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manual de obras tombadas

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Manual de Obras para
I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S
PREFEITURA
MUNICIPAL DE PIRACICABA
A
D
U
A
X
IN
INTELLEC T U E
T I
N
L A
B
O
R
E
APRESENTAÇÃO:
BARJASNEGRI
Prefeito doMunicípio de Piracicaba
A elaboração do “Manual deObras para Imóveis Preservados” foi um trabalho conduzido pelo Instituto de Pesquisas e Planejamento de
Piracicaba (IPPLAP), por meio de seu Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), o qual tem como competência formular e gerir
políticas de preservação do patrimônio em sintonia comoConselho deDefesa do PatrimônioCultural (CODEPAC).
Nosso país, em toda sua imensa extensão territorial, é uma nação pluricultural e Piracicaba se destaca nesse cenário, mantendo vivas
suas tradições culturais, como a Festa doDivino.
Nos últimos anos, a discussão, o reconhecimento, a valorização e a ação, sobre a preservação do patrimônio edificado de nossa cidade
foi ampliado resultando emumsignificativo número de imóveis tombados peloCODEPAC.
Esse legado arquitetônico é da maior importância, pois retrata a constituição de piracicaba, uma herança que recebemos de nossos
ancestrais e que temos o compromisso de transmitir às gerações futuras.
A preservação da memória, das referências culturais de nossa comunidade, é uma demanda social tão importante quanto qualquer
outra a ser atendida pelo serviço público.
No Brasil, a preservação patrimonial é regulamentada por legislações federal, estadual e municipal. Nessa perspectiva, atendendo as
indicações da Constituição Federal e Estadual, a administração pública municipal vem cumprindo seu papel social contribuindo com a
realização de estudos e inventários que destacama importância da preservação patrimonial.
Ciente das dificuldades para desenvolver obras de preservação nos imóveis históricos foi elaborado este manual que é um guia de
orientação, coma finalidade de contribuir comos proprietários e profissionais, dentre outros.
A preservação patrimonial vemenriquecer e fortalecer o conhecimento de nossa cultura e identidade, a qual, cada vezmais, requer uma
atenção especial dos diversos setores da nossa sociedade.
Elaboração do texto:
Diagramação:
Revisão de texto:
Desenhos:
Fotografias:
Arq. Marcelo Cachioni
Arq. Caio Tabajara Esteves de Lima
Eng. Maria Beatriz Silotto Dias de Souza
Arq. Marcelo Cachioni
Arq. Mariana Rocha Duarte
Thaís Costa Pereira
Sabrina Rodrigues Bologna
Thaís Costa Pereira
Arq. Camilla Vitti Mariano
Arq. Moacyr Corsi Junior
Fábrica Urbana
Fato Arquitetura
Arq. Marcelo Cachioni
Thiago Gutierrez
Arquivo DPH - IPPLAP
Arquivo Societá Italiana de Mutuo Soccorso
Arquivo Viga Mestra
Carolina Dal Ben Pádua
Arq. Fabian Gerlach Alvrez
Arq. Karina Vênere
Arq. Antonio Carlos R. Lorette
Ivan Moretti
Warwick Manfrinato
Arquivo Centro de Comunicação Social
Arquivo Clube Coronel Barbosa
Arquivo IHGP
Felipe Manoel Teixeira
Fato Arquitetura
Maira Cristina Grigoletto
Viga Mestra Arquitetura
Colaboração:
Apoio:
Secretaria Municipal da Ação Cultural
SUMÁRIO:
1. PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL
2. TOMBAMENTO
3. ADAPTAÇÃO DE USO
.......................................................................................................................................................... 05
........................................................................................................................................................................................................... 05
2.1 Por que preservar a história de nossa cidade? ...................................................................................................................................................... 05
2.2 O que é tombamento? ........................................................................................................................................................................................ 06
2.3 Tombamento é desapropriação? .......................................................................................................................................................................... 06
2.4 Quem decide sobre o tombamento? .................................................................................................................................................................... 07
2.5 O tombamento é um ato autoritário? .................................................................................................................................................................. 07
2.6 Quando um bem pode ser tombado? .................................................................................................................................................................. 07
2.7 O que é “entorno” de imóvel tombado? ............................................................................................................................................................. 08
2.8 O tombamento de edifícios ou bairros inteiros “congela” a cidade, impedindo sua modernização? ..................................................................... 08
2.9 Um bem tombado pode ser vendido? .................................................................................................................................................................. 08
2.10 Imóvel tombado pode ser adaptado ou reformado? .......................................................................................................................................... 09
2.11 Há penalidades para quem modifica o bem tombado? ...................................................................................................................................... 09
................................................................................................................................................................................................ 11
4. COMO RECUPERAR E CONSERVAR SEU IMÓVEL PRESERVADO (TOMBADO)
5. COMO DESENVOLVER SEU PROJETO DE RECUPERAÇÃO
........................................................................................................ 12
4.1 Prevenção ............................................................................................................................................................................................................ 12
4.2 Análise global ...................................................................................................................................................................................................... 13
4.2.1 Medições e levantamento fotográfico ............................................................................................................................................................. 13
4.2.2 Identificação de informações históricas........................................................................................................................................................... 14
4.2.3 Análise arquitetônica ..................................................................................................................................................................................... 15
4.2.4 Análise do estado de conservação ................................................................................................................................................................. 18
4.2.5 Análise da vizinhança .................................................................................................................................................................................... 19
....................................................................................................................................... 20
5.1 Alvenaria .............................................................................................................................................................................................................20
5.2 Peças metálicas..................................................................................................................................................................................................... 21
5.3 Telhado ............................................................................................................................................................................................................... 22
5.4 Madeira ............................................................................................................................................................................................................... 23
5.5 Instalações prediais .............................................................................................................................................................................................. 24
5.6 Fiação e encanamentos ....................................................................................................................................................................................... 24
5.7 Pintura ................................................................................................................................................................................................................ 24
5.8 Comunicação visual e toldos ................................................................................................................................................................................ 26
5.9 Interiores.............................................................................................................................................................................................................. 29
5.10 Estruturas ......................................................................................................................................................................................................... 29
6. LEGISLAÇÃO DO CODEPAC
7. LISTAGEM DOS IMÓVEIS TOMBADOS EM PIRACICABA
8. INCENTIVO FISCAL
9. BIBLIOGRAFIA E FONTES DE CONSULTA
....................................................................................................................................................................................... 30
......................................................................................................................................... 35
..................................................................................................................................................................................................... 36
.................................................................................................................................................................. 37
10. CRÉDITOS DAS FIGURAS ......................................................................................................................................................................................... 37
1. PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO
CULTURAL
Toda cidade tem uma história, que se inicia com a
sua fundação e evolui através do tempo. Há muitas
formas de contá-la. Ela está presente na cultura de
seu povo, nos ciclos de seu desenvolvimento
econômico e social, nas obras ilustres, e também
nas edificações, memória visível da evolução
urbana.
Selecionar no sítio urbano e em seu entorno
exemplares de arte, arquitetura, ou ainda
salvaguardar as paisagens naturais significa atribuir
a esses elementos isolados a possibilidade de serem
atores integrados da história, cumprindo uma
função social de contar à suamaneira as aptidões de
desenvolvimento humanode cada época.
A escolha e a manutenção de determinados valores
através das edificações e obras de arte,
principalmente se feitas de uma maneira explícita,
com participação de segmentos da comunidade,
como é o caso dos Conselhos de âmbito municipal,
estadual ou federal, podem conduzir e qualificar o
desenvolvimento de uma cidade.
É meta do IPPLAP incentivar modos de atuação
junto à comunidade, promovendo ações que
estimulem o cidadão comum a identificar os bens
de patrimônio, resgatando com isso parte de sua
história pessoal e a memória coletiva. Identificar
sua história e se apropriar de seu habitat pode gerar
uma relação positiva de co-responsabilidade entre
o cidadão e o Poder Público no lugar onde se vive,
elevando o civismo e a valorização da história da
cidade.
2. TOMBAMENTO
2.1 Por que preservar a história de nossa cidade?
Piracicaba, fundada em 1767, serviu de apoio ao
surgimento de outras localidades da região e do
centro-oeste paulista. Muitas de nossas edificações
constituem legítimos exemplares da arquitetura
paulista e brasileira, em suas várias fases, desde os
tempos dos primeiros colonizadores, que
construíam com taipa e pau-a-pique. Os imigrantes
trouxeram grande contribuição, principalmente os
italianos, que introduziram técnicas construtivas
mais aprimoradas e de influência européia, nos
edifícios ecléticos, neoclássicos, art nouveau e art
déco. Aos palacetes, construídos pelos barões do
café, escolas, nas quais se impôs a imponente
arquitetura eclética, indústrias e Bairros operários
do início da industrialização, o modernismo de
meados do século XX veio somar muitos outros
exemplares.
Nossa cidade tem muita história, e ela precisa ser
preservada comopatrimônio coletivo.
Fig. 01 - Parque do Engenho Central, PatrimônioMunicipal, Tombado pelo CODEPAC
(Decreto n° 5.036 de 11/08/89) devido seu Mérito de Arquitetura Excepcional, de
Conjunto Ambiental e Valor Histórico.
