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HEPATITE C Hepatites virais – causas importantes de necessidade de transplante hepática; Em 2014: 185 milhões de portadores no mundo; Causa de aproximadamente 350 mil mortes por ano; Identificação do vhc: 1989 – antes denominada hepatite não-a e não-b; Evolução silenciosa – manifestações clínicas ocorrem em fases mais tardias e são semelhantes a de outras doenças parenquimatosas hepáticas; Epidemiologia: Exame laboratorial para diagnóstico: 1993; No Brasil historicamente: Uso de drogas injetáveis; Hemodíalise; Transfusão de sangue e hemoderivados; Outros procedimentos médicos invasivos / tratamentos odontológicos; Manicure e pedicure; Implante de piercings ou confecção de tatuagens; Relações sexuais desprotegidas. Prevalência – aproximadamente 1,5 milhão de portadores; Incidência – aproximadamente 10 mil novas notificações por ano; Início da epidemia – por desconhecimento e falta de exames diagnósticos – incidência maior em pessoas submetidas a hemotransfusões; Em regiões com indíce elevado de udi – maior participação desta causa na incidência populacional. Em santos, em 1996, 75% dos udi eram portadores de hcv (de carvalho, et al., 1996) No Brasil, estudo com 422 udi – prevalência de 64,6% de portadores de hcv (projeto ajude Brasil ii); PREVALÊNCIA DE HEPATITE-C POR REGIÃO: REGIÃO NORTE: 2,1% REGIÃO NORDESTE: 0,7% REGIÃO CENTRO-OESTE: 1,3% REGIÃO SUDESTE: 1,3% REGIÃO SUL: 1,2% DISTRITO FEDERAL: 0,8% PRINCÍPAL FATOR DE RISCO: USO DE DROGAS – INJETÁVEIS E INALADAS 86% DAS NOTIFICAÇÕESM ATUAIS: REGIÕES SUL E SUDESTE. DIFICULDADES NO COMBATE A DOENÇA Comportamento oligo ou assintomático; Dificuldade de acesso alguns exames: elastografia / biópsia Tratamento anterior ao atual pcdt: Baseado em interferon peguilado e ribavrina; Baixo indíce de cura; Tempo prolongado de tratamento; Peg-interferon – injetável – comprometimento da adesão; Muitos efeitos adversos e alguns com manejo de alta complexidade O VÍRUS DA HEPATITE C Família: flaviviridae Vírus RNA; Transmissão: predominantemente parenteral; Transmissão sexual – relações desprotegidas / múltiplos parceiros. Transmissão vertical – menos comum. DIAGNÓSTICO – HEPATITE C – TESTES RÁPIDOS Determinam qualitativamente a presença do anticorpo anti-hcv; Método imunocromatográfico; Utilizam antígenos sintéticos ou recombinantes na membrana de identificação de anti-hcv. Utilizam amostras mínimas de sangue; Execução simples, sem necessidade de estrutura laboratorial; Resultados em 20 minutos DIAGNÓSTICO – HEPATITE C – SOROLÓGICO Exame para detecção de anticorpos anti-hcv; Sua positividade sugere apenas contato prévio com o hcv; Sensibilidade de aprox 95% - usado habitualmente como triagem; Requer estrutura laboratorial. DIAGNÓSTICO – HEPATITE C – TESTES MOLECULARES Permitem detecção de ácidos nucléicos do hcv (hcv-rna); Detectam portanto infecção ativa São os testes confirmatórios recomendados na atualidade; Podem ser qualitativos ou quantitativos. Genotipagem do vhc: testes moleculares com amplificação do RNA viral, para detecão de genótipos e subgenótipos. HEPATITE C – HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Tanto a evolução da doença quanto a resposta ao tratamento: Relação direta com a presença e com a intensidade da fibrose tecidual. Evolução da fibrose relacionada a comorbidades: Síndrome metabólica; Obesidade; Etilismo; Coinfecção com hiv. Idade. HEPATITE C AGUDA Início dos sintomas – 6 a 20 semanas após a infecção pelo vhc; Sintomatologia pode durar Início dos sintomas – precede a soroconversão do anti-hcv. Soroconversão para o anti-hcv: habitualmente entre 6 a 8 semanas. Detecção de hcv-rna: a partir de 2 semanas após a infecção e rapidamente atingem seu nível máximo. Após duas a oito semanas – elevação das transaminases hepaticas, sugerindo necrose de hepatócitos. Evolução para doença hepática fulminante é rara. Evolução subclínica; 80% dos casos: assintomáticos e anictéricos. Evolução com sintomas – 20% dos casos: Duração de até 6 meses, porém habitualmente até o