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1 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Notamos que a aceleração de Coriolis é perpendicular aos vetores n e VP/F. Entretanto, como estes vetores não são usualmente perpendiculares entre si, o modulo de ac em geral não é equivalente a 2QVP/F como no caso do movimento plano de um ponto material. Os sistemas de referência rotativos são particularmente utilizados no estudo do movimento tridimensional dos corpos rígidos. Uma escolha adequada do sistema rotativo conduzirá muitas vezes a análises mais simples do movimento de um corpo rígido do que seria possível com eixos de orientações fixas. Ex. 1 - Peças manufaturadas recebem tinta ao passarem pelo estágio de pintura automatizado mostrado na Fg. 4.2. Sabendo-se que o tubo curvo ACE gira com velocidade angular constante W1 = 0,6 rad/s e que no ponto D a tinta se move no tubo com velocidade relativa u = 150 mm/s, na direção e no sentido indicado, determine, para a posição mostrada, a.•velocidade e ~eração da tin@..em D.. Yy Figura 4.2 - Estágio de pintura automatizado Definindo-se o sistema de referência fixo AXYZ e o sistema rotativo Axyz, que gira com velocidade angular n = W1, e usando -se as equações 4.7 e 4.9, tem-se: 125 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. _ vs: = Vo' + VO/F q.1) 126 onde: [ 0.6l r350+200COS(1200)j [0 j VJ)' = W1 /\ AD = o' J /\ 200sen(1200) = °° LO 0,6(200)sen(1200) q.2) q.3) Substituindo q.2) e q.3) em q.1), tem-se: 1° j i150COS(300)ll150COS(300) j Vf) = ° + 150sen(300) = 150sen(300) lO,6(200)Sen(1200) _O 0,6(200)sen(1200) q.4) ao = ao, + aO/F + ac q.5) onde: / iol f350 + 200COS(200)j [0,6j [O j [0 1 a íY = I O] /\ l200sen(200) + ° /\ ° = - (0,6)2 (200)sen(1200) LO ° O 0,6(200)sen(l200) O I~ q 6), J,/J . WC: <?J?r. .~ l{ LO'/ \~ " o Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. RiultN " r-' - cos(3000) l 2lCOS(3000)llO] 2lCOS(3000)J- a".,.= a;". +a;" = lit,~en(3000) J +: ~en(3 00°) = ~ + U r ~en(3 00°) co> q.7) Substituindo q.6), q.7) e q.8) em q.5); r.Q 50)2 cos(3000) 200 (150)2aD = _(0,6)2(200)sen(1200)+--sen(3000)200 /1,2(150)Sen(300) L q.9) J 127 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Ex. 2 - Um disco de raio r gira com velocidade angular constante W2 em torno do eixo preso na extremidade da barra horizontal em forma de garfo, que gira com velocidade angular constante W1, conforme mostra a Fig. 4.3. Determine a aceleração de P. 128 U :,i; 0-·:'",t ...• Figura 4.3 - Disco girante Definindo-se o sistema de referência fixo OXYZ e o sistema rotativo Oxyz, que gira com velocidade angular O = W1, e usando -se as equações 4.7 e 4.9, tem-se: Vp = Vp' + VP/F t.1 ) onde: l úJ'll' COSCB)110 1VI" = W1 1\OP = O 1\ rsenCB) = O O O rúJ,sen(B) t.2) Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul t.3) Substituindo t.2) e t.3) em t.1), tem-se: [ O l i-rOJ2senCB)lf-rúJ2senCB)- Vi' = O I+ I r0)2 cos(B) = rO)2 cosCB) Lrcu}sen(tJ) J L° J rOJ}sen(B) t.4) ao = ao, + aOIF + ac t.5) onde: [ OJ [r cos( B)l [eu} 1 [0 l [0 l ai" = O 1\ rSen(B)J+ ° 1\ O = -rúJ}2Sen(B)j t.6) O O ° rúJ}senCB)J ° t.8) 129 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Substituindo t.6), t.7) e t.8) em t.5); Ex. 3 - O rator do motor elétrico mostrado na Fig. 4.4 gira à razão constante W1 = 3600 rpm. Determinar a aceleração angular do rotor quando o motor está girando em torno do eixo Y com velocidade angular constante de 5 rpm no sentido horário quando visto do sentido positivo do eixo Y. Yy Figura 4.4 - Motor elétrico 130 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Definindo-se o sistema de referência fixo OXYZ e o sistema rotativo Oxyz, que gira com velocidade angular n = W2, e usando-se a equação 4.5, considerando Q = W1 tem-se: o O 3600( 27r )5( 27r ) 60 60 4.3 SISTEMA DE REFERÊNCIA NO MOVIMENTO GERAL Considere-se um sistema fixo de referência OXYZ e um sistema Axyz que se desloca de maneira conhecida, embora arbitrária, em relação a OXYZ (Fig. 4.5). y Y' trajetória de P em relação ao sistema AX}fl ~~ ~Xt I / jz Figura 4.5 - Sistemas de referência no movimento tridimensional _._---~ 131 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul eixos móveis e o segundo termo, a aceleração ap/A de P em relação ao sistema AX'Y'Z'. Esta aceleração pode ser obtida de 4.8), substituindo-se r por rp/A. Escrevemos, portanto: As fórmulas 4.13) e 4.15) possibilitam a determinação da velocidade e da aceleração de um dado ponto material em relação a um sistema fixo de referência, quando se conhece o movimento do ponto material em relação a um sistema móvel. Essas fórmulas tornam-se mais significativas e mais fáceis de serem memorizadas, se nos lembrarmos de que a soma dos dois primeiros termos em 4.13) representa a velocidade do ponto P' do sistema móvel que coincide com P no instante considerado, e de que a soma dos três primeiros termos em 4.15) representa a aceleração do mesmo ponto. Então, as relações 4.7) e 4.9) da seção anterior são também validas para o caso de um sistema de referência em movimento geral, e escrevemos: Vp = Vp' + VP/F 4.16) onde: Vp' = VA + O fi rp/A 4.17) ap = ap' + ap/F + ac 4.18) onde: ap' = a, + n fi rp/A + O fi (O fi rp/A) 4.19) Ex. 4 - Faça a análise cinemática do mecanismo mostrado na Fig. 4.6, na posição mostrada, considerando W1 constante e W2 constante e determine a velocidade e a aceleração de B. Definindo-se o sistema de referência fixo OXYZ, o sistema em translação Ax'y'z' e o sistema rotativo Axyz, que gira com velocidade angular O = W1, e usando -se as equações 4.16 à 4.19, tem-se: Vs = VS' + VS/F n.1) 133 --, l V\' ) • onde: Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul y t•••' y'y ~O.406m~ 1 1 I ::-,: ~x m --x'x Figura 4.6 - Mecanismo com disco de dupla rotação De n.2); Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul [ O 1 [0,127J [0 1VHF =W2 AAB= O A ° == 0,1270)2 0)2 J ° ° nA) Substituindo n.3) e nA) em n.1), tem-se: onde: [°1 [0,533 - ro Iro - r- 0,533(0,21'ali' =W1 A(OA+AB)+w1 A VB, = ° A -0,254 + (o, A ° = °° ° ° - 0,533cu, °-' n.7) 135 Cinemática,e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul n.9) Substiiuindo n.?), n.8) e n.9) em n.6); - r- 0,533w,2j r- 0,127Wij _ r- 0,533w,2 - 0,127Wij ali - O + O _ O O O O Ex. 5 - Faça a análise cinemática do mecanismo mostrado na Fig. 4.7, na posição mostrada, considerando W1 constante, W2 e 02 e determine a velocidade e a aceleração de C. y'y , Figura 4.7 - Braço robótico de 2 gdl 135 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Definindo-se o sistema de referência fixo AX.YZ, o sistema em translação