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Artigo sobre as Leis Maria da Penha e Organização Criminosa em face do Procedimento Comum Ordinário

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Leis Maria da Penha e Organização Criminosa em face do Rito Ordinário Comum
Maria Vivyanne Ferreira Sá
 Michelle Paula Jorge
INTRODUÇÃO:
O referido artigo interpela assuntos relevantes aos procedimentos e diferenciadores entre a Lei n° 11.340/06- Maria da Penha, e o fenômeno, Organização Criminosa, Lei n° 12.850/13, considerando, o chamado, procedimento comum ordinário do processo penal.
PROBLEMA:
Observando o alto índice de facções criminosas nacionais, ainda, a maneira desenfreada que aumenta a violência doméstica no Brasil, surge a necessidade de leis e procedimentos, ainda que distintos, visando punir, objetivamente, os responsáveis por tais ilicitudes. 
OBJETIVO:
Tem- se como escopo, auxiliar operadores do direito na distinção de como proceder mediante ações delituosas. Auxiliando-os a compreender, de maneira simplória, as diferenças em cada fase processual das leis supracitadas.
JUSTIFICATIVA:
A violência doméstica junto à organização criminosa, constituem-se delitos que ferem bem jurídicos tutelados, quais sejam, a vida e a paz pública. Não podendo, assim, ficar inerte, o Direito. Devendo agir de maneira a resguardar a sociedade quanto a atos criminosos, conforme o seu caráter delituoso, bem como, a sua gravidade. Procedendo conforme o rito apropriado para cada ação.
DESENVOLVIMENTO:
Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha fora criada mediante a repercussão de violências domésticas sofridas por uma farmacêutica bioquímica, cujo nome faz referência o dispositivo legal, Maria da Penha Maia Fernandes. Em 1983, uma esposa fora vítima daquele que deveria ser o seu cuidador, amigo, companheiro fiel, alguém que ela acreditava que estaria ao seu lado até o final das vossas vidas, conforme alegou em um dos seus depoimentos: 
“Uma mulher quando escolhe um homem, ela quer que seja para sempre”
Dentre tantas violências enfrentadas, o ápice ocorrera quando alvejada por um tiro, ficou paraplégica, ao retornar para o seu lar, sofreu um atentado. Na ocasião, o seu esposo, tentou eletrocuta- lá durante o banho. Com intervenções mínimas do judiciário brasileiro, conseguiu ausentar- se de casa sem que repercutisse como abandono, considerando, ainda, a existência de três filhos. Restando infrutífera as diversas tentativas de alcançar justiça, a senhora Maria da Penha, oferta denúncia à Organização Intamericana de Direitos Humanos, alegando que o Brasil manteve- se tolerante quanto a sua causa. Tal organização puniu o Estado Brasileiro, considerando- o omisso, negligente e tolerante as violências domésticas contra mulheres, no país. Foi em 2002, apenas, que a vítima teve o seu caso julgado, seis meses antes do crime prescrever. Só então as autoridades brasileiras competentes, perceberam, enfim, a necessidade de um instrumento legal específico destinado a causas de violência doméstica, em especial. Visto que, até então, tais abusos eram julgados por juizados criminais especiais, por serem considerados de menor potencial ofensivo, conforme lei de n°9.099/95, muitas vezes eram arquivados. A lei 11.340/06 fora aprovada por unanimidade no Congresso, sendo reconhecida pela ONU, bem como, taxada como a terceira melhor lei de combate a violência doméstica. Algumas mudanças pertinentes ocorreram, frutos da inovação legal trazida pela lei em enfoque, dentre elas destacam- se:
A competência para julgamento, outrora de juizados criminais especiais, passa a ser de juizados especializados em violência doméstica e familiar contra a mulher.
Com a o advento do art. 129 do Código Penal, tendo o seu § 9° alterado, enseja a possibilidade de prisão do agressor, antes, não havia tal previsão.
A violência doméstica passe a ser agravante em relação a pena.
