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Portifólio 1° Serviço Social - UNOPAR

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Carolina Rosa das Neves
Karolayne da Silva Madóglio
Karina Madoglio Pereira
Lais Aparecida Dias
Carla da Silva Santana Henrique
REALIDADE SOBRE AS TERRAS DO BRASIL
Bandeirantes
2017
Carolina Rosa das Neves
Karolayne da Silva Madóglio
Karina Madoglio Pereira
Lais Aparecida Dias
Carla da Silva Santana Henrique
REALIDADE SOBRE AS TERRAS DO BRASIL
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de Educação à distância, Homem Cultura e Sociedade, Responsabilidade Social e Ambiental, Psicologia e Políticas Públicas,Metodologia científica, Seminário Interdisciplinar l, sob orientação dos Profº: Valquiria Caprioli, Altair Ferraz Neto, Maria Luiza Mariano, Mayra Campos Francisca, Maria Gisele de Alencar, Paulo Sérgio Aragão.
BANDEIRANTES
2017
Introdução
Em síntese, o significado das reforma agrária no Brasil, no século XXI, está calçado não apenas nos resultados que uma eventual democratização do acesso a terra possa trazer aos seus beneficiados e ao meio rural. Primeiramente, ela precisará estar voltada para a construção de um novo modelo de desenvolvimento que tenha a agricultura familiar como eixo da política de desenvolvimento rural e a redução da violência, do êxodo rural, da desigualdade e da edificação da cidadania, com a inclusão de milhões de brasileiros na distribuição da renda e da riqueza nacionais. Para tanto, é preciso que a reforma agrária seja pensada nos padrões de uma política de desenvolvimento rural sustentável, que tenha a agricultura familiar como linha central e a luta contra a pobreza, por meio de uma política nacional de segurança alimentar, como os norteadores de sua construção e prática. Por outro lado, uma nova forma da relação estado e sociedade precisa ser também estabelecida, embasado de igualdade e respeito. Sendo assim, o estado deve reconhecer que a força dos movimentos sociais no campo é verdadeira e essencial à própria democracia, de um lado, e os trabalhadores rurais e suas organizações também precisam ter claro que não dá para fazer reforma agrária sem o Estado.
Desenvolvimento
2.1 O pequeno e o grande proprietário de terras no Brasil.
O Brasil rural convive com extremos de pobreza e de riqueza. Os processos de cultivo e de criação também variam do rudimentar ao agronegócio moderno.
Nas últimas décadas a modernização do setor agrícola colaborou para agravar o agrupamento de terras, arrastou a população do campo para as cidades, em busca de emprego, ou para outras regiões do país, em busca de terras, para refazer uma nova vida. Tanto uma opção como outra colaboraram para agravar os problemas sociais que persistem no Brasil atual. A centralização de terras, que condena à tragédia milhões de pessoas, teve início com a ocupação colonial e se arrastou até os dias atuais. Sua característica principal é a monocultura de exportação que deu origem e reforçou a propriedade latifundiária. O Brasil vive com milhões de trabalhadores sem terra numa situação em que cerca de 40% da área das grandes propriedades agropecuárias não são usadas para o cultivo, para a criação de animais ou qualquer outra atividade econômica. Ao longo da sua história, as terras brasileiras foram controladas por uma elite e hoje, também, por grandes empresas. 
Como fórmula de dificultar a sustentação das grandes fazendas improdutivas e a concentração fundiária, o governo elevou os impostos sobre as terras não exploradas: o imposto territorial rural (ITR). Dada à dificuldade de determinar a competência de produção de cada fazenda, a elevação do ITR tornou-se ineficiente para desestimular a formação de grandes latifúndios e gerar a reforma agrária.
A reforma agrária não é somente um método de distribuição de terras, o seu sucesso depende de apoio técnico e financeiro aos novos pequenos proprietários que por ela são favorecidos.
