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CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 1 INTRODUÇÃO À PNEUMOLOGIA Antes de estudarmos as doenças pulmonares é necessário que primeiro se tenha noções básicas de anatomia e fisiologia pulmonar, sendo fundamental a sua compreensão. Das reações metabólicas, resulta uma constante produção de gás carbônico (CO2) cuja eliminação é necessária para o equilíbrio do meio interno ( PH ). A maior parte do CO2 encontrado nos alvéolos, provém do metabolismo celular e é ali depositado pela perfusão pulmonar, já que a fração de CO2 que é inalada durante a respiração é muito pequena, apenas 0,04%, enquanto que a de oxigênio fica em torno de 21%, na verdade 20,93%. Já que estamos falando de CO2, vale lembrar que 80% deste, é transportado sob a forma de bicarbonato ( HCO3¯), que é formado a partir da combinação do CO2 com a água, com a liberação de íon hidrogênio, veja: H2O + CO2 <----> H2CO3 <----> H + HCO3¯ anidrase carbônica Os gases, trocados ao nível pulmonar, são transportados pelo sangue e nas células, o oxigênio é usado para produção de água endógena e obtenção de energia, um processo que neutraliza hidrogênio protônico e que se chama respiração celular. Sendo assim, a troca de gases nos pulmões também é chamada de respiração pulmonar ou simplesmente, difusão. A atmosfera da Terra é uma camada de gases que envolve o planeta e que a ele se mantém presa em virtude da gravidade. Como já vimos, o oxigênio representa aproximadamente 21% desses gases; o gás carbônico 0,04% e 79% é uma mistura de gases (argônio, xenônio, criptônio, hidrogênio, etc.), cujo principal componente é nitrogênio (78%). Para que o ar se movimente para dentro e para fora dos pulmões, é preciso uma rede de ductos capazes de levar esse ar até o seu destino final: Os alvéolos. Essa rede condutora se divide em duas: vias aéreas superiores ( acima da glote ) e vias aéreas inferiores ( abaixo da glote ). As vias aéreas superiores ( cavidades nasais, boca e faringe) estão conectadas a traquéia por meio da laringe. Nessa estrutura encontram-se a epiglote, a glote e as cordas vocais. Sua estabilidade se deve a uma parede ósteo-cartilaginosa relativamente elástica. A traquéia é um tubo móvel e longo (10cm de comprimento e 2cm de diâmetro), cuja parede contém anéis músculo-cartilaginosos, membrana mucosa, tecido fibroso e glândulas. Os anéis são, no entanto, imperfeitos, pois a cartilagem lembra uma semi-lua. Eles ocupam 2/3 da parede anterior do tubo traqueal, se completando posteriormente por tecido fibroso e fibras musculares lisas. Geometricamente a traquéia se assemelha a um cilindro, mas sua parede posterior é achatada. No nível da 5ª vértebra torácica ( região da carina e também na altura do ângulo de Louis do esterno), ela se bifurca em brônquios-fonte direito e esquerdo. O brônquio-fonte direito é largo, curto e verticalizado. O brônquio-fonte esquerdo é estreito, longo e horizontalizado. Os pulmões são órgãos elásticos, medindo aproximadamente 25 cm, sustentados apenas pelos hilos (parte central formada pelos grandes brônquios, artérias e veias pulmonares, vasos linfáticos e pequenos nervos brônquicos) e pelo próprio ar que os insuflam, fazendo com que os pulmões pareçam esponjas muito macias e delicadas, CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 2 recobertas por fina membrana mesotelial, contínua, dupla e elástica, a pleura, didaticamente dividida em visceral (aderida ao pulmão) e parietal (aderida à parede torácica). Ocupam cerca de 4/5 do volume da cavidade torácica. Os pulmões direito e esquerdo não têm o mesmo tamanho, pois parte do volume do hemitórax esquerdo está ocupado pelo coração. Assim, 55% da função respiratória se devem ao pulmão direito e 45% ao esquerdo. A cavidade pleural é apenas um espaço virtual, já que os folhetos visceral e parietal se acham justapostos, tendo de permeio um pouco de líquido (20 ml). Este líquido serve de lubrificante para que os folhetos deslizem, um sobre o outro, durante os ciclos respiratórios, principalmente no sentido longitudinal do pulmão. A distensibilidade dos pulmões e das vias aéreas permite que seus volumes possam variar durante os movimentos respiratórios. Assim, na inspiração, os tubos respiratórios aumentam de comprimento e diâmetro, facilitando a passagem do ar. A medida que se dividem, os tubos se tornam mais finos e sua área, no entanto cresce rapidamente. Os bronquíolos de 16ª geração são chamados de bronquíolos terminais. A árvore respiratória é revestida por um epitélio cilíndrico pseudo- estratificado ciliar produtor de muco nos brônquios maiores e que vai se tornando mais fino, passando por células cúbicas nos bronquíolos até epitélio simples achatado, unicelular nos alvéolos (como mostrado na figura acima ), coberto por uma substância lipoprotéica chamada “surfactante” que dificulta o colabamento dos alvéolos e que é produzida pelos pneumócitos tipo II. No epitélio brônquico (pseudo-estratificado ciliado), cada célula possui cerca de 200 cílios que vibram até 1200 vezes por minuto, para retirada de partículas de sujeira “capturadas” pelo muco. Sem muco não há atividade ciliar; é composto de água, íons, proteínas, lipídios e glicoproteínas, é produzido por células caliciformes (uma célula caliciforme para trinta células ciliadas) e nas glândulas túbulo-acinares da submucosa traqueobrônquica. As células mucosas são responsáveis pela secreção de mucina, que tem um efeito citoprotetor na luz das vias aéreas, sendo o macrófago alveolar a principal célula responsável pela defesa pulmonar no território alveolar. Os lobos pulmonares são divididos em segmentos, que é uma porção de tecido pulmonar, geralmente de forma piramidal, suprida por brônquio, artéria, veias, linfáticos e nervos. Os pulmões existem, primordialmente, para a troca gasosa, embora sejam capazes de realizar outras funções; Ajudam na regulação da temperatura corporal, servem como filtro natural para pequenos êmbolos, ajudam no equilíbrio ácido-base além de regular os níveis de várias substâncias. A serotonina, por exemplo, é quase totalmente degradada nos pulmões. Esquema do epitélio das vias aéreas a partir dos brônquios até os alvéolos CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 3 Prostaglandinas E2 e F2α também, assim como os leucotrienos. A angiotensina I é convertida em angiotensina II pela ECA e a norepinefrina também é parcialmente degradada nos pulmões. O CO2 se difunde através das membranas alvéolo-capilares com muito mais velocidade que o O2 ( 20 vezes ). Estes gases se movimentam entre o sangue e o ar, por simples difusão, de uma zona de pressão parcial alta para uma baixa, já que a barreira hematogasosa é extremamente fina e tem uma área aproximada entre 80 e 100 m². Existem entre 350 e 400 milhões de alvéolos no pulmão humano, cada um com 1/3 mm de diâmetro. Essas pequenas bolhas, começam a se formar por volta da 30ª semana gestacional e seguem se diferenciando até os 9 ou 10 anos de vida. Vale lembrar que o bebê nasce com aproximadamente 50 milhões de alvéolos. Os vasos sangüíneos formam uma densa rede nas paredes dos alvéolos de aproximadamente 100m² e o diâmetro de um capilar é de cerca de 10µm, largura suficiente para passar apenas um eritrócito. Cada eritrócito gasta cerca de ¾ de segundo na malha capilar e, durante este tempo, provavelmente, passa por dois ou três alvéolos, embora a difusão ocorra em apenas ¼ de segundo. A pressão média dentro da artéria pulmonar é de aproximadamente 20 cm de H2O ( ou 15 mmHg ), necessária para manter um fluxo de 6 litros por minuto. O aparelho respiratório é constituído por vias aéreas – brônquios e bronquíolos – que permitem a passagem do ar para o interior dos pulmões e por alvéolos, unidades funcionais propriamente ditasonde se processam as trocas gasosas. É uma série de tubos ramificados, que se tornam mais estreitos, mais curtos e mais numerosos, à medida que penetram mais profundamente no pulmão. A traquéia se divide em brônquios: principais – direito e esquerdo, os quais se dividem em brônquios lobares e segmentares; este processo continua abaixo até os bronquíolos terminais, que são as menores vias aéreas sem alvéolos. Todos estes brônquios são as vias aéreas condutoras e constituem o espaço-morto anatômico. Idealização das vias aéreas humanas, de acordo com Weibel. Note que as primeiras 16 gerações CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 4 compõem as vias aéreas de condução e as últimas 7, a zona respiratória (ou zona de transição e respiratória). Os bronquíolos terminais dividem-se em bronquíolos respiratórios que tem, ocasionalmente, alvéolos em suas paredes. Os alvéolos são verdadeiros sacos membranosos espalhados pela rede capilar pulmonar, atapetados pela delicada membrana alveolar. Esta zona pulmonar é chamada zona respiratória. A porção distal aos bronquíolos terminais forma uma unidade anatômica chamada ácino. A distância do bronquíolo terminal até o alvéolo mais distante é de apenas uns poucos milímetros mas a zona respiratória constitui a maior parte do pulmão, sendo seu volume cerca de 2,5 a 3 litros. Alvéolos não são esféricos, mas poliédricos e nem toda sua superfície está disponível para difusão. Os alvéolos são revestidos pelos pneumócitos do tipo I e tipo II, sendo que os pneumócitos tipo I constituem as células de sustentação dos