D P H - I P P L A P M A N U A L D E O B R A S P A R A I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 0 5
T O M B A M E N T O
responsabilidade pela sua guarda, pela sua
conservação. Há vários dispositivos legais que
possibilitam ao Poder Público ressarcir possíveis
prejuízos ao proprietário do bem tombado, auxiliá-
lo na sua preservação e, dependendo do caso, arcar
com custos de reforma e restauração.
Uma das formas de ressarcimento, previstas em lei,
é a isenção parcial ou total de pagamento do
Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do
imóvel. Outros benefícios podem ser concedidos,
como a isenção de pagamento do Imposto Sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), se o imóvel
for comercial, e a transferência a terceiros do direito
de construir, como institui o Estatuto das Cidades.
Além do incentivomunicipal, poderão ser utilizadas
as Leis de Incentivo à Cultura (LINC), tanto em nível
estadual, como federal.
2.2 Oque é tombamento?
Tombar, além do significado usual que
conhecemos, também significa “registrar em livro
tombo”, um livro de caráter oficial no qual são
anotados os bens de interesse para preservação, de
modo a não sofrerem mutilações, demolições ou
reformas que alterem as suas características
originais. Um bem tombado adquire uma
importância social e cultural, pois sua existência e
sua conservação passam a ser de interesse público.
Tombar um bem não significa “derrubar” ou
“colocar no chão”. Ao contrário, tombar significa
preservar,manter.
O termo “bem”, no caso de tombamentos, refere-
se a objeto de interesse a preservar, podendo ser
móvel (quadros, peças de mobiliário, vasos antigos,
enfim, algo que possa ser transferido de local) ou
imóvel (casas, teatros, escolas, monumentos,
túmulos, paisagens naturais).
O tombamento pode se dar em nível federal,
estadual ou municipal, e requer a adoção de uma
série de providências pelo Poder Público
competente, através da aplicação de normas
específicas, estabelecidas por lei em qualquer uma
das esferas de governo. O ato do tombamento
encontra amparo na Constituição Federal,
impondo-se aos proprietários dos bens a
responsabilidadepela sua preservação.
2.3 Tombamento é desapropriação?
Um bem tombado pode até vir a ser desapropriado
pelo Poder Público competente, seja federal, seja
estadual ou municipal, mas não é uma
conseqüência obrigatória do tombamento. Em
Piracicaba, por exemplo, temos a Casa do
Povoador, que pertence ao município, e o Museu
Histórico e Pedagógico Prudente deMoraes, o qual
é administrado pelo Estado de São Paulo.
O ato do tombamento não implica desapropriação
pelo Poder Público. O bem continua pertencendo
ao seu legítimo proprietário, que passa a ter a
Fig. 02 - Edifício do antigo Matadouro Municipal, que após processo de restauração e adaptação sedia a Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Piracicaba.
T O M B A M E N T O
D P H - I P P L A P0 6
2.4 Quemdecide sobre o tombamento?
O tombamento é um ato oficial amparado por lei
federal, existindo órgãos específicos para proceder
à análise e à tomada de decisão quanto aos bens a
preservar. A União possui o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O Estado de
São Paulo possui o Conselho de Defesa do
PatrimônioHistórico, Artístico, Arqueológico e
Turístico (CONDEPHAAT), que decide sobre o
tombamento dos bens de interesse estadual.
Muitos municípios instituem seus próprios órgãos,
como é o caso do Conselho de Defesa do
Patrimônio Cultural (CODEPAC), em Piracicaba.
Outras cidades, mesmo não possuindo Conselho,
criam Comissões ou Departamentos para tal
finalidade. Esses órgãos são integrados por
representantes da sociedade civil e do Poder
Público, e qualquer cidadão pode pedir ao
Conselho que tombe um bem, mas geralmente são
os conselheiros que fazemas sugestões.
De início, é aberto um processo de tombamento
para que o bem seja analisado e avaliado. A decisão
é comunicada ao proprietário, ao Prefeito, ao
Curador doMeio Ambiente e aoDelegado Regional
de Polícia. Nesta fase, o proprietário tem 15 dias
para entrar com recurso, contestando o ato do
Conselho, e este, então, decidirá sobre
manutenção ou arquivamento do processo. Em
caso contrário, comprovado o valor histórico e
cultural do bem, oConselho solicita ao Prefeito que
oficialize o tombamento através de um Decreto
Municipal.
2.5 O tombamento é umato autoritário?
Não. Em primeiro lugar, o tombamento, como
quaisquer outras leis, em nível federal, estadual ou
municipal, estabelece limites aos direitos
individuais, como objetivo de resguardar e garantir
direitos e interesses do conjunto da sociedade. A
definição de critérios para intervenções físicas em
bens culturais tombados tem como objetivo
assegurar sua integridade, considerando-se o
interesse da coletividade. Por este motivo não é
autoritário, pois sua aplicação é avaliada e
deliberada por um Conselho composto por
representantes da sociedade civil e de órgãos
públicos, com poderes estabelecidos pela
legislação.
2.6 Quando umbempode ser tombado?
Um bem, móvel ou imóvel, somente pode ser
tombado quando se comprova a necessidade da
sua preservação para a memória e conhecimento
das futuras gerações. O bem deve apresentar pelo
menos um dos seguintes valores: histórico, cultural,
arquitetônico, ambiental, arqueológico, turístico,
ou até mesmo afetivo. As edificações sempre
constituem objeto prioritário para tombamento,
pois contam a história de uma cidade ou de uma
região, desde a sua fundação, mostrando as várias
fases da sua evolução econômica e cultural. A
própria história de algumas civilizações, a exemplo
da Grécia, do Egito e do Peru, estão contidas até
mesmo em ruínas de antigas cidades.
As edificações também podem conter móveis,
utensílios e obras de arte que representem a época
em que foram construídos. Às vezes uma
edificação é tombada levando-se em conta uma
personalidade ilustre que nela residiu. Bairros
inteiros podem ser tombados por constituírem um
momento importante na evolução urbana de uma
localidade, ou para a memória dos descendentes
das pessoas que ali residiram.
Algumas cidades, notórias pela arquitetura
T O M B A M E N T O
D P H - I P P L A P M A N U A L D E O B R A S P A R A I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 0 7
Fig 05 - Vila Heloísa em Monte Alegre, conjunto arquitetônico tombado pelo
CODEPAC.
Fig. 03 - Casa do Povoador, uma das edificações mais antigas de Piracicaba. Tombado
peloCODEPACeCONDEPHAAT.
Fig. 04 - Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes, que foi residência do
Presidente Prudente deMoraes. TombadopeloCODEPAC,CONDEPHAAT e IPHAN.
T O M B A M E N T O
representativa de uma época ou de umpaís, podem
ser tombadas como Patrimônio da Humanidade,
por meio da UNESCO, entidade internacional. No
Brasil, citamos as cidades de Ouro Preto, Olinda,
São Luís, Goiás e Brasília.
2.7 Oque é “entorno” de imóvel tombado?
É a área de projeção localizada na vizinhança dos
imóveis tombados, delimitada com o objetivo de
preservar a sua ambiência, impedindo que novos
elementos obstruam ou reduzam sua visibilidade.
Compete ao órgão que efetuou o tombamento
estabelecer os limites e as diretrizes para as
intervenções nas áreas de entorno de bens
tombados.
2.8 O tombamento de edifícios ou bairros inteiros
“congela” a cidade, impedindo suamodernização?
Não. A proteção do patrimônio ambiental urbano
está diretamente vinculada à melhoria da qualidade
de vida da população, pois a preservação da
memória é uma demanda social tão importante
D P H - I P P L A P0 8
quanto qualquer outra a que atende o serviço
público.
O tombamento não tem por objetivo “congelar” a
cidade, termo este, aliás, utilizado muitas vezes
como um instrumento de pressão para contrapor
interesses individuais ao dever que o Poder Público
possui em direcionar as transformações urbanas
necessárias. De acordo com a Constituição Federal,
tombar não significa cristalizar ou perpetuar
edifícios e áreas urbanas, inviabilizando toda e
qualquer obra que contribua para a melhoria da
cidade. Preservação e revitalização são ações que se
complementam e, juntas, podem valorizar bens
que se encontramdeteriorados.
2.9 Umbem tombadopode ser vendido?
Sim. Um bem tombado, independentemente do
seu uso, pode ser vendido a outra pessoa
interessada na sua aquisição. No caso de um imóvel
residencial ou comercial, este também pode ser
alugado ou arrendado normalmente. Contudo, o
interessado deve conhecer suas obrigações perante
a legislação do tombamento.
Muitas pessoas julgam que o imóvel tombado
perde valor comercial. Ao contrário, o tombamento
ocasiona valorização. Na cidade do Recife, capital
do Estado de Pernambuco, a região central foi
tombada e restaurada, tornando-se atração
turística.
Os antigos casarões tiveram seus preços
duplicados. O mesmo acontece em Salvador,
capital do Estado da Bahia, no bairro do Pelourinho,
e no sítio histórico de São Luís, capital do Estado do
Maranhão. Em Piracicaba, há exemplos de casas
tombadas que foram compradas de seus antigos
proprietários e, posteriormente, restauradas.
Os bens móveis preservados também podem ser
alienados. Uma pintura, um vaso antigo ou uma
peça de mobiliário, uma vez tombado passa a
constituir raridade, tornando-se mais valorizado.
