Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Atenção Definições Everybody knows what attention is. It is the taking possession of the mind, in clear and vivid form, of one out of what several simultaneously possible objects or trains of thought. Focalisation, concentration, of consciousness are of its essence. It implies withdraw from somethings in order to deal effectvely with others. – William James, 1890. Attention is the cognitive process selectively concentrating on one aspect of the external or internal environment while ignoring other aspects. Principais funções do sistema atencional (Posner e Van der Heijden) Orientação para estímulos sensoriais; Detecção de sinais para processamento consciente; Manutenção de um estado de vigilância; Definição de prioridade diante de uma gama de objetivos; Engajamento nas atividades; Importante em ambientes não previsíveis e sujeitos à bruscas mudanças. “A função principal da atenção é algo parecido com prover ou melhorar o ganho temporal. Os movimentos da atenção parecem estar envolvidos na ordenação e estruturação da informação no tempo por assegurar prioridades no espaço”. Processamento automático (sist. 1) x processamento controlado (sist. 2) Processos automáticos: Não requerem controle consciente, mas pode-se estar consciente de estarem sendo feitos; Demandam pouco ou nenhum esforço cognitivo; Levam menos tempo para serem executados e tem mais exatidão na execução. Processos controlados: Requerem controle consciente; Geralmente são executados em sequência – um passo de cada vez; Exigem mais esforço cognitivo; Levam mais tempo para serem executados e tem menor exatidão na execução. Muitas tarefas que começam como controladas podem se tornar automáticas, isso se chama automatização. Ela vem em decorrência do treino e tem uma curva de aceleração negativa, ou seja, quanto mais “maduro” estiver o processo, menor a aceleração da aprendizagem. Dirigir é um exemplo de um processo controlado que se torna automático. Inicialmente é bastante controlado e, após a prática, torna-se automático. Entretanto, quando as condições mudam (muita chuva, por exemplo), a mesma atividade pode exigir controle consciente. Existem duas teorias que explicam a automatização: LaBerge – Durante a prática, a implementação dos vários passos acaba por se tornar mais eficiente. Gradualmente, os passos individuais são integrados. O processo é totalmente integrado por meio da junção de vários passos individuais; Logan – Acumula-se gradualmente conhecimentos sobre respostas específicas a estímulos específicos. Quando uma criança aprende a somar e a subtrair, ela aplica um procedimento geral (contar) para lidar com cada par de números. Após a prática repetida, a criança armazena, pouco a pouco, o conhecimento sobre pares específicos de números específicos. -> explica melhor respostas específicas e estímulos específicos. Uma análise abrangente dos erros humanos aponta que podem ser classificados como equívocos ou lapsos. Os equívocos são erros na escolha de um objetivo ou na especificação de um meio para atingi-los. Já os lapsos são erros na realização de um meio para se atingir um objetivo. Ou seja, equívocos estão relacionados com erros no processamento controlado e lapsos podem ser associados a erros no processamento automático. Em geral, os lapsos tem maior probabilidade de ocorrer em duas circunstâncias: (a) desvia-se de uma rotina e os processos automáticos, inadequadamente dominam os processos intencionais e controlados; (b) os processos automáticos são interrompidos. Essas interrupções, em geral, derivam de eventos externos ou informações de fora, mas, também, podem ser resultantes de eventos internos. Existem duas formas de minimizar os lapsos: (a) respostas adequadas do ambiente – seu amigo, passageiro, te lembra que iriam passar no mercado antes de ir ao trabalho; (b) função forçada – carros modernos impede que se dirija sem o sinto de segurança. Ou eu mesma coloco um bilhete na geladeira para lembrar de algo. Habituação x desabituação x adaptação A habituação está relacionada ao ato de se acostumar com um estímulo de tal modo que, aos poucos, se passe a prestar cada vez menos atenção a ele. A contrapartida da habituação é a desabituação. Neste caso, a mudança a um estímulo conhecido leva o indivíduo a nota-lo outra vez. Ambos os processos ocorrem automaticamente, sem necessidade de um controle consciente. A estabilidade e a familiaridade relativas do estímulo comandam estes processos. Quaisquer aspectos que pareçam diferentes, ou novos, conduzem à desabituação e fazem com que a habituação seja menos provável. Geralmente não percebemos o barulho do cooler do computador. Porém, às vezes, ele fica mais forte e aí nos desabituamos e passamos a percebe-lo. Como já dito anteriormente, a