Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo Neste presente trabalho, será demonstrado o que é o Poder Legislativo regido no Art. 44 e subsequentes da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, e o Processo Legislativo, discorrendo sobre como são elaboradas as emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções, expressas no Art. 59 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Organização do Poder Legislativo Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. O Poder Legislativo na esfera federal é exercido pelo Congresso Nacional, isto é, cabe a este órgão deliberar sobre os projetos de lei de competência da União. O Brasil adota o sistema bicameral federativo, de tal modo que a função legislativa no âmbito federal é exercida por duas câmaras distintas. Desta forma, o Congresso Nacional divide-se em duas casas: a Câmara dos Deputados (Câmara Baixa), compostas por representantes do povo e o Senado Federal (Câmara Alta), composta por representantes dos Estados da Federação e do Distrito Federal. O Poder Legislativo, encontra-se presente nos três níveis de Poder existentes no Brasil: federal (Câmara dos Deputados e Senado Federal), estadual (nos Estados, as Assembleias Legislativas, e, no Distrito Federal, a Câmara Legislativa do Distrito Federal) e municipal (as Câmaras de Vereadores). As atribuições do Congresso Nacional Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: I - sistema tributário, … e subsequentes. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 48, estabelece que compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de competência da União. Outras matérias, conforme previsto no art. 49 da Constituição, são de competência exclusiva do Congresso Nacional, isto é, após aprovadas não irão se submeter ao veto ou sanção presidencial – por exemplo: autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente (ressalvados os casos previstos em lei complementar); sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; mudar temporariamente sua sede; escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; autorizar referendo e convocar plebiscito, e outras matérias assemelhadas. De fato, a cada Poder é atribuída uma função primordial. Isto é, ao Executivo cabe, principalmente, administrar os bens e recursos de toda sociedade; ao Legislativo compete, fundamentalmente, elaborar as normas legais; e, por fim, ao Judiciário cabe a função de dirimir os conflitos existentes na sociedade. Esses papéis são realizados de forma harmoniosa e cooperativa entre tais instituições Podemos afirmar que legislar é típica função do Poder Legislativo, embora ele também exerça, de forma atípica, a função jurisdicional quando julga seus processos administrativos, bem como a função administrativa em relação aos seus bens, recursos e patrimônios. Sendo assim Manoel Gonçalves Ferreira Filho no livro “Do Processo Legislativo” diz: “os incisos do art. 49 atribuem ao Congresso o resolver, o autorizar ou permitir, o aprovar ou suspender, o mudar, o fixar, o julgar, e só a menção desses verbos já mostra que se está em face de questões sobre as quais o constituinte quis deixar a decisão última ao Congresso, especialmente como forma de fiscalização do Poder Executivo. Somente o inc. VII — “Fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores...” — é que dá azo à edição de normas gerais, as outras hipóteses apenas à de normas individuais. Ora, a elaboração de normas individuais não é matéria considerada como pertencente ao “processo legislativo”, nem ao “processo normativo” stricto sensu” A Câmara dos Deputados Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. § 1.º O número total de deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. A Câmara dos Deputados, conforme o art. 45 da CF/88, é composta de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, é estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de 8 ou mais de 70 Deputados. Sabemos que, atualmente, não existem territórios em nosso País. Não obstante, caso futuramente se crie algum Território, a própria Constituição Federal já determina que ele seja representado por 4 parlamentares na Câmara dos Deputados. Assim como há assuntos de competência privativa do Senado Federal, há também determinadas matérias que são deliberadas e votadas privativamente pela Câmara dos Deputados conforme o art. 51 da CF/88. É a Câmara dos Deputados que autoriza, por 2 /3 de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República. Além disso, caso o Presidente da República não preste contas ao Congresso Nacional dentro do prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, cabe privativamente à Câmara dos Deputados proceder a essa tomada de contas. O Senado Federal Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. § 1.