septos alveolares e, apesar de serem em menor número que os outros, se estendem por 95% da superfície do septo alveolar. A função de renovação epitelial fica por conta dos pneumócitos tipo II, que funcionam como célula de reserva, podendo se diferenciar em pneumócito tipo I. Também têm a função de produção, armazenamento e secreção de fosfolipídeos e proteínas do surfactante. Estas substâncias são estocadas dentro dos pneumócitos tipo II em estruturas chamadas corpos lamelares. Além de dificultar o colabamento dos alvéolos, como já citado, o surfactante controla as forças de tensão superficial da interface ar-líquido alveolar e facilita a fagocitose de microorganismos pelos macrófagos alveolares. A inspiração é um movimento ativo desencadeado pela ação dos músculos inspiratórios, dilatando a caixa torácica. O diafragma, músculo principal da respiração, intervém com 80% e os demais, chamados músculos acessórios (esternocleidomastoídeos, escalenos, peitorais, etc.), participam com o restante, quando preciso. A dilatação da caixa torácica leva à diminuição da pressão intrapleural de -2 para -5cm de água, reduzindo também a pressão intralveolar. Segundo a lei de Boyle, o ar é admitido nos pulmões através da inspiração pelo aumento de volume pulmonar. Cessando o estímulo inspiratório o diafragma se relaxa, a cúpula se eleva e os pulmões, elasticamente se retraem, pela redução da pressão negativa intrapleural, que volta a ser de -2cm, sendo a expiração, portanto, um fenômeno passivo. Em alguns momentos temos que usar os músculos expiratórios e os principais são: a musculatura abdominal ( retos, transversos e oblíquos ) , o triangular do esterno e os intercostais internos. A contração dos músculos expiratórios eleva a pressão intra-abdominal e intratorácica em virtude da compressão exercida pelas vísceras abdominais sobre o diafragma, do encurvamento do tronco e do rebaixamento dos arcos costais. Os músculos expiratórios são ativados quando a resistência ao fluxo de saída do ar está muito aumentada ou quando a freqüência respiratória ultrapassa 20 IRM. Também se manifesta no espirro, tosse, no vômito e na manobra compressiva de Valsalva. A “prensa abdominal” não é ativada enquanto a resistência ao fluxo expiratório for menor que 10cmH2O. Um pequeno aumento nesta resistência pode ainda não ativar a musculatura expiratória porque com o aumento do volume do ar inspirado, os elementos elásticos sofrem maior deformação e, assim, acumulam mais energia potencial elástica ( elastância pulmonar ), que será usada para a expiração. O conjunto inspiração/expiração constitui o ciclo respiratório e o número de ciclos por minuto é a freqüência respiratória, que vai de 15 a 20 IRPM no homem normal, variando com a idade, com a atividade física, alterações emocionais e alguns CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 5 estados patológicos. Os pulmões, esta estrutura instigável, tendendo ao colabamento em razão da tensão superficial do líquido depositado nos alvéolos, porém permanecem expandidos por causa da presença do surfactante, que reduz muito a tensão superficial, e por causa da pressão pleural que, durante as pausas entre a expiração e a inspiração é de –2cmH2O a –5cmH2O. As forças do espaço pleural equilibram as forças elásticas intrapulmonares que tendem a promover o colapso do órgão. Assim, durante as pausas respiratórias, a pressão intra-alveolar (ou intrapulmonar) é igual à pressão atmosférica. Não havendo gradiente pressórico, o fluxo de ar nas vias aéreas é, neste instante, igual a zero. Na verdade, a ventilação pulmonar ocorre como resultado da interação entre 4 forças ( pressões ): A pressão de superfície corporal, que é representada pela pressão atmosférica ( 760 mmHg ); A pressão pleural, que é representada pela pressão no espaço pleural e vale lembrar que no ápice pulmonar, essa pressão é mais negativa ( -10 cmH2O ); A pressão de vias aéreas abertas, que é representada pela pressão que o ar exerce nas vias aéreas proximais ( traquéia, brônquios-fonte, brônquios lobares, etc..) e a Pressão alveolar, que é representada pela pressão que o ar exerce nas vias aéreas distais ( bronquíolos terminais e respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos ). Desta interação, surgem os “gradientes pressóricos” e os mais importantes são o Gradiente ou Pressão Transpulmonar :Gradiente entre pressão alveolar e pressão pleural. ( mantém o pulmão no seu volume residual, é responsável pela insuflação alveolar) e o Gradiente ou Pressão Transrespiratória: Gradiente entre pressão alveolar e pressão de superfície corporal/via aérea aberta ( induz o fluxo aéreo para dentro e para fora dos pulmões durante a respiração ). Sabendo-se das importantes funções dos sistemas respiratório e circulatório na manutenção das concentrações sangüíneas de CO2 e de O2, compreende-se que estes sistemas precisem de centros para regulá-los e coordená-los nesta função. No caso da respiração, os pulmões não têm um sistema autônomo de comando como o coração. Os músculos respiratórios não têm comando próprio, sendo controlados pelo sistema medular e pelo cérebro. Sabemos da existência de um centro no córtex que permite o controle voluntário da respiração, o qual sofre interrupções pelos reflexos nasais, pela alimentação, deglutição, defecação, fonação, canto, emoções, etc. Conhecemos ainda, no bulbo os grupos respiratórios dorsais e ventrais e na ponte, os centros apneusticos e pneumotáxico, assim como na medula os centros inferiores. Temos ainda os centros respiratórios periféricos carotídeos e aórticos, estes no entanto, respondem à baixa concentração de O2, enquanto os outros, à elevação dos níveis de CO2. A passagem do ar (ou escoamento) por dentro de um tubo pode acontecer de três formas: laminar, turbulento ou misto. No escoamento laminar o ar se move em “camadas”. A mais próxima da parede do tubo escoa mais devagar e a velocidade aumenta nas camadas mais centrais. No escoamento turbulento o ar faz “redemoinhos” e não há organização mecânica na sua passagem. Esse tipo de escoamento oferece grande resistência ao fluxo exigindo maior gasto de energia para a movimentação do ar. Durante a respiração tranqüila o ar nas vias aéreaslongas e estreitas se movimenta de forma laminar. Para melhor compreensão da dinâmica respiratória, o volume de ar contido nos pulmões pode ser dividido em volumes e capacidades respiratórias, Volume corrente – volume de ar que se movimenta no ciclo respiratório normal. Em adultos médios, respirando tranqüilamente, esse volume fica em torno de 500ml. Volume de reserva inspiratória – é a quantidade de ar que uma pessoa movimenta durante a inspiração máxima, a partir de uma inspiração normal. Esse volume fica em torno CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 6 de 3.000ml. Volume de reserva expiratória – é a quantidade de ar que uma pessoa pode expulsar durante a expiração máxima, também a partir de uma expiração normal. Este volume fica em torno de 1.200ml. Volume residual – volume de ar que fica retido nos pulmões após uma expiração máxima. Esse volume não pode ser expulso, normalmente fica em torno de 1.200ml. Capacidade pulmonar total – é a soma de todos os valores descritos acima, é maior volume de ar que pode ser contido nos pulmões após uma inspiração máxima, portanto aproximadamente 6.000ml é o máximo de ar que cabe dentro dos pulmões de pessoas adultas, saudáveis e de altura mediana. Capacidade vital – maior volume de ar que pode ser expelido dos pulmões após uma inspiração máxima. Portanto é a soma dos volumes: corrente, de reserva inspiratória e de reserva expiratória, assim, igual a 4.700ml. A capacidade vital aumenta com a idade até os 20 anos e diminui depois dos 50 anos. Em pé ou sentado, os indivíduos possuem maior capacidade vital do que deitados. Volume-minuto – volume de ar que se movimenta nos pulmões em um minuto. É a freqüência respiratória multiplicada pelo volume corrente. Para uma pessoa respirando 16 vezes por minuto este valor será 8.000 ml. Normalmente os alvéolos pulmonares são perfundidos pelo sangue dos capilares e ventilados pelo ar, para permitir as trocas gasosas. Quando alguns destes alvéolos não são suficientemente perfundidos, ficando prejudicado seu funcionamento, temos a constituição do chamado espaço-morto alveolar, de grande importância na dinâmica respiratória. A soma deste com o espaço-morto anatômico, compõe o chamado espaço-morto fisiológico. Difusão é a fase da respiração que abrange a passagem dos gases do sangue para os alvéolos e vice-versa. Estas trocas ocorrem devido as diferenças de pressões parciais desses gases no ar alveolar e no sangue capilar, criando-se um verdadeiro gradiente, responsável pela movimentação constante desses gases. Este é um processo passivo, sem gasto de energia. A difusão dos gases, é descrita pela lei de Fick. Esta lei afirma que a transferência de um gás através de uma membrana é porporcional à área da membrana e à diferença de pressão parcial dos gases nos dois lados da membrana e inversamente proporcional à espessura da membrana. Estes gases combinam-se com a hemoglobina muito rapidamente, em torno de 0,2 segundo. Após a difusão, o oxigênio é transportado pelo sangue aos tecidos num processo conhecido como transporte de oxigênio. O oxigênio é transportado basicamente de duas formas: Combinado com a hemoglobina ( 98,5% ou 20,8ml/100 ml de sangue ) e dissolvido no plasma ( 1,5% ou 0,3ml/100 ml de sangue). A molécula de O2 combina-se frouxa e reversivelmente com a porção heme da hemoglobina. Quando a PO2 é alta, como nos capilares pulmonares, o oxigênio liga-se com a hemoglobina, mas quando a PO2 é baixa, como nos capilares teciduais, o oxigênio é liberado da hemoglobina mais facilmente. É também neste ponto que o dióxido de carbono se liga a hemoglobina, formando a carboemoglobina. Não se deve confundir com carboxiemoglobina (COHb), que é formada pela união da hemoglobina com o monóxido de carbono. A afinidade da hemoglobina pelo CO é cerca de 240 vezes maior do que pelo O2, por isso a intoxicação pelo CO é muito grave, pois o CO ocupa o heme, impedindo sua ligação com o O2. Em condições normais, cerca de 5ml de O2 são transportados por cada 100ml de sangue, com um débito cardíaco normal de aproximadamente 5 litros por minuto, mas a quantidade total de O2 liberada para os tecidos, a cada minuto, é de 250ml. