Buscar

DIR107 Anotações Avaliação 2 (2017.1) (Helson)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ANOTAÇÕES 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
(Marcos Seixas) 
Elaborado por Helson 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
2 
 
ÍNDICE 
1 ● Período Joanino e Liberdades no antigo regime 
CJC – Os livros que compõem o CJC 
Liberdade no antigo regime 
2 ● Constituição do Império de 1824 
3 ● Particularidades do Império 
Conselho de Estado 
Código Criminal do Império 
Código Comercial de 1850 
Ato Adicional de 1834 
4 ● Do Império à República 
 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
3 
 
1 ● Período Joanino e Liberdades no antigo regime 
CJC – Os livros que compõem o CJC 
 Institutas 
o Livro escrito por três compiladores, inclusive Triboniano. 
o Simples e talvez por isso alcançou enorme difusão. 
 Digesto 
o Compilação de todas as opiniões dos jurisconsultos romanos até o CJC. 
o O principal livro do direito romano. É a obra mais complexa e que ofereceu as 
maiores dificuldades de elaboração. 
 Codex (código) 
o Conjunto de todas as leis de imperadores romanos até Justiniano 
 Novelas 
o Novas leis, aquelas efetivamente criadas por Justiniano. 
Características 
 Tratam os assuntos casuisticamente e não abstratamente como as normas atuais. 
 Linguagem narrativa, que busca contemplar todas as hipóteses. 
 Além do direito puro, havia a opinião dos professores que interpretavam o código, pois 
inevitavelmente existiam as lacunas. 
o Muitas divergências entre as opiniões, que propiciam uma insegurança jurídica. 
 As divergências foram a razão pela qual mais à frente Marquês de 
Pombal decidiu fazer as ordenações. 
 Opiniões mais fidedignas ao texto (literais), outras mais liberais. 
 
Exemplo de Código 
Liberdade no antigo regime 
Pessoas ingênuas x pessoas libertas 
 Pessoas ingênuas 
o São pessoas livres desde sempre, pois já nasceram livres. 
 Nasceram do matrimônio de dois ingênuos; 
 Nasceram do matrimônio de dois libertos; 
 Nasceram do matrimônio de um ingênuo e um liberto; 
 Nasceram de uma mãe livre, ainda que o pai seja escravo. 
 O status de mãe era fundamental para a definição da liberdade 
dos filhos. Em alguns casos de nascimentos com pai que não 
fosse livre. 
 Basta que a mãe tenha sido livre em algum momento entre a 
concepção e o nascimento para que a criança seja livre. 
 Pessoas libertas 
o São pessoas que adquiriram a liberdade ao longo da vida – já foram escravos. 
 Considerações acerca da liberdade 
o Libertos possuíam limitações nos seus direitos públicos. 
o Libertos tinham o mesmo tratamento que ingênuos no direito privado. 
o Escravos, mesmo que nascidos no Brasil, não eram considerados cidadãos. 
Sobre nacionalidade na Colônia 
 Portugueses que nasciam no Brasil eram considerados portugueses 
 Contudo, quem estava residindo no Brasil estava submetido a algumas restrições. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
4 
 
Limitações no período colonial 
 Limitadas geograficamente ao Brasil. 
o Não eram decorrentes da nacionalidade, mas sim de onde se estava residindo. 
 Intelectuais 
o Ex. Proibição de instalação de universidades no Brasil. 
 Portugal adotava o modelo de centralização do ensino superior - 
Universidade de Coimbra. 
 O objetivo era controlar quem tinha acesso à faculdade para controlar 
quem iria acessar cargos públicos na Coroa. 
 A Espanha descentralizava, então nas Colônias havia muitas 
faculdades de direito. 
o Não era permitido fazer a impressão de documentos aqui no Brasil. 
 A mera posse de equipamentos já era considerada crime de Lesa 
Magestade – crime de traição. 
 Mesmo em Portugal, havia uma censura muito forte sobre aquilo que 
seria ser impresso. 
 Obrigado obter as seguintes licenças. 
 Licença do Santo Ofício 
 Licença do representante da Coroa 
 Prelado especial – nomeado em conjunto entre a Coroa e o 
Santo Ofício. 
 Havia um forte controle político sobre as impressões. 
o Proibição de entrada de livros constantes no INDEX – Índice de livros 
proibidos de entrar. 
 Criação inicialmente pelo Santo Ofício, para controlar livros que 
ofendiam os preceitos da religião. 
 Sediciosos – aqueles que poderiam incitar movimentos de 
independência entre os colonos. 
 Dentre eles, Montesquieu, enciclopédias, etc. 
 Industriais 
o Proibição de produção de qualquer tipo de 
riqueza que não fosse extrativista (animal, 
vegetal ou mineral). 
 Mineral (MG e Chapada Diamantina – 
BA) 
 As riquezas do Brasil foram 
responsáveis pela construção de 
palácios nababescos em Portugal. 
 Mosteiro dos Jerônimos. 
 Comerciais 
o Impedimento da livre relação comercial (importação e exportação) com 
outros países que não a metrópole. 
 Exceções dependiam de autorização da Coroa ou dos governadores 
gerais. 
 Tráfico de escravos com a África (Guiné, Angola) 
Pacto Colonial 
 Limitações geográficas impostas ao Brasil, no que diz respeito às relações 
comerciais entre a metrópole e a colônia. 
o A metrópole estava extremamente temerosa do Brasil se tornar independente. 
 Dica de filme: Django Livre (Leonardo Dicáprio) 
 
 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
5 
 
A vinda da Família Real – 1808 
 Afastou a rejeição das pessoas que residiam no Brasil à realeza, que estava distante 
na Colônia até então, e adiou, certamente, a independência do Brasil. 
 As limitações foram extintas1: 
o As limitações intelectuais foram extintas de imediato, com a assinatura 
de uma carta pelo rei, onde é hoje a Faculdade de Medicina da Bahia no 
Terreiro de Jesus em Salvador – Antiga Escola dos Jesuítas. 
 Criação do ensino superior no Brasil. 
 Criação da Escola Real de Guerra (RJ) 
o Permissão à livre publicação no Brasil, mas submetida à censura local. 
o Acabou a proibição de se imprimir no Brasil. 
o Criação da Imprensa Régia 
 Imprensa oficial (Diários Oficiais) 
 A primeira gráfica foi criada no recôncavo baiano, perto de Cachoeira. 
o Abertura dos povos para as nações amigas. À época, somente a Inglaterra, 
que bancou a vinda e deu proteção à família real. 
o Estímulos à produção de algumas fábricas. 
 Na base do privilégio, pois a Coroa dava a autorização apenas a um 
fábrica por seguimento para não haver concorrência. 
 No geral, a produção era de produtos de menor qualidade, que 
não tinham como concorrer com os produtos da Inglaterra. 
 Investimentos em melhorias, concentrados na cidade do Rio de Janeiro. 
o Somente após a vinda da Família Real, houve 
preocupação da Coroa para patrocinar melhorias 
na Colônia. 
o Jardim Botânico, Biblioteca Nacional, iluminação 
pública, iniciativa para saneamento público, 
calçadas, etc... 
 Houve um aumento impressionante no crescimento da população do Rio de Janeiro. 
 Consequência das mudanças: 
o O direito terá que construir um conjunto de normas modernizadoras para 
transformar esse novo país que surgiu após a chegada da Família Real. 
o Novas regras comerciais. 
o Novas regras empresariais. 
o Avançar em questões Diplomáticas. 
o Atualizar leis antigas 
o Pensar o modelo de posse das terras. 
o Pensar em um novo modelo de Justiça 
 
