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Higiene no Trabalho

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Prévia do material em texto

Higiene no Trabalho
Monica Beltrami
Silvana Stumm
2013
Curitiba-PR
PARANÁ
Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paraná
© INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para a rede e-Tec Brasil.
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Prof. Irineu Mario Colombo
Reitor
Prof. Joelson Juk
Chefe de Gabinete
Prof. Ezequiel Westphal
Pró-Reitoria de Ensino – PROENS
Gilmar José Ferreira dos Santos
Pró-Reitoria de Administração – PROAD
Prof. Silvestre Labiak
Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e 
Inovação – PROEPI
Neide Alves
Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e 
Assuntos Estudantis – PROGEPE
Bruno Pereira Faraco
Pró-Reitoria de Planejamento e 
Desenvolvimento Institucional – PROPLAN
Prof. Marcelo Camilo Pedra
Diretor Geral do Câmpus EaD
Prof. Célio Alves Tibes Jr.
Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão – 
DEPE/EaD
Coordenador Geral da Rede e-Tec Brasil – 
IFPR
Thiago da Costa Florencio
Diretor Substituto de Administração e 
Planejamento do Câmpus EaD
Prof.ª Patrícia de Souza Machado
Coordenadora de Ensino Médio e Técnico 
do Câmpus EaD
Prof.ª Monica Beltrami
Coordenadora do Curso
Prof. Sergio Silveira de Barros
Vice-coordenador do curso
Jessica Brisola Stori
Tatiane Gonçalves
Assistência Pedagógica
Prof.ª Ester dos Santos Oliveira
Prof.ª Sheila Cristina Mocellin
Lídia Emi Ogura Fujikawa
Prof.ª Cibele Herrera Bueno
Revisão Editorial
Aline Kavinski
Diagramação
Ricardo Meira
Ilustração
e-Tec/MEC
Projeto Gráfico
e-Tec Brasil3
Prezado estudante,
Bem-vindo à Rede e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui 
uma das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Téc-
nico e Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como 
objetivo principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de 
Educação Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propi-
ciando caminho de o acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre 
a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias 
promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de 
Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos 
e o Sistema S.
A Educação a Distância no nosso país, de dimensões continentais e grande 
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao 
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da 
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou 
economicamente, dos grandes centros.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, 
incentivando os estudantes a concluir o Ensino Médio e realizar uma forma-
ção e atualização contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de 
educação profissional e o atendimento ao estudante é realizado tanto nas 
sedes das instituições quanto em suas unidades remotas, os polos. 
Os parceiros da Rede e-Tec Brasil acreditam em uma educação profissional 
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz de 
promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com auto-
nomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, 
esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Novembro de 2011
Nosso contato
etecbrasil@mec.gov.br
Apresentação e-Tec Brasil
e-Tec Brasil5
Indicação de ícones
Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de 
linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o 
assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao 
tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão 
utilizada no texto.
Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes 
desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, 
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em 
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa 
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. 
e-Tec Brasil
Sumário
Palavra das professoras-autoras 13
Aula 1 – Introdução à Higiene do Trabalho 15
1.1 Ambiente de trabalho insalubre 15
1.2 Definição de Higiene Ocupacional 16
1.3 Etapas da Higiene Ocupacional 16
Aula 2 – Introdução aos Agentes Biológicos 19
2.1 Conceitos iniciais 19
2.2 Tipos de agentes biológicos 20
Aula 3 – Avaliação dos Agentes Biológicos 23
3.1 Características gerais dos agentes biológicos 23
3. 2 Métodos de coleta de agentes biológicos 24
3.3 Estratégia de amostragem para agentes biológicos 25
Aula 4 – Medidas de controle para Agentes Biológicos 27
4.1 Medidas de controle 27
4.2 Normas técnicas brasileiras 28
Aula 5 – Introdução aos Agentes Físicos e ao Calor 31
5.1 O que são os agentes físicos? 31
5.2 Temperaturas extremas 31
Aula 6 – Avaliação do Calor I 35
6.1 Limites de tolerância 36
6.2 Instrumentos de medição 37
Aula 7 – Avaliação do Calor II 41
7.1 Considerações acerca do Índicede Bulbo 
Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG) 41
7.2 Trabalho e descanso no mesmo local 41
7.3 Trabalho com descanso em outro local 44
Aula 8 – Medidas de controle para o Calor 49
8.1 Medidas de controle relativas ao ambiente 49
8.2 Medidas de controle administrativas 
e relativas ao trabalhador 49
Aula 9 – Temperaturas extremas: Frio 53
9.1 Exposição ocupacional ao frio 
e seus efeitos no organismo 53
9.2 Normas aplicáveis e limites de tolerância 54
9.3 Medidas de controle 56
Aula 10 – Introdução à radiação 59
10.1 Classificação das radiações 59
10.2 Tipos de radiações 60
Aula 11 – Radiações Ionizantes 65
11.1 Exposição à radiação ionizante e seus efeitos 65
11.2 Limites de tolerância e normas aplicáveis 66
11. 3 Avaliação quantitativa 68
11.4 Áreas classificadas 68
11.5 Medidas de controle 69
Aula 12 – Radiações não Ionizantes 71
12.1 Normas aplicáveis 71
12.2 Radiação ultravioleta 71
12.3 Radiação infravermelha 73
12.4 Laser 74
12.5 Radiação de micro-onda e radiofrequência 75
Aula 13 – Pressões Anormais 76
13.1 Trabalho sob condições hiperbáricas 77
13.2 Efeitos da pressão atmosférica no organismo 78
13.3 Medidas de controle 79
13.4 Câmaras hiperbáricas de 
recompressão e terapêutica 80
Aula 14 – Iluminação: Conceitos Gerais 83
14.1 Iluminação não é agente físico 83
14.2 Tipos de iluminação e outros 
conceitos importantes 84
14.3 Índice de refletância das cores 85
14.4 Normas aplicáveis 86
e-Tec Brasil
Aula 15 – Avaliação do Iluminamento 89
15.1 Equipamento de medição 89
15.2 Técnicas de medição 89
15.3 Avaliação conforme NBR 5413 90
Aula 16 – Audição e Ouvido I 95
16.1 A audição 95
16.2 O ouvido (orelha) internamente 95
16.3 Divisão do ouvido humano 96
Aula 17 – Audição e Ouvido II 99
17.1 O ouvido e seus cílios 99
17.2 O aparelho vestibular 100
Aula 18 – Ondas Sonoras 101
18.1 O que é onda sonora? 101
18.2 O som 102
18.3 Como se propaga o som 102
18.4 Qualidades fisiológicas do som 103
18.5 A frequência sonora 103
18.6 Outras grandezas e definições 103
Aula 19 – Ruído 105
19.1 Definição de ruído 105
19.2 Os efeitos do ruído na saúde do homem 105
19.3 Ruído contínuo ou intermitente 106
19.4 Ruído de impacto 107
19.5 Outras definições importantes 107
Aula 20 – Avaliação do Ruído I 10920.1 Nível de pressão sonora 109
20.2 Somando os níveis sonoros 110
20.3 Subtraindo os níveis sonoros 112
Aula 21 – Avaliação do Ruído II 115
21.1 Curvas de ponderação 115
21.2 Dose 116
21.3 Limite de tolerância 117
21.4 Avaliação do ruído 118
e-Tec Brasil
21.5 Equipamentos de medição de ruído 118
21.6 Medidas de controle 120
Aula 22 – Vibração 121
22.1 Introdução 121
22.2 Vibrações de corpo inteiro 122
22.3 Vibrações localizadas 123
22.4 Efeitos na saúde do homem 123
Aula 23 – Avaliação da Vibração I 127
23.1 Limites de tolerância x limites de exposição 127
23.2 Medição de corpo inteiro 128
23.3 Medição de vibrações localizadas 129
Aula 24 – Avaliação da Vibração II 131
24.1 Procedimentos de avaliação 131
24.2 Medidas de controle 131
Aula 25 – Introdução aos Agentes Químicos 135
25.1 Conceitos iniciais 135
25.2 Tipos de agentes químicos 135
Aula 26 – Gases e Vapores 139
26.1 Classificação 139
26.2 Solventes 140
26.3 Carcinogenicidade 142
Aula 27 – Aerodispersoides 145
27.1 Classificação 145
27.2 Classificação das poeiras 
quanto aos efeitos no organismo 145
27.3 Pneumoconioses 146
Aula 28 – Avaliação dos Agentes Químicos 149
28.1 Conceitos de avaliação 149
28.2 Avaliação da exposição aos agentes químicos 150
28.3 Amostragem 151
e-Tec Brasil
Aula 29 – Medidas de controle para Agentes Químicos 155
29.1 Medidas de controle 155
29.2 Normas técnicas brasileiras 157
Aula 30 – Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais – PPRA 159
30.1 Introdução 159
30.2 O que é o PPRA 160
30.3 Desenvolvimento do PPRA 160
Referências 163
Atividades autointrutivas 165
Currículo das professoras-autoras 191
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 12
Palavra das professoras-autoras
e-Tec Brasil13
Palavra das professoras-autoras
Querido aluno,
Seja muito bem-vindo à disciplina de Higiene no Trabalho! Esta disciplina é 
sem dúvida uma das mais importantes de todo o seu curso e também uma 
das mais interessantes. A partir de agora, além de aprender novos assuntos, 
você vai poder colocar em prática muitos dos conhecimentos já adquiridos 
no curso. Você vai aprender a avaliar os ambientes de trabalho, a diag-
nosticar se os trabalhadores estão realizando atividades sob condições de 
insalubridade e, com base nesta análise, propor medidas de controle para 
os riscos ambientais em questão. É importante destacar, que não importa 
a empresa que você venha a trabalhar, você com certeza precisará fazer 
avaliações de higiene ocupacional. Logo, é de suma importância que você 
estude com muita atenção e carinho todo o conteúdo deste livro, de forma 
a dominar o assunto apresentado. Sendo assim, é preciso que você resolva 
os exercícios propostos e consulte as normas sugeridas ao longo das aulas, 
para que sua formação seja completa e de excelência. Temos certeza que 
você vai gostar da Higiene Ocupacional! Desejamos a você um excelente 
estudo e muito sucesso!