Bx'y'z' e o sistema rotativo Bxyz, que gira com velocidade angular n = W1, e usando -se as equações 4.16 à 4.19, tem-se: Vc = VC' + VCíF p.1) onde: VC' = Vs + W1 lI. Be p.2) De p.2); p.3) pA) Substituindo p.3) e pA) em p.1), tem-se: p.5) aC = ac· + aC/F + aco p.6) onde: 137 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul p.7) p.8) p.9) Substituindo p.7), p.8) e p.9) em p.6); 138 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul r -350Sen(300)CX? -350cos(300)cv; j a.. = - 350sen(300)cv]2 + 350 cos(300)cx2 - 350sen(300)cvi 2(350) cos(300)cv] cv2 p.10) Ex. 6 - A barra Be de 420 mm de comprimento, do mecanismo cursar-manivela mostrado na Fig. 4.8, está conectada por juntas bola-soquete ao braço rotativo AB e ao cursor e. O braço AB de 60 mm de comprimento gira horizontalmente com te a e angular = 20 rad/s. Deter ine a velocidade do cursor e, qua e Definindo-se o sistema de referência fixo OXYZ, o sistema em translação Bx'y'z' e o sistema rotativo Bxyz,que gira com velocidade angular O = W1 (velocidade angular da barra Be), e usando -se a equações 4.16 e 4.17, tem-se: vc = VC' + VCIF r.1) onde: vc = VB + W1 A Be r.2) Determinação de Be. Sabe-se que: OB+ se = oe e Be = oe - 08 s.1) 139 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Da Fig. 4.8; 08 = 60i + 80 j OC = xci + 100ke s.2) Substituindo s.2) em s.1); BC = (xc - 60)i - 80 j + 100k s.3) ly z Figura 4.8 - Mecanismo cursar-manivela Mas, IBC/ = 420, logo de s.3); 140 -- r.3) Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Substituindo s.4) em s.3); ec = (400)i - 80 j + 100k 5.5) De r.2); r.4) Substituindo r.3) e r.4) em rt), tem-se: Por outro lado, sabe-se que: v, =[tJ r.6) Iguaiando r.5) e r.6); r.5) 141 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul 142 Separando as componentes dos eixos X, Y e Z, de r.7), tem-se: Y : 400úJl: - 100úJIX = O r.9) De r.9) e de r.10); e 8 6úJ = --úJ --úJ Iy 40 Ix 40 o r.11 ) Substituindo r.11) em r.8), obtém-se: 60 60 V. = --úJ = --(20) = -300 mm/s r.12)r: 4 o 4 E, Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Q - velocidade angular do sistema girante, Gx'y'z' Retornando ao princípio de D'Alembert representado pelas equações 5.1) e 5.2) e substituindo 5.21) em 5.2); 17 _ I r: = Rxy= = Lu"= = mã(i", 5.22) i=J . .. 5.24) - -I Mu", = fIG", = »-: +Q x Hein= 5.23) Se os eixos x', y'e z', são os eixos principais de inércia do corpo, então, Ix'y'= Ix'z'= ly'z=Oe de 5.15), 5.16) e 5.17); E substituindo 5.24) em 5.18); 5.25) Derivando 5.25); 5.26) Ex. 1 - Um disco fino de massa m = 3,63 kg (Figura 5.3) gira com velocidade angular constante W2 = 12,0 rad/s, em relação ao braço OA, que, por sua vez, gira uniformemente com velocidade angular W1 = 4,0 rad/s, em torno do eixo y. Determine o momento angular do disco em relação ao seu centro A Solução: Considere o sistema de referência Axyzfixo em A, e paralelo ao sistema fixo Oxyz. Sabe-se que os eixos xyz correspondem aos eixos principais de inércia do disco e desta forma, tem-se: 148 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul ___ ~ ,l..----;--- x Figura 5.3 - Disco fino FI4r", = Hxz + Hy] + Hzk - IxOJ).1 + IyOJy] + IzOJzk a.1 ) onde: Ix = Iy = 1/4(mr) e Iz = 1/2(mr) ÕJ = OJxZ + OJy] + OJ)~ 0"[ + 4.0] + 12.0k a.2) a.3) Substituindo a.2) e a.3) em a.1); - 1 2 -HA = -(3.63)(0.127) .