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Fundamentos da Economia Av2

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Economia- Parte II
Aula 6
Chegou o momento de nos atermos às questões fundamentais de que se trata a Macroeconomia. Esses assuntos, definidos para o curto prazo (conjunturais) e para o longo prazo (estruturais), indicam que seu conhecimento é de real importância para o estudante na medida em que determina as prioridades elementares de qualquer política econômica. Ou seja, compreender conceitos importantes na área macroeconômica como Produto Interno Bruto — PIB, Pib per capita, Renda Nacional Bruta e demais agregados.
#Além disso, você terá contato com os instrumentos de política econômica que o governo dispõe para conduzir a economia de acordo com os objetivos que deseja alcançar. Esses instrumentos, as políticas macroeconômicas, serão detalhados nas aulas seguintes.
Premissa
O estudo da Macroeconomia está baseado na atividade econômica global, isto é, de todos os indivíduos, empresas, mercados e governo, no que se refere à compreensão dos chamados agregados econômicos, tais como o produto interno bruto, PIB per capita.
 Então, vamos começar pelas definições de alguns agregados macroeconômicos.
PIB
A principal medida do Sistema Nacional de Contabilidade é o Produto Interno Bruto (PIB).
O PIB de um país representa a produção de todas as unidades da economia (empresas públicas e privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, governo etc.), em um determinado período de tempo, a preços de mercado. Essa medida consegue, de uma forma abrangente, medir o porte da economia.
É importante destacar que a mensuração do Produto Interno Bruto considera todos os bens e serviços produzidos em um período, mas não é levado em conta o desgaste do estoque de riqueza da Economia.
Como é calculado o PIB?
Ótica do Produto
O cálculo do PIB pela ótica do produto mede o valor agregado em cada etapa do processo de produção de bens e serviços.
Vamos explicar com um exemplo: Considere a produção de iogurtes por uma firma industrial. Suponha que sejam produzidos 500 litros de iogurte por ano, ao preço médio de R$2,00, logo o valor da produção da firma no ano será de 500*R$ 2,00=R$1.000,00. Como medir a contribuição da firma para o PIB do país?
Para chegarmos a real contribuição, no PIB da economia, devemos descontar do valor da produção de cada firma o que foi adquirido de outras firmas, ou seja, o produto intermediário. Desta forma estaremos considerando aquilo que cada firma agrega de valor durante o seu processo de produção.
Seguindo no exemplo, suponha que a firma compre o equivalente a R$300,00 de leite para produzir os 500 litros de iogurte. Logo, o valor adicionado (ou agregado) da firma produtora de iogurte no ano terá sido de R$700,00 (R$1000,00 menos R$300,00), e esta é sua contribuição ao PIB, e não R$1.000,00.
Assim, o PIB pela ótica do produto é calculado:
Ótica do produto = Valor da Produção – Valor dos Consumos Intermediários
Ótica da Renda
A medida do PIB pela ótica da renda consiste em somar todos os pagamentos efetuados como:
salários (remuneração pelo trabalho), 
aluguéis (remuneração pela propriedade), 
lucro (remuneração ao capital de risco), 
juros (remuneração ao capital). 
Ótica da renda = Soma das remunerações dos fatores de produção
Ótica da Despesa
Por fim, a mensuração do PIB pela ótica da despesa considera que, em contas nacionais, toda produção de bens e serviços é destinada ou para gasto corrente (consumo) ou gasto em formação de capital (investimento). A medida de PIB pode ser obtida então pela soma do total dos gastos dos agentes econômicos em consumo de bens e serviços, e em investimento para ampliação de capacidade produtiva ou manutenção do equipamento.
Ótica da despesa = Soma dos gastos com bens de consumo final e bens de investimento em capital
PIB per capita
Mas podemos afirmar que se o PIB do país está aumentando, a sua população está mais rica? 
Uma das maneiras para medir isso é o PIB per capita, ou seja, dividindo o PIB anual do país pela população residente no mesmo período de tempo.
Mas será que o PIB per capita é uma mensuração satisfatória da qualidade de vida dos habitantes do país?
Apesar de muito utilizada, essa medida pode não ser considerada uma representação satisfatória do nível de qualidade de vida. O PIB per capita mede a renda média da população.
Por exemplo, suponha a população de um país composta por 1 pessoa ganhando $7000,00 por ano e 9 ganhando R$700,00 por ano, que corresponde ao salário mínimo do país. Se for calculada a média será de R$1330,00 e estará bem acima do salário mínimo.
Uma população com renda elevada?
Não, o cálculo não consegue refletir grande parte da população. 
(impresso)
Renda Nacional Bruta (RNB)
Como foi visto pelo cálculo do PIB pela ótica da renda, parte da remuneração dos fatores de produção pode não ficar dentro do país, se, por exemplo, os fatores de produção forem de não residentes.
O PIB de um país considera toda a produção em um território, independente da origem do recurso, e a RNB considera a remuneração à produção apenas aos residentes.
Tendo o valor do PIB, para se chegar ao valor da RNB, é necessário calcular o saldo entre os pagamentos de rendas recebidas do exterior e o pagamento das rendas enviadas ao exterior. Se o saldo for positivo, ou seja, se o país recebe mais recursos como renda do que paga, então se soma ao PIB para se obter a RNB; se o saldo for negativo, ou seja, o país envia ao exterior mais recursos como renda do que recebe, então se subtrai do PIB e, neste caso, a RNB será menor do que o PIB.
Emprego e Desemprego
Mas como se mede o desemprego?