As autoras
e-Tec Brasil 14
e-Tec Brasil15
Aula 1 – Introdução à Higiene do Trabalho
A partir deste momento, daremos início ao estudo da Higiene do Trabalho 
também conhecida por Higiene Ocupacional, você vai perceber sua impor-
tância preventiva com o objetivo de evitar que os trabalhadores adoeçam. 
1.1 Ambiente de trabalho insalubre
Quando um trabalhador realiza suas atividades em um ambiente insalubre, 
ou seja, contaminado por agentes físicos, químicos ou biológicos, ele pode 
desenvolver alguma doença que o incapacitará para o trabalho. Se isso ocor-
rer, será afastado das suas atividades e, dependendo do tipo e da gravidade 
da doença contraída, será submetido a tratamento e após a cura, retornará 
ao trabalho. Entretanto, note que se retornar para a atividade inicial, o tra-
balhador voltará para o mesmo ambiente onde contraiu a doença, desta 
forma, é provável que ele fique novamente doente, mais rápido e mais inten-
samente do que na primeira vez, e quem sabe fique totalmente incapacitado 
(BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Figura 1.1: Ambiente insalubre, ruído acima do tolerado.
Fonte: SESI – DN (2005)
Nesta aula, você aprenderá o que estuda a Higiene do Trabalho 
e quais são os seus objetivos.
Mas, você deve estar se perguntando, por que isto acontece? Porque agindo 
da maneira como relatamos acima, estaremos apenas tratando a doença do 
trabalhador (a consequência) e não a causa fundamental que é a exposição 
ao ambiente insalubre (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Então, conforme você já aprendeu em diversas outras disciplinas, devemos 
trabalhar de forma preventiva, ou seja, devemos tratar o ambiente de 
trabalho a fim de evitar que os trabalhadores fiquem doentes. Neste con-
texto é que entra o estudo da Higiene do Trabalho ou Higiene Ocupacional, 
conforme veremos a seguir.
1.2 Definição de Higiene Ocupacional
De acordo com a American Conference of Governmental Industrial Hygie-
nists (ACGIH), a Higiene Ocupacional é a ciência e a arte do reconhecimento, 
da avaliação e do controle de fatores ou tensões ambientais originados do 
ou no local de trabalho e que podem causar doenças, prejuízos para a saúde 
e bem-estar, desconforto e ineficiência significativos entre os trabalhadores 
ou entre os cidadãos da comunidade.
1.3 Etapas da Higiene Ocupacional
Conforme a definição da ACGIH, a Higiene do Trabalho é constituída por 
três etapas: Reconhecimento, Avaliação e Controle dos agentes ambien-
tais (agentes físicos, químicos e biológicos). Segundo Saliba (2011, p.11 - 
12), cada uma destas etapas é constituída da seguinte forma: 
•	 Reconhecimento: nesta primeira etapa, realizamos o reconhecimento 
dos agentes ambientais que afetam a saúde dos trabalhadores. É impor-
tante observar que se um agente tóxico não for reconhecido, ele não 
será avaliado e nem controlado. Desta forma, para que esta etapa seja 
bem sucedida, devemos ter conhecimento profundo do processo produ-
tivo, ou seja, dos produtos envolvidos no processo, dos métodos de tra-
balho, do fluxo do processo, do arranjo físico das instalações, do número 
de trabalhadores expostos, dentre outros fatores relevantes.
•	 Avaliação: nesta etapa, realizamos uma avaliação quantitativa e/ou qua-
litativa dos agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos postos 
de trabalho. É nesta fase que devemos detectar os contaminantes, fazer 
a coleta das amostras (quando cabível), realizar medições e análises das 
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 16
intensidades e das concentrações dos agentes, realizar cálculos e inter-
pretações dos dados levantados no campo, comparando os resultados 
com os limites de exposição estabelecidos pelas normas vigentes.
•	 Controle: com base nos dados obtidos nas etapas anteriores, devemos 
propor e adotar medidas que visem à eliminação ou minimização do risco 
presente no ambiente.
Com isso, devemos ter em mente a seguinte ordem relativa ao controle de 
agentes ambientais (SALIBA, 2011, p. 12):
1. (Prioridade) Adoção de medidas relativas ao ambiente ou medidas 
coletivas: são medidas aplicadas na fonte ou trajetória, como: substitui-
ção do produto tóxico usado no processo, isolamento das partes poluen-
tes, ventilação local exaustora, ventilação geral diluidora, dentre outros. 
2. Medidas administrativas: compreendem, entre outras, a limitação do 
tempo de exposição do trabalhador, educação e treinamento, exames 
médicos (pré-admissional, periódico e demissional). Os exames médicos, 
além de avaliar a saúde dos trabalhadores expostos aos agentes ambien-
tais, avaliam a eficácia das medidas de controle adotadas.
3. Medidas relativas ao trabalhador (EPI): não sendo possível o controle 
coletivo ou administrativo, ou enquanto essas medidas estiverem sendo 
implantadas,ou ainda, como complemento às medidas já adotadas, de-
vemos utilizar o Equipamento de Proteção Individual adequado ao risco. 
Perceba que essa medida é a última linha de defesa a ser empregada e 
não a primeira como muitos pensam.
Nas próximas aulas, você aprenderá quais são os principais riscos ambien-
tais existentes nos ambientes de trabalho e como fazer para reconhecê-los, 
avaliá-los e controlá-los.
Ao finalizar esta aula, você pôde perceber a importância da Higiene Ocu-
pacional para todos os trabalhadores, pois ela oferece medidas preventivas, 
evitando possíveis doenças.
É importante lembrar que de-
vemos adotar, como prioridade, 
medidas de controle relativas 
à fonte, pois assim estaremos 
eliminando o risco do ambi-
ente. Logo, devemos priorizar 
a adoção de Equipamentos de 
Proteção Coletiva (EPC)
e-Tec BrasilAula 1 – Introdução à Higiene do Trabalho 17
Resumo 
Nesta aula, você aprendeu o conceito básico de Higiene do Trabalho, seu ob-
jetivo e suas três etapas que são: o reconhecimento, a avaliação e o controle 
dos agentes ambientais. 
Atividade de aprendizagem
•	 Conforme aprendemos nesta aula, a Higiene no Trabalho faz o reconhe-
cimento, avaliação e controle dos agentes ambientais (riscos químicos, 
físicos e biológicos). Você já aprendeu a classificação destes riscos em 
diversas outras disciplinas do curso. Aproveite este momento para revisar 
alguns desses exemplos, escrevendo abaixo aqueles que você conhece 
segundo sua respectiva classificação:
a) Agentes físicos: 
b) Agentes biológicos:
c) Agentes químicos:
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 18
e-Tec Brasil19
Aula 2 – Introdução aos Agentes Biológicos
Você aprenderá quem são estes agentes biológicos, em que atividades são 
encontradas e quais são seus principais riscos, ou seja, as doenças causa-
das por eles. 
2.1 Conceitos iniciais
Todos nós sabemos que estamos constantemente expostos aos mais diversos 
tipos de microrganismos causadores de doenças. Entretanto, apesar desses 
seres microscópicos estarem presentes em todo lugar, existem determinados 
ambientes de trabalho em que o risco de adoecer em decorrência deles, é 
bem maior (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
Os agentes biológicos que contaminam os ambientes ocupacionais são os 
vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos, os parasitas e alguns deri-
vados de animais e vegetais que causam alergia (por exemplo: pólen e pós 
de madeira). Em geral, estes microrganismos estão presentes em hospitais, 
estabelecimentos de serviços de saúde em geral, cemitérios, matadouros, 
laboratórios de análises e pesquisas, frigoríficos, indústrias – como a farma-
cêutica e alimentícia, empresas de coleta e reciclagem de lixo, estações de 
tratamento de esgotos, incineradores, dentre outros (BREVIGLIERO, POSSE-
BON, SPINELLI, 2012). 
A contaminação por agentes biológicos no local de trabalho pode ocorrer 
pelo contato do trabalhador com materiais contaminados e pessoas porta-
doras de doenças contagiosas, por transmissão de vetores (roedores, bara-
tas, mosquitos e animais domésticos), por contato com roupas e objetos de 
pessoas doentes, pela permanência em ambientes fechados, por acidentes 
com objetos pontiagudos etc.(BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Você sabia? Em estabelecimentos de saúde, como hospitais, um dos 
grandes índices de acidente de trabalho são os cortes com os chamados 
Nesta aula, daremos início ao estudo do primeiro grupo de agen-
tes ambientais: os agentes biológicos. 
perfurocortantes que são as agulhas, por 
exemplo. Ainda, profissionais como car-
teiros e os que fazem leitura de água e 
luz em residências, também, têm como 
alto índice de acidentes de trabalho as 
mordidas de animais raivosos (cachorros). 
Ambos os casos são maneiras de infecção 
por agentes biológicos.
2.2 Tipos de agentes biológicos
Vamos aprender agora, mais detalhadamente, os principais agentes biológi-
cos existentes e algumas das doenças causadas por eles.
2.2.1 Vírus
Os vírus são seres bastante simples e peque-
nos que só conseguem realizar suas ativida-
des vitais quando estão no interior de células 
vivas. Desta forma, são considerados parasi-
tas intracelulares obrigatórios (ARAGUAIA, 
2012). Como os vírus são constituídos por 
material genético envolto por uma camada 
de proteínas, ao infectar a célula hospedeira, 
o vírus injeta seu material genético e usa da estrutura dessa célula hospedei-
ra para se multiplicar e invadir novas células. 