º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos. § 2.º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. § 3.º Cada Senador será eleito com dois suplentes. O Senado Federal é composto, conforme o art. 46 da CF/88, de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. Cada Estado e o Distrito Federal elegem 3 Senadores, cada um com dois suplentes, com mandato de 8 anos. A representação de cada Estado e do Distrito Federal é renovada de quatroem quatro anos, alternadamente, por um e dois terços Frisa-se, então, que o mandato do s Senadores da República corresponde ao período de 2 Legislaturas (cada Legislatura dura 4 anos). Alguns assuntos de grande importância para o Brasil são discutidos e votados apenas no âmbito do Senado Federal, ou seja, não são nem objeto de votação na Câmara dos Deputados, nem sofrem a sanção ou o veto presidencial. As matérias de competência privativa do Senado Federal, conforme o art. 52 da CF/88, são várias, como exemplo, processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade. Além disso, o Senado Federal também processa e julga os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade. As competências privativas do Senado Federal não se restringem a processar e julgar ilustres autoridades públicas. Cabe a essa Casa Legislativa também aprovar previamente, por voto secreto (após arguição pública), a escolha de diversos ocupantes de importantes cargos públicos, como por exemplo os Ministros do Tribunal de Contas da União que sejam indicados pelo Presidente da República. O Processo Legislativo Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. O processo legislativo é de fundamental relevância, pois é o conjunto de atos necessários para a constituição da lei a serem observados pelos órgãos legislativos e o mecanismo pelo qual o Poder Legislativo atende sua função primordial de legislar. O procedimento de elaboração da lei deve observar rigorosamente as formalidades prescritas no texto constitucional, pois as consequências da lei são de suma importância, uma vez que limita a liberdade individual ou assegura direitos a os indivíduos. Caso haja o descumprimento de algum ato do processo legislativo acarreta a inconstitucionalidade formal da lei. Visto que, a iniciativa de lei é a prerrogativa que se atribui a alguém ou a algum órgão para apresentar projetos de lei ao Congresso Nacional, podendo ser realizada tanto pelos parlamentares como por outras pessoas legitimadas. Em regra, a iniciativa legislativa é geral ou ampla, pois são legitimados a apresentarem projetos de leis concorrentemente qualquer deputado federal ou senador, qualquer comissão das casas do Congresso Nacional, o Presidente da República e os cidadãos. O artigo 96, II, CF determina os conteúdos de iniciativa exclusiva do Poder Judiciário, estabelecendo que cumpra privativamente ao Supremo Tribunal Federal, a os Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor os projetos de leis que versem sobre sua administração interna ao Poder Legislativo respectivo. Ademais, a fixação dos subsídios dos Ministros do Supremo Tribunal Federal será atribuída por meio de lei ordinária, de iniciativa do Presidente do STF. Os conteúdos de iniciativa legislativa privativa do Presidente da República são aquelas previstas no Art. 61, § 1°, CF/88 . Compete também ao Poder Executivo a tarefa de elaborar a proposta orçamentária anual e submeter à deliberação parlamentar, conforme dispõe os art. 84, XIII e 165, CF/88. Também conferiu ao Ministério Público, órgão independente e autônomo, a prerrogativa de iniciar o processo legislativo, podendo propor a criação e extinção dos cargos da instituição e de seus serviços auxiliares (art.127, § 2°, CF/88). Ademais, a Constituição Federal, em seu art. 128, § 5°, faculta ao Procurador-Geral da República a iniciativa de lei complementar para dispor sobre a organização, atribuição e o estatuto do Ministério Público da União. A iniciativa popular de lei é inovação da Constituição Federal de 1988, que a consagrou como