Para se chegar a uma medida é necessário calcular primeiro a população em idade de trabalhar, ou seja, do total da população exclui-se quem não está em idade de formação escolar básica (abaixo de 14 anos pela nova pesquisa do IBGE), os idosos, os incapacitados ao trabalho etc.
Temos o fator de produção trabalho, ou seja, a força de trabalho de uma economia, o contingente de pessoas em idade de trabalhar e disponível para o trabalho. Dessa força calculam-se quantos estão efetivamente trabalhando, em uma data, e quantos desejam trabalhar, mas não encontram ocupação.
A medida da taxa de desemprego, ou taxa de desocupação, é a proporção das pessoas que não estavam ocupadas (mas que procuraram emprego nos últimos 30 dias em relação à data da entrevista) em relação ao total da força de trabalho.
Taxa de desocupação (%) = (pessoas desocupadas/pessoas na força de trabalho) *100
Metas de curto e longo prazo da Macroeconomia
Como vimos anteriormente, um sistema econômico (maneira como a economia é administrada) se depara com algumas questões fundamentais. Essas questões denominam-se:
Questões de curto prazo (conjunturais):
São questões conjunturais de uma economia o emprego e a inflação.
Questões de longo prazo (estruturais):
São questões estruturais de uma economia o crescimento e o desenvolvimento econômico.
Instrumentos de política macroeconômica
As ferramentas de política econômica que o governo dispõe para conduzir a economia a atingir as metas de curto e longo prazo, são chamadas instrumentos de política macroeconômica.
Nas próximas aulas, vamos tratar de cada uma delas, por enquanto vamos apenas nos familiarizar:
Política Fiscal
São instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas (política tributária e política de gastos públicos).
Por exemplo, para atingir o objetivo de promover crescimento econômico, o governo pode reduzir a carga tributária (com isso aumenta a demanda agregada) e aumentar os gastos públicos (promovendo mais emprego, produção e consumo). Se o objetivo for o controle de inflação, os instrumentos devem seguir o sentido inverso.
Política Monetária
É a atuação do governo na quantidade de moeda, títulos de dívida pública e taxa básica de juros (SELIC).
Por exemplo, se a meta for de reduzir a inflação, as medidas de política monetária devem ser de retrair a base
monetária, ou seja, aumentar a SELIC, os depósitos compulsórios e/ou a venda de títulos de dívida pública. Se a meta for de crescimento econômico, as medidas seriam inversas.
Política cambial e comercial
A política cambial é a atuação do governo no mercado cambial. Vamos estudar sobre os regimes cambiais existentes e o atual modelo brasileiro.
A política comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transações com o exterior. As tarifas alfandegárias cobradas sobre os produtos importados retratam bem essa interferência. Quanto maior a tarifa mais dificultadas se tornarão as importações e mais protegida da concorrência externa estará a indústria nacional e, consequentemente, seus empregados.
Política de rendas
Refere-se à intervenção do governo na formação de rendas, ou seja, aluguéis e salários, podendo também tratar do controle e congelamento de preços. Um exemplo é a determinação do salário mínimo pelo governo.
A macroeconomia considera como questões estruturais o crescimento e o desenvolvimento econômico.
Aula 7
A todo o momento lemos nos jornais, ouvimos nos debates sobre e inflação brasileira, vemos o “dragão inflacionário” estampado nas revistas... Mas o que é inflação?
Bom, como a inflação é um fenômeno monetário, é importante esclarecer o que é moeda e quais suas funções.
Nesta aula, vamos definir moeda e suas funções dentro da economia. Com essas definições, poderemos compreender os principais tipos de inflação, ou seja, inflação de demanda, inflação de custos e inflação inercial, e os impactos da inflação nos agregados macroeconômicos.
Então vamos começar pela moeda!
Conceitualmente, o termo “moeda” é usado ara denominar tudo aquilo que geralmente é aceito como meio de trocas de bens e serviços. Significa dizer, portanto, que a condição necessária para que algo possa ser aceito.
Mas como chegamos à moeda que utilizamos hoje? Vejamos como foi a evolução do sistema de trocas até o dia atual...
Sistema de trocas e a evolução da moeda
Não se pode afirmar com exatidão quando surgiu e qual foi a primeira moeda. Remontando aos primórdios da civilização, imagina-se facilmente que o homem primitivo produzia tudo quanto bastava ao seu sustento. Suas necessidades limitavam-se à garantia de sua sobrevivência.
As associações e o desenvolvimento natural da vida em grupo criaram, porém, outras necessidades para cuja satisfação o indivíduo, isoladamente, se viu impotente. Sua auto suficiência se reduzia na medida do crescimento de suas necessidades.
Nesta cadeia de raciocínio, o próximo elo foi a introdução paulatina da divisão e especialização do trabalho: cada indivíduo passou a produzir um ou poucos produtos, consumindo uma parte deles e tentando passar a outro o excedente em troca de outros bens que necessitava.
Estabeleceu-se, então, um sistema de trocas diretas, conhecido por escambo, de mercadorias por mercadorias, mercadorias por serviços ou serviços por serviços.
Dificuldades da economia de escambo
É fácil imaginar as dificuldades para um razoável funcionamento dessa economia de escambo:
Primeiro, exige uma permanente coincidência de interesses (o indivíduo “A” dispõe de arroz e quer trocar por carne; para se realizar essa troca, é imprescindível que ele encontre um indivíduo “B” que tenha carne e queira arroz!).