2.2.2 Bactérias
As bactérias são estruturas bem maiores que os vírus e podem apresentar 
quatro diferentes formatos. Estes organismos têm capacidade de liberar es-
poros, que são formas de vidas resistentes às condições adversas, podendo 
manter-se durante anos em condições de 
alta temperatura, clima seco e falta de nu-
trientes. Ainda, por sua resistência, podem, 
mesmo depois da adversidade, recuperar 
seu estado normal e sua capacidade infec-
tante entrando em contato com um meio 
adequado para se desenvolver (BREVIGLIE-
RO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Figura 2.2: Vírus
Fonte: Figura cortesia de Dream Designs/ 
FreeDigitalPhotos.net
Figura 2.3: Bactérias
Fonte: Figura cortesia de RenjithKrishnan/Free 
Digital Photos.net
Figura 2.1: Acidente de profissional
da saúde com perfurocortante.
Fonte: SESI – DN (2005)
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 20
Os antibióticos têm mostrado bastante eficácia contra uma série de infec-
ções bacterianas existentes. Dentre as várias doenças que podem ser causa-
das por bactérias estão: a pneumonia bacteriana, a peste, a cólera, o tétano, 
as infecções hospitalares etc. 
2.2.3 Protozoários
Os protozoários são organismos cujo ciclo de 
vida é complexo e em alguns casos necessi-
tam de vários hospedeiros para completar seu 
desenvolvimento. A transmissão de um hos-
pedeiro a outro é geralmente feita por meio 
de insetos. Embora sejam microscópicos, es-
ses organismos são maiores que as bactérias e 
possuem uma estrutura celular mais evoluída. 
Desta forma, os protozoários não são afeta-
dos pelos antibióticos na mesma concentração em que é comumente letal 
para as bactérias (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Dentre as doenças causadas pelos protozoários estão: doença de chagas, 
amebíase, malária, toxoplasmose, leishmaniose etc.
2.2.4 Outros agentes biológicos
Além dos vírus, das bactérias e dos protozoários, também podemos citar 
outros agentes biológicos, como os fungos e parasitas, que são responsáveis 
por inúmeras doenças.
Na natureza, existem diversos tipos de fungos, mas apenas alguns deles in-
festam os serem humanos fazendo isso normalmente na pele, unhas e ca-
belos. Já dentre os parasitas, podemos citar os artrópodes (piolhos, pulgas), 
os vermes (lombrigas e solitárias) e também protozoários, já estudados ante-
riormente (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Ainda, diversos animais e plantas também produzem substâncias alergêni-
cas, irritativas e tóxicas com as quais os trabalhadores podem entrar em 
contato, como pelos e pólen ou por picadas e mordidas (BRASIL, 2008).
Resumo 
Nesta aula, você deu início ao estudo dos Agentes Biológicos. Você conhe-
ceu alguns dos principais tipos destes agentes - os vírus, as bactérias e os 
protozoários, e algumas das doenças causadas por eles.
Figura 2.4: Protozoários
Fonte: Figura cortesia de Nixxphotgraphy/
Free Digital Photos.net
Para saber mais sobre os fungos 
e parasitas, assim como as 
doenças causadas por eles, 
consulte os links: http://www.
brasilescola.com/doencas/
doencas-fungicas.htm
http://www.todabiologia.com/
microbiologia/parasitas.htm
http://www.todabiologia.com/
doencas/parasitoses.htm.
e-Tec BrasilAula 2 – Introduçãoaos Agentes Biológicos 21
Atividade de aprendizagem
•	 Nesta aula, você aprendeu que os agentes biológicos são causadores de 
inúmeras doenças. Para dar continuidade ao seu estudo, que tal você 
pesquisar um pouco sobre algumas destas doenças? Pesquise na internet 
ou em livros, quais são os agentes infecciosos causadores, as formas de 
transmissão, os sintomas e o tratamento das doenças abaixo:
a) HIV: 
b) Hepatite B:
c) Tétano:
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 22
e-Tec Brasil23
Aula 3 – Avaliação dos Agentes Biológicos
Como vimos na aula 1, de acordo com a definição de Higiene Ocupacional, 
precisamos seguir uma metodologia para avaliar os contaminantes. Primei-
ramente, temos que reconhecer quais são os agentes biológicos a que estão 
expostos os trabalhadores. Em seguida, devemos avaliar o problema que 
consiste em coletar a amostra, analisar e interpretar os resultados. Por fim, 
com base na avaliação realizada, devemos pensar nas medidas de controle 
a serem empregadas.
Nesta aula, você estudará como coletar e avaliar os agentes biológicos, e na 
aula 4, conhecerá algumas medidas de controle. 
3.1 Características gerais 
dos agentes biológicos
Antes de darmos início ao estudo da coleta de amostras, é importante lem-
brar algumas características relevantes da maioria dos agentes biológicos. 
Geralmente, esses agentes são microrganismos vivos de tamanho microscó-
pico, sem cheiro, sem cor ou sem outra propriedade que nos permita detectá-
-los por meio de nossos sentidos (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
O acesso dos agentes biológicos ao corpo humano pode ocorrer pelo sistema 
respiratório (nariz), pela pele (também por feridas e arranhões), pelo sistema 
digestivo (boca) e pela mucosa dos olhos. Podem, ainda, ser transportados 
por partículas de pó ou estar em suspensão no meio ambiente. Desta forma, 
podemos encontrá-los no ar, na água, nas matérias primas, em equipamen-
tos utilizados nas indústrias, na superfície da pele dos trabalhadores, nas 
superfícies de trabalho etc. (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
Nesta aula, daremos continuidade ao estudo dos agentes biológi-
cos. Você aprenderá, neste momento, como fazer a avaliação e a 
coleta das amostras desses agentes.
Considerando estas características, a amostragem deve ser feita com equipa-
mentos que permitam uma ampla faixa de coleta e que assegurem a sobrevi-
vência dos organismos coletados (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
3. 2 Métodos de coleta 
de agentes biológicos
Existem várias técnicas para coletar os microrganismos presentes no ar de 
um ambiente de trabalho. Vejamos alguns desses métodos:
•	 Sedimentação: consiste na exposição de Placas de Petri contendo meios 
de cultura adequados (superfície aderente) colocados nas zonas esco-
lhidas para a amostragem durante um tempo controlado. As vantagens 
deste método são seu baixo custo, pois não necessita de equipamentos 
de sucção (bombas), e a facilidade de manipulação. Como desvantagens, 
podemos citar: a impossibilidade de fazer uma avaliação quantitativa do 
número de microrganismos e o fato de alguns microrganismos morrerem 
por secagem quando o tempo de coleta é superior a vinte minutos (BRE-
VIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
Figura 3.1: Placas de Petri vazias e com colônia de bactérias
Fonte: http://upload.wikimedia.org
•	 Coleta em meio líquido (impínger): o ar é aspirado por uma bomba e 
passa através de um líquido contido dentro de um recipiente chamado 
impínger. As partículas impactadas neste líquido são, 
posteriormente, transferidas para meio adequado para 
contagem (SALIBA, 2011). De acordo com Brevigliero, 
Possebon e Spinelli (2012), as vantagens deste método 
são a possibilidade de determinar a quantidade de mi-
crorganismos e a inexistência do risco de morte desses 
agentes por secagem. Já a desvantagem é a possibilida-
de de erros por contaminação do líquido.
Figura 3.2: Impínger
Fonte: http://www.aesolutions.com.au
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 24
•	 Filtração: o ar é aspirado por meio de uma bomba e passa através de um 
filtro de gelatina. Posteriormente, o filtro é colocado em uma placa com 
um meio de cultura, ou dissolvido por um líquido apropriado, fazendo-
-se a contagem por métodos específicos. Este método é adequado para 
coleta de microrganismos aerotransportados e permite a avaliação quan-
titativa. Entretanto, ele permite um volume de coleta de no máximo 250 
litros (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
•	 Impactação: o ar é aspirado por uma bomba de vácuo passando por um 
orifício até o meio de cultura que contém uma placa adequada (SALIBA, 
2011). O nome impactação vem do choque que o volume de ar sofre 
sobre o meio de cultura. Existem vários equipamentos que trabalham 
com este princípio, como o coletor de Andersen e o coletor de fenda 
(BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
•	 Centrifugação: neste método, utiliza-se a força centrífuga para separar as 
partículas das correntes de ar. O ar é aspirado por uma bomba e as partí-
culas, com a inércia, ficam impactadas no meio de cultura (SALIBA, 2011).
3.3 Estratégia de amostragem 
para agentes biológicos
No quadro 3.1, serão apresentados alguns exemplos e orientações de como 
fazer a avaliação dos agentes biológicos em hospitais. Você conhecerá em 
que ponto fazer a coleta, a quantidade e a frequência de amostragens em 
locais específicos de trabalho.
Quadro 3.1: Exemplos de amostragem para agentes biológicos
Local de 
amostragem
Posição de 
amostragem
Número e frequência 
de amostragens
Inicial Rotina
Salas de cirurgia Próximo à mesa de operação
1x todos os dias nas 2 primei-
ras semanas
1x a cada 15 dias
UTI Móveis
2x todos os dias nas 2 primei-
ras semanas
1x todas as 
semanas
Consultórios Lugares diversos - 1x todos os meses
Lavanderia Pontos de entrega e retirada - 1x todos os meses
Fonte: Brevigliero, Possebon, Spinelli (2012).
Meio de cultura são 
preparações sólidas, líquidas, 
ou semisólidas que contém 
todos os nutrientes necessários 
para o crescimento de micro-
organismos. Estas preparações 
são utilizadas com a finalidade 
de cultivar e manter os micro-
organismos vivos no laboratório 
(Fonte: http://www.e-escola.pt/
topico.asp?hid=312).
