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4 Platão

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4 PLATÃO: IDEALISMO, VIRTUDE E TRANSCENDÊNCIA ÉTICA
4.1 Virtuosismo platônico e socratismo
Platão (427-347 a. C.):
Fundador da Academia;
Foi o discípulo mais notável de Sócrates;
Autor de inúmeros diálogos, dentre os quais Fedro e República;
A principal parte das premissas socráticas desembocou diretamente no pensamento platônico: a verdade é conhecimento; o vício existe em função da ignorância.
A filosofia em Platão segue uma orientação ética: ensina o homem a desprezar 
os prazeres, 
as riquezas e 
as honras. 
A finalidade do homem em Platão é: 
procurar transcender a realidade; 
procurar um bem superior em relação àquele que perdeu. 
Para se atingir este bem, o homem necessita viver numa "cidade perfeita" – A República. 
O homem mais feliz é o justo; bem mais do que o injusto mesmo que este esteja num mar de delícias.
Em A República e em Fédon, Platão ensina que, para se conseguir a felicidade o ser humano deve:, 
renunciar aos prazeres e às riquezas e
dedicar-se à prática da virtude. 
Em Platão, os conceitos de felicidade e justiça caminham juntos:
Felicidade é: cada um seguir sua própria natureza;
Justiça é: fazer aquilo que é próprio de cada um.
Este paralelo traçado entre os dois conceitos se concretiza dentro de A República ao estruturar sua cidade utópica.
Platão, no início de A República, fala sobre a justiça.
Sócrates, personagem principal do diálogo, busca uma definição para justiça ou para o justo.
Qual dessas atitudes cabe melhor ao cidadão: 
o justo ou 
o injusto, que tem vida melhor? 
A conclusão que cabe melhor é a da vida do justo. 
Para chegar a esta conclusão, Glauco conta a lenda do Anel de Giges: Um homem através do poder do anel poderia adquirir quase tudo o que desejasse, mas não possuiria o sentimento de justiça e, por isso, viveria com desculpas inúteis tentando sustentar uma situação que não é própria dele.
A república platônica prevê um Estado que não é uma forma de governo aristocrata ou um governo eleito pela maioria. 
A forma de governo ideal seria aquela em que o poder é confiado aos mais inteligentes, aos filósofos. 
Seria, portanto, uma sofocracia (governo de sábios). 
Como Platão mesmo afirma, "é preciso que os filósofos se tornem reis ou que os reis se tornem filósofos".
Com essa discussão, Platão chega à seguinte conclusão: 
Se a justiça é a base para todas as virtudes, o sábio é uma pessoa virtuosa, logo o sábio deve ser, por excelência, alguém justo. 
A alma humana possuí três virtudes: 
a temperança, 
a coragem e 
a sabedoria. 
A justiça está na base dessas três virtudes. 
Em correlação com essas três virtudes, Platão estabelece a existência de três almas: 
a apetitiva, 
a irascível e 
A racional. 
A esta última alma cabe distribuir harmonicamente es atividades da alma seguindo a virtude fundamental: a justiça. 
Este último argumento é o ponto central de ligação entre os conceitos de sabedoria e justiça.
O conceito de dar a cada um aquilo que lhe é próprio assume postura central dentro da organização da república platônica. Com base nessa concepção de justiça, Platão estrutura um sistema educacional a fim de orientar cada um segundo suas aptidões. 
Os que possuem sensibilidade grosseira devem-se dedicar à agricultura, à produção, ao artesanato e ao comércio; cuidando da subsistência da cidade. 
Os guerreiros, possuidores da coragem, são os responsáveis pela guarda, pela defesa da cidade. 
A última classe apontada é a daqueles que se dedicam à filosofia: a estes caberia a administração da cidade. 
Portanto, dentro desta visão platônica, fica claro que a atitude do justo é de trabalhar conforme suas aptidões.
Para se formar um Estado justo é necessário antes de tudo, que seus cidadãos sejam justos. 
Jamais poderia se conceber um Estado justo com pessoas injustas ou seu contrário. 
A formação da população vai determinar como será o Estado. 
Assim se entende toda a estrutura educacional do Estado platônico: cada um deve ser direcionado segundo suas aptidões, desenvolvendo as virtudes que lhe são próprias e adequadas.
Em Platão, não há uma definição fechada de justiça. 
Ele concebe a justiça como algo que envolve todo o comportamento humano.
Pode-se afirmar, portanto, que, em Platão, a definição de justiça assume um caráter antropológico. 
Ele analisa como seria o comportamento do homem justo e do homem injusto para se chegar a descrever suas virtudes, e a tipologia das almas, a fim de determinar uma postura ética que direciona o homem para a conquista da sua felicidade dentro de suas aptidões constituindo por fim um estado justo e perfeito – A República.

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