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Apostila de Farmacologia - Gerência de Risco HEPII __________________________________________________________________________________________ I – INTRODUÇÃO: Conceitos Droga Fármaco Medicamento Remédio II – INTRODUÇÃO: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO ( ENTERAIS: ORAL SUBLINGUAL RETAL ( PARENTERAIS INTRAVENOSA INTRAMUSCULAR SUBCUTÂNEA INTRADÉRMICA ( OUTRAS INALATÓRIA INTRATECAL TÓPICA TRANSDÉRMICA III – ABSORÇÃO DE FÁRMACOS Difusão passiva Transporte ativo FATORES QUE INFLUENCIAM A ABSORÇÃO: Idade, patologia; Forma farmacêutica / Tamanho das partículas; Fluxo sanguíneo local; Superfície de absorção; Trânsito gástrico; pH do meio BIODISPONIBILIDADE DEFINIÇÃO: FATORES QUE INTERFEREM NA BIODISPONIBILIDADE: *Metabolismo hepático de primeira passagem; *Solubilidade do fármaco; *Instabilidade química; *Natureza da formulação do medicamento Distribuição das drogas 1ª Fase) Coração, fígado, rins, cérebro e outros órgãos altamente perfundidos recebem a maior parte da droga durante os primeiros minutos após a absorção. A liberação da droga para os músculos, maioria das vísceras, pele e gordura é lenta. 2ª Fase) Redistribuição: A droga que acumulou-se em determinado tecido (reservatório), sofre depois uma redistribuição. V – METABOLISMO DE FÁRMACOS ( INTRODUÇÃO Absorção ( Distribuição ( Metabolismo ( Eliminação ( * Renal ( * Hepatobiliar (fezes) ( * Pulmonar ( * Outros (suor,leite, etc.) ( CONCEITO É a biotransformação química das drogas em metabólitos, que geralmente são mais hidrossolúveis, mais facilmente elimináveis na urina. Biotransformação Hepática ( Ocorrência: Fígado ( O sistema citocromo P450 ( Enzimas microssomais ( Fases do metabolismo: Fase I: Conjunto de reações que aumentam a reatividade, preparando para a fase II. Fase II: Reações de conjugação, que aumento a hidrofilicidade, facilitando a eliminação urinária. Fármaco Metabólito Metabólito Fase I Fase II Eliminação Renal VI – ELIMINAÇÃO DE FÁRMACOS Eliminação urinária *Clearance renal *Taxa de Filtração glomerular *Secreção tubular ativa - túbulos proximais *Reabsorção tubular (passiva) – túbulos distais -pH e grau de ionização -Sais ácidos e sais alcalinos – “armadilha iônica” Natureza da droga TAXA DE ELIMINAÇÃO pH urinário ácido pH urinário alcalino Droga ácida ( ( Droga básica ( ( Eliminação fecal Sistema hepatobiliar: Circulação entero-hepático FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO(SNA) INTRODUÇÃO: ANÁTOMO-FISIOLOGIA DO SNA SISTEMA NERVOSO = SNCentral + SNPeriférico SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO = SNSimpático + SNParassimpático SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO = TORACOLOMBAR SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO = CRANIOSSACRAL FIBRA PRÉ-GANGLIONAR >> FIBRA PÓS-GANGLIONAR Principais tipos de Neurônios OS PONTOS DE LIGAÇÃO ENTRE NEURÔNIOS, OU DE NEURÕNIOS COM MÚSCULOS SÃO CHAMADOS DE SINAPSES. NAS SINAPSES, O NEURÔNIO PRÉ-SINÁPTICO LIBERA NEUROTRANSMISSORES. ESSES NEUROTRANSMISSORES ATINGEM RECEPTORES NO NEURÕNIO PÓS-SINAPTICO, PROVOCANDO UMA DESPOLARIZAÇÃO NO ÚLTIMO. EXEMPLOS DE NEUROTRANSMISSORES: Acetilcolina (Ach), Noradrenalina (NA), Dopamina (D), Serotonina (5-HT), GABA, glutamato, etc. NEUROTRANSMISSORES DO SNA SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO FIBRA NEUROTRANSMISSOR LIBERADO RECEPTOR PRÉ-GANGLIONAR Ach, liberada nos gânglios NICOTÍNICO (na fibra pos) PÓS-GANGIONAR Ach, liberada nos órgãos MUSCARÍNICO (M1, M2 ou M3) (nos órgãos) SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO FIBRA NEUROTRANSMISSOR LIBERADO RECEPTOR PRÉ-GANGLIONAR Ach, liberada nos gânglios NICOTÍNICO (na fibra pos) PÓS-GANGIONAR Ach, liberada nos órgãos MUSCARÍNICO (M1, M2 ou M3) (nos órgãos) Dopamina (D), liberada no músculo liso vascular renal DOPAMINÉRGICO (D1) (no músculo liso vascular renal) Noradrenalina (NA), liberada nos órgãos. NORADRENÉRGICO (1, (2, (1, (2, (3 OBS: NORADRENALINA(norepinefrina) ( ADRENALINA (epinefrina) RECEPTORES DA ACETILCOLINA RECEPTORES NICOTÍNICOS (ionotrópicos) (Junção neuromuscular (nos músculos) (Gânglios autonômicos (neuronais) (Sistema nervoso central (neuronais) (Medula adrenal (glândula supra-renal) AGONISTAS: ( Receptores nicotínicos neuronais ( Acetilcolina, Decametonio Transmissão ganglionar ( Receptores nicotínicos musculares ( Acetilcolina ANTAGONISTAS ( Receptores nicotínicos neuronais ( Trimetafan* * ( p.a em cirurgias Hexametônio ( Receptores nicotínicos musculares ( Tubocurarina ** Relaxante muscular em anestesia Pancurônio** Atracúrio (-bungarotoxina RECEPTORES MUSCARÍNICOS M1 ( Neurônios do SNC ( Células parietais ( estômago ( Estímulo do aumento da Secreção Ácida AGONISTA ( Acetilcolina ANTAGONISTAS ( Atropina (não seletivo) ( Pirenzepina (seletivo p/ M1)? ( Tratamento de Úlcera Péptica (pouco usual) M2 ( Miocárdio (cardiodepressão) Promove ( Freqüência cardíaca e força de contração cardíaca AGONISTA ( Acetilcolina ANTAGONISTAS ( Atropina ( Galamina (seletivo?) M3 ( Glândulas Exócrinas (salivares, lacrimais, sudoríparas,...) (Aumento da Secreção ( Endotélio Vascular ( Musculatura lisa ( Esse receptor promove Contração do músculo liso ( ( Brônquios ( broncoconstrição ( Tubo gastrointestinal (GI) ( ( motilidade GI (obs: diarréia?) ( Olhos ( Músculo ciliar e constritor da pupila ( Miose (( Pressão intra-ocular ( Pênis ( Ereção?? ( Esfíncteres (( Relaxamento = retenção ( Miométrio( aumento da contração uterina (“cólicas”, aborto!!!!) AGONISTAS ( Acetilcolina ( Pilocarpina (( colírios) ( Glaucoma agudo ANTAGONISTAS ( Atropina ( Hioscina ( Relaxamento da musculatura lisa GI ( Antiespasmódico e ( secreção ácida (estômago) ( Broneto de Ipratrópio ( Asma ( inalação ( broncodilatação (Atrovent() ((absorção) ( Tropicamida e Ciclopentolato ( colírio ( delata pupila (ação curta) (ação prolongada) (midríase) ( EXAMES OFTAMOLÓGICOS ANTICOLINESTERÁSICOS ( Inibem a Acetilcolinesterase (AchE) ACh AChE Acetato + Colina ANTICOLINESTERÁSICOS DE AÇÃO CURTA ( Edrofônio Diagnóstico de miastemia grave ( fraqueza muscular ( (perda de receptores nicotínicos auto-imune) ANTICOLINESTERÁSICOS DE AÇÃO MÉDIA ( Neostigminae Piridostigmina ( Reverter bloqueio neuromuscular Tratamento VO para miastemia ( Fisiostigmina ( Veneno ( feijão Calabar ou ardinário ( atravessa BHE. ANTICOLINESTERÁSICOS IRREVERSSÍVEIS ( Organofosforados (inseticidas) ( Neurotoxicidade (desmielinização dos nervos) ( Carbamatos ( (“chumbinho”) OBS: Parassimpáticomimético ANTICOLINÉRGICO = Colinérgico # ( Antagonista = Agonista colinérgico colinérgico TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA CATECOLAMINAS: PRODUÇÃO ARMAZENAMENTO LIBERAÇÃO METABOLISMO TIROSINA ( DOPA ( DOPAMINA ( NOREPINEFRINA ( ADRENALINA CARACTERÍSTICAS DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS (1: - MUSCULATURA LISA / FÍGADO / GLÂNDULAS SALIVARES Vasos sanguíneos ( vasoconstrição Brônquios ( constrição Útero ( contração Esfíncter ( contração Fígado ( glicogenolise Glândulas salivares ( liberação de K+ AGONISTAS SELETIVOS: Fenilefrina; Oximetazolina (“descongestionantes”) (Afrin) ANTAGONISTAS SELETIVOS: Prazosina; Doxazocina (“anti-hipertensivos”) PTNG ( FOSFOLIPASE C ( ( I P3; ( DAG; ( Ca+2 (2: - MÚSCULO LISO DOS VASOS SANGÜÍNEOS ( Vasodilatação - PÂNCREAS (ilhotas pancreáticas) ( da secreção de insulina - MODULAÇÃO (neuromodulação) ( pré-sináptica ( liberação de NA (homotrópica) - AGONISTAS SELETIVOS Clonidina, Clembuterol (tratamento de hipertensão severa) - ANTAGONISTAS SELETIVOS Ioimbina, Idazoxan PTNG i ( ( AMP-C ( ( Canais Ca (1: - CORAÇÃO: ( Freqüência cardíaca ( Força de contração cardíaca - TERMINAÇÕES NERVOSAS SIMPÁTICAS ( Liberação de NA AGONISTAS SELETIVOS: Dobutamina (usado para reversão de parada cardíaca) ANTAGONISTAS: Atenol, Metoprolol, Propranolol (anti-hipertensivos) (2: - MUSCULATURA LISA ( VASOS SANGÜÍNEOS (esse receptor promove vasodilatação ( BRONQUIOS ( broncodilatação ( ESFÍNCTERES ( contração ( MÚSCULO ESQUELÉTICO ( tremor; ( da massa muscular. Velocidade e força de contração. ( MASTÓCITOS ( inibição da liberação de histamina AGONISTAS SELETIVOS: Salbutamol (aerolin(, Salmeterol) (tratamento da crise aguda de asma) ANTAGONISTAS: Butoxamina (3: - TECIDO ADIPOSO ( Lipólise (quebra de Triglicerídeos) DROGAS SIMPATICOMIMÉTICAS ADRENALINA ( Vasoconstrição e estimulação cardíaca ISOPRENALINA ( Pouco efeito sobre os receptores alfa; Ativação dos receptores beta. DOPAMINA ( Ativa receptores D1 em alguns leitos vasculares, promovendo vasodilatação. Tem efeito estimulante cardíaco nos receptores beta. EFEDRINA ( Descongestionantes nasais administrados por via oral. Efeito prolongado. ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS INTRODUÇÃO: INFLAMAÇÃO RESPOSTA A PRESENÇA DE UM PATÓGENO INVASOR (MICRORGANISMO CAUSADOR DE DOENÇA) OU À PRESENÇA DE UMA SUSTÂNCIA NOCIVA. CONSISTE EM UM CONJUNTO DE REAÇÕES IMUNOLÓGICAMENTE ESPECÍFICAS E REAÇÕES DE ORIGEM NÃO IMUNOLÓGICAS (OU INATAS). OS COMPONENTES INATOS SÃO OS EVENTOS VASCULARES E OS EVENTOS CELULARES. EVENTOS VASCULARES: Vasodilatação; Aumento da permeabilidade vascular, com exudação. O exudato contem enzimas ( sistema das cininas e sistema do complemento) que dão origem a mediadores da inflamação. EVENTOS CELULARES: Estimulação da liberação de mediadores dos mastócitos (EX: HISTAMINA) por componentes do sistema complemento; Acúmulo de leucócitos nos tecidos; Ingestão e destruição dos microrganismos por leucócitos fagocíticos. RESPOSTAS SISTÊMICAS À INFLAMAÇÃO: Aumento da temperatura corporal; Aumento do número de leucócitos circulantes (leucocitose ou neutrofilia); Aumento dos níveis de proteínas plasmáticas conhecidas por proteínas de fase aguda (ex: Proteína C reativa). RESULTADO FINAL DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA: Morte do patógeno; Dano tissular ( morte de células, formação de pus, ulceração); Nesse caso podem ficar cicatrizes. Se o patógeno persistir(>> INFLAMAÇÃO CRÔNICA: reação lenta, que persiste por meses ou anos, e envolve a destruição do tecido. Mediadores químicos da inflamação e da Alergia: -Histamina; -Eicosanóides (Prostanóides, leucotrienos); - Fator de ativação das plaquetas (PAF); - Bradicinina; - Óxido Nítrico; - Neuropeptídeos; - Citocinas. HISTAMINA É uma amina (base) , armazenada em grânulos de mastócitos e basófilos; É secretada pelos mastócitos quando os componentes do sistema complemento interagem com a membrana celular ou quando o antígeno interage com a IgE fixada na superfície celular; RECEPTORES HISTAMINÉRGICOS: - H1: MÚSCULO LISO DOS BRÔNQUIOS, BRONQUÍOLOS, ÍLEO E ÚTERO: CONTRAÇÃO. Redução do fluxo do ar na asma brônquica.; Se houver grande liberação de histamina durante a gravidez, pode ocorrer aborto; Eritrema da pele (vasodilatação das pequenas arteríolas e dos esfíncteres pré-capilares), devido a atuação em receptores H1 do endotélio vascular; Prurido (estimulação das terminações nervosas); SNC: Histamina funciona como neurotransmissor e está relacionada a alguns tipos de vômito. - H2: Células parietais (estômago); Coração: Aumento da secreção ácida e da frequência cardíaca. - H3 (pré-sináptico): Está relacionado a inibição da liberação de alguns neurotransmissores. Principais efeitos da Histamina: Estimulação da secreção gástrica; Estimulação cardíaca; Vasodilatação; Aumento da permeabilidade vascular. FÁRMACOS ANTAGONISTAS HISTAMINÉRGICOS (ANTI-HISTAMÍNICOS) ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H1: Prometazina (Fernegan); Não-seletivo (H1 SNCentral e periférico) Dexclorfeniramina (Polaramine); Muito pouco seletivo. Loratadina (Claritin); Pouco seletivo no início do tratamento. Fexofenadina (Allegra); Muito seletivo, sobretudo para as vias aéreas. Tratamento de reações alérgicas cutâneas; asma brônquica, rinite alérgica. ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H2: *Cimetidina (Tagamet); *Ranitidina (Antak). Tratamento da úlcera péptica. EICOSANÓIDES Não são encontrados previamente formados nos tecidos. São produzidos a partir dos fosfolipídeos da membrana celular; É uma família de compostos que controla numerosos processos fisiológicos. São mediadores e moduladores da reação inflamatória. A principal fonte dos eicosanóides é o ácido araquidônico, um ácido graxo insaturado que é encontrado sob a forma esterificada nos fosfolipídeos da membrana. Os principais eicosanóides são as prostaglandinas, os tromboxanos e os leucotrienos, embora existam outros. A etapa inicial que envolve a formação dos eicosanóides é a produção do ácido araquidônico a partir dos fosfolipídeos de membrana, que é catalisada pela enzima fosfolipase A2. Os glicocorticóides ( antiinflamatórios esteroidais) inibem esta enzima. Em seguida, o ácido araquidônico é convertido em Endoperóxidos cíclicos pela enzima ciclooxigenase (COX), e estes vão dar origem a prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos. Os Antiinflamatório não-esteroidais inibem esta enzima, bloqueando a formação destes mediadores. CICLOOXIGENASE É encontrada sob duas formas: A COX-1 (é constituitiva, estando sempre presente nas células, inclusive nas plaquetas) e a COX-2 (é induzida por um estimulo inflamatório). Encontra-se geralmente ligada ao retículo endoplasmático. Ações dos prostanóides: -PGD2: Vasodilatação, inibição da agregação plaquetária; -PGE2: inibição da secreção gástrica de ácido, aumento da produção de muco (efeito gastroprotetor) e estimulaçãoda contração do útero gravídico. -PGF2(: contração do miométrio e broncoconstrição; -PGI2: Hiperalgésica. Vasodilatação e inibição da agregação plaquetária; -TXA2: vasoconstrição, agregação plaquetária e broncoconstrição Os prostanóides potencializam o efeito da histamina e sensibilizam as fibras C aferentes. Antiinflamatórios não-esteroidais MECANISMO: Atuam por inibição das isoformas da ciclooxigenase: A COX-1 e a COX-2. A COX-2 é a principal responsável pela formação dos mediadores prostanóides da inflamação. Os efeitos indesejáveis decorrem da inibição da COX-1. SELETIVIDADE: *Drogas seletivas para a COX-1: AAS, indometacina, sulindaco, piroxicam,; *Menos seletivos para a COX-1: ibuprofeno (Advil), Cetoprofeno (profenid) Paracetamol (Tylenol); *Equipotentes para ambas as enzimas: naproxeno (naprosin); flurbiprofeno, diclofenaco (cataflan, voltaren); *Mais seletivos para COX-2: Nimesulida (Nisulid), celecoxiba (Celebra) e rofecoxiba (Viox). OBSERVAÇÃO: ( Todas as drogas acima são analgésicas e antipiréticas. O que varia é a potência antiinflamatória. -Indometacina e piroxicam; máxima ação antiinflamatória; -Ibuprofeno e cetoprofeno: ação moderada; -Paracetamol: ação antiinflamatória mínima. ( A dipirona atua por mecanismo desconhecido. É um dos analgésicos mais eficientes por atuar também na dor visceral. Esta associada com uma baixa incidência de agranulocitose fatal. Em pacientes sensíveis pode ocorrer colapso cardiovascular pela administração endovenosa. O correto é empregá-la na dor refratária a outros analgésicos. ( O AAS inibe irreversivelmente a COX das plaquetas: efeito antiagregante plaquetário em baixas doses. EFEITOS COLATERAIS: LESÕES GÁSTRICAS PODENDO OCORRER SANGRAMENTO SALICILATOS: Em doses terapêuticas:sangramento gástrico, geralmente mínimo; Efeito local:No estômago: gastrite, devido à inibição da COX 1. Doses altas: tonteira, zumbido; Doses tóxicas; Acidose respiratória. Se administrada junto com Varfarina (Marevan, anticoagulante), aumenta muito o risco de sangramento. PARACETAMOL *Em doses terapêuticas: poucos e raros efeitos colaterais. *Doses tóxicas: náusea, vômitos e lesão hepática fatal. ANESTÉSICOS LOCAIS 1) INTRODUÇÃO: BIOELETROGÊNESE SEQUÊNCIA DE EVENTOS Células nervosas e musculares estriadas possuem excitabilidade elétrica devido à presença de canais de sódio ativados por voltagem que se abrem quando a membrana citoplasmática é despolarizada por neurotransmissores ou potenciais de ação. A abertura dos canais de sódio provoca uma corrente de íons sódio através da membrana, dirigida para dentro da célula, despolarizando-a ainda mais. A recuperação do potencial de membrana (repolarização) ocorre devido a: Inativação dos canais de sódio; Abertura dos canais de potássio, que gera uma corrente de potássio dirigida para fora da célula, repolarizando-a. 2) HISTÓRICO Índios da América do Sul: mascavam folhas de coca, que gera um efeito estimulante do SNC e dormência na boca e na língua. 1860- Cocaína foi isolada e sugerida como anestésico local para procedimentos cirúrgicos. 1884- Carl Koller- Cocaína em gotas oculares produzindo anestesia reversível da córnea. Em seguida: uso em odontologia e cirurgia geral. 1905- Procaína - primeiro substituto sintético da cocaína. 3) ASPECTOS QUÍMICOS As moléculas dos anestésicos locais constituem-se de uma parte apolar (anel aromático) ligada a uma parte polar (cadeia lateral básica ou alcalina) por uma ligação do tipo éster ou amida. A benzocaína não tem grupo básico. São bases fracas (pKa = 8 - 9), estando parcialmente ionizadas em pH fisiológico. 4) MECANISMO ( Os Anestésicos Locais (A L) bloqueiam o início e a propagação dos potenciais de ação, impedindo o aumento na condutância de sódio voltagem-dependente. (Os A L bloqueiam os canais de sódio formando uma espécie de “tampa” no poro do canal. ( A atividade anestésica local depende do pH do meio. É aumentada em pH alcalino (básico), pois o anestésico encontra-se predominantemente na forma não-ionizada. OBS: Tecidos inflamados apresentam pH ácido, sendo levemente resistentes aos Als. ( Vias de atuação dos Als: *Via hidrofóbica: 1o) Penetração na bainha do nervo; 2o) Penetração na membrana axônica; 3o) Região interna do canal de sódio, onde fica o sítio de ligação dos Als. *Via hidrofílica: Penetração através da boca do canal. A intensidade do efeito anestésico alcançado por esta via é dependente do uso. 5) ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS O tempo de início de ação varia com a velocidade com que o AL penetra nos tecidos e na bainha dos nervos; Ésteres são rapidamente hidrolisados pela colinesterase plasmática, possuindo, então, meia-vida menor do que a das amidas; As amidas são metabolizadas geralmente no fígado, onde são gerados metabólito ativo; A benzocaína possui solubilidade muito reduzida. É muito empregado em formulações para aplicação tópica, para o tratamento de lesões cutâneas dolorosas. 