 
1
 Avaliação 2015.2 | Aponte dois aspectos das limitações às liberdades coloniais que foram 
superadas no curso do período Joanino no Brasil. 
O trecho que vai da Associação 
Comercial (Comércio) até o 
Caminho de Areia em Salvador 
foi todo aterrado. 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [Helson ] 
6 
 
2 ● Constituição do Império de 1824 
 
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES 
 Criada com dois objetivos: i) atender aos interesses de partidos políticos, de viés 
normalmente liberal, que se formaram após a vinda da Família Real em 1808 e exigiam 
uma descentralização, mediante a separação dos poderes e ii) manter privilégios para 
o Imperador e a Família Real. 
DOM PEDRO PRIMEIRO, POR GRAÇA DE DEOS, e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador 
Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil : Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que tendo-
Nos requeridos o Povos deste Imperio, juntos em Camaras, que Nós quanto antes jurassemos e 
fizessemos jurar o Projecto de Constituição, que haviamos offerecido ás suas observações para serem 
depois presentes á nova Assembléa Constituinte mostrando o grande desejo, que tinham, de que elle se 
observasse já como Constituição do Imperio, por lhes merecer a mais plena approvação, e delle 
esperarem a sua individual, e geral felicidade Politica : Nós Jurámos o sobredito Projecto para o 
observarmos e fazermos observar, como Constituição, que dora em diante fica sendo deste Imperio a 
qual é do theor seguinte: 
 Preâmbulo passa a ideia que a Constituição foi fruto do clamor popular, o que se configura 
uma farsa, já que Pedro dissolveu a Assembleia Constituinte e OUTORGOU a Constituição 
de 1824. 
o Antes da Constituição de 1824, institui-se uma Assembleia Constituinte de 1823, 
mas D. Pedro não gostou do resultado do projeto, razão pela qual a dissolveu e 
outorgou a Constituição. 
 
TITULO 1º 
 Do Imperio do Brazil, seu Territorio, Governo, Dynastia, e Religião. 
Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos Brazileiros. Elles formam uma 
Nação livre, e independente, que não admitte com qualquer outra laço algum de união, ou federação, que 
se opponha á sua Independencia. 
 Artigo 1º tinha por objetivo consolidar juridicamente a independência do Brasil e 
impedir quaisquer tentativas de interferências externas. 
o Uma forma de assegurar e blindar a independência do Brasil das tentativas, 
principalmente, de Portugal de retomar o modelo metrópole-colônia. 
o Havia uma desconfiança por parte da população em relação a D. Pedro I, já que 
ele era o príncipe herdeiro do trono de Portugal, o que suscitava conflito de 
interesses e dava margens a que a situação metrópole-colônia retornasse. 
Art. 2. O seu territorio é dividido em Provincias na fórma em que actualmente se acha, as 
quaes poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado. 
Art. 3. O seu Governo é Monarchico Hereditario, Constitucional, e Representativo. 
 O Artigo 3º trata da forma de governo: monárquico, hereditário, constitucional e 
representativo. 
o Monarquia hereditária que passa de pai para filho “varão” mais velho. 
 Monarquias eletivas são raras, a exemplo da monarquia dos visigodos. 
o Monarquia constitucional implica que o soberano está sujeito a limites, que são as 
regras instituídas por esta constituição. 
 Diz-se que é o oposto da monarquia absolutista. 
 Atende aos anseios dos liberais. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
7 
 
o Monarquia representativa, na medida em que o povo se faz representar por meio 
de órgãos políticos que possuem poderes políticos. 
 Assembleia Geral: Câmara dos Deputados e de Senado Federal. 
 O soberano não tinha absolutamente nenhum poder de legislar 
 Nenhum instrumento que se assemelhasse a uma Medida 
Provisória dos tempos atuais. 
 No entanto, existia a previsão da sanção das leis pelo 
Imperador (art. 13). 
o O Poder Moderador estava longe de ser um superpoder. 
 Prerrogativas bem limitadas dentro do contexto da monarquia brasileira 
Art. 4. A Dynastia Imperante é a do Senhor Dom Pedro I actual Imperador, e Defensor Perpetuo do Brazil. 
 Estabelece qual família manterá a dinastia no Brasil. 
 Previa a instalação da Regência no Brasil até que o príncipe se tornasse adulto. 
 No caso de morte de toda a Família Real, a Assembleia Geral elegeria uma nova família 
para governar o Brasil. 
 
Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio. Todas as outras 
Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas para isso destinadas, sem 
fórma alguma exterior do Templo. 
 Inovou ao permitir o convívio entre a religião católica (oficial) e outras religiões e cultos. 
o Possibilitou a liberdade de escolha da religião ou, até, de não ter uma religião. 
 Manteve a religião católica como religião oficial no Brasil. 
 A liberdade religiosa era mitigada e bem limitada
23
 
o Aspecto Manisfestação Religiosa 
 Para as demais religiões, havia restrições com respeito à sua prática 
ostensiva. Deveria ser contida, com culto doméstico ou particular dentro de 
casas próprias e sem identificação alguma exterior (sem ostentar símbolos 
como minarete, estrela de Davi, fitinhas do Candomblé). 
 Não se confundia com liberdade de manifestação religiosa, pois não 
havia permissão para sair às ruas vestindo, muito menos procedendo a 
rituais ou pregando a religião (sem exteriorização). 
o Aspecto Político 
 Proibição de assumir determinados cargos no Estado, a exemplo de se 
tornarem deputados ou senadores, pois, para tanto, obrigatoriamente 
deveriam praticar a religião oficial – a Católica. 
 Havia proibição até mesmo para se tornarem Eleitores de Província, 
cidadãos que poderiam votar nos representantes da Assembleia Geral. 
o Proibição socialmente seletiva 
 Com os Ingleses era tolerável. 
 Em Salvador, havia a Catedral Anglicana, localizada próximo à ladeira que 
hoje dá acesso ao Vale do Canela (Britany Anchor). 
 
 
 
 
2
 Avaliação 2015.2 | Aponte duas limitações à liberdade religiosa na Constituição de 1824, uma 
relacionada aos direitos políticos e outra à liberdade de manifestação religiosa. 
3
 Avaliação 2015.1 | Aponte duas limitações à liberdade religiosa na Constituição de 1824. 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
8 
 
