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03/04/2017 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/11
Quando, como e por quem a Geografia Política e a Geopolítica foram fundadas? Qual a importância
desses campos de conhecimento?
O ano de 1897 é o ponto de partida para a referência de nossos estudos. Nesse ano foi publicada
Geografia  Política,  do  alemão  Friedrich  Ratzel,  obra  que  marca  a  fundação  de  dois  campos:  a
Geografia  Política  e  a  Geopolítica.  Além  disso,  Ratzel  vai  ser  uma  referência  importante  para
muitos estudos políticos das mais diversas áreas do conhecimento.
De  lá  pra  cá,  essas  disciplinas  passaram  por  longas  transformações  até  desembocarem  nos
estudos contemporâneos. O texto abaixo nos permitirá perceber qual a diferença entre elas, como
se mantiveram tão atuais, como acompanharam os processos de mudança do mundo, ajudando na
tarefa de compreender o mundo contemporâneo.
O QUE É GEOPOLÍTICA? E GEOGRAFIA POLÍTICA?
Por: José Wiliam Vesentini
 
É freqüente a confusão entre geografia política e geopolítica, que na verdade são  imbricadas, se
sobrepoem em grande parte, mas não se identificam totalmente. Existe uma história de cada um
desses saberes que mostra suas origens, suas especificidades, embora em alguns momentos eles
tenham se mesclado, se identificado.
 
A expressão geografia política existe há séculos. Há inúmeros livros dos séculos XVII, XVIII e XIX
com  esse  título.  Mas  considera­se  que  geografia  política  moderna,  pelo  menos  tal  como  a
entendemos hoje ­­ isto é, como um estudo geográfico da política, ou como o estudo das relações
entre espaço e poder ­­ nasceu com a obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich
RATZEL, publicada em 1897. Ratzel, na verdade, não criou o rótulo "geografia política"; ela apenas
redefiniu o seu conteúdo, apontando para o que seria um verdadeiro estudo geográfico da política,
uma  concepção  de  política  que  muito  deve  à  leitura  de  Maquiavel.  Antes  dele  era  comum
encontrar em obras com esse título a descrição dos rios ou montanhas de tal ou qual Estado ­ ou
seja, qualquer fenômeno ligado ao Estado (o ser político por excelência) era tido como assunto de
geografia política. Ratzel mostrou que o estudo da geografia política  só vai  se preocupar  com o
meio  ambiente  ­  as  características  "naturais"  do  território,  por  exemplo  (localização,  formato,
proximidade  do  mar,  etc.)  ­  desde  que  isso  tenha  relações  com  a  vida  política.  Ele  procurou
estabelecer  uma  série  de  temas  pertinentes  à  geografia  política,  que  continuam  a  ser  atuais
(embora outros tenham surgido posteriormente): o que é o Estado e quais as suas relações com o
território,  soberania  e  território,  o  que  é  política  territorial  (uma  expressão  criada  por  ele),  a
questão das fronteiras, o que significa uma grande potência mundial, etc.
 
Em  síntese,  esse  geógrafo  alemão  não  foi  o  primeiro  autor  a  empregar  esse  rótulo,  geografia
política, nem mesmo o primeiro a escrever sobre o assunto ­ a questão do espaço geográfico na
política. Essa análise a respeito da dimensão geográfica ou espacial da política é bastante antiga.
Podemos  encontrá­la  em  Aristóteles,  em  Maquiavel,  em  Montesquieu  e  em  inúmeros  outros
filósolos  da  antiguidade,  da  Idade  Média  ou  da  época  moderna.  Mas  normalmente  essa
preocupação com a dimensão espacial da política ­­ tal como, por exemplo, a respeito do tamanho
e  da  localização  do  território  de  uma  cidade­Estado,  em Aristóteles;  ou  sobre  a  localização  e  a
defesa da fortaleza do príncipe, em Maquiavel; ou a ênfase na importância da geografia (física e
principalmente  humana)  para  a  compreensão  do  "espírito  das  Leis"  de  cada  Estado,  em
Montesquieu ­­ era algo que surgia en passant,  como um aspecto meio secundário da  realidade,
pois  o  essencial  era  entender  a  natureza  do  Estado  ou  das  Leis,  os  tipos  de  governo  ou  as
maneiras de alcançar e exercer eficazmente o poder. Com Ratzel inicia­se um estudo sistemático
da dimensão geográfica da política, no qual a espacialidade ou a territorialidade do Estado era o
principal objeto de preocupações. E com Ratzel a própria expressão "geografia política", que era
03/04/2017 UNIP ­ Universidade Paulista : DisciplinaOnline ­ Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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comumente  empregada  nos  estudos  enciclopédicos  dos  séculos  XVII,  XVIII  e  mesmo  XIX  (as
informações  sobre  tal  ou  qual  Estado:  sua  população,  contornos  territoriais,  rios,  montanhas,
climas,  cidades  principais,  etc.),  ganha  um  novo  significado.  Ela  passa  a  ser  entendida  como  o
estudo  geográfico  ou  espacial  da  política  e  não mais  como  um  estudo  genérico  (em  "todas"  as
suas características) dos Estados ou países.
 