6) EFEITOS INDESEJÁVEIS Estimulação do SNC: agitação, tremor que pode progredir para convulsões e confusão mental; O aumento adicional da dose gera depressão do SNC, que pode levar a um quadro de depressão respiratória. A cocaína produz euforia em doses inferiores às que promovem convulsões, por inibir a recaptaçào de monoaminas (neurotransmissores, ex.: noradrenalina, serotonina, dopamina.) Efeitos cardiovasculares: depressão do miocárdio e vasodilatação (bloqueio de canais de sódio do miocárdio e da musculatura lisa vascular). A cocaína, ao contrário, por inibir a recaptação de noradrenalina, aumenta a atividade simpática, resultando em taquicardia, vasoconstrição e aumento da pressão arterial. DROGA INÍCIO (h) DURAÇÃO PENETRAÇÃO NOS TECIDOS MEIA-VIDA PLASMÁTICA COCAÍNA Médio Média Boa ( 1,5 h PROCAÍNA Médio Curta Precária <1h LIDOCAÍNA Rápido Média Boa ( 2 h TETRACAÍNA Muito lento Prolongada Moderada ( 2,5 h BUPIVACAÍNA Lento Prolongada Moderada ( 4-6 h PRILOCAÍNA Médio Média Moderada ( 2 h FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS INTRODUÇÃO: A ANSIEDADE ( Os ansiolíticos são utilizados por 10% da população dos países desenvolvidos. ( É difícil distinguir a ansiedade normal da patológica. ( Principais manifestações da ansiedade patológica: ( Queixa verbal ( Efeitos somáticos e autônomos: Inquietação, agitação, taquicardia, sudorese, choro, distúrbios gastrintestinais, distúrbio do sono. ( Interferência nas atividades produtivas normais. (ANSIEDADE E DEPRESSÃO AGENTES ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS: (BENZODIAZEPÍNICOS: Agentes ansiolíticos e hipnóticos. (AGONISTAS DOS RECEPTORES DE 5-HT: Ansiolíticos e muito pouco sedativos. (BARBITÚRICOS: O uso como ansiolíticos obsoleto. (ANTAGONISTAS (- ADRENÉRGICOS: Utilizados no tratamento de ansiedades com sintomas físicos incômodos (sudorese, tremor, taquicardia). OUTRAS DROGAS: - Hidrato de Cloral, paraldeído ( Obsoletos. - Anti-histamínico ( pílulas para dormir, geralmente para crianças (Ex: Prometazina, difenidramina). BENZODIAZEPÍNICOS (BDZ) Diazepam, bromazepam, nitrazepam, cloxazolam, clordiazepóxido, ( EFEITOS FARMACOLÓGICOS SOBRE O SNC: (MECANISMO: Os BDZ atuam potencializando a ação do GABA (neurotransmissor inibitório). Eles se ligam especificamente a um sítio regulador no receptor de GABA, aumentando a afinidade do receptor pelo neurotransmissor, levando a um aumento na freqüência de abertura dos canais de cloreto, gerando hiperpolarização, que dificulta ou impede a deflagração de potencias de ação. ( O FLUMAZENIL é um antagonista competitivo dos BDZ. Ele se liga a um sítiono receptor de GABA (orifício de ligação dos BDZ). ( ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS Os BDZ são, em geral, bem absorvidos quando administrados por via oral; Podem ser administrados pela via EV; A injeção IM resulta em absorção lenta; O Metabolismo hepático gera metabolitos ativos (geralmente glicuronídeos) ( CUIDADO efeito hipnótico prolongado em IDOSOS e HEPATOPATAS. ( Drogas de ação prolongada: Hipnóticos (nitrazepan) (EFEITOS INDESEJADOS: (TOXICIDADE AGUDA (SUPERDOSAGEM AGUDA) - Em superdosagem, os BDZ causam sono prolongado sem depressão cardiorespiratoria grave. Mas na presença de outros depressores do SNC, ocorre potencialização do efeito farmacológico. (EFEITOS COLATERAIS DURANTE O USO TERAPEUTICO - Sonolência, confusão, amnésia, diminuição da coordenação motora. (TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA BARBITÚRICOS Fenobarbital, ciclobarbital. ( MECANISMO ( Os barbitúricos se ligam em um sítio no receptor do GABA (diferente do sítio dos BZD), levando a um amento na freqüência de abertura dos canais de Cl( (cloreto). ( Superdosagem perigosa; alto grau de tolerância e dependência; indução microssomal. (Utilizados na anestesia e tratamento da epilepsia. ( Os barbitúricos podem promover parada cardiorrespiratória em doses elevadas!! Este efeito pode ser pronunciado se forem ingeridas bebidas alcoólicas ou se forem administradas outras drogas depressoras do SNC!!!!! DROGAS ANTIEPILÉTICAS (anticonvulsivantes) INTRODUÇÃO: A EPILEPSIA Afeta a 5% da população; -Evento característico: CRISE, que se pode estar associada à convulsão; -A crise é causada por uma descarga normal de alta freqüência de um grupo de neurônios, começando localmente e propagando-se em uma extensão variável, afetando outras áreas do cérebro. -As crises podem ser parciais ou generalizadas. O ataque envolve fenômenos motores, sensoriais ou comportamentais. ( CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE CRISES CONVULSIVAS CRISES PARCIAIS Crises parciais simples; Crises complexas parciais; Crises parciais secundariamente generalizadas CRISES GENERALIZADAS Crises tônico-clônicas generalizadas (“grande mal”); Crises de ausência (“pequeno mal”); Crises tônicas; Crises atônicas; Crises clônicas e mioclônicas; Espasmos infantis “MAL EPILÉTICO:” Condição fatal em que a atividade convulsiva torne-se ininterrupta. OBS: Descarga epilética repetida pode causar morte neuronal (excitotoxidade). (As terapias farmacológicas disponíveis mostram-se eficazes em 70-80% dos pacientes. MECANISMO DE AÇÃO DAS DROGAS ANTIEPILÉTICAS (FENITOÍNA (Hidantal() ( Bloqueio uso-dependente dos canais de sódio, inibindo a propagação da descarga. Bloqueia as descargas repetidas de alta freqüência. (EXCETO crises de ausência EFEITOS ADVERSOS: Hirsutismo; Anemia Megaloblástica. ( CARBAMAZEPINA (Tegretol)( ( Bloqueio uso-dependente dos canais de Na+ (sódio) ( TODOS os casos, EXCETO crises de ausência. (VALPROATO (Depakene() (Bloqueio dos canais de Na( e inativação da GABA-aminotransferase, levando ao aumento dos níveis de GABA. (Náuseas, queda capilar, etc... Utilizado nas crises de ausência concomitantes a quadros tônico-clônicos generalizados. ( ETOSSUXIMIDA ( Inibição da Na/K ATPase; inibição da GABA-aminotransferase. Podem ocorrer distúrbios gastrintestinais (náuseas, vômitos e dores), letargia, cefaléia, tonteira e euforia transitória. (EXCLUSIVA para os casos de crise de ausência. ( FENOBARBITAL (gardenal() ( Potencialização da ação do GABA. (TODOS os tipos de epilepsia, EXCETO ausência. (BENZODIAZEPÍNICOS (Potencialização da ação do GABA. Diazepam IV( Controle do estado de mal epilético. DROGAS BLOQUEADORAS NEUROMUSCULARES INTRODUÇÃO Bloqueio Neuromuscular: Não é utilizado como terapêutica. Adjuvante da anestesia quando se dispõe de ventilação artificial. NEUROFISIOLOGIA REFLEXOS SIMPLES DE CONTRAÇÃO EM RESPOSTA A ESTÍMULOS SENSORIAIS: NEUROTRANSMISSORES INIBITÓRIOS: GABA, GLICINA. DROGAS QUE INFLUENCIAM O TÔNUS DO MÚSCULO ESQUELÉTICO (SNC (Córtex Motor Cerebral) Miotonolíticos Diminuem o tônus muscular, através da estimulação dos interneurônios inibitórios. Exemplos: Benzodiazepínicos (Diazepam, bromazepam, etc.) Aumentam a afinidade do receptor pelo neurotransmissor. Baclofen (Baclofen(, Lioresal(- agonista do receptor de GABA Convulsivantes Aumentam o tônus muscular através da diminuição da inibição mediada pelos interneurônios inibitórios. Exemplos: Estricnina: É um antagonista do receptor de glicina. Gera convulsão motora. Toxina tetânica (Clostridium tetani): Inibe a liberação de glicina. Promove convulsão motora. Risco de vida devido a disordem nos músculos respiratórios. (INIBIDORES DA LIBERAÇÃO DE ACETILCOLINA MAGNÉSIO (Mg2+) Este cátion tem seus níveis elevados em algumas patologias. TOXINA BOTULÍNICA ( Clostridium botulinum ) É um dos venenos mais potentes. Ocasiona paralisia dos músculos respiratórios, podendo levar a morte. Dose letal para adultos: 0,000003 mg (3 x 10-6) RELAXANTES MUSCULARES Promovem paralisia flácida. Ajudam a garantir que os procedimentos cirúrgicos não sejam atrapalhados por contrações musculares dos pacientes. São adjuvantes dos anestésicos locais. Se dividem em duas classes: Agentes bloqueadores não-despolarizantes e Agentes bloqueadores despolarizantes. HISTÓRICO Índios da América do Sul: CURARE embebido em flechas para caçar e combater os inimigos. O curare é uma mistura de alcalóides de ocorrência naturalencotrados em diversas plantas. O princípio ativo é a D-TUBOCURARINA. A D-TUBOCURARINA não é utilizada na clínica. A partir dela foram desenvolvidos análogos sintéticos, com menos efeitos colaterais: Galamina Pancurônio (nome comercial: Pavulon, Pancuron) Vecurônio (Norcuron) Atracúrio (Tracur, Tracrium) Mivacúrio EFEITOS INDESEJADOS: Indução da liberação de histamina pelos mastócitos (não imunogêncica), levando a um quadro de broncoconstrição, urticária e hipotensão. Bloqueio ganglionar que gera redução da pressão arterial. ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS A administração é feita pela via endovenosa. Oque varia de uma droga para a outra é o tempo de início de ação e a duração do efeito relaxante muscular. O metabolismo principalmente hepático. Alguns são excretados de modo inalterado na urina. O atracúrio sofre hidrólise espontânea no plasma. O mivacúrio é hidrolisado pela colinesterase plasmática. MECANISMO Os bloqueadores não-despolarizantes atuam como antagonistas competitivos dos receptores nicotínicos de acetilcolina da placa terminal ou neuromuscular. EFEITOS Paralisia motora. Os primeiros músculos a serem paralisados são os oculares extrínsecos (causando visão dupla) e os pequenos músculos da face, extremidades e faringe (traz dificuldade de deglutição). Os músculos respiratórios são os últimos a serem afetados e os primeiros a se recuperarem. DROGA VELOCI-DADE DE INÍCIO DURA-ÇÃO PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS TUBOCURARI-NA* Lenta (> 5 Min) Prolongada (1 - 2 h) -Hipotensão (bloqueio ganglionar + liberação de histamina); -Broncoconstrição GALAMINA* Lenta Prolongada -Taquicardia ( antagonismo M2) PANCURÔNIO* Intermediária (2-3 min.) Prolongada -Sem hipotensão! ; - Taquicardia discreta VECURÔNIO* Intermediária Intermediária (30- 40 min.) - Poucos efeitos colaterais. ATRACÚRIO* Intermediária Intermediária (< 30 min.) -Hipotensão transitória (liberação de histamina). MIVACÚRIO*Rápida (1- 2 min) Curta (15 min) -Hipotensão transitória (liberação de histamina). SUXAMETÔNIO (Bloqueador despolarizante) Rápida Curta -Bradicardia (agonista M2); - Arritmias cardíacas; -Elevação da pressão intra-ocular (agonista nicotínico dos músculos extra-oculares); -Dor muscular após cirurgia. * Droga bloqueadora não-despolarizante. AGENTES BLOQUEADORES DESPOLARIZANTES Geram despolarização permanente na placa terminal da fibra muscular, impossibilitando a repolarização e a abertura dos canais de sódio. Há perda de excitabilidade elétrica. Ocorre espasmo muscular transitório (ou fasciculação) logo após a administração. Porque a despolarização inicial da placa terminal causa descarga de potenciais de ação na fibra muscular. FARMACOCINÉTICA Curta duração por serem hidrolisados pela colinesterrase plasmática. DROGAS # Decametônio: Caiu em desuso por ter ação muito prolongada. # Suxametônio: Constitui-se por duas moléculas de acetilcolina unidas através do grupo acetil. MECANISMO Agonista dos receptores nicotínicos EFEITOS INDESEJADOS Bradicardia (efeito agonista M2); Liberação de potássio (perda); Aumento da pressão intra-ocular (contração dos músculos extra-oculares que exercem pressão sobre o globo ocular); Paralisia prolongada: *Uso de anticolinesterásicos !(pacientes com glaucoma); *Recém-nascidos e hepatopatas! (possuem baixa atividade de colinesterase plasmática). FARMACOLOGIA DA DOR OPIÓIDES E OPIÁCEOS (AGENTES ANALGÉSICOS: -Fármacos semelhantes à morfina ( SNC (opióides) -Antiinfamatórios não-esteroidais ( SNC, SNP. -Anestésicos locais: SNP -Fármacos não-opióides de ação central (Ex: carbamazepina) FÁRMACOS ANALGÉSICOS ( OPIÓIDES: Substância endógena ou sintética que produz efeitos semelhantes à morfina. ( OPIDÁCEO: Droga sintética não-peptídica, com ações semelhantes à morfina. ( ÓPIO: * É o extrato do suco da papoula. Papaver somniferum ( Euforia, analgesia, sono e anti-diarreico. * Contém alcalóides de estrutura relacionada à morfina e papavenina (relaxante da musculatura lisa) ( ASPECTOS QUÍMICOS: * ANÁLOGOS DA MORFINA Diamorfina, Codeína, Nalorfina, Haloxana. ( ( (Heroína) ( Tylex( ) ( Setux( ) (DERIVADOS SINTÉTICOS COM ESTRUTURA NÃO RELACIONADA COM A DA MORFINA: - Série da Fenilpiperidina: ( Petidina (Meperidina, Dolosal() - Série da Metadona: ( Metadona Dextropropoxifeno (Doloxene() - Série do Benzorfan ( Pentazocina Ciclozocina LOPERAMIDA (IMOSEC() ( Não penetra no cérebro ( TGI RECEPTORES OPIÓIDES (,(,( MECANISMO CELULAR DE AÇÃO DOS OPIÓIDES - Os receptores opióides são acoplados a PTNG inibitória, que inibe a Adenilato ciclase ou canal iônico. - Promovem a abertura dos canais de potássio, causando hiperpolarização e inibem a abertura dos canais de cálcio regulados por voltagem (diminuindo a liberação de neurotransmissor). EFEITOS DA MORFINA ( SNC * ANALGESIA ( dor aguda e crônica * EUFORIA ( confortamento e bem-estar (Pronunciado nos aflitos. * DEPRESSÃO RESPIRATORIA ( diminuição da sensibilidade do centro respiratório bulbar ao ( da pCO2 * DEPRESSÃO DO REFLEXO DA TOSSE ( codeína (Setux() suprime a tosse em doses subanalgésicas. * NAUSEAS E VÔMITOS ( em 40% dos pacientes; (de sensibilidade da zona deflagradora quimiorreceptora. * CONTRIÇÃO PUPILAR (estimulação dos receptores (e ( do núcleo oculomotor ( pupilas mióticas, puntiformes. ( TRATO GASTROINTESTINAL ( ( do tônus do músculo liso ( ( da motilidade CONSTIPAÇÃO ( Ação central + inibição dos neurônios do plexo mioentérico ( OUTRAS AÇÕES * Liberação de histamina dos mastócitos; * Urticária e prurido no local de injeção; * Hipotensão e broncoconstrição; * Superdose aguda: coma e depressão respiratória; * Imunossupressão. ( DESENVOLVIMENTO DE TOLERÂNCIA ( ( da dose necessária para gerar atividade farmacológica. ( FARMACOCINÉTICA * Absorção oral lenta e errática * Vias IV ou IM usadas em dor intensa, aguda * Via oral: dor crônica * Meia-vida: 3 a 6 horas * Metabolismo: hepático; Glicuronídio ativo * Eliminação: Renal Glicuronídio Fecal ANTAGONISTA DA MORFINA * NALOXONA (ação curta) ( Produz dor clínica; reverte quadro de depressão respiratória. ( Gera quadro de síndrome de abstinência * NALTREXONA (ação longa) (, ( e (. DEPENDÊNCIA FÍSICA PSÍQUICA Esta associada à síndrome de abstinência fisiológica Desejo mórbido pela droga QUADRO Bocejos, dilatação pupilar, febre, sudorese, piloereção, náusea, diarréia, agitação, irritabilidade, desejo mórbido pela droga. Sintomas da SA (máximos) 8-10 dias A readministração abole rápido a síndrome. Bacteriostático: Inibe temporariamente o crescimento do microorganismo. O sucesso terapêutico vai depender do auxílio dos mecanismos de defesa do hospedeiro. Ex. Tetraciclinas e sulfonamidas. Bactericida: Fármaco que promove a morte do microorganismo. Devem ser utilizados quando as infecções não podem ser controladas pelos mecanismos de defesa do hospedeiro. Ex.: Beta-lactâmicos e aminoglicosídios. (Bacitracina, Ciclosserina, Vancomicina, Penicilinas, Cefalosporinas) A parede celular das bactérias é constituída por um polímero chamado de peptoglicano, que tem sua rigidez garantida pelas chamadas ligações cruzadas de transpeptidação. É mais espessa nas bactérias Gram-positivas. (Bacitracina, Vancomicina, e Ristocetina) Inibem as etapas iniciais da biossíntese do peptoglicano, anteriores à etapa de transpeptidação. VANCOMICINA Principais usos: Infecções hospitalares por gram +, colite pseudomembranosa e endocardite bacteriana em paciente alérgicos a penicilina. Pode ser administrada via intratecal para o tratamento de meningite pneumocócicas ou estafilococos graves. A Associação a penicilinas aumenta a ototoxicidade e nefrotoxicidase (Penicilinas +Cefalosporinas) São inibidores da transpeptidação, inibindo as enzimas transpeptidases. Ao atravessarem a parede celular se ligam às proteínas de ligação das penicilinas (PBP, que são os receptores bacterianos das drogas), que induzem a inibição das transpeptidases. A etapa seguinte é a inativação de um inibidor das enzimas hidrolases, que responsáveis pela destruição da parede celular. Nas bactérias Gram-negativas, existe uma membrana externa fosfolipídica que dificulta a passagem destes fármacos. Algumas bactérias podem ter a transpeptidação inibida, mas não sofrem lise. Mecanismo clínico de resistência mais importante: produção de beta-lactamases, que são enzimas que quebram o anel beta-lactâmico, inativando o antimicrobiano. Existem muitos tipos de beta-lactamases. Algumas beta-lactamases tem altíssima afinidade por compostos como o ácido clavulânico ou o sulbactam, impedindo que as beta-lactamases ataquem as penicilinas. EX.: Clavulin® (Amoxicilina+ Clavulanato) Alguns antibióticos beta-lactâmicos são resistentes à ação das beta-lactamases. (EX.:Meticilina, Cefoxitina) PENICILINAS TIPO DE PENICILINA ABSORÇÃO NO TGI PROPRIEDADES BENZILPENICILINAS E SIMILARES -Ativos contra a maioria dos cocos Gram-positivos e bactérias Gram-negativas. Benzilpenicilina (Penicilina G) Precária -Destruídos por beta-lactamases; -A penicilina G pode ser administrada por via i.m. (+benzatina ou procaína) ou endovenosacristalina; PENICILINAS RESISTENTES AS BETA-LACTAMASES -Espectro semelhante ao da benzilpenicilina, porém menos potentes. Hoje existem muitos estafilococos resistentes. Oxacilina Adequada -Administrado por via i.m. ou via oral Meticilina Precária PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO -Destruídas por beta-lactamases produzidas por S. aureus e por Gram-negativos. -O espectro é semelhante ao da benzilpenicilina . Apesar de menos potentes. Ampicilina Boa -A ampicilina pode ser administrada por vo. O alimento diminui sua absorção. Pode causar diarréia. -A amoxicilina leva a níveis sanguíneos mais elevados que a ampicilina e menos distúrbios no TGI. Amoxicilina Muito boa PENICILINAS DE ESPECTRO AMPLIADO* -*ampliado para incluir pseudomonas. São sensíveis as beta-lactamases. O espectro e idêntico ao das drogas de amplo espectro, incluindo pseudomonas; Carbenicilina Também é ativa contra PROBEUS Ticarcilina É a mais potente contra pseudomonas Azlocilina Muito ativa contra Pseudomonas e Kleibsiella. Piperacilina Possui maior potência contra Gram-negativos comuns Indicações Clínicas Drogas de escolha para: Meningite bacteriana (Benzilpenicilina) Infecções cutâneas e de tecidos moles Faringite (Amoxicilina) Otite (Amoxicilina) Infecção das vias aéreas (Amoxicilina) Sífilis (Penicilina Benzatina) Infecção por pseudomonas (piperacilina) EFEITOS INDESEJÁVEIS: -Reações de hipersensibilidade (podem ocorrer reações cruzadas); -Penicilinas de amplo espectro administradas por via oral alteram a microbiota bacteriana do intestino; ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS: -Não atravessam