Emoutras palavras, cresce seu valor comercial.
Portanto, a pessoa que destrói ou não conserva a
sua propriedade, considerada histórica ou de
interesse para tombamento, com receio de sofrer
prejuízos, está cometendo um grande equívoco.
Um imóvel antigo, bem conservado, pode ter o seu
valor demercado ampliado.
2.10 Imóvel tombado pode ser adaptado ou
reformado?
Sim. Não há impedimento para que um imóvel
tombado sofra obras de manutenção, reforma ou
adaptação para outro uso, comotransformar um
prédio residencial em comercial, a fim de ser
utilizado para funcionar, por exemplo, como bar,
restaurante, escritório ou clinica médica.
Entretanto, sempre haverá a necessidade da
autorização prévia do órgão público que
determinou o tombamento, seja federal, seja
estadual ou municipal. Essas obras não podem
alterar as características originais do prédio,
principalmente sua aparência externa. Entretanto,
cada caso merece uma atenção diferenciada: às
vezes, é preciso preservar todo o imóvel, interna e
externamente; em outras, somente os detalhes
externos ou a fachada.
É muito importante que o imóvel tombado cumpra
a sua função social devendo ser efetivamente
utilizado para alguma finalidade. Como exemplo, o
Engenho Central, onde antigamente se produzia
açúcar, hoje serve a várias atividades culturais. O
uso de um prédio tombado, de forma adequada e
condizente com a sua estrutura original, constitui
umagarantia amais para a sua preservação.
2.11 Há penalidades para quem modifica o bem
tombado?
As legislações federais e estaduais que tratam da
preservação ambiental e patrimonial estabelecem
penalidades para os proprietários de bens
tombados ou em processo de tombamento,
quando estes praticam atos lesivos aos referidos
bens. Os municípios, ao instituírem leis para o
tombamento de bens móveis e imóveis, também
podem criar penalidades semelhantes. A simples
substituição da pintura de um imóvel, sem a devida
autorização do poder público ou do Conselho de
Defesa do Patrimônio, constitui infração sujeita a
penalidades.
A primeira penalidade é a aplicação de multa,
geralmente em torno de 10%de seu valor venal, no
caso de bem imóvel, e de 5% de seu valor de
mercado, no caso de bem móvel. Entretanto, antes
da aplicação da multa, é feita uma Notificação
Preliminar para que o proprietário repare os danos
causados. O proprietário tem direito a entrar com
recurso, no prazo de 15 dias. Somente se este não
T O M B A M E N T O
D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRA S PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 09
for aceito, ou não houver a reparação do dano, é
que se aplica amulta.
Em casos mais graves, encaminha-se expediente à
Promotoria Pública do Estado para apuração de
responsabilidades e abertura de inquérito. O
infrator pode ser condenado a reparar os danos e
até mesmo a cumprir pena de prisão. Portanto,
alterar, danificar ou demolir um bem tombado é
coisa séria, pois constitui crime contra o patrimônio
público.
Fig. 07 - Imóvel sendo demolido (esquina da Rua São José com Rua São João).
Fig. 06 - Descaracterização do imóvel através da retirada da ornamentação (Rua Boa
Morte, 1378).
Fig. 08 - Imóvel em demolição (Rua Boa Morte, 1327).
T O M B A M E N T O
D P H - I P P L A P1 0
3. ADAPTAÇÃODEUSO
Qualquer intervenção de adaptação de uso num
imóvel tombado deve seguir um projeto criterioso e
detalhado. O mesmo deve justificar os objetivos da
transformação do uso e respeitar os aspectos e
características originais da construção e as
transformações (reformas) que foram realizadas ao
longo de sua existência.
A manutenção de modificações promovidas por
meio de reformas deve obedecer a critérios quanto
à sua integração na composição estética e espacial
do edifício. Na dúvida, a escolha deve ser embasada
na remoção das modificações que afetaram
nega t i v amen te o imóve l , t o rnando -o
desproporcional ou desintegrado de sua unidade
estilística ou temporal.
Nos projetos de modificação de uso por exemplo,
de residencial para comercial, novos elementos
como instalações para ar-condicionado, iluminação
de fachada, letreiros, toldos, sistema contra
incêndio e de segurança, pintura e reformas
internas ou de cobertura devem ser harmônicas na
composição da edificação e de sua vizinhança. Se o
imóvel já estiver descaracterizado parcialmente,
deve-se aproveitar a oportunidade para adequá-lo
às suas características originais.
Dependendo do estado de conservação do imóvel,
a obra de restauração tem customenor do que o de
uma edificação nova, em média, pois não há
despesas com a demolição para a realização de
novas construções.
Recomendamos a realização de consulta prévia ao
Departamento de Patrimônio Histórico do IPPLAP e
ao CODEPAC para melhor orientação quanto aos
melhores procedimentos do ponto de vista da
preservação histórico-cultural e também à SEMOB
(Secretaria Municipal de Obras) quanto aos
procedimentos legais para realização de obras,
bem como exigências do Corpo de Bombeiros e
Vigilância Sanitária (especialmente para
estabelecimentos comerciais).
Importante, também, contratar profissionais
(arquitetos e engenheiros) criteriosos e de
experiência comprovada e mão-de-obra
especializada.
Fig. 09 - Estação de Tupi: mudança radical de uso, de Estação para velório.
Fig. 10 - Exemplo de mudança de uso: de residencial para comercial.
A D A P T A Ç Ã O D E U S O
Fig. 11 - CentroCulturalMarthaWatts:mudança de uso educacional para cultural.
D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRAS PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 11
4. COMO RECUPERAR E CONSERVAR
S E U I M Ó V E L P R E S E R V A D O
(TOMBADO)
4.1 Prevenção
Muitos fatores contribuem para a deterioração de
imóveis antigos. As principais causas que interferem
na conservação das construções são o tipo de solo,
condições climáticas e de ocupação, poluição do ar,
além das transformações urbanas ocorridas através
do tempo.
A umidade ascendente do solo, ocasionada pela
incidência de lençóis freáticos devido à extensa
hidrografia de Piracicaba é um fator que
desencadeia o mofo nas fundações e paredes,
abalando a estabilidade do imóvel.
As condições climáticas, como umidade relativa do
ar excessiva e incidência de chuvas tropicais
também colaboram com a deterioração dos
edifícios, trazendo o entupimento de calhas,
goteiras e umidade demasiada na alvenaria. Os
ventos também podem ocasionar erosão nas
alvenarias aparentes, permitindo que as águas
pluviais danifiquemos tijolos.
O tráfego de veículos intensificado também
contribui para a desestabilização de fundações,
trazendo rachaduras emparedes e janelas.
Reformas diversas também podem comprometer o
estado de conservação dos imóveis, principalmente
cortes estruturais, como remoção de pilares e
paredes, além de excesso de peso nos pisos, ou
imperícia nas obras.
Uma das principais causas de deterioração de
edifícios é a falta de manutenção, principalmente
nos telhados, quando há goteiras, que causam
danos nos forros, paredes e pisos.
Fig. 12 - Interior da Sociedade Espanhola: a cobertura degradada pelo tempo,
pelo clima e, principalmente, pela falta demanutenção.
Fig. 14 - Sociedade Espanhola: Restauro do telhado aproveitou as telhas originais.Fig.13 - Sociedade Espanhola: fachada preservada.
R E C U P E R A Ç Ã O E P R E S E R V A Ç Ã O
D P H - I P P L A P1 2
4.2 Análise global
4.2.1 Medições e levantamento fotográfico
Proceder ao levantamento plani-altimétrico,
medindo as dimensões da edificação para desenhar
planta baixa, cortes e fachadas, e ao levantamento
fotográfico do estado da edificação é fundamental
para o desenvolvimento dos estudos analíticos e
das propostas de intervenções para conservação.
Em Piracicaba, não há arquivo geral de plantas,
portanto, se as mesmas não tiverem cópias
guardadas com seus proprietários ou responsáveis,
o levantamento plani-altimétrico será a única
maneira de reconhecimento do espaço e base
projetual. Recomendamos que preliminarmente, se
tente localizar os projetos originais e qualquer
levantamento realizado na edificação, os quais
devem ser conferidos. Na ausência de qualquer
documentação,o levantamento deverá ser iniciado
com a realização de croquis, que deverão
representar os detalhes arquitetônicos e tambémos
elementos incorporados, como jardins, portões,
grades e outros.
As medidas devem ser realizadas nos quatro lados
de cada compartimento e também uma linha em
diagonal, e é muito importante medir a espessura
das paredes. Portas e janelas deverão ser
desenhadas e se possível ou necessário em escala
maior, comdetalhes.
Para um trabalho melhor elaborado, o
levantamento fotográfico poderá complementar
as medições e marcações do levantamento plani-
altimétrico. A representação do estado de
conservação nos desenhos deverá ser legendada
em referência à fotografia correspondente.
Fig. 17 - Desenho da Fachada da Estação da Paulista a partir dos levantamentos fotográficos e plani-altimétrico.
Fig. 15 - Estudo iconográfico, no qual pode-se reconhecer o estilo e características
tipologicas da arquitetura original.
Fig. 16 - Planta baixa a partir do levantamento plani - altimétrico.