A palavra geopolítica, por sua vez, foi criada no início do século XX, mais precisamente em 1905,
num artigo  denominado  "As  grandes  potências",  escrito  pelo  jurista  sueco Rudolf  KJELLÉN.  (Mas
atenção: a palavra geopolítica é que foi criada por Kjellén, pois não há dúvida que essa temática é
bem mais antiga, ou seja, as grandes preocupações geopolíticas não surgiram no início do século
XX (preocupações sobre o que é e quem é uma potência mundial, como se dá a disputa mundial
pelo poder entre os Estados, que estratégias seriam adequadas para tal ou qual Estado tornar­se a
potência regional nesta ou naquela parte do globo, etc.). Isto é, já existia anteriormente juízos ou
análises a respeito do poderio de cada Estado, das grandes potências mundiais ou regionais, com
a importância ou o uso do espaço geográfico na guerra ou no exercício do poder estatal.
 
Normalmente  se  afirma  ­­  em  quase  todas  as  obras  sobre  "história  da  geopolítica"  ­­  que  os
geopolíticos clássicos, ou os  "grandes nomes da geopolítica",  foram H.J. MacKinder, A.T. Mahan,
R.  Kjellén  e  K.  Haushofer.  Desses  quatro  nomes,  dois  deles  (o  geógrafo  inglês  Mackinder  e  o
almirante  norte­americano Mahan)  tiveram  as  suas  principais  obras  publicadas antes  da  criação
dessa  palavra geopolítica por  Kjellén  e,  dessa  forma,  nunca  fizeram  uso  dela.  O  outro  autor,  o
general  alemão  Karl  Haushofer,  foi  na  realidade  quem  popularizou  a  geopolítica,  devido  às
circunstâncias  (ligações,  embora  problemáticas,  com  o  nazismo  e  possível  contribuição  indireta
para  a  obra  Mein  Kampf,  de  Hitler),  tornando­a  tristemente  famosa  nos  anos  1930  e  40,  em
especial através da sua Revista de Geopolítica [Zeitschrift für Geopolitik], editada em Munique de
1924 a 44 e com uma tiragem mensal que começou com 3 mil e chegou a atingir a marca dos 30
mil exemplares, algo bastante expressivo para a época.
 
A geopolítica, enfim, conheceu um período de grande expansão no pré­guerra, na primeira metade
do século XX, tendo se eclipsado ­­ ou melhor, ficado no ostracismo ­­ depois de 1945. Ela sempre
se  preocupou  com  a  chamada  escala macro  ou  continental/planetária:  a  questão  da  disputa  do
poder mundial, que Estado (e por quê) é uma grande potência, qual a melhor estratégia espacial
para  se  atingir  esse  status,  etc.  Existiram  "escolas  (nacionais)  de  geopolítica",  em  especial  dos
anos  1920  até  os  anos  1970,  em  algumas  partes  do mundo,  inclusive  no  Brasil.  Não  escola  no
sentido físico (prédio e salas de aula), mas sim no sentido de corrente de pensamento, de autores
­­ mesmo que um tenha vivido distante do outro, no espaço ou às vezes até no tempo ­­ com uma
certa  identificação:  no  caso  da  geopolítica  brasileira,  ela  consistiu  principalmente  no
desenvolvimento de um projeto ("Brasil, grande potência") que se expressa como uma estratégia
(geo)políticae  militar  com  uma  clara  dimensão  espacial.  A  natureza  pragmática,  utilitarista  (e
para o Estado, único agente visto como  legítimo) ou de  "saber aplicável"  sempre  foi uma  tônica
marcante na geopolítica. Ela nunca se preocupou em firmar­se como um (mero?) "conhecimento"
da realidade e sim como um "instrumento de ação", um guia para a atuação de tal ou qual Estado.
 