Anteriormente, poderia a mulher desistir da denúncia ainda na delegacia, com o dispositivo legal, apenas mediante o juiz.
A punibilidade dos agressores poderia ser feita mediante penas de multas e doações de cestas básicas, com a lei, tais possibilidades foram extintas.
Como não haviam medidas de urgências, as mulheres, muitas vezes, eram lançadas a própria sorte, ficando vulneráveis a novas agressões e ameaças. Após a criação da Lei Maria da Pena, pode, o juiz, determinar que o agressor mantenha distância da vítima, bem como, ausentar- se do lar, cessando todo contato com a mulher e seus familiares.
Quanto ao rito da Lei em análise, a princípio destaca- se a disposição do seu art. 41:
Art. 41.  Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Em ação direta de inconstitucionalidade da Procuradoria-Geral da República, ficou decidido pela constitucionalidade do artigo supracitado (ADI 4424).
Quanto ao procedimento da Lei Maria da Penha, em conformidade com o artigo 41 da referida lei, não há o que se falar em procedimento sumaríssimo. Contudo, se a pena imposta ao agressor não ultrapassar dois anos, reger- se- á pelo procedimento sumário. Em regra, será semelhante ao processo ordinário, ressalvando, a hipótese do art. 16 da referida lei. Onde explicita como deverá proceder- se em casos que ocorram retratação do da representação. No caso em evidência, deverá haver audiência especialmente designada para este fim, mediante presença do juiz e MP, de maneira a resguardar a total liberdade da vítima na sua desistência. Há ainda que se analisar a problemática referente a qual tipo de ação deverá reger o processo. A jurisprudência decidiu que, nos crimes de lesão corporal leve ou culposa, em face da mulher, mediante o que estipula a LMP, será ação penal pública incondicionada, conforme o art. 41 da referida lei (HC232734/DF). Tratando- se de crimes sexuais e os crimes de ameaças, conforme estipula o Código Penal, serão crimes de ação penal pública condicionada, considerando não ser abarcado pelo art. 41 da LMP e da lei 9.099/99. 
Quanto ao procedimento, a partir do momento em a autoridade policial tem conhecimento de violência doméstica e familiar contra a mulher, deverá ouvir a vítima, lavrar o boletim de ocorrência, se apresentada representação, tomar a termo. Imediatamente comunicar o MP e o judiciário sobre o ocorrido, e em apartado, no prazo de 48 horas, remeter expediente ao juiz, junto a pedido da ofendida, para que possa ser concedido medidas com caráter emergencial, que visem garantir a proteção da vítima. No pedido da ofendida, deverá a autoridade colher informações pertinentes sobre o agressor, a existência ou não de dependentes da ofendida, com suas devidas qualificações, bem como, as medidas protetivas e os fatos minunciosamente narrados. Caberá a autoridade policial, ainda, encaminhar a vítima para que seja realizado exame de corpo de delito e qualquer outro que faça- se necessário, cabendo ainda, a oitiva de testemunhas e do agressor, com sua devida qualificação, levantando autos que demonstrem se há antecedentes criminais. Assim, em prazo legal, encaminhar o inquérito policial ao juiz e MP.
Após receber o expediente, o juiz, no prazo de 48 horas deverá ter ciência deste e decidir pela determinação das medidas protetivas cabíveis. Se necessário, direcionar a ofendida a órgão judiciário assistencial, ainda, comunicar o MP, para que este haja conforme necessário for.
Na fase de inquérito policial ou na instrução criminal, pode o juiz, de ofício, decretar a prisão preventiva do agressor, ou, esta pode ser concedida mediante requerimento do MP, ainda, representação de autoridade policial. Tal prisão poderá ser revogada se ausentes justificativas que a mantenha e decretada novamente se surgirem novos fatos que a ensejem. 
Pode, ainda, ser concedido o direito de fiança ao agressor, desde que os motivos que o crime ao qual lhe for imputado não esteja englobado em nenhuma das hipóteses dos moldes do art. 323 do vigente Código de Processo Penal. Caso contrário, manter- se- á a prisão. 