terceiro mês Anorexia / astenia / mal estar / náuseas / vômitos / febre baixa / cefaléia/ dor abdominal; Icterícia – presente em menos de 10% dos casos. Os quadros sintomáticos são indistinguíveis de outros agentes causadores de hepatites virais. HEPATITE C AGUDA – DEFINIÇÃO Soroconversão recente (menos de 6 meses) e documentada do anti-hcv; Anti-hcv negativo no início dos sintomas ou no momento da exposição com conversão para anti-hcv reagente em segundo exame (com intervalo de 90 dias); Anti-hcv não reagente e detecção de hcv-rna por período até 90 dias após início dos sintomas ou da data de exposição. HEPATITE C AGUDA Clareamento espontâneo do vírus: Ocorre entre 25 a 50% dos casos; Fatores relacionados ao hospedeiro: Idade inferior a 40 anos; Sexo feminino; Presença de icterícia na fase aguda; HEPATITE C CRÔNICA Fase mais comum do diagnóstico; Evolução silenciosa – assintomática = diagnóstico tardio. Diagnóstico habitualmente realizado em exames de rotina ou doação de sangue. Para minimizar os danos do diagnóstico tardio – aumentar a oferta de testes sorológicos, especialmente em populações mais vulneráveis. HEPATITE C CRÔNICA – DEFINIÇÃO Presença de ANTI-HCV reagente por mais de 6 meses; Confirmação diagnóstica com HCV-RNA detectável. HEPATITE C CRÔNICA – PROGRESSÃO Primeiras duas décadas – habitualmente assintomáticas; Após, pode ocorrer evolução para cirrose com hipertensão portal e insuficiência hepática; Na ausência de tratamento: cronificação ocorre em 75% dos casos; Evolução para cirrose: 20% dos casos; Evolução para hepatocarcinoma: 2 a 5% dos casos. Progressores rápidos – evolução para cirrose em 20 anos; Progressores intermediários – evolução para cirrose entre 20 e 50 anos; Progressores lentos ou não progressores – podem levar mais de 50 anos para desenvolvimento de cirrose. Fatores de risco para evolução para fibrose: Idade superior a 40 anos no momento da infecção; Sexo masculino; Etilismo; Coinfecção com vírus da hepatite-b e/ou hiv; Imunossupressão; Esteatose hepática; Resistência insulínica; Evolução para cirrose: 20 % dos casos; Evolução fatal: Complicações de hepatopatia crônica: Insuficiência hepatocelular Complicações secundárias a hipertensão portal Evolução para hepatocarcinoma MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DA FIBROSE HEPÁTICA: BIÓPSIA – PADRÃO OURO Permite diagnóstico de doenças concomitantes; Método invasivo, que requer infra-estrutura. Limitação principal – erro de amostragem (tamanho e quantidade de fragmentos). ELASTOGRAFIA HEPÁTICA Não invasivo; Permite avaliação de áreas maiores do que fragmento de biópsia Interferência em pacientes com outras doenças MÉTODOS APRI E FIB4. Opção para regiões sem recursos de média e alta complexidade; Cálculo matemático simples baseado em resultados de exames laboratorias. TRATAMENTO Objetivo principal – erradicação do virus; Aumentar a expectativa e a qualidade de vida; Diminuir a incidência de complicações de doença hepática (cirrose e carcinoma hepatocelular); Reduzir a transmissibilidade do hcv. Erradicação do virus: Indetectabilidade do hcv-rna após 12 (esquemas sem interferon) ou 24 semanas (esquemas com interferon) após o término do tratamento – resposta virológica sustentada. Em vigência de cirrose hepática, a erradicação do hcv não remove o risco de hepatocarcinoma ou descompensação clínica. TRATAMENTO – INDICAÇÕES Pessoas portadoras de hepatite-c e que apresentem resultados de exames de estadiamento de fibrose avançada. OU Coinfecção com o HIV; Manifestações extra-hepáticas – acometimento neurológico motor incapacitante, líquen plano grave com envolvimento de mucosas. Crioglobulinemia com manifestação em órgãos-alvo (olhos / pulmão/ snc e periférico); Glomerulonefrite, vasculites ou poli-arterite nodosa; Cirrose hepática Insuficiência hepática; Insuficiência renal crônica; Púrpura trombocitopênica idiopática; Pós transplante de órgãos sólidos;Neoplasias hematológicas malignas; Fibrose hepática moderada diagnosticada há mais de 03 anos.
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