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D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRA S PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 13
4.2.2 Identificação de informações históricas
A pesquisa de informações históricas sobre as
edificações preservadas tem importância
fundamental para o embasamento de propostas de
intervenção.
Devem-se pesquisar plantas originais (se houver),
plantas de reformas ocorridas na edificação,
fotografias antigas, livros, jornais, revistas,
escrituras e depoimentos orais, que podem
contribuir para complementar as informações
anteriores.
Os documentos reunidos poderão revelar a
importância do edifício pesquisado quanto aos
aspectos urbanístico, cultural e construtivo. As
in fo rmações são impor t an te s pa ra o
desenvolvimento da análise arquitetônica e
identificação de alterações ocorridas.
Recomendamos alguns locais cujos arquivos
podemconter informações relevantes:
a) Fotografias antigas:
Em Piracicaba: Instituto Histórico e Geográfico de
Piracicaba (IHGP), Museu Histórico e Pedagógico
'Prudente de Moraes', Museu Prof.ª Jair de Araújo
Lopes (C. C. Martha Watts), Departamento de
Patrimônio Histórico do Instituto de Pesquisas e
Planejamento (IPPLAP);
Em São Paulo: Arquivo do Estado de São Paulo,
Fundação para o Desenvolvimento da Educação
(FDE) e Biblioteca da FAU -USP;
Em Campinas: Centro de Memória da UNICAMP
(CMU);
b) Escrituras: Cartórios daComarca de Piracicaba;
c) Livros, jornais e revistas: Biblioteca Municipal
'Ricardo Ferraz de Arruda' (acervo bibliográfico e
microfilme),
IHGP).
�
�
�
Instituto Histórico e Geográfico de
Piracicaba (
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D P H - I P P L A P1 4
Fig. 19 - Desenho original da Igreja do Sagrado Coração de Jesus (Frades). Fig. 20 - Desenho original de estudo para a fachada do Banco Nossa Caixa.
Fig 18 - Desenho original da fachada da E.E. Sud Menucci que se encontra no arquvo
da FDE, emSão Paulo.
4.2.3 Análise arquitetônica
Estilo
A análise estilística do edifício é tomada com base
nas características arquitetônicas, formais,
estéticas e espaciais do edifício. Cada corrente
estilística possui características que as definem
como tais, seguindo princípios de proporção,
aberturas, escala, volume, coloração e
ornamentação, entre outros aspectos.
Para auxiliar a análise, é necessária a pesquisa
bibliográfica em livros especializados na matéria e
sobre a história da cidade de Piracicaba.
Dependendo do estado de conservação da
edificação, a análise deverá ser mais aprofundada,
principalmente se atestada a importância
arquitetônica do edifício. Serão necessárias
prospecções por profissionais especializados, que
confirmarão ou não, informações históricas
Técnicas construtivas
Geralmente, em Piracicaba, a técnica construtiva
mais empregada e remanescente é a da alvenaria
de tijolos. São raros os exemplares em taipa de mão
ou de pilão. No entanto, é importante destacar os
tipos de fundação, estrutura, acabamentos e
materiais utilizados na confecção dos ornamentos,
para se identificar alterações ocorridas no imóvel ao
longo dos anos. Prospecções simples e estudos
comparativos com edificações similares ou da
vizinhança poderão auxiliar.
A análise de técnicas construtivas é fundamental
para fornecer subsídios quanto às obras de
consolidação estrutural, recuperação ou adaptação
de uso.
Em bairros como Monte Alegre e Rua do Porto é
relevante que se realizem estudos comparativos da
edificação, com as vizinhas existentes no entorno
imediato, pois há muitas construções em série, ou
da mesma época, que repetem sistemas
construtivos e tipologias semelhantes.
ocultas. É importante que sejam identificadas
funções dos elementos arquitetônicos na
composição estética e espacial e as alterações que
tenham sido realizadas que afetaram a composição
harmônica do estado original do edifício.
Elementos como pinturas murais podem estar
encobertos por camadas recentes de pintura.
Geralmente, não se tem dado importância para a
questão, que pode acarretar em perda significativa
do ponto de vista artístico-cultural para o futuro. A
recomposição de pinturas murais pode ser simples,
barata e no final da obra, pode valorizar e muito a
edificação.
Alguns profissionais e construtores de renome
estadual e nacional trabalharam em Piracicaba e
deixaram vários edifícios que reúnem características
comuns. Se identificada a autoria, é importante a
pesquisa das demais obras do mesmo para
resolução de eventuais dúvidas de características
arquitetônicas.
A análise estilística poderá possibilitar melhor o
desenvolvimento das intervenções de conservação
sem alterar a composição estética e espacial do
edifício.
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D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRAS PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 15
Fig. 21 - Detalhe de parede executada em taipa de mão.
Estilos de edificações (Exemplos): 22 tardio 23 24 25 26 Fig. 27 -
Sociedade 13 deMaio: eocolonial; Fig. 28 - Edifício Broadway: rt éco; Fig. 29 - BancoNossaCaixa: rt éco; Fig. 30 - Antigo Fórum: odernista.
Fig. - Casa do Povoador: andeirista ; Fig. - Palacete Luiz de Queiroz: neoclássico; Fig. - Portal do Cemitério da Saudade: eclético; Fig. - Igreja Metodista: neo- românico; Fig. - ;b EE Sud Menucci: art-nouveau
n a d a d m
123 24
25
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126
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Espaço interno
É fundamental a análise do espaço interno do
edifício para identificar se é possível realizar alguma
modificação, pois os espaços possuem correlação
entre o estilo utilizado e a técnica construtiva
empregada.
Se há necessidade de remoção de paredes para
adaptação de novos usos, primeiramente deve-se
identificar se são auto-portantes ou se contém
pinturasmurais relevantes.
Para tanto é necessária a análise de iconografia para
auxiliar nos trabalhos de prospecção de pintura. As
fotos antigas poderão indicar os locais mais
prováveis onde deverão ser concentradas as janelas
de prospecção.
Para identificar se as paredes são auto-portantes,
primeiramente deve-se observar a largura por meio
do batente da porta. Se a largura for estreita, em
torno de 20 cm, possivelmente não seja auto-
portante. No entanto, paredes com mais de 40 cm
possuem maior probabilidade de participar da
estrutura do imóvel. Outra maneira é por meio do
telhado, observando onde estão apoiadas as
tesouras.
Fig. 33 - Interior da sede da Societá Italiana: levantamento iconográfico é fundamental para a recuperação de imóveis com qualidade artística.
Fig. 31 - Foyer do Teatro São José,logo após a inauguração.
Fig. 32 - Anexo Martha Watts, em sua configuração original.
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D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRAS PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 17
4.2.4 Análise do estado de conservação
São diversos os fatores de degradação sobre os
materiais de construção e é necessária uma análise
detalhada do estado de conservação da edificação.
Por estarem vulneráveis às intempéries, as fachadas
e telhados estãomais sujeitos à degradação.
As intervenções só poderão ocorrer após análise do
diagnóstico do estado de conservação que
demonstrará o nível de comprometimento da
integridade física e da estabilidade do edifício.
Os principais fatores de degradação são: condições
climáticas, como umidade excessiva; tráfego
demasiado de trânsito nas ruas, reformas mal
executadas e principalmente a falta de
manutenção.
Fig. 35 - Falta de manutenção ocasiona a ferrugem nas peças metálicas. É necessário
manter sempre a pintura emdia.
Fig. 34 - Umidade excessiva provoca o desprendimento de pedaços de alvenaria.
R E C U P E R A Ç Ã O E P R E S E R V A Ç Ã O
Fig. 36 - Madeira danificada pela ação da chuvas e cujo apodrecimento propicia o
ataque de cupins. A presença de fiação elétrica expõe o edifício ao risco de incêndio. Fig. 37 - Balaustres sáo peças que exigem manutenção constante. Empresas
especializadas fabricampeças sobmoldes a preços baixos.
D P H - I P P L A P1 8
4.2.5 Análise da vizinhança
A análise da edificação deverá ser complementada
por um estudo da paisagem urbana da vizinhança
imediata da edificação, para tentar integrar as
propostas de intervenção ao contexto. As
características arquitetônicas do entorno deverão
ser analisadas levando-se em consideração a
volumetria, simetria, escala, proporção, cores, além
da relação do conjunto com a arborização,
mobiliário e equipamento urbano. No caso dos
bairros Monte Alegre e Rua do Porto, essa análise é
fundamental e imprescindível, por tratar-se de
conjunto arquitetônico de grande importância
histórica e cultural da cidade.
Fig. 41 - Entorno imediato de três edifícios tombados:MercadoMunicipal, IgrejaMetodista Central e E.E.Barão do Rio Branco. Salvo algumas excessões, o gabarito ainda permite a
visualização dosmesmos.
Fig. 39 - As edificações do entorno imediato dos edifícios tombados devem respeitar e
procurar valorizar osmesmos, comprojetos que não agridamo ambiente edificado.
Fig. 38 - Edifício histórico em meio a edificações recentes. A relação com o gabarito
deve ser harmoniosa.
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Fig. 40 - Alterações no entorno imediato transformam de maneira negativa a
ambiência original dosmonumentos da cidade.
