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RESUMÃO - DOS DELITOS E DAS PENAS

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No seu livro, Beccaria busca falar dos delitos e das penas aplicando filosofia francesa à lei penal. O autor começa enfatizando que as vantagens da sociedade devem ser igualmente repartidas entre seus membros. Porém entre os homens há uma tendência de acumular na minoria privilégios, poder e felicidade, para que isso não ocorra é preciso de boas leis vigentes.
Historicamente, as leis deveriam ser convenções feitas entre os homens, mas foram, na maior parte das vezes, um instrumento das paixões da minoria e não obra de um prudente observador da natureza humana. Acharemos no coração humano os princípios fundamentais do direito de punir. As leis foram as condições que reuniam os homens. Cada um cedeu parte de sua liberdade para que pudessem gozar do resto dela com segurança e essas liberdades ficaram nas mãos do representante do povo. 
Só a necessidade constrange os homens a ceder parte de sua liberdade. Individualmente, cedem uma pequena parte dela. As penas que ultrapassam a necessidade de conservar o depósito da salvação pública são injustas por sua natureza e só as leis podem fixar as penas de cada delito. E sendo assim o direito de fazer leis é exclusivo do legislador. 
O juiz que for mais severo que a lei é injusto, ou seja, ele não pode aplicar uma pena não instituída por lei e muito menos aumenta-la em benefício de outrem. O legislador que criar leis, apenas terá o dever de cria-las, já que aplica-las não é a sua função. Logo, temos a seguinte classificação: os legisladores fazem as leis, o soberano é o legítimo intérprete das leis e os juízes tem que exclusivamente examinar se houve delito ou não para realizar a aplicação de uma lei. 
Algo eu o autor trata no seu livro, é quanto a obscuridade da lei, segundo ele, as leis devem ser divulgadas e de conhecimento de todos. Com leis penais executadas ao pé da letra cada cidadão pode calcular os inconvenientes de uma ação reprovável que pode desviá-lo do crime. As leis devem ser claras e disponíveis à sociedade. Quanto mais homens tiverem conhecimento delas, haverá menos delitos. 
No texto da lei, deve vir estabelecido o porquê de sua aplicação, o motivo e a consequência de sua ação e não o juiz. Com penas mais brandas, prisões banais e a compaixão dos homens, as leis deverão se contentar com os indícios mais fracos para a prisão. Ou seja, aqui, Beccaria afirma que com a banalização das penas, a prisão também ficará a mercê e as leis exigirão indícios igualmente banais para a sanção estabelecida.
Existem alguns tipos de provas importantes que são, as provas que precedem de uma outra prova, onde o delito é mais improvável porque se alguma prova for falsa ou mentirosa, corre o risco da que depende dela também ser falsa, então assim, a probabilidade do réu ser inocente é maior. As provas independentes são aquelas que não precisam de nenhuma outra para se apoiar, por si só já são suficientemente boas e existem maiores chances do delito ser provado.
Além disso, podem ser classificadas em perfeitas que demonstram que é impossível que o acusado seja inocente e imperfeitas que excluem a possibilidade de inocência do acusado.
Beccaria também diz que o grau que se dá de confiança para as testemunhas é importante se averiguar. Por isso, apenas uma testemunha não é o suficiente, pois se houver divergência entre as partes, não há nada de concreto e a justiça tem que respeitar o direito de cada um ser considerado inocente. Não se deve precipitar com nenhuma acusação, sem provas ou algo que demonstre o contrário. 
Por isso, enfatiza que as ações violentas, na sua maior parte das vezes, deixam muitos vestígios físicos e ainda na memória de quem presenciou ou sofreu, diferentemente das palavras que se perdem na memória. Por isso, a contradição das leis, exige que o acusado diga a verdade se tem interesse de cala-la. Juramentos se tornam simples formalidade. Torturas e juramento, para Beccaria, têm origem na religião, estão ligadas à dor, necessária para se salvar, pregada na idade média, estava a tortura. E ligado ao sacramento da confissão, estava o juramento nos tribunais.
Quanto aos delitos, podem ser certos, incertos, crimes atrozes e delitos menos hediondos que o homicídio. Sendo assim, respectivamente temos, o certo que deve ser punido com pena fixada em lei, ou seja, a tortura se torna algo inútil; O Incerto diz que aquele que cujo delito não se tem provas, é inocente. Crimes atrozes estão ligado a homicídios e até os crimes mais horríveis, como assassinatos. E por último, os crimes menos hediondos que homicídio, que no caso seria uma classificação mais “leve” que atrozes. 
Quando acusado do delito e de suas provas é necessário ceder um tempo para que o acusado possa se justificar devidamente e nesse curto espaço de tempo, investigar para saber se as provas procedem ou não. Como ocorre em grandes crimes, a inocência do acusado é mais provável do que o crime, prolongando o tempo da prescrição. Caso contrário, nos crimes de pequeno porte, deve-se prolongar o tempo do processo, pois a inocência é menos provável. Assim sendo, até a intenção de cometer delitos deve ser punida, pois deve-se buscar meios para que se previna a continuidade do crime. 