Inércia é a propriedade 
física dos corpos em manter 
seu estado de repouso (ou de 
movimento), enquanto nenhuma 
força atua sobre eles (Fonte: 
http://www.dicio.com.br/
inercia/).
Quando existe a possibilidade de 
contaminação dos equipamentos 
de trabalho e mobiliários, seja 
por desinfecção ineficiente ou 
por depósitos de contaminantes 
biológicos, é possível fazer a 
coleta dos agentes biológi-
cos utilizando técnicas de 
amostragem em superfícies. Isso 
pode ser feito com uma placa 
de contato, que se encontra em 
um meio de cultura solidi-
ficado, pressionando-a sobre a 
superfície a ser avaliada. Ainda, 
é possível fazer a avaliação pelo 
método do esfregaço, passando 
um chumaço de algodão estéril 
sobre a superfície de avaliação. 
(BREVIGLIERO, POSSEBON, 
SPINELLI, 2012).
e-Tec BrasilAula 3 – Avaliação dos Agentes Biológicos 25
Nesta aula, você aprendeu várias técnicas empregadas para fazer a 
coleta de agentes biológicos, as quais variam pela forma de coleta, tipo 
equipamento, custo, capacidade, dentre outros. A escolha do método 
a ser empregado na avaliação dependerá do local de amostragem e da 
finalidade da mesma.
Resumo 
Nesta aula vimos:
•	 Métodos para coleta de agentes biológicos.
•	 Estratégias de amostragem para agentes biológicos.
Atividade de aprendizagem
•	 Aproveite este momento para fazer um resumo de cada um dos métodos 
para coleta de agentes biológicos aprendidos, apontando as diferenças, 
vantagense desvantagens.
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 26
e-Tec Brasil27
Aula 4 – Medidas de controle 
para Agentes Biológicos
Você verá que estas medidas devem obedecer a uma hierarquia, sendo as 
adotadas na fonte as de caráter prioritário. Em complemento, você aprende-
rá informações importantes sobre graus de insalubridade relativos a agentes 
biológicos. Vamos saber mais?
4.1 Medidas de controle
Na primeira aula, você aprendeu que as medidas de controle podem ser: 
(1) relativas ao ambiente, (2) administrativas e (3) relativas ao trabalhador, 
e que devem obedecer necessariamente a esta ordem de prioridade. Mas, 
por que isso?
Porque as medidas de controle de agentes biológicos aplicadas na fonte têm 
por objetivo evitar a presença (existência) de microrganismos no local 
de trabalho. Desta forma, elas são as mais importantes, pois visam eliminar 
o risco. Entretanto, se não for possível eliminar o risco, devemos pensar em 
uma forma de neutralizá-lo, ou seja, de conviver com o risco de maneira que 
não prejudique o trabalhador. Neste contexto, é que entram as demais medi-
das de controle: as aplicadas na trajetória para evitar que os contaminan-
tes se proliferem no meio ambiente - as administrativas e as relativas ao 
trabalhador para complementar as duas anteriormente descritas.
Nesse sentido, Saliba (2011) e Brevivigliero, Possebon e Spinelli (2012) citam 
algumas medidas preventivas que devem ser adotadas: 
•	 Medidas relativas ao meio ambiente (adota-
das na fonte e/ou na trajetória): modificação do 
processo, encerramento (isolamento) do processo, 
esterilização de instrumentos e objetos de pacien-
tes em estabelecimentos de saúde, limpeza e de-
sinfecção de superfícies fixas e de mobiliários dos 
ambientes de trabalho, ventilação (utilizar filtro de 
Figura 4.1: Sinalização 
de agentes biológicos
Fonte: Resignent / www.sxc.hu
Nesta aula, você aprenderá algumas das medidas de controle apli-
cadas aos agentes biológicos. 
Muitos dos desinfetantes 
químicos utilizados na descon-
taminação de superfícies e 
objetos contaminados por 
agentes biológicos são tóxicos, 
inflamáveis e até mesmo cancerí-
genos. Então, deve-se, nestes 
casos, ter uma atenção especial 
à proteção do trabalhador que 
faz o manuseio desses produtos
ar nos ambientes de trabalho climatizados), 
controle de vetores (roedores, morcegos, ni-
nhos de aves e respectivos excrementos) e 
sinalização.
•	 Medidas administrativas e relativas ao 
trabalhador: treinamento nos métodos de 
trabalho, informação sobre os riscos dos 
agentes biológicos, diminuição do número de pessoas expostas, controle 
médico (realização de exames periódicos e emprego de vacinas), estabe-
lecimento de procedimentos de higiene pessoal (não beber ou comer nos 
locais de trabalho, ter dois vestiários - um para roupa de trabalho e outro 
para roupa comum, tomar banho antes das refeições e após o término 
do trabalho) e uso de EPIs. 
4.2 Normas técnicas brasileiras
No Brasil, as normas técnicas não estabelecem limites para exposição ocu-
pacional a agentes biológicos. A NR-15 - Atividades e Operações Insalubres 
- no seu anexo 14, que trata de Agentes Biológicos, determina que a insa-
lubridade por exposição ao agente biológico deve ser feita por meio de ava-
liação qualitativa através de inspeção nos locais de trabalho (SALIBA, 2011). 
De acordo com o anexo 14 da NR-15, são consideradas:
•	 Insalubridade de grau máximo 
Trabalhos ou operações, em contato permanente, com:
a) Pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como ob-
jetos de seu uso não previamente esterilizados.
b) Carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pelos e dejeções de 
animais portadores de doenças infectocontagiosas (carbunculose, bruce-
lose, tuberculose).
c) Esgotos (galerias e tanques). 
d) Lixo urbano (coleta e industrialização).
•	 Insalubridade de grau médio 
Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais 
ou com material infectocontagiante, em:
As autoclaves são equipamen-
tos que utilizam calor úmido na 
forma de vapor saturado sobre 
pressão para destruir agen-
tes biológicos e/ou resíduos 
infecciosos. Os trabalhadores 
envolvidos com estes 
equipamentos estão sujeitos a 
vários riscos como: queimaduras, 
contato com contaminantes e 
explosão do equipamento devido 
à pressão. Para saber mais sobre 
os acidentes ocorridos com 
autoclaves, consulte os links das 
seguintes reportagens: http://nr-
13-noticias-explosoes.blogspot.
com.br/2010/11/acidente-com-
auto-clave-deixa-6-feridos.html 
e http://www.d24am.com/
noticias/amazonas/problema-
com-equipamento-medico-
deixa-uma-pessoa-ferida-em-
ubs-no-sao-jorge/29810
Figura 4.2: Higienização e de-
sinfecção hospitalar
Fonte: http://www.atriorio.com.br
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 28
a) Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de 
vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde 
humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pa-
cientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, 
não previamente esterilizados).
b) Hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos 
destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao 
pessoal que tenha contato com tais animais).
c) Contato, em laboratórios, com animais destinados ao preparo de soro, 
vacinas e outros produtos.
d) Laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão só ao pesso-
al técnico).
e) Gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se 
somente ao pessoal técnico).
f) Cemitérios (exumação de corpos).
g) Estábulos e cavalariças.
h) Resíduos de animais deteriorados.
Nesta aula, você estudou a ordem de prioridade das medidas de controle 
e aprendeu em alguns exemplos o que deve ser feito para o controle de 
agentes biológicos. Ainda, você verificou que, de acordo com o anexo 14 
da NR15, as atividades, envolvendo agentes biológicos caracterizados por 
avaliação qualitativa, possuem graus de insalubridade máximo ou médio.
Resumo 
Nesta aula vimos:
As medidas de controle para agentes biológicos e a norma técnica brasileira 
pertinente a estes agentes.
O texto geral da NR-15 está 
em processo de alteração e 
até 31 de dezembro de 2012, 
o mesmo estará em consulta 
pública para coleta de sugestões 
da sociedade. Posteriormente, 
os anexos da NR-15 também 
serão modificados e as suas 
propostas básicas serão 
submetidas à consulta pública 
em períodos específicos a serem 
divulgados pelo MTE. Lembre-
se de que como futuro técnico 
de segurança do trabalho, você 
deve estar atento às atualizações 
das legislações! Para saber 
mais, acesse o link do Ministério 
do Trabalho e Emprego 
disponível em: http://portal.
mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm.
e-Tec BrasilAula 4 – Medidas de controle para Agentes Biológicos 29
Atividade de aprendizagem
•	 Conforme você aprendeu, alguns tipos de desinfetantes químicos são 
utilizados para desinfetar superfícies e objetos contaminados por agentes 
biológicos. Dentre estes podemos citar o ácido peracético, o glutaraldeí-
do e o álcool etílico. Pesquise na internet: (1) onde e para que são empre-
gados estes desinfetantes e (2) se eles podem causar algum dano à saúde 
de quem os manuseia. Anote no espaço abaixo as suas conclusões. 
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 30
e-Tec Brasil31
Aula 5 – Introdução aos Agentes 
Físicos e ao Calor 
Nosso objetivo, no estudo dos agentes físicos, é compreender como estas 
formas de energia podem afetar os trabalhadores, em que atividades labo-
rativas estão presentes, como avaliá-las e como controlá-las.
5.1 O que sãoos agentes físicos?
Você lembra o que são agentes físicos? Para responder a esta pergunta, 
vejamos o que define a NR-9, que trata do Programa de Prevenção de Ris-
cos Ambientais:
“Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que 
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pres-
sões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não 
ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom”. 
5.2 Temperaturas extremas
Temperaturas extremas são condições térmicas rigorosas sob as quais podem 
ser realizadas atividades profissionais (OLIVEIRA et al., 2011). Dentre estas 
condições, destacamos o calor e o frio intenso. Nesta aula, iremos aprender 
sobre o calor e, futuramente, sobre o frio. 
5.2.1 Conceitos fundamentais sobre o calor
O calor constitui um fator de risco relevante do ponto de vista da saúde 
ocupacional. A exposição a este agente físico pode ocorrer em diversos am-
bientes de trabalho, tais como: siderúrgicas, fundições, indústrias têxteis, 
padarias, entre outros (SALIBA, 2011).