forma de exercício da soberania popular (art. 14, § 3°, CF/88 ). Visa possibilitar a participação direta do cidadão no processo de formação das leis ordinárias e complementares. A iniciativa popular de lei na esfera federal so mente poderá ser exercida com a manifestação de no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles (art. 61, § 2°, CF/88). Emendas constitucionais No campo jurídico, é chamada emenda constitucional a modificação imposta ao texto da Constituição Federal após sua promulgação. É o processo que garante que a Constituição de um país seja modificada em partes, para se adaptar e permanecer atualizada diante de relevantes mudanças sociais. Esse recurso permite que a Constituição possa ser alterada de acordo com os trâmites legais. No ordenamento jurídico brasileiro, sua aprovação está a cargo da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A emenda depende de três quintos dos votos em dois turnos de votação em cada uma das casas legislativas (equivalente a 308 votos na Câmara e 49 no Senado). O processo se inicia com a apresentação de um Projeto de Emenda Constitucional de autoria de um ou um grupo de parlamentares. Quando a PEC chega (ou é ali criada) à Câmara dos Deputados, ela é enviada, antes de tudo, para a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJ). Caso a análise da CCJ não identifique irregularidades no projeto, a emenda é novamente analisada por uma Comissão Especial. Finalmente, uma vez aprovada pelas duas comissões, à emenda é votada pelos deputados, e depois, o mesmo processos e repete no Senado ocorre a subsequente votação. Caso seja aprovado, o projeto se torna lei e passa a vigorar como parte integrante do texto constitucional. Segundo o Autor Celso Ribeiro Bastos em seu livro “Curso de direito constitucional” observa que há limites: “Mas, por serem produto do Congresso Nacional e não do Poder Constituinte, sofrem limitações de natureza substancial, formal e temporal, previstas na Constituição. Limite substancial - as Emendas não podem versar sobre pontos tendentes a abolir a Federação, o voto direto secreto, universal e periódico, a separação dos poderes e os direitos e garantias individuais (art. 60, § 4.o I a IV). Limite formal - quanto à iniciativa: se a proposta for apresentada por parlamentar, deverá ter a assinatura de um terço dos membros da Câmara ou um terço dos membros do Senado (art. 60, I). Se por Assembléias Legislativas, deverá ter apoio de mais da metade das unidades da Federação, expressa por maioria relativa de seus membros; quanto à deliberação: a proposta será discutida e votada emcada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e será aprovada se obtiver, em ambas as votações, três quintos dos votos dos membros da Câmara e três quintos dos votos dos membros do Senado (art. 60, § 2.o). Limite temporal - a Constituição não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio ou estado de defesa e intervenção federal (art. 60, § 1.o). Se houver alguma proposta de emenda já em tramitação, o seu andamento ficará suspenso, em qualquer fase em que se encontre, até que o País volte à normalidade. As Emendas não estão sujeitas à sanção presidencial.” Lei complementar É a espécie normativa sujeita a um processo legislativo especial e com matéria própria . Serve para regular os assuntos que o legislador constituinte entende de importância fundamental. Ao mesmo tempo, o conteúdo da lei complementar não pode ser alterado por lei ordinária devido a os critérios de aprovação. Do mesmo modo, matéria reservada à lei complementar não poderá ser disciplinada por lei ordinária, sob a pena de inconstitucionalidade da lei por violar preceito constitucional que determina a reserva de competência de algumas matérias a o âmbito da lei complementar. A diferença entre lei ordinária e lei complementar reside em dois aspectos: o material e o formal. No aspecto material, temos assuntos que obrigatoriamente devem ser regulamentados por lei complementar. A lei ordinária, por sua vez, é residual, pois trata das matérias que a constituição não exige regulamentação por lei complementar, decreto legislativo ou resolução. A segunda distinção é formal e refere -se ao quorum de aprovação da lei complementar, que é de maioria absoluta, enquanto o quorum de aprovação da lei ordinária é de maioria simples. Na votação por maioria simples, o projeto de lei é aprovado se obtiver a