a BHE, a não ser que as meninges estejam inflamadas. Semelhante ao das penicilinas. Ligação a PTN ligante de penicilinas (PBP), seguida pela inibição da transpeptidação e ativação das hidrolases. Mecanismo de resistência: Penetração deficiente do fármaco Ausência de PBP Produção de Beta-lactamases (cefalosporinases) Falha de ativação das hidrolases São divididas em três gerações: Geração Drogas Atividade Primeira Cefalexina Cefalotina Cefazolina Cefadroxil Gram + e – Pouca atividade contra pseudomonas Segunda Cefaclor Cefoxitina Cefuroxima (BHE) Maior atividade contra Gram -. Menos ativas contra Gram + Terceira Ceftriaxona Cefotaxima Ceftazidima Maior atividade contra Gram -. Menos ativas contra Gram + (atravessam a BHE) Usos Clínicos: Profilaxia cirúrgica (primeira geração) (Cefazolina) Meningite bacteriana (terceira geração e cefuroxima) Efeitos adversos: Alergia. Pode haver alergia cruzada entre penicilinas e cefalosporinas. Toxicidade Tromboflebite Toxicidade renal Hipoprotrombinemia Distúrbios hemorrágicos Gentamicina, Amicacina, Neomicina, Tobramicina, Estreptomicina Mecanismo: Inibem a síntese de proteínas das bactérias por promoverem uma incorreção no reconhecimento códon-anticódon, sendo irreversível e letal. Uso principal: bacteremia e Ceci. Efeitos adversos: ototóxicos e nefrotóxicos. Quando utilizados por mais de 5 dias apresenta, mais risco. Os efeitos nefrotóxicos aumentam com o uso de diuréticos como furosemida e são potencialmente perigosos insuficiência renal. Resistência: Através da produção de transferases que destroem os antimicrobianos . A Amicacina é o mais resistente a essa enzima. Tetraciclina, Oxitetraciclina e Doxicilina Mecanismo: Inibem a síntese de proteínas das bactérias por se ligarem à subunidade 30S irreversivelmente, impedindo a ligação do RNAt. Amplo espectro de ação G + e – (Primeira escolha para cólera e peste, infecções das vias respiratórias e acne). Clamídias e sífilis. Efeitos adversos: Manchas nos dentes e deformação dentária, hipoplasia dentária, deformidades ósseas. Obs.: A tetraciclina se liga com íons divalentes como Ca+2 e Mg+2, ocorrendo quelação, impedindo a reabsorção do fármaco. Mecanismo: Liga-se irreversivelmente a subunidade 50S dos ribossomos das bactérias e impede a síntese de proteínas. Atinge a BHE, apresenta amplo espectro (G+ e -) Usos Clínicos: Infecções por Haemofilus influenza, meningites (pacientes que não usam penicilinas) e conjuntivite bacteriana Efeitos adversos: Depressão da medula óssea (pancitopenia) Anemia Fatal Síndrome do bebê cinzento (vômito, diarréia, flacidez, diminuição da temperatura corporal). Distúrbios gastrointestinais Eritromicina, Claritromicina, Azitromicina Mecanismo: Liga-se a subunidade 50S dos ribossomos das bactérias e impede a síntese de proteínas. Eritromicina: Usada em difteria, doenças genitais por clamídias e infecções do trato respiratório e sinusite. Azitromicina: Haemofilus influenza e toxoplasma gondii Claritromicina: Haemofilus influenza e Helicobacter pylori. Efeitos indesejáveis: distúrbios gastrointestinais, reações de hipersensibilidade, reações cutâneas, febre, distúrbios transitórios da audição e icterícia. Clindamicina Mecanismo: Se liga a subunidade 50S dos ribossomos das bactérias e impede a síntese de proteínas. Distribuição: Não atinge níveis terapêuticos nos SNC. Eliminação: A Clindamicina tem metabolização hepática e eliminação do metabólitos pela urina, bile e fezes Indicação: É efetivo sobre Staphylococcus aureus e Streptococcus do grupo A. Não apresenta atuação sobre gram-negativos aeróbicos. Tem boa atividade em anaeróbios gram-positivos e negativos, incluindo Clostridium perfringens e Bacteróides fragilis, sendo que neste último considerada droga de escolha. Cuidados: Insuficiência renal e hepática: Uso cuidadoso Uso durante a gestação ainda não esta estabelecido Administração e dosagem: Em infecções graves 2.400 mg/dia IV dividido a cada 6 ou 8 horas Em pacientes de insuficiência renal não e necessário redução da dose Toxicidade e Interação com drogas: Pode aumentar a ação dos agentes bloqueadores neuromusculares. Não pode ser administrado simultaneamente na mesma linha intravenosa clindamicina e aminoglicosídeos Efeitos adversos: Gastrointestinal: Náusea, Vômitos, diarréia, dor abdominal e colite pseudo-membranosa. Hipersensibilidade: Rash, reação anafilática e raramente eritema multiforme. Efeitos locais: Eritema e tromboflebite Outros efeitos: Elevação da bilirrubina, fosfatase alcalina, TGO e TGP, leucopenia, neutropenia, eosinofilia e trombocitopenia. Sulfametoxazol, Sulfasalazina Sulfadiazina Mecanismo: ocorre competição com ácido para-aminobenzóico (PABA) pela enzima diidropteroato sintetase, levando a diminuição do ácido fólico. São bacteriostáticos em baixa dose São bactericidas em alta dose Trimetoprima inibe a enzima diidrofolato redutase PABA ( (sulfonamidas – Análogas do PABA) Folato ( (Trimetoprima) Tetraidrofolato ( DNA Bacteriano Bactrim (Bacteriostático) Sulfametoxazol + Trimetoprima Uso clínico: infecções respiratórias, urinárias, salmonelose. Efeitos indesejáveis: hepatite, confusão mental, depressão da medula óssea, reações de hipersensibilidade, náusea vômito e diarréia. Norfloxacino, Ciprofloxacino, Ofloxacino Mecanismo: Inibem a enzima DNA-Girase (topoisomerase II) que é a responsável pelo superespiralamento do DNA, impedindo a formação das hélices do DNA. São eficazes contra gram + e -. Uso clínico: infecções urinárias complicadas, infecções respiratórias, otite externa, gonorréia e prostatite bacteriana. Interações medicamentosas: Medicamentos à base de ferro, magnésio, alumínio, cálcio, zinco, sucralfato ou antiácidos reduzem a absorção do ciprofloxacino. Este deve ser ingerido pelo menos 2h antes ou 4h após esses medicamentos. Pode intensificar a ação da warfarina e glibenclamidae potencializar a ação tóxica da teofilina, ciclosporina. A associação de doses altas de quinolonas e antiinflamatórios não esteroidais pode provocar convulsões. A probenecida reduz a excreção renal e a metoclopramida acelera a absorção do ciprofloxacino. Apresentam anel beta-lactâmico, mas diferem quimicamente das penicilinas e cefalosporinas. Espectro de ação: apresentam excelente atividade contra infecções resistentes. IMIPENEM (Tienam) dose usual: 0,5 a 1g, IV de 6/6 h ou de 8/8 h MEROPENEM (Meronen): dose usual: 0,5 a 1g, IV de 8/8 h Inadequado para Enterococcus sp. É o fármaco desse grupo de escolha para o tratamento de infecções do SNC, por apresentar menor propensão a convulsões. DIURÉTICOS INIBIDORES DA ANIDRASE CARBÔNICA A acetazolamida é uma sulfonamida sem atividade antibacteriana. Sua principal ação é inibir a enzima anidrase carbônica nas células epiteliais do túbulo proximal. Entretanto, os inibidores da anidrase carbônica são mais freqüentemente usados por outros efeitos farmacológicos que não o diurético, porque estes agentes são muito menos eficaz que as tiazidas ou os diuréticos de alça. Acetazolamida- Diamox (Merck Sharp & Dohme) Mecanismo de ação: A acetazolamida inibe a anidrase carbônica, localizada intracelularmente e na membrana apical do epitélio tubular proximal [OBS.: A anidrase carbônica catalisa a reação do CO com HO, formando H⁺ e HCOз⁻ (bicarbonato)]. A diminuição da capacidade em trocar Na⁺ por H⁺ na presença de acetazolamida resulta em discreta diurese. Adicionalmente, o HCOз⁻ é retido intraluminarmente com acentuada elevação do pH urinário. A perda de HCOз⁻ causa acidose metabólica hipoclorêmica e diminui a eficiência desse diurético após alguns dias de terapêutica. Alterações na composição dos eletrólitos da urina induzidas pela acetazolamida são as seguintes: Aumento de secreção na urina: Na⁺, K⁺, Ca⁺⁺ e HCOз⁻ Usos Terapêuticos: Tratamento do glaucoma: O uso mais comum da acetazolamida é para reduzir a elevação da pressão intra-ocular do glaucoma de ângulo aberto. A acetazolamida diminui a produção de humor aquoso, provavelmente bloqueando a anidrase carbônica no corpo ciliar do olho. Ela é útil no tratamento crônico do glaucoma, porém não deve ser usada na crise aguda; a pilocarpina é preferida na crise aguda em razão de seu efeito mais rápido. Epilepsia: A acetazolamida é algumas vezes utilizada no tratamento da epilepsia – tanto generalizada como parcial. Ela reduz a severidade e a magnitude das crises. Freqüentemente, a acetazolamida é usada cronicamente em conjunto com medicações antiepiléticas para aumentar o efeito destes fármacos. Mal das Montanhas: Menos comumente, a acetazolamida pode ser usada na profilaxia aguda das montanhas que ocorre em indivíduos sadios, fisicamente ativos, e que sobem rapidamente acima de 10.000 pés. A acetazolamida ministrada a noite por 5 dias antes da ascensão previne a fraqueza, falta de ar, tontura, náusea e edemas cerebral e pulmonar, característicos desta síndrome. Farmacocinética: A acetazolamida é administrada oralmente, uma vez ao dia. Reações Adversas: Podem ocorrer acidose metabólica (discreta), depleção de potássio, formação de cálculos renais, tontura e parestesias. DIURÉTICOS DE ALÇA OU POTENTES A bumetamida, a furosemida, a torsemida e o ácido etacrínico são quatro diuréticos que apresentam maior ação no ramo ascendente da alça de Henle. Comparados a todas as outras classes