trabalho ≠ relação de emprego ≠ relação cível
Servidores públicos estatutários ≠ empregados públicos celetistas
Danos morais e materiais
Conflitos de jurisdição
A competência material da Justiça do Trabalho teve um profundo avança com a EC 45/2004. Essa EC é conhecida como a Emenda da Reforma do Poder Judiciário, pois trouxe alterações substancias no Poder Judiciário, em especial alterações relacionadas à competência da Justiça do Trabalho. Conforme o art. 643 da CLT, a Justiça do Trabalho teria competência pra julgar conflito entre empregados e empregadores e entre empregadores avulso e tomadores de serviços. Desse modo, em seu capítulo de processo trabalhista, a CLT rege apenas as ações entre empregado e empregador, que são as Reclamações Trabalhistas, onde o autor é o reclamante (empregado) e o réu é o reclamado (empregador). Até então, a Justiça do Trabalho era simplesmente uma justiça para julgar Reclamações Trabalhistas. 
Com o advento da CF/88, pretendeu-se ampliar a jurisdição da Justiça do Trabalho no art. 114, quando a CLT atribuiu o termo “trabalhadores”, mais amplo do que o antigo termo “empregados”. Mas essa ampliação não logrou êxito, pois as interpretações restritivas do art. 114 da CF continuaram alegando que a competência da Justiça do Trabalho deveria mesmo ser apenas julgar os conflitos das relações de emprego. 
Porém, foi com a EC 45 que a Justiça do Trabalho – que alguns pretendiam extinguir - foi fortalecida. Com a referida Emenda Constitucional, o art. 114 da CF foi substancialmente alterado, passando a discriminar quais são as matérias da competência da Justiça do Trabalho, esquecendo por completo da “relação de emprego” e passando a falar em “relação de trabalho”, deixando claro que todos os conflitos oriundos da relação de trabalho devem ser julgados pela Justiça do Trabalho. Mas, ainda assim, há interpretação e jurisprudência restritiva, como, por exemplo, quando o TST decidiu que o contrato entre o advogado e cliente não configura relação de trabalho, sendo a Ação de Execução de Honorários de competência cível comum.
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
 I – as ações oriundas da relação de trabalho*, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios;
II – as ações que envolvam exercício do direito de greve**;
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
 VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho***;
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei****.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando‑se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
* O STF, julgando uma ADIn proposta pela Associação Nacional dos Juízes Federais deu uma interpretação restritiva ao inciso I do art. 114 da CF, decidindo que o referido caso somente é de competência da Justiça do Trabalho se o servidor público for celetista, ou seja, se for empregado público. O STF justificou dizendo que a relação dos servidores estatutários com a Administração não seria relação de trabalho, mas relação de ordem decorrida da lei 8.112/90 (RJU).
** A discussão de legalidade do exercício do direito de greve dos servidores públicos estatutários é interpretada como sendo de competência da Justiça Federal, o que também se justifica em razão de a relação dos servidores estatutários com a Administração não seria relação de trabalho, mas relação de ordem decorrida da lei 8.112/90 (RJU).
*** No caso de Ação Acidentária, entende-se que, se esta for contra o INSS, requerendo o benefício da previdência, aplica-se o art. 643, § 2º, CLT, sendo de competência da Justiça Comum. Porém, se a ação for contra o empregador que contribuiu com dolo ou culpa para o acidente de trabalho, aplica-se a competência da Justiça do Trabalho.
**** Ex.: Ação de Consignação em Pagamento,Ação de Reintegração de Posse, etc.
Procedimento aplicável às relações diversas
Art. 643, CLT
Art. 673, CLT
IN 27 de 16/02/2005 do TST
Competência Absoluta
Em razão da matéria
Em razão da pessoa
Entre a pessoa e a matéria, o que prepondera é a competência em razão da matéria. A competência em razão da matéria e em razão da pessoa é competência absoluta. Ou seja, o juiz é absolutamente incompetente para julgar uma lide cuja matéria ou pessoa que a integre não seja de sua competência. Um exemplo de incompetência em relação da pessoa se dá na hipótese de alguém processar a CEF na justiça estadual, pois a pessoa da caixa deve ser julgada na competência da Justiça Federal. Não sendo declarada de ofício, a incompetência absoluta pode ser arguida por qualquer das partes a qualquer tempo.
No entanto, o juiz, mesmo não sendo originariamente competente, poderá tornar-se competente. A competência em razão do local é relativa, pois se prorroga. Caso não seja levantada pelas partes a incompetência territorial de um juízo no momento oportuno, esse juízo relativamente incompetente se torna competente por prorrogação do juízo competente.
Competência Relativa -> em razão do local (territorial) – art. 651, CLT
Art. 651. A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
§ 1º Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
§ 2º A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende‑se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
§ 3º Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 
A competência em razão do local está regida pelo art. 651, CLT. A regra do caput do referido artigo é que a ação deverá ser proposta no local da prestação de serviços. Esse posicionamento vem sendo criticado pela doutrina, que afirma que seria muito mais favorável ao empregado que o local de proposição da ação fosse o local de sua residência, e não o da prestação do serviços. Essa distorção se deve ao fato de que, no tempo da CLT, as pessoas quase sempre prestavam serviços no mesmo local que residiam, mas, hoje em dia, é muito comum que o trabalhador preste serviço em local diverso de onde resida. Por outro lado, o trâmite do processo no local da prestação de serviço é muito mais célere, já que ficam facilitados todos os procedimentos de instrução, tais como oitiva de testemunhas, etc.
As Juntas mencionadas no caput do art. 651 foram substituídas pelas varas do trabalho. Mesmo o caput do art. 651 falando em RECLAMAÇAO, o TST decidiu que se aplica a mesma regra das reclamações para todas as outras ações trabalhistas. Apesar da redação do caput, o empregado é SEMPRE reclamante. 
§ 1º - Caso do agente ou viajante comercial: será competente a vara (não junta) onde a agência à qual o empregado está subordinado tiver sede. 
Na falta de filial, será competente a vara do DOMICÍLIO do empregado ou a LOCALIDADE MAIS PRÓXIMA.
§2º - Dissídios ocorridos no estrangeiro: desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional. Ex: engenheiro que vai p Angola. 
§3º - Empregador que promova realização de atividades fora do local do contrato: Quando o empregador não sabe onde vai trabalhar o empregado (p. ex, circo, participantes de banda, transportadores de cargas, etc.). Nesse caso, pode propor ação no local onde foi contratado (no contrato), ou em um dos locais onde prestou serviço;
Se o trabalhador trabalhar de forma sucessiva em vários locais, será competente a vara do local da última prestação de serviços (entendimento jurisprudencial).
Competência Funcional
Há quem fale na chamada competência funcional, que, na realidade, é uma atribuição funcional (o que compete às varas do trabalho, TRTs e TST? Quais suas atribuições?). Em regra, tanto os TRTs quanto o TST têm competência recursal (ad quem). Todavia, há ações que são propostas originariamente nos Tribunais. É o caso dos dissídios coletivos, que podem ser instaurados tanto nos TRTs quanto no TST (quando envolvem empregados de mais de um estado, representados por sindicato representativos de mais de um estado). As Ações Rescisórias e os Mandados de Segurança também são de competência originária dos Tribunais.