Segundo, há a dificuldade de se estabelecer as relações ou preços de troca (valores entre dois bens bastante diferentes).
Por tudo isso, esse sistema, que vigorou na mais remota antiguidade, era claramente ineficiente. As mudanças requeridas se realizaram lentamente.
Moeda mercadorias
Geralmente escolhia-se uma mercadoria que fosse relativamente escassa e não facilmente perecível (nem sempre possível). A história registra que, em diferentes locais e épocas, foram usados como moeda: sal, peles, fumo, gado, trigo, rum, carne seca, ferro, cobre, dentre outros.
Moeda metálica
Sem dúvida, de todas as mercadorias, a preferência maior recaía, geralmente, sobre os metais, não só pela sua relativa escassez, mas, também, pela sua durabilidade e fácil divisibilidade. Muito embora o ferro, o cobre e o bronze tenham sido bastante utilizados, houve uma predominância do uso dos metais preciosos, notadamente a prata e o ouro.
Moeda papel
Com o tempo, e diante da crescente demanda por tais certificados, as casas de custódia passaram a emitir certificados cujo valor global em circulação excedia o valor total dos metais preciosos ali depositados. A experiência acumulada pelos custodiadores mostrava que nem todos os depositantes resgatavam, ao mesmo tempo, seus depósitos. Além do mais, enquanto alguns vinham para reconverter seus certificados em ouro, outros vinham para depositar. Assim, com um encaixe metálico menor, era possível garantir a liquidez dos certificados, isto é, garantir as reconversões que, em média, na semana ou no mês, correspondia a apenas uma fração do total dos certificados em circulação.
Papel Moeda
Com o crescimento do volume e valor das transações, o manejo de grandes quantidades de metais preciosos tornou-se problemático pelas dificuldades de transporte e os riscos envolvidos. Pouco a pouco, nota-se o aparecimento de casas de custódia desses metais em diversos pontos. Essas casas passaram a receber em depósito os metais preciosos dos comerciantes, emitindo em troca um recibo ou certificado de valor correspondente. Esse certificado recebeu a denominação de moeda papel e era generalizadamente aceito nas transações. Sua característica principal era possuir lastro integral (100%) em ouro, isto é, a qualquer momento o possuidor do certificado poderia ir à casa de custódia emissora e reconvertê-lo em ouro ou prata. Daí sua crescente aceitabilidade como meio de pagamento em substituição aos próprios metais preciosos.
Então vamos começar pela moeda!
Ocorreu, assim, um novo marco histórico na evolução das formas de moeda: a passagem da moeda papel para os certificados emitidos sem o correspondente lastro em ouro ou prata e que vieram a ser chamados de papel moeda. Pouco a pouco o papel moeda passou a ter uso generalizado como meio de pagamento nas transações pelo simples fato de que sua aceitação era geral, não se questionando sobre a possibilidade de convertê-lo ou não em ouro.
Num processo evolutivo normal, e com o intuito de evitar riscos de emissões exageradas, o passo seguinte foi a proibição de emissão de papel moeda pelos bancos privados (antigas casas de custódia), limitando-se o direito de sua emissão a uma instituição oficial que, pouco a pouco, se transformou nos atuais bancos centrais de cada país.
Tipos de moeda
Numa classificação didática, temos, hoje, as seguintes espécies ou formas de moeda:
Moeda manual
Vem a ser aquela emitida pela Casa da Moeda, representada pelas cédulas e moedas metálicas em circulação.
Moeda escritural ou bancária
Representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Vale lembrar que se trata das chamadas moedas fiduciárias (isto é, em que se tem fé ou se acredita), já que não possuem valor intrínseco, constituindo-se em moeda simplesmente porque têm aceitação generalizada nas transações econômicas.
Funções da moeda
Bom, já que agora sabemos um pouco sobre o sistema de trocas e dos tipos da moeda, vamos às suas funções:
instrumento de troca:
Tendo aceitação generalizada como meio de pagamento nas transações, a moeda exerce sua função mais cristalina e fundamental – que é servir como instrumento ou intermediária de trocas entre os indivíduos para satisfação de ambas as partes.
Padrão de referência de valor:
Nesse caso, a moeda possibilita que todos os fatores de produção e os produtos (bens e serviços) possam ter seus valores expressos em unidades monetárias, propiciando a fácil avaliação e comparação de todos os recursos e produtos disponíveis na Economia.
Reserva de valor:
A moeda desempenha, também, a função de reserva de valor no sentido de que o indivíduo pode manter sua riqueza (ou parte dela) sob
a forma de moeda, por um período de tempo, sabendo que, amanhã ou depois, esse ativo será aceito em qualquer transação por ter liquidez absoluta. Trata-se, no entanto, de uma função que merece duas ressalvas: primeiro, se o indivíduo prefere manter sua riqueza sob a forma de moeda, ele deixa de ganhar, pois a moeda em si não gera rendimentos; segundo, e ao contrário, em períodos inflacionários o indivíduo perde com a desvalorização da moeda.
Inflação
A inflação é definida como sendo um aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços, em outras palavras, uma perda progressiva do poder de compra da moeda. Em uma economia com inflação é necessário cada vez mais moeda para se comprar a mesma quantidade de bens e serviços.
Mas o que faz aparecer esse fenômeno que chamamos de inflação, melhor dizendo, quais são as suas causas, de âmbito socioeconômico, com os seus respectivos efeitos, não só em toda a vida econômica, como também na vida política, na vida social e até na vida individual de cada pessoa que forma a sociedade de um país?
