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Fichamento Raízes do Brasil Trabalho e Aventura

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INSTITUTO SÃO BOAVENTURA
	
	Disciplina: Formação do Pensamento Brasileiro 
	
	Professor: Dr. Carlos Ângelo de Meneses Sousa
Curso: Filosofia – 3° / 2017
Estudante: Jéverson de Andrade Santos
Bibliografia: 
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Fichamento Raízes do Brasil
Trabalho & Aventura
O espírito desbravador tão aguçado dos portugueses, uma verdadeira proeza para aquele reinado, não é encontrado igualmente em nenhum outro povo; como resultado, tais feitos lhes renderam a expansão do reinado e dentre as essas conquistas, o Brasil. 
O capítulo segundo de Raízes do Brasil, Trabalho & Aventura, adentra a temática da colonização dos chamados novos mundos, que por sua vez, apesar do referido espírito de desbravo dos conquistadores além-mar, adquiriu posses, não com uma vontade construtora, mas com desleixo e abandono.
Para Sérgio Buarque de Holanda a formação de vidas coletivas podem se exprimir em dois princípios: aventureiro e trabalhador. Para aqueles de disposição aventureira, o seu esforço tem por centralidade a chegada, deixando quase como superficial o processo, o decurso. “Seu ideal é colher o fruto sem plantar a árvore.” (HOLANDA, Sérgio Buarque, 1995, p. 44); potencia as dificuldades em trampolim para chegar onde querem. Contrariamente, o trabalhador é aquele que enxerga por primeiro as dificuldades a vencer, e não o foco de alcance. Seu esforço é moderado, pouco compensador e persistente, sempre atento aos desperdícios e empenhado em tudo aproveitar; seu campo visual é restrito. “Assim, o individuo trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo em praticar, e inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades próprias dos aventureiros.” (HOLANDA, Sérgio Buarque, 1995, p. 44) e assim vice-versa. 
A disposição escassa para o trabalho de compensação imediata pode parecer para os colonizadores das Américas, e isso inclui os ingleses, uma evidência clara de um traço aventureiro; evidencia a aptidão à caça de bens materiais em outros continentes, a procura com denodo às prosperidades sem custo, de posições e riquezas fáceis.
Contrapondo a essa posição que se pode compreender da leitura da obra, Sérgio Buarque, ele mesmo, após apontar os ibéricos como possuidores de traços aventureiros, e isso abarcam os portugueses, traça agora uma nova releitura das posições:
“os português e seus descendentes imediatos (...) procuraram recriar o meio de sua origem (...). Onde lhes faltassem o pão de trigo, aprendiam comer o da terra, consumia farinha de mandioca. Habituaram-se também a dormir em rede, à maneira dos índios. (HOLANDA, Sérgio Buarque, 1995, p. 47). 
Com um novo olhar, os portugueses assumem a figura do trabalhador. Agora, nesse ponto especifico os colonizadores, por sua abertura aos planos, adequam seus modos ao meio; apropriam o novo a seus costumes. Esta paradoxal contraposição, tão singular de Sérgio Buarque, será adotada em todo o capítulo. Postura essa que pondera qualquer tendência extremista, sem deixar de lado a coerência com os fatos. 
No limiar do tempo, a chegada dos portugueses ao Nordeste do Brasil teve como primazia a exploração latifundiária e monocultora da cana-de-açúcar. A abundância de terras férteis e ainda pouco desbravadas tornou a colônia uma verdadeira unidade de produção. Nesse contexto, os colonizadores verificam a vã tentativa de emprego braçal do indígena, e acorrem ao recurso mais fácil: importar mão de obra, os escravos africanos. Os nativos aqui encontrados tinham uma predisposição natural à caça e pesca, na indústria extrativista e criação de gado, mas no que se refere a trabalhos acurados e metódicos dos canaviais não se acomodavam. 
Exemplo de Trabalho & Aventura podemos analisar na relação dominador e nativos: “O resultado eram incompreensões recíprocas que, de parte dos indígenas, assumiam quase sempre a forma de uma resistência obstinada, ainda quando silenciosa e passiva, às imposições da raça dominante”. (HOLANDA, Sérgio Buarque, 1995, p. 48). A meu ver, podemos observar o indígena, pelo viés de Sérgio Buarque, como trabalhador que adota ao seu modo e limitação a submissão de trabalho escravagista. Quanto aos portugueses, que “vinham buscar, sem dúvidas, a riqueza, mas riqueza que custa ousadia, não riqueza que custa trabalho” (HOLANDA, Sérgio Buarque, 1995, p. 49), assumem como aventureiros, visto que diante da problemática de não adaptação dos indígenas aos canaviais, não se limitam ir buscar em outras colônias escravos mais assíduos aos trabalhos braçais da indústria canavieira. Os negros representam fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais.

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