O juiz pode se declarar incompetente nos casos de incompetência absoluta (em razão da pessoa e em razão da matéria), as partes podem argüir a incompetência do juízo tanto nos casos de incompetência absoluta quanto nas incompetência relativas.
Preliminar de incompetência ≠ Exceção de Incompetência
A incompetência absoluta do juízo deve ser arguida pela parte reclamada em sede de preliminar, na contestação. Se o reclamado for argüir a incompetência relativa em razão do local, deve ser apresentada Exceção de Incompetência em peça apartada.
Doutrinariamente, admite-se que a incompetência relativa seja arguida em sede de preliminar, no entanto, tecnicamente, ela deve ser levantada em peça apartada, a Exceção de Incompetência.
Conflitos de Competência ou de Jurisdição – arts. 803 a 811, CLT
Conflito positivo ou negativo
Solução dos conflitos (art. 102, I, CF)
Conflito negativo de competência se instaura quando um juízo se declara incompetência, remetendo o processo a outro, que também se declara incompetente. 
Conflito positivo de competência se dá quando o juiz que recebe o processo não se declara incompetente - ou seja, se diz competente -, mas uma das partes, sabendo que uma causa idêntica à causa em apreço foi julgada por um Juiz de Direito, suscita o conflito positivo. 
Então, conflito positivo de competência é aquele no qual dois juízes se dizem competentes para julgar uma causa.
Suscitado o conflito de competência entre dois órgãos de jurisdição trabalhista, será julgado pelos próprios órgãos da Justiça do Trabalho imediatamente superior aos conflitantes, com a exceção de que esteja presente um dos Tribunais Superiores (art. 102, I, o, CF). Não há que se falar de conflito de competência funcional entre a Vara e o TRT, ou entre o TRT e o TST, pois a decisão do órgão superior prepondera.
FASE POSTULATÓRIA - Partes, representação, procuradores
DISSÍDIOS INDIVIDUAIS (Reclamações Trabalhistas)
Enquanto o dissídio coletivo envolve uma categoria profissional,
o dissídio individual pode ser proposto por um empregado ou por um grupo de empregados.
Nomenclatura das partes
Reclamante/reclamado: Reclamante é a parte autora, reclamado é a parte ré;
 Suscitante/suscitado (no dissídio coletivo): Suscitante é o sindicato que instaurou o dissídio coletivo; Suscitado é o sindicato representante da parte contra a qual se instaura o dissídio.
Capacidade de ser parte - Legitimidade ad causam 
Diz respeito a quem tem legitimidade de integrar a lide. O empregado, pessoa física, que prestou serviços será o Reclamante, tem legitimidade. O empregador será o Reclamado, podendo ser pessoa física ou pessoa jurídica.
Capacidade processual (art. 793 CLT) 
É própria daqueles que são capazes nos termos da lei civil. O menor de 18 anos deverá ser representado para ingressar em juízo, por exemplo. 
Capacidade Postulatória (art. 791 CLT) - Jus Postulandi
Capacidade de requerer em juízo, que no processo trabalhista tem uma peculiaridade: a CLT permite o jus postulandi das próprias partes, que podem ingressar pessoalmente em juízo. Apesar do que diz art. 791, o TST sumulou (425) que o jus postulandi daspartes não alcança a ação rescisória, ação cautelar, o MS, e os recursos de competência do TST. 
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL ≠ SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL (art. 8 III CF)
Em geral, quem tem legitimidade ad causam é o titular do Direito Material. Mas, excepcionalmente, alguém entra em nome próprio pleiteando o direito de outra pessoa; é a substituição processual. De acordo com o art. 8º, III, CF, O sindicato pode defender direitos individuais, o que nos faz chegar à conclusão que o sindicato pode substituir processualmente os empregados. Um dos objetivos é não expor os empregados à empresa, o que foi de encontro a algumas restrições da Súmula 310, que já foi cancelada. Então, pode o sindicato entrar em juízo sem limitar o nome dos quais ele representa. No entanto, permaneceram duas restrições: 1) só quem pode ser substituto processual é o sindicato dos empregados. Federação e confederação não podem substituir processualmente as partes; 2) na fase de execução, o sindicato deve juntar o nome dos substituídos, porque os efeitos da sentença só atingem os substituídos processualmente. A substituição processual também torna o processo célere.
Diferentemente do substituto, o representante age em nome alheio!
LITISCONSORTE
Ativo: Ações Plúrimas (Art. 843 CLT)
Passivo
SUCESSÃO DE PARTES
Pessoa física: O reclamante é sempre pessoa física, empregado que trabalha de forma habitual, remunerada e (?). 
Causa mortis: Os sucessores se habilitam ou pleiteiam a ação sucedendo o de cujus. Mesma coisa ocorre se falece o reclamado, se já tiver sido aberto o inventário quem responde é o espólio, que é representado processualmente pelo inventariante; 
Inter vivos: Pessoa física não é capaz, ou deixou de ser capaz.
Pessoa Jurídica
Sucessão de empresas (art. 448 e 10 CLT): A empresa nova assume as obrigações trabalhistas da anterior. 
Despersonalização da pessoa jurídica: Ainda que o empregador seja pessoa jurídica, os sócios respondem pelos débitos da pessoa jurídica, mesmo que seja uma sociedade com responsabilidade limitada. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR. É irrelevante alteração no grupo societário; basta que o débito trabalhista tenha sido contraído na época em que certo sócio era parte do grupo, para que seus bens respondam na reclamação trabalhista. 
No curso do processo (habilitação nos autos)(?)
Antes do ingresso em juízo (?)
PROCEDIMENTO DOS DISSÍDIOS INDIVIDUAIS
Ordinário ou comum
Sumário (art. 2º, §§ 3º e 4º da Lei 5.584/70)
Sumaríssimo (arts. 852-A ao 852-I, CLT)
 Nos processos cujo valor da causa não exceder a dois salários mínimos (procedimento sumário) - processos estes que são regidos pela L5584 - as sentenças não são passíveis de recursos trabalhistas. Ressalva-se que não são admitidos os recursos trabalhistas, porém desta sentença cabe recurso Extraordinário, que não é um recurso trabalhista, mas um recurso constitucional a ser julgado pelo STF. O procedimento sumário, posto pela L5584/70, além de não ter nenhuma distinção mais substancial do procedimento ordinário da CLT, tem o conveniente de que suas sentenças são irrecorríveis. Desta forma, o procedimento sumário caiu em desuso, pois ninguém tinha interesse de estabelecer o valor da causa em até dois salários mínimos já que a sentença que julgasse aquela ação em procedimento sumário seria irrecorrível. 