habituação é um processo automático que não exige controle consciente. Porém, é possível controla-la, se desejarmos. Pode-se exercer um controle consciente sobre o barulho do cooler. Na adaptação sensorial, isso não é possível. A adaptação sensorial é a redução da atenção a um estímulo que não seja objeto de controle consciente, por exemplo, a dilatação pupilar no escuro. Existem dois principais fatores que influenciam a habituação: (a) variação de estímulos internos – é mais difícil habituar-se a ruídos de uma televisão, que variam o tempo todo, do que de um ventilador, que é mais constante; (b) excitação subjetiva – tanto a atividade neural, como outras reações fisiológicas podem ser mensuradas. Essas mensurações detectam alta excitação em resposta à novidade percebida ou diminuída em relação à familiaridade. A habituação oferece enorme apoio aos processos da atenção, pois não demanda muito esforço consciente e permite que as pessoas facilmente desviem a atenção dos estímulos conhecidos e relativamente estáveis, direcionando-os a estímulos novos e instáveis. Sem ela, o sistema de atenção sofreria uma demanda muito maior. Funções básicas da atenção Detecção de sinais/vigilância – A teoria da detecção de sinais compreende quatro resultados possíveis da presença ou ausência de um estímulo e da detecção ou não detecção de um estímulo. Ela caracteriza a tentativa das pessoas de detectar um sinal ou estímulo-alvo. Já a vigilância é a capacidade do indivíduo de prestar atenção em um campo de estimulação por um período prolongado, durante o qual busca detectar o surgimento de um estímulo-alvo de interesse. Por exemplo, um salva-vidas na praia procurando por pessoas em risco. Normalmente, a vigilância é necessária em ambientes em que um dado estímulo ocorre raramente, mas requer atenção imediata assim que ocorre. A amígdala parece ser uma estrutura cerebral importante na regulação da vigilância. Busca – Enquanto a vigilância compreende esperar passivamente para que um sinal apareça, a busca compreende procurar um alvo de modo hábil e ativo. Refere-se a uma varredura no ambiente para encontrar características definidas. Por exemplo, encontrar determinada marca de sabonete na farmácia. A busca fica ainda mais difícil em razão dos fatores de distração, estímulos que não são alvo e desviam a atenção dos estímulos alvo. Os fatores de distração causam mais problemas em algumas condições do que outras. Quanto maior o número de estímulos alvo x distratores, maior a dificuldade da tarefa. Se estamos buscando características distintas como cor, tamanho, formato, posição, entre outros, estamos conduzindo uma busca de características. Neste caso, simplesmente varremos o ambiente em busca de determinada (s) característica (s), os distratores não tem tanta influência no tempo de busca. O problema maior ocorre quando o estímulo-alvo não tem características únicas ou distintas. Nessa situação, lançamos mão de uma busca conjunta, na qual se busca uma combinação específica (conjunção) de características. No exemplo dado em aula, precisamos encontrar a letra T no meio de várias letras L. Atenção seletiva – Modelo de Broadbant: Fazemos o filtro da informaçãologo após ser registrada no nível sensorial; estímulos são descartados e não alcançam os processos da percepção; múltiplos canais de entrada de dados sensoriais chegam até o filtro da atenção, que só permite que um deles passe pata chegar aos processos da percepção. Modelo do filtro seletivo de Treisman: Filtro não bloqueia os estímulos que não sejam os estímulos-alvo, ele os atenua; Teoria atencional da seleção da resposta (Deutsch): colocam o filtro bloqueador tardiamente; Teoria dos recursos de atenção: Há uma quantidade fixa de atenção que é dividida separadamente em duas ou mais tarefas. Atenção dividida – Algumas vezes, o sistema de atenção deve desempenhar duas ou mais tarefas diferentes ao mesmo tempo. Este processo é chamado de atenção dividida. Uma pesquisa demonstrou que tarefas controladas podem ser automatizadas de forma a consumir menos recursos da atenção. Além disso, duas tarefas controladas diferentes podem ser automatizadas para funcionar em conjunto, como uma unidade. Apesar disso, as tarefas não ficam totalmente automáticas. Continuavam a ser intencionais e conscientes, além de compreenderem níveis relativamente altos de processamento cognitivo. Efeito Stroop Demonstra a dificuldade psicológica de prestar atenção à cor da tinta e tentar ignorar a palavra que está impressa com a tinta daquela cor. Uma explicação para o fato do teste stroop ser tão difícil é que para a maioria das pessoas, a leitura é um processo automático, não estando prontamente sujeito ao controle consciente. Então as pessoas acham difícil deixar de ler intencionalmente e, ao