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Direito Constitucional I Profa. Lílian Reis NOVA CONSTITUIÇÃO E ORDEM JURÍDICA ANTERIOR Nova Constituição e ordem jurídica anterior 1. Recepção A norma infraconstitucional que não contrariar a nova ordem será recepcionada, podendo, inclusive, adquirir uma nova “roupagem”. As normas constitucionais produzidas antes da nova Constituição, incompatíveis com as novas regras, não se observará qualquer situação de inconstitucionalidade, mas de revogação da lei anterior pela nova Constituição, por falta de recepção. Nova Constituição e ordem jurídica anterior 2. Repristinação É a restauração de lei revogada. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. A repristinação só é admitida se for expressa. Nova Constituição e ordem jurídica anterior 3. Desconstitucionalização Os artigos da Constituição substituída permaneceriam em vigência sob a forma de lei ordinária. No Brasil, prevalece a ideia de que para haver a desconstitucionalização necessitaria de previsão expressa na nova Constituição. Direito Constitucional I Profa. Lílian Reis HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL Métodos de Interpretação 1. Método hermenêutico clássico: Elemento gramatical consiste na busca do sentido literal ou textual da norma constitucional; Elemento histórico consiste na busca dos antecedentes remotos e imediatos que interferiram no processo de interpretação constitucional; Métodos de Interpretação 1. Método hermenêutico clássico: Elemento sistemático é aquela interpretação que busca correlacionar todos os dispositivos normativos de uma Constituição, pois só conseguiremos elucidar a interpretação a partir do conhecimento do todo, não podemos interpretar a Constituição em “tiras” e sim como um todo; Métodos de Interpretação 1. Método hermenêutico clássico Elemento sistemático: I. Critério hierárquico – quando 2 normas entram em rota de colisão, primeiro deve se observar se uma norma é hierarquicamente superior a outra. Se for, a superior prevalece sobre a inferior. A CF prevalece sobre a lei ordinária. Métodos de Interpretação 1. Método hermenêutico clássico Elemento sistemático: II. Critério cronológico – quando 2 normas de mesma hierarquia estiverem em colisão, prevalecerá a norma posterior. A posterior revoga a anterior, a menos que estas normas se relacionem entre si como norma geral e norma especial. III. Critério da especialização – A norma especial prevalece sobre a norma geral. Métodos de Interpretação 1. Método hermenêutico clássico: Elemento teleológico interpretam-se para realizar os seus fins, os propósitos nelas contidos. Métodos de Interpretação Peculiaridades das normas constitucionais: Têm superioridade hierárquica sobre as demais; A natureza da linguagem utiliza-se de cláusulas gerais e dá margem a interpretações múltiplas; Têm um conteúdo específico – organização do poder político, a definição dos direitos fundamentais, indicação dos fins públicos a serem realizados; Natureza política – busca disciplinar o exercício do poder político. Princípios da Interpretação Constitucional A) Principio da supremacia da Constituição: O intérprete da Constituição deve levar em consideração que ela é uma norma dotada de supremacia. Qualquer norma jurídica incompatível com a constituição não poderá viger validamente e não poderá ser aplicada. Princípios da Interpretação Constitucional B) Principio da presunção de constitucionalidade das leis: O Poder Judiciário só poderá declarar a inconstitucionalidade quando não houver dúvida razoável acerca da sua incompatibilidade com a constituição. Princípios da Interpretação Constitucional C) Principio da interpretação conforme a Constituição: Muitas vezes o Judiciário poderá reconhecer a inconstitucionalidade da uma interpretação possível da norma, mas manter a norma no sistema, apenas declarando outra ou outras interpretações daquela norma compatíveis com a Constituição. Princípios da Interpretação Constitucional D) Principio da unidade da Constituição: O intérprete deve sempre tratar as normas constitucionais com igualdade hierárquica, harmonizando a garantia dos direitos fundamentais. Princípios da Interpretação Constitucional E) Principio da razoabilidade e proporcionalidade: Oferece um critério para controle da discricionariedade administrativa e para controle da liberdade de conformação na atuação do legislador para verificar se aquela atuação do administrador ou do legislador é inspirada por uma dose mínima de racionalidade e compromisso com a realização da justiça no caso concreto. Princípios da Interpretação Constitucional F) Principio da máxima efetividade: Os intérpretes devem procurar concretizar as normas constitucionais na maior extensão possível, no sentido de ter a mais ampla efetividade social. Categorias jurídicas utilizadas pela nova interpretação constitucional Normatividade dos princípios interpreta-se o direito à luz dos princípios constitucionais e portanto a normatividade dos princípios é um dos fenômenos mais importantes do direito contemporâneo. Categorias jurídicas utilizadas pela nova interpretação constitucional Colisão de normas constitucionais um princípio que entra em rota de colisão com outro. Categorias jurídicas utilizadas pela nova interpretação constitucional Ponderação técnica legislativa que se utiliza para a solução dessas colisões normativas. É um procedimento que se realiza em 3 etapas: 1º) Identificam-se as normas relevantes aplicáveis à hipótese; 2º) Identificam-se os fatos relevantes; 3º)Testam-se as soluções possíveis para verificar qual a solução que mais se harmoniza com o conjunto normativo constitucional. Categorias jurídicas utilizadas pela nova interpretação constitucional Argumentação jurídica consiste na demonstração da racionalidade, da justiça e da correção da decisão. O juiz precisa explicitar porque ele considerou aquela decisão constitucionalmente mais adequada e justa para o caso concreto.
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