As suas causas estão diretamente ligadas ao que podemos identificar e classificar como tipos básicos de inflação.
A inflação de demanda é o tipo de inflação causada por um excesso de procura, dada a oferta disponível de bens e serviços na economia. Entre os fatores que fazem aparecer este fenômeno, cabe destacar: o aumento da renda disponível das pessoas; expansão dos gastos públicos (sendo que o governo é um dos agentes que demandam bens e serviços na economia, pressionando o nível da demanda agregada, que, dependendo de como o governo mexe com os seus gastos, ele pode até gerar um déficit público, e fazer gerar mais ainda um maior nível de demanda global do país); expansão do crédito e redução da taxa de juros (aumentando a liquidez, a moeda em circulação e, por conseguinte, os gastos da sociedade) e as expectativas dos agentes econômicos.
É importante destacar que o aumento excedente da demanda só causa inflação, se a economia do país estiver tendendo a chegar no pleno emprego da utilização dos recursos (ou fatores) de produção disponíveis na economia do país.
Inflação de custos
Uma determinada experiência brasileira demonstra que pode haver inflação, mesmo sem a presença de um excesso de demanda sobre a oferta: a demanda pode permanecer inalterada, isto é, não é excessiva em relação à oferta, e, não obstante, aparece a inflação, porque os custos (despesas com a produção) sobem, melhor dizendo, há a chamada inflação de custos (ou de oferta). Entre os fatores que fazem aparecer este outro fenômeno inflacionário, cabe destacar: a taxa de juros (ao mesmo tempo em que contribui para reduzir a demanda, gera um aumento dos custos de produção, pois as empresas muitas vezes pegam dinheiro emprestado em bancos), a desvalorização cambial (pois gera um aumento nos preços dos produtos importados que servem de matéria-prima), os preços externos de determinados produtos (tais como o preço internacional do petróleo), custo da mão de obra (devido a aumentos salariais) e aumento de impostos.
O empresário, a empresa, trata de passar adiante essas elevações de despesas e eleva o preço de venda do seu produto. E a maior ou menor proporção que o empresário, ou a empresa, conseguirá repassar tais elevações para o preço do seu produto, depende das condições que se tem em relação ao seu poder de concentração de mercado, ou a maior ou menor concorrência que se tem neste mesmo mercado.
Inflaçao inercial
O último tipo de inflação que pode ocorrer, independente de pressões de demanda e/ou de custos, é a inflação que está associada aos mecanismos de indexação da economia, melhor dizendo, a chamada inflação inercial. Ela é desenvolvida por meio da garantia que se tem de reajustar preços, a partir da constatação da existência de inflação, onde a inflação de hoje passa a ser o piso para a inflação de amanhã, mesmo não se tendo pressões de demanda e de custos, onde a inflação pode não ceder.
Distorções do Processo Inflacionário
A principal consequência de um processo inflacionário são as disparidades de preços, porque os preços dos produtos variam com taxas diferentes. Portanto, com a inflação, os preços relativos mudam: os preços de alguns insumos aumentam mais do que o de outros, as empresas tendem a variar a intensidade com que são usados.
Por outro lado, estes tendem a gerar expectativas de que a inflação tenderá a subir no futuro (gerando expectativas de inflação futura), onde procurarão resguardar as suas margens de lucro, aumentando os preços dos seus produtos.
E, ao mesmo tempo, um processo inflacionário provoca distorções sobre as finanças públicas; pois este processo acaba gerando uma defasagem entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto; assim, quanto maior a inflação, menor tende a ser a arrecadação do governo.
(impresso)
Aula 8
A todo o momento lemos nos jornais, ouvimos nos debates sobre e inflação brasileira, vemos o “dragão inflacionário” estampado nas revistas... Mas o que é inflação?
Bom, como a inflação é um fenômeno monetário, é importante esclarecer o que é moeda e quais suas funções.
Nesta aula, vamos definir moeda e suas funções dentro da economia. Com essas definições, poderemos compreender os principais tipos de inflação, ou seja, inflação de demanda, inflação de custos e inflação inercial, e os impactos da inflação nos agregados macroeconômicos.
Política Monetária e seus Instrumentos
A política monetária refere-se à atuação do governo no sentido de controlar as condições de liquidez do país. Com esse objetivo, o governo atua sobre a quantidade de moeda na economia, sobre a capacidade de concessão de empréstimos por parte dos bancos e, por consequência, sobre os níveis das taxas de juros.
Na realidade, o mercado monetário é como outro qualquer, onde existe demanda, oferta e preços de equilíbrio.
A política monetária é a maneira pela qual o governo atua, de uma maneira geral, sobre a quantidade de moeda, de crédito e das taxas de juros.
Conceito de Moeda na Política Monetária
Muitas coisas são usadas como dinheiro, inclusive o cartão de crédito. Mas o conceito de moeda que é usado na Política Monetária é o M1.
M1 = papel-moeda em poder da sociedade + depósitos em conta corrente bancária
Obs.: Quando se fala “sociedade”, não contabilizamos as moedas que estão em poder do governo.
Demanda por Moeda (M1)
É a quantidade de moeda (M1) que a coletividade deseja deter em um determinado momento. As pessoas demandam moeda (M1):
para Transações (compras/vendas);
por Precaução (contra a incerteza na economia) e
por Especulação (guardar provisão de moedas para quando aparecer um investimento interessante).
Oferta de Moeda (M1)
Quantidade de moeda disponível para a sociedade em um determinado momento; o Banco Central é o órgão do governo encarregado por controlar a oferta de moeda.