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 7 Durante exercícios forçados ou em casos de necessidades excessivas de O2, a taxa de transporte para os tecidos de O2 pode ser aumentada umas 15 vezes, ou seja, 15 x 250ml = 3.750ml/minuto. As adaptações especiais no treinamento de atletas, tais como: Aumento na concentração de hemoglobina total e aumento no débito cardíaco máximo, podem elevar esse valor para 5.000 ml/min. NÃO DÁ PRA ESQUECER O pulmão é na sua essência, ventilação e perfusão. Essas duas coisas: A ventilação (V) e a perfusão (Q), ou melhor, a relação entre elas, ( Relação V/Q` ) é desigual se considerarmos áreas apicais e basais do pulmão. No ápice pulmonar, encontramos a MAIOR relação V/Q`, enquanto a MELHOR relação, se dá no terço médio dos pulmões. Na base pulmonar, verificamos a melhor ventilação e a melhor perfusão, medidos isoladamente. A pressão alveolar no ápice pulmonar supera as pressões capilares, e é neste mesmo ponto, onde a pressão pleural é menor ( mais negativa ), sendo assim, o gradiente transpulmonar é maior no ápice pulmonar. É mesmo no ápice pulmonar, onde acontece a maior insuflação alveolar, já que esta depende diretamente e proporcionalmente do gradiente transpulmonar. Já que estamos falando de gradientes pressóricos, vale lembrar que o gradiente transrespiratório é o responsável pelo deslocamento do fluxo aéreo para dentro e para fora dos pulmões durante a ventilação. Se pensarmos nas pressões parciais dos gases nos alvéolos ( PAO2 e PACO2 ) também encontramos diferenças regionais. A PAO2 é maior no ápice pulmonar enquanto a PACO2 é menor neste mesmo local. A PAO2, junto com a superfície alveolar e a espessura da membrana alveolar, determinam a taxa de transferência dos gases através da membrana alvéolo-capilar ( Lei de Fick ). Outro fator que interfere no intercâmbio gasoso, na membrana alvéolo-capilar, é o fato do pulmão ser um órgão alcalino. Isso faz com que o oxigênio nesse nível, tenha mais afinidade pela hemoglobina. Na curva de dissociação da hemoglobina, o PH elevado (alcalose), a baixa temperatura, o baixo nível de CO2 e os baixos níveis de 2-3 DPG, desviam a curva para esquerda aumentando a afinidade do oxigênio pela hemoglobina, diminuindo a liberação de O2 para os tecidos. Na periferia do corpo humano, ocorre exatamente o contrário. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 8 MECANISMOS DE DEFESA Os problemas respiratórios mais freqüentes são as gripes ou resfriados, mas os problemas pulmonares mais freqüentes são as pneumonias ou broncopneumonias. A incidência das pneumonias é bastante pequena se levarmos em consideração a quantidade de microorganismos e poluição que inspiramos todos os dias. Isto porque temos vários mecanismos de defesa que nos protegem com muita eficiência: Nas vias aéreas superiores têm: os cílios nasais, o muco nasal e calor local. Da epiglote aos bronquíolos temos: a tosse e o sistema mucociliar. Nos bronquíolos e alvéolos temos: surfactante, imunoglobulinas, macrófagos, células neutrófilas polimorfonucleares. No sangue temos: os anticorpos séricos. Da epiglote aos brônquios existe o sistema muco ciliar, já descrito anteriormente, que também forma uma barreira mecânica ao contato com microorganismos e partículas. O muco, além de umidecer, retém as pequenas impurezas que aspiramos junto com o ar e com movimentos sincronizados dos cílios brônquicos as deslocam até a laringe e faringe, de onde são deglutidas ou eliminadas pelo pigarro ou pela tosse, impedindo que cheguematé os alvéolos. As partículas que conseguem ultrapassar estas barreiras e alcançam os bronquíolos ou alvéolos, são combatidas por macrófagos alveolares, leucócitos e imunoglobulinas. Ocorrendo a falha de tudo, ainda existem os leucócitos, no interstício pulmonar e as imunoglobulinas. Os leucócitos são células que agem como organismos independentes, são capazes de se locomoverem por estímulos químicos e capturarem coisas por conta própria, são capazes de absorverem outras células e bactérias, são produzidas na medula óssea e “jogadas” na corrente sangüínea e se difundem “patrulhando” todo o organismo, sendo atraídas ao local da agressão por proteínas chamadas citocinas e interleucinas. São chamados neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos. Estes últimos produzem as imunoglobulinas (Ig), que conferem a Imunidade humoral à pessoa. As Ig chegam à secreção brônquica e ao surfactante por simples difusão. As principais para o pulmão são as IgA, que são imunoglobulinas secretoras, elaboradas na superfície da mucosa com atividades antibacteriana e antiviral. As IgG e IgM também defendem os pulmões por sua atividade opsonizante e por estimular a cadeia de complemento, originando também agentes de quimiotaxia para leucócitos. Convém ressaltar que na superfície de nossas células existem “receptores” para bactérias, ou seja, elas não “pousam” em qualquer lugar da superfície da célula, mas tem um lugar determinado para ficar. Normalmente estes sítios são previamente ocupados pôr bactérias que não nos causam mal (saprófitos) e também por bactérias patogênicas, porém estas são em pequeno número de cada espécie. O que irá determinar uma infecção é a presença de muitas bactérias patogênicas do mesmo tipo, no mesmo local. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 9 AVALIAÇÃO DO PACIENTE 1º ANAMNESE: Queixa principal, História da doença atual, História patológica pregressa, Problemas concomitantes, História familiar. 2º EXAME FÍSICO: 2.1. Geral: Temperatura, Coloração de mucosas, Cardiovascular: Freqüência cardíaca, Pressão arterial, Sopros, Perfusão periférica, Cianose. 2.2. Local: Ectoscopia – Deformidades, Ritmo respiratório, Expansibilidade, Esforço respiratório. # Palpação – Frêmito tóraco vocal, Enfisema subcutâneo, Local da dor # Percussão – Macicez ou Timpanismo. # Ausculta – Estertores, Roncos Sibilos, Murmúrio vesicular. 3º HIPÓTESE DIAGNÓSTICA: 4º REQUISIÇÃO DE EXAMES COMPLEMENTARES: 4.1. IMAGENS: Radiologia simples Tomografia computadorizada, Ressonância Nuclear Magnética. 4.2. LABORATÓRIO: Hemograma, bioquímica, gasometria arterial, etc. 5º CONCLUSÃO DIAGNÓSTICA. 6ºTRATAMENTO/PROFILAXIA. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 10 INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS As infecções quase sempre iniciam com a inalação de microorganismos que, ao encontrarem meio ambiente propício, começam a se multiplicar. INCIDÊNCIA: A infecção mais freqüentemente encontrada é causada pelo vírus da gripe ( Influenza ), em seguida temos as pneumonias ( infecções bacterianas ), das quais a mais freqüente é a causada pelo Streptococcus pneumoniae, ou penumococo. INFECÇÕES VIRAIS: São as gripes. São bastantes comuns em adultos e são geralmente transmitidas por gotículas de Flügge ( gotículas de saliva contendo vírus ). Em geral são autolimitadas, sendo inicialmente tratadas apenas com medicamentos sintomáticos. As infecções virais causam um grau variável de obstrução ao fluxo aéreo afetando a função respiratória. Os vírus podem afetar muitos mecanismos de defesa, favorecendo a infecção bacteriana. Também podem exacerbar a asma ou a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Vale lembrar que o que mais leva o portador de DPOC ao hospital é a gripe, sendo a vacinação contra Influenza a medida de saúde que maior impacto causou na mortalidade deste tipo de paciente. A vacina contra Influenza para temporada 2011/2012 é tri-viral, protegendo contra 3 virus influenza ( um influenza tipo B, um tipo A H2N3 e o influenza tipo A H1N1). A gripe ocorre epidemicamente em todo o mundo, sendo mais freqüente no inverno e nos meses chuvosos, períodos em que as pessoas mais se aglomeram em ambientes fechados de pouca ventilação. O vírus se fixa à célula da mucosa através da hemaglutinina, o que não ocorre quando o indivíduo possui anticorpo secretório específico (IgA) ou quando seu mecanismo de defesa mucociliar for eficiente. Existem quatro SíNDROMES CLÍNICAS nas infecções virais: 1- GRIPE CLÁSSICA: Após 24 a 72 horas da inalação dos vírus os pacientes iniciam, subitamente, com febre alta com calafrios, cefaléia, mialgias, mal estar geral, congestão nasal, tosse e dor de garganta. A tosse, inicialmente, é seca e depois aparece secreção purulenta pela destruição do epitélio afetado e pela ocorrência de microorganismos bacterianos. Há poucos estertores crepitantes ou roncos na ausculta pulmonar. 