de diuréticos, estes fármacos apresentam a mais intensa eficácia na mobilização de Na⁺ e Cl⁻ no corpo. O ácido etacrínico apresenta curva dose-resposta mais abrupta que a furosemida; apresenta mais efeitos adversos que os outros diuréticos de alça e não é tão amplamente utilizado. A bumetanida é muito mais potente que a furosemida e seu uso está aumentado. Bumetanida, Furosemida (mais utilizado no Brasil), Torsemida, ácido Etacrínico Mecanismo de ação: Os diuréticos de alça inibem o co-trasnporte de Na⁺/K⁺/Cl⁻ da luz da membrana no ramo ascendente da alça de Henle. Assim, a reabsorção de Na⁺, K⁺ e Cl⁻ fica diminuída. Os diuréticos de alça são os mais eficazes entre os fármacos diuréticos porque o ramo ascendente é responsável pela reabsorção de 25% a 30% do NaCl filtrado, e as porções seguintes do néfron não conseguem compensar este aumento na sobrecarga de Na⁺. (OBS.: 70% A 75% são reabsorvidos no Túbulo Contorcido Proximal) Ações: Os diuréticos de alça agem rapidamente, mesmo em pacientes que apresentam função renal diminuída ou que não respondem a tiazídicos ou outros diuréticos. (OBS.: Os diuréticos de alça aumentam o conteúdo de Ca⁺⁺ na urina, enquanto os tiazídicos (ver adiante) diminuem a concentração de Ca⁺⁺ na urina). Os diuréticos de alça provocam diminuição da resistência vascular renal e aumentam o fluxo sangüíneo renal. Usos Terapêuticos: Os diuréticos de alça são os fármacos de escolha para reduzir o edema agudo de pulmão na insuficiência cardíaca congestiva. Em razão de seu rápido inicio de ação, estes fármacos são úteis em situações de emergência tais como o edema agudo de pulmão, no qual há necessidade de rápida diurese. Os diuréticos de alça (em conjunto com a hidratação) também são úteis no tratamento da hipercalemia porque eles estimulam a secreção tubular de Ca⁺⁺ . Farmacocinética: Os diuréticos de alça são administrados oral ou parenteralmente. A duração do efeito é relativamente curta: 1 a 4 horas. Reações Adversas: a.Ototoxicidade: A audição pode ser afetada pelos diuréticos de alça, particularmente quando usados em associação com antibióticos aminoglicosídeos. Pode ocorrer dano permanente, se o tratamento não for descontinuado. A função vestibular é menos atingida, mas também pode ser comprometida nos tratamentos combinados. b.Hiperuricemia: A furosemida e o ácido etacrínico competem com o ácido úrico pelos sistemas secretores renal e biliar, bloqueando a secreção desse ácido e, assim , causando a exacerbação das crises de gota. c.Hipovolemia aguda: Os diuréticos de alça podem promover intensa e rápida redução no volume sanguíneo, com a possibilidade de hipotensão, choque e arritmias cardíacas. D.Depleção de potássio: A intensa sobrecarga de Na⁺ presente no túbulo coletor resulta em depleção de potássio , que pode ser revertida pelo uso de diuréticos poupadores de potássio ou suplementação dietética de K⁺. TIAZÍDICOS E AGENTES CORRELATADOS Os tiazídicos são os fármacos diuréticos mais amplamente utilizados. São derivados sulfonamídicos e estruturalmente relacionados aos inibidores da anidrase carbônica. Os tiazídicos mostram atividade diurética significativamente maior que a acetazolamida e atuam no rim por mecanismo diferente. Todos tiazídicos atuam no túbulo distal e todos têm efeito diurético máximo igual, diferindo somente em potência, expressa na base de miligramas. HIDROCLOROTIAZIDA: Diurix® Drenol ® ; CLOTALIDONA:Higroton® ; Clorotiazida: A clorotiazida, protótipo do diurético tiazídico, foi o primeiro diurético moderno que foi ativo por via e oral e foi capaz de atuar no edema severo da cirrose e da insuficiência cardíaca congestiva com menor número de reações adversas. Suas propriedades são representativas do grupo tiazídico apesar de que derivados mais recentes, como a clorotiazida ou a clortalidona, são mais comumente usados. Mecanismo de Ação: Os derivados tiazídicos atuam principalmente no túbulo contorcido distal, diminuindo a reabsorção de Na⁺ pela inibição do co-transportador de Na⁺/Cl⁻ na luz da membrana. Apresenta menor efeito em túbulo proximal. Como resultado disso, estes fármacos aumentam a concentração de Na⁺/Cl⁻ no líquido tubular. O equilíbrio ácido-básico não é usualmente alterado. [OBS.: Em razão do local de ação dos derivados tiazídicos ser na luz da membrana estes fármacos precisam ser excretados para a luz tubular para serem efetivos. Assim, com a diminuição da função renal, os diuréticos tiazídicos perdem sua eficácia]. Ações:a.Aumento na excreção de Na⁺/Cl⁻: A clorotiazida provoca diurese com excreção aumentada de Na⁺ e Cl⁻ , o que pode causar na excreção de urina hiperosmolar. Este efeito é único entre as classes dos diuréticos, os quais habitualmente não produzem urina hiperosmolar. O efeito diurético não é afetado pelo estado ácido-básico do corpo,nem a clorotiazida costuma alterar o equilíbrio ácido-básico do sangue. b. Perda de K⁺ : Em razão de os tiazídicos aumentarem o Na⁺ no filtrado que alcança o túbulo distal, mais K⁺ é trocado por Na⁺ . Assim, o uso prolongado destes fármacos resulta em perda contínua de K⁺ pelo corpo. Então, é necessário mensurar o K⁺ sérico uma vez por mês (até mais freqüente no início da terapia) para assegurarmo-nos de que não está ocorrendo o desenvolvimento de hipocalemia. Freqüentemente, o K⁺ pode ser suplementado somente pela dieta, com o aumento de frutos cítricos, bananas e ameixas. Em alguns casos, o sal de K⁺ suplementar pode ser necessário. Diminuição Urinária na excreção de cálcio: Os diuréticos tiazídicos diminuem a quantidade de Ca⁺⁺na urina através de sua reabsorção. Isto contrasta com os diuréticos de alça, que aumenta a concentração de Ca ⁺⁺ na urina. Hiperuricemia: Os tiazídicos elevam o ácido úrico sérico por diminuírem a quantidade de ácido excretado através do sistema secretor de ácidos orgânicos. Sendo insolúvel, o ácido úrico deposita-se nas articulações e pode ocorrer importante crise aguda de gota em pacientes predispostos a isso. No entanto, é importante realizar exames sanguíneos, periódicos para mensurar os níveis de ácido úrico. Depleção volêmica: Pode causar hipotensão ortostática ou confusão mental. Hipercalemia: Os tiazídicos inibem a secreção de Ca⁺⁺, ocorrendo, algumas vezes, elevados níveis desse íon no sangue. Hiperglicemia: Pacientes portadores de Diabetes mellítus, em uso de tiazídicos para tratamento de hipertensão, podem tornar-se hiperglicêmicos e ter dificuldade para manter níveis apropriados de açúcar no sangue. Hipersensibilidades: São raras depressão da medula óssea, dermatites, vasculites necrosantes e nefrite intersticial. Hidroclorotiazida A Hidroclorotiazida é o derivado tiazídico que se mostrou mais popular entre os relacionados a seu grupo. Isto ocorre porque ela mostra muito menor capacidade para inibir a anidrase carbônica, quando comparada à clorotiazida. Por outro lado, sua eficácia é exatamente a mesma que a dos outros elementos do grupo. Clortalidona A clortalidona é um derivado tiazídico que se comporta como a hidroclorotiazida. Mostra uma duração de ação muito longa e, por isso, é freqüentemente utilizada no tratamento da hipertensão. É administrada uma vez ao dia para esta indicação. Análogos dos Tiazídicos 1.Metolazona: A metolazona é mais potente que os tiazídicos e, ao contrário deles, promove excreção de Na⁺ na insuficiência renal avançada. 2.Indapamida (Natrilix®): A indapamida é um diurético não-tiazídico, lipossolúvel, que apresenta longa duração de ação. Em baixas doses, mostra ação anti-hipertensiva significativa, com mínimos efeitos diuréticos. A indapamida é freqüentemente utilizada na insuficiência renal avançada para estimular a diurese adicional ao máximo alcançado pelos diuréticos de alça. A indapamida é metabolizada e excretada pelo trato gastrintestinal e pelos rins e, por isso, costuma acumula-se menos nos pacientes com insuficiência renal, podendo ser de utilidade em seu tratamento. DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO Estes agentes atuam no túbulo coletor, inibindo a reabsorção de Na⁺, a secreção de K⁺ e de H⁺. Os diuréticos poupadores de potássio são primariamente utilizados quando há excesso de aldosterona. O maior uso dos agentes poupadores de potássio é no tratamento da hipertensão, mais comumente em associação com um tiazídico. É extremamente importante que os pacientes tratados com qualquer diurético poupador de potássio sejam monitorizados em seus níveis de potássio. A suplementação potássica exógena é comumente descontinuada quando a terapêutica por poupadores de potássio for implantada. A.Espironolactona 1.Mecanismo de Ação: A espironolactona é um antagonista sintético da aldosterona que compete coma mesma pelos sítios receptores citoplasmáticos intracelulares. O complexo receptor para espironolactona é inativo, isto é, ele previne a translocação do complexo receptor em direção ao núcleo da célula-alvo e, dessa maneira, não se une ao DNA. Isto resulta na ausência de produção de proteínas que são normalmente sintetizadas em resposta à aldosterona. Estes mediadores de proteínas normalmente estimulam os locais de troca Na⁺ K⁺ do túbulo coletor. Assim, a falta de proteínas mediadoras impede a reabsorção de Na⁺ é a conseqüente secreção de K⁺ e H⁺. 