 Foi então que surgiu o procedimento sumaríssimo (arts. 852-A a 852-I, CLT) como uma nova alternativa aos dissídios individuais. O procedimento sumaríssimo é baseado no procedimento comum, porém sendo mais célere. É o procedimento cabível quando o valor do pedido do reclamante for de até quarenta salários mínimos, não sendo, nesta hipótese, uma opção das partes, mas uma imposição legal. Uma das diferenças entre o procedimento sumário e o sumaríssimo é que, naquele caso, cada parte pode arrolar até três testemunhas, enquanto que, no sumaríssimo, podem ser arroladas até duas testemunhas.
Formas de apresentação da Reclamação Trabalhista
Oral
Escrita Requisitos (art. 840, § 1º, CLT)
Indeferimento da inicial (Súmula 263, TST)
Emendas e aditamentos
 Todos os atos do processo trabalhista podem ser realizados oralmente (a inicial, a defesa, a sentença,etc.) Por conta disso, a RT pode ser verbal ou escrita. A RT verbal ocorre quando o empregado vai pessoalmente à Justiça, relata o fato e faz os pedidos. Neste caso, o empregado não vai diretamente ao Juiz do Trabalho, mas ao servidor da Justiça lotado no setor de Distribuição, que reduzirá a termo a Reclamação Trabalhista oral feita pessoalmente pelo reclamante. Mas a RT pode ser escrita pelo empregado, sozinho, ou com a assistência de seu advogado. O advogado é facultativo na Justiça do Trabalho, pois as partes detêm o jus postulandi. 
 Os requisitos da petição inicial do processo civil são basicamente os mesmos requeridos pela CLT. Primeiramente, é necessário o endereçamento para o juízo competente. Ressalta-se que não se trata de “Juiz de Direito da Comarca X”, mas de “Juiz do Trabalho da X Vara do Município X”. Tradicionalmente, nas petições iniciais, são deixados dez espaços após o endereçamento. Apesar de não haver o despacho iniciador na Justiça do Trabalho, esses dez espaços foram preservados. Após os dez espaços, são descritos o nome, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço, RG e CPF do reclamante (não é necessário o número da carteira de trabalho). No processo trabalhista se admite o mandato tácito, ou seja, o advogado que for acompanhando a parte em audiência se investe dos poderes da cláusula ad judicia, que são os poderes necessários para que o advogado haja no processo em defesa do constituinte. Porém, o advogado que fizer a RT escrita e assiná-la deverá anexar o instrumento de procuração já que ainda não houve audiência. O advogado investido dos poderes da cláusula ad judicia não tem poderes especiais, mas tem os poderes para recorrer, etc. 
 A reclamação trabalhista deverá ser proposta em face do empregador, seja ele pessoa jurídica ou física. Na qualificação do reclamado pessoa jurídica, é essencial apenas o nome (razão social ou fantasia) e endereço, sendo desnecessário o CNPJ, nome dos sócios ou qualquer outra informação. Os pedidos se fundamentarão nos fatos, que deverão ser expostos de forma objetiva de acordo com o Princípio da Primazia da Realidade. 
 Diferentemente do processo civil, na RT não há a necessidade de um capítulo intitulado “do Direito”, não sendo necessário citar legislação ou jurisprudência, já que os direitos do trabalhador deverão ser concedidos pelo juiz de acordo com os fatos. Caso o pedido não seja fundamentado nos fatos, ele será inepto, vazio, não sendo julgado pelo juiz do trabalho. Então, basta que sejam apresentados os pedidos baseados nos fatos, pois a lei trabalhista será aplicada, sendo o direito aplicado “automaticamente”. Nos capítulos dos fatos e dos pedidos, as partes devem sempre ser chamadas por RECLAMANTE ou RECLAMADO. 
 Os pedidos devem ser pedidos certos, e não pedidos genéricos, mas não precisam ser líquidos, quantificados. Porém, no procedimento sumaríssimo, o pedido tem que ser certo e líquido. A CLT diz que o valor da causa não é essencial à Reclamação Trabalhista, já que não existem custas iniciais na Justiça do Trabalho. 
 Contudo, após o implemento do procedimento sumaríssimo, passou-se a pedir que fosse determinado o valor da causa para que se possa definir se o procedimento é o sumaríssimo ou o ordinário. A CLT diz que documento é prova, devendo os documentos serem juntados na fase probatória. Então, em princípio, não é necessária a juntada de nenhum documento, com exceção do instrumento de procuração, nos casos em que um advogado assine a petição inicial. A súmula 263, TST diz que se o juiz verificar a ausência de determinados documentos que ele entenda que devam ser juntados, ele não indeferirá a inicial, mas dará prazo de dez dias para que a parte os junte. 
 A emendaou o aditamento da inicial são possíveis até o momento de apresentação da defesa. A Reclamação Trabalhista deverá ser apresentada em pelo menos duas vias (uma para os autos, outra para o reclamado). No caso de litisconsorte passivo, devem ser apresentadas tantas vias quanto forem necessárias para que uma via fique nos autos e que cada reclamado receba sua via. 
Distribuição da Ação (art. 838, CLT)
Certificado de Autuação (art. 785, CLT)
Efeitos
Prevenção do Juízo
Indução de litispendência
Interrupção do prazo prescricional
Constituição do reclamado em mora
 No processo trabalhista, o ato de propor a ação é muito mais importante do que é no processo civil. Lá se dá maior importância ao despacho saneador do juiz, despacho este que inexiste aqui na Justiça Trabalhista, onde é no ato da distribuição que o reclamante ou seu advogado recebem o certificado de autuação, que é o comprovante de formação dos autos (autos = materialização do processo). No certificado de autuação constará a data e hora da audiência. A distribuição da ação gera, ainda, outros efeitos: torna prevento o juízo, induz litispendência, interrompe o prazo prescricional (que é bienal a partir da data de extinção do contrato para propor a ação e quinquenal para o reclamante ver o seu direito reconhecido, contados a partir daquela mesma data) e constitui o reclamado em mora.
Peculiaridades
Instrumento de mandato
Não despacho saneador
Valor da causa
Custas iniciais
Juntada de documentos
Honorários advocatícios
Sucumbência recíproca 
Arrolamento de testemunhas
 Com relação aos ônus sucumbências, o processo trabalhista tem duas peculiaridades: a primeira é que, quando houver sucumbência recíproca, quem assume o ônus é o reclamado (princípio da proteção ao trabalhador); a segunda é que, com relação aos honorários advocatícios, no processo trabalhista - ao contrário do que dispõe o CPC - não cabe condenação em honorários advocatícios sucumbenciais, já que na seara trabalhista as partes possuem o jus postulandi e o sindicato é obrigado a dar assistência jurídica gratuita aos seus filiados. No entanto, a L5584/70 diz que, quando o advogado do sindicato atuar em processos cujo reclamante ganhe até dois salários mínimos, ou que o reclamante seja pobre na forma da lei, cabe honorários advocatícios de até 15% revertidos ao sindicato. 
EXMO 
SR.