A  partir  de meados  dos  anos  1970  a  geopolítica  sai  do  ostracismo.  Ela  volta  a  ser  novamente
estudada (a bem a verdade, ela nunca deixou de ser, mas de 1945 até por volta de 1975 esteve
confinada em pequenos círculos, em especial militares). Só que agora, ao invés de ser vista como
"uma  ciência"  (como  pretendia  Kjellén)  ou  como  "uma  técnica/arte  a  serviço  do  Estado"  (como
advogavam inúmeros geopolíticos, inclusive Haushofer), ela é cada vez mais entendida como "um
campo de estudos", uma área interdisciplinar enfim (tal como, por exemplo, a questão ambiental).
Em várias parte do globo criaram­se ­­ ou estão sendo criados ­­ institutos de estudos geopolíticos
e/ou  estratégicos,  que  via  de  regra  congregam  inúmeros  especialistas:  cientistas  políticos,
geógrafos, historiadores, militares ou teóricos estrategistas, sociólogos e, como não podia deixar
de ser (na medida em que a "guerra" tecnológica­comercial hoje é mais importante que a militar)
até mesmo economistas.
 
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http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/11
Enfim,  a  palavra  geopolítica  não  é  uma  simples  contração  de  geografia  política,  como  pensam
alguns, mas  sim  algo  que  diz  respeito  às  disputas  de  poder  no  espaço mundial  e  que,  como  a
noção  de  PODER  já  o  diz  (poder  implica  em  dominação,  via  Estado  ou  não,  em  relações  de
assimetria enfim, que podem ser culturais, sexuais, econômicas, repressivas e/ou militares, etc.),
não é exclusivo da geografia. (Embora também seja algo por ela estudado). A geografia política,
dessa  forma,  também  se  ocupa  da  geopolítica,  embora  seja  uma  ciência  (ou  melhor,  uma
modalidade da ciência geográfica) que estuda vários outros temas ou problemas. Exemplificando,
podemos  lembrar que a geografia também leva em conta a questão ambiental, embora esta não
seja uma temática exclusivamente geográfica (outras ciências ­­ tais como a biologia, a geologia,
a antropologia, a história, etc. ­­ também abordam essa questão). Mas a geografia ­­ da mesma
forma que as outras ciências mencionadas ­­ não se identifica exclusivamente com essa questão,
pois  ela  também  procura  explicar  outras  temáticas  que  não  são  rigorosamente  ambientais  tais
como,  por  exemplo,  a  história  do  pensamento  geográfico,  a  geografia  eleitoral,  os  métodos
cartográficos, etc.
 
Esquematizando,  podemos  dizer  que  existiram  ou  existem  várias  interpretações
diferentes sobre o que é geopolítica e as suas relações com a geografia política. Vamos
resumir  essas  interpretações,  que  variaram muito  no  espaço  e  no  tempo,  em  quatro
visões:
 