D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRAS PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 19
5. COMODESENVOLVERSEUPROJETO
DERECUPERAÇÃO:
Se o seu imóvel está tombado pelo CODEPAC ou
CONDEPHAAT, significa que o mesmo faz parte do
patrimônio cultural da cidade e você tem a
propriedade de uma obra importante para a
história de Piracicaba. Isso não significa que seu
imóvel perdeu valor econômico e é possível alugá-lo
ou vendê-lo, sem restrições.
Vale a pena cuidar do seu imóvel e se o mesmo
necessitar de obras é obrigatório atender à
legislação da Secretaria Municipal de Obras e do
CODEPAC. O imóvel tombado não pode ser
descaracterizado, mutilado ou demolido, em parte
ou no todo.
Para auxiliar os profissionais e proprietários,
destacamos os principais elementos dos edifícios
com sugestões paramelhores procedimentos.
5.1 Alvenaria
A parede de alvenaria é composta por tijolos ligados
por meio de argamassa ou saibro. Quando
danificada, deve ser reconstituída ou consolidada
com o mesmo material ou substituída por concreto
ou cimento. Antes da aplicação do novo reboco,
deve-se limpar a parede com água e uma escova de
aço. Com a superfície limpa, deve-se aplicar
chapisco com massa em proporção de 3:1 de areia
lavada e cimento. Amassa deve ser empregada aos
poucos, paramelhor aderência.
Fig. 42 - Parede de alvenaria aparente sendo recuperada no Edifício Principal, sede do
C.C.MarthaWatts. A recuperação desse tipo de alvenaria deve ser cuidadosa.
Fig. 44 - Recuperação de detalhes ornamentais na alvenaria da fachada da sede da
Sociedade espanhola. Mão de obra deve ser especializada.
Fig. 43 - Detalhe dos tijolos originais de edificação tombada na Rua Boa Morte. As
construções geralmente estão edificadas com peças maiores que as atuais de
mercado.
P R O J E T O D E R E C U P E R A Ç Ã O
D P H - I P P L A P2 0
5.2 PeçasMetálicas
Geralmente as edificações do período Eclético,
comuns nos bairros centrais, possuem peças
metálicas nas fachadas, como guarda-corpos,
bandeiras de portas e portões laterais. Se as peças
estiverem danificadas, podem ser reparadas com
solda, e semutiladas, podem ser reconstituídas pelo
serviço de umbom serralheiro.
A manutenção de peças em ferro deve ser feita
regularmente, e recomenda-se o uso de zarcão
contra a ferrugem.
Na falta da peça, com base em fotografias ou
desenhos do original (quando houver) é possível
reproduzir um modelo correspondente ao original,
ou a substituição por uma peça similar que pode ser
encontrada emdemolidoras.
Fig. 50-DesenhodoportãodoEdifícioPrincipal, sededoC.C.MarthaWatts,cujo levantamento
foi realizado a partir de fotografia da época, servindo de base para a confecção do projeto de
réplica.
Foto 46 - Cobertura de ferro da entrada da Estação da Paulista: exemplo do requinte
art-nouveau empregado nas ferragens.
Fig. 45 - Desnho original da cobertura metálica da entrada da estação da Cia.
Paulista. Importante registro para a necessidade de confecção de réplica.
P R O J E T O D E R E C U P E R A Ç Ã O
Fig. 47 - Desnho original do portão da sede da Sociedade Espanhola com base na
leitura de registro iconográfico.
Fig 48 - Registro iconográfico da fachada da Sociedade Espanhola, que permitiu o
desenho do portão para que se possa completar a parte retirada com a confecção de
réplica.
D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRAS PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 21
Fig. 49 - Réplica do portão original do Edifício Principal do IEP, confeccionado com
base na iconografia que embasou o projeto.
5.3 Telhado
Os telhados das edificações antigas são compostos
geralmente, em Piracicaba, por madeiramento e
telhas francesas ou do tipo capa e canal.
Recomenda-se a substituição das telhas quebradas
por similares, que podem ser encontradas no
mercado, e na dificuldade de encaixe demedidas, é
aconselhável procurar em demolidoras, peças
correspondentes. Dependendo do estado de
conservação e da idade das telhas, é melhor
proceder à troca de todas as peças por novas, desde
que semelhantes e do mesmo tipo. Não se
recomenda o uso de telhas de fibrocimento ou
metálicas na substituição, por não serem originais e
muito menos contemporâneas das edificações. Há
casos de imóveis modernistas que podem ter esses
modelos como originais, nesse caso a
recomendação é a mesma, seguir o modelo
original. Também não é recomendável a troca de
telhas francesas por romanas, pois os modelos são
bastante diferentes e o resultado na obra fica
bastante alterado. No entanto a troca de telhas do
tipo capa e canal por telhas do tipo paulista pode
ser uma alternativa econômica.
O madeiramento deve ser reparado e tratado
contra insetos xilófagos (cupins e brocas) e
também protegidos contra a ação de umidade que
pode causar apodrecimento das peças e
proporcionar ambiente para o ataque dos insetos.
Geralmente apenas se faz necessária a troca de
ripas ou de caibros. Recomenda-se também a
instalação de uma manta de impermeabilização
entre o ripamento e as telhas,que previne e evita o
aparecimento de goteiras que danificam
principalmente forros e paredes.
Fig. 53 - Peculiariedades no desenho original de coberturas devem ser respeitadas para
não comprometer inclusive a estrutura do edifício.
Fig. 52 - Cobertura de edificações tombadas na Rua Boa Morte. Projetos de
recuperação devem respeitar o desenho do telhado e o tipo da telha originais.
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Fig 51. - Cobertura da sede do Banco Nossa Caixa. Organização do telhado deve ser
preservada.
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5.4 Madeira
Geralmente as edificações antigas possuem
esquadrias, portas, janelas, corrimão, forros e pisos
de madeira. A manutenção de esquadrias e de
outras peças em madeira deve ser regular, e
quando houver a incidência do ataque de cupins a
intervenção deve ser imediata.
Manter as peças pintadas ou envernizadas evita a
degradação causada por chuvas ou mesmo cupins.
No entanto, quando as mesmas passarem por
processo de recuperação, as camadas de tinta ou
verniz, devem ser removidas, usando-se solvente,
maçarico (em casos extremos), ou soda cáustica
misturada com água. Antes da nova pintura, deve-
se aplicar óleo de linhaça como fundo.
Deve-se sempre optar pela preservação das
características originais. Se parcialmente
danificadas, é aconselhável a reconstituição de suas
partes. Se o estado de degradação for
irrecuperável, deve-se substituir por uma peça
similar oumesmouma réplica.
Fig. 56 - Para o caso de madeira cromada o cuidado de manutenção deve ser maior
para evitar a danificação do forro, pois a substituição do mesmo terá um custo mais
elevado.
Fig. 54 - Folhas originais de portas em fase de recuperação. Camadas de tinta devem
ser retiradas antes da aplicação de nova pintura. A manutenção constante da pintura
ajuda a conservação damadeira.
Fig. 55 - Madeira utilizada como estrutura deve passar periodicamente por
manutenção. A umidade e o ataque de insetos xilófagos prejudica as peças e
compromete a estrutura dos pisos.
Fig. 57 - Forro novo executado com peças semelhantes executadas em madeira,
respeitando o desenho original.Madeira deve ser tratada antes da instalação.
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D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRAS PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 23
5.5 Instalações prediais
As instalações prediais como cabeamento de
telefone, iluminação elétrica e ar-condicionado,
que não se faziam presentes na época da
construção da maioria dos imóveis tombados em
Piracicaba, devem ser executadas de maneira a não
descaracterizar as fachadas.
Os aparelhos de ar-condicionado devem ser
dispostos da maneira mais discreta possível. De
preferência, a melhor opção é pelo sistema central
(tipo gabinete), apesar do custo mais elevado, pois
não afetam as fachadas. Os dutos devem ser
instalados acima dos forros de forma que não
apareçam.
5.6 Fiação e encanamentos
A instalação de fiações e encanamentos não deve
interferir na composição das fachadas. O
emaranhado de fios e condutores mal instalados
prejudica a aparência do imóvel, e no caso dos fios,
a má instalação pode causar curto-circuito. Por isso
recomenda-se sempre o uso de conduites que
devem ser embutidos ou instalados de maneira
discreta.
Os condutores de águas pluviais devem ser
preferencialmente embutidos ou, no caso de
alvenarias aparentes, pintados com cores próximas
da parede, para não se destacarem.
5.7 Pintura
No caso do Ecletismo, que é o estilo mais comum
no conjunto de bens Tombados em Piracicaba, as
cores não eram utilizadas através de normas,
havendo certa liberdade no critério de escolha pelo
construtor ou gosto do proprietário. No entanto,
predominam os tons de amarelo nos edifícios
públicos, emgeral.
Nas edificações Ecléticas eram utilizadas
originalmente cores claras a base de cal,misturadas
a pigmentos terrosos, vermelhos ou ocres,
caracterizando principalmente as fachadas com
tons rosados ou amarelos, com algumas exceções
em tons de azul. Com o desenvolvimento da
indústria de tintas, as fachadas passaram a ganhar
novas gamas de cores, incluindo os tons verdes.
Preferencialmente, o imóvel tombado poderá ter
suas cores originais recolocadas na fachada. Para
tanto, devem-se realizar prospecções de pintura
nas paredes para se identificar os tons encobertos
por outras camadas de tinta. Se os tons originais
estiverem ausentes por questões de qualquer
ordem, podem-se escolher outros tons
compatíveis.