2- GRIPE CLÁSSICA COMPLICADA com pneumonia bacteriana. Ocorre a infecção gripal das vias aéreas superiores, conforme descrito, que melhora como de costume até o 7°/10° dia e retorna, porém desta vez associada à pneumonia bacteriana, em geral por penumococo. O quadro clínico no início é o da gripe clássica e, na recidiva, como pneumonia bacteriana comum, como complicação tardia da gripe. 3- GRIPE CLÁSSICA ASSOCIADA À PNEUMONIA, com o paciente iniciando o quadro gripal juntamente com a infecção bacteriana. A clínica é idêntica à das pneumonias, porém com sintomas de vias aéreas superiores, como dor de garganta, secreção nasal, cefaléia, etc...Essa situação é especialmente grave nos mais idosos. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 11 4- PNEUMONIA VIRAL PRIMÁRIA: É extremamente grave. Ocorre mais em idosos e em pacientes com doença pulmonar prévia, crianças e nos últimos meses de gravidez. Inicia como uma gripe típica e em 24 a 48 horas desenvolve insuficiência respiratória com extrema dispnéia → taquipnéia superficial c/ baixo volume pulmonar. Há taquicardia e hipoxemia severa que, em geral, não responde a oxigenioterapia. Algumas formas mais graves de PVP levam ao desenvolvimento de S.A.R.A. No exame físico há apenas estertores crepitantes expiratórios. A produção de escarro é variável e eventualmente com sangue. Aos Raios X mostram extensos infiltrados intersticiais e alveolares, por vezes até opacificação total, bilateral. Infiltrações bilaterais difusas, com aspecto de vidro fosco são associadas à progressão para insuficiência respiratória. A mortalidade é extremamente alta. Gripe é mais que um resfriado. Este é mais gradual e mais leve, não provocando sintomas tão intensos como as gripes, conforme mostrado no quadro abaixo. Sinais e sintomas Gripe Resfriado Incidência Março a maio e julho a agosto O ano todo Início Súbito Gradual Febre Em geral >30°, por 3 a 4 dias Raramente Tosse Seca. Às vezes produtiva. Irritativa Cefaléia Forte Raramente Mialgias Comuns e muitas vezes severas Leves Cansaço e fraqueza Durante duas ou três semanas Muito leves Exaustão física Precoce e importante Geralmente ausente Desconforto respiratório Comum Leve a moderado Congestão nasal Às vezes Comum Coriza Às vezes Comum Dor de garganta Às vezes ComumCPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 12 INFECÇÕES BACTERIANAS: Menos freqüentes que as infecções virais, fazem um capítulo à parte na pneumologia e as mais importantes, serão comentadas em seguida. PNEUMONIA PNEUMOCÓCICA INCIDÊNCIA: É a mais comum de todas, perfazendo 90% de todas as pneumonias comunitárias. Não costuma ser de muita gravidade. Ocorre o ano todo, mais no inverno e primavera. Estão presentes em 50-70% do tracto respiratório dos adultos, apenas colonizando. Também causam freqüentemente meningite em adultos. O Streptococcus pneumoniae é um coccus encapsulado, imóvel, gram positivo que se agrupam em pares ( diplococus ). Provoca-nos danos por seu crescimento avassalador, pelo uso de nutrientes e por interferir em funções vitais. Não causa necrose tecidual, o que a diferencia das outras pneumonias. CLÍNICA CLÁSSICA: O início quase sempre é súbito com tosse produtiva de escarro amarelo-purulento e dor durante a respiração ( pleurítica ). No exame físico se percebe: febre, taquipnéia e diminuição do volume corrente por causa da dor. Na palpação, há aumento do frêmito tóraco-vocal ( dizer 33 ). Há macicez à percussão, se houver derrame pleural. Na ausculta ouvimos estertoração e diminuição do murmúrio vesicular, podendo ocorrer a pectorilóquia fônica. Aos RAIOS X observam-se infiltrados acinares, lobares e peribrônquicos. A característica da pneumonia pneumocócica é o broncograma aéreo, a visualização de um brônquio bem aerado no meio de uma área de hipotransparência pulmonar. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 13 OUTRAS INFECÇÕES BACTERIANAS Produzem necrose tecidual, levando à lesão parenquimatosa pulmonar . Principais agentes: Staphilococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Haemóphilus influenzae Além destes: Gram negativos → Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Proteus mirabilis,Serratia sp Anaeróbios → Streptococcus anaerobius, Bacteróides fragilis, Fuso-espiroquetas. 1- PNEUMONIA ESTAFILOCÓCICA: É causada pelo Staphilococcus aureus, que é um coco gram positivo agrupado em forma de cacho de uvas. O S. aureus é a causa mais freqüente de infecção supurativa*. *Formação de abcesso é característica das infecções por Staphilococus aureus INCIDÊNCIA: As pneumonias estafilocócicas são apenas 2% das pneumonias comunitárias no entanto, 10% das pneumonias hospitalares. A CLÍNICA quase sempre é aguda com: TOXEMIA = Facies toxêmico Febre com calafrios importantes e múltiplos, Dor muscular generalizada. Dispnéia progressiva � cianose. Confusão mental, torpor. Choque séptico O aspecto toxêmico pode ser a única manifestação clínica Imagem radiológica de pneumonia lobar, no caso de lobo médio, com presença de consolidação alveolar (broncograma aéreo) com discreta reação pleural. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 14 Tosse com escarro purulento, espesso e sanguinolento. 2- PNEUMONIAS POR GERMES GRAM NEGATIVOS Os germes gram negativos têm alto grau de resistência bacteriana, causam extensa necrose e abscessos pulmonares. A incidência de óbitos é muito elevada. Veremos cada uma delas em separado. 2.1.- PNEUMONIAS POR KLEBSIELLA PNEUMONIAE: INCIDÊNCIA: é a mais comum das pneumonias comunitárias por germe gram negativo. É mais freqüente na forma lobar; mais no lobo superior e o empiema não é raro. Ao RAIOS X vemos a mesma hipotransparência heterogênea das outras pneumonias, porém a diferença é a velocidade com que se formam os abscessos. 2.2.- PNEUMONIAS POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA: INCIDÊNCIA: é a mais comum das pneumonias hospitalares por gram negativos. Dentro do GRUPO DE RISCO estão as pessoas com neoplasia/quimioterapia, os grande queimados e os que sofreram manipulação das vias aéreas superiores. 2.3 -PNEUMONIAS POR HAEMOPHILUS INFLUENZAE: O Haemophilus é um bastonete bipolar gram negativo (cocobacilus). A INCIDÊNCIA vem aumentando e com cepas resistentes mais freqüentes. É comum no escarro de pacientes portadores de DPOC, onde pode ser saprófito. Ao RAIOS X vemos broncopneumonia em múltiplos nódulos e ocorrência de derrame pleural em 1/3 dos pacientes. 3 -PNEUMONIAS POR GERMES ANAERÓBIOS 3.1.-Estreptococcus anaeróbios → são germes gram positivos, em cadeias mais curtas que os aeróbios. 3.2. Bacteróides fragilis → são germes gram negativos, estritamente anaeróbios, imóveis e não esporulados. 3.3 -Fusobactérias/espiroquetas → são bacilos gram negativos afilados, agrupados em feixes. Não muito invasivos, sua disseminação, em geral, é hematogênica a partir de um foco infeccioso extrapulmonar e mais freqüentemente abdominal, como um abscesso subfrênico. Quando é primária se da por aspiração de material infectado das gengivas ou de focos sépticos dentários. Inicia geralmente no local de trauma ou de tecido necrosado; provoca secreção purulenta com mau cheiro forte. PNEUMONIAS POR FUNGOS Vários fungos podem afetar nossos pulmões causando síndrome infecciosa, que muitas vezes simulam uma infecção bacteriana. 1 – PNEUMONIA POR MYCOPLASMA PNEUMONIAE: São fungos transmitidos por gotículas de Flügge sendo, portanto adquirido por aspiração dos microorganismos para o trato respiratório inferior. É a única espécie de Mycoplasma patogênica para a espécie humana. INCIDÊNCIA: Fazem 20 a 40% das pneumonias comunitárias por fungo. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 15 Ao RAIOS X: Vemos infiltrados segmentares intersticiais granulares e lobares, é maior a freqüência nos lobos inferiores e muitas vezes, estes infiltrados são bilaterais. 2 – PNEUMONIA POR PNEUMOCYSTIS JIROVECI: Relatados desde 1909 por Carlos Chagas, pulmões contendo “microorganismos císticos” com corpúsculos em seu interior os quais foram batisados de Pneumocystis carinii em 1912 e, recentemente teve seu nome modificado para P. Jiroveci, em homenagem a um dos cientistas que mais pesquisam sobre ele. É a causa mais comum de óbito entre a população aidética, visto que os portadores da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) têm particular susceptibilidade à pneumonia por P. Jiroveci. Este microorganismo nunca foi isolado em culturas, porém recentemente em estudos por microscopia eletrônica e análise filogenética mostraram que o P. Jiroveci é fungo e não protozoário. A pneumocistose tem sido o principal indício do diagnóstico de AIDS, ocorrendo em 65% dos casos. A maioria dos aidéticos desenvolverá pelo menos um episódio de pneumocistose durante o curso da doença. A suscetibilidade do aidético a pneumocistose surge quando os níveis de linfócito T auxiliar (CD4) no sangue periférico são inferiores a 200 células por mm³. NÃO DÁ PRA ESQUECER Na pneumocistose o comprometimento primário é no interstício pulmonar. É um tipo de “pneumonia intersticial”. Sendo assim, a hipoxemia é importante com grande repercussão ventilatória. O RX quase sempre mostra uma opacidade difusa com padrão intersticial. Como o problema se limita ao interstício pulmonar, os alvéolos são poupados o que torna a ausculta