Nesta aula, daremos início ao estudo dos agentes físicos. Primei-
ramente, faremos uma breve revisão para você relembrar quais 
são os elementos que pertencem a este grupo. Na sequência, 
apresentaremos as temperaturas extremas, mais especificamente 
o calor, que será nosso primeiro agente físico a ser apreendido.
As pessoas que trabalham em ambientes 
onde a temperatura é muito alta estão su-
jeitas a sofrer de fadiga, ocorrendo falhas 
na percepção e no raciocínio, e sérias per-
turbações psicológicas que podem produzir 
esgotamento físico e prostrações (BREVI-
GLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Desta forma, é importante que você, futu-
ro técnico em segurança do trabalho, saiba 
como ocorre a interação térmica do nosso 
organismo com o meio ambiente. Vamos, 
então, conhecer este processo?
Uma pessoa, quando exposta a diferenças de temperatura, pode: 
•	 ganhar ou perder calor por condução, convecção e radiação, dependen-
do se a temperatura da sua pele está mais alta ou mais baixa que a tem-
peratura do ar;
•	 ganhar calor por metabolismo (gerado pelo seu próprio organismo, de-
pendendo da atividade física que está realizando);
•	 perder calor por evaporação (por meio do suor). 
Assim, para que o corpo humano se mantenha em equilíbrio térmico, a quan-
tidade de calor ganha pelo organismo deve ser igual à quantidade de calor 
perdida para o meio ambiente. (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
Então, as trocas térmicas entre o corpo e o meio ambiente podem ser des-
critas pela seguinte expressão matemática (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPI-
NELLI, 2012):
Prostração significa desânimo, 
depressão e abatimento.
M ± C ± R - E = S
Onde:
M = calor produzido pelo metabolismo
C = calor ganho ou perdido por condução – convecção
Figura 5.1: Exposição de trabalha-
dores ao calor em uma fundição.
Fonte: Figura cortesia de Victor Habbick/Free 
Digital Photos.net
Na disciplina de Controle 
de Riscos e Sinistros, você 
estudou as três formas básicas 
de transferência de calor: 
condução, convecção e radiação, 
e aprendeu que para haver 
troca de calor entre dois corpos 
ou sistemas é preciso ter uma 
diferença de temperatura entre 
eles. Caso você tenha alguma 
dúvida sobre esses mecanismos, 
consulte seu material didático 
impresso ou o virtual, que está 
disponível no nosso Ambiente 
Virtual de Aprendizagem.
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 32
R = calor ganho ou perdido por radiação
E = calor perdido por evaporação
S = calor acumulado no organismo.
Assim, se:
S > 0: o corpo está em hipertermia (elevação da temperatura corporal)
S = 0: o corpo está em equilíbrio térmico
S < 0: o corpo está em hipotermia (diminuição da temperatura corporal)
É importante ressaltar que as trocas térmicas são influenciadas por inúmeros 
fatores, mas dentre esses, cinco são os de maior relevância e devem, portan-
to, ser considerados na quantificação da sobrecarga térmica: a temperatura 
do ar, a umidade relativa do ar, a velocidade do ar, o calor radiante e o tipo 
de atividade exercida pelo trabalhador (SALIBA, 2011).
5.2.2 Mecanismos de defesa do organismo 
frente ao calor e doenças do calor
Quando o organismo humano está submetido ao calor intenso, ele apresen-
ta dois mecanismos de defesa (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012):
a) Vasodilatação periférica: é o aumento da circulação (fluxo) de sangue 
na superfície do corpo para permitir maior troca de calor entre o orga-
nismo e o ambiente, pois o fluxo de sangue transporta calor do núcleo 
(interior) do corpo para superfície, onde ocorrem as trocas térmicas. 
b) Sudorese: é a ativação das glândulas sudoríferas, permitindo a perda de 
calor por meio da evaporação do suor. O número de glândulas ativadas é 
diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente.
Mas, se estes dois mecanismos forem insuficientes para promover a perda 
adequada de calor (de forma a manter a temperatura do corpo em torno de 
37°C), uma fadiga fisiológica poderá ocorrer, manifestando- se na forma das 
seguintes doenças (SALIBA, 2011):
e-Tec BrasilAula 5 – Introdução aos Agentes Físicos e ao Calor 33
a) Exaustão do calor: com a dilatação dos vasos sanguíneos em resposta 
ao calor, há insuficiência do suprimento de sangue do córtex cerebral, 
resultando em queda de pressão (baixa pressão arterial).
b) Desidratação: em seu estágio inicial, a desidratação atua principalmente 
na redução do volume de sangue, promovendo a exaustão do calor. Mas, 
em casos mais extremos produz distúrbios na função celular, ineficiência 
muscular, redução da secreção (especialmente das glândulas salivares), 
perda de apetite, dificuldade de engolir, acúmulo de ácido nos tecidos, 
febre e até mesmo a morte (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
c) Cãibra do calor: durante a sudorese, ocorre perda de água e sais mi-
nerais, principalmente do cloreto de sódio. Com a redução desta subs-
tância no organismo, poderão ocorrer espasmos musculares e cãibras 
(SALIBA, 2011).
d) Choque térmico: ocorre quando a temperatura do núcleo do corpo é tal 
que põe em risco algum tecido vital que permanece em contínuo funcio-
namento (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
Muitos são os sintomas destas doenças, dentre os quais podemos destacar: 
dores de cabeça, tonturas, mal-estar, franqueza etc.
Nesta aula, vimos como ocorrem as trocas térmicas entre o organismo e o 
meio ambiente, os fatores que as influenciam, os mecanismos de defesa do 
corpo e as doenças do calor.
Resumo 
Nesta aula, você relembrou o que são agentes físicos e aprendeu conceitos 
básicos acerca do calor, nosso primeiro agente físico a ser estudado. 
Atividade de aprendizagem
•	 Você conhece alguém, entre seus amigos e familiares, que já teve desi-
dratação ou alguma outra doença resultante do calor? Caso não conhe-
ça, pesquise entre seus colegas de classe se algum deles já vivenciou esta 
situação, seja por eles mesmos ou com conhecidos. Anote no espaço 
abaixo os relatos, sintomas e queixas a respeito deste assunto.
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 34
e-Tec Brasil35
Aula 6 – Avaliação do Calor I
Conforme você aprendeu na aula 5, na avaliação do calor devemos levar em 
consideração os parâmetros que influem na sobrecarga térmica a que estão 
submetidos os trabalhadores, isso para que a análise realizada expresse as 
condições reais de exposição. Desta forma, cinco são os fatores que devem 
ser considerados: temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do 
ar, calor radiante e tipo de atividade exercida pelo trabalhador (BREVIGLIE-
RO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
Perceba, no entanto, que os quatro primeiros fatores citados são caracterís-ticos do meio ambiente e podem ser mensurados por meio de instrumentos 
específicos. Mas, a quantificação do calor produzido pelo tipo de atividade 
física exercida pelo trabalhador é bem mais complexa, e na prática, só pode 
ser estimada por tabelas e gráficos, que serão vistos mais adiante (BREVI-
GLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
Vamos observar agora, no quadro 6.1, como cada troca térmica se correlacio-
na com as variáveis do meio ambiente e com a tarefa exercida (SESI, 2007).
Quadro 6.1: Correlação entre as trocas térmicas e as variáveis do ambiente
Parâmetro Tempera-
tura do ar
Velocidade 
do ar
Carga ra-
diante do 
ambiente
Umidade 
relativa 
do arTroca
Convecção xxx xxx ........ ...........
Radiação ........... .............. xxx ............
Evaporação xxx xxx ............ xxxx
Metabolismo (*) ........... .............. .............. ..............
xxx interfere na troca
.......... não interfere na troca
(*) o metabolismo se relaciona diretamente com a atividade física da tarefa
Fonte: SESI (2007)
Nesta aula, você vai aprender como deve ser feita a avaliação da 
exposição ao calor. Vai entender também, quais são os instrumen-
tos de medição utilizados, quais são os parâmetros avaliados e, 
também, as normas aplicáveis.
6.1 Limites de tolerância
O Anexo 3 da NR-15, que trata dos limites de tolerância para exposição ao 
calor, determina que devemos empregar na avaliação da exposição do calor 
o Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo (IBUTG). 
O IBUTG consiste em um índice de sobrecarga térmica definido por uma 
equação matemática que correlaciona alguns parâmetros medidos no am-
biente de trabalho. A equação varia em função da presença ou não de carga 
solar no momento da mediação (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Desta forma, de acordo com o Anexo 3 da NR-15, devemos ter para:
 
Ainda, de acordo com o Anexo 3 da NR-15, os aparelhos que devem ser usa-
dos nesta avaliação são: termômetro de bulbo úmido natural, termômetro 
de globo e termômetro de mercúrio comum. As medições devem ser efe-
tuadas no local onde permanece o trabalhador à altura da região do corpo 
mais atingida. 
•	 Ambientes internos ou externos sem carga solar: 
IBUTG = 0,7tbn + 0,3tg
•	 Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7tbn + 0,1tbs + 0,2tg
Onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco
É muito importante que você 
leia e estude o Anexo 3 da 
NR-15 para dominar o que 
se estabelece sobre os limites 
de tolerância para exposição 
ao calor. Este anexo pode ser 
consultado no site do Ministério 
do Trabalho e Emprego, 
disponível em: http://portal.
mte.gov.br/legislacao/normas-
regulamentadoras-1.htm
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 36
A Norma de Higiene Ocupacional NHO-06 da Fundacentro estabelece 
procedimentos técnicos para avaliação da exposição ocupacional ao calor. 