 JUIZ DO TRABALHO DA ___ VARA DO __________
 (MUNICÍPIO)
(dez espaços)
(Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, endereço, RG e CPF do reclamante)
, vem, por seu advogado no final assinado, conforme instrumento de procuração 
anexo,
 propor Reclamação Trabalhista contra 
(
nome e endereço do reclamado, pelo menos
)
,
 pelos fatos e fundamentos que adiante expõe:
DOS FATOS
(...)
DOS PEDIDOS
(...)
Requer seja julgada procedente a ação, condenando o reclamado no pagamento do principal, acrescido de juros e correção monetária, honorários advocatícios, custas processuais e demais cominações legais. 
(para provas de concursos,
 pede
-se
, ainda, ônus sucumbenciais de forma fundamentada, para a prática, simplesmente se pede os ônus sucumbenciais
)
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito permitido, provas que, de logo, ficam requeridas.
Pede deferimento.
___,_______,______________ _____________________________
(Data e Assinatura) 
NOTIFICAÇÃO
Citação: ato pelo qual alguém tem ciência de que há uma ação correndo contra si.
Intimação: para a realização ou não realização de um ato.
Após a distribuição da ação, o chefe de secretaria terá o prazo de 48h para expedir a citação. A data da audiência inaugural deve ser, pelo menos, 5 dias após a data do recebimento da notificação.
Formas de Expedição
Via postal com AR
Por Oficial de Justiça
Por Edital
Em se tratando de órgão público, os seus procuradores têm a prerrogativa de sempre serem notificado por Oficial de Justiça;
Na ação do rito sumaríssimo (aquelas em que o valor da causa não supera 40 salários mínimos), não é admitida a citação por edital, ou seja, não sendo encontrado o endereço do reclamado a ação será suspensa até que o endereço seja conhecido.
Recebimento
A notificação pode ser recebida por qualquer pessoa no endereço indicado.
Prazo (art. 841, CLT)
Presunção de recebimento (súmula 16, TST)
Súmula 16. Notificação. Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
DEFESA
Tempo, lugar, modo e prazo: A defesa em audiência durará 20 minutos (para cada reclamado); poderá ser oral ou escrita; tem garantido o prazo mínimo de 5 dias após o recebimento da notificação.
CONTESTAÇÃO
É a defesa por excelência, pois é através dela que o reclamado exerce o seu direito constitucional de defesa, atacando as alegações postas na petição inicial.
Defesa Processual ou indireta: não abrange o mérito da lide, mas apenas um vício apresentado na petição inicial ou nos pressupostos da ação.
Preliminares (art. 301, CLT)
Dilatória: não tem por condão extinguir o processo, mas sanar o vício.
Peremptória: atacam vícios processuais insanáveis, acarretando a extinção do processo sem resolução do mérito (litispendência, coisa julgada, prescrição, decadência).
Defesa prejudicial do mérito: o autor reconhece a existência e eficácia do mérito, mas apresenta fato novo modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor (ex.: prescrição e decadência).
Defesa Direta: o reclamado ataca os fatos e fundamentos jurídicos apresentados pelo autor, obrigando o juiz a analisar a titularidade do direito material.
Matérias alegáveis: (art. 300 e 301, CPC)
Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Art. 301. Compete‑lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta;
III – inépcia da petição inicial;
IV – perempção;
V – litispendência;
VI – coisa julgada;
VII – conexão;
VIII – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
IX – convenção de arbitragem;
X – carência de ação;
XI – falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.
§ 1º Verifica‑se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso.
§ 4º Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo.
Princípios da concentração ou eventualidade: diz que todas as alegações de defesa do reclamado devem ser expostas na audiência. As exceções estão expostas no art. 303, CPC:
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando:
i – relativas a direito superveniente;
ii – competir ao juiz conhecer delas de ofício;
iii – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo
Manifestação específica: a contestação é um direito constitucionalmente assegurado ao reclamado, mas ele pode ou não apresentá-la, incidindo sobre ele o ônus da não apresentação (revelia e/ou confissão). De acordo com a manifestação específica, não se admite contestação genérica. Os pedidos da petição inicial devem ser todos contestados, item por item, sob pena de serem alegados verdadeiros aqueles que não foram contestados.
Impugnação aos documentos do autor: o momento de impugnação dos documentos do autor pelo réu pode ser antes da audiência ou durante (correndo os 20min para sua defesa).
Impugnação ao valor da causa: no processo do trabalho, o valor da causa é de extrema importância, poisque a partir dele é que vários cálculos serão realizados e que o rito do processo será definido.
Súmula 71. Alçada. A alçada é fixada pelo valor dado à causa na data de seu ajuizamento, desde que não impugnado, sendo inalterável no curso do processo
EXCEÇÕES
Incompetência relativa: no processo do trabalho, a incompetência relativa se refere ao lugar em que a ação foi ajuizada. Não é declarada de ofício pelo juiz.
Sumaríssimo: o juiz decide de imediato se é incompetente ou não.
Ordinário: o juiz suspende o processo, tendo o excepto 24h para falar a respeito da Exceção.
Caso o juiz acate a incompetência relativa, os autos serão remetidos a outro juízo. Se o juízo competente for de outra regional, contra a decisão que remete a ação ao juízo competente caberá Recurso Ordinário, mas, se o juízo for da mesma regional, não caberá recurso algum.
Suspeição e Impedimento (art. 134 e 135, CPC): apesar de a CLT dispor em contrário, o juiz do trabalho não é competente para julgar sua própria suspeição, devendo ele, após a oitiva do excepto, remeter a Exceção de Suspeição ao Tribunal ao qual é subordinado. A decisão da Exceção de Suspeição ou Impedimento tem caráter de decisão interlocutória, as quais são irrecorríveis no processo do trabalho.
RECONVENÇÃO
Modalidade de defesa não reconhecida pela CLT, mas plenamente cabível no processo do trabalho.
A reconvenção ocorre quando o reclamado se utiliza da ação ajuizada contra ele para formular um pedido contra o autor. Para ser admitida a reconvenção, é necessário dois requisitos: 
que os pedidos do reconvinte sejam conexos ao do autor da ação;
que o juiz seja competente também para julgar os pedidos da reconvenção.
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Audiência Una, pública e sucessiva: A audiência é una porque todos os atos até a sentença ocorrem sucessivamente, num mesmo dia, numa mesma audiência (princípio da concentração, da celeridade e da oralidade). A audiência é pública porque a sala de audiência é aberta ao público em geral, salvo aqueles casos em que o processo corra em segredo de justiça (ex.: processos trabalhistas que incluam matéria de direito de família).
Pregão: É o chamamento em voz alta das partes. As partes serão chamadas para ingressar na sala de audiência, onde estará o juiz, o servidor que digitará a ata e elas, as partes. De praxe, o empregado e seu advogado sentam-se ao lado esquerdo do juiz, enquanto que o empregador senta-se ao lado direito do juiz.