TITULO 2º 
Dos Cidadãos Brazileiros. 
 Art. 6. São Cidadãos Brazileiros 
 I. Os que no Brazil tiverem nascido, quer sejam ingenuos, ou libertos, ainda que o pai seja 
estrangeiro, uma vez que este não resida por serviço de sua Nação. 
 Cria a nacionalidade brasileira, que não existia até 
então. 
o Quem nascia no Brasil possuía a nacionalidade 
portuguesa até a CF1824. 
 Critérios de nacionalidade 
o Jus sanguinis 
 Direito de sangue hereditário. 
 A nacionalidade é herdada com o 
sangue dos antepassados. 
 Ex. Itália 
o Direito territorial 
 Critério utilizado era o territorial. 
 Decorre do local de nascimento. 
 Em países que foram ex-colônias, a exemplo do Brasil, E.U.A e Austrália, 
onde existiram muitas migrações, com matriz demográfica de várias 
origens, nunca se adota o critério jus sanguinis, mas é possível adotar os 
dois critérios. 
 Desde 1824, o Brasil mantém os dois critérios. 
 Territorial – “Os que no Brazil tiverem nascido” (art. 6º, inciso I) 
 Jus sanguinis – art. 6º, incisos II e III 
 Pelo inciso I, pessoas livres (ingênuos ou libertos), nascidos no Brasil, poderiam 
assumir a nacionalidade brasileira, desde que o pai não fosse estrangeiro residindo no 
país a serviço de sua Nação. 
o Escravos, mesmo que nascidos no Brasil, não eram considerados cidadãos 
brasileiros. 
 O escravo em alguns aspectos nem gente era considerado. 
 Mas para outros aspectos, como o direito criminal, o escravo era 
considerado gente para que pudesse ser julgado. 
Art. 6. São Cidadãos Brazileiros 
II. Os filhos de pai Brazileiro, e Os illegitimosde mãi Brazileira, nascidos em paiz estrangeiro, que 
vierem estabelecer domicilio no Imperio. 
 Exemplo de tratamento desigual entre gêneros, pois frisa com o termo “ilegítimo” 
quando se refere a filhos de mães brasileiras. 
Art. 6. São Cidadãos Brazileiros 
III. Os filhos de pai Brazileiro, que estivesse em paiz estrangeiro em sorviço do Imperio, embora 
elles não venham estabelecer domicilio no Brazil. 
 Apenas leu o inciso, mas não adicionou nenhum comentário importante. 
 
 
Critérios de definição da nacionalidade. 
Jus sanguinis 
 Direito de sangue hereditário. 
Direito territorial 
 Comumente em países que foram 
colônias, havendo uma distinção 
muito grande entre as pessoas que 
viviam no país. 
 
 
 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
9 
 
Art. 6. São Cidadãos Brazileiros 
IV. Todos os nascidos em Portugal, e suas Possessões, que sendo já residentes no Brazil na 
época, em que se proclamou a Independencia nas Provincias, onde habitavam, adheriram á esta 
expressa, ou tacitamente pela continuação da sua residencia. 
 Todos os que lutaram pelo Brasil e que já residiam aqui no momento da 
independência terão direito a se naturalizar brasileiros. 
 Quem lutou contra a independência não poderá se naturalizar brasileiro. 
Resumo da Cidadania Brasileira 
 Nascidos livres no Brasil, desde que os pais não fossem estrangeiros a serviço aqui. 
 Filhos de brasileiros nascidos no exterior, desde que os pais estivessem a serviço lá. 
 Filhos de brasileiros nascidos no exterior, desde que estabelecessem residência no 
Brasil. 
 Nascidos em Portugal ou Possessões, que residiam no Brasil à época da 
independência e que tenham aderido expressamente ou tacitamente pela 
continuação da residência no Brasil 
 Atenção às hipóteses de naturalidade citadas nos comentários do art. 6º, IV. 
 
TITULO 3º 
Dos Poderes, e Representação Nacional. 
 Art. 9. A Divisão, e harmonia dos Poderes Politicos é o principio conservador dos Direitos 
dos Cidadãos, e o mais seguro meio de fazer effectivas as garantias, que a Constituição 
offerece. 
 Atende aos anseios dos liberais. 
 Art. 10. Os Poderes Politicos reconhecidos pela Constituição do Imperio do Brazil são quatro: o 
Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo, e o Poder Judicial. 
 O Poder Moderador não foi uma inovação da Constituição de 1824. 
o Benjamin Constant pensou em um Poder Real, exercido pela Realeza, que teria 
por objetivo equilibrar as disputas entre os demais poderes (harmonizar). 
 Serve para intervir nos demais poderes em casos expressos. São nove hipóteses. 
o Legislativo (5); Judiciário (3); Executivo (1) – Art. 101 
Art. 11. Os Representantes da Nação Brazileira são o Imperador, e a Assembléa Geral. 
Art. 12. Todos estes Poderes no Imperio do Brazil são delegações da Nação. 
 Pela primeira vez não só o Rei era detentor do poder absoluto. 
o Suprime-se a ideia de que o poder do imperador vem de Deus. 
o A Assembleia Geral também detinha poderes de representatividade. 
 Combinado com o art. 12, estabelecia que o poder político era emanado pelo povo. 
 
 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
10 
 
TITULO 4º 
Do Poder Legistativo. 
CAPITULO I. 
Do: Ramos do Poder Legislativo, e suas attribuições 
 Art. 13. O Poder Legislativo é delegado á Assembléa Geral com a Sancção do Imperador. 
 A única participação política do Imperador no processo de criação das leis se dava 
pela sanção. 
 A sanção significa a confirmação do projeto de lei já aprovado pela Assembleia Geral. 
o Pode vetar total ou parcialmente um projeto de lei. 
 Art. 14. A Assembléa Geral compõe-se de duas Camaras: Camara de Deputados, e 
Camara de Senadores, ou Senado. 
 Já comentado. 
Art. 15. E' da attribuição da Assembléa Geral 
VIII. Fazer Leis, interpretal-as, suspendel-as, e rovogal-as. 
  A legislação, a interpretação, a suspensão e a revogação das leis deveriam ficar 
ao encargo do legislador
4
 
o A interpretação das leis foi herdada da França. Decorre da escola exegese. 
o Os juízes não poderiam interpretar a lei. 
 Juízes autônamos que apenas aplicavam a lei. 
o Na prática, a Assembleia não interpretava nada. Houve espécie de delegação. 
 Legislação – Utilizar-se da lei, de modo mais subjetivo, discutindo e interpretando-a. 
 Jurisdição – Aplicação da lei, de modo objetivo. 
CAPITULO II 
Da Camara dos Deputados. 
 Art. 35. A Camara dos Deputados é electiva, e temporaria. 
 Os membros da Câmara dos Deputados tinham mandato fixo de 4 anos, a despeito dos 
membros do Senado que tinham vitaliciedade no cargo (art. 40). 
o No Senado, os membros eram mais conservadores, muito provavelmente por não 
terem pressa para fazer as reformas ou novas leis. 
o Na Câmara, havia mais dinâmica, tendo em vista que o mandato era curto. 
 
4
 Avaliação 2015.1 | Q.2.a | A quem competia, nos termos da Constituição de 1824 a 
interpretação das leis no Direito Imperial Brasileiro? 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
11 
 
 
CAPITULO III. 
Do Senado. 
 Art. 40. 0 Senado é composto de Membros vitalicios, e será organizado por eleição Provincial. 
 Comentou 
Art. 45. Para ser Senador requer-se 
Obs.: Disse que não quer o decoreba (idade mínima, números, etc...). Apenas os fatores de 
exclusão do processo político). Pulou para art. 90 e depois voltou para cá. 
IMPORTANTE: Quem estava excluído do processo de votação? 
 Escravos 
o Não era considerado cidadão brasileiro (art. 6º, inciso I) 
 Libertos 
o Embora considerados cidadãos brasileiros (art. 6º, inciso I), não possuíam direitos 
políticos plenos. 
 Criminosos 
 Estrangeiros; 
o Não eram cidadãos brasileiros. 
o Os naturalizados podiam participar das eleições 
 Não católicos; 
o Limitação de direitos políticos (art. 5º) 
 Quem não era patter família 
o Mulheres 
o Filhos, pois somente o homem mais velho que não concentrava a renda da família 
era o patter família. 
o Havia exceções 
 Bacharéis formados, casados, Oficiais militares 
 Pessoas sem condições financeiras; 
o Exigência de rendimento mínimo anual a depender da fase da eleição e do cargo a 
que se pretendia ser eleito.. 
 
