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AULA DE DIREITO DO TRABALHO Trabalho do Menor § 45

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AULA DE DIREITO DO TRABALHO – Trabalho do Menor - § 45
Antecedentes históricos
O menor goza de uma proteção toda especial que o direito laboral lhe oferece. E isso não é por menos, afinal de contas, foi enorme o sofrimento de crianças, adolescentes e jovens, no período crítico em que eram eles tidos como coisas, trabalhando de sol a sol.
Na antigüidade, o trabalho dos menores estava mais restrito ao ambiente doméstico e de cunho artesanal.
Durante o período das corporações de ofícios, os menores estavam sempre atentos aos ensinamentos dos seus mestres e dos companheiros.
Mas foi a partir da revolução industrial que os menores passaram a ser de fato e de direito, explorados.
Entretanto, surgiram homens que, com os olhos voltados para os menores, procuraram buscar normas que os protegessem. Foi assim em 1802, que alguém buscando protegê-los, utilizava o seguinte slogan : “ salvemos os menores “. Depois disso muitas foram as leis criadas com o intuito de proteger os menores. 
Foi a O I T que através de suas convenções, espalharam para o mundo a perspectiva de um tratamento mais decente para os menores, inclusive com a fixação da idade mínima de 14 anos, estendendo-se, posteriormente, tal limite para todas as atividades.
A formação do contrato de trabalho
No Brasil o tratamento dado a matéria foi diferente, pois a CLT de 43 permitia que menores de 12 anos trabalhassem. A matéria é tratada pela CLT nos artigos 402 a 441.
Entretanto, a CF/88 veio fixar a idade limite para o menor iniciar sua vida laboral, na condição de empregado, e isso somente ocorrerá a partir dos 14 anos, salvo nos casos de aprendiz, cujo limite mínimo é de 12 anos. Entretanto, a EC n.º 20, estendeu o limite mínimo de idade para o trabalho subordinado, para os 16 anos.
Assim, dos 16 até os 18 anos, o menor necessitará de autorização de seu responsável para contratar o trabalho, ou seja, celebrar o contrato de trabalho conforme interpretação por analogia com base no artigo 439.
Até os 18 anos, entendendo o responsável legal que o trabalho pode causar prejuízos de ordem moral ou física, o artigo 408 dá permissão para que o pai rescinda o contrato de trabalho do filho.
A lei proíbe, através do artigo 404, o trabalho noturno do menor. Também proíbe através do artigo 405 o trabalho em locais insalubres e perigosos, locais que prejudiquem sua moralidade, trabalho exercido nas ruas, salvo com autorização judicial.
É proibido manter o menor em serviços que dependam de desforço físico muscular acima de 20/25 quilos, conforme a natureza do trabalho, se contínuo ou descontínuo, respectivamente. 
Portanto, o artigo 405 enumera uma enorme lista de locais de prestação de serviços, que não são recomendados para o menor.
Jornada de trabalho
A duração de trabalho do menor observa os mesmos princípios gerais estendidos a todos os trabalhadores, estando esta fixada no limite legal estabelecido pela CF/88, art. 7º, XIII e art. 411, da CLT.
Desfruta o menor de intervalos interjornada de 11 h. a cada cumprimento de jornada, conforme art. 412.
Estabelece o artigo 413 que é vedada a prorrogação da duração normal da jornada de trabalho do menor. Porém, o mesmo dispositivo prevê a elasticidade da jornada mediante convenção ou acordo, na forma de compensação; também a prorrogação por motivo de força de maior, com o acréscimo de 50%.
A limitação máxima da jornada de trabalho do menor tem como finalidade a preservação da escolaridade do menor, de forma que, se o menor tiver mais de um emprego, haverá uma totalização das horas trabalhadas em ambos os empregos., para que o limite legal de 8 horas não seja extrapolado. Aliás, a previsão legal é bastante rigorosa, pois o artigo 424 determina aos pais que estes afastem os filhos de empregos que diminuam consideravelmente o tempo do menor. E mais, o empregador deverá conceder tempo ao menor para freqüentar as aulas, conforme dispõe o artigo 427. E mais, o mesmo artigo determinada até mesmo o fornecimento do ensino fundamental por conta da escola, quando esta mantiver mais de trinta menores entre 16 a 18 anos.