invés disso, concentrar-se na identificação da cor da tinta, desconsiderando a palavra impressa na cor daquela tinta. Cegueira à mudança Incapacidade de detectar mudanças em cenas ou objetivos que estão sendo vistos; O córtex parietal direito desempenha um papel importante na cegueira à mudança; Ocorre quando não há processamento consciente de determinado fator; The door study – Uma pessoa pede ajuda a um pedestre. Pede as direções de determinado local. Enquanto o pedestre explica, passam duas pessoas com uma porta entre o pedestre e o solicitante. Neste momento, o solicitante troca de lugar com outra pessoa. Aproximadamente 50% das pessoas envolvidas no estudo não perceberam a troca. -> cegueira à mudança ocorre fora do laboratório. As pessoas perceberam que estavam falando com outra pessoa. Essa informação já bastava. Portanto, não prestaram atenção no aspecto físico do solicitante. Certamente a pessoa fosse trocada por um animal, seria percebido; Alterações da atenção É normal que haja uma variação da atenção. Existem alguns fatores que podem influenciar a atenção: (1) ansiedade; (2) cansaço; (3) sonolência; (4) uso de substância – drogas lícitas ou ilícitas; (5) motivação – natureza da tarefa. Existem algumas doenças/anomalias relacionadas com a atenção: Hipoprosexia – Diminuição global da capacidade de prestar atenção -> depressão, astenia, estados infecciosos, embriaguez. Aprosexia – Total incapacidade de atenção, por mais fortes e variados que sejam os estímulos. Geralmente a pessoa que apresenta este quadro, tem alteração neurológica. Déficit sensório-neural ou mental. Hiperprosexia – Atenção exacerbada. Distração – Superconcentração ativa da atenção sobre determinados estímulos, com consequente inibição de outros. Concentração em A e não direcionada em B -> erros comuns, cotidianos. Distraibilidade – Dificuldade ou incapacidade para fixar em qualquer estímulo que implique esforço produtivo. A pessoa tenta prestar atenção, mas não consegue. Negligência unilateral – Incapacidade de atender ou responder aos estímulos no lado oposto à lesão cerebral, sendo que esta incapacidade não é atribuída à existência de déficits motores ou sensoriais. É uma disfunção da atenção na qual “as vítimas” ignoram metade de seu campo visual contralateral, do lado oposto do hemisfério que tenha uma lesão. Essa disfunção se deve, principalmente, a lesões laterais nos lobos parietais. Transtorno de déficit de atenção (TDAH) – Slides + caderno Bases neuraias Sistema atentivo posterior – fica muito ativo durante tarefas que compreendem atenção visual-espacial, nas quais o participante precisa se desligar e mudar o foco da atenção. Desengajamento do foco atual – cortex parietal posterior (principalmente o hemisfério direito). Pacientes com lesão nessa região apresentam menor tempo de reação para alvo que aparece ipsilateralmente a lesão. No teste de atenção encoberta há uma melhora no desempenho das pistas válidas (comparação com a neutra). O tempo de reação da pista válida é menor e o tempo de reação da pista inválida é maior. Mudança do foco atencional para a localização do estímulo esperado. Mudança da atenção – colículo superior. Os colículos superiores estão relacionados com os movimentos sacádicos e, também, estão envolvidos na atenção encoberta. Uma lesão nos colículos superiores leva a perda temporária dos movimentos voluntários. Existem algumas patologias decorrentes do mal funcionamento dos colículos superiores: (1) síndrome do mesencéfalo dorsal: incapacidade de olhar para cima, estrabismo vertical e ausência de reação pupilar; (2) paralisia supranuclear progressiva (PSP) – degeneração dos colículos superiores e áreas vizinhas – compromete os movimentos sacádicos verticais e, posteriormente, horizontais. Localização do alvo e engajamento da atenção – pulvinar do tálamo. O pulvinar do tálamo tem conexão com os 4 lobos cerebrais e representa 2/5 do volume do tálamo. Lesões nessa região reduzem o desempenho no teste da atenção encoberta. Há uma lentificação para responder a alvos apresentados contralateralmente à lesão, mesmo para pistas válidas. Experimentos com macacos mostram que neurônios dessa região disparam durante mudanças encobertas da atenção. Injeção de drogas que inibem por tempo determinado as funções do núcleo pulvinar do tálamo geram aumento no tempo de reação para alvos opostos ao bloqueio (pistas válidas e inválidas) Sistema de ativação reticular (SAR) – vem do tronco encefálico, pega parte do diencéfalo e está entre a massa branca e cinzenta. Principal responsável pela atenção seletiva, ele que ajuda a filtrar os estímulos que recebemos durante o dia. Quando começamos a prestar atenção em alguma coisa, você percebe que essa coisa está em todos os lugares. -> ferramenta de eliminação.
Compartilhar