 I. Que seja Cidadão Brazileiro, e que esteja no gozo dos seus Direitos Politicos. 
 II. Que tenha de idade quarenta annos para cima. 
 III. Que seja pessoa de saber, capacidade, e virtudes, com preferencia os que tivirem feito 
serviços á Patria. 
 IV. Que tenha de rendimento annual por bens, industria, commercio, ou Empregos, a 
somma de oitocentos mil réis. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
12 
 
CAPITULO VI. 
Das Eleições. 
 Art. 90. As nomeações dos Deputados, e Senadores para a Assembléa Geral, e dos 
Membros dos Conselhos Geraes das Provincias, serão feitas por Eleições indirectas, 
elegendo a massa dos Cidadãos activos em Assembléas Parochiaes os Eleitores de Provincia, 
e estes os Representantes da Nação, e Provincia. 
 
 Eleições indiretas. 
o O Povo (Massa dos Cidadãos Ativos) votava nos Eleitores de Província. 
o Os Eleitores de Província é que votavam nos Deputados e Senadores, bem 
como nos membros dos Conselhos Gerais das Províncias. 
 Curiosidade 
 Estavam ligados às Assembleias Paroquias, porque eram elas que 
controlavam o registro de nascimento e os óbitos. Não havia título de 
eleitor. Por isso, havia essa ligação com as Paróquias. 
 Art. 91. Têm voto nestas Eleições primarias 
 I. Os Cidadãos Brazileiros,que estão no gozo de seus direitos politicos. 
o A Massa dos Cidadãos Ativos participava das Assembleias Paroquiais, também 
conhecidas como Eleições Primárias. 
 Evidente aqueles que tinham direito a voto. 
 Pater famílias – o homem mais velho que concentra a riqueza, 
bens, etc... e algumas exceções. 
 Necessário possuir ao menos 100 mil réis. 
 II. Os Estrangeiros naturalisados. 
 Art. 92. São excluidos de votar nas Assembléas Parochiaes. 
 I. Os menores de vinte e cinco annos, nos quaes se não comprehendem os casados, e 
Officiaes Militares, que forem maiores de vinte e um annos, os Bachares Formados, e Clerigos 
de Ordens Sacras. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
13 
 
 II. Os filhos familias, que estiverem na companhia de seus pais, salvo se servirem 
Officios publicos. 
 III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os Guardalivros, e primeiros caixeiros 
das casas de commercio, os Criados da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os 
administradores das fazendas ruraes, e fabricas. 
 IV. Os Religiosos, e quaesquer, que vivam em Communidade claustral. 
  V. Os que não tiverem de renda liquida annual cem mil réis por bens de raiz, 
industria, commercio, ou Empregos. 
 Art. 93. Os que não podem votar nas Assembléas Primarias de Parochia, não podem ser 
Membros, nem votar na nomeação de alguma Autoridade electiva Nacional, ou local. 
 Art. 94. Podem ser Eleitores, e votar na eleição dos Deputados, Senadores, e Membros 
dos Conselhos de Provincia todos, os que podem votar na Assembléa Parochial. Exceptuam-
se 
 I. Os que não tiverem de renda liquida annual duzentos mil réis por bens de raiz, industria, 
commercio, ou emprego. 
 II. Os Libertos. 
 III. Os criminosos pronunciados em queréla, ou devassa. 
 Ações criminais 
o Querela - contra uma única pessoa 
o Devassa - Contra várias pessoas 
 Art. 95. Todos os que podem ser Eleitores, abeis para serem nomeados Deputados. 
Exceptuam-se 
 I. Os que não tiverem quatrocentos mil réis de renda liquida, na fórma dos Arts. 92 e 94. 
 II. Os Estrangeiros naturalisados. 
 III. Os que não professarem a Religião do Estado. 
 Art. 96. Os Cidadãos Brazileiros em qualquer parte, que existam, são elegiveis em cada 
Districto Eleitoral para Deputados, ou Senadores, ainda quando ahi não sejam nascidos, 
residentes ou domiciliados. 
 Art. 97. Uma Lei regulamentar marcará o modo pratico das Eleições, e o numero dos 
Deputados relativamente á população do Imperio. 
 Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organisação Politica, e é delegado 
privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, 
para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independencia, equilibrio, e harmonia 
dos mais Poderes Politicos. 
 Manutenção da independência do país e Harmonização dos demais poderes. 
 Nota: Algumas observações sobre o poder moderador estão no art. 10 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
14 
 
 Art. 99. A Pessoa do Imperador é inviolavel, e Sagrada: Elle não está sujeito a 
responsabilidade alguma. 
 The king do no wrong – pressupõe que o rei não fazia nada de errado. 
 Art. 100. Os seus Titulos são "Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil" e 
tem o Tratamento de Magestade Imperial. 
 Art. 101. O Imperador exerce o Poder Moderador 
 I. Nomeando os Senadores, na fórma do Art. 43. 
o Interfere no poder legislativo. 
o Além das eleições era necessário haver essa chancela pelo imperador. 
 II. Convocando a Assembléa Geral extraordinariamente nos intervallos das Sessões, 
quando assim o pede o bem do Imperio. 
o Interfere no poder legislativo. 
 III. Sanccionando os Decretos, e Resoluções da Assembléa Geral, para que tenham 
força de Lei: Art. 62. 
o Interfere no poder legislativo 
o Prerrogativa que se mantém atualmente e compete aos chefes de executivo. 
 IV. Approvando, e suspendendo interinamente as Resoluções dos Conselhos 
Provinciaes: Arts. 86, e 87. (Vide Lei de 12.10.1832) 
o Interfere no legislativo 
 V. Prorogando, ou adiando a Assembléa Geral, e dissolvendo a Camara dos 
Deputados, nos casos, em que o exigir a salvação do Estado; convocando 
immediatamente outra, que a substitua. 
o Interfere no legislativo 
 VI. Nomeando, e demittindo livremente os Ministros de Estado. 
o Interfere no executivo. 
o Deu origem ao parlamentarismo às avessas. 
 Porque sempre dependia da aprovação do imperador, além de que ele 
podia dissolver a Câmara. 
 VII. Suspendendo os Magistrados nos casos do Art. 154. 
o Interfere no judiciário 
o O art. 154 trata da suspensão de magistrados por abuso. 
o O poder moderador não podia demitir os juízes, sequer modificar o teor das 
decisões. 
 A demissão de magistrados só ocorria por deliberação da própria justiça. 
 VIII. Perdoando, e moderando as penas impostas e os Réos condemnados por 
Sentença. 
o Interfere no Judiciário. 
 IX. Concedendo Amnistia em caso urgente, e que assim aconselhem a humanidade, 
e bem do Estado. 
o Interfere no Judiciário 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
15 
 