Os trabalhadores assentados precisam de ferramentas, sementes e dinheiro para a instalação das edificações necessárias a uma pequena propriedade e de uma pequena casa. Assentamentos muito afastados dos centros de comercialização dependem sistemas de transporte e armazenagem, para serem viáveis.
Os pequenos agricultores necessitam de um sistema especial de crédito agrícola que aceite investimentos na propriedade e na produção e de assessoria técnica, essenciais para que o acesso à propriedade esteja vinculado ao progresso social, assim o custo da reforma agrária não está restrito ao pagamento das terras desapropriadas a serem transferidas ao trabalhador sem terra. A reforma agrária depende de um sistema de apoio ao pequeno proprietário para que com o tempo ele possa andar com suas próprias pernas.
Os problemas no campo brasileiro podem ser notados no dia a dia. Tumultos entre fazendeiros e posseiros, mortes de trabalhadores rurais, invasões de fazendas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), manifestações e passeatas exigindo ação mais eficaz do governo na política de reforma agrária. Os participantes do MST são compostos por boias-frias, ex-operários de usinas de cana, ex-operários de construção de usinas hidrelétricas, trabalhadores da construção civil, ex-colonos de fazendas e desempregados do campo de da cidade. A última década gravou o maior número de assentamentos de pequenos agricultores em toda a história. Mas, quase nada foi feito para resolver os problemas sociais do meio rural. É uma comparação entre praticamente nada e alguma coisa, o que não diz que foi relevante. Os assentamentos realizados foram insuficientes para atender a imensa demanda de trabalhadores rurais sem terra - segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário ultrapassa quatro milhões de pessoas - e resolver os problemas sociais do campo brasileiro.
2.2 A questão socioambiental.
O Direito reflete importâncias de uma determinada sociedade. A Lei Suprema de um Estado deve seguir o desenvolvimento da sociedade, contendo os valores fundamentais a serem protegidos, sob pena de estar defasada e ultrapassada. Não obstante o Brasil ter tido diversas Constituições em momentos históricos e conjunturas sócio-políticas diferentes, todas trataram acerca da proteção à propriedade. É relevante mencionar que, além da atual Carta Política, duas foram importantes para a constitucionalização do interesse social e coletivo da propriedade, a Constituição de 1934 e a de 1967, tendo este apreciado de forma explícita a função social da propriedade, apesar do regime ditatorial vigente.
Existiu, há pouco tempo uma concepção de propriedade extremamente individualista e absoluta, baseada em faculdades de usar, gozar e dispor do bem com ampla liberdade, mesmo que essa utilização acarretasse num uso irracional e inadequado com interesses exclusivamente privados.
O tempo e a história mostraram que esta forma de tratar a propriedade não era a mais adequada, por não responder aos anseios sociais, momento este em que surgiram as ideias propagadas por Santo Tomaz de Aquino. A Constituição de Weimar veio para traçar uma nova fase, consagrando em seu diploma a função social da propriedade.
No âmbito nacional o grande marco foi a Declaração dos Povos da América em Punta Del Este, que após ter se tomado signatário, criou no Brasil a necessidade de não apenas fazer menção à função social da propriedade como vinha fazendo ao longo de suas Constituições anteriores, voltando à propriedade rural e sua problemática, fazendo surgir a Lei n° 4.504 de 1964, Estatuto da Terra.
A partir do Estatuto da Terra, começou-se a questionar a propriedade, devendo a mesma atingir graus de exploração satisfatórios, assim como preservar o meio ambiente e as relações trabalhistas.
Com a promulgação da Carta Constitucional de 1988, a propriedade foi erigida a direito e garantia fundamental, sendo vedado ao legislador derivado retirar da mesma, tal qualidade. Contudo, esse direito não ficou irrestrito, fazendo surgir a necessidadede atender a função social presente no artigo 186, dispositivo semelhante ao trazido pelo Estatuto da Terra. A Lei n° 8.629 de 1993, ao regular a reforma agrária, fez expressa menção à função supramencionada.