Como o Banco Central controla a Oferta de Moeda (M1)?
Emissão de papel moeda
Percentual de depósito compulsório ou reservas bancárias é uma parte dos depósitos a vista que o banco comercial recebe diariamente, e que ele é obrigado a depositar no banco central
Linhas de redesconto- repasse de verbas do banco central aos bancos comerciais
Operações de mercado aberto-compra e venda de titulos da divida publica
Comentários importantes sobre a dívida pública interna
É gerada quando o governo vende títulos ao público, para captar dinheiro rápido, e oferecendo, em troca, um rendimento deste dinheiro em certo prazo. Os bancos comerciais são compradores habituais. A dívida surge de uma necessidade de gasto do Estado, que não quer financiá-la diretamente por um aumento de tributos. Além disso, a dívida é um dos instrumentos de política monetária.
Taxa de juros selic
A oferta de moeda permite que o Banco Central determine a taxa de juros, que resulta da relação entre oferta e demanda de moeda. Supondo constante a demanda por moeda, a sua oferta passa a ser a maneira de influenciar a taxa de juros.
Copom
Quem decide qual será o melhor nível desta taxa é o COPOM (Comitê de Política Monetária). A cada 45 dias, o COPOM se reúne para decidir qual será a meta desejada. Nessa decisão, são consideradas as metas de inflação para o ano e o nível de atividade da economia, entre outros.
(Politica fiscal impressa)
Tipos de Política Monetária
A política fiscal pode ser contracionista (= recessiva) ou expansionista. Diz-se contracionista quando reduz a demanda agregada, e expansionista, quando expande a demanda agregada.
Política fiscal contracionista: ocorre se o governo corta gastos com o setor privado, ou aumenta os impostos. Se o governo diminui gastos, também reduz a demanda agregada. Já se o governo aumenta os tributos, isto afeta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. Afinal, pagando mais impostos, o consumidor poderá reduzir o consumo e as empresas, eventualmente, reduzem o investimento. Os preços dos exportados podem se tornar menos competitivos, devido aos impostos embutidos
Uma política fiscal expansionista ocorre se o governo aumenta seus gastos com o setor privado, ou reduz os impostos. Se o governo aumenta gastos, também aumenta a demanda agregada. Já se o governo reduz os tributos, isto aumenta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. A redução de impostos se reflete em mais capacidade de gasto, tanto para consumo quanto para investimento
Efeitos da Política Fiscal sobre a Inflação
Como visto, uma política fiscal expansionista aquece a demanda agregada. Desta forma, as vendas aumentam, criando um ambiente mais propício à elevação de preços.
Por isto, uma política fiscal expansionista pode contribuir para o aumento da inflação, mesmo que a economia não esteja próxima ao nível de pleno emprego. Já se a economia estiver operando próxima do nível máximo, com certeza haverá inflação, neste caso, inflação de demanda.
Quando o governo tem como meta estabilizar os preços, costuma aplicar política fiscal contracionista. A lógica é a seguinte: esta política reduz a demanda agregada, logo reduz o investimento produtivo e o emprego. O consumo cai, o que dificulta aumentos de preços. Um empresário pode manter seus preços altos, mas não os aumenta, se as vendas estão caindo.
Resultados do Governo
Para manter o equilíbrio fiscal, o governo pode se endividar junto à sociedade e também emitir moeda. Mas para que sua dívida não provoque pressão inflacionária, o governo não deve mais emitir dinheiro, seu endividamento deve ser financiado através da emissão de títulos da dívida publica.
Os títulos são comprados por investidores institucionais, bancos etc. 
São e 3 as formas de calcular o saldo entre receitas e gastos do Governo, em reais:
Resultado Primário
Receitas menos gastos, sem incluir, nesta conta, pagamento de juros e correção monetária pelo governo, ou seja, a dívida pública. Normalmente, o governo brasileiro tem buscado superávit primário.
Resultado Operacional
Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública. Neste conceito, o resultado mais comum é de déficit.
Resultado Nominal
Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública, mais a correção monetária ou cambial (alguns títulos têm rendimento correspondente à variação do câmbio). Este é o conceito mais completo; normalmente é um déficit. O financiamento do déficit nominal se dá através da colocação de mais títulos públicos no mercado, elevando, dessa maneira, a dívida pública.
O governo paga os famosos juros da dívida pública, sendo que o total pago é fortemente influenciado pela taxa de juros dos títulos da dívida pública. Esta, por sua vez, está em grande parte vinculada à SELIC.
Dívida Bruta e Dívida Líquida
Veja a evolução da nossa dívida pública em proporção ao PIB. A “dívida bruta” engloba todo tipo de débito do Estado brasileiro:
Títulos públicos vendidos ao “mercado”;
Empréstimos bancários;
Empréstimos feitos por organismos internacionais;
Débitos estaduais e municipais assumidos pelo governo federal.
já no cálculo da “dívida líquida”, desconta-se tudo o que o país já tem em caixa tanto em reais depositados aqui, como em dólares mantidos no exterior — ou vai receber no futuro. Inclusive aquilo que vai receber do mesmo “mercado” de quem o Brasil é devedor.
Aula 9
Escutamos nos telejornais, lemos nos jornais e revistas a valorização e/ou a desvalorização do dólar frente à moeda nacional e as consequências para a economia brasileira.
Mas, como a moeda norte-americana se valoriza? Como se desvaloriza? Quais os efeitos?