pulmonar quase sempre “inocente”, muitas vezes, sem nenhum tipo de ruído adventício. Já que estamos falando de pneumonia intersticial, vale lembrar que estas são as de maior gravidade, devido à grave hipoxemia que freqüentemente as acompanha. Didaticamente, além das intersticiais, as pneumonias ainda dividem-se em lobares e broncopneumonias. As lobares, quase sempre causadas por pneumococo, apresentam numa escala de gravidade, o melhor prognóstico. As broncopneumonias, por afetar áreas maiores do pulmão, levam a uma maior taxade complicações fatais. A maior incidência é em indivíduos predisponentes; crianças de baixa idade; idosos e imunodeprimidos de uma maneira geral. Geralmente está associada a infecção prévia da árvore traqueobrônquica. Ao Rx nota-se lesões macroscópicas: lesões multifocais, nodulares, mal delimitadas, aspecto congesto, firmes, friáveis “macicez”, sempre c/ padrão de hipotransparência ( radiopacidade ). Broncopneumonia Confluente: infecções por germes Gram positivos e imunodeprimidos. Broncopneumonia Abscedante: Staphylococcus aureos e outros piogênicos. Há focos de CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 16 necrose supurativa ( abscessos pulmonares ). Broncopneumonia Necrosante e Hemorrágica: germes Gram negativos, imunodeprimidos, vírus e fungos. DERRAME PLEURAL A pleura é uma membrana serosa, fina, que envolve os pulmões e se rebate formando duas paredes, criando um espaço de mais ou menos 10 a 20µ de espessura. Normalmente há uma quantidade de líquido dentro deste espaço pleural, que varia entre 5 e 15 ml, é o líquido pleural. Quando algo sensibiliza a pleura como uma pneumonia por exemplo, pode induzí-la à produzir líquido; É o derrame pleural. Pode também apresentar- se com variações quanto à constituição do líquido pleural, como veremos a seguir: Hemotórax (sangue na cavidade pleural): Geralmente é o resultado de uma ferida no tórax. Em ocasiões raras, ocorre ruptura um vaso sanguíneo dentro da cavidade pleural ou uma zona dilatada da aorta (aneurisma aórtico), derramar sangue nessa cavidade. A hemorragia pode também ser causada pela coagulação anormal do sangue, devido ao fato de na cavidade pleural, o sangue não coagular completamente. Empiema (pus na cavidade pleural): Surge quando o derrame pleural se infecta ou a pneumonia ou o abscesso pulmonar extravasa para cavidade pleural. O tratamento é obrigatoriamente cirúrgico, quase sempre realizado através de drenagem torácica fechada em CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 17 selo d’agua. Nesta caso, a permanência do dreno é prolongada em relação ao derrame pleural simples. O espessamento fibroso da pleura é a complicação mais freqüente. Quilotórax (líquido leitoso na cavidade pleural): É causado geralmente por lesão traumática dos principais canais linfáticos do tórax (ducto torácico) ou pela obstrução do canal causada por um tumor. * O líquido com um nível alto de colesterol na cavidade pleural é o resultado de um derrame com muito tempo de evolução, como o causado pela tuberculose ou pela artrite reumatóide. FISIOLOGIA/FISIOPATOLOGIA: O líquido tem formação dinâmica, nas pleuras parietal, pelas diferenças de pressão hidrostática e oncótica, sendo absorvido pelas pleuras visceral e parietal. A pressão hidrostática é dada pela quantidade de água que existe em uma solução e a pressão oncótica é fornecida pela quantidade de proteínas que existe na solução. Assim, para haver derrame pleural necessita haver: Aumento da pressão hidrostática na circulação capilar pulmonar e/ou Diminuição da pressão oncótica do plasma Mais aumento da pressão negativa no espaço pleural Mais aumento da permeabilidade capilar Diminuição da drenagem linfática a partir do espaço pleural O DIAGNÓSTICO: Os principais sintomas são dispnéia, tosse e dor pleural . O exame físico será normal se houver menos de 300 ml de líquido; se houver mais do que este volume, poderá haver diminuição da expansibilidade do tórax, diminuição do frêmito tóraco-vocal, do murmúrio vesicular e, na percussão, notaremos macicez. Ao RAIOS X veremos desaparecimento do seio costofrênico ( velamento ). Nos derrames pequenos, hipotransparência homogênea na base do tórax e, quando extenso, opacificação do hemitórax, com deslocamento do mediastino para o lado oposto à lesão. D O I S G R A N D E S G R U P O S : Transudatos Exsudatos Insuficiência Cardíaca Congestiva Neoplasias (causa mais freqüente) Infecções (40 a 60%) Cirrose (6% dos cirróticos) Embolia pulmonar Síndrome nefrótica (21%) Doenças gastro intestinais: Mixedema pancreatite Diálise peritoneal abscessos hepáticos Sarcoidose hepatite Glomerulonefrite Doenças do colágeno Atelectasia Lúpus Erit. Sistêmico (50 a 70%) Embolia pulmonar Síndrome de Sjögren, CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 18 Exsudato: é o líquido que tem grande quantidade de proteínas; constatamos isto pelas fórmulas: # quantidade de proteínas no líquido pleural dividido pela quantidade de proteínas no plasma, que deve ser menor que 0,5. Nos exsudatos, os valores geralmente são superiores a 0,5. Em geral são derrames unilaterais. ATELECTASIA PULMONAR A palavra “atelectasia” significa expansão incompleta do pulmão. É a falta de expansão das vias aéreas, além do bronquíolo terminal, em área anteriormente bem ventilada. A atelectasia é a ausência de ventilação alveolar numa determinada região do pulmão. Essa região pode estar completa ou parcialmente colapsada. Desta forma podemos resumir as atelectasias em cinco formas: 1) Atelectasia obstrutiva: é o tipo mais freqüente e clinicamente mais importante, podendo a obstrução ser de brônquio pré-segmentar ou de múltiplos pequenos brônquios e bronquíolos. 2) Atelectasia adesiva ou tensiolítica: (não obstrutiva ou microatelectasia) que depende em parte de alguma perturbação na atividade do surfactante com boa permeabilidade de vias aéreas, como ocorre na SARA, no tromboembolismo pulmonar, na pneumonia aguda pós-radiação e nos pós-operatórios cardíacos devido a CEC e seus efeitos CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 19 sobre o pneumócito II. 3) Atelectasia de compressão: associada a processos que ocupam espaço dentro do tórax, como o derrame pleural e o pneumotórax. Também ocorre circundando cistos, bolhas de enfisema e neoplasias. 4) Atelectasia restritiva: Ocorre geralmente por postura antálgica e receio ou incapacidade do paciente realizar inspirações profundas devido a dor. Outra causa de atelectasia restritiva são as alterações ortopédicas da caixa torácica ou devido a doença neuromuscular 5) Atelectasia cicatricial: Ocorre pela redução do volume pulmonar em função de cicatriz no parênquima pulmonar, resultado de doença infecciosa ou traumática. A clínica da atelectasia depende de sua extensão e de sua etiologia, podendo passar despercebidas quando são segmentares. Em geral observa-se dispnéia, taquipnéia, dor do tipo pleurítica e pode ocorrer febre baixa, tardiamente. Ao RAIO X podemos ver os sinais de atelectasia: Os sinais são cinco e atestam os fenômenos de compensação de volume das estruturas torácicas em face da retração tecidual: 1) Elevação da cúpula diafragmática, ou melhor, da base do pulmão; mais notada nos colapsos de base pulmonar. 2) Deslocamento homolateral do mediastino nas atelectasias de lobos inferiores ou médios. Nos acometimentos de lobo superior há desvio homolateral da traquéia. 3) Hiperextensão compensadora do pulmão contralateral, que ocorre tardiamente na história da doença. 4) Deslocamento do hilo pulmonar para cima nas atelectasias de lobos superiores e abaixamento quando a doença é dos lobos inferiores. 5) Retração dos espaços intercostais. É o sinal mais fidedigno de atelectasia. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 20CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 21 NÃO DÁ PRA ESQUECER A atelectasia pulmonar constitui um problema ou “defeito” do tipo “ Shunt ” e só pra lembrar, o shunt fisiológico fica em torno de 4 a 5%. Desta forma, o sangue que circula no pulmão não sofrerá processo de ventilação e conseqüentemente, não será oxigenado. Isso, claro, irá causar hipoxemia, que neste caso, não responderá a incrementos na FiO2. A forma mais freqüente é a obstrutiva, que decorre do acúmulo de secreção dentro das vias aéreas. As atelectasias, talvez, representem as únicas pneumopatias, onde as estruturas do mediastino ficam deslocadas para o lado onde acontece a atelectasia. ( lado homolateral ou ipsilateral ). Isso é facilmente percebido ao RX, que também mostra elevação da cúpula diafragmática e diminuição dos espaços intercostais ( sinal da convergência das costelas ). Também pode acontecer em função de elevadas FiO2 ( ↑ 60% ). Quando isso ocorre, chamamos de atelectasia de absorção. O exame físico é marcado pela ausência ou diminuição da expansibilidade do pulmão acometido e pela macicez durante a percussão, Pode haver hiperexpansão compensatória do pulmão oposto. Na ausculta pulmonar, o que mais chama atenção é a ausência do murmúrio vesicular na área afetada. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 22 BRONQUITES I n f l am ação aguda , c r ô n i c a ou r e c i d i v an t e d o s i s t ema b r ônqu i c o , d e o r i g em v i r a l , b a c t e r i ana o u po r a ge n t e s f í s i c o s ou q u í m i c o s , que a pa r e c e f r e qüen t eme n t e c omo man i f e s t a ção pa r c i a l d e uma i n f l amação d o t r a t o r e sp i r a t ó r i o s upe r i o r . ETIOLOGIA: Pré-disposição individual, Poluição do ar ( pó, fungos, poeiras, etc... ) Tabagismo Gripes Mudanças climáticas bruscas BRONQUITE AGUDA: Podemos classificá-la em: CATARRAL: A mucosa está edemaciada, avermelhada e coberta por muco; é a fase inicial da doença. PURULENTA: Quando passa a haver infecção por bactérias; a secreção é purulenta e há polimorfonucleares na submucosa, epitélios e na secreção. FIBROSA: Há depósito de fibrina na superfície, em forma de membrana (pseudo membranosa) que não se solta facilmente. NECROTIZANTE: Ocorre necrose da mucosa e submucosa. HEMORRÁGICA: Ocorre lesão ulcerada da mucosa com sangramento, infiltrados inflamatórios celulares, necrose e fibrina. CLÍNICA: Mal estar geral, febre, cefaléia, coriza, tosse (inicialmente seca irritativa e depois com secreção). Dispnéia e sintomas de disfunção pulmonar surgem em casos em que há lesão pulmonar prévia. BRONQUITE CRÔNICA: Inflamação das vias aéreas respiratórias baixas, acompanhada de tosse, expectoração e dispnéia e que leva com freqüência a uma obstrução permanente das vias aéreas tendo como conseqüência, a DPOC. As doenças crônicas pulmonares representam 1/3 dos casos de incapacidade para o trabalho. A bronquite crônica pode ser a fase inicial de insuficiência respiratória crônica com invalidez permanente. A obstrução é conseqüência de algum grau de broncoespasmo, de CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 23 edema inflamatório da mucosa e de hipersecreção mucosa A SUSPEITA DIAGNÓSTICA História de tosse com expectoração, a maior parte dos dias da semana, com duração de pelo menos três meses, em dois anos consecutivos, porém tosse, dispnéia e tabagismo são insuficientes para o diagnóstico de DPOC, a obstrução ao fluxo tem que estar presente e é normalmente detectada pelo o teste de função pulmonar. NÃO DÁ PRA ESQUECER Na bronquite crônica a complacência pulmonar está aumentada e a elastância está diminuída, aliás, essas são características das D.P.O.Cs, de uma forma geral. O componente inflamatório da doença é marcante e é o que produz a obstrução ao fluxo aéreo, em função do edema da mucosa brônquica e excessiva produção de muco. Em geral, bronquíticos respondem melhor aos corticosteróides que os enfisematosos. Na espirometria, o VEF1 estará diminuído e a CVF quase sempre estará normal ou próxima disso. Claro, o índice de Tiffeneau ( VEF1/CVF ) estará por certo, diminuído. Diminuído também estarão a medida do FEF25-75 e o Peak-Flow. A gasometria arterial, mostra quase sempre, aumento da PaCO2 ( hipercapnia crônica ). Para compensar esse aumento da PaCO2 que certamente levaria à uma acidose respiratória, o bicarbonato sérico deve estar aumentado, criando uma situação de acidose respiratória compensada. No exame físico, esse paciente apresenta aspecto pletórico com algum grau de edema periférico. A cianose é um sinal freqüente e a dispnéia está sempre presente e em casos mais graves, manifesta-se inclusive em repouso. Em geral, é “gordinho” enquanto o enfisematoso é “magrinho”. A ausculta pulmonar freqüentemente mostra roncos e creptações, difusamente distribuídas. Ao RX verifica-se um padrão de hiperinsuflação com hipertranparência. É possível notar também a retificação do diafragma, o aumento do ângulo de Charpy e a diminuição da zona de aposição diafragmática. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 24 ENFISEMA PULMONAR Condição pulmonar caracterizada por aumento, além do normal, no tamanho dos espaços aéreos situados além dos bronquíolos terminais, com destruição de suas paredes e sem sinais de fibrose. ETIOLOGIA: Diante da exposição prolongada do indivíduo a substâncias patógenas, ocorre uma inflamação crônica fazendo com que haja um desequilíbrio entre proteases e anti-proteases no parênquima pulmonar. Sendo assim, qualquer fator que aumente as proteases, principalmente a elastase, e/ou iniba ou reduza as antielastases, promove a destruição do arcabouço elástico do pulmão. A mais importante antielastase é a alfa-1-antripsina, e a principal fonte de elastase são os neutrófilos, que encontram-se elevados, junto com os macrófagos, no tabagismo. O mecanismo de destruição pulmonar ocorre da seguinte maneira: os macrófagos são anormais em fumantes e destroem o tecido pulmonar, além disso, os leucócitos que combatem a infecção pulmonar estão alterados e liberam enzimas que também realizam esta função, e ainda a alfa-1-antitripsina, que funciona defendendo o tecido pulmonar contra essas enzimas, encontra-se inativa pela ação de oxidantes liberados pela fumaça do cigarro e pela ação dos leucócitos anormais. CLASSIFICAÇÃO: ENFISEMA CENTRO ACINAR: as modificações se restringem aos bronquíolos respiratórios; localizam-se preferencialmente nos lobos superiores; é classicamente associado ao tabagismo, às vezes associado à inalação de pó de carvão. ENFISEMA PAN ACINAR: afeta todos os componentes do ácino; localiza- CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 25 se mais nas bases pulmonares; comumente associados à deficiência congênita de alfa-1 antitripsina; compromete os espaços aéreos e o leito vascular alveolar; podem coalescer e formar bolhas. ENFISEMA PARA SEPTAL: restrito à periferia do ácino; nunca são extensos e não tem repercussão funcional. ENFISEMA SENIL: é o estiramento gradual, mas não a ponto de romper o tecido alveolar e ocorre em virtude da idade. A redução da retração não se deve só à alteração das propriedades das fibras elásticas, mas também do tamanho aumentadodos espaços aéreos afetados. CLÍNICA: o sintoma característico é a dispnéia de esforço, freqüentemente com sibilos, piores pela manhã. Intolerância à exposição súbita ao frio ou atmosferas esfumadas→tosse, sensação de aperto e dispnéia (irritabilidade brônquica). Ortopnéia. Alguns pacientes apresentam graus variáveis de distúrbio da troca de gases: desde poucos sinais de distúrbios da função cardiopulmonar até cianosados e edemaciados. Daí pode ter dois tipos de pacientes: os rosados e sopradores e os cianóticos e edemaciados. NÃO DÁ PRA ESQUECER Nesta enfermidade, a complacência pulmonar também está aumentada enquanto a elastância pulmonar está diminuída. Aumentados também estão a CPT e a CRF, basicamente às custas do aumento do volume residual ( VR ). Na espirometria, o VEF1 estará diminuído e a CVF quase sempre estará normal ou próxima disso. Claro, o índice de Tiffeneau ( VEF1/CVF ) estará por certo, diminuído. Diminuído também estarão a medida do FEF25-75 e o Peak-Flow. A gasometria arterial, mostra quase sempre, aumento da PaCO2 que pode chegar a valores próximos de 70 mmHg. ( hipercapnia crônica ). Para compensar esse aumento da PaCO2 que certamente levaria à uma acidose respiratória, o bicarbonato sérico do enfisematoso também deve estar aumentado, quase sempre ultrapassando os 30 mEq/L No exame físico, esse paciente, apresenta hiperinsuflação pulmonar, tórax em “tonel” ou “sapateiro” e quase sempre é emagrecido, onde se pode “ contar as costelas “. A dispnéia está sempre presente e em casos mais graves, manifesta-se inclusive em repouso. A ausculta pulmonar freqüentemente mostra murmúrios vesiculares diminuídos difusamente CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 26 e a ausência de ruídos adventícios. Ao RX verifica-se um padrão de hiperinsuflação com hipertranparência difusa e coração alongado ( coração em gota ). É possível notar também a retificação do diafragma, o aumento do ângulo de Charpy e a diminuição da zona de aposição diafragmática. IMPORTANTE: O hipocratismo digital ( baqueteamento digital ) não faz parte da história natural do enfisema pulmonar, assim como das DPOCs de uma maneira geral. Quando presente, deve-se pesquisar algo a mais. Quase sempre decorre de câncer pulmonar, hipertensão pulmonar ou mesmo fibrose pulmonar. Isso freqüentemente é usado como “pegadinha” nas provas. ASMA Duas características têm que ser frisadas a princípio: � A hiperreatividade é contínua. � A exposição a um irritante é o que desencadeia a crise. HIPER-RESPONSIVIDADE ou HIPERREATIVIDADE: Resposta acentuada dos brônquios em forma de constrição, à administração de histamina ou carbacol. A hiperreatividade está relacionada a um processo inflamatório da mucosa brônquica. A broncoconstricção induzida por ar frio é bloqueada por atropina, o que indica comprometimento de um arco reflexo nervoso. As reações à histamina a ao óxido de enxofre “ D o e n ç a i n f l a m a t ó r i a c r ô n i c a c a r a c t e r i z a d a p o r h i p e r - r e s p o n s i v i d a d e ( H R ) d a s v i a s a é r e a s i n f e r i o r e s e p o r l i m i t a ç ã o v a r i á v e l d o f l u x o a é r e o , m e d i a d a p o r v á r i a s c é l u l a s e a s s o c i a d a a d i v e r s o s e s t í m u l o s , c o m i n f l u ê n c i a s g e n é t i c a s e d o m e i o a m b i e n t e , t r a d u z i d a p o r o b s t r u ç ã o p a r c i a l d o f l u x o a é r e o , r e v e r s í v e l c o m o d e c u r s o d o t e m p o , c o m o u s e m t r a t a m e n t o ”. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 27 são pouco afetadas pela atropina, indicando que a responsabilidade pela reação está na própria parede do brônquio. IRRITANTES BRÔNQUICOS: Os fatores alérgicos Os elementos que podem provocar este tipo de reação são: pólens, fungos (Aspergilus), pelos de animais (gatos, cães), poeira doméstica (pela presença de um ácaro chamado Dermatofagóides pteronissimis) e poeira de trigo ou farinhas, reações a alimentos se acompanham de urticária. CLÍNICA: São crises de bronco espasmo que variam desde minutos até vários dias, com gravidade muito diversificada. Podemos ter asma episódica precipitada pela exposição aos alérgenos. Há tosse, sensação de aperto no tórax e síbilos generalizados. Outro modo clínico desta patologia é a asma com obstrução crônica ao fluxo aéreo, quando os ataques tornam-se menos graves e freqüentes, mas o grau de recuperação entre eles é menos completo. O ESTADO DE MAL ASMÁTICO, ou ATAQUE DE ASMA, é crise de dispnéia extrema com ortopnéia, cianose, sudorese, agitação, confusão mental, uso de músculos acessórios e hiperinsuflação torácica. Há taquicardia que, se for maior que 130bpm, indica hipoxemia grave. O paciente se sente melhor quando sentado e inclinado para frente, com os braços apoiando o corpo. Esta situção em geral dura mais de 24 horas mesmo com administração de aminofilina e corticosteróides por via endovenosa. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 28 No LABORATÓRIO o exame mais importante na investigação da asma é a espirometria, onde notamos diminuição da capacidade vital, do VEF1 e da relação VEF1/CVF ( índice de Tiffeneau ) e notamos aumento do volume residual e da capacidade pulmonar total. A gasometria arterial, na crise, mostra hipoxemia, mas em geral a paO2 está acima de 60 mmHg. A paCO2 normalmente é baixa (por taquipnéia), mas se estiver acima de 50 mmHg é sinal de gravidade e de mau prognóstico. O papel das infecções na asma é principalmente relacionado à infecções virais como gripes, que podem desencadear a crise de asma. Também não se sabe se há alergia ao agente viral ou se há alguma resposta específica. O DIAGNÓSTICO da asma deve ser baseado na história clínica, nas condições funcionais e na avaliação da alergia. A história clínica se baseia na presença de um ou mais dos seguintes sintomas: Dispnéia, tosse crônica, sibilos, aperto no peito ou desconforto torácico, principalmente à noite. NÃO DÁ PRA ESQUECER A asma brônquica é sempre motivo de “pegadinhas” nos concursos públicos. Primeiro quando perguntam se a asma é uma doença crônica. A resposta deve ser sempre: SIM. Claro, doença INFLAMATÓRIA crônica e não doença obstrutiva crônica. Apesar de durante a crise de asma, o pulmão, funcionalmente ser semelhante ao pulmão do DPOC ( aumento da complacência pulmonar, aumento dos volumes residuais, aumento da CPT, diminuição da elastância, diminuição da VEF1 e do Ind. de Tiffeneau,) a PaCO2 ( gasometria ) no caso da asma, estará diminuída ( devido a hiperventilação ), ao contrário do que acontece com as DPOCs, que quase sempre mostram padrão de aumento da PaCO2 ( hipercapnia ). Outro assunto que geralmente provoca confusão é a ventilação mecânica no asmático. Vale lembrar que a estratégia mais adequada é a HIPOVENTILAÇÃO ( VC↓, FR↓, T.exp↑, e Fluxo Insp. ↑). Isso causa confusão porque quando o asmático desenvolve insuficiência respiratória, geralmente apresenta elevação da PaCO2 ( falência da bomba muscular ventilatória ). Isso acaba se tornando a preocupação principal e “tendemos” a tratar primeiro essa hipercapnia, para evitar a acidose respiratória. Por isso, é natural que se pense em adotar a hiperventilação como estratégia ventilatória, porém isso coloca o paciente num grupo onde a mortalidade se aproxima de 30%. Se a opção for a hipoventilação, a mortalidadeficará certamente abaixo de 4%. Vale lembrar que na espirometria, na prova broncodilatadora, aumentos do VEF1 maiores que 30%, falam mais a favor de asma do que de DPOC. O ASMÁTICO COMEÇA A PERCEBER OS SINTOMAS QUANDO: VEF1 < 65% do previsto ou da melhor medida prévia = Início dos sintomas VEF1 entre 45% e 50% do previsto = Sibilos e dispnéia intermitentes em repouso e despertares norturnos. VEF1 < 35% do previsto = Sintomas intensos em repouso, tosse e sibilos toda a noite. VEF1 < 15% do previsto = Franca insuciência respiratória CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 29 TUBERCULOSE É uma infecção pulmonar crônica causada por uma bactéria do gênero “Micobacterium”. Podemos ver dois tipos de mico bactérias causando a doença: a Micobacterium tuberculosis e a Micobacterium bovis ( zoonose ). Iniciada quase sempre por via inalatória, que causa uma pequena “pneumonia”, em geral no lobo médio. A partir disto, ocorre uma bacteremia transitória que dissemina o bacilo por vários pontos do organismo. As micobactérias são bastonetes ácido resistentes, imóveis, gram positivos. Resistem à descoloração com álcool e com ácidos no método de Ziehl-Nielsen, por isto são chamados Bacilos Álcool Ácido Resistentes, ou BAAR. Entre duas e 10 semanas após a infecção inicial ocorre o fenômeno da viração, que é o surgimento de hipersensibilidade à tuberculina (proteína do citoplasma do bacilo), ou seja, o paciente torna-se alérgico à tuberculina. Isto é importante porque a partir daí os testes cutâneos se tornam positivos.( PPD ) Em seguida ocorre a imunidade celular com reação inflamatória; esta determina uma hipertrofia dos gânglios linfáticos brônquicos, hilares e mediastinais. Se a concentração de bactérias nos gânglios for grande pode haver necrose tecidual e finalmente calcificação dos gânglios. Calcificações nos campos pulmonares médios e inferiores, com gânglios hilares calcificados são chamados complexo de Ghon. Após a primoinfecção as bactérias dos gânglios hilares ganham a corrente sanguínea e se disseminam pelo organismo dando focos “metastáticos” nos ápices pulmonares, rins, ossos muito vascularizados, SNC, etc. Na maioria das pessoas a infecção permanece quieta após o desenvolvimento da hipersensibilidade, sem acusar manifestação clínica → Tuberculose latente. Em algumas pessoas, ainda na fase pré-alérgica, pode progredir para tuberculose hematogênica aguda generalizada e os focos metastáticos aumentam, sofrem necrose e são “descarregados” na luz de pequenos vasos, estimulando a disseminação de mais focos pequenos, formando um aspecto aos RX sugestivo de grãos de milho → tuberculose miliar. A tuberculose poderá se desenvolver dentro de um gânglio linfático, em geral cervical, onde determinará um abcesso que se abrirá para o meio externo através de uma fístula para a pele. Este abcesso fistulizado é chamado ”estrófulo” → tuberculose ganglionar O diagnóstico é feito pela história de tosse persistente e presença dos sintomas gerais, que muitas vezes são mais importantes que a tosse e por exames complementares. O teste de reação à tuberculina (P.P.D. = Purified Protein Derivated, ou derivado protéico purificado), que é a Reação de Mantoux é um teste no qual se pesquisa a quantidade de reação alérgica da pessoa à tuberculina através da injeção de 0,1 ml de tuberculina (1:1000) no subcutâneo do antebraço, onde vai haver uma reação tipo “corpo estranho” em forma de um nódulo endurecido e hiperemiado. Três dias após a injeção se mede o tamanho CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 30 do nódulo, não da hiperemia, e se determina se a reação é negativa (sem nódulo), se é reator fraco (com nódulo de até 5mm de diâmetro), se é reator moderado (nódulo entre 5 e 10mm) ou reator forte (nódulo com mais de 10mm de diâmetro). A bacterioscopia do escarro com coloração da lâmina pelo método de Ziehl Nielsen é definitiva para o diagnóstico. Deve-se pedir pesquisa de BK no escarro (ou BAAR). NEOPLASIAS PULMONARES O pulmão pode ser afetado por inúmeros tumores. O câncer de pulmão é uma neoplasia primária que se origina nas vias aéreas, é uma neoplasia freqüente e importante. Está fortemente relacionado ao uso de derivados do tabaco, principalmente o cigarro. Um pequeno número de pacientes pode erradicar o tumor com terapêutica adequada, mas a maioria das pessoas já estará em um estágio avançado da doença quando ela for diagnosticada e morrerá de um a dois anos após sua descoberta. As conseqüências clínicas de uma neoplasia pulmonar dependem de seu comportamento biológico, que aspectos ligados à localização, disseminação anatômica e efeitos funcionais do tumor, visto que um tumor benigno pode provocar alterações clínicas importantes, às vezes com risco de vida, como nos casos em que há hemoptise, pneumonias, abscessos, atelectasia de lobos, etc., enquanto um tumor maligno pode se desenvolver lentamente e bem delimitado sendo perfeitamente possível tratá-lo em tempo e ser curado. Tumores malignos que se originam de epitélio são denominados CARCINOMA Os carcinomas podem ser: pavimentoso, escamoso ou epidermóide cilíndrico ou adenocarcinoma indiferenciado ou anaplásico Quatro tipos de tumores são responsáveis por 95% de todos os processos malignos pulmonares: célula escamosa (epidermóide), adenocarcinoma, grandes células (ou anaplásico de grandes células) e o carcinoma de pequenas células. Acredita-se que o carcinoma de células escamosas seja o mais freqüente (30 a 35% dos casos), seguido pelo adenocarcinoma, pelo carcinoma de células grandes e pelo carcinoma de pequenas células/. O câncer de pulmão ocorre principalmente entre 45 e 75 anos de idade e podem se localizar em qualquer local, da traquéia à pleura, sendo mais freqüente nos grandes brônquios. TABAGISMO:Cerca de 80 a 90% dos casos de câncer pulmonar são causados pelo cigarro; ele causa câncer de forma dose-dependente. O consumo de cigarros é medido pelo número de maços fumados por dia e pelo número de anos de tabagismo. Uma pessoa que tenha fumado dois maços/dia por vinte anos corre um risco 60 a 70 vezes maior de desenvolver câncer pulmonar se comparada a pessoas que nunca fumaram. OUTRAS POLUIÇÕES: A exposição ocupacional também aumenta a incidência de câncer pulmonar: urânio, CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 31 haloéteres, vapores arseniacais, óleo isopropil, níquel, ferro metálico, óxido de ferro e berílio. Exposição de não fumantes a asbesto está associada a uma incidência quatro ou cinco vezes maior de câncer pulmonar. A inflamação crônica do pulmão, como encontrada na fibrose intersticial e em áreas de fibrose cicatricial, está associada à ocorrência de adenocarcinoma. O carcinoma de pequenas células (oat cell) difere dos outros tipos em termos biológicos e de manifestações clínicas, em geral começa como um tumor central, mas 70 a 90% dos pacientes apresentam doença exterior ao hemitórax original na ocasião da detecção. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 32 Quadro 1: Comparação entre o câncer pulmonar de pequenas células e o de não pequenas células. Câncer de pequenas células Câncer não de pequenas (Oat cell) células citopatologia citoplasma escasso; citoplasma de grande volume nucléolos indistintos e nucléolos proeminentes citogenética deleção de 3p15→ 23 nenhuma alteração bioquímica e enzimas e hormônios múltiplos cromossomal específica produção hormonal (ACTH, L-dopa descarboxilase, conhecida creatininoquinase, HAD, e outros.) produção de hormônio raro, câncer ectópico síndromes paraneoplásicas menos comuns que no oat cell. quadro clínico e hemoptise rara, Hemoptise comum; sintomasa maioria dos pacientes está disseminação menos sintomático e com metástase freqüente no diagnóstico. quando procura assistência médica. cirurgia raramente indicada ou nunca. esperança primária de cura. radioterapia função limitada, paliativa e talvez cura possível. profilaxia de metástases para o paliativa, SNC. quimioterapia tratamento principal (até 80% de efeito na sobrevida não resposta) determinado. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 33 TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP) Obstrução da artéria pulmonar ou de ramos dela, decorrente da migração de um trombo ou material estranho proveniente do sistema venoso periférico, do coração direito ou de outros locais do organismo. ETIOLOGIA: natureza e fonte do êmbolo: Entre 80 e 90% é proveniente de trombose dos membros inferiores � Mais ou menos 10% é proveniente das veias pélvicas � e do plexo prostático � ou do coração direito �. Outros 10%, aproximadamente, é material embólico não hemático: líquido amniótico, gordura, ar, medula óssea amarela, metástase tumoral. � TROMBOSE DOS MEMBROS INFERIORES: Alterações de parede vascular → lesões de parede aderência Alterações hemodinâmicas → estase circulatória plaquetária Alterações hemáticas → Hipercoagulabilidade. � TROMBOSE DE VEIAS PROSTÁTICAS: Carcinoma de próstata. Cirurgias da próstata*. � TROMBOSE DE VEIAS PÉLVICAS: Partos e cirurgias Abortos sépticos*. � CORAÇÃO DIREITO: Fibrilação atrial*. Infarto do miocárdio. Miocardiopatias. Endocardite valvular. FATORES DE RISCO (para embolia pulmonar) Idade maior de 60 anos. Gravidez. Fratura de quadril. Câncer. Insuficiência venosa crônica. Tromboflebite anteriores. Obesidade. Desidratação. Pós-operatórios. Insuficiência cardíaca congestiva. Uso de anticoncepcionais. Embolia pulmonar prévia. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 34 A embolia pulmonar é mais comum do que se pensa, porém o diagnóstico ou não é feito ou é feito erradamente, pois pode se confundir com pneumonias ou com vasculites, em doenças do tecido conjuntivo. É mais comum em doentes hospitalizados. Aproximadamente 30% ocorre em doentes cardíacos e outros 30% em portadores de doenças clínicas, não cardíacos e o restante ocorre em doentes cirúrgicos. EMBOLO PULMONAR MACIÇO: Embolo grande que obstrui completamente a artéria pulmonar. Ocorre obstrução mecânica aguda ao fluxo sangüíneo pulmonar. Raramente ocorre infarto pulmonar provavelmente pela rapidez com que ocorre o óbito (70% morrem com duas horas de evolução). Aparece ventrículo direito agudamente dilatado, veias periféricas dilatadas e fígado congestionado. Quando há oclusão maior que 25% do leito arterial, ocorrerá hipertensão pulmonar. EMBOLIA EM ARTÉRIAS DE PEQUENO CALIBRE: Mais freqüente em lobos inferiores e mais à direita. Pode ocorrer infarto pulmonar que atinge a pleura. A área infartada não tem ar e há hemorragia no interstício e no alvéolo. Pode haver atelectasia e edema ao redor do infarto. Os infartos regridem lentamente e em 2 ou 3 semanas há fibrose linear no local infartado. Aos Raios X: No primeiro dia a imagem é normal, depois aparece hipotransparência em cunha.( sinal de Hampton ) ou áreas de hipoperfusão pulmonar ( sinal de Westmark ) ou dilatação da artéria pulmonar ( sinal de Palla ). Em torno de 30 - 40% dos casos há derrame pleural ou atelectasia. Sintomas: Na OCLUSÃO MACIÇA: há insuficiência do ventrículo direito com cianose importante, ingurgitamento venoso e congestão hepática. Redução aguda do enchimento ventricular esquerdo com conseqüente importante diminuição do débito cardíaco, do fluxo sangüíneo coronariano e cerebral; hipoxemia, dispnéia severa e hipotensão arterial. Para VASOS DE MÉDIO CALIBRE os sintomas dependem do número, do tamanho e da distribuição dos êmbolos. Podemos ver vários padrões: 1. Sem efeitos ou episódio passageiro de dispnéia. 2. Infarto pulmonar: hemoptise, atrito pleural, dor, dispnéia, macicez ou sub-macicez, diminuição dos sons respiratórios, derrame pleural e radiologia mostrando a hipotransparência em cunha característica. 3. Quadro agudo, mas não muito grave. 4. Síndrome crônica com cor-pulmonale, por hipertensão arterial pulmonar. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 35 FIBROSES PULMONARES Fibrose pulmonar é a substituição do tecido pulmonar normal por um tecido cicatricial. É causada, na maioria das vezes, pelas Doenças Intersticiais Pulmonares (DIPs) Tipos de fibroses pulmonares: Fibrose pulmonar Idiopática ( FPI ) Fibroses ocupacionais Histiocitose X Hemossiderose Pulmonar Proteinose Alveolar Sarcoisdose Fibrose cística ou mucoviscidose Fibrose pulmonar Idiopática: A fibrose pulmonar é causada por muitas doenças, especialmente por aquelas que envolvem alterações do sistema imune. ( artrite reumatóide, esclerodermia, polimiosite e raramente, lúpus eritematoso sistêmico) Infecção (vírus, riquétsias, micoplasmas, tuberculose disseminada ) Medicamentos e substâncias tóxicas (metotrexato, bussulfano, ciclofosfamida, ouro, penicilamina, nitrofurantoína, sulfonamidas, amiodarona ) Fibroses ocupacionais: Silicose ( Sílica- mais comum ); Asbestose ( Amianto ); Callinose ( Cal ); Talcose ( Talco ); PMC/Antracose ( Carvão ); Berilose ( Berílio ); Bissinose ( Algodão ). Histiocitose X: A histiocitose X, é um grupo de distúrbios (doença de Letterer-Siwe, doença de Hand-Schüller- Christian e granuloma eosinofílico) nos quais ocorre uma proliferação de células removedoras anormais, denominadas histiócitos, e de um outro tipo de célula do sistema imune, denominada eosinófilo, especialmente nos ossos e nos pulmões, que provoca freqüentemente a formação de cicatrizes pulmonares. Hemossiderose Pulmonar: A hemossiderose pulmonar idiopática (ferro nos pulmões) é uma doença rara e freqüentemente fatal, na qual, por razões desconhecidas, ocorre um extravasamento de sangue dos capilares para o interior dos pulmões. Apesar de essa doença afetar principalmente as crianças, ela também pode ocorrer em adultos. Proteinose Alveolar : A proteinose alveolar pulmonar é uma doença rara, na qual os alvéolos pulmonares enchem-se de um líquido rico em proteínas. Geralmente afeta indivíduos com idade entre 20 e 60 anos, que sabidamente não apresentavam uma doença pulmonar. CPCON CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS 36 Sarcoidose: A sarcoidose é uma doença na qual ocorre um acúmulo anormal de células inflamatórias (granulomas) em muitos órgãos do corpo, incluindo pulmões. A causa da sarcoidose é desconhecida. Ela pode ser decorrente de uma infecção ou de uma resposta anormal do sistema imune. Os fatores hereditários podem estar presentes. Fibrose cística: A fibrose cística ou mucoviscidose é uma doença hereditária que faz com que determinadas glândulas produzam secreções anormais, acarretando vários sintomas, dentre os quais, o mais importante afeta o trato digestivo e os pulmões. É a doença hereditária que mais leva à morte os indivíduos da raça branca nos Estados Unidos. A sua freqüência é de 1:2.500 recém-nascidos da raça branca e de 1:17.000 recém-nascidos da raça negra. No entanto, ela é rara entre a população asiática. Por outro lado, não existe variação de incidência em função do sexo, afetando ambos os sexos de maneira igual. Muitos indivíduos com fibrose cística morrem jovens, mas 35% dos norte- americanos com fibrose cística atingem a idade adulta. Cerca de 5% dos indivíduos da raça branca apresentam um gene anormal responsável pela fibrose cística, mas o traço é recessivo
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