Para Beccaria, o mais justo seria, penas maiores para crimes já cometidos e pena menor para crimes começados. Essa mesma gradação de penas vale para os cúmplices exceto quando o executor recebeu dos cúmplices uma recompensa particular. Toda severidade que ultrapasse os limites pode ser considerada abuso de poder. Suplícios mais horríveis podem acarretar em impunidade. Como no caso das torturas onde a pena é severa e pode, eventualmente, condenar um inocente por não aguentar as dores. O rigor das penas deve ser relativo ao estado atual da nação.
Quanto a pena de morte, o autor questiona e argumenta que o direito que os homens possuem de matar, não vem da mesma origem que as leis que tutelam a vida, ainda menciona o suicídio dizendo que, ou o homem mesmo tira sua própria vida ou não deve ceder esse direito a ninguém. Sintetizando, a pena de morte não se apoia em nenhum direito e a experiência histórica dessa prática, nunca deteve outros criminosos de praticarem o mal. 
A rigidez da pena é menos eficaz do que a sua duração, sendo assim, Beccaria sugere que a escravidão perpétua, tem muito mis efeito do que uma pena de morte por exemplo, para ele, o acusado sabendo das severidades da pena, evitaria causar os delitos para não sofrer pra sempre em uma prisão, pois ser privado de liberdade e ainda assim sofrer constantes castigos, criaria a possibilidade de se pensar duas vezes antes de cometer um ato delituoso e já com a pena de morte, segundo ele, para alguns acusados é um alívio morrer. 
A lei para banimento, deve ser menos arbitrária e mais precisa possível, condena-se ao banimento aqueles que pusessem a nação na alternativa de cometer injustiça ou de temer um acusado e deixa-se também ao banido o direito de provar sua inocência e recuperar seus direitos. Aquele que perturba a tranquilidade pública, que não obedece as leis, viola as condições sob as quais os homens se sustentam e se defendem mutuamente, deve ser excluído da sociedade.
O confisco é relacionado a perda dos bens, no livro diz ser uma pena muito maior que o banimento, deve ser usado apenas em alguns casos, não todos. A infâmia, é a desaprovação pública, priva o culpado da confiança da sociedade depositada nele, logo as penas para os que agem de maneira infame, devem ser mais raras, pois o emprego de poder, enfraquece a própria opinião, assim, quanto mais rápida for a aplicação da pena, mais justa e útil ela sera. 
Portanto, não se trata do rigor que previne os crimes, mas sim a certeza que será castigado pelos atos, sendo assim, não se deve haver nenhum lugar fora do alcance das leis. Por isso, asilo que representa abrigo contra ações das leis, convidam mais à prática de crimes, por isso, cada crime deve ser punido no país que foi cometido. .
Ao pôr a cabeça de um criminoso a prêmio, o governo revela fraqueza. Quando a sociedade tem forçapara se defender, não compra socorro de outrem. Deve haver proporção entre os delitos e as penas, enfatiza mais uma vez o autor. A grandeza do crime não depende da intenção de quem comete, se se punisse a intenção, seria preciso ter não só um código particular de cada um, mas também uma nova lei penal para cada crime. 
Contudo, atentados contra a vida, honra, bens e outras coisas dos particulares, devem ser punidos com penas mais severas, mas não significa que as penas das pessoas mais conhecidas devem ser mais severas, devem ser igualmente aplicadas para todos os indivíduos. 
Ao se tratar dos duelos, Beccaria diz que eram praticas quase que exclusivas das pessoas de linhagem superior, pois os cidadãos comuns nunca tinham muito a perder ao declarar duelos entre si. A respeito disso, diz que apenas o agressor, o que provocou o duelo, deve ser punido, pois o que recusasse seria motivo de vergonha, pois teria de aceitar e defender sua honra e não deveria receber punição por isso. 
No livro, o autor classifica o roubo de diversas formas, que podem ser, com violência, sem violência, contrabando, falido de boa fé, emigrante, suicídio. Houve um tempo em que todas as penas eram pecuniárias, quem se confessasse culpado, reconhecia-se devedor físco e o juiz tinha a tarefa de obter essa confissão da maneira mais favorável aos interesses do fisco. 
Finalizando, algumas ideias que podem ser ressaltadas por Beccaria no seu livro para a prevenção de crimes são, ter leis simples e claras, que não favoreçam nenhuma classe particular e sejam igualmente eficazes para todos os membros da sociedade. A educação também é um ponto importante e a valorização das virtudes, para ele, isso seria necessário para a prevenção dos crimes e diminuição dos mesmos.

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