CAPITULO II. 
Do Poder Executivo. 
 Art. 102. O Imperador é o Chefe do Poder Executivo, e o exercita pelos seus Ministros de 
Estado. 
 São suas principaes attribuições 
 I. Convocar a nova Assembléa Geral ordinaria no dia tres de Junho do terceiro anno da 
Legislatura existente. 
 II. Nomear Bispos, e prover os Beneficios Ecclesiasticos. 
o Aparelhamento da estrutura da igreja com a estrutura estatal, ao transformar o 
clero em funcionários do Estado. 
 Deixaram de responder ao papa para responder ao imperador. 
 Por outro lado, eram concedidos benefícios eclesiásticos. 
o O imperador tinha pretensões de controlar a igreja católica, em uma afronta direta 
à própria Entidade a que prestigiaram atribuindo constitucionalmente a religião 
oficial. 
 Querela das Investiduras – guerras entre um imperador e o Sacro Império 
Romano. 
o Confusão das atribuições das funções religiosas com as funções estatais. 
 Controle de nascimentos e óbitos. 
 III. Nomear Magistrados. 
o Não existia a função do concurso público. Todos os servidores eram nomeados por 
indicação política. 
 No início só existiam a Faculdade de Direito de Olinda e de São Paulo. 
 Curioso que para as faculdades havia concurso público. 
o Muitos magistrados optavam posteriormente pela política. 
 IV. Prover os mais Empregos Civis, e Politicos. 
o Não havia concurso público. Era na base da indicação. 
o O servidor tomava posse (temporária) do cargo. 
 Anteriormente, os cargos passavam a integrar o patrimônio do servidor que 
o recebeu, mesmo que por indicação. 
 Espécie de doação de um bem ou patrimônio. 
 A doação do cargo público se configurava uma espécie 
 Os filhos recebiam os cargos por herança. 
 V. Nomear os Commandantes da Força de Terra, e Mar, e removel-os, quando assim o 
pedir o Serviço da Nação. 
 VI. Nomear Embaixadores, e mais Agentes Diplomaticos, e Commerciaes. 
 VII. Dirigir as Negociações Politicas com as Nações estrangeiras. 
 VIII. Fazer Tratados de Alliança offensiva, e defensiva, de Subsidio, e Commercio, 
levando-os depois de concluidos ao conhecimento da Assembléa Geral, quando o interesse, e 
segurança do Estado permittirem. Se os Tratados concluidos em tempo de paz envolverem 
cessão, ou troca de Torritorio do Imperio, ou de Possessões, a que o Imperiotenha direito, não 
serão ratificados, sem terem sido approvados pela Assembléa Geral. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
16 
 
 IX. Declarar a guerra, e fazer a paz, participando á Assembléa as communicações, que 
forem compativeis com os interesses, e segurança do Estado. 
 X. Conceder Cartas de Naturalisação na fórma da Lei. 
 XI. Conceder Titulos, Honras, Ordens Militares, e Distincções em recompensa de serviços 
feitos ao Estado; dependendo as Mercês pecuniarias da approvação da Assembléa, quando 
não estiverem já designadas, e taxadas por Lei. 
 XII. Expedir os Decretos, Instrucções, e Regulamentos adequados á boa execução das 
Leis. 
 XIII. Decretar a applicação dos rendimentos destinados pela Assembléa aos varios ramos 
da publica Administração. 
 XIV. Conceder, ou negar o Beneplacito aos Decretos dos Concilios, e Letras Apostolicas, 
e quaesquer outras Constituições Ecclesiasticas que se não oppozerem á Constituição; e 
precedendo approvação da Assembléa, se contiverem disposição geral. 
o Beneplácito – espécie de autorização dado pelo executivo para que uma 
regra canônica passasse a ter validade no Brasil. 
o Com base nessa regra passou a existir dois direitos canônicos: 
 O direito canônico original 
 O direito canônico autorizado pelo Beneplácito, que deu origem à disciplina 
DEB – Direito Eclesiástico Brasileiro. 
 XV. Prover a tudo, que fôr concernente á segurança interna, e externa do Estado, na 
fórma da Constituição. 
 Art. 103. 0 Imperador antes do ser acclamado prestará nas mãos do Presidente do 
Senado, reunidas as duas Camaras, o seguinte Juramento - Juro manter a Religião Catholica 
Apostolica Romana, a integridade, e indivisibilidade do Imperio; observar, e fazer observar a 
Constituição Politica da Nação Brazileira, e mais Leis do Imperio, e prover ao bem geral do 
Brazil, quanto em mim couber. 
 Art. 104. O Imperador não poderá sahir do Imperio do Brazil, sem o consentimento da 
Assembléa Geral; e se o fizer, se entenderá, que abdicou a Corôa. 
TITULO 6º 
Do Poder Judicial. 
CAPITULO UNICO. 
Dos Juizes, e Tribunaes de Justiça. 
 Art. 151. O Poder Judicial independente, e será composto de Juizes, e Jurados, os quaes 
terão logar assim no Civel, como no Crime nos casos, e pelo modo, que os Codigos 
determinarem. 
 É independente porque as decisões dos juízes não podiam ser revistas por nenhum 
outro poder. 
 O jurado (civil e criminal) é uma inspiração do direito inglês e foi absorvida pela CF1824 
com o fim de modernizar o direito. Entretanto o júri civil não se consolidou no período 
imperial. 
o Aplicava-se a qualquer crime. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
17 
 
 Hoje só existe o júri nas causas criminais que envolvem o direito a vida. 
 Homicídio, latrocínio, etc... 
o O júri não atingiu o objetivo a que se propunha originalmente. 
 O propósito era permitir que crimes fossem julgados por um júri composto 
por pares do réu. 
o Nos E.U.A ainda existe o júri civil. 
 Os magistrados eram indicados pelo poder executivo. 
 Art. 152. Os Jurados pronunciam sobre o facto, e os Juizes applicam a Lei. 
 Como não era um corpo técnico, o jurado só se manifestava em relação ao fato, nunca na 
matéria de direito, que ficava ao encargo do juiz. 
 Em sua maioria os crimes eram cometidos por escravos e libertos que viviam à margem da 
sociedade (crimes de furto, por exemplo). 
o Não havia paridade na composição do júri. 
 A composição do jurado deveria ser pelos pares desses réus. Mas isso não 
ocorria, porque escravos sequer tinham direito a documentação. 
o O júri era formado por classes superiores que já prejulgavam o réu. 
 Totalmente contrário à ideia original da formação de um júri. 
 Aqui o júri era composto por “inimigos” dos réus. 
 Art. 153. Os Juizes de Direito serão perpetuos, o que todavia se não entende, que não 
possam ser mudados de uns para outros Logares pelo tempo, e maneira, que a Lei determinar. 
 Havia vitaliciedade, mas a administração poderia transferir de uma comarca para outra. 
 Art. 154. O Imperador poderá suspendel-os por queixas contra elles feitas, precedendo 
audiencia dos mesmos Juizes, informação necessaria, e ouvido o Conselho de Estado. Os 
papeis, que lhes são concernentes, serão remettidos á Relação do respectivo Districto, para 
proceder na fórma da Lei. 
 Art. 155. Só por Sentença poderão estes Juizes perder o Logar. 
 Os juízes só poderiam ser demitidos por sentença. 
 Mas o Poder Moderador poderia aplicar suspensão, nas hipóteses do art. 154 
 Art. 156. Todos os Juizes de Direito, e os Officiaes de Justiça são responsaveis pelos 
abusos de poder, e prevaricações, que commetterem no exercicio de seus Empregos; esta 
responsabilidade se fará effectiva por Lei regulamentar. 
 Art. 157. Por suborno, peita, peculato, e concussão haverá contra elles acção popular, que 
poderá ser intentada dentro de anno, e dia pelo proprio queixoso, ou por qualquer do Povo, 
guardada a ordem do Processo estabelecida na Lei. 
 Art. 158. Para julgar as Causas em segunda, e ultima instancia haverá nas 
Provincias do Imperio as Relações, que forem necessarias para commodidade dos 
Povos. 
 As relações se constituíam em segunda e última instância. 
 Contrapor com o art. 163, que previa o Supremo Tribunal de Justiça, que existia na Capital, 
mas não se constituía em um tribunal de vértice (não podia julgar) 
 Art. 159. Nas Causas crimes a Inquirição das Testemunhas, e todos os mais actos do 
Processo, depois da pronuncia, serão publicos desde já. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
18 
 