1. "A geopolítica seria dinâmica (como um filme) e a geografia política estática (como
uma fotografia)". Esta foi a interpretação de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra
Mundial, dentre os quais, podemos mencionar Kjellén, Haushofer e vários outros colaboradores da
Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e  inúmeros outros militares no
Brasil. Segundo eles, a geopolítica seria uma "nova ciência" (ou técnica, ou arte) que se ocuparia
da política ao nível geográfico, mas com uma abordagem diferente da geografia: ela seria "mais
dinâmica"  e  voltada  principalmente  para  a  ação.  Eles  viam  a  geografia  como  uma  disciplina
tradicional  e  descritiva  e  diziam  que  nela  apenas  colhiam  algumas  informações  (sobre  relevo,
distâncias, latitude e longitude, características territoriais ou marítimas, populações e economias,
etc.),  mas  que  fundamentalmente  estavam  construindo  um  outro  saber,  que  na  realidade  seria
mais  do  que  uma  ciência  ou  um  mero  saber,  seria  um  instrumento  imprescindível  para  a
estratégia,  a  atuação  político/espacial  do  Estado.  Como  se  percebe,  foi  uma  visão  adequada  ao
seu momento histórico ­­ não podemos esquecer que o mundo na primeira metade do século XX,
antes  da  Grande  Guerra,  vivia  uma  ordem multipolar  conflituosa,  com  uma  situação  de  guerra
latente  entre  as  grandes  potências  mundiais  ­­  e  à  legitimação  da  prática  de  quem  fazia
geopolítica  naquele  momento.  Ela  também  foi  coeva  e  tributária  de  todo  um  clima  intelectual
europeu ­­ especialmente alemão ­­ da época, que fustigava o conhecimento científico ( a "ciência
real", que era contraposta a uma "ciência ideal" ou "novo saber", que deveria contribuir para um
"mundo melhor")  pela  sua  pretensa  "desconsideração  pela  vida  concreta,  pelas  emoções,  pelos
sentimentos".
 
2.  "A  geopolítica  seria  ideológica  (um  instrumento  do  nazi­fascismo  ou  dos  Estados
totalitários)  e  a  geografia  política  seria  uma  ciência".  Esta  foi  a  interpretação  de  alguns
poucos  geógrafos  nos  anos  1930  e  40  (por  exemplo:  A.  Hettner  e  Leo  Waibel)  e  da  quase
totalidade  deles  (e  também  de  inúmeros  outros  cientistas  sociais)  no  pós­guerra.  Um  nome
bastante  representativo desta visão  foi  Pierre George,  talvez o geógrafo  francês mais  conhecido
dos anos 50 aos 70, que afirmava que a geopolítica seria uma "pseudo­ciência", uma caricatura da
geografia  política.  Esta  visão  foi  praticamente  uma  reação  àquela  anterior,  que  predominou
anteriormente,  no  período  pré­Segunda  Guerra  Mundial.  Como  toda  forte  reação,  ela  caminhou
para o  lado extremo do pêndulo, desclassificando completamente a geopolítica (da qual "nada se
aproveita",  nos  dizeres  de  inúmeros  autores  dos  anos  50  e  60)  e  até  mesmo  se  recusando  a
explicá­la de forma mais rigorosa.
 
3. "A geopolítica seria a verdadeira (ou fundamental) geografia". Esta foi a interpretação
que  Yves  Lacoste  inaugurou  com  o  seu  famoso  livro­panfleto  A  Geografia  ­  isso  serve,  em
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primeiro lugar, para fazer a guerra, de 1976, e que serviu como ideário para a revista Hérodote ­
revue  de  géographie  et  de  géopolitique.  Nessa  visão,  a  geografia  de  verdade  (a  "essencial"  ou
fundamental)  não  teria  surgido  no  século  XIX  com Humboldt  e  Ritter, mas  sim  na  antiguidade,
junto  com  o  advento  dos  primeiro  mapas.  O  que  teria  surgido  no  século  XIX  seria  apenas  a
"geografia  dos  professores",  a  geografia  acadêmica  e  que  basicamente  estaria  preocupada  em
esconder  ou  encobrir,  como  uma  "cortina  de  fumaça",  a  importância  estratégica  da  verdadeira
geografia, da geopolítica enfim. A geopolítica  ­­ ou geografia dos Estados maiores, ou geografia
fundamental  ­­  existiria  desde  a  antiguidade  na  estratégia  espacial  das  cidades­Estado,  de
Alexandre  o  Grande,  por  exemplo,  de  Heródoto  com  os  seus  escritos  (obra  e  autor  que,  nessa
leitura  enviesada,  teria  sido  um  "representante  do  imperialismo  ateniense").  Esta  interpretação
teve  um  certo  fôlego  ­­  ou  melhor,  foi  reproduzida,  normalmente  por  estudantes  e  de  forma
acrítica  ­­  no  final  dos  anos  1970  e  nos  anos  80, mas  acabou  ficando  confinada  a  um  pequeno
grupo  de  geógrafos  franceses  que,  inclusive,  em  grande  parte  se  afastaram  do  restante  da
comunidade geográfica (ou mesmo científica) daquele país. Existe uma visível falta de evidências
nessa tese ­­ de comprovações, e mesmo de possibilidade de ser testadaempiricamente (inclusive
via documentos históricos) ­­ e, na realidade, ela surgiu mais como uma forma de revalorizar a
geografia, tão questionada pelos revoltosos do maio de 1968, tentando mostrar a sua importância
estratégica e militar.
 