Para a escolha das cores que serão empregadas na
fachada do imóvel, é importante analisar o espaço
onde está inserido. Existem duas opções:
harmonizá-lo com o conjunto, elegendo cores que
não contrastem e se compatibilizem, ou contrastá-
lo utilizando cores que o destaquem do conjunto.
Para as duas opções deve-se usar o bom-senso e
cores compatíveis com o estilo e a época do imóvel.
Imaginem a ‘Casa do Povoador’ pintada de azul
com janelas em laranja, por exemplo...
Se seu imóvel está inserido num conjunto
preservado, procure harmonizar o conjunto com a
repetição de tonalidades de um mesmo grupo de
cores. Em esquinas é recomendável o uso de tons
mais realçados, dentro do grupo de cores
escolhido, causando um efeito de destaque que
poderá valorizar o quarteirão.
Um esquema simples pode ser útil na escolha das
cores:
Ornamentos e frisos devem ser pintados de cor
mais clara que a parede de fundo;
As esquadrias podem ser pintadas de tons
�
�
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contrastantes, ou seguir o tommais claro dos frisos
e ornamentos;
As peças metálicas, como grades, guarda-corpos
e portões devem-se pintar com cores mais escuras
que as empregadas nas esquadrias, ou seguir o
esquema tradicional com grafite, verde-musgo ou
marrome
No caso de edifícios comerciais, as portas de
enrolar devem ser pintadas com a cor usada nas
esquadrias.
�
�
Fig. 59 - Propostas com cores atuais
Fig. 60 - Propostas com cores tradicionais
Fig. 58 - Imóvel da Rua Boa Morte, 1104. Emprego de cores inadequadas
comprometema aparência do edifício.
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Fig. 63 - Exemplos de fachada de imóvel histórico com identidade visual adequada e semelhante à original.
5.8 Comunicação visual e toldos
A maioria dos letreiros empregados nas principais
áreas comerciais de Piracicaba interrompe a
visibilidade das fachadas prejudicando emmuito sua
aparência. Em alguns casos chegam a escondê-las
totalmente, formando uma fachada postiça.
Em edificações tombadas devem-se empregar
letreiros e anúncios vinculados ao revestimento das
fachadas, assim como eram utilizados na época de
sua construção. O aspecto publicitário deve estar
integrado à arquitetura das fachadas. No caso de
imóveis que originalmente eram residenciais a regra
se aplica damesma forma.
Os anúncios e letreiros devem ser instalados de
forma harmoniosa com o entorno da área onde o
imóvel se situa e principalmente com a fachada do
edifício. No caso de o imóvel estar inserido entre
outros, de estilos e características distintos, os
imóveis vizinhos devem estar com seus letreiros
adequados de forma a não prejudicar a visibilidade
do bempreservado.
Fig. 61 - Exemplo do uso inadequado de letreiros e painéis, causando confusão visual
pelo excesso de elementos.
Foto 62 - Exemplo de instalação equivocada dos letreiros comerciais em imóvel
histórico. Os painéis escondemparcialmente a fachada do imóvel.
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D P H - I P P L A P2 6
No caso de propagandas afixadas na fachada, como
na Fig. 65, deve-se colocar preferencialmentenos
vão superiores das portas, sem se projetar além do
alinhamento da fachada e não deverão encobrir
elementos construtivos que façam parte da
composição original da fachada, como: colunas,
grades, bandeiras de portas e ornamentos, dentre
outros. Os anúncios deverão ser instalados apenas
no pavimento térreo, respeitando a altura de, no
minímo, 2,80m, do chão à face inferior da peça.
Recomendamos a dimensão máxima de 0,80m
20m de espessura, também apenas
para o pavimento térreo.
O uso de toldo é recomendável para substituir a
necessidade de marquises para fornecer sombra e
certa proteção à chuva. Em imóveis térreos deve ser
instalada uma peça para cada vão. No caso de
sobrados, devem ser aplicados apenas no
pavimento térreo, desde que recolhíveis, não
metálicos e acima da verga das bandeiras e portas.
a
1,00mde comprimento, 0,50m a 1,00mde altura e
no máximo 0,
Os toldos tambémpodem servir como suporte para
pintura de letreiro.
Fig. 66 - Corte Clube Coronel Barbosa.
Fig. 64 - Uso de toldo no térreo do Clube Coronel Barbosa. Uso tradicional deve ser
levado em conta para projetos de recuperação.
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D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRAS PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 27
Fig. 65 - Sede doClubeCoronel Barbosa. Exemplo de fachada comuso adequado de toldos para estabelecimentos comerciais, inspirado no uso tradicional.
Figs. 68 e 69 - Propostas de dimensão para
a instalação de placas comerciais.
Fig. 72 - Exemplo de uso adequado de letreiro pintado e placa para dois
estabelecimentos comerciais nomesmo edifício.
F i g . 71 - F a chada o r i g i na l da s ede da Soc i edade S i r i o - l i b ane sa com propo s t a
de to l do e l e t r e i r o compa t í v e i s .
P R O J E T O D E R E C U P E R A Ç Ã O
Fig. 67 - Fachada da antiga sede da Eempresa Elétrica. Proposta de pintura de letreiro com base no original e de
instalação de placa perpendicular.
Fig. 70 - Proposta de letreiro pintado e de instalação de placa perpendicular.
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Fig. 73 - Exemplo de uso adequado de toldo e letreiro.
5.9 Interiores
Em Piracicaba, o tombamento dos imóveis ocorre
em três níveis: integral, parcial e de gabarito. No
caso de tombamento em nível integral, devem ser
respeitadas as características originais, no entanto,
os interiores podem ser alterados se justificada a
necessidade. Em casos de adaptação de uso, de
residencial para comercial, mediante projeto e
memorial explicativo, pode ser autorizada remoção
de paredes internas, desde que as mesmas não
sejam estruturais ou não apresentem qualidade
artística, com pinturas murais, por exemplo. As
fachadas e coberturas dos edifícios não devem ser
encaradas como meros cenários, cujo interior pode
ser arrasado e refeito, sem critérios. É muito
importante, que na remoção ou construção de
novas paredes, o imóvel não seja descaracterizado
de forma a comprometer seriamente sua linguagem
arquitetônica original.
Para os imóveis partícipes de conjuntos
arquitetônicos tombados em nível parcial, onde a
importância se concentra nas fachadas e cobertura,
as alterações internas serão permitidas desde que
sua volumetria e acabamentos não sejamafetados.
Destacamos que o imóvel tombado deve cumprir
sua função social de preservar a memória cultural
da cidade, e para tanto é imprescindível que esteja
sempre ocupado e utilizado, pois imóveis
desocupados se deterioram com o tempo, por falta
de manutenção. No entanto, é necessário bom-
senso para que o uso seja compatível, e acima de
tudo, respeito coma edificação.
5.10 Estruturas
As fundações são partes muito importantes na
estrutura, por serem o principal ponto de apoio do
edifício. Para verificar a estabilidade da fundação e
eventual deterioração, é recomendável fazer
sondagens, que no entanto, representam custo
elevado. O meio mais econômico e imediato é a
avaliação do arcabouço externo. Se ocorrerem
anomalias nos pavimentos ou prumadas das
paredes, deve-se verificar se há recalque nas
fundações e imediatamente tomar providências
junto a um profissional especializado. Quando o
imóvel é geminado, deve-se entrar em contato
com o vizinho pois o problema pode ser
compartilhado. Em certos casos, é necessário
promover a consolidação da estrutura, no entanto
esta se caracteriza por uma solução tecnicamente
complexa, que se aplica em casos particulares, dada
a importância do imóvel e dimensão da área
degradada.
Em geral, as edificações tombadas, do final do
século XIX e início do Século XX, foram construídas
com paredes auto-portantes, sem pilastras de
sustentação.O conjunto formadopelas paredes de
fachada, laterais e de fundo, arrematados pela
estrutura do assoalho e tesouras de cobertura,
mantém o equilíbrio do prédio. Para manter esse
equilíbrio é preciso que todas as partes estejam
sólidas e imunizadas contra a umidade.
A impermeabilização das partes estruturais abaixo
do solo é indispensável, pois a água tende a subir
por capilaridade, infiltrando-se na alvenaria e em
conseqüência, fragilizando a estrutura.
Fig. 74 - As estruturas devem se manter em bom estado de conservação. Qualquer
alteração pode comprometer a estabilidade do edifício.
P R O J E T O D E R E C U P E R A Ç Ã O
D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRAS PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 29
6. LEGISLAÇÃODOCODEPAC
LEI COMPLEMENTARNº 171, DE 13DEABRILDE
2005
BARJAS NEGRI
L E I C O M P L E M E N T A R N.º 1 7 1
Art. 1° -
Art. 2º -
Revoga dispositivos da Lei n° 5.194/02, que “dispõe
sobre a consolidação da legislação que disciplina as
atividades, a produção, os programas e as iniciativas
artístico-culturais do Município de Piracicaba, bem
como especifica a natureza e as funções da
Secretaria Municipal da Ação Cultural e dos Órgãos
da Administração Pública auxiliares na gestão
cultural.) (Biblioteca, Casa do Povoador, Pinacoteca
e Teatro)”, integra o CODEPAC ao IPPLAP e dá
outras providências.