Na sentença, fica proibido penas de caráter pecuniário,sejam elas por meio de multas ou doações de cestas básicas. 
Por fim, cabe a União, Distrito Federal, Estados e Municípios, a criação de delegacias especializadas no combate a violência doméstica contra a mulher, ainda, centros que forneçam um suporte as vítimas de tamanha covardia. Centros médicos, procuradorias, serviços inerentes à saúde que de maneira específica auxiliem as mulheres que sofrem tamanha violência. Ainda, investirem em casas que possam garantir o acolhimento de quem enfrenta a realidade de ser violentado dentro do seu próprio lar, seja fisicamente, psicologicamente. Serem atuantes no que concerne a punir, de forma a educar e reabilitar os agressores.
Organização Criminosa
A organização criminosa é oriunda do século XIV, tendo sua origem histórica nas máfias italianas, japonesas e chinesas. No Brasil, tais organizações iniciaram por meio do cangaço, por meio do coronelismo, pois jagunços usavam de métodos violentos, amedrontando a todos, conforme ordem dos grandes donos de fazendas. Logo, os cangaceiros surgiram, de forma hierarquicamente organizados, a cometerem saques em fazendas, grandes e pequenas cidades, muitas vezes, sequestravam pessoas com influência, no intuito de obter vantagens para efetuação do resgate. Não poucas vezes, contavam com o auxílio de corruptos que passavam- se por policiais, ainda, mantinham relações influentes. Foi no século XX que surgiu a primeira infração penal organizada, o jogo do bicho. Coordenadas por meio de corrupção por parte de policiais e políticos, tal prática fora monopolizada. Em seguida, surgiram diversas organizações criminosas, como a “Falange Vermelha”, “Comando Vermelho”, “Primeiro Comando da Capital- PCC”. Formadas de maneiras semelhantes, tais organizações impõem, de maneira violenta a sua aceitação por parte dos populares. Inicialmente, tais organizações, buscam o poder econômico, para que, em seguida, alcancem o domínio de lugares e pessoas. No cenário político atual, há quem considere, como organização criminosa, a investigada por meio da Operação Lava Jato, atualmente alvo de holofotes. De maneira a reger e especificar o que se trata a Organização Criminosa, tem- se a lei de n°12.850/13, que revogou a outrora chamada, Crime Organizado, n° 9.034/95. 
A organização criminosa, tem em seus requisitos, estrutura ordenada de quatro ou mais pessoas, de maneira que os membros hierarquicamente organizados, desempenhem tarefas dividas, mesmo que não seja formal tal divisão, mantendo uma estrutura. Ainda, que em seu escopo, tenha- se direta ou indiretamente vantagem auferida, sem a necessidade de ser exclusivamente econômica. De forma, que tais objetivos sejam alcançados mediante infrações penais com penas máximas superiores a quatro anos ou que possuam caráter transnacional, este, requisito cumulativo. Conforme conceitua o art.1°, §1 da LOC, aquele que contribui, financia, ainda que por terceiro, ou de qualquer outro modo, promove a organização criminosa, será também agente criminoso de tal organização. Nesta forma de crime, o tipo subjetivo exige o dolo de agir de maneira a promover, constituir, integrar, financiar organização criminosa, para obtenção de vantagem de qualquer natureza. Não sendo assim, previsto a forma culposa. Por tratar- se de crime formal, consuma- se com quaisquer das práticas elucidadas acima, ainda que não haja produção de qualquer resultado. Contundo, havendo efetiva prática de crimes por parte da organização, conforme previsão legal, haverá concurso material. 