 Art. 160. Nas civeis, e nas penaes civilmente intentadas, poderão as Partes nomear 
Juizes Arbitros. Suas Sentenças serão executadas sem recurso, se assim o convencionarem 
as mesmas Partes. 
 Art. 161. Sem se fazer constar, que se tem intentado o meio da reconciliação, não se 
começará Processo algum. 
 Art. 162. Para este fim haverá juizes de Paz, os quaes serão electivos pelo mesmo tempo, 
e maneira, por que se elegem os Vereadores das Camaras. Suas attribuições, e Districtos 
serão regulados por Lei. 
 Art. 163. Na Capital do Imperio, além da Relação, que deve existir, assim como nas 
demais Provincias, haverá tambem um Tribunal com a denominação de - Supremo 
Tribunal de Justiça - composto de Juizes Letrados, tirados das Relações por suas 
antiguidades; e serão condecorados com o Titulo do Conselho. Na primeira organisação 
poderão ser empregados neste Tribunal os Ministros daquelles, que se houverem de 
abolir. 
 O Supremo Tribunal de Justiça era um tribunal de cassação, com função de 
garantir que as decisões das relações não fossem equivocadas
5
. 
o Recurso de Revista – interposto contra as decisões das Relações 
 Se houvesse a cassação, o processo era encaminhado para outra Relação, já que o 
Supremo Tribunal de Justiça não era tribunal de vértice, que implica que não podia julgar. 
 Hipóteses: 
o Injustiça notória – erro na aplicação na norma jurídica. 
 Deveria demonstrar que houve um erro crasso na aplicação da norma. 
 Ex. Processo baseado no crime de furto, mas na hora de aplicar a pena o 
juiz aplica a pena do crime de roubo. 
o Nulidade manifesta – erro procedimental tão grave que ensejaria a revisão de 
todo o processo. 
 Art. 164. A este Tribunal Compete: 
 Seguir na próxima: 
I. Conceder, ou denegar Revistas nas Causas, e pela maneira, que a Lei determinar. 
 II. Conhecer dos delictos, e erros do Officio, que commetterem os seus Ministros, os das 
Relações, os Empregadosno Corpo Diplomatico, e os Presidentes das Provincias. 
 III. Conhecer, e decidir sobre os conflictos de jurisdição, e competencia das Relações 
Provinciaes. 
 Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos Brazileiros, que tem 
por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do 
Imperio, pela maneira seguinte. 
 Artigo muito importante no nosso direito, por abranger muitos direitos em seu bojo. 
 Uma espécie de carta de direitos, por ser o primeiro a rol de direitos – Bill of Rights 
o Muitos desses direitos serão repetidos nas constituições subsequentes, 
configurando-se uma fonte de direito. 
o Titularizado por Ingênuos e Libertos. Somente escravos estavam fora da 
possibilidade dos direitos aqui elencados. 
 
5
 Avaliação 2015.1 | Indique qual é a atribuição do Supremo Tribunal de Justiça no julgamento 
dos recursos de revista. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
19 
 
 I. Nenhum Cidadão póde ser obrigado a fazer, ou deixar de fazer alguma cousa, senão 
em virtude da Lei. 
o Redação originária do princípio da legalidade. Atualmente no art. 5º, II da CF88. 
 II. Nenhuma Lei será estabelecida sem utilidade publica. 
 III. A sua disposição não terá effeito retroactivo. 
o Princípio da Irretroatividade 
 IV. Todos podem communicar os seus pensamentos, por palavras, escriptos, e publical-os 
pela Imprensa, sem dependencia de censura; com tanto que hajam de responder pelos 
abusos, que commetterem no exercicio deste Direito, nos casos, e pela fórma, que a Lei 
determinar. 
 Formalmente excluiu do direito brasileiro a censura 
o Criando a regra de responsabilidade pessoal pelo que se publica (ofensa, etc.) 
o No período Joanino, permitiu-se a livre publicação, mas submetida à censura. 
 V. Ninguem póde ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que respeite a do 
Estado, e não offenda a Moral Publica. 
 Na prática, apenas a religião católica não tinha restrições. 
 VI. Qualquer póde conservar-se, ou sahir do Imperio, como Ihe convenha, levando 
comsigo os seus bens, guardados os Regulamentos policiaes, e salvo o prejuizo de terceiro. 
 VII. Todo o Cidadão tem em sua casa um asylo inviolavel. De noite não se poderá entrar 
nella, senão por seu consentimento, ou para o defender de incendio, ou inundação; e de dia só 
será franqueada a sua entrada nos casos, e pela maneira, que a Lei determinar. 
 Inviolabilidade da casa. Muito parecido como é hoje. 
 VIII. Ninguem poderá ser preso sem culpa formada, excepto nos casos declarados na Lei; 
e nestes dentro de vinte e quatro horas contadas da entrada na prisão, sendo em Cidades, 
Villas, ou outras Povoações proximas aos logares da residencia do Juiz; e nos logares remotos 
dentro de um prazo razoavel, que a Lei marcará, attenta a extensão do territorio, o Juiz por 
uma Nota, por elle assignada, fará constar ao Réo o motivo da prisão, os nomes do seu 
accusador, e os das testermunhas, havendo-as. 
 IX. Ainda com culpa formada, ninguem será conduzido á prisão, ou nella conservado 
estando já preso, se prestar fiança idonea, nos casos, que a Lei a admitte: e em geral nos 
crimes, que não tiverem maior pena, do que a de seis mezes de prisão, ou desterro para fóra 
da Comarca, poderá o Réo livrar-se solto. 
 X. A' excepção de flagrante delicto, a prisão não póde ser executada, senão por ordem 
escripta da Autoridade legitima. Se esta fôr arbitraria, o Juiz, que a deu, e quem a tiver 
requerido serão punidos com as penas, que a Lei determinar. 
 O que fica disposto acerca da prisão antes de culpa formada, não comprehende as 
Ordenanças Militares, estabelecidas como necessarias á disciplina, e recrutamento do 
Exercito; nem os casos, que não são puramente criminaes, e em que a Lei determina todavia a 
prisão de alguma pessoa, por desobedecer aos mandados da justiça, ou não cumprir alguma 
obrigação dentro do determinado prazo. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
20 
 