Essa norma, além de preencher as lacunas no Anexo 3 da NR-15, auxilia 
os profissionais de segurança a interpretar e analisar de maneira científica 
o índice de avaliação IBUTG, adotado pelo Ministério do Trabalho e Em-
prego (MTE) por meio da NR-15 (SALIBA, 2011). Desta forma, sugerimos 
a você, futuro técnico de segurança do trabalho, que consulte e estude a 
NHO-06, que se encontra disponível no link: http://www.fundacentro.
gov.br/conteudo.asp?D=CTN&C=1191&menuAberto=196
6.2 Instrumentos de medição
Vamos, agora, conhecer os instrumentos de medição empregados para de-
terminar o IBUTG:
•	 Termômetro de Bulbo Seco: é um termômetro de mercúrio comum, 
cujo bulbo fica em contato com o ar. Portanto, por meio dele obtemos a 
temperatura do ar (tbs).
•	 Termômetro de Bulbo 
Úmido Natural: é um ter-
mômetro cujo bulbo é reco-
berto por um pavio em for-
ma tubular, de cor branca, 
de tecido de algodão, com 
alto poder de absorção de 
água. Esse pavio deve ser 
mantido úmido em água 
destilada, no mínimo meia 
hora antes de fazer a leitu-
ra da temperatura (tbn). 
•	 Termômetro de Globo: é um aparato que possui um termômetro posi-
cionado no centro de uma esfera oca de cobre de diâmetro de seis pole-
gadas. A esfera é preenchida naturalmente com ar e a abertura é fecha-
da pela rolha do termômetro. A esfera é pintada externamente de preto 
fosco, um acabamento altamente absorvedor de radiação infravermelha 
(SESI, 2007). A leitura deste instrumento corresponde à temperatura mé-
dia de radiação do ambiente (calor radiante).locais específicos de trabalho.
Figura 6.1: Termômetro de Bulbo Úmido Natural
Fonte: Fundacentro citado por SESI (2007)
e-Tec BrasilAula 6 – Avaliação do Calor I 37
 
Neste momento, você pode estar se perguntando: estes três instrumentos 
não medem apenas temperatura? Como os cinco fatores que influenciam as 
trocas térmicas entre o corpo e o meio estão relacionados nesta avaliação? 
A resposta para estes questionamentos está no quadro 6.2 que explica como 
funcionam estes instrumentos e quais parâmetros afetam sua leitura.
Quadro 6.2: Princípio de funcionamento dos principais instrumentos (sensores) e pa-
râmetros que afetam sua leitura
Sensor Princípio
Parâmetro do 
ambiente que 
afeta sua leitura
Peculiaridades e 
observações
Termômetro de 
Bulbo Seco
Estabiliza com a temperatura 
do ar que circunda o bulbo.
Temperatura do ar
Termômetro de 
Bulbo Úmido 
Natural
A evaporação da água 
destilada presente no pavio 
refrigera o bulbo.
Temperatura do ar
Velocidade do ar
Umidade relativa do ar
A temperatura do Tbn será sem-
pre menor ou igual à temperatura 
do termômetro bulbo seco.
Será igual quando a umidade 
relativa do ar for de 100%, 
pois o ar saturado não admite 
mais evaporação de água. Sem 
evaporação, não há redução da 
temperatura.
Termômetro de 
Globo
A absorção da radiação in-
fravermelha aquece o globo, 
que aquece o ar interno, que 
aquece o bulbo. Possui um 
tempo de estabilização de 20 
a 30 minutos, por essa razão.
Calor radiante no ambien-
te (fontes radiantes)
Temperatura do ar
Velocidade do ar
A temperatura de globo será 
sempre maior que a temperatura 
de bulbo seco, pois sempre há 
uma carga radiante no ambiente; 
quando muito pequena, a dife-
rença pode ser mascarada pela 
precisão dos sensores, podendo 
ser numericamente igual.
A esfera perde calor por convec-
ção; portanto seu diâmetro deve 
ser padronizado.
Fonte: SESI (2007)
Figura 6.2: Termômetro de Globo
Fonte: Fundacentro citado por SESI (2007)
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 38
Nesta aula, você aprendeu que o Anexo 3 da NR-15 estabelece que a expo-
sição ao calor deve ser avaliada pelo Índice de Bulbo Úmido – Termômetro 
de Globo (IBUTG), que considera os cinco principais fatores que influenciam 
as trocas térmicas do indivíduo com o meio.
Resumo 
Nesta aula vimos:
•	 Os instrumentos de medição: termômetro de bulbo úmido natural, ter-
mômetro de globo e termômetro de mercúrio comum.
•	 Os limites de tolerância e as normas técnicas aplicáveis ao calor.
Atividade de aprendizagem
•	 Como futuro técnico em segurança do trabalho, você deve estar familia-
rizado com as legislações, normas regulamentadoras e, também, normas 
técnicas. Neste contexto, a Fundacentro, visando auxiliar profissionais da 
área de Segurança, publicou algumas normas de higiene ocupacional, 
dentre elas a NHO-06 que estabelece procedimentos técnicos para ava-
liação da exposição ao calor. Aproveite este momento de estudo para 
consultar e estudar esta norma que se encontra disponível em: http://
www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=CTN&C=1191&menuA
berto=196. Anote no espaço abaixo as principais informações.
e-Tec BrasilAula 6 – Avaliação do Calor I 39
e-Tec Brasil41Aula 7 – Avaliação do Calor II
Agora, daremos continuidade ao nosso estudo da avaliação da 
exposição ao calor. Você aprenderá, por meio de exemplos práti-
cos, como interpretar e utilizar os quadros e fórmulas do Anexo 
3 da NR-15.
Você estudou na aula 6 que o IBUTG é, de acordo com a NR-15, o índice 
empregado na análise da exposição ao calor, sendo calculado por meio de 
duas equações, conforme a presença ou não de carga solar. O IBUTG, ain-
da, considera o tipo de atividade desenvolvida: leve, moderada e pesada. 
Vamos saber mais?
7.1 Considerações acerca do 
Índice de Bulbo Úmido – 
Termômetro de Globo (IBUTG)
A partir de agora, você aprenderá que o IBUTG, ainda, considera o tipo de 
atividade desenvolvida (leve, moderada, pesada), e que a NR-15 prevê um 
regime de trabalho (envolvendo trabalho e descanso) para duas situações 
distintas:
•	 Regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio 
local de prestação de serviço.
•	 Regime de trabalho intermitente com período de descanso em outro lo-
cal (local de descanso).
•	 Sendo os períodos de descanso considerados tempo de serviço para to-
dos os efeitos legais.
7.2 Trabalho e descanso no mesmo local
Nos casos em que o descanso e o trabalho ocorrem no mesmo local, a ava-
liação da exposição ao calor é realizada de acordo com o Quadro 1 do Anexo 
3 da NR-15, transcrito na figura 7.1.
Regime de trabalho in-
termitente com descan-
so no próprio local de 
trabalho (por hora)
Tipo de atividade
Leve Moderada Pesada
Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0
45 minutos trabalho
15 minutos descanso
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 minutos trabalho
30 minutos descanso
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 minutos trabalho
45 minutos descanso
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não é permitido o trabalho, sem a 
adoção de medidas adequadas de 
controle
Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0
Figura 7.1: Quadro 1 do Anexo 3 da NR15
Fonte: NR-15 do Ministério do Trabalho e Emprego
Antes de utilizar o Quadro 1, devemos calcular o IBUTG por meio das fór-
mulas vistas na aula 6 e determinar se o tipo de atividade realizada pelo 
trabalhador é leve, moderada ou pesada. Para saber qual é o tipo da ativida-
de, consultamos o quadro 3 do Anexo 3 da NR-15, transcrito na figura 7.2. 
Na sequência, de posse das informações, verificamos no Quadro 1, qual é o 
regime de trabalho que a norma propõe para a situação avaliada.
Taxas de metabolismo por tipo de atividade
Tipo de atividade Kcal/h
Sentado em repouso 100
Trabalho Leve
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco (ex.: datilografia)
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas (ex.: dirigir)
De pé, trabalho leve, em máquina ou bancada, principalmente com os braços.
125
150
150
Trabalho Moderado
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas.
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma movimentação.
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com alguma movimentação.
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar.
180
175
220
300
Trabalho Pesado
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá).
Trabalho fatigante
440
550
Figura 7.2: Quadro 3 do Anexo 3 da NR-15
Fonte: NR-15 do Ministério do Trabalho e Emprego
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 42
Vejamos, agora, um exemplo prático retirado de SESI (2007), que 
ilustra como fazer a avaliação da exposição ao calor no caso de 
trabalho e descanso no mesmo local.
Exercício Resolvido 1
Trabalho e descanso no próprio local:
Um operador de forno carrega a carga em 03 minutos, a seguir aguarda por 
04 minutos o aquecimento da carga, sem sair do lugar, e gasta outros 03 
minutos para a descarga. Este ciclo de trabalho é continuamente repetido 
durante a jornada de trabalho. No levantamento ambiental, obtivemos os 
seguintes valores:
Tg = 35°C
Tbn = 25°C
O tipo de atividade é considerado como moderado.
Resposta:
Cada ciclo de trabalho é de 10 minutos; portanto, em uma hora teremos 06 
ciclos, e o operador trabalha 6x6 = 36 minutos e descansa 4x6 = 24 minutos. 