4.  "A  geopolítica  (hoje)  seria  uma  área  ou  campo  de  estudos  interdisciplinar".  Esta
interpretação começa a predominar a partir do final dos anos 1980, sendo quase um consenso nos
dias atuais. Não se trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente. E
mesmo  se  analisarmos  quem  fez  geopolítica,  os  "grandes  nomes"  que  teriam  contribuido  para
desenvolver  esse  saber,  vamos  concluir  que  eles  nunca  provieram  de  uma  única  área  do
conhecimento:  houve  juristas  (por  exemplo,  Kjellén),  geógrafos  (Mackinder),  militares  (Mahan,
Haushofer) e vários outros oriundos da história, da ciência política, da economia, da engenharia,
etc. Não  tem nenhum  sentido  advogar  o monopólio  desse  tipo  de  estudo  ­­  seria  o mesmo que
pretender  deter  a  exclusividade  das  pesquisas  ambientais!  ­­,  já  que  com  isso  estaríamos
desconhecendo a realidade, o que já se fez e o que vem sendo feito na prática. Existem trabalhos
recentes  sobre  geopolítica,  alguns  ótimos,  oriundos  de  geógrafos,  de  cientistas  políticos
(Luttuak...),  de  historiadores  (H.  Kissinger,  P.  Kennedy...),  de  sociólogos  (Huntington...)de
militares,  etc.  E  ninguém  pode  imaginar  seriamente  que  num  instituto  ou  centro  de  estudos
estratégicos  e/ou  geopolíticos  ­­  onde  se  pesquise  os  rumos  do  Brasil  (ou  de  qualquer  outro
Estado­nação, ou mesmo de um partido político) no século XXI, as possibilidades de confrontos ou
de  crises  político­diplomáticas  ou  econômicas,  as  estratégias  para  se  tornar  hegemônico  no
(sub)continente, para ocupar racionalmente a Amazônia, etc. ­­ devam existir apenas geógrafos,
ou apenas militares, ou apenas economistas ou  juristas. Mais uma vez podemos  fazer aqui uma
ligação  com  o  nosso  tempo,  com  o  clima  intelectual  do  final  do  século  XX  e  inícios  do  XXI.  A
palavra de ordem hoje é interdisciplinariedade (ou até transdisciplinariedade), pois o real nunca é
convenientemente  explicado  por  apenas  uma  abordagem  ou  uma  ciência  específica.  O
conhecimento da realidade, enfim, e mesmo a atuação nela com vistas a um mundo mais justo, é
algo muito mais importante do que as disputas corporativistas.
 