(O)i + .\}Z 4 1 2-"4(3.63)(0.127) .(4.0)j + ~(3.63)(0.127)2 .(12.0)k =>2 a.4) FIA = 0.059 J + 0.35k .\}"= 149 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Ex. 2 - Uma haste homogênea delgada AS (Figura 5.4) de massa m e comprimento 2b está soldada em seu ponto médio a um eixo vertical GD. Sabendo-se que o eixo gira com velocidade angular constante w, determine o binário exercido pelo eixo sobre a haste AS. Solução - Fixando os eixos x, y', z na haste como mostra a Figura 5.4, e observando-se que estes são os eixos principais de inércia da haste tem-se: Figura 5.4 - Haste homogênea H Gx,y'z' = Hx'l' +Hy']' +Hz,f' b.1) Ix'OJx'l' + Iy'OJy']' + Iz,OJz,f' mas, 150 · _...---------------------------------------------- Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul OJx' = -úJsenf3; OJy' = OJCOS 13; úJz' = O b.3) Substituindo b.2) e b.3) em b.1); ". r ;y' wt /ti3 / x.X Z,Z,Z' x' Figura 5.5 - Sistemas de Referencias - 1 2 ~, H Gt,y':' ="3mb cocos f3 j b.4) Em relação ao sistema Gxyz; = H G ' "sen f3[ +H G ' , , cos 13J xy: xy.: b.5) x X' Figura 5.6 - Momento Angular em relação ao sistema Gxyz 151 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riu! Substituindo bA) em b.5); I? -:H ~ =-mb-OJcosfJsenfJz + lJ.\\,= 3 I? -;- mb' OJcos fJ cos fJ} 3 b.6) b.9) Como Gxyz gira com Q = OJJ, tem-se: =: -: _ b.7) H =H +iiJxH Gnz GXF Gxrz onde: Gxyz é um sistema de referencia fixo paralelo a Gxyz. O sistema Gxyz gira com a haste, logo usando b.6); - - I? -He =He =-mb-OJcosf3senf3i 'XJ'Z 'X.I:: 3 I? -+-mb-OJcos f3 cos f3j 3 b.8) Derivando b.6) em relação ao tempo, considerando w constante; Substituindo b.8) e b.9) em b.7), com Q = OJ], tem-se: - 1 2 -He = O + oi] X (- mb to cos flsenfli );'YZ 3 1 2 -+-mb mcos fJ cos f3 j) => 3 --; 122 - H G\TZ = -'3mb to cos psenPk => 152 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul H"VXYZ 1 7 2 - = --mb~(]) sen(2fJ)k 6 b.i0) e, b.11 ) 1 2 2 ---n1b OJ sen(2fJ)k 6 Ex. 3 - Determine a derivada fi AXYZ' do momento angular H AX\~' do disco do ex. 1 (Figura 5.3). Solução: Considerando o sistema Axyz' (para!elo Axyz) girando com 0= úJ\j e a equação 5.21) tem-se: c.1) H Ax'Y'=' = Ix,ax,t + Iy.ay,J' + Iz,az'k' =0,' a.=a.=a.=Ox y z c.2) Substituindo c.2), 0= úJ\j = 4j e aA) em c. 1); H A = 0+ 4.0J x (0.059 J + 0.35k) xy= 153 => HA = 1.41 .I)'Z (4.3) c.3) Ex. 4 - Determine o sistema força-binário representativo da reação dinâmica no suporte O, do disco do ex. 1 (Figura 5.3). .,.. Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul Solução: Para determinar o sistema força-binário em 0, deve-se usar o princípio de D'Alembert abaixo, alterando-se as equações 5.22) e 5.23). 11 _ "2);'1", = »; = ir;,," ==.: 5.22) 1=1 . .. - - LMc;,,, = Hc;", = HGr.,.,. +Q X HGry, 5.23) Então tem-se: n ~ I- ~ .F =R =L =mZil,)": .>.yz A,},z .4'J" i=l d.1) d.2) ãAX.1'Z = âJl X âJl X DA + (Xl X DA = 4]x4]x(0.406z - 0.254]) => ã Axy:: = -6.5z d.3) Oe d.3); mZiA~}-== -(3.63)6.57 = -23.67 dA) Substituindo dA) em d.1); ~ F =R, =mQ =-23.6í ~ lx.vz xyz Ax)~ d.5) e resolvendo d.2), com a substituição de c.3) e d.5); 154 Cinemática e Dinâmica de Mecanismos - José A. Riul I Mo,,< = fI AX)2 +DA X mã Axyz = (0.4067 -0.254]) X (-23.67)+ 1.47 = 1.47- 6.0k d.6) 155
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