Como o ambiente é interno, sem incidência solar, o IBUTG será:
IBUTG = 0,7Tbn + 0,3Tg
IBUTG = 0,7 x 25 + 0,3 x 35
É importante esclarecer que para utilizar o Quadro 1 do Anexo 3 da NR-15, 
o descanso no próprio local de trabalho deve ser entendido como aquele 
que ocorre no mesmo ponto físico do trabalho, e não no “mesmo 
recinto”, significando que o trabalhador está submetido ao mesmo IBUTG 
de quando trabalha. Pois, se houver qualquer alteração do IBUTG, por 
mudança da posição física do trabalhador, este quadro já não pode mais 
ser aplicado (SESI, 2007). Esse critério é utilizado para definir regimes de 
trabalho – descanso nas condições de operação em que o trabalhador não 
pode abandonar o local de trabalho, entre a execução de uma tarefa e a 
seguinte (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
A atividade moderada foi 
definida por meio do Qua-
dro 3 do Anexo 3 da NR-15
e-Tec BrasilAula 7 – Avaliação do Calor II 43
IBUTG = 28,0°C
Consultando-se o quadro I da NR-15, Anexo 3, verificamos que o regime 
de trabalho nesse caso deve ser de 45 minutos de trabalho e 15 minutos 
de descanso a cada hora, para que não haja sobrecarga térmica. Como o 
operador trabalha 36 minutos e descansa 24 minutos, a sobrecarga térmica 
é considerada aceitável.
Logo, podemos concluir que a atividade exercida pelo trabalhador, do exer-
cício 1, é salubre. 
7.3 Trabalho com descanso em outro local
Quando o trabalhador descansa em local diferente (termicamente mais ame-
no) do lugar em que trabalha, devemos utilizar outra metodologia para ava-
liar a exposição ao calor. Nestes casos, devemos calcular o IBUTG do ambien-
te de trabalho e o IBUTG do ambiente de descanso, para, então, com estes 
valores, calcular o IBUTG médio, ponderado por hora.
Para estas condições, os limites de tolerância são fornecidos pelo Quadro 2, 
do Anexo 3 da NR-15, transcrito na figura 7.3.
M (Kcal/h) Máximo IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Figura 7.3: Quadro 2 do Anexo 3 da NR-15
Fonte: NR-15 do Ministério do Trabalho e Emprego
Onde: M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora, deter-
minada pela seguinte fórmula: 
M = Mt × Tt + Md × Td
Sendo que:
•	 Mt = taxa de metabolismo no local de trabalho.
60
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 44
•	 Tt = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de 
trabalho.
•	 Md = taxa de metabolismo no local de descanso.
•	 Td = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de 
descanso.
Já, os valores presentes na segunda coluna do Quadro 2 do Anexo 3 da NR-
15 correspondem ao maior valor do IBUTG médio ponderado, que é admis-
sível ao respectivo metabolismo.
O IBUTG médio ponderado para uma hora, chamado de IBUTG , é determi-
nado pela seguinte fórmula:
IBUTG = IBUTGt × Tt + IBUTGd × Td
60
Onde:
•	 IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
•	 IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
•	 Tt e Td = variáveis anteriormente definidas.
Agora, para melhor entendermos a aplicação das fórmulas e dos quadros 
apresentados, vejamos um exemplo prático retirado de SESI (2007), que ilus-
tra como fazer a avaliação da exposição de calor, para locais onde o descan-
so e trabalho ocorrem em locais distintos.
Exercício Resolvido 2
Regime de trabalho com descanso em outro local:
Um operador de forno demora 03 minutos para carregar o forno, a seguir 
aguarda o aquecimento por 04 minutos, fazendo anotações em um local 
distante do forno, para depois descarregá-lo durante 03 minutos. Verificar 
qual oregime de trabalho/descanso.
Nesse caso, temos duas situações térmicas diferentes, uma na boca do forno e 
outra na segunda tarefa. Temos, portanto, de fazer as medições nos dois lugares.
Os tempos Tt e Td devem ser 
tomados no período mais desfa-
vorável (crítico) do ciclo de trab-
alho e devem somar 60 minutos 
corridos (Tt+Td=60). Já, as taxas 
de metabolismos Mt e Md devem 
ser obtidas por meio do Quadro 
3 do Anexo 3 da NR-15.
e-Tec BrasilAula 7 – Avaliação do Calor II 45
Local 1 Tg = 54°C
(Trabalho) Tbn = 22°C
 Atividade Metabólica M = 300 kcal/h
Máximo IBUTG Médio Ponderado Permissível – NR – 15
M (Kcal/h) Máximo IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Resposta:
Calculando-se o IBUTG de trabalho = 0,7 x 22 + 0,3 x 54
 (IBUTG)t = 31,6°C
Local 2 Tg = 28°C
(Descanso) Tbn = 20°C
 M = 125 kcal/h
Calculando-se o IBUTG de descanso = 0,7 x 20 + 0,3 x 28
 (IBUTG)d = 22,4°C
Temos que calcular o IBUTG médio e o Metabolismo médio, que será a média 
ponderada entre o local de trabalho e o de descanso. O tempo de trabalho no ciclo 
é de 06 minutos e o de descanso de 04 minutos. Como os ciclos se repetem, em 
uma hora teremos, portanto, 06 ciclos de 10 minutos cada um. Teremos em uma 
hora 36 minutos de trabalho e 24 minutos de descanso.
O IBUTG médio será:
A atividade metabólica de-
finida por meio do Quadro 
3 do Anexo 3 da NR-15
A atividade metabólica de-
finida por meio do Quadro 
3 do Anexo 3 da NR-15
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 46
IBUTG = 31,6 × 36 + 24 × 24
60 
IBUTG = 27,9oC
M = 300 × 36 + 125 × 24
60 
M = 230 Kcal/h
Considerando o quadro do máximo IBUTG médio ponderado permissível 
para o metabolismo médio de 230 kcal/h da legislação (não encontramos 
esse valor, adotamos o valor de 250 kcal/h a favor da segurança), deparamos 
com o valor de 28,5°C. Como o IBUTG médio calculado foi de 27,9°C, con-
cluímos que esse ciclo de trabalho é compatível com as condições térmicas 
existentes.
A Fundacentro, por meio da Norma de Higiene Ocupacional NHO-06, for-
nece mais valores de limites de tolerância além dos apresentados no Quadro 
2 do Anexo 3 da NR-15, de maneira a complementar a NR. Estes novos 
valores estão disponíveis no Quadro 2 da NHO-06 que pode ser encontrada 
no link: http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=CTN&C=11
91&menuAberto=196. Consultando este quadro, você verá que para um 
metabolismo médio de 231 kcal/h, o valor máximo permissível para o IBUTG 
médio é de 29,3°C, o que igualmente comprova a conformidade da situa-
ção do exercício 2 (atividade salubre). Note, entretanto, que no Quadro 2 da 
NHO-06, também, não há o valor de metabolismo de 230 kcal/h, de forma 
que temos que adotar 231 kcal/h (usamos sempre o maior valor em favor da 
segurança). Entretanto, perceba que este número é muito mais próximo do 
que o proposto pela NR-15 (250 kcal/h). Assim, é muito importante que você 
conheça os valores complementares propostos pela NHO-06, para que possa 
melhor executar a avaliação de exposição ao calor. 
Vimos, nesta aula, que é preciso utilizar os respectivos quadros e fórmulas es-
tabelecidos no Anexo 3 da NR-15 para fazer a avaliação da exposição ao calor.
Resumo 
Nesta aula, você aprendeu a fazer a avaliação da exposição ao calor em duas 
situações distintas: 
•	 em regime de trabalho com descanso no mesmo local; 
•	 em regime de trabalho com descanso em local diferente. 
e-Tec BrasilAula 7 – Avaliação do Calor II 47
Atividade de aprendizagem
•	 Um trabalhador da indústria de galvanoplastia (técnica de revestimento 
metálico) realiza seu trabalho em dois postos de trabalho sem a influên-
cia solar, onde foram avaliadas as seguintes condições:
•	 Estufa: trabalho em pé, de carregar e descarregar a estufa para secagem 
de peças. Os suportes de peças são retirados do carrinho e empurrados 
por meio de ganchos até a estufa. O mesmo procedimento é utilizado 
para retirada das peças da estufa, porém puxando-se os ganhos.
 Temperaturas: tg = 32°C, tbn = 29°C, tbs = 31°C.
 Tempo para carregar e descarregar = 30 minutos.
•	 Preparação de suportes (local distante da estufa): trabalho em pé, co-
locando peças no suporte para serem deslocadas por carrinhos até a 
estufa.
 Temperaturas: tg=25°C, tbn = 23°C, tbs = 26°C.
 Tempo para preparação do suporte = 30 minutos
•	 Com base nos dados acima, faça a avaliação da exposição ao calor e ava-
lie se esta atividade é compatível com o que prevê a NR-15.
A condição de trabalho é salubre, pois de acordo com a NR-15, para uma taxa de metabolismo de 250 kcal/h, o IBUTG 
máximo é 28,5°C. Como o IBUTG médio calculado é de 26,75°C, ele é, portanto, menor que o permissível.
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 48
e-Tec Brasil49
Aula 8 – Medidas de controle para o Calor
Primeiramente, você estudará as medidas relativas ao ambiente, que são as 
prioritárias, para então estudar as medidas administrativas e as relativas ao 
trabalhador.
8.1 Medidas de controle 
relativas ao ambiente
As medidas relativas ao ambiente destinadas ao controle do calor procuram 
diminuir os fatores que influenciam na sobrecarga térmica, como os fatores 
ambientais (temperatura do ar, velocidade do ar, umidade relativa do ar e calor 
radiante) e metabólicos (influenciados pelo tipo de atividade desenvolvida). 
Neste sentido, muitos são os dispositivos que podem ser empregados no 
ambiente para controle do calor. No quadro 8.1 descrevemos alguns destes 
exemplos, apontando sobre qual fator atuam.
Quadro 8.1: Medidas de controle em função do fator alterado
Medida adotada Fator alterado
Insuflação de ar fresco no local em que permanece o trabalhador e revestimen-
to adequado das tubulações condutoras de fluido térmico.
Temperatura do ar
Maior circulação do ar existente no local de trabalho. Velocidade do ar
Exaustão dos vapores d´água emanados de um processo. Umidade relativa do ar
Utilização de barreiras refletoras (alumínio polido, aço inoxidável) ou absorven-
tes (ferro ou aço oxidado) de radiação infravermelha, colocadas entre a fonte e 
o trabalhador.