A fim de tratar da função sócio ambiental da propriedade rural, tomou-se necessária a ampla análise sobre a própria função social, visto que, este conceito engloba aquele. O que se observou foi que a relevância do tema, que tomou contornos constitucionais, inspirou o próprio Direito Civil, que passou a disciplinar a propriedade com certo abrandamento nas faculdades dela decorrente, impondo mais uma vez, a consecução da função social e, por conseguinte, a função socio ambiental.
O meio ambiente, caracterizando-se como um bem difuso, incitou a necessidade de ser preservado por toda a coletividade, motivo pelo qual o Poder Público editou várias leis nesse sentido. Destacou-se a Lei n° 6.938 de 1981, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, trazendo o conceito de meio ambiente em seu artigo 3°, inciso I.
Verificou-se também que em vários momentos a Constituição Federal fez menção ao meio ambiente, não se restringindo ao artigo 186, inciso II, que trata da utilização dos recursos naturais como forma de obtenção da função social da propriedade rural, incluindo também na questão concernente à ordem econômica, consagrando de vez a defesa do meio ambiente e o desenvolvimento econômico.
Nesse passo, verificou-se que a função sócio ambiental da propriedade rural não se resume apenas a um “Não Fazer”, mas pode impor obrigações ao proprietário rural de fazer, não lhe concedendo o direito de dispor livremente de sua propriedade, caso esta atuação ameace o equilíbrio ecológico.
 2.3 Políticas de gênero.
Quando se fala em desenvolvimento local, não se leva em conta somente o aspecto econômico, mas também se considera o desenvolvimento social, ambiental, cultural e político, ou seja, o desenvolvimento em escala humana. Neste sentido torna-se cada vez mais importante a construção social de gênero, visto que, “uma das maiores barreiras para a transição de capital humano é a negação dos direitos humanos básicos a uma parte significativa da população, e isso se aplica genericamente às mulheres” (MILLENNIUM PROJECT, 2004). A exclusão de muitas mulheres da educação primária, secundária e universitária, dos benefícios de serviços sociais e de saúde, e de participação real na força de trabalho e no mercado limita severamente sua capacidade de desenvolver as habilidades tão necessárias para as economias de seus países. Isto ocorre devido à “pobreza por tempo” causada pelo aumento de suas jornadas de trabalho que limita suas chances de se envolver em atividades lucrativas, participar em assuntos comunitários e estudar. Consequência do fracasso ou a incapacidade dos governos em proporcionar infraestruturas sociais adequadas. A igualdade de gênero é importante como instrumento de desenvolvimento, visto que, ela pode aumentar a eficiência econômica e melhorar outros resultados de desenvolvimento removendo barreiras que impedem as mulheres de ter o mesmo acesso que os homens têm à educação, oportunidades econômicas e insumos produtivos podem gerar enormes ganhos de produtividade (ganhos essenciais em um mundo mais competitivo e globalizado); melhorando a condição absoluta e relativa das mulheres que introduz muitos outros resultados de desenvolvimento, inclusive para seus filhos; e nivelando as condições de competitividade, em que mulheres e homens têm chances iguais para se tornar social e politicamente ativos, tomar decisões e formular políticas. Provavelmente estes fatos gerarão no decorrer do tempo instituições e escolhas de políticas mais representativas e mais inclusivas, levando assim a um melhor caminho de desenvolvimento.
Segundo dados do Censo de 2010, realizado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), a população total no Brasil é de 190.732.694 habitantes, sendo 84,35% (160.879.708) residentes em área urbana e 15,65% (29.852.986) residentes em área rural. Os homens representam 52,1% da população rural enquanto as mulheres correspondem a quase metade da população rural, perfazem 47,9% (DIEESE, NEAD MDA, 2011). De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, as mulheres rurais constituem a maioria dos pobres do mundo, tem níveis mais baixos de escolarização e a maior taxa 7 de analfabetismo. Em todas as regiões em desenvolvimento, as famílias rurais cuja cabeça família é uma mulher estão entre os mais pobres do mundo.