 XI. Ninguem será sentenciado, senão pela Autoridade competente, por virtude de Lei 
anterior, e na fórma por ella prescripta. 
 Comentários dos incisos VIII a XI 
o Garantias para o processo penal. 
o Colocam alguns limites para a atuação do Estado. Antes era possível prender sem 
critério algum. 
 XII. Será mantida a independencia do Poder Judicial. Nenhuma Autoridade poderá avocar 
as Causas pendentes, sustal-as, ou fazer reviver os Processos findos. 
 XIII. A Lei será igual para todos, quer proteja, quer castigue, o recompensará em 
proporção dos merecimentos de cada um. 
 XIV. Todo o cidadão pode ser admittido aos Cargos Publicos Civis, Politicos, ou Militares, 
sem outra differença, que não seja dos seus talentos, e virtudes. 
 XV. Ninguem será exempto de contribuir pera as despezas do Estado em proporção dos 
seus haveres. 
 XVI. Ficam abolidos todos os Privilegios, que não forem essencial, e inteiramente ligados 
aos Cargos, por utilidade publica. 
 XVII. A' excepção das Causas, que por sua natureza pertencem a Juizos particulares, na 
conformidade das Leis, não haverá Foro privilegiado, nem Commissões especiaes nas Causas 
civeis, ou crimes. 
 XVIII. Organizar–se-ha quanto antes um Codigo Civil, e Criminal, fundado nas solidas 
bases da Justiça, e Equidade. 
 Determina que a assembleia geral crie o quanto antes o código civil e o código penal. 
o O objetivo era atualizar os dispositivos que vinham das Ordenações Filipinas. 
o Mesmo assim o Código Civil só veio a ser publicado na República. 
 XIX. Desde já ficam abolidos os açoites, a tortura, a marca de ferro quente, e todas as mais 
penas crueis. 
 As penas cruéis eram uma característica do Livro V das Ordenações Filipinas. 
 XX. Nenhuma pena passará da pessoa do delinquente. Por tanto não haverá em caso 
algum confiscação de bens, nem a infamia do Réo se transmittirá
 
aos parentes em qualquer 
gráo, que seja. 
 Somente aqueles que cometeram os crimes vão sofrer as consequências, diferentemente 
do Livro V que fazia as consequências se estenderem aos familiares. 
 XXI. As Cadêas serão seguras, limpas, o bem arejadas, havendo diversas casas para 
separação dos Réos, conforme suas circumstancias, e natureza dos seus crimes. 
 Pura ficção. 
 XXII. E'garantido o Direito de Propriedade em toda a sua plenitude. Se o bem publico 
legalmente verificado exigir o uso, e emprego da Propriedade do Cidadão, será elle 
préviamente indemnisado do valor della. A Lei marcará os casos, em que terá logar esta unica 
excepção, e dará as regras para se determinar a indemnisação. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
21 
 
 Regra importante que assegurava o direito de propriedade. 
 Polêmica porque estava relacionada ao tema da escravidão. 
 Foi o cerne das discussões públicas acerva do fim da escravidão. 
 Por meio da desapropriação, o Estado pode tomar a propriedade, mediante indenização 
prévia. 
 XXIII. Tambem fica garantida a Divida Publica. 
 XXIV. Nenhum genero de trabalho, de cultura, industria, ou commercio póde ser prohibido, 
uma vez que não se opponha aos costumes publicos, á segurança, e saude dos Cidadãos. 
 XXV. Ficam abolidas as Corporações de Officios, seus Juizes, Escrivães, e Mestres. 
 XXVI. Os inventores terão a propriedade das suas descobertas, ou das suas producções. 
A Lei lhes assegurará um privilegio exclusivo temporario, ou lhes remunerará em resarcimento 
da perda, que hajam de soffrer pela vulgarisação. 
 XXVII.O Segredo das Cartas é inviolavel. A Administração do Correio fica rigorosamente 
responsavel por qualquer infracção deste Artigo. 
 XXVIII. Ficam garantidas as recompensas conferidas pelos serviços feitos ao Estado, quer 
Civis, quer Militares; assim como o direito adquirido a ellas na fórma das Leis. 
 XXIX. Os Empregados Publicos são strictamente responsaveis pelos abusos, e omissões 
praticadas no exercicio das suas funcções, e por não fazerem effectivamente responsaveis aos 
seus subalternos. 
 XXX.. Todo o Cidadão poderá apresentar por escripto ao Poder Legislativo, e ao 
Executivo reclamações, queixas, ou petições, e até expôr qualquer infracção da Constituição, 
requerendo perante a competente Auctoridade a effectiva responsabilidade dos infractores. 
 XXXI. A Constituição tambem garante os soccorros publicos. 
 XXXII. A Instrucção primaria, e gratuita a todos os Cidadãos. 
 XXXIII. Collegios, e Universidades, aonde serão ensinados os elementos das Sciencias, 
Bellas Letras, e Artes. 
 XXXIV. Os Poderes Constitucionaes não podem suspender a Constituição, no que diz 
respeito aos direitos individuaes, salvo nos casos, e circumstancias especificadas no 
paragrapho seguinte. 
 XXXV. Nos casos de rebellião, ou invasão de inimigos, pedindo a segurança do Estado, 
que se dispensem por tempo determinado algumas das formalidades, que garantem a 
liberdede individual, poder-se-ha fazer por acto especial do Poder Legislativo. Não se achando 
porém a esse tempo reunida a Assembléa, e correndo a Patria perigo imminente, poderá o 
Governo exercer esta mesma providencia, como medida provisoria, e indispensavel, 
suspendendo-a immediatamente que cesse a necessidade urgente, que a motivou; devendo 
num, e outro caso remetter á Assembléa, logo que reunida fôr, uma relação motivada das 
prisões, e d'outras medidas de prevenção tomadas; e quaesquer Autoridades, que tiverem 
mandado proceder a ellas, serão responsaveis pelos abusos, que tiverem praticado a esse 
respeito. (Vide Lei nº 16, de 1834) 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
22 
 
3 ● Particularidades do Império 
Conselho de Estado6 
 Instituição composta por notáveis 
o Pessoas públicas, tais como ex-ministros do Supremo Tribunal de Justiça, ex-
deputados, ex-senadores, etc. 
 Órgão de aconselhamento do imperador, tanto no exercício do poder 
executivo, quanto do poder moderador. 
 Possuía três atribuições. 
o Aconselhamento do Imperador na utilização do poder moderador. 
 O Imperador não era obrigado a seguir, mas era obrigado a ouvir. 
o Atuar no processo de interpretação das leis. 
 O poder legislativo, na figura da Assembleia Geral7 era competente 
constitucionalmente para interpretar as leis. 
 Como a Assembleia Geral não cumpria seu dever de interpretar a lei, 
então aos poucos o executivo foi assumindo esse papel. 
 
 Funcionamento do processo de interpretação das leis pelo 
Conselho de Estado
8
: 
 Dúvidas eram encaminhadas pelos consulentes ao Ministério 
da Justiça, que fazia parte do Poder Executivo. 
 O Ministério da Justiça encaminhava ao Conselho de Estado. 
 O Conselho de Estado, então, produzia um parecer, que era 
uma proposta de interpretação da lei. 
 Após isso, o parecer era encaminhado ao Imperador (S.M.I) 
 O Imperador avaliava a proposta: 
o Aceitando, a proposta se tornava uma interpretação 
oficial. 
 A interpretação oficial era devolvida ao 
Ministério da Justiça 
 O Ministério da Justiça AVISAVA aos 
consulentes, que se tornavam vinculados à 
interpretação. 
o Não aceitando, a proposta era devolvida ao Conselho 
de Estado para ajustes. 
 