Fonte: http://www.geocritica.com.br/geopolitica.htm
 
Exercício 1:
Geografia política é um ramo da geografia (mais especificamente, da geografia humana) que se dedica
ao estudo da interação entre política e território, nomeadamente no que diz respeito à administração. É
frequente a confusão estabelecida entre geografia política e geopolítica que, imbricadas e em grande
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parte superpostas, não se identificam totalmente. Embora em alguns momentos tenham sido mescladas
e reduzidas a uma única identidade, cada qual possui origens, especificidades e história própria. 
Sobre a distinção observada entre geografia política e geopolítica, é correto afirmar que
I por definição, a geopolítica interpreta o espaço do ponto de vista do Estado e a geografia política, o
Estado pelo ponto de vista do espaço.
II a geografia política só se preocupa com o meio ambiente, com as características "naturais" do
território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar etc.) se fatores do meio ambiente
estabelecerem relações com a vida política.
III a geopolítica tem por objetivo analisar o Estado em suas relações com o território, a soberania, a
política territorial, as fronteiras e as potências mundiais, entre outros.
IV a geografia política, ou seja, a análise da dimensão geográfica ou espacial da política, é bastante
antiga. Podemos encontrá­la em Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e inúmeros outros filósofos da
antiguidade, da Idade Média e da época moderna.
Está correto o afirmado em
A ­ I, II e III. 
B ­ II, III e IV. 
C ­ I, III e IV.  
D ­ I, II e IV.  
E ­ III e IV. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
B ­ ........... 
C ­ ........... 
E ­ ........... 
A ­ ........... 
B ­ ........... 
C ­ ........... 
D ­ ........... 
Exercício 2:
Os principais precursores da geopolítica clássica não eram geógrafos e sim estrategistas militares.
Consequentemente, a geopolítica clássica nunca teve por preocupação básica o conhecimento
(geográfico e/ou científico) de determinado aspecto da realidade (dimensão espacial da política), mas
sim de estabelecer bases para o fortalecimento de “seu” Estado no cenário internacional. A geopolítica
logo se expandiu, tendo encontrado um clima propício para o seu desenvolvimento nos períodos pré­
guerra e entre guerras da primeira metade do século XX. 
Considerando os pressupostos da geopolítica clássica, é correto afirmar que o referido “clima propício”
para a sua expansão foi propiciado 
I pela característica essencial da política internacional do “modelo westphaliano”, do período
compreendido entre a segunda metade do século XVII e início do século XX. Pode­se atribuir a um
programa selvagem de exploração colonial e formação de alianças secretas e acirradas rivalidades, em
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meio a um complexo jogo de interesses políticos e econômicos, frequentemente destrutivo das
sociedades colonizadas e instigador de tensões políticas entre os países europeus.
II pela ordem internacional que, segundo a visão idealista, deve apoiar­se nas seguintes ações:
supressão da diplomacia secreta, liberdade dos mares, limitação dos armamentos, remoção das
barreiras comerciais, reajuste dos territórios, fim da exploração colonial e criação de uma Sociedade das
Nações.
III por processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política, com o
barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países no final do século XX e início do XXI.
IV pela análise da dimensão geográfica ou espacial da política, bastante difundida nas obras de
Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e outros filósofos da antiguidade, da Idade Média ou da época
moderna, que ofereceram fundamentos para orientar a política externa das grandes potências a partir
do final do século XIX e início do XX. 
Está correto o afirmado em
A ­ I e II. 
B ­ III e IV. 
C ­ I, III e IV. 
D ­ I, somente. 
E ­ III, somente. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A ­ ......... 
B ­ ......... 
C ­ ......... 
D ­ ......... 
Exercício 3:
Podemos afirmar que um estudo sistemático da dimensão geográfica da política foi desenvolvido a partir
A ­ da publicação das obras de Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e inúmeros
outros filósofos da antiguidade, da Idade Média e da época moderna, que
escreveram sobre temas entre os quais incluem­se os seguintes: dimensão
espacial da política (tamanho e localização do território); importância da
geografia; localização e defesa da fortaleza do príncipe. 
B ­ de 1945, quando a ênfase das preocupações recai sobre a chamada escala
macro ou continental/planetária. Nesse âmbito discute­se, entre outros, os
seguintes temas: disputa pelo poder mundial; o Estado como grande potência;
 estratégias espaciais para a conquista desse status . 