2.Ações: Na maioria dos estados edematosos, os níveis sangüíneos de aldosterona são elevados, o que provoca a retenção de Na⁺ . Quando a espironolactona é administrada a um paciente com elevados níveis circulantes de aldosterona, o fármaco antagoniza a atividade do hormônio, resultando em retenção de K⁺ e excreção Na⁺ . Quando não há níveis circulantes significativos de aldosterona, como na moléstia de Addson (insuficiência renal primária), não ocorre efeito diurético do fármaco. 3.Usos Terapêuticas: a. Diurético: Apesar de a espironolactona ter pouca eficácia na mobilização de Na⁺ no corpo, em comparação com outros fármacos, ela tem a útil propriedade de causar retenção de K⁺ . Em razão desta ação, a espironolactona é freqüentemente administrada conjuntamente com um tiazídico ou diurético de alça para prevenir a excreção de K⁺ que, de outro modo, ocorreria com estes fármacos. b. Hiperaldosteronismo secundário: A espironolactona é o único diurético poupador de potássio que é usado rotineiramente sozinho para induzir o balanço de sal negativo absoluto. Ele é particularmente efetivo em situações clínicas associadas com hiperaldosteronismo secundário. 4.Farmacocinética: a espironolactona é completamente absorvida por via oral e liga-se fortemente as proteínas. É rapidamente convertida em um metabólito ativo, a canrenona. A ação da espironolactona é amplamente devido ao efeito da canrenona, que apresenta atividade bloqueadora de mineralocorticóides. A espironolactona induz o citocromo P-450 hepático. 5.Reações adversas: Em razão de a espironolactona assemelhar-se quimicamente aos hormônios esteroidais sexuais, ela apresenta pequena atividade hormonal e pode induzir ginecomastia nos homens e irregularidades menstruais nas mulheres. Por isso, este fármaco não deve ser administrado em elevadas doses cronicamente. Ele é mais eficiente quando utilizado em estados edematoso moderado, administrados por poucos dias de cada vez. Em baixas doses, a espironolactona pode ser usada cronicamente com poucos efeitos adversos. Podem ocorrer hipercalemia, náusea, letargia e confusão mental. Triamtereno e amilorídeo: bloqueiam os canais de transporte de Na+, disso resultando a diminuição da troca Na+/ K+. Eles mostram ações diuréticas poupadoras de K+ semelhantes às da espironolactona. Entretanto, a capacidade destes fármacos de bloquear o local de troca Na+/ K+ no túbulo coletor não depende da presença de aldosterona. Eles como, como a espironolactona, não são diuréticos muito eficazes. Tanto o Triamtereno como o amilorídeo são freqüentemente usados em associação com outros diuréticos em razão de suas propriedades poupadoras de potássio. Assim como a espironolactona, eles previnem a perda de K+ que ocorre como os tiazídicos e com a furosemida. Os efeitos adversos do Triamtereno são cãibras nas pernas e possibilidade de aumento de uréia circulante, bem como retenção de ácido úrico e K+. Diuréticos osmóticos: Algumas substâncias químicas simples e hidrofílicas, que são filtradas através do glomérulo, como o manitol e a uréia, promovem algum grau de diurese. Isto se deve à capacidade delas de carregar água consigo para o interior da luz tubular. Somente uma pequena quantidade de saispode ser adicionalmente excretada. Em razão de os diuréticos osmóticos serem usados para a obtenção de aumento na excreção de água em vez de Na+, eles não são úteis para tratar condições em que ocorre retenção de Na+. Os diuréticos osmóticos são o principal meio de tratamento para pacientes com pressão intracraniana aumentada, ou insuficiência renal aguda, drogas tóxicas e traumatismos. O manitol só pode ser usado por via intravenosa, pois não é absorvido se for administrado oralmente. FARMACOLOGIA DA COAGULAÇÃO HEMOSTASIA E TROMBOSE A hemostasia, definida como a interrupção da perda de sangue por vasos sanguíneos lesados, é essencial a vida. Uma ferida provoca vasoconstrição seguida de: Adesão e ativação das plaquetas (formando um tampão que interrompe o sangramento); Formação de fibrina; A trombose é uma condição patológica decorrente da ativação inapropriada dos mecanismos hemostáticos, formando um tampão no interior da vasculatura, não havendo sangramento. Os trombos (in vivo) devem ser distinguidos dos coágulos (in vitro) pois estes são amorfos e consistem em uma rede de fibrina que “seqüestra as células sangüíneas”. Já os trombos: Arterial (trombo branco): composto de plaquetas e leucócitos no interior de uma rede de fibrina, está associado com a arteriosclerose, interrompe o fluxo sanguíneo causando isquemia ou infarto, possui grande componente plaquetário; Venoso (trombo vermelho): consiste em uma pequena cabeça branca e uma grande cauda vermelha que lembra uma geléia. Possui um grande componente de fibrina e está associado à estase do sangue. O trombo pode ser desprender formando um embolo e alojar-se mais adiante causando isquemia ou infarto. A terapia farmacológica para promover a hemostasia é raramente utilizada, entretanto no tratamento da trombose é amplamente utilizada. As drogas afetam a hemostasia e a trombose de 3 maneiras: Ao modificar ma coagulação sanguínea (formação de fibrina); Ao modificar a função das plaquetas; Ao afetar a remoção da fibrina (fibrinólise); DROGAS QUE ATUAM SOBRE A CASCATA DE COAGULAÇÃO São utilizadas quando existe defeito na coagulação (deficiências genéticas de fatores de coagulação – hemofilia) ou coagulação indesejável (hepatopatia, deficiência de vitamina K ou terapia com anticoagulante oral excessiva). VITAMINA K É essencial para a formação dos fatores II, VII, IX e X. Todos estes fatores tem radicais de ácido ϒ-carboxiglutâmico, a ϒ-carboxilação ocorre após a síntese da cadeia e a carboxilase tem a vitamina K como co-fator. Administração da vitamina k (fitomenadiona): - via oral: necessita de sais biliares para absorção; -intramuscular ou intravenosa: preparado sintético hidrossolúvel, fosfato sódico de menadiona, leva mais tempo para atuar; Indicações - tratamento ou prevenção de: -sangramento devido ao uso de agentes anticoagulantes orais (por ex.: varfarina); -doença hemorrágica do recém nascido; -deficiências de vitamina K (por ex.: doença celíaca ou ausência de bile como na icterícia obstrutiva); TROMBOSE As principais drogas usadas: -Trombo Branco: agentes antiplaquetários (aspirina) e agentes fibrinolíticos (estreptoquinase); -Trombo Vermelho: anticoagulantes orais (por ex.: varfarina) e anticoagulantes injetáveis (heparina e inibidores da trombina: hirudina) ANTICOAGULANTES ORAIS -Atuam in vivo inibindo a redução da vitamina K, inibindo a ϒ-carboxilação dos radicais de ácido glutâmico nos fatores II, VII, IX e X. -Efeito tardio devido à meia-vida dos fatores, o primeiro a ser afetado é o fator VII com a meia-vida de 6 horas; Varfarina: administrada por via oral sofre absorção rápida e completa no trato gastrointestinal, possui pequeno volume de distribuição e liga-se fortemente à albumina plasmática. O efeito farmacológico máximo ocorre após 48 horas. O uso terapêutico da varfarina exige um cuidadoso equilíbrio entre a administração de uma dose muito pequena que não afeta a coagulação e uma dose excessiva que causa hemorragia. Os anticoagulantes orais atravessam orais atravessam a placenta e são teratogênicos. FATORES QUE POTENCIALIZAM OS ANTICOAGULANTES ORAIS Doenças: hepatopatia interfere na síntese dos fatores de coagulação; Febre e tireotoxicose, alta taxa metabólica, aumentam os efeitos dos anticoagulantes aumentando a degradação dos fatores. DROGAS: Agentes que inibem o metabolismo hepático das drogas: cimetidina, imipramina, clorafenicol e muitos azóis anti-fúngicos; Drogas que inibem a função plaquetária: antiinflamatórios não esteroidais; a aspirina aumenta o risco de sangramento quando administrado junto com a varfarina; Drogas que deslocam a varfarina do sítio de ligação na albumina: hidrato de cloral resulta no aumento da varfarina livre; Drogas que inibem a redução da vitamina K: cefalosporinas; Drogas que diminuem a disponibilidade de vitamina K: antibióticos de amplo espectro e sulfonamidas; FATORES QUE REDUZEM OS EFEITOS DOS ANTICOAGULANTES ORAIS Estado Fisiológico: hipotireoidismo (redução da degradação dos fatores de coagulação) ou gravidez (aumento da síntese dos fatores); Drogas: Drogas que induzem as enzimas P450 hepáticas aumentam a degradação de varfarina: rifampicina e barbitúricos; Drogas que reduzem a absorção: colestiramina; ANTICOAGULANTES INJETÁVEIS Heparina e Heparinas de Baixo Peso Molecular É uma família de glicosaminoglicanos sulfatados -Inibem a coagulação tanto in vivo quanto in vitro ativando a antitrombina III, um inibidor natural que inativa o fator Xa e a trombina; -Para inibir a trombina a heparina se liga à enzima e à antitrombina III; -As heparinas de baixo peso molecular possuem o mesmo efeito que a heparina sobre o fator X, porém exercem menos efeito sobre a trombina, apresenta efeito coagulante semelhante à heparina, com menor ação sobre a função plaquetária; -São administradas por via subcutânea ou VI, sendo rápido o início de sua ação. Administra-se uma dose padrão (Kg/peso corporal) sem necessidade de monitorização ou ajuste individual de dose. Efeitos indesejáveis: hemorragia, tratada interrompendo-se o tratamento e, se necessário, administrando-se sulfato de protamina (antagonista