, Prefeito do Município de
Piracicaba, Estado de São Paulo, no uso de suas
atribuições,
Faz saber que a Câmara de Vereadores de
Piracicaba aprovou e ele sanciona e promulga a
seguinte
Fica expressamente revogado o CAPÍTULO
I Do CODEPAC, do TÍTULO II Dos Órgãos
Vinculados Diretamente ao Secretário Municipal da
Ação Cultural, todos da Lei n.º 5.194, de 25 de
setembro de 2.002, alterada pela de n.º 5.434, de
25 de junho de 2004.
O Conselho de Defesa do Patrimônio
Cultural de Piracicaba - CODEPAC criado pela Lei n.º
4.276, de 17 de junho de 1.997, fica integrado ao
Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba,
com atribuições que não ultrapassarão quaisquer
das cometidas aos órgãos correlatos, no âmbito
estadual e federal.
O Conselho de que trata o
deste artigo será subordinado diretamente
ao Diretor Presidente do Instituto de Pesquisas e
Planejamento de Piracicaba.
São objetivos doCODEPAC:
promover a política municipal de defesa do
patrimônio cultural em conjunto com o
Departamento de Patrimônio Histórico do
Instituto de Pesquisas e Planejamento de
Piracicaba e,
propor ações efetivas, genéricas ou
específicas, para a defesa do patrimônio
cultural, histórico, folclórico, artístico, turístico,
ambiental, ecológico, arqueológico e
arquitetônico doMunicípio.
CODEPAC terá a seguinte composição:
01 (um) artista plástico ou folclorista indicado
pela SecretariaMunicipal daAçãoCultural;
01 (um) representante da Secretaria Municipal
de Turismo;
01 (um) engenheiro civil, representante da
SecretáriaMunicipal deObras;
01 (um) representante da Câmara de
Vereadores doMunicípio de Piracicaba;
01 (um) representante do Instituto Histórico e
Geográfico de Piracicaba;
01 (um) arquiteto indicado pela Associação dos
EngenheiroseArquitetos de Piracicaba;
01 (um) advogado indicado pela Ordem dos
Advogados do Brasil;
01 (um) ecólogo, engenheiro agrônomo ou
florestal indicado pela Escola Superior de
Agricultura “Luiz deQueiroz” - ESALQ;
Parágrafo único -
Art. 3º -
I -
II -
Art. 4° -
I -
II -
III-
IV -
V-
VI -
VII -
VIII -
caput
IX -
X -
XI -
XII -
XIII -
XIV -
XV -
XVI -
XVII -
XVIII -
XIX -
Parágrafo único -
Art. 5° -
I -
II -
01 (um) representante da Escola de Engenharia
de Piracicaba - EEP, ligado à áreas relacionadas à
natureza e finalidades doCODEPAC;
01 (um) artista plástico indicado pela Associação
Piracicabana dosArtistas Plásticos;
01 (um) representante do Conselho
Coordenador das EntidadesCivis de Piracicaba;
01 (um) historiador indicado pela Universidade
Metodista de Piracicaba - UNIMEP;
01 (um) representante da Diocese de
Piracicaba;
01 (um) representante da Sociedade de
Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba -
SODEMAP;
01 (um) representante do Departamento de
Patrimônio Histórico do Instituto de Pesquisas e
Planejamento de Piracicaba;
01 (um) representante do Departamento de
Uso e Ocupação do Solo do Instituto de
Pesquisas e Planejamento de Piracicaba;
01 (um) representante do Departamento de
Projetos Especiais do Instituto de Pesquisas e
Planejamento de Piracicaba;
01 (um) representante da Secretaria
Municipal doMeioAmbiente;
01 (um) representante do Instituto de
Arquitetos do Brasil - IAB, Seção Piracicaba.
Os membros indicados para
compor o CODEPAC serão nomeados via decreto
doChefe do Poder Executivo.
Compete aoCODEPAC:
sugerir adoção de medidas legais ou
administrativas necessárias à realização dos seus
objetivos;
sugerir medidas aos órgãos competentes, no
L E G I S L A Ç Ã O
D P H - I P P L A P3 0
âmbito estadual ou federal, inclusive, pela
modificação da legislação existente, para o
cumprimento das exigências no tocante à defesa
do patrimônio cultural, histórico, folclórico,
artístico, turístico, ambiental, ecológico,
arqueológico e arquitetônico doMunicípio;
efetuar gestões junto à entidades privadas,
objetivando que estas colaboremna execução da
defesa do PatrimônioCultural doMunicípio;
quando se tratar de bem imóvel, solicitar, ao
setor municipal competente, a elaboração da
estimativa do impacto orçamentário-financeiro,
o qual se constituirá em mais um elemento a ser
considerado quando da emissão do parecer
sobre a viabilidade do tombamento;
eleger e submeter à apreciação do Poder
Executivo, os bens móveis e imóveis que, pelo
seu valor cultural, mereçam ser preservados
através de tombamento;
organizar uma pasta de arquivo para cada
imóvel objeto de tombamento, devendo dela
constar todomaterial e dados disponíveis;
solicitar avaliações dos bens cujo tombamento
tenha sido sugerido;
conhecer, em grau de defesa, as controvérsias
administrativas ou reclamações de interessados
sobre as condições de utilização e conservação
dos bens tombados, cabendo dessa decisão
recurso ao Poder Executivo, no prazo de 15
(quinze) dias;
apresentar, semestralmente, relatório de suas
decisões ao Poder Executivo, enviando cópia
para publicação noDiárioOficial doMunicípio de
Piracicaba;
III -
IV -
V -
VI -
VII -
VIII -
IX -
X -
XI -
XII -
Art. 6° -
Art. 7° -
§ 1º -
§ 2º -
§ 3º -
Art. 8° -
elaborar seu Regimento Interno;
sugerir, ao Poder Executivo, a celebração de
convênios com entidades públicas ou privadas,
similares ou não e,
proceder à fiscalização do perfeito
desenvolvimento do processo e manutenção do
bem móvel ou imóvel proposto ao
tombamento.
Os serviços prestados pelos membros do
CODEPAC serão considerados de relevância para o
Município, não percebendo seus membros
qualquer remuneração.
O CODEPAC se reunirá, ordinariamente,
pelo menos 01 (uma) vez por mês e,
extraordinariamente, quando convocado.
OCODEPAC elegerá, na sua primeira reunião
ordinária de cada ano, o Presidente, o Vice-
Presidente e dois Secretários que, reciprocamente,
desempenharão suas funções, substituindo-se nos
seus impedimentos ou faltas.
O mandato do Conselho coincidirá com o
mandato do PrefeitoMunicipal que o nomeou.
Toda decisão do Conselho será tomada pela
maioria simples dos seus membros, assegurado ao
Presidente o voto de desempate.
Uma vez decidido pelo Poder Público, o
tombamento dos bens imóveis, integrados em
conjunto urbano ou rural do Município de
Piracicaba, tanto de propriedade particular como
de propriedade pública, pertencentes à pessoa
física ou jurídica, que for julgado necessário à
evocação e preservação do passado histórico,
como fonte artística, turística, ambiental,
ecológica, arqueológica ou arquitetônica de
Piracicaba, observará as formalidades da presente
Lei.
No interesse da preservação dos
bens imóveis descritos no do presente artigo,
será lícito, também, o tombamento de bens móveis
ligados ao Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural
de Piracicaba.
A abertura do processo de tombamento
assegura a preservação do bem em análise, até final
decisão.
Para abertura de novos processos de que trata
o do presente artigo, o prazo para decisão
final não poderá ultrapassar 180 (cento e oitenta)
dias da data da abertura desses processos.
Nos casos de que trata o § 1º e que
configuram-se de alta complexidade, poderá haver
prorrogação do prazo nele estabelecido, à critério
do Diretor-Presidente do IPPLAP, desde que
devidamente justificado peloCODEPAC.
O CODEPAC para assegurar a preservação de
que trata o deste artigo, poderá notificar o
proprietário e, se necessário, adotar medidas
administrativas e judiciais à sua consecução.
Os imóveis tombados serão enquadrados
por ato do Executivo Municipal em uma das três
categorias de preservação:
imóvel a ser totalmente conservado ou
restaurado, tanto interna como externamente,
pelo excepcional valor histórico, arquitetônico,
artístico ou cultural de toda a unidade;
imóvel partícipe de conjunto arquitetônico,
cujo interesse histórico está em ser parte do
conjunto, devendo seu exterior ser totalmente
conservado ou restaurado, mas podendo haver
Parágrafo único -
Art. 9º -
§ 1º -
§ 2º -
§ 3º -
Art. 10 -
I - P1 -
II - P2 -
caput
caput
caput
L E G I S L A Ç Ã O
D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRA S PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 31
remanejamento interno, desde que sua
volumetria e acabamentos não sejam afetados,
de forma a manter-se intacta a possibilidade de
aquilatar-se o perfil histórico urbano;
imóvel adjacente à edificação ou a conjunto
arquitetônico de interesse histórico, podendo ser
demolido, mas ficando a reedificação ou
edificação sujeita a restrições capazes de impedir
que a nova construção ou util ização
descaracterize as articulações entre as relações
espaciais e visuais ali envolvidas.