C ­ de meados dos anos 1970, período em que a geopolítica sai do ostracismo e
volta a ser estudada, agora como "campo de estudos", como área interdisciplinar,
abordando, por exemplo, a questão ambiental. 
D ­ da publicação das obras do general alemão Karl Haushofer, que popularizou a
geopolítica ao reconhecerligações, embora problemáticas, com o nazismo,
contribuindo indiretamente para a produção da obra Mein Kampf , de Hitler. Além
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de sua contribuição a essa obra, tristemente famosa nos anos 1930 e 40,
Haushofer foi responsável pela Revista de Geopolítica [ Zeitschrift für Geopolitik ],
editada em Munique, de 1924 a 1944, cuja tiragem mensal, originalmente de 3
mil exemplares, chegou a atingir a marca dos 30 mil exemplares, fato bastante
expressivo para a época. 
E ­ da publicação da obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich
Ratzel, publicada em 1897. Com Ratzel tem início um estudo sistemático da
dimensão geográfica da política, no qual a espacialidade ou a territorialidade do
Estado constitui o principal objeto de interesse. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
A ­ .................... 
B ­ .................... 
C ­ .................... 
D ­ .................... 
E ­ .................... 
Exercício 4:
No campo de estudos da geopolítica há um amplo entendimento de que há, ou houve, diversas
interpretações relativas ao que seja geopolítica e suas relações com a geografia política. Essas
interpretações variaram muito no espaço e no tempo.
A concepção de que a geopolítica é dinâmica e a geografia política, estática é própria 
I de alguns poucos geógrafos dos anos 1930 e 1940, entre os quais A. Hettner e Leo Waibel, e da quase
totalidade deles, bem como de inúmeros outros cientistas sociais do pós­guerra. Pierre George, talvez o
geógrafo francês mais conhecido dos anos 50 aos 70, representativo dessa visão, afirmava que a
geopolítica seria uma "pseudo­ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi praticamente
uma reação à anteriormente predominante, no período pré­Segunda Guerra Mundial.
II de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, entre os quais, Kjellén, Haushofer e
outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e muitos
outros militares no Brasil.
III de Yves Lacoste, que a inaugurou com seu famoso livro­panfleto A Geografia ­ isso serve, em
primeiro lugar, para fazer a guerra (1976), que serviu de ideário à revista Hérodote ­ revue de
géographie et de géopolitique. Segundo essa visão, a geografia de verdade (a "essencial" ou
fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade,
juntamente com os primeiros mapas.
IV do final dos anos 1980 e constitui quase um consenso nos dias atuais. Não trata tanto do que foi a
geopolítica e sim do que ela representa atualmente.
Está correto o afirmado em
A ­ III e IV. 
B ­ II, somente. 
C ­ I e II. 
D ­ II, III e IV. 
E ­ I, somente. 
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O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
A ­ ............ 
B ­ ............ 
Exercício 5:
No campo de estudos da geopolítica há um amplo entendimento de que há, ou houve, diversas
interpretações relativas ao que seja geopolítica e suas relações com a geografia política. Essas
interpretações variaram muito no espaço e no tempo.
 A concepção de que a geopolítica é ideológica e a geografia política, uma ciência é própria 
I de alguns poucos geógrafos dos anos 1930 e 1940, entre os quais A. Hettner e Leo Waibel, e da quase
totalidade deles, bem como de inúmeros outros cientistas sociais do pós­guerra. Pierre George, talvez o
geógrafo francês mais conhecido dos anos 50 aos 70, representativo dessa visão, afirmava que a
geopolítica seria uma "pseudo­ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi praticamente
uma reação à anteriormente predominante, no período pré­Segunda Guerra Mundial.
II de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, entre os quais, Kjellén, Haushofer e
outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e muitos
outros militares no Brasil.
III de Yves Lacoste, que a inaugurou com seu famoso livro­panfleto A Geografia ­ isso serve, em
primeiro lugar, para fazer a guerra (1976), que serviu de ideário à revista Hérodote ­ revue de
géographie et de géopolitique. Segundo essa visão, a geografia de verdade (a "essencial" ou
fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade,
juntamente com os primeiros mapas.
IV do final dos anos 1980 e constitui quase um consenso nos dias atuais. Não trata tanto do que foi a
geopolítica e sim do que ela representa atualmente.
Está correto o afirmado em
A ­ III e IV. 
B ­ II, somente. 
C ­ I e II. 
D ­ II, III e IV. 
E ­  I, somente. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
A ­ ............. 
B ­ ............. 