Presença das partes
Reclamante
Representante
Procurador
Sabemos que, no processo trabalhista, as partes possuem o jus postulandi, então podem comparecer em juízo sem advogados. No entanto, não é permitido que o advogado compareça à audiência sem a presença do reclamante. Se o reclamante estiver impossibilitado de ir por motivo comprovado de doença, a audiência poderá ser adiada, ou o reclamante poderá autorizar um procurador ou representante que trabalhe em condições semelhantes à sua. Essa benesse se dá porque o reclamante, como autor da reclamação, não teria interesse na postergação dos atos processuais.
Reclamado
Pessoa física
Pessoa jurídica
Sócio-representante legal
Gerente
Preposto
O reclamado pode ser uma pessoa física ou jurídica. Sendo pessoa física e sendo acometido por doença no dia da audiência, o reclamado pode juntar atestado médico onde conste o SIG da doença, assim como a declaração expressa de que o reclamado está impossibilitado de se locomover para o local da audiência. Caso o reclamado seja impossibilitado de comparecer à audiência por motivo de viagem, ele pode pedir o adiamento justificadamente ou autorizar um procurador para representá-lo (que não seja o seu advogado). Quanto ao reclamado pessoa jurídica, a CLT permite que o reclamado esteja presente na audiência não só por meio de seu sócio ou o representante legal da empresa, mas também o gerente da empresa ou qualquer preposto que tenha conhecimento dos fatos. A CLT não exige que o preposto seja empregado, exige apenas que tenha conhecimento dos fatos, porém o TST sumulou entendimento de que quem tem conhecimento dos fatos é sempre empregado, daí porque esse preposto teria que ser sempre empregado da empresa credenciado da carta de preposição. O estatuto da OAB proíbe expressamente que um advogado esteja em audiência ao mesmo tempo como advogado e preposto de uma empresa, sob o argumento de que as duas atribuições não são compatíveis. Porém, essa norma do estatuto da OAB tem caráter ético, então o juiz pode sim admitir que um advogado atue em audiência como preposto e advogado para garantir a ampla defesa à parte
.
Ausência das partes
Reclamante arquivamento
Reclamado revelia e confissão da matéria de fato
 Em não comparecendo o reclamante à audiência, presume-se que ele desistiu da ação, sendo arquivado o processo. A CLT determina que, caso o reclamante dê causa a dois arquivamentos consecutivos, ele ficará privado de ingressar com a mesma ação pelo prazo de dois meses. Há quem diga que essa punição seja inconstitucional, por contrariar o princípio do livre acesso à justiça, no entanto o STF afastou dita inconstitucionalidade. 
 O momento certo para a defesa do réu é na audiência. O réu que não se defende é revel, não sendo mais possível que ele se defenda em outra oportunidade. Aplica-se, ainda, ao réu revel a pena de confissão ficta da matéria de fato, passando o juiz a julgar a matéria tendo como verdadeiro os fatos alegados pelo reclamante. Lembrar que o revel poderá ingressar no processo a qualquer tempo, ou seja, mesmo perdendo o direito de defesa na contestação, ele poderá ainda recorrer da sentença.
Atos da audiência
1ª proposta de conciliação: é feita antes mesmo de receber a defesa, pois a conciliação é considerada o melhor meio de dirimir conflitos. Sendo realizada, o juiz homologa o acordo e dá a ele força de coisa julgada, somente sendo possível ser modificado ou rescindindo por meio de Ação Rescisória. Quem faz o acordo é as partes, cabendo ao advogado somente orientá-las. Em caso de descumprimento de acordo homologado, correrá sua execução nos próprios autos.
Defesa: recusada a primeira proposta de conciliação, o juiz recebe a defesa do reclamado (contestação, reconvenção ou exceção) e dá vista à parte contrária.
Provas: após a apresentação da defesa, o juiz passa a colher as provas, ouvindo testemunhas, recebendo documentos, determinando realização de perícias, etc.
Razões finais: encerrada a instrução – a produção de provas -, as partes terão 10min, cada uma delas, para fazer suas razões finais de forma verbal ou oral. Quando o prazo é sucessivo, primeiro fala o autor, depois o réu.
2ª proposta de conciliação sentença: após as razões finais de autor e réu, diz a CLT, mais uma vez o juiz proporá a conciliação. Essa nova tentativa se dá porque muitas vezes, ao começo da audiência, as partes acreditam ter o direito líquido e certo, mas mudam de opinião ao ouvir a parte contrária. O juiz pode se recusar de homologar o acordo, já que o direito do trabalho é de ordem pública.
Recusado o segundo acordo, é prolatada a sentença.
Divisão da audiência
 Sobretudo nas capitais, na prática as audiências dos processos do rito ordinário – que são unas – são divididas em três momentos: sessão inaugural, sessão de instrução e sessão de julgamento.
Sessão inaugural ou inicial: abrange a primeira proposta de conciliação e a apresentação da defesa do reclamado (preferencialmente por escrito).
Sessão de instrução: são apresentadas as provas, as razões finais e proposta pela segunda vez a conciliação das partes. Lembrando que a conciliação poderá ocorrer em qualquer fase do processo, não apenas quando proposta pelo juiz. Caso o reclamante ou o reclamado falte à sessão de instrução, não será arquivado o processo nem decretada a revelia, ocorrerá apenas a confissão ficta da matéria de fato. Isso se dá porque no momento em que eles deveriam estar presentes no juízo para confirmar o que alegaram na inicial ou defesa, estiveram ausentes,confessando a matéria de fato. Caso não seja concluída a sessão de instrução, adia-se a audiência para terminar a instrução.
Sessão de julgamento: A CLT determina que, ao fim da sessão de instrução, será marcado dia e hora para a prolatação da audiência. Porém, na prática, essa sessão de julgamento não ocorre; o juiz leva a sentença pronta e a disponibiliza às partes na secretaria da Vara. A partir do dia marcado para a prolatação da sentença, presentes ou ausentes as partes, começará a correr o prazo para oposição do Recurso Ordinário.
 No procedimento sumaríssimo, é vedada a divisão da audiência. Ao contrário do que ocorre no procedimento ordinário, onde todos os atos devem constar em ata de audiência, a CLT determina que, no procedimento sumaríssimo, o juiz fará um resumo dos atos praticados em audiência e esse resumo sim constará em ata. 
FASE PROBATÓRIA
Atos realizados em audiência
1ª proposta de conciliação
Defesa do reclamado
Produção de provas
Razões finais
2ª proposta de conciliação
Sentença
 Os atos se realizam sucessivamente na audiência e, de acordo com o princípio da conciliação, a CLT determina que, aberta a audiência, o juiz proponha conciliação. Não havendo conciliação, o juiz ouve a defesa do reclamado, em seguida as partes apresentam as provas e, posteriormente, falam pela última vez nos autos – razões finais -, depois há a segunda proposta de conciliação pelo juiz e, finalmente, em não havendo conciliação, o juiz prolata a sentença.