da heparina); USO CLÍNICO DOS ANTICOAGULANTES Prevenção da trombose venosa (no pré-operatório); Prevenção da extensão da trombose venosa profunda estabelecida ou da recidiva da embolia pulmonar; Prevenção da trombose e embolia em pacientes com fibrilação atrial; Prevenção da trombose em válvulas cardíacas protéticas; Prevenção da coagulação na circulação extra corpórea (durante hemodiálise); Além disso, a heparina é usada na angina estável; A heparina é utilizada na forma aguda para ação em curto prazo, enquanto a varfarina é utilizada para terapia prolongada; PLAQUETAS E DROGAS ANTIPLAQUETÁRIAS As plaquetas mantêm a integridade da circulação. O endotélio sadio impede a adesão das plaquetas. Quando ativadas sofrem uma série de reações essenciais à hemostasia para a cicatrização de vasos lesados; além disso possuem importância na inflamação. -As plaquetas aderem às áreas enfermas ou lesadas e tornam-se ativadas, i.e, modificam sua forma expondo os fosfolipídios de carga negativa e receptores de glicoproteína IIb/IIIa, e sintetizam e liberam mediadores como o tromboxano (Tx) A₂ e ADP que estimulam a agregação de outras plaquetas; -A agregação implica formação de ligações através de ligação do fibrinogênio aos receptores GP IIb/IIIa nas plaquetas adjacentes; -As plaquetas ativadas constituem o foco de localização para formação da fibrina; -Ocorre a liberação de fatores quimiotáticos e fatores de crescimento necessários para o processo de reparo, mas que também estão implicados na aterogenese. DROGAS ANTIPLAQUETÁRIAS Aspirina: inibe de modo irreversível a ciclooxigenase. O equilíbrio entrea prostaciclina (um inibidor da agregação produzido pelo endotélio vascular) e o TXA₂ (um estimulante da agregação produzido pelas plaquetas) encontra-se alterado, visto que o endotélio é capaz de sintetizar maiores quantidades de enzimas, o que não ocorre com as plaquetas. A síntese de TXA₂ só é recuperada com a formação de novas plaquetas. Outras agentes antiplaquetários: epoprestenol (protaciclina sintética), ticlopidina e clopidogrel (que inibem a expressão dos receptores GP IIb/IIIa em resposta ao ADP). USO CLÍNICO DAS DROGAS ANTIPLAQUETÁRIAS A principal droga é a aspirina. As indicações estão relacionadas com a trombose arterial e incluem: -Infarto agudo do miocárdio; -Alto risco de infarto agudo do miocárdio; a) Pacientes em recuperação de infarto; b) Pacientes com sintomas de arteriosclerose, incluindo angina, ataques isquêmicos cerebrais transitórios; -Após Angioplastia ou stenting da artéria coronariana; -AVC trombótico agudo; -Fibrilação atrial em pacientes que apresentam contra-indicação para anticoagulação oral; FIBRINÓLISE E DROGAS QUE MODIFICAM A FIBRINÓLISE Uma cascata fibrinolítica é iniciada concomitantemente com a cascata da coagulação, resultando na formação, dentro do coágulo, de plasmina, que digere a fibrina. Diversos agentes promovem a formação de plasmina a partir de seu precursor plasminogênico; -Por ex.: a estreptoquinase e sua pró-droga anistreplase (APSAC) e outros ativadores do plasminogênio tecidual; -A maioria pode ser infundida; USO CLÍNICO DOS AGENTES FIBRINOLÍTICOS As principais drogas incluem a estreptoquinase e os ativadores do plasminogênio tecidual e a indicação consiste em: -Infarto agudo do miocárdio, 12 horas após o início; -AVC trombótico agudo após 3 horas do início; -Trombose venosa profunda, embolia pulmonar, tromboembolismo arterial agudo e trombólise local na câmara anterior no olho. Efeitos indesejáveis: Sangramento, incluindo hemorragia gastrointestinal e AVC. Quando grave pode ser tratado com ácido tranexâmico (antifibrinolítico) plasma fresco ou fatores da coagulação. FARMACOLOGIA DO APARELHO DIGESTÓRIO PATOLOGIAS MAIS FREQÜENTES DO SISTEMA DIGETÓRIO Úlcera Péptica (gástrica ou duodenal); Refluxo Gastroesofágico; Estados patológicos de hipersecreção (Síndrome de Zollinger-Ellison- caracterizada por ulceração péptica severa do trato gastrointestinal com hipersecreção ácida gástrica, conseqüente à excessiva secreção de gastrina); PRINCIPAIS CAUSAS: Hipersecreção ácida; Infecção por Helicobacter pylori (úlceras recorrentes); Uso de drogas que diminuem a gastroproteção (ex.:antiinflamatórios não esteroidais); Secreção excessiva de moléculas endógenas Regulação do esfíncter PROTEÇÃO ANTI-ÁCIDA ENDÓGENA: Resistência da mucosa ao ácido (produção de zimogênios); Produção de muco gastroduodenal; Secreção de bicarbonato; ANTIÁCIDOS Bicarbonato de Sódio; Carbonato de Cálcio; Hidróxido de Alumínio; Hidróxido de Magnésio; Antagonistas dos receptores H₂; Antagonistas Muscarínicos (M₁); Inibidores da Bomba de prótons; Antagonistas dos receptores de gastrina; AGENTES PROTETORES DA MUCOSA Sucralfato; Compostos de bismuto coloidal; Carbenoxolona; Prostaglandinas; ANTIÁCIDOS Após as refeições ocorre uma produção de ácido numa velocidade de cerca de 45mEq/h; A administração de uma dose única de 156mEq de antiácido, uma hora após as refeições neutraliza de modo eficaz, o ácido gástrico por um período de cerca de duas horas; A relação dose-resposta é variável, dependendo da capacidade de secreção ácida de cada individuo e da velocidade com que o antiácido abandona o estômago; São eficazes no auxílio à cicatrização da úlcera duodenal; MECANISMO Atuam neutralizando quimicamente o ácido. Como conseqüência, há formação de um sal. Constituinte Capacidade de Neutralização Sal Formado Solubilidade do Sal Efeitos Adversos NaHCO₃ Alta NaCl Alta Alcalose,retenção de líquidos CaCO₃ Moderada CaCl₂ Moderada Hipercalcemia Al(OH)₃ Alta AlCl₃ Baixa Constipação, Hipofosfatemia, Adsorção de Fármacos. Mg(OH)₂ Alta MgCl₂ Baixa Diarréia Hipermagnesiana FÁRMACOS ANTI-SECRETORES Antagonistas dos receptores H₂ CIMETIDINA, RANITIDINA, FAMOTIDINA (Famox®,Famodine®) Reduzem em mais de 90% a secreção de ácido gástrico noturna. Promovem a cicatrização de úlceras gástricas e duodenais. Podem ser administradas na forma de uma dose única ao deitar. MECANISMO: Bloqueio dos receptores histaminérgicos H₂, que leva à diminuição da estimulação da bomba de prótons H⁺/K⁺ ATPase. A secreção ácida é diminuída. TOXICIDADE: Cimetida: (USO PROLONGADO) -Confusão Mental (idosos): Ginecomastia reversível; -Aumento dos níveis de prolactina -> distúrbios do metabolismo de estrogênios em homens; -Retardo do metabolismo microssomial hepático. RANITIDA/FAMOTIDINA: (USO PROLONGADO) -Cefaléia em 34% dos usuários; Poucos efeitos adversos foram observados. OBS.: A combinação de H₂ e inibidor da bomba de próton não é aceita, pois a bomba perde eficácia. Antagonista Muscarínicos (M₁) ATROPINA, PIRENZEPINA MECANISMO: Bloqueio dos receptores muscarínicos presente nas células parietais, levando a diminuição da estimulação da bomba de prótons H⁺/K⁺ ATPase. A Pirenzepina é mais seletiva, levando a menos efeitos colaterais. Inibidores da Bomba de Prótons MECANISMO: Inibição irreversível da bomba de prótons das células parietais gástricas. A administração de uma dose única diária é capaz de inibir 100% de secreção de ácido gástrico. TOXICIDADE: Em doses terapêuticas não são observados efeitos adversos. USO PROLONGADO: Hipergastrinemia e colonização bacteriana. Antagonistas dos receptores de gastrina OCTREOTIDA (ANÁLOGO DE SOMATOSTATINA) MECANSIMO: Bloqueio dos receptores de gastrina presentes nas células parietais, levando a diminuição da estimulação da bomba de prótons H⁺/K⁺ ATPase. TOXICIDADE: Ainda sob investigação. AGENTES PROTETORES DE MUCOSA Sucralfato MECANISMO: É um dissacarídeo sulfatado que se liga tecido necrótico da úlcera, formando uma barreira de proteção contra o ácido. Também adsorve sais biliares. Administração de 1g 4x ao dia, 1h antes das refeições. Eficaz na cicatrização de úlceras duodenais; Exige pH ácido para polimerização de suas moléculas (pasta que adsorve prótons) e portanto NÃO pode ser administrado com antiácidos, Antagonistas de H₂ e inibidores de bomba de prótons; COMPOSTOS DE BISMUTO COLOIDAL SUBSALICILATO DE BISMUTO, BISMUTATO DE DICITRATO TRIPOTÁSSICO MECANISMO: Ligam-se seletivamente ao tecido necrótico da úlcera formando uma barreira de proteção contra o ácido (filme). São obtidas taxas de cicatrização elevadas. ALTO CUSTO! TOXICIDADE: Raros casos de efeitos adversos. Encefalopatia. CARBENOLOXONA MECANISMO: É um derivado do ácido glicirrízico, substância extraída do alcaçuz. Produz aumento na produção, secreção e viscosidade do muco. Há um aumento da gastroproteção. TOXICIDADE: Hipertensão e retenção de líquidos com o uso prolongado. PROSTAGLANDINAS MISOPROSTOL (Citotec®) MECANISMO: Aumento da gastroproteção (produção de muco) e diminuição da secreção ácida. TOXICIDADE: Diarréia dose-dependente e aborto (aumento da motilidade uterina). COMERIALIZAÇÃO PROIBIDA NO BRASIL. FARMACOLOGIA DO APARELHO DIGESTÓRIO II ANTIEMÉTICOS Êmese e antieméticos Êmese é o esvaziamento do estômago em direção oposta ao normal. O piloro é fechado, enquanto a cárdia e o esôfago relaxam de forma que, sob a tensão exercida pela musculatura abdominal e pelo diafragma, o conteúdo gástrico é impulsionado pela boca. A entrada para a traquéia é fechada pela epiglote. O vômito é precedido em regra por uma fase de secreção salivar e bocejo. A coordenação do processo é realizada
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