A obtenção de prova dar- se- á por vários meios, a exemplo, tem- se à ação controlada, esta que trata- se de um atraso, retardo na ação policial, que aguardará o melhor momento para intervir. Conforme confere o direito administrativo, o agente policial agirá conforme discricionariedade e oportunidade. Conforme asseste, Valdir Sznick:
“A ação controlada, sob fiscalização da Polícia, se dá em casos de organizações criminosas, ou grupos a ela vinculados. Esse retardamento, a critério da Autoridade, é feito no aguardo do melhor momento para a intervenção, quando não só a prova poderá ser mais robusta e concreta, mas também mais eficaz. ”
O art. 3° da referida lei, ainda traz outros meios de obtenção de provas, expostas a seguir: 
Colaboração Premiada
Captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos.
Ação controlada.
Acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e as informações eleitorais ou comerciais. 
Interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica.
Afastamento dos sigilos financeiros, bancários e fiscais, nos termos da legislação específica.
Infiltração, por policiais, em atividade de investigação.
Cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
É fato que, tais técnicas não excluirão os crimes do país, contudo, não se pode negar que, usadas de maneiras a produzir resultados vantajosos e estes usados de maneira a coibir determinadas práticas, haverá redução considerável nos números de práticas delituosas a ponto de amenizar os impactos sociais causados por estas.
O juiz verificando os requisitos legais, bem como, sua importância para o processo, decidirá sobre a admissão de tais provas. Caso não se admita determinada prova, por faltar preceitos determinantes pelo legislador, o juiz, ao verificar o efeito que tal prova trouxe para o processo, deverá determinar sua retirada, pois, prova obtida mediante ilicitudes é, conforme a teoria do fruto da árvore envenenada, declarada como contaminada. A proposição de prova é o momento de indicação desta introduzida para que seja, em juízo, contando com a presença das partes e do juiz, garantindo o contraditório. Segundo Eduardo Araújo da Silva: 
“Embora seja ato facultativo das partes, não se pode negar que na indicação dos meios de prova deve prevalecer o interesse público na apuração da verdade processual. ”
Na investigação, o sigilo é imprescindível para que os interesses da investigação e dos investigados sejam preservados, sem que haja divulgações de fatos e pessoas, grifo do art. 23. As alegações das partes não integrarão o processo, sendo anexadas nos autos de diligências, mantendo assim, o sigilo.
Com a devida autorização judicial, poderá a defesa obter acesso as provas já colhidas que não comprometam o proceder da investigação e procedimentos já encaminhados. Atentando para o prazo de três dias antecedentes, poderá o defensor do investigado ter total acesso a todo documento, ainda que sigiloso. 
Quanto ao prazo para que a instrução criminal seja concluída, dar- se o limite de cento e vinte dias, ocasião em que o réu esteja preso. Sua prorrogação poderá ser possível por igual período, desde que complexa a causa, ou os atos que foram imputados ao réu. Conforme elucida o art.22.
O rito processual, será o de procedimento comum. A pena tem caráter de reclusão e será cumprida de três a oito anos e multa, sem que outras sofram prejuízos, conforme preceitua o art. 2°, ainda em seus respectivos parágrafos, há os casos em que a pena será aumentada. O Código Penal, nos moldes do seus arts. 91 ao 95, traz os efeitos da condenação, bem como, a possibilidade de reabilitação.
A lei estabeleceu o regime fechado, independente a reincidência ou pena, contudo, não há proibição de progressão de regime
Procedimento Comum Ordinário
Ocorrerá a instrução criminal com escopo de propiciar ao juiz elementos passíveis de julgamento, por meio de atos praticados, estes, devidamente periciados e provados.
Início da Instrução: Por ser de caráter contraditória, iniciar- se- á por meio do oferecimento da defesa inicial escrita, conforme art. 396 e 396- A do CPP.
Audiência de instrução e julgamento: Atentando para o princípio da oralidade, visando maior celeridade no recebimento de provas, optou- se por tal princípio evidenciado. Donde procedeconcentração dos atos processuais em uma única audiência, a imediatidade e identidade física do juiz. Observados os seguintes procedimentos:
O inquérito policial remetido.
Distribuição e vista ao MP.
Oferta da queixa ou denúncia.
Análise por parte do juiz, acolhendo ou rejeitando a denúncia ou queixa, conforme os preceitos do art. 395 do CPP.