 Conforme já visto, no procedimento ordinário, na prática, a audiência é dividida em três sessões: inaugural, de instrução e de julgamento. Na inaugural, o juiz faz a primeira proposta de conciliação e recebe a defesa do reclamado. Ao invés de receber as provas, o juiz adia a audiência para que as provas sejam produzidas em outro dia e horário. Se o reclamante ou reclamado comparecerem à sessão inaugural, o processo não será mais arquivado (ausência do reclamante nas outras sessões) nem correrá à revelia do reclamado (ausência do reclamado nas outras sessões), porque eles já se defenderam naquela primeira sessão.
Finalidade das provas – fatos controvertidos
 Quando, no processo trabalhista, haverá a necessidade de provas? As provas são necessárias quando há matéria de fato controvertida. Matéria exclusivamente de direito não demanda provas, pois estas têm por finalidade convencer o juiz da veracidade das alegações. Se não há fato controvertido, não haverá necessidade de provas. Também não demanda prova matéria de fato confessada. 
 Então, por exemplo, discussão a respeito de uma empregada doméstica que propõe uma reclamação alegando que trabalhava mais de 8h por dia, requerendo hora extra e FGTS. Se, em sede de defesa, o reclamado confessa que a relação de emprego realmente existiu, porém que empregada doméstica não faz jus às horas-extras e ao FGTS, o que se discute aqui é matéria de direito, pois a matéria de fato que poderia se discutir era a existência ou não da relação empregatícia.
Ônus da prova
Art. 818, CLT
Art. 333, CPC
Autor: fato constitutivo do direito
Réu: fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito
Súmulas 16, 212, 254, 338 do TST
 Quem alega o fato, diz a CLT, tem o ônus da prova. Mas, se o autor alega e o réu também, de quem seria o ônus? O CPC, neste ponto é mais claro, pois diz que “compete ao autor provar fato constitutivo do seu direito” e que “compete ao réu provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo de direito”. O TST sumulou alguns casos em que foi definido o ônus da prova. É preciso que conheçamos essas súmulas, mas é importante também sabermos que para interpretar o ônus da prova, não podem ser esquecidos os princípios básicos do processo trabalhista e do direito trabalhista, especialmente o Princípio da Proteção ao Trabalhador. 
16. Notificação. Presume‑se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário.
212. Despedimento. Ônus da prova. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
338. Jornada de trabalho. Registro. Ônus da prova.
I – É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
II – A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III – Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.
Meios de prova
Depoimento pessoal
Documentos
Testemunhas
Perícia técnica
Inspeção judicial
 Quando se fala em ônus da prova, é preciso ressaltar que também nesse assunto será aplicado o princípio da proteção ao trabalhador. Então, no processo trabalhista, a prova testemunhal se sobrepõe à prova documental. Esta sobreposição ocorre porque os documentos, em geral, são de posse da empresa, dificultando seu acesso por parte do empregado. Por conta da diferença de posições, onde quem tem o poder econômico está acima do empregado, existem os princípios que regem o direito trabalhista, e que se aplicam no processo trabalhista. Se o empregador é obrigado pela lei a fazer um documento (por exemplo, um laudo pericial sobre as condições de trabalho) e não o faz, a ele caberá o ônus caso o reclamante vá à justiça questionar isso, admitindo-se como verdadeira as alegações do reclamante. 
 Por exemplo: a CLT determina que o empregador que tenha mais de dez empregados tenha o controle de frequência e de ponto. Caso um trabalhador que trabalhe 9 horas por dia entre com uma RT contra a empresa e esta não possua o controle do ponto, o ônus da prova que era do reclamante, já que ele alegava o fato, é invertido para o empregador, pois este não seguia o determinado na CLT (Súmula 338, TST).
Depoimento pessoal
Art. 848, CLT
Art. 344, § único, CPC
Súmula 74, TST
 Através de que meios podem ser provadas as alegações? Lembrar do parágrafo da RT (que também é repetido na contestação):
“Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito permitido, provas que, de logo, ficam requeridas.”
 Logicamente, não podem ser utilizados meios de prova ilícitos, sob pena de ser nulo o julgamento que em provas ilícitas se motivar. 
 O primeiro meio de prova do processo trabalhista é o depoimento pessoal das partes, quando o juiz vai ouvir as partes, exigindo que as partes confirmem olho a olho as suas alegações em sede de inicial ou defesa. Se o reclamante não comparecer à sessão de instrução, o processo não será extinto, mas o reclamante será considerado confesso quanto à matéria de fato. Se o reclamado não comparece para depor, também não correrá o processo à sua revelia, mas também será confesso quanto à matéria de fato. O preposto deve ter conhecimento dos fatos e, se a empresa envia à sessão de instrução um preposto que não tem esse conhecimento, ela será também considerada confessa quanto à matéria de fato. Em casos em que o preposto produza provas contra a própria empresa, embora haja quem considere essa produção de provas como inconstitucional, a corrente majoritária entende como meio lícito de produção de provas. O depoimento pessoal da parte não pode ser orientado pelo advogado nem por consulta à inicial. No depoimento pessoal, a CLT determina que o segundo depoente deva ser convidado a se retirar da sala de audiência enquanto ocorrer o depoimento do primeiro depoente. É por esse motivo quehá restrições à possibilidade de que uma mesma pessoa seja preposto e advogado do reclamado, já que o advogado do reclamado ouve o depoimento pessoal do reclamante, mas o preposto do reclamado não. Quem faz as indagações às partes é o juiz, podendo os advogados apenas sugerir perguntas. A prova documental tem menos importância do que a prova oral (princípio da primazia da realidade e princípio da proteção ao trabalhador). Mesmo assim, os documentos constituem meios de provas.
Documentos
Forma de apresentação (art. 830, CLT);
Oportunidade de juntada (arts. 797 e 845, CLT; súmula 8, TST);
Contraditório - Impugnação dos documentos;
Exibição forçada – Súmula 338, TST;
Incidente de falsidade – arts. 390 a 305, CPC.
 Há tempos atrás, a CLT exigia original ou cópia autêntica dos documentos. Hoje, o art. 830 determina que possa ser juntada cópia do documento sem autenticação, desde que o advogado declare se responsabilizar pela autenticidade dos documentos juntados. E, ainda, caso a outra parte impugne os documentos juntados, a parte impugnada terá que providenciar sua autenticação.
 Os documentos devem ser juntados na fase de instrução, e, encerrada essa fase, não poderá ser juntado mais documentos, salvo se o documento não existia àquela época. Na prática, toda vez que a parte junte documento, assegura-se o direito ao contraditório da outra parte, que terá vista e oportunidade de se pronunciar sobre os documentos, podendo, ainda, solicitar prazo para se pronunciar a respeito dos documentos. No caso se ser dado o prazo, a sessão de instrução seria interrompida e posteriormente reiniciado. Com base no princípio da celeridade processual, na prática, logo após a sessão inaugural o juiz pode determinar prazo comum e preclusivo para juntada de documentos e prazo sucessivo e preclusivo para pronunciamento sobre os documentos (ambos de 5 ou 10 dias).