Calor radiante
Automatização do processo. Por exemplo, mudança do transporte manual de 
carga, por transporte com esteira ou ponte rolante.
Calor produzido pelo metabolismo
Fonte: SALIBA (2011)
8.2 Medidas de controle administrativas 
e relativas ao trabalhador
Existe uma série de medidas que podem ser aplicadas diretamente ao trabalha-
dor visando minimizar a sobrecarga térmica. Dentre elas, estão as medidas de ca-
ráter administrativo e outras específicas ao pessoal, conforme veremos a seguir: 
Embora inúmeras medidas 
relativas ao ambiente possam 
ser aplicadas no controle do 
calor, para cada caso é preciso 
fazer uma análise minuciosa do 
problema para se determinar a 
melhor solução (BREVIGLIERO, 
POSSEBON, SPINELLI, 2012). 
Por exemplo: na adoção de um 
sistema de climatização do ar, é 
preciso avaliar a necessidade do 
local, para fazer o dimension-
amento adequado do sistema.
Nesta aula, você aprenderá algumas das medidas utilizadas para 
controlar o calor. 
•	 Exames médicos: recomenda-se a realização de exames médicos pré-
-admissionais (ou de seleção) e exames periódicos. Mas, por que isso? Os 
exames pré-admissionais têm 
por objetivo detectar proble-
mas de saúde que possam ser 
agravados pela exposição ao 
calor, tais como: problemas res-
piratórios, cardiocirculatórios, 
deficiências glandulares (princi-
palmente glândulas sudorípa-
ras), problemas de pele, hiper-
tensão etc. Tais exames 
permitem selecionar um grupo adequado de profissionais que tenham 
condições para executar tarefas sob calor intenso. Já, os exames periódi-
cos promovem umacompanhamento contínuo dos trabalhadores e vi-
sam identificar possíveis estados patogênicos em estágios iniciais (BREVI-
GLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
•	 Aclimatização: consiste em uma adaptação fisiológica do organismo 
a um ambiente quente. É uma medida de fundamental importância na 
prevenção dos riscos decorrentes do calor intenso. Quando um indiví-
duo se expõe pela primeira vez ao calor, há um aumento significativo da 
temperatura retal e do ritmo cardíaco, baixa sudorese e outros descon-
fortos como tonturas e náuseas. Nos quatro ou seis dias subsequentes, 
há redução deste desconforto, queda da temperatura retal e do rit-
mo cardíaco, intensificando-se a sudorese. A aclimatização será total em 
aproximadamente duas semanas. É importante mencionar que a perda 
de cloreto de sódio (sais) pela sudorese será menor no indivíduo aclima-
tizado (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
•	 Reposição hídrica e salina: um profissional exposto ao calor intenso, 
deverá ingerir maior quantidade de água e sal, sob orientação médica, 
para compensar a perda ocorrida na sudorese. A não reposição destes 
elementos pode levar à desidratação e cãibras do calor (BREVIGLIERO, 
POSSEBON, SPINELLI, 2012).
•	 Limitação do tempo de exposição: os tempos de exposição devem ser 
compatíveis com as condições de trabalho, no sentido de que o regime 
de trabalho – descanso atenda aos limites recomendáveis pela NR-15. 
Figura 8.1: Exames médicos
Fonte: http://upload.wikimedia.org
Podemos verificar a 
temperatura de uma pessoa 
de três formas: pela boca, 
pela axila ou pelo reto. 
A temperatura retal 
corresponde à temperatura 
avaliada pelo reto.
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 50
•	 Equipamentos de Proteção Individual (EPI): o uso de óculos com len-
tes especiais é necessário sempre que houver fontes consideráveis de 
calor radiante. Luvas, mangotes, 
aventais e capuzes devem ser utiliza-
dos para proteção das diversas partes 
expostas ao calor. Amianto é um ex-
celente isolante térmico, mas possui 
um alto coeficiente de absorção de 
calor radiante. Logo, o uso de EPI 
constituído simplesmente de amianto 
não é recomendável. O EPI deve ser 
revestido por um tecido aluminizado 
a fim de refletir a maior parte do ca-
lor radiante. Em complemento, as 
vestimentas dos trabalhadores devem ser confeccionadas com tecido 
leve e cor clara. Para situações de exposição crítica, existem diversas ves-
timentas para corpo inteiro e algumas que possuem sistema de ventila-
ção acoplado (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
•	 Educação e treinamento: a orientação dos trabalhadores quanto à prá-
tica correta de suas tarefas pode, por exemplo, evitar esforços físicos 
inúteis ou longos e desnecessários períodos de permanência próximos 
à fonte de calor. Deve-se conscientizar o trabalhador sobre o risco que 
representa a exposição ao calor intenso, educando-o quanto ao uso cor-
reto dos EPIs e alertando-o sobre a importância de asseio pessoal.
Nesta aula, você aprendeu a importância de estudar cada situação de exposi-
ção ao calor para saber qual a melhor medida a adotar, priorizando, é claro, 
as medidas implantadas no ambiente.
Resumo 
Nesta aula, você aprendeu vários exemplos de medidas de controle para o 
calor, desde as relativas ao ambiente quanto as administrativas e relativas ao 
trabalhador. 
Figura 8.2: Luvas de proteção térmica
Fonte: http://www.grupobt.com.br
e-Tec BrasilAula 8 – Medidas de controle para o Calor 51
Atividade de aprendizagem
•	 A implantação de períodos de descanso constitui uma medida eficiente 
no controle de sobrecarga térmica. Porém, alguns empregadores, ainda, 
são resistentes a essa ideia, pois alegam que pausas para descanso inter-
ferem na organização do trabalho e reduzem a produtividade. Se você, 
futuro técnico de segurança do trabalho, se deparasse com esta situação, 
quais argumentos utilizaria para convencer o empregador da necessida-
de destas pausas?
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 52
e-Tec Brasil53
Aula 9 – Temperaturas extremas: Frio
9.1 Exposição ocupacional ao frio 
e seus efeitos no organismo
A exposição ocupacional ao frio pode ser observada em diversas atividades 
laborativas realizadas em indústrias alimentícias, lacticínios, fabricação de 
sorvetes, frigoríficos, indústrias de bebidas, dentre outras.
Figura 9.1: Trabalho em frigorífico
Fonte: http://www.revistasupersul.com.br
Assim como o calor intenso, o frio também provoca inúmeras alterações no 
organismo e a exposição de trabalhadores a estas condições pode levar a 
doenças sérias, conforme veremos a seguir. 
Neste contexto, podemos dizer que a vasoconstrição periférica é a primei-
ra reposta do organismo frente à exposição ao frio, objetivando reduzir as 
perdas de calor do nosso corpo, de forma que o fluxo sanguíneo se reduz 
proporcionalmente à queda de temperatura corpórea (SALIBA, 2011).
Nesta aula, você aprenderá sobre o agente físico - frio. Estuda-
remos os efeitos do frio no organismo, as normas aplicáveis à 
exposição ocupacional ao frio e as medidas de controle.
Se a temperatura do corpo cair de maneira a atingir 35°C, uma redução gra-
dual de todas as atividades fisiológicas ocorrerá, diminuindo a pressão arterial, 
a frequência dos batimentos cardíacos e a taxa metabólica (SALIBA, 2011).
Com isso, o corpo tentará compensar as perdas por meio de tremores, como 
tentativa de produzir calor pela atividade muscular. Mas, se esta medida não 
for suficiente, o corpo continuará a perder calor e por volta dos 29°C, o hi-
potálamo perderá sua capacidade termorreguladora e, consequentemente, 
entraremos em um estado de sonolência e coma, determinando um quadro 
de hipotermia (SALIBA, 2011).
Além da hipotermia (queda excessiva da temperatura corporal), vários outros 
estados patogênicos, conhecidos como lesões do frio, podem afetar nosso 
organismo. Dentre estas lesões, podemos citar (BREVIGLIERO, POSSEBON, 
SPINELLI, 2012):
•	 Enregelamento dos membros: que pode levar à gangrena (apodreci-
mento do tecido) e amputação dos mesmos.
•	 Pés de imersão: quando os trabalhadores permanecem com os pés 
umedecidos ou imersos em água fria por longos períodos, provocando 
estagnação do sangue e paralisação dos pés e pernas.
•	 Ulcerações do frio: feridas, bolhas ra-
diadoras e necrose poderão ocorrer de-
vido à exposição ao frio intenso.
Ainda, é importante ressaltar que o frio in-
terfere na eficiência do trabalho e aumenta 
a incidência de acidentes, além de desenca-
dear inúmeras doenças reumáticas e respi-
ratórias (BREVIGLIERO, POSSEBON, SPINELLI, 2012).
9.2 Normas aplicáveis e 
limites de tolerância
O Anexo 9 da NR-15 é aquele que trata do agente físico frio. A seguir, trans-
crevemos toda a informação nele contido:
O hipotálamo é a região do 
encéfalo que tem por função 
manter o equilíbrio das funções 
corporais, como, a regulação 
da temperatura corporal, da 
sensação de fome, de sede e até 
do estresse emocional. Fonte: 
http://www.mundoeducacao.
com.br/biologia/hipotalamo.htm. 
Acesso: 15/01/2013.
Figura 9.2: Ulcerações do frio
Fonte: http://upload.wikimedia.org
Higiene no Trabalhoe-Tec Brasil 54
1. As atividades ou operação executadas no interior de câmaras fri-
goríficas, ou em condições que apresentem condições similares, que 
exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão 
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada 
no local de trabalho.
Perceba que o Anexo 9 é bastante sucinto e traz pouca informação a res-
peito da exposição ao frio. Então, devemos nos embasar em outras normas 
regulamentadoras para complementar nosso conhecimento acerca do frio. 
Nesse sentido, temos

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