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Provas - Direito Penal

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Prova
1. Introdução
1.1) Conceito: É todo elemento informativo que levado ao crivo do contraditório induz à afirmação de quem a produz.
1.2) Finalidade: convencer o magistrado acerca dos elementos essenciais para o deslinde da causa.
1.3) Objeto da prova: são os fatos relevantes ao processo.
	1.3.1) O juiz indeferirá as provas irrelevantes, impertinentes ou pretelatórias (art.400, §1º)
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Meios de prova
Conceito: são os recursos de percepção da verdade e formação do convencimento. É tudo aquilo que pode ser utilizado para se chegar à verdade do processo.
	Obs: os meios de prova não são taxativos. Ex: reconhecimento fotográfico.
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Provas inadmissíveis no processo
Provas ilícitas: violam normas constitucionais ou legais de ordem material; o agente pratica um crime ao produzir a prova. Ex: confissão mediante tortura, invasão de domicílio sem mandado, interceptação telefônica sem ordem judicial.
b) Provas ilegítimas: violam normas processuais, sejam constitucionais ou legais; o desrespeito é quando à formalidade apenas. Ex: mandado de busca e apreensão genérico, interceptação telefônica sem fundamentação necessária. 
Previsão legal: Art. 5º, LVI, CF e Art. 157, CPP 
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Teorias sobre “Provas Ilícitas”
Teoria dos frutos da árvore envenenada – tudo o que for originado de uma prova ilícita deve ser considerado ilícito e ser desentranhado dos autos.
Exceções à teoria:
Teoria da fonte independente: há outras provas no processo que não decorreram da prova ilícita, não havendo assim contaminação. Assim, não haverá que se falar em nulidade;
Art. 157, §1º, CPP (1ª parte)- São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras...
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Exercício
(XIV EXAME) O Delegado de Polícia, desconfiado de que Fabiano é o líder de uma quadrilha que realiza assaltos à mão armada na região, decide, com a sua equipe, realizar uma interceptação telefônica sem autorização judicial. Durante algumas semanas, escutaram diversas conversas, por meio das quais descobriram o local onde a res furtiva era armazenada para posterior revenda. Com essa informação, o Delegado de Polícia representou pela busca e apreensão a ser realizada na residência suspeita, sendo tal diligência autorizada pelo Juízo competente. Munidos do mandado de busca e apreensão, ingressam na residência encontrando diversos objetos fruto de roubo, como joias, celulares, documentos de identidade etc., tudo conforme indicou a interceptação telefônica. Assim, Fabiano foi conduzido à Delegacia, onde se registrou a ocorrência. Acerca do caso narrado, assinale a opção correta. 
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Exercício
A) A realização da busca e apreensão é admissível, tendo em vista que houve autorização prévia do juízo competente, existindo justa causa para ajuizamento da ação penal. 
B) A realização da busca e apreensão é admissível, apesar da interceptação telefônica ter sido realizada sem autorização judicial, existindo justa causa para ajuizamento da ação penal. 
C) A realização da busca e apreensão não é admissível porque houve representação do Delegado de Polícia, não existindo justa causa para o ajuizamento da ação penal. 
D) A realização da busca e apreensão não é admissível, pois derivou de uma interceptação telefônica ilícita, aplicando-se a teoria dos frutos da árvore envenenada, não existindo justa causa para o ajuizamento da ação penal.
Prova
Prova emprestada
Conceito: é aquela prova produzida em processo e transportada para outro.
Requisitos: 
		a) Mesmas partes;
		b) Contraditório no processo originário;
		
Prova
Ônus da prova e Sistema de apreciação da prova
Conceito: é o encargo atribuído à parte de provar aquilo que alega: Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer......
Ônus da prova e presunção de inocência (in dubio pro reo): o encargo de se provar a responsabilidade criminal do agente é do titular da ação penal. Havendo dúvida deverá o réu ser absolvido.
Sistema da convicção motivada/persuasão racional: o juiz é livre para apreciar as provas, contudo deverá fundamentar na lei suas escolhas.
Prova
Corpo de delito
Conceito: é o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixados pela infração penal.
Exame de corpo de delito: é uma análise feita por pessoas com conhecimentos técnicos ou científicos sobre os vestígios materiais deixados pela infração penal. É uma das espécies de exame pericial.
Valor do laudo: o juiz não fica vinculado ao resultado do laudo.