Salário
Neste particular deverá ser observado o contrato, uma vez que existe a livre pactuação, mas observando-se as normas de proteção ao trabalho. Porém, o menor tem direito ao salário mínimo e, se for o caso, o salário profissional, fazendo, também, jus aos reajustes coletivos, sofrendo as mesmas atualizações que os salários dos adultos.
Não há salário diferenciado para o menor, uma vez que o salário mínimo é de aplicabilidade geral a todos os trabalhadores.
Ocorrendo o trabalho de menor de 16 anos, o entendimento é no sentido de que este contrato é nulo e, ao menor, só lhe é devido o valor correspondente aos salários.
O menor pode firmar recibos de pagamento de salários, conforme o artigo 439. Mas não pode firmar a quitação geral da rescisão de contrato, sem a presença de seu responsável, conforme o mesmo dispositivo. Daí, entendo da necessidade da presença dos responsáveis para a firmação do contrato de trabalho.
Férias
A duração das férias do menor submete-se as mesmas regras das férias do adulto.
Entretanto, o artigo 134, § 2º, determina que as férias do menor deverão ser concedidas de uma só vez, não podendo ser fracionadas.
Ao menor estudante terá direito que suas férias coincidam com as férias escolares, conforme dispõe o artigo 136, § 2º.
E, se possível, quando os membros de uma mesma família trabalharem numa mesma empresa, terão direito a férias no mesmo período, se isso não trouxer prejuízos ao empregador, conforme § 2º do artigo 136.
Rescisão do contrato de trabalho
Pode ocorrer, por exemplo, se o menor estiver prestando serviços em função incompatível com sua formação moral, se não for possível aproveitá-lo em outra função, as autoridades da fiscalização trabalhista poderão obrigá-lo a abandonar o serviço, e nesse caso a rescisão do contrato será efetuada nas mesmas condições previstas pelo artigo 483, conforme dispõe o artigo 407, § único, sendo de direito do menor o recebimento das parcelas legais. Igual aplicabilidade se faz se a rescisão do contrato de trabalho do menor for em virtude de atuação do seu responsável, conforme dispõe o artigo 408.
É vedado o menor de 18 anos dar quitação geral da rescisão de contrato sem a participação de seu responsável.
Não corre prescrição contra o menor de 18 anos, conforme artigo 440. Portanto, qualquer que seja a lesão sofrida, o menor tem assegurado o direito de pleitear em juízo até quando completar 20 anos.
Aprendizagem
A matéria hoje é tratada pela Lei 10.097, de 19 de dezembro de 2000. O assunto é tratado na CLT a partir do artigo 428, observando-se que, a referida lei fez uma modificação muito grande, revogando vários artigos da CLT, alterando outros e acrescentando novos tópicos na legislação.
Firmou a lei que o contrato de aprendizagem é um contrato especial, deverá obrigatoriamente ser anotado na CTPS, é garantido ao menor aprendiz o salário mínimo hora, salvo condição mais favorável, o prazo máximo de duração será de dois anos, será para o exercício de atividades teóricas e práticas.
As empresas deverão observar o artigo 429 que estabelece a obrigatoriedade da manutenção de aprendizes numa porcentagem mínima de 5% e máxima de 15%, correspondente ao número de trabalhadores existentes na empresa. Esse limite não se aplica as empresas sem fins lucrativos e que tenham como objetivo a educação profissional.
Estabelece o artigo 432 o limite diário da duração do trabalho do aprendiz, que é de 6 horas. Este limite pode ser prorrogado até 8 horas, no caso de aprendizes que já tenham concluído o ensino fundamental e se forem computadas as horas destinadas a aprendizagem teórica.
O contrato se extinguirá no seu termo ou quando o aprendiz completar 24 anos, ou ainda na forma como prevista pelo artigo 433.
Estabilidade especial
O menor é portador de estabilidade especial prevista por convenções coletivasou sentenças normativas, com relação a sua prestação do serviço militar, desde o alistamento até noventa dias após o desligamento.
Ainda, no caso de acidente que o afaste do serviço, nos termos do artigo 1º, § 2º, da Lei 9601/98, terá assegurada a permanência no emprego pelo prazo de 12 meses.

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