Aceitando- a, deverá intimar o réu para ofertar resposta, no prazo de dez dias, por escrito.
Por tratar de resposta obrigatória, passado os dez dias e nada recebido, nomeará, o juiz, um defensor público para o ato. Caso haja resposta, haverá possibilidade de absolvição sumária.
Ausente a absolvição anterior citada, mediante determinação do magistrado, realizar- se- á no prazo de sessenta dias, audiência de instrução e julgamento. Com a devida intimação do acusado, do seu defensor, do MP, e em casos que exijam, do querelante e seu assistente. 
Na audiência de instrução e julgamento, o juiz tomará as declarações do ofendido, procedendo, ainda, com a inquisição de testemunhas arroladas pela defesa e acusação, nesse caso, oito para cada. Se necessário, ouvirá os peritos, procederá com as acareações, o reconhecimento de pessoas e coisas, por fim, haverá o interrogatório do acusado.
Havendo requerimento de diligências, as partes, no prazo de cinco dias apresentarão, por meio de memorial, suas alegações finais, e o proferir da sentença, deverá ocorrer em dez dias.
Na ausência de requerimento de diligência, as alegações finais serão realizadas em vinte minutos, obedecendo a ordem, defesa em seguida a acusação, podendo o prazo ser estendido por mais dez minutos, posteriormente, o juiz proferirá a sentença. Sendo mais de um acusado, o tempo para a defesa de cada um será individual. Ao MP será concedido dez minutos, com prorrogação de igual período o tempo de manifestar- se a defesa.
Considerando a complexidade da causa, ainda, o número de acusados, o juiz poderá conceder prazo para apresentação de memorias, em tempo de cinco dias. Proferindo a sentença, em dez dias.
Por fim, será lavrado em termo, todo ocorrido durante a audiência, ressaltando os acontecimentos relevantes, devidamente assinado pelas partes e juiz.
CONCLUSÃO:
O procedimento comum (ordinário, sumário e sumaríssimo), em regra, incidirá em todos os procedimentos e processos comuns. Exceto no que rege o art. 394, §2° do CPP, determinando que tal procedimento não regerá em ritos especiais em relação ao crime. Sendo assim, ausente previsão legal concernente ao procedimento específico, este reger- se- á pelo procedimento comum. De maneira subsidiária aplicar- se- á o procedimento ordinário em determinados procedimentos que possuam omissões e lacunas. 
Observa- se, o que ocorre na Lei de Organização Criminosa, no seu art. 22, § único preceitua que a instrução criminal deverá ter prazo razoável para o seu encerramento de cento e vinte dias, quando preso estiver o réu, podendo de igual período ser prorrogado, desde que fundamentada a decisão. Contrapondo- se para o prazo da audiência de instrução e julgamento realizado no procedimento ordinário, esta, no prazo de sessenta dias.
Em relação ao procedimento na Lei Maria da Penha, logo que ouvida a ofendida, deverá a autoridade policial no prazo de 48 horas dá vista ao juiz e MP acerca da denúncia. No procedimento comum ordinário, a audiência de instrução e julgamento será marcado no prazo de sessenta dias. Na LMP, as medidas protetivas em favor da vítima, bem como, prisão preventiva do ofendido poderá ser feita a qualquer momento, após recebida a denúncia. Ainda, na referida lei, se a pena máxima não ultrapassar os dois anos, será regido pelo procedimento sumário.
REFERÊNCIAS:
CAPEZ, F. Processo Penal: Simplificado 20° ed. São Paulo: Saraiva, 2014
PACELLI, E. Curso de Processo Penal: 18° ed. São Paulo: Atlas, 2014
VADE, Mecum. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2015
<http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/83023-cnj-servico-passo-a-passo-do-processo-de-violencia-contra-a-mulher, acesso em 18 de maio de 2017
<https://canalcienciascriminais.com.br/o-delito-de-ameaca-na-lei-maria-da-penha/, acesso em 18 de maio de 2017

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