Prova
Exames periciais
Considerações gerais:
Peritos:
	. É nomeado pelo juiz, sem interferência das partes;
	.Um só perito oficial;
	. Curso Universitário (salvo os já concursados ao tempo da lei 11.690/08);
	. Ausente perito oficial: 02 pessoas idôneas com curso superior, de preferência na área da pesquisa;
	Imparcialidade dos peritos. Aplica-se as regras da suspeição aos magistrados (art. 105, CPP).
Prova
Necessidade do laudo pericial
É peremptória a realização de exame de corpo de delito direto ou indireto quando a infração deixar vestígios.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Ausentes os vestígios para realização do exame: exame indireto – testemunha.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Prova
Necessidade do laudo pericial
Consequência pela não realização de perícia (mesmo que indireta): nulidade!
        Art. 564.  A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
        III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
        b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
Crime do art.342, CP –falsa perícia
Prova
Interrogatório do acusado
Conceito: momento em que o acusado poderá esboçar sua versão sobre os fatos a ele imputados;
Natureza jurídica: meio de prova e meio de defesa. Sua ausência gera nulidade absoluta (art.564, III, “e”)
Reinterrogatório: sempre que o juiz entender necessário, de ofício ou a pedido das partes, poderá proceder a novo interrogatório do réu.
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.
Prova
Interrogatório do acusado
5.4) Direito ao silêncio no interrogatório
Art. 5º, LXIII, CF - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.
 Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa
Prova
Formalidades no interrogatório
Em regra, público;
Personalíssimo;
Obrigatória a presença de defesa técnica (Defensor), sob pena de nulidade;
Havendo corréus, serão ouvidos separadamente;
Permite-se que o defensor do corréu faça perguntas ao interrogado;
Admite-se sua realização por carta precatória;
Réu não é testemunha, de modo que se mentir não responde pelo crime do art.342, CP
Prova
Procedimento do interrogatório
Preliminares: 
	.Entrevista particular com seu defensor;
	.Ciência da acusação;
	. Informado sobre seu direito ao silêncio;
b) Conteúdo:
	. Dados sobre a qualificação do acusado;
	. Juiz indagará o acusado sobre os fatos;
	. Indaga-se às partes sobre se há algum ponto a ser esclarecido; 	
Prova
Interrogatório por videoconferência
Previsão legal: (Lei 11.900/09, nova redação ao art. 185, §2º e seguintes, CPP)
HIPÓTESES: 
A) prevenir
risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; 
B) viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
Prova 
Interrogatório por videoconferência
C) impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; 
D) responder à gravíssima questão de ordem pública.
Prova
Exercício
(Exame XVIII) O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Cristiano, Luiz e Leonel pela prática do crime de associação para o tráfico. Na audiência designada para realização dos interrogatórios, Cristiano, preso em outra unidade da Federação, foi interrogado através de vídeoconferência. Luiz foi interrogado na presença física do magistrado e respondeu às perguntas realizadas. Já Leonel optou por permanecer em silêncio. 
Sobre o interrogatório, considerando as informações narradas, assinale a afirmativa correta.
Prova
Exercício
A) O interrogatório judicial, notadamente após o advento da Lei nº 10.792/2003, deve ser interpretado apenas como meio de prova e não também como ato de defesa dos acusados. 
B) Luiz, ainda que não impute crime a terceiro, não poderá mentir sobre os fatos a ele imputados, apesar de poder permanecer em silêncio. 
C) A defesa técnica de Cristiano não poderá, em hipótese alguma, formular perguntas para o corréu Luiz. 
D) O interrogatório por vídeoconferência de Cristiano pode ser considerado válido se fundamentado, pelo magistrado, no risco concreto de fuga durante o deslocamento. 
Prova
Confissão
Conceito: é reconhecer a autoria da imputação ou dos fatos objeto da investigação preliminar.
Espécies:
	a) Quanto ao local ou autoridade: judicial ou extrajudicial;
	b) Quanto aos efeitos: simples ou qualificada;
	c) Quanto à forma: expressa ou tácita.
Prova
Confissão
Retratação: é possível
Valor probatório: relativo. Obs: Crime do art.341, CP (autoacusação falsa)
Delação premiada: admitida em alguns casos, quando o agente além de confessar aponta os demais coautores e partícipes do crime.
Atenuante: art.65, III, “d”, CP. 
STJ, n.545 Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.
Prova
Perguntas ao ofendido
Conceito: é o valor dado à narrativa da vítima quanto ao crime que sofreu.
Valor probatório: relativo. 
Compromisso com a verdade: a vítima não responde pelo crime previsto no art.342, CP – fato atípico.
Prova
Perguntas ao ofendido
Condução coercitiva;
Art. 201, § 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade
Comunicação dos atos processuais;
Art. 201, § 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. 
