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Fichamento Raízes do Brasil O Homem Cordial

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INSTITUTO SÃO BOAVENTURA
	
	Disciplina: Formação do Pensamento Brasileiro 
	
	Professor: Dr. Carlos Ângelo de Meneses Sousa
Curso: Filosofia – 3° / 2017
Estudante: Jéverson de Andrade Santos
Bibliografia: 
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Fichamento Raízes do Brasil
O Homem Cordial
“O Estado não é uma ampliação do circulo familiar” (p. 141). São com estas palavras que Sérgio Buarque inicia O Homem Cordial. Segundo ele, o meio familiar é muitas vezes confundido com Estado. Para ele, não existe entre ambas, família e trabalho, uma graduação, mas uma “descontinuidade”, e é possível até falar em “oposição”; pertencem a ordens diferentes em sua essência. É comum, segundo o autor, perceber “um triunfo do geral sobre o particular, do intelectual sobre o material, do abstrato sobre o corpóreo e não uma depuração sucessiva”.
Para o empregador moderno brasileiro, o trabalho tornou-se numero e as relações humanas foram liquidadas. As produções colossais, aliadas a mecanismos complicados exacerbou a separação das classes produtoras, dando um sentimento de irresponsabilidade, das partes dos comandantes, pelas vidas dos trabalhadores. 
A crise que seguiu o trabalho industrial pode dá uma ideia das dificuldades que se contrapõe a abolição da velha ordem familiar; estas “tendem desaparecer, ante as exigências imperativas das novas condições de vida” (p. 143), separando, assim, das “virtudes” familiares. “Dir-se-á que essa separação e essa libertação representam as condições primárias e obrigatórias de qualquer adaptação à ‘vida prática’.” (p. 143).
Para os detentores de cargo públicos de responsabilidade, formados em ambientes patriarcais, não era fácil a distinção entre os domínios do privado e do público. Os funcionários patrimoniais, autores da burocracia, a própria gestão política apresenta-se como interesses particulares. 
O homem cordial, marca de “virtude” que é contribuição brasileira a civilização, aquele que vem da família, o homem hospitaleiro e generoso, cheio de civilidade e “boas maneiras”, é também, com sua polidez, e apenas aparentes, uma máscara que serve de defesa ante a sociedade, preservando a sensibilidade e emoções do indivíduo e mantendo sua supremacia ante o social. “Equivale a um disfarce que permitirá a cada qual preservar intatas sua sensibilidade e suas emoções” (p. 147).
Na cordialidade do homem brasileiro, “a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência” (pag. 147). Desta forma, a manifestação de respeito, dos brasileiros, concretiza-se no desejo de estabelecer intimidade; as formas de tratamentos pelo diminutivo ou pelo nome de batismo são exemplos disso. Assim, é possível aproximar pessoas e objetos dos sentidos e do coração, demonstrando certo horror à distância, traço mais específico do espírito brasileiro.

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