Vamos entender alguns conceitos importantes, nesta aula, para clarear um pouco essas discussões, ou seja, vamos entender os princípios da Política Cambial.
Outra política macroeconômica que vamos estudar é a Comercial. Esta consiste na atuação do Governo com medidas para influenciar as exportações e importações, sem que seja necessário mexer na taxa de câmbio. E, como isso, fechamos a parte da matéria que diz respeito às políticas macroeconômicas.
Política Cambial e Comercial
A política comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transações com o exterior. As tarifas alfandegárias cobradas sobre os produtos importados retratam bem essa interferência.
Quanto maior a tarifa, mais dificultadas se tornarão as importações e mais protegida da concorrência externa estará a indústria nacional e, consequentemente, seus empregados.
A taxação que incide sobre os veículos importados é um bom exemplo da intervenção do governo através da política comercial que, em última análise, preserva o emprego de milhares de trabalhadores brasileiros.
Vamos começar pela Política Cambial
De uma forma resumida, podemos dizer que a Política Cambial é a determinação da taxa de câmbio do país.
Mas o que é taxa de câmbio?
É o preço do dólar no país; mede quantas unidades da moeda nacional são necessárias para comprar U$1.
O que é uma taxa de câmbio valorizada ou valorização cambial?
Significa que para comprar U$1 é preciso menos moeda nacional. Ou seja, serão necessários menos reais (R$) para comprar o mesmo dólar (U$).
A Política Cambial inclui a escolha, pelo Governo, da forma como é determinada a taxa de câmbio oficial — se é fixada pelo governo ou livremente pelo mercado.
Mas o que são esses regimes cambiais?
Regimes Cambiais
De uma forma resumida, podemos dizer que a Política Cambial é a determinação da taxa de câmbio do país.
Regime de Câmbio Fixo
O Governo se compromete (oficialmente) com uma determinada taxa fixada. Isto significa dizer comprar e vender dólar a um valor por ele pré-estabelecido, por exemplo, pode estipular que U$1 = R$1,00.
Esse regime já foi muito utilizado na economia mundial e possui vantagens e desvantagens:
vantagens
O preço do dólar não varia, portanto, não encarece os importados; não impacta sobre a inflação.
Desvantagens
O governo precisa gastar as reservas internacionais para manter a taxa. E se a taxa for valorizada (baixa), a balança comercial fica deficitária.
Suponhamos que o valor da moeda americana seja fixado em R$1,50. Neste caso, o Banco Central assume o compromisso de comprar qualquer quantidade de dólar por esse valor.
Se ocorrer uma crise financeira internacional, as condições do mercado cambial se deterioram, porque, nesses momentos, os investidores estrangeiros procuram retirar seus recursos do país; para isso, compram dólares no mercado de câmbio, levando a uma tendência à valorização da moeda americana.
Para impedir que o valor do dólar suba, o Banco Central seria então forçado a vender dólares, sempre a R$1,50. A capacidade do Banco Central brasileiro de vender dólares esta limitada à quantidade das reservas internacionais. Com elas reduzindo, o BC pode utilizar uma política monetária contracionista e aumentar a taxa de juros para atrair mais dólares para o país. E isso poderia comprometer o crescimento econômico brasileiro. Outra desvantagem
é a concorrência dos produtos nacionais frente aos produtos importados com um câmbio fixo.
Efeito da Taxa de Câmbio sobre a Balança Comercial do país (exportação — importação)
O exportador recebe em dólar e troca por reais.
Ex.: Venda de U$100
Se a taxa de câmbio = R$2,90, a sua receita, em reais é = 100 x 2,90 = R$290,00
Se a taxa de câmbio = R$4,00, a sua receita, em reais é = 100 x 4,00 = R$400,00
→ O exportador fica estimulado quando a taxa cambial está desvalorizada porque a receita em reais vai ser maior.
O importador gasta em dólar; para isto, usa reais para comprar dólares e pagar a encomenda.
Ex.: Importação de mercadorias, no valor de U$100
Se a taxa de câmbio = R$2,90, seu gasto, em reais, é = 2,90 x 100 = R$290,00
Se a taxa de câmbio = R$4,00, seu gasto, em reais, é = 4,00 x 100 = R$400,00
→ O importador fica estimulado quando a taxa cambial está valorizada, porque o gasto em reais vai ser menor.
a taxa de câmbio valorizada (real valorizado frente ao dólar)  desestimula as exportações, apesar de fomentar as importações, o que pode vir a causar uma balança comercial deficitária.
Efeitos da Taxa de Câmbio sobre a Inflação no país.
Se a taxa de câmbio aumentar, ou seja, o real desvalorizar, pode ocorrer uma inflação de custos. Isto porque a importação fica mais cara.
Se o empresário brasileiro, que compra o importado, decidir repassar o custo maior ao preço da mercadoria final, realmente ocorrerá inflação.
Se a taxa de câmbio reduzir, ou seja, o real valorizar, haverá uma queda nos preços dos produtos importados e uma menor pressão inflacionária.
Política Comercial
São medidas para influenciar as exportações e as importações, sem que seja necessário mexer na taxa de câmbio.
As alterações no câmbio, embora visem primordialmente equilibrar as contas externas, tendem a trazer repercussões sobre outras variáveis. Assim, para obter resultados desejados, em relação à balança comercial, os governos tradicionalmente adotam políticas para incentivar as exportações e reduzir as importações, independentemente das variações que venham a ocorrer na taxa de câmbio.