Os homens representam 62,1% das pessoas economicamente ativas e 25,2% dos homens ocupados na agropecuária sem rendimento. Já as mulheres correspondem 66,4 % das pessoas economicamente inativas. E dentre as mulheres ocupadas na agropecuária, salienta-se que 77,9% estão na faixa de sem rendimento. As desigualdades geradas pela divisão sexual do trabalho podem ser percebidas quando se analisa a distribuição das pessoas ocupadas na agropecuária por faixa de rendimento e pessoas que trabalham para o autoconsumo no meio rural (mulheres 46,7% e os homens 14%). O trabalho da mulher rural no sector agrícola é praticamente invisível; além do trabalho na casa, as mulheres participam do trabalho na agricultura e se responsabilizam pelo “quintal”, e nesse local podem realizar atividades agrícolas (olericultura, pequenos cultivos para consumo, transformação de alimentos) e o trato dos animais, especialmente aqueles de pequeno porte destinados ao consumo direto da família. Porém, suas atividades consistem, sobretudo em fornecer cuidados a ocupar-se dos outros e não a consagrar-se à economia de mercado e até pouco tempo não se tinha dados sobre estas atividades. Com isto, também não é considerado como trabalho o esforço que demanda a sua realização, nem mesmo nos casos em que a existência desses produtos contribui como todos os outros, para completar a renda da unidade familiar, sejam via consumo direto ou via venda. Outra especificidade no caso das mulheres na área rural é a consideração do trabalho como “ajuda”, ao qual, não poucas vezes as mulheres e filhos pertencentes à unidade de trabalho familiar vão com o marido realizar trabalhos como assalariados, mas na medida em que o pagamento é baseado na tarefa e produção realizada, o pagamento é único, indivisível e feito ao chefe de família. Quando todas as atividades são somadas, as mulheres geralmente trabalham mais horas do que os homens, com consequências para seu lazer e bem-estar. 
A falha de identificação da mulher como produtora agrícola, procede não exclusivamente na desvalorização da sua competência produtiva, como na sua real integração nos programas de desenvolvimento rural, cujo público meta, é os produtores da agricultura familiar. No entanto, esses programas exerciam a divisão sexual do trabalho, pois não incluíam a produtora agrícola familiar no rol dos beneficiados. Dessa forma, os planejadores, ao organizarem os programas, se não impediam explicitamente a participação da mulher, também não pensavam incluir o feminino, como faziam com os homens, como por exemplo, nos programas de Reforma Agrária, Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar e Programa de Emergência de Seca.
Conclusão
Com toda a pesquisa observamos que a reforma agrária deve ser regionalizada, no sentido de contemplar diferentes formatos e arranjos na distribuição da terra aos trabalhadores rurais, bem como ter flexibilidade para que a organização da produção e dos assentados nos projetos reflitam as condições econômicas, sociais, o nível de consciência política de que são portadores e a importância da organização associativa na construção do futuro.
Referências
PENA, Rodolfo F. Alves. "Concentração fundiária no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/brasil/concentracao-fundiaria-no-brasil.htm>. Acesso em 01 de maio de 2017
CIELO, Patrícia Fortes Lopes Donzele. “O príncipio da função social do imóvel rural”, Disponível em <https://jus.com.br/artigos/25824/o-principio-da-funcao-social-do-imovel-rural> . Acesso em 01 de maio de 2017
dominiopublico.mec.gov.br/download/teste/arqs/cp098645.pdf 
Ministério do desenvolvimento agrário. “Políticas públicas buscam promover igualdade de gênero no meio rural”. Disponível em < http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/03/politicas-publicas-buscam-promover-igualdade-de-genero-no-meio-rural> . Acesso em 01 de maio de 2017

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