Prova
Testemunhas
Conceito: é pessoa desinteressada que declara em juízo o que sabe sobre os fatos.
 Recusa:
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Prova
Testemunhas
Impedimento:
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Deveres: 
	.Comparecimento;
	.Compromisso com a verdade – crime de falso testemunho (art. 342, CP);
	.Informação para fácil localização.
Prova
Procedimento para depoimento de testemunha
- Incomunicabilidade das testemunhas;
O juiz advertirá a testemunha sobre o compromisso com a verdade;
A testemunha é qualificada;
As partes poderão alegar circunstância ou defeito que torne a testemunha suspeita de parcialidade ou indigna de fé (Contraditar a testemunha)
Prova
Acareação
Conceito: é pôr na presença, uma da outra, face a face, pessoas com declarações divergentes.
Pressupostos: 
	. Depoimentos já prestados;
	. Divergência relevante nos relatos.
Valor probatório: relativo.
Prova
Interceptação Telefônica
Previsão legal: Lei 9.296/96
A lei em questão regulamenta o art.5º, XII, CF.
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) – Normal penal de eficácia limitada, ou seja, depende de lei regulamentadora.
Prova
Interceptação Telefônica
Abrangência da lei de interceptações telefônicas: 
 
Interceptação telefônica (em sentido estrito) – é a captação da conversa telefônica por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores (lei 9.296/96)
Escuta telefônica – é a captação da comunicação telefônica, feita por um terceiro, mas com o conhecimento de um dos interlocutores; (lei 9.296/96)
Gravação telefônica (“gravação clandestina” expressão utilizada pelo STF na AP 447) – é a captação da comunicação telefônica feita por um dos interlocutores da conversa. 
Interceptação, Escuta e Gravação Ambiental – são os mesmo conceitos acima, mas aplicados na conversa ambiente, e não via telefone.
Prova
Interceptação Telefônica
Requisitos legais para a interceptação telefônica:
Os requisitos legais, ou seja, que estão na lei 9.296/96 são negativos, ao passo que fora aquelas hipóteses a interceptação é permitida. Vejamos:
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
Prova
Interceptação Telefônica
- não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; (A lei não exige prova da materialidade para a decretação da interceptação).
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; (A interceptação telefônica deve ser imprescindível, ao passo que se houver outro meio para se captar a prova não é possível a interceptação telefônica. A interceptação é um meio de prova subsidiário. Ex: o juiz não pode decretar interceptação telefônica com base em denúncia anônima).
Prova
Interceptação Telefônica
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. (O crime deve ser punido com pena de reclusão, p.ex. não é possível a interceptação telefônica para se apurar um crime de ameaça. Todavia, a interceptação poderá ser usada como prova em crime apenado com detenção ou contravenção penal, desde que sejam conexos ao crime de reclusão para o qual foi decretada a interceptação).
Prova
Interceptação Telefônica
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. (Fenômeno da Serendipidade/Descoberta fortuita de novo crime ou novo criminoso)
A interceptação é válida como prova desde que o crimes/criminosos descobertos fortuitamente sejam conexos com o crime motivo da interceptação. Se não houver a conexão a intercepção valerá como notícia crime para o início de uma nova investigação e não como prova. Prevalece esse entendimento na doutrina, STF e STJ (Deve ser a posição adotada na OAB).
Prova
Interceptação Telefônica
Crime de interceptação telefônica sem autorização judicial (art.10):
Art. 10. Constitui crime realizar
interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Prova
Exercício
(Exame XVIII) Determinada autoridade policial recebeu informações de vizinhos de Lucas dando conta de que ele possuía arma de fogo calibre .38 em sua casa, razão pela qual resolveu indiciá- lo pela prática de crime de posse de arma de fogo de uso permitido, infração de médio potencial ofensivo, punida com pena de detenção de 01 a 03 anos e multa. No curso das investigações, requereu ao Judiciário interceptação telefônica da linha do aparelho celular de Lucas para melhor investigar a prática do crime mencionado, tendo sido o pedido deferido. 
Prova
Exercício
De acordo com a situação narrada, a prova oriunda da interceptação deve ser considerada 
ilícita, pois somente o Ministério Público tem legitimidade para representar pela medida. 
B) válida, desde que tenha sido deferida por ordem do juiz competente para ação principal. 
C) ilícita, pois o crime investigado é punido com detenção. 
D) ilícita, assim como as dela derivadas, ainda que estas pudessem ser obtidas por fonte independente da primeira.

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