No Brasil, tais medidas incluem a concessão de financiamentos subsidiados através dos bancos oficiais e de incentivos fiscais.
Afetam as exportações: O crédito mais barato e A isenção de impostos
Afetam as importações:
O estabelecimento de cotas (limites de quantidade) para a importação de um produto;
Definir obstáculos burocrático
Dar subsídio ao produto nacional, para que fique mais barato que o importado
Colocar tarifas sobre os produtos importados
Balanço de Pagamentos
É o registro mensal das transações entre residentes e não residentes do país. Contabiliza não só transações do governo, mas principalmente das empresas e cidadãos. As contas são feitas em dólares.
As alterações no câmbio, embora visem primordialmente equilibrar as contas externas, tendem a trazer repercussões sobre outras variáveis. Assim, para obter resultados desejados, em relação à balança comercial, os governos tradicionalmente adotam políticas para incentivar as exportações e reduzir as importações, independentemente das variações que venham a ocorrer na taxa de câmbio.
Aula 10
Sempre ouvimos na mídia que o produto interno bruto (PIB) brasileiro está entre os 10 maiores do mundo. Mas, ao mesmo tempo, vemos que a qualidade de vida da maior parte dos brasileiros parece não condizer com essa riqueza toda... é que, em Economia, crescimento e desenvolvimento não têm o mesmo significado.
Nesta aula, vamos aprender noções sobre o crescimento e o desenvolvimento, e as estratégias para que o desempenho dos dois seja consistente. Mostrar os principais indicadores sociais, o índice de Gini e IDH, e como esses índices refletem a realidade brasileira.
O objetivo é encontrar soluções que nos traga uma sustentabilidade no nosso crescimento e desenvolvimento.
Crescimento Econômico
É a evolução quantitativa da produção de bens e serviços de uma determinada economia dividida pelo número de indivíduos que formam a população do país, a chamada renda (ou produto) per capita.
O ponto importante a destacar é que pode haver crescimento econômico sem, necessariamente, ocorrer o desenvolvimento econômico. Nesse caso, o crescimento estaria acontecendo, mas sem promover mudanças nos processos de produção e na distribuição da renda que levassem a uma maior inclusão social e redução das desigualdades de renda e riqueza.
Como acontece o crescimento da produção no longo prazo?
A teoria econômica inicia essa explicação apresentando uma função de produção agregada, que pode ser representada da seguinte fórmula:
Y = f (K, L, T)
Onde:
K – estoque de capital
L – quantidade de mão de obra
T – conhecimento tecnológico disponível
O estoque de capital (K) representa a capacidade produtiva de uma economia, isto é, a quantidade de bens e serviços que ela pode produzir a cada período de tempo. A força de trabalho (L) é determinada pelo crescimento da população. Quanto maior a população, maior a força de trabalho. O nível de conhecimento tecnológico (T) depende de todo progresso técnico disponível até os dias de hoje.
Desenvolvimento econômico
O desenvolvimento econômico vai além de um aumento na quantidade de bens e serviços produzidos, em temos absolutos ou per capita, em um determinado período. Portanto, na análise do desenvolvimento econômico, incluem-se as mudanças de caráter quantitativo e qualitativo.
De acordo com Gremaud (op.cit., 2006), para ocorrer o desenvolvimento econômico devemos observar se o crescimento econômico, que acontece ao longo do tempo, está provendo:
a) Crescimento do produto por habitante;
b) Redução dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdade social;
c) Melhoria nas condições de vida, tais como: saúde, nutrição, educação, moradia e transporte.
Assim, para analisar o desenvolvimento de um país é necessário obter não só indicadores de crescimento econômico, como a taxa de crescimento do PIB e do PIB per capita, mas por outros indicadores que reflitam mudanças na qualidade de vida da população de uma economia, os principais indicadores sociais atualmente são o índice de Gini e o índice de desenvolvimento humano (IDH).
Índice de Gini
É o instrumento comumente utilizado para medir o grau de concentração de renda de um país. Por meio dele, é possível comparar os diferentes graus de concentração de renda entre países.
O índice de Gini mostra a diferença entre a renda dos mais pobres e dos mais ricos de um mesmo país, e varia em uma escala de zero a 1. O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor 1 está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda riqueza. Dessa forma, quanto mais próximo de zero menor será a concentração de renda e desigualdade.
E quanto mais próximo da unidade, maior será a concentração de renda, mostrando que tal nação tem uma desigualdade de renda muito elevada. Quando um país se encontra nesse último cenário, a maior parte da população recebe a menor parte da renda. Veja o gráfico a seguir com a evolução do índice de Gini ao longo dos anos na sociedade brasileira.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 
Unindo-se o conceito de produto per capita com indicadores sociais, tenta-se avaliar o bem-estar de uma população, ou o seu grau de desenvolvimento social.
A ONU criou um índice que agregou alguns indicadores sociais com o produto per capita. Esse índice é o IDH que vem sendo elaborado desde o início da década de 1990 e construído para mais de 170 países.
O conceito de desenvolvimento humano difundido pelo PNUD pressupõe um processo de ampliação das escolhas das pessoas, para que tenham capacidade e oportunidade para ser o que desejarem.
O IDH é um índice que vai de 0 a 1, e quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido o país é considerado, ele é a média aritmética de três indicadores:
Um indicador de renda (produto interno bruto per capita);
Um indicador que procura
captar a saúde da população (longevidade: a expectativa de vida da população ao nascer) e
Um indicador que retrata as condições educacionais no país (uma média ponderada da taxa de alfabetização dos adulto e da matrícula nos ensinos fundamental, médio e superior).