6
 Avaliação 2015.2 | Apresente duas funções do Conselho de Estado durante o período do 
Império. 
7
 Avaliação 2015.1 | Q.2.a | A quem competia, nos termos da Constituição de 1824 a 
interpretação das leis no Direito Imperial Brasileiro? 
8
 Avaliação 2015.1 | Q.2.b | Que órgão de fato era responsável por interpretar as dúvidas de 
compreensão das leis, e qual era o seu procedimento? Qual era a importância desse 
procedimento para a segurança jurídica? 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
23 
 
 
 O problema era que várias autoridades públicas faziam consultas 
similares, sobrecarregando e inviabilizando o processo. 
 Os AVISOS tornaram-se parte de uma COLEÇÃO DE LEIS 
DO IMPÉRIO, documento anual, com a completa lista das leis 
e avisos do ano, que se afiguravam à jurisprudência. 
o Atuar no Contencioso Administrativo 
 Até o Século XIX, a justiça só podia resolver as questões 
COMUTATIVAS – entre particulares. 
 Os Conflitos que envolviam o Estado (em face de particulares ou de 
entes públicos) deveriam ser julgados pelo Conselho de Estado. 
 Influência direta do Direito francês. 
 O Direito americano permitiu que hoje esses conflitos 
pudessem seguir para o judiciário (somente com a República). 
Código Criminal do Império 
 Seis anos depois da Constituição foi publicado o Código Criminal, que se tornou um 
exemplo para muitos países, inclusive Espanha e outros países da Europa. 
 Diverge bastante em relação ao livro V das Ordenações Filipinas. 
 Características modernizadoras: 
o Linguagem bastante objetiva (direta, racional). 
 Livro V era subjetivo, narrativo. 
 Linguagem semelhante ao Código Penal atual. 
o As leis são gerais, alcançando a todos, ao menos formalmente. 
 Não havia tratamento diferenciado. 
 Livro V o rei tinha conhecimento antes para decidir e definir a punição. 
 De toda sorte havia tipificação para crimes cometidos por classes 
específicas. 
 Crimes cometidos por escravos. 
 Crime de Insurreição. 
o Art. 113 – reunião de vinte ou mais escravos que 
buscassem a liberdade por meio da força. 
o A punição era muito mais pesada para os líderes – 
pena de morte. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
24 
 
o Continuava a existir a pena de morte. 
 Incluía hipóteses para cidadãos, além de escravos. 
 Somente pela forca. 
 Contou a história da Fera de Macabu 
 Serial Killer na cidade de Macabu – estupro e assassinato. 
 As autoridades policiais apontaram a pessoa errada – Manoel 
Motta Coqueiro. 
o Foi condenado à forca. Reafirmou que era inocente e 
perdoou os homens, pois sabia que a lei dos homens 
era falha. 
o Descoberto o equívoco, Pedro passou a COMUTAR 
todas as penas de morte contra pessoas livres (Crise 
de consciência) 
o Existência de bipartição normativa no Código Criminal 
 Novidade implantada pela primeira vez no Código Criminal de 1832 
 Parte Geral 
 Regras que se combinam com as regras da parte especial 
para impor sanções. 
 Ex. Regras sobre tentativa. 
o Combinam-se a qualquer tipo de crime. 
 Ex. Arrependimento eficaz 
o O autor comete o crime e, imediatamente após, tenta 
desfazer os efeitos do crime. 
 Parte Especial 
 Estão elencados os crimes e suas respectivas penas 
o Homicídio, furto, roubo, moeda falsa, etc. 
o Habeas Corpus 
 
 Remédio constitucional de formato livre (informal) que consiste 
em um pedido ao juiz para que examine suposta violação de 
direitos. 
 Qualquer pessoa pode fazer um habeas corpus em nome de qualquer 
pessoa. 
 Não é necessário sequer conhecimento técnico para formalizá-lo. 
 Caso do preso de Salvador que escreveu seu próprio habeas 
corpus em um lençol e arremessou pela janela. 
o Devassa e querela 
 Abolição dos Processos Penais Inquisitoriais com o Código de 
Processo Criminal de 1830. 
 Querela 
 Conduta criminosa individualizada Devassa 
 Conduta criminosa coletiva 
 Inconfidência Mineira, Conjura Baiana 
o Processo Inquisitorial 
 A pessoa que acusa e que julga são a mesma pessoa 
 Índice de condenação altíssimo 
 O Ouvidor 
o Processo Acusatorial. 
 Nosso processo de acusação moderno 
 Distingue a pessoa que acusa (promotor) da pessoa que julga (juiz). 
 Criou a figura do promotor. 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
25 
 
Código Comercial de 1850 
 Lei mais antiga que permanece vigente. 
 Novidades trazidas pelo Código Comercial 
o Atos de Comércio 
 O que chamamos hoje de Direito Empresarial 
 Parte revogada pelo Código Civil de 2002. 
 Unificação do Direito Civil e o Direito Empresarial – ou 
unificação do Direito Privado. 
o Direito Marítimo 
 Principal meio de transporte, em período que o mundo alavancava os 
negócios transnacionais. 
 Permitiu que os negócios e as iniciativas empresariais saíssem do papel, 
desenvolvendo o país, por meio de obras de infraestrutura, etc. 
o Regulava os bancos, os créditos. 
 Regulamento nº 737/1850 
o Dependente do Código Comercial, pois regulamentava o Código Comercial 
o Criou regras processuais para dirimir os conflitos entre comerciantes 
o Aplicadas pelos juízes do comércio nos Tribunais do Comércio. 
 Lei de Terras (1850) 
o Não vinculado ao Código Comercial. 
o Importante para modernizar os registros fundiários do país 
 Havia insegurança jurídica em relação aos proprietários das terras. 
 Alguns falam que foi a primeira reforma agrária do Brasil. 
Questionável. 
 A última norma que regulava era a antiga lei das sesmarias. 
o Regulamentar as normas que tratam do registro das propriedades de 
terras. 
Ato Adicional de 1834 
 Acordo político entre os liberais e os conservadores para emendar as regras da 
Constituição que não eram consideradas materialmente constitucionais. 
o O objetivo era atingir a governabilidade 
 Conservador: Medida centralizadora do poder. Ex. De regência trina 
para regência una. 
 Liberal: Descentralização. Ex. Criação das assembleias legislativas 
das províncias para deliberar sobre questões locais. 
o Em regra, as Constituições não devem ser alteradas facilmente. Por isso, 
regulamentam como elas próprias serão emendadas. 
 A Constituição de 1824 não previa a possibilidade de emendas, mas 
ainda assim ela não era rígida. 
 Previa que nem todas as regras que estavam na Constituição eram 
regras materialmente constitucionais. 
 Algumas normas tinham hierarquia de leis. 
 Só eram regras materialmente constitucionais aquelas que tratavam de: 
o Eleições e Direitos políticos 
o Poder Legislativo, Poder Judiciário, Poder Moderador e Poder Executivo. 
o Direitos Individuais dos cidadãos 
 
 
DIR107 – HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Anotações da 2ª avaliação [ Helson ] 
26 
 
4 ● Do Império à República

Outros materiais