maioria dos votos favoráveis dos parlamentares presentes na sessão. Já a votação por maioria absoluta considera os votos favoráveis da metade mais um do total dos parlamentares, independente do número de congressistas presentes naquela sessão. Segundo Celso Ribeiro Bastos, “temos, assim, duas realidades compreendidas pelo termo "lei complementar": a) a tradicional - encontrada em outros sistemas jurídicos e mesmo no Brasil, antes da emenda parlamentarista, que consistia em entender como complementar toda lei que na sua função desempenhasse o papel de completar a Constituição; b) a formal - atualmente, não se pode aceitar outra definição senão essa, que é encampada pela Constituição. Quando esta fala em lei complementar está-se referindo a uma modalidade com características formais, é dizer, independentes do papel por ela cumprido” Lei Ordinária Este instituto aborda assuntos diversos nas áreas penal, civil, tributária, administrativa, regulando quase todas as matérias de competência da união, com sanção do presidente da república. O projeto de lei ordinária é aprovado por maioria simples e podem ser propostas pelo presidente da república, deputados, senadores, Supremo Tribunal Federal, tribunais superiores e procurador-geral da república. Os cidadãos também podem propor tal projeto, desde que subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado do país, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de 0,3 % dos eleitores de cada um deles. A lei ordinária é o ato legislativo típico por excelência, o ato normativo primário que edita normas gerais e abstratas. Caracteriza -se pela generalidade de seu conteúdo, podendo tratar de quase toda matéria. A exceção é a matéria destinada à lei complementar e os assuntos do congresso, câmara e do senado (reservados aos decretos legislativos e das resoluções). Há ainda os incisos do §1° do artigo 68 da constituição que são disciplinados por lei ordinária e insuscetíveis de delegação. Segundo o Autor Jorge Bernardi em seu livro “Processo legislativo Brasileiro” pode se ler: “Há duas espécies de leis ordinárias, de acordo com o Decreto-Lei n° 4.657, dc 4 dc setembro de 1942, conhecida como Lei de Introdução do Código Civil brasileiro - as leis gerais e as leis especiais. Ou seja, são leis que estabelecem disposições em seu corpo, que são gerais, genéricas, e que se aplicam a todos os entes federados. E há leis que estabelecem normas especiais, específicas ou peculiares a determinado ente ou situação.” Leis Delegadas Está prevista no artigo 68 da constituição federal de 1988. Trata-se de um ato normativo do presidente da república que necessita autorização do congresso nacional para sua elaboração. A lei delegada está presente também nos âmbitos estadual e municipal. Com ela, o executivo pode criar ou aumentar empréstimos compulsórios e impostos da competência residual da União (a constituição veda a delegação de matéria reservada à lei complementar). Leis delegadas não podem versar sobre atos de competência exclusiva do congresso, sobre matéria de lei complementar, nem a legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos, entre outros. Na prática, a lei delegada não é utilizada, pois o executivo encontrou na figura da medida provisória um instrumento mais confortável para aumentar sua autonomia institucional. De fato, apenas duas leis delegadas foram promulgadas após a Constituição de 1988 (leis delegadas nº 12, de 07 de agosto de 1992 e n º13, de 27 de agosto de 1992). Lembra Henrique Savonitti Miranda no livro “Curso de Direito Constitucional” “que não pode o Congresso Nacional forçar o presidente da República a legislar e tampouco este constranger o parlamento a lhe dar autorização. O autor acrescenta que a delegação deve ser um ato de vontade de ambas as partes, sob pena de afronta à independência e harmonia dos poderes constitucionalmente estabelecidos”. Medidas provisórias As medidas provisórias são editadas pelo presidente em casos de relevância e urgência. Com força de lei e vigência imediata, perdem a eficácia caso não convertidas em lei pelo congresso nacional em até sessenta dias, prorrogáveis por igual período. Tal instrumento foi criado para dar ao presidente uma dinâmica político-administrativa sem que ficasse caracterizada intromissão nas atividades do poder legislativo. A constituição federal de 1988, em seu artigo 62, estipula que em caso de relevância e urgência, o