 Em princípio das provas são verdadeiras e as partes estão sendo leais ao processo, por isso se o documento não for impugnado será tido como verdadeiro.
 Há documentos os quais a empresa - sua normal detentora - é forçada a apresentar nos autos (súmula 338, TST). Exemplo clássico são os cartões de ponto, para as empresas que tenham mais do que 10 empregados. Se esses documentos não forem juntados aos autos, serão admitidas como verdadeiras as alegações do reclamante.
 O CPC permite que a parte suscite um incidente de falsidade do documento apresentado por terceiro, o qual ela desconfie ser falso. A doutrina entende que, sendo o processo um instrumento para se chegar à justiça, o incidente de falsidade – que suspenderá o feito até a sentença do incidente - é plenamente cabível no processo trabalhista. Em sendo falso o documento, através de sentença declaratória, será investigada a responsabilidade penal dos responsáveis pela falsificação.
 Observar que o incidente de falsidade sempre incluirá participação de um terceiro, já na impugnação do documento questiona-se a veracidade de documento de autoria de uma das partes do processo.
Prova testemunhal
Conhecimento dos fatos
Impedimento e suspeição – arts. 829 e 405, CPC; Súmula 357, TST
Quantidade máxima
Arrolamento prévio
Qualificação e compromisso
Inquirição e depoimento
Condução coercitiva
Contradita-informante
 É a prova na qual as partes levam terceiros - que não tenham interesse na lide - a depor em juízo para levar ao juiz o conhecimento dos fatos. As testemunhas indicadas devem ser imparciais e ter capacidade para os atos da vida civil. Costuma-se dizer que a testemunha é do reclamante ou do reclamado, mas na verdade, a testemunha é dos fatos, pois ela não vai a juízo prestar um favor a um colega, mas vai prestar um serviço à justiça. Daí porque ela é imparcial. 
 Estão impedidas de serem testemunhas aquelas que têm relação de parentesco, ou de amizade ou de inimizade com uma das partes. A testemunha é um meio de forma relevante no processo trabalhista, devendo, então, o juiz prezar pelo cuidado de que ela não tenha nenhuma ligação que possa impedi-la de prestar depoimento ou causar-lhe suspeição. É suspeito alguém que tenha interesse direto ou indireto na lide. Se o juiz perceber que há por parte da testemunha interesse direto ou indireto no desfecho da lide, ele poderá, de ofício, indeferir a oitiva da testemunha, dispensando-a. Era muito comum no processo trabalhista a parte contrária contraditar (impugnar) a testemunha, alegando que ela era suspeita pelo fato de ela estar litigando ou ter litigado contra a empresa. 
 O TST estabelece que o simples fato da pessoa indicada como testemunha ter litigado ou estar litigando contra a empresa, por si só, não a torna suspeita (Súmula 357). Logicamente, o juiz poderá a colher outras situações aliadas que façam com que o juiz acolha a contradita.
 Na RT, em procedimento ordinário, cada parte poderá apresentar até 3 testemunhas. No procedimento sumaríssimo, cada parte poderá apresentar até 2 testemunhas. No inquérito judicial para a demissão por justa causa de empregado estável (que está cada vez mais em desuso), o número máximo é de 6 testemunhas para cada parte. Todas essas testemunhas não precisam ser arroladas previamente, ou seja, as partes não precisam apresentar o rol das testemunhas. A CLT diz que as testemunhas comparecem em juízo voluntariamente. A doutrina entende que a exigência de rol de testemunhas (que é adotada no CPC) não é adotada pela CLT porque estaria infringindo o princípio da proteção do trabalhador, pois, ao serem arroladas as testemunhas do trabalhador, caso elas ainda trabalhem na empresa reclamada, o empregador poderia influir em seus depoimentos se soubessem do seu futuro comparecimento em juízo. 
 A condução coercitiva de testemunha consiste na notificação de testemunha para comparecimento em juízo. 
 As testemunhas não entram na sala de audiência durante o depoimento pessoal das partes, pois não podem ouvi-lo. As testemunhas entram na sala e são ouvidas logo após o depoimento das partes (lembrando que o depoimento das partes pode ser dispensado pelo juiz). Tanto no depoimento pessoal quanto nos prazos sucessivos e na oitiva de testemunha a ordem é, regra geral, primeiro o reclamante, depois o réu. Durante o depoimento das testemunhas, o reclamante e o reclamado podem permanecer ou não na sala de audiência. A testemunha qualificada e compromissada começa a ser inquirida pelo juiz, podendo as partes sugerir perguntas. No momento do depoimento, a testemunha não pode fazer consultas e, após depor em juízo, não poderá se comunicar com as testemunhas que ainda vão depor. Como o objetivo da testemunha é levar ao juiz os fatos e provar que se diz a verdade, é importante que sejam ouvidas pelo menos 2 testemunhas, pois, o juiz faz as mesmas perguntas a todas as testemunhas para ver se elas entrarão em contradição. 
 Muitas vezes, o advogado de qualquer das partes que apresenta 3 testemunhas para depor dispensa a oitiva da terceira testemunha ao entender que o depoimento das duas primeiras já foi o bastante para convencimento do juiz. Isso acontece porque haveria a possibilidade de que essa terceira testemunha contradiga o depoimento das duas primeiras.
 O impedimento ou suspeição devem ser contraditados oralmente pela parte contrária antes do prestamento de compromisso da testemunha. Depois de contraditada, o juiz questionará a testemunha sobre a suspeição ou impedimento e depois vai dará uma decisão interlocutória acolhendo ou negando a contradita. Então, a oportunidade de contraditar é entre a qualificação e o firmamento de compromisso da testemunha.
 Lembrando que as decisões interlocutórias no processo civil são recorridas pelo Agravo Retido ou Agravo de Instrumento. Mas, no processo trabalhista, as decisões interlocutórias são irrecorríveis. A parte prejudicada poderá, no entanto, protestar de decisão interlocutória e solicitar consignação em ata desse protesto, evitando a preclusão do direito de contraditar a testemunha. Sendo prolatada a sentença,a parte que protestou a decisão interlocutória, poderá ser suscitada em sede de Recurso Ordinário contra aquela sentença.
 Ainda que acolhida a contradita, a testemunha contraditada poderá ser ouvida pelo juiz como informante. A diferença entre testemunha e informante é que este não tem o compromisso de dizer a verdade. Por isso, o depoimento do informante não deve ter o mesmo valor probatório do depoimento da testemunha. 
 O incapaz não pode ser testemunha, mas pode ser informante.
Prova Pericial 
Definição e cabimento
Procedimento – art. 3º da Lei 5.584/70
Laudo pericial – contraditório
Honorários do perito – caução (art. 790-B), CLT
Julgamento não vinculado
 A perícia é necessária quando documentos e depoimentos não forem suficientes para o juiz formar seu convencimento. O profissional capacitado na área técnica deve analisar os fatos e emitir o laudo pericial. A perícia poderá ser determinada pelo juiz de ofício ou a requerimento das partes. É pacífico que toda vez que houver pedido de adicional de insalubridade ou de periculosidade haverá necessidade de perícia, pois o juiz não tem condições de saber se efetivamente o que fazia o empregado era nocivo à sua saúde ou não, assim como não pode determinar se o empregado corria perigo de vida ou não. 