A dec l a r ação de
enquadramento dos imóveis, na forma desta Lei,
será averbada nas respectivas matrículas, no
Registro de Imóveis.
Nos prédios de categoria P1 e P2 deverá:
ser utilizado somente materiais que não
descaracterizem o padrão arquitetônico a ser
preservado;
manter-se preservados os seus ornamentos,
esquadrias, telhas e trabalhos em ferro,
preservando, assim, a técnica original da
construção;
manter-se as aberturas originais, sendo vedado
emparedar ou criar falsas aberturas;
usar as cores tradicionais das edificações, dando
preferência aos tons pastéis;
manter-se a mesma forma, divisão de águas e
inclinação dos telhados, e os mesmos tipos de
beirais ou platibandas;
utilizar-se de réplicas de peças originais que
estiverem faltando no conjunto.
Se os imóveis das categorias P1
III - P3 -
Parágrafo ún i co -
Art. 11 -
I -
II -
III -
IV -
V -
VI -
Parágrafo único -
e P2 sofreremmodificações não aprovadas,poderá
ser exigida sua restauração da maneira que mais se
assemelhe à forma original, ou sua adaptação às
condições atuais da área, podendo esta exigência
se aplicar aos imóveis como um todo, como
tambémapartes deste.
Os projetos de categoria P3 deverão se
harmonizar com a arquitetura do conjunto
formado pelas edificações vizinhas, respeitando as
características de volume e altura, da cobertura e
prolongamento dos telhados, da forma, divisão e
proporção das aberturas exteriores, da
composição, cores e revestimentos das fachadas.
A altura das edificações, no caso de
construções novas ou de ampliação das existentes,
não deverão exceder a altura máxima das
edificações das categorias P1 e P2mais próximas.
O alinhamento predominante no conjunto
deverá ser observado.
As coberturas deverão ser construídas com o
mesmo material utilizado nas edificações das
categorias P1 e P2 do conjunto, mantendo, ainda,
a mesma forma, divisão de águas, inclinação dos
telhados e os tipos de beirais ou platibandas nelas
existentes.
Os muros de vedação deverão ter altura e
aspecto compatível com as características do
conjunto de edificações.
Para os conjuntos urbanos preservados
poderá ser autorizada a construção de réplicas de
prédios históricos, nos locais em que,
comprovadamente, existiram.
Nos prédios da categoria P3, as diretrizes
desta seção não deverão inibir uma concepção
arquitetônica contemporânea.
Não serão permitidas, em nenhuma das
Art. 12 -
§ 1º -
§ 2º -
§ 3º -
§ 4° -
Art. 13 -
Art. 14 -
Art. 15 -
edificações de que trata esta seção:
caixas d'água ou casas demáquinas aparentes;
a colocação de aparelhos de ar condicionado de
maneira aparente nas fachadas que possam ser
visíveis do logradouro público;
a colocação demarquises;
a utilização de materiais para revestimento
externo, total ou parcial, que interfiram com os
prédios de valor histórico, tais como: materiais
brilhantes, metais, plástico, vidro, madeira e
fibrocimento;
as pinturas em cores berrantes ou preto, dando-
se preferência aos tons pastéis, deverão estar em
harmonia comoprédio e o conjunto.
Será permitida a utilização de
toldos nos pavimentos térreo, desde que não
prejudiquem os elementos de fachada e se
harmonizem comas cores do prédio.
A comunicação visual não poderá
interferir ou ocultar os elementos arquitetônicos
fundamentais das edificações, devendo, em todos
os casos:
ser afixada, perpendicularmente, à fachada e
situar-se abaixo das aberturas do pavimento
superior;
observar a altura máxima de placa de 0,80 cm
(oitenta centímetros) e largura máxima de 1 m
(ummetro);
ser apenas indicativa do nome do
estabelecimento e do ramo de atividade, sem
composição com publicidade, sóbria e adequada
à fachada do prédio, proibindo-se a utilização de
luzes emmovimento.
I -
II -
III -
IV -
V -
Parágrafo único -
Art. 16 -
I -
II -
III -
L E G I S L A Ç Ã O
D P H - I P P L A P3 2
Art.17 -
Art. 18 -
§ 1º
I -
a)
b)
c)
II -
III -
O tombamento de bens, que limitam o uso
da propriedade, não geram direito à indenização,
de qualquer natureza, por parte do Município, aos
proprietários dos imóveis tombados.
A partir da data de publicação do decreto
de tombamento, o valor venal do bem tombado,
lançado para efeito de tributação do Imposto sobre
a Propriedade Predial Urbana, poderá ser reduzido
em até 100% (cem por cento), desde que requerido
pelo proprietário, cabendo ao CODEPAC decidir
pelo percentual, uma vez observados os critérios
estabelecidos pelo §1º deste artigo, devendo essa
decisão ser homologada pelo PrefeitoMunicipal.
Ficam definidos os seguintes critérios para
concessão do benefício de que trata o deste
artigo:
quanto ao estado de conservação:
edificação totalmente restaurada, redução de
100% (cempor cento);
edificação que necessita de pequenos reparos
(esquadrias, ornamentos e reboco), redução de
80% (oitenta por cento);
edificação que apresenta grandes alterações
(marquises, alteração de cobertura, modificação
dos vãos), redução de 40% (quarenta por cento).
quanto ao estado de pintura, as edificações que
não apresentarem a pintura ou revestimento de
fachada preservados receberão redução de 20%
(vinte por cento), incidentes sobre o percentual
obtido conforme enquadramento no inciso
anterior;
quanto à adequação de comunicação visual, as
caput
edificações comerciais que apresentarem
comunicação visual em desacordo com a
visibilidade do imóvel receberão uma redução
de 20% (vinte por cento) incidentes sobre o
percentual obtido pelo enquadramento nos
incisos I e II deste parágrafo.
Não farão ao benefício as edificações nas
seguintes condições:
fachadas obstruídas comelementos estranhos;
comgrandes alterações e que ainda apresentam
a pintura deteriorada ou comunicação visual
inadequada.
O pedido de redução deverá ser renovado,
anualmente, pelo proprietário do imóvel.
A limitação do uso de que trata o artigo
anterior consistirá, tão somente, no impedimento
do proprietário em promover alteração, remoção,
destruição oumutilação do imóvel tombado.
Sem autorização do Conselho, não poderão
os bens tombados ser pintados, reparados,
restaurados ou removidos em parte ou no todo,
sob pena de serem aplicadas as penalidades
constantes da presente Lei.
Qualquer ato do proprietário que acarretar
descaracterização, parcial ou total, do imóvel
enquadrado nas categorias P1 e P2, sujeitará o
proprietário ao embargo da obra, bem como à
restauração do mesmo, consoante projetos
aprovados peloCODEPAC.
Se caracterizado o abandono proposital do
imóvel por parte do proprietário, este deverá ser
notificado a tomar as devidas providências com
respeito à conservação domesmo.
Nos terrenos onde ocorrerem demolições,
parciais ou totais, de prédios das categorias P1 e
§ 2º
I -
II -
§ 3º
Art. 19 -
§ 1º -
§ 2° -
§ 3° -
§ 4° -
jus
P2, ou seu abandono, os parâmetros de ocupação
das novas edificações não deverão ultrapassar os
das edificações demolidas ou abandonadas, bem
como deverão manter os mesmos recuos e
afastamentos das edificações preexistentes, sem
prejuízo das demais sanções previstas.
A concessão de licença para demolição ou
reforma de edificações cadastradas no Inventário
de Patrimônio Cultural - IPAC, pelo Departamento
de Patrimônio Histórico do IPPLAP, dependerá de
anuência prévia doCODEPAC.
- Nos casos da análise, por parte do
CODEPAC, de que trata o presente artigo, deverá
ser observado o prazo constante do art. 16, da Lei
Complementar n.º 163, de 15 de setembro de
2004.
O descumprimento de quaisquer das
obrigações impostas pela presente Lei acarretará
multa de 10% (dez por cento), calculada sobre o
valor venal do imóvel e, quandomóvel, a multa será
equivalente a 5% (cinco por cento) do valor de
mercado do bem tombado, valor este a ser
atribuído por avaliação promovida pelo CODEPAC,
sem prejuízo de eventual responsabilidade
funcional, criminal ou civil.
A multa de que trata o do presente
artigo somente será imposta se verificado o
descumprimento da Notificação Preliminar, através
da qual o notificado terá 30 (trinta) dias para
reparar o dano ou 05 (cinco) dias para apresentar
recurso.
O prazo de reparação dos danos de que
trata o parágrafo anterior poderá ser prorrogado
pelo CODEPAC, por, nomáximo, 60 (sessenta) dias,
mediante requerimento fundamentado do
Art. 20 -
Art. 21 -
§ 1º -
§ 2º -
Parágrafo único
caput
L E G I S L A Ç Ã O
D P H - I P P L A P MANUAL DE OBRA S PARA I M Ó V E I S P R E S E R V A D O S 33
interessado.
Descumprida a Notificação Preliminar, será
imposta multa, sendo que o autuado terá o prazo
de 30 (trinta) dias para pagamento, sob pena de
serem cobrados juros de mora de 01% (um) ao mês
calendário ou fração, multa moratória à razão de
02% (dois) incidente

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