C ­ ............. 
D ­ ............. 
E ­ ............. 
Exercício 6:
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No campo de estudos da geopolítica há um amplo entendimento de que há, ou houve, diversas
interpretações relativas ao que seja geopolítica e suas relações com a geografia política. Essas
interpretações variaram muito no espaço e no tempo.
A concepção de que a geopolítica é a verdadeira (ou fundamental) geografia é própria 
I de alguns poucos geógrafos dos anos 1930 e 1940, entre os quais A. Hettner e Leo Waibel, e da quase
totalidade deles, bem como de inúmeros outros cientistas sociais do pós­guerra. Pierre George, talvez o
geógrafo francês mais conhecido dos anos 50 aos 70, representativo dessa visão, afirmava que a
geopolítica seria uma "pseudo­ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi praticamente
uma reação à anteriormente predominante, no período pré­Segunda Guerra Mundial.
II de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, entre os quais, Kjellén, Haushofer e
outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e muitos
outros militares no Brasil.
III do final dos anos 1980 e constitui quase um consenso nos dias atuais. Não trata tanto do que foi a
geopolítica e sim do que ela representa atualmente.
IV de Yves Lacoste, que a inaugurou com seu famoso livro­panfleto A Geografia ­ isso serve, em
primeiro lugar, para fazer a guerra (1976), que serviu de ideário à revista Hérodote ­ revue de
géographie et de géopolitique. Segundo essa visão, a geografia de verdade (a "essencial" ou
fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade,
juntamente com os primeiros mapas.
Está correto o afirmado em
A ­ II e IV. 
B ­ III, somente. 
C ­ I e II. 
D ­ IV, somente. 
E ­ II, III e IV. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A ­ ......... 
B ­ ......... 
C ­ ......... 
D ­ ......... 
Exercício 7:
Geografia política é um ramo da geografia (mais especificamente, da geografia humana) que se dedica
ao estudo da interação entre política e território, nomeadamente no que diz respeito à administração. É
frequente a confusão estabelecida entre geografia política e geopolítica que, imbricadas e em grande
parte superpostas, não se identificam totalmente. Embora em alguns momentos tenham sido mescladas
e reduzidas a uma única identidade, cada qual possui origens, especificidades e história própria.
Sobre a distinção observada entre geografia política e geopolítica, é correto afirmar que
I por definição, a geopolítica interpreta o espaço do ponto de vista do Estado e a geografia política, o
Estado pelo ponto de vista do espaço.
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II a geografia política só se preocupa com o meio ambiente, com as características "naturais" do
território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar etc.) se fatores do meio ambiente
estabelecerem relações com a vida política.
III a geopolítica tem por objetivo analisar o Estado em suas relações com o território, a soberania, a
política territorial, as fronteiras e as potências mundiais, entre outros.
IV a geografia política, ou seja, a análise da dimensão geográfica ou espacial da política, é bastante
antiga. Podemos encontrá­la em Aristóteles, Maquiavel, Montesquieu e inúmeros outros filósofos da
antiguidade, da Idade Média e da época moderna.
Está correto o afirmado em
A ­ I, II e III. 
B ­ II, III e IV. 
C ­ I, III e IV.  
D ­ I, II e IV.  
E ­ III e IV. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
A ­ ......... 
B ­ ......... 
C ­ ......... 
D ­ ......... 
Exercício 8:
O geógrafo inglês Halford John Mackinder (1861­1947), que em 1904 escreveu seu famoso artigo “O
pivô geográfico da História”, academicamente é reconhecido como o pai do conceito
A ­ de poder naval. 
B ­ heartland. 
C ­ rimland. 
D ­ de espaço vital. 
E ­ de pan­regiões. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Comentários:
A ­ .......... 
B ­ .......... 
Exercício 9:
O confronto geopolítico entre poder terrestre versus poder marítimo no período da Guerra Fria ganhou
forma institucional, respectivamente, sob quais alianças militares?
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A ­ Pacto de Tordesilhas e Santa Aliança. 
B ­ Westphalia e Santa Aliança. 
C ­ Pacto de Varsóvia e OTAN. 
D ­ OTAN e Comissão Brundtland. 
E ­ CEI e União Europeia. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
A ­ ........... 
B ­ ........... 
C ­ ........... 
Exercício 10:
O conceito geopolítico de espaço­vital (lebensraum) foi elaborado pelo geógrafo
A ­ Carl Schmitt. 
B ­ Elen Sample. 
C ­ Carl Ritter. 
D ­ Alexander von Humboldt.  
E ­ Friedrich Ratzel. 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Comentários:
A ­ .......... 
B ­ .......... 
C ­ .......... 
D ­ .......... 
E ­ ..........

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