 
 A perícia deve ser feita por um profissional autônomo da área que não é servidor da justiça, mas cadastrado na justiça. Na audiência, o juiz indica o perito que fará a perícia. Poderá, ainda, ser alegada a suspeição ou impedimento do perito, devendo o juiz, se acatar ao pedido, designar outro perito. Após designado o perito, será fixado prazo para a apresentação do laudo e as partes terão 5 dias para, se quiserem, apresentar quesitos e indicar assistente técnico. Juntado o laudo aos autos, será oportunizado o contraditório, sendo as partes notificadas para terem vista e se pronunciarem sobre o laudo, podendo, ainda requerer: (1) esclarecimentos do perito em audiência a ser marcada, (2) a complementação do laudo ou até (3) a designação de nova perícia.
 Ao fazer a perícia, o perito requer ao juiz que sejam fixados os seus honorários. No processo civil se admite exigir da parte interessada a caução dos honorários, mas ao processo trabalhista entende-se não compatível essa exigência diante da gratuidade do processo. Os honorários são fixados pelo juiz e a obrigação de pagá-los será determinada pelo juiz na sentença. Compete pagar os honorários do perito quem for sucumbente no objeto da perícia. Se o sucumbente for beneficiário da justiça gratuita, quem pagará os honorários será o Tribunal.
 O juiz, ao prolatar a sentença, não está vinculado ao laudo pericial. Isto ocorre em razão do princípio da unicidade das provas, que diz que o julgador deverá analisar o conjunto das provas. Então, se houve perícia, mas o depoimento pessoal, a testemunha e os documentos levam o juiz ao entendimento de que a perícia não deve ser acatada, o juiz não acatará o resultado do laudo.
Inspeção judicial
Definição e cabimento
Procedimento – auto de inspeção
Não é um meio de prova comum na Justiça do Trabalho. Aqui, o juiz - que não conseguiu se convencer da realidade dos fatos que foi posta pelos outros meios de prova - se dispõe a ir à empresa inspecionar os fatos. O juiz levará escrivão, para registrar os fatos, e seguranças. No local, será expedido o laudo de inspeção, onde ficará registrado tudo que foi constatado pelo juiz. Apesar de não ser comum, é um meio de prova muito eficaz.
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – arts. 625-A ao 625-H, CLT
Formação facultativa
Composição paritária
Acordos como títulos executivos
Suspensão do prazo prescricional - Art. 625-G, CLT
As partes podem constituir CCP com o objetivo de evitar o ajuizamento de ações, tornando os processos já existentes mais céleres. As CCPs podem ser formadas dentro das empresas ou dos sindicatos e possuem composição paritária. Se a categoria profissional tiver CCP constituída, o empregado deverá, antes de ingressar em juízo, tentar a conciliação junto às comissões. Porém, o STF tenha entendeu liminarmente que, em consonância com a CF, haverá de ser admitido o processo, mesmo que o empregado não tenha comparecido à CCP. O acordo firmado na CCP é título executivo extrajudicial a ser executado na competência da Justiça do Trabalho. Por fim, a CLT determina que os trâmites das CCPs suspendem o prazo prescricional.
RAZÕES FINAIS
Conteúdo
Oportunidade e forma de apresentação
Normalmente as razões finais são apresentadas logo após o término da instrução. Depois de produzidos todos os meios de provas cabíveis, o juiz oportunizará às partes que apresentem as razões finais. As Razões Finais são a oportunidade que as partes têm de fazer um histórico do processo. Cada parte tem 10 minutos para apresentar suas razões finais (primeiro reclamante, depois reclamado). Geralmente, as razões finais são orais e remissivas ou reiterativas. No entanto, as partes podem requerer que, dada a complexidade do caso concreto, seja marcada nova data para apresentação de razões finais em forma escrita (memorial).
JULGAMENTO DA AÇÃO
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
No Processo Trabalhista não se aplica este principio, pois ele fere o princípio da celeridade.
SENTENÇA
Definição
A execução da sentença acontece nos próprios autos. Portanto, a sentença não põe fim ao processo e sim à fase de conhecimento do processo.
A sentença deve julgar todo o pedido do autor, se ela não julgar todo o pedido poderá a parte opor Embargos de Declaração, que seria o julgamento da parte que não estava na sentença.
Abrangência da Decisão. Sentença “extra petita” e “ultra petita”.
Poderá também a sentença julgar além dos pedidos nos casos em que se trate de direitos indisponíveis. 
São eles:
Ultra petita: Se o autor deixa de pedir algo no qual tem direito, poderá o juiz complementar. Exemplo: Se o trabalhador pede somente horas-extras e o juiz sabe que existem consequências que derivam das horas extras, poderá ele obrigar a empresa por essas consequências. Ou seja, o pedido foi mencionado incompleto.
Extra petita: É um pedido que não foi mencionado na inicial.
Espécies de Sentença:
Sentenças terminativas: extinguem o processo sem julgar o mérito.
Sentenças definitivas: extinguem o processo julgando o mérito.
Sentenças declaratórias: apenas declaram o direito.
Sentenças constitutivas: declaram o direito e reconhece este direito como sendo do autor
Sentenças condenatórias: declaram o direito, reconhecem-nos como sendo do autor e condenam a parte contrária a cumprir com obrigações.
Sentença Líquida: Estabelece o montante (financeiro) da condenação.
Sentença Ilíquida: Determinam apenas os títulos da condenação, sem calculá-los. 
São a maioria das sentenças. 
As sentenças no procedimento sumário não precisam, obrigatoriamente, ser líquidas. 
Estrutura da Sentença
A sentença adota a forma de ata de audiência e deve ser composta de três partes:
Relatório da Sentença: Resumo do que aconteceu durante o processo. No procedimento sumaríssimo é dispensável. 
Fundamentação: O juiz expõe as razões que o levaram aquele julgamento. 
Parte Dispositiva: é o julgamento em sentido estrito, o juiz julga a ação como procedente, parcialmente procedente ou improcedente. Faz coisa julgada. Nesta parte da sentença deve constar claramente o Objeto da condenação.
OBJETO DA CONDENAÇÃO
Deve se referir ao pedido do reclamante.
Pedido do Reclamante
Principal
Acessórios: Juros e Correção Monetária – Súmula 187, 200 e 211, TST.
Ônus Sucumbenciais
Custas Processuais – art. 789, §2º
, CLT: A parte que perde arca com o pagamento das custas finais (que correspondem à 2º da condenação), já que não há custas no processo trabalhista. 
Na sucumbência recíproca quem arca com as custas é o reclamado. O juiz pode de ofício determinar que o reclamante, mesmo perdendo a ação, não pague as custas. 
Taxas e emolumentos: são as custas com cartório, registros e etc. o juiz determina quem deverá

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