presidente pode fazer uso de medida provisória com força de lei, devendo esta ser submetida imediatamente ao congresso, que terá prazo de cinco dias para se reunir, após convocação extraordinária, caso esteja em recesso. Ao ser editado, entram em vigor por 60 dias, prorrogáveis por mais sessenta, quando passam a trancar a pauta do congresso e precisam ser apreciadas. Após este prazo, se o caso o congresso não converta a medida provisória em lei, esta perde sua eficácia e, assim, caberá ao congresso disciplinaràs relações jurídicas delas decorrentes. Segundo Jorge Bernardi no livro sobre “Processo legislativo Brasileiro” diz que: “A doutrina também reconhece que essa capacidade de os estados/Distrito Federal e municípios editarem medidas provisórias deve constar no processo legislativo federal, estadual e municipal, pelo princípio da simetria. 0 fato de não haver proibição na Constituição Federal atual, tal como havia em nossa Constituição anterior, no que diz respeito aos estados adotarem o decreto-lei, abre margem para interpretarmos que não existe nenhum impedimento no que concerne a tal adoção. Porém, são poucos os estados e municípios que assim o fazem. No entanto, as medidas provisórias são muito utilizadas pelo Governo Federal. Estados que prevêem tais medidas provisórias em suas constituições são: Santa Catarina, Tocantins e Acre. O município de Campinas, em São Paulo, também possui a possibilidade de medida provisória em seu processo legislativo, segundo o art. 38, inciso IV, da Lei Orgânica de Campinas.” Decretos legislativos É um ato destinado à veiculação das matérias de competência exclusiva do congresso nacional. Tais matérias estão elencados em sua maioria no artigo 49 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. O decreto legislativo serve também como instrumento de regulamentação das relações jurídicas decorrentes do período de eficácia das medidas provisórias antes de sua conversão em lei. Para sua validade, este deve necessariamente ser instruído, discutido e votado em ambas às casas legislativas. O quorum de aprovação do decreto legislativo é o de maioria simples conforme artigo 47 da Constituição da República Federativa do Brasil, e o seu procedimento é o mesmo de lei ordinária, diferindo apenas no momento da promulgação, feita pelo presidente da república. Seu procedimento de aprovação é, portanto, considerado especial, pois é tratado pelo Regimento Interno do Congresso e pelos Regimentos Internos das duas casas e porque , também é desvinculado da sanção do Presidente da República. A legitimidade para a iniciativa no processo de criação do decreto legislativo recai sobre o presidente da república ou membro ou comissão do congresso nacional. O decreto legislativo produz um efeito externo ao congresso nacional, contrariamente às resoluções. E segundo o Autor Jorge Bernardi, “A iniciativa do decreto legislativo cabe a qualquer comissão ou parlamentar, tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado Federal. A promulgação do decreto legislativo é feita pelo presidente do Senado Federal (art. 48, XVIII, Risf), que também determinará a sua publicação.” Resoluções Resolução é um ato administrativo normativo emitido por autoridade superior, com a finalidade de disciplinar matéria de sua competência específica. As resoluções não podem produzir e feitos externos, tampouco contrariar os regulamentos e os regimentos, mas sim explicá-los. É uma espécie normativa emanada do Poder Legislativo que regula as matérias de competência privativa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Segundo o Autor Celso Ribeiro Bastos, lê-se que: “Têm como conteúdo matérias tais como a delegação (art. 68), a suspensão de lei declarada inconstitucional (art. 52, X), a fixação de alíquota (art. 155, § 2.o, IV), onde se nota a predominância das medidas de caráter concreto, em contraposição ao decreto legislativo, que veicula preferencialmente assuntos de caráter genérico. Não estão sujeitas à sanção presidencial. A promulgação é feita pela Mesa da Casa Legislativa que as expedir. Quando se tratar de resolução do Congresso Nacional a promulgação é feita pela Mesa do Senado Federal.” MIRANDA. H.S. Curso de direito constitucional. Brasília: Senado Federal, 2007. BASTOS. C.R. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 1999. BERNARDI. J. Processo Legislativo Brasileiro. Curitiba: Ibpex. 2009.
Compartilhar