Políticas públicas para promover o desenvolvimento
O governo, parte necessária desse processo, deve por seu lado desenvolver o aparato institucional e os instrumentos de política fiscal e econômica, de modo geral, que lhe permitem lidar com os desafios do desenvolvimento.
Vimos que, ao longo da história, de um jeito ou de outro, o Brasil prospera, e não poderia ser de outro jeito, dada a riqueza do país, mas não existe destino já definido.
O Brasil do futuro começa a ser feito hoje, nesse encontro de um Estado que se moderniza, de uma nação que busca afirmar seu lugar no mundo e de um povo que busca sua felicidade na realização plena de todos os indivíduos.
Políticas públicas para promover o desenvolvimento
Já foi mostrado que o padrão de vida da sociedade depende de sua capacidade de produzir bens e serviços, e que sua produtividade depende dos fatores de produção: do capital físico, do capital humano, dos recursos naturais e do conhecimento tecnológico.
Mas o que os formuladores de política podem fazer para estimular o aumento do produto por trabalho, que traz efeitos positivos sobre a renda e a contínua melhoria do padrão de vida da sociedade?
Incentivo a Acumulação de Capital
O incentivo à acumulação de capital produtivo nada mais é do que estimular o investimento na formação de capital fixo. Isso poderia ser feito, por exemplo, com uma política que concedesse vantagens tributárias para a empresa adquirir novo equipamento ou pelo desenvolvimento de um sistema financeiro (concessão de empréstimos bancários em prazos e condições razoáveis).
Incentivos da Educação e do Direito de Propriedade
Para um país crescer e se desenvolver ao longo do tempo não basta acumular capital físico, mas também capital humano. Ou seja, são fundamentais políticas públicas que elevem o nível de educação da população. Gasto público para oferecer boas escolas e bolsas de estudos a alunos (ou à sua família), para mantê-lo na escola e evitar a evasão escolar.
O investimento no capital humano gera benefícios para a sociedade como um todo. Uma pessoa com instrução, por exemplo, pode gerar novas ideias dentro da empresa. A “fuga de cérebros” é um problema atual, ou seja, emigração de trabalhadores mais instruídos e preparados para países desenvolvidos a fim de desfrutar de um melhor padrão de vida. A fuga desses “cérebros” reduz ainda mais o estoque de capital humano nos países em desenvolvimento.
Quanto ao Direito de propriedade, é importante que o governo promova a eliminação dos obstáculos ao bom funcionamento do mercado, como garantir os direitos de propriedade de todos os residentes e não residentes no país. A ineficiência do sistema de justiça, por exemplo, poderia desestimular a geração de investimento doméstico e estrangeiro.
Incentivos ao Livre Comércio
O livre comércio contribui para a melhoria da qualidade e aumenta a quantidade de produto nacional, gerando mais emprego e renda para seus habitantes, bem como o comércio internacional pode melhorar o bem-estar dos cidadãos de um país. Mas é importante destacar que para possibilitar isso, isto é, para que o livre comércio coopere com o desenvolvimento econômico de um país em desenvolvimento, é preciso que o conhecimento e a tecnologia disponíveis sejam acessíveis para todas as nações.
Incentivos a Pesquisa e Desenvolvimento
Outra política pública é o apoio à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O avanço do conhecimento técnico ao longo do tempo pode ser considerado a principal razão para a evolução da qualidade de vida. Assim, o governo poderá adotar políticas que estimulem o desenvolvimento tecnológico, não só criando incentivos para que a iniciativa privada (empresas e universidades particulares) incremente as pesquisas, como também estimulando o desenvolvimento tecnológico por meio das instituições públicas (como os institutos de pesquisa e as universidades públicas).
Globalização e Desenvolvimento
Na realidade, observando os processos de desenvolvimento das principais economias atuais – como o Japão, a Alemanha, a França, a própria Inglaterra, berço da revolução industrial e os Estados Unidos –, verificamos que, em diversos momentos, principalmente no início dos seus respectivos processos de industrialização, o Estado desempenhou um papel crucial.
As doutrinas econômicas, no entanto, não são unânimes em definir um tamanho para o Estado, em relação ao setor privado, nem no grau de intervenção na economia.
Concluindo: a questão do desenvolvimento
As decisões tomadas pelas maiores economias têm forte influência sobre os países menos desenvolvidos.
A condução do sistema político e econômico mundial, arranjados nos subsistemas de comércio, de pagamentos, entre outros, exerce forte influência sobre as economias locais.
Um exemplo foi o chamado Consenso de Washington. Essa doutrina estabelecia uma série de mediadas de caráter liberal para o ajuste macroeconômico, foi adotado pelo FMI e influenciou a condução das políticas econômicas de muitos países, promovendo o enxugamento da administração pública, a partir dos anos 1990.
O desenvolvimento, que impõe a necessidade de reformas continuadas no Estado brasileiro, mostra-se complexa, como vimos, não se resolvendo apenas de um ponto de vista “técnico”. A questão passa, necessariamente, pela construção de um arranjo político que não tem, a priori, uma direção a ser seguida.
O objetivo genérico de desenvolvimento econômico e social requer que se o defina, antes de tudo. Os objetivos de desenvolvimento tecnológico, da elevação educacional do povo, do fortalecimento das instituições, da preservação ambiental, da afirmação de uma cultura brasileira, da distribuição de renda, entre tantos outros, devem surgir do debate democrático.

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