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RESUMO LEI PENAL NO TEMPO,ESPACO

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TEMPO DO CRIME art. 4º do CP
Com relação ao tempo do crime, temos 3 teorias. A teoria consiste na sistematização de um pensamento:
ATIVIDADE: O tempo do crime é o da ação ou omissão. Art. 4º do CP brasileiro.
 Resultado: É o momento da produção do resultado.
Ubiquidade ou mista: Para ele tanto faz. O tempo do crime é indiferente, ou seja, pode ser o da conduta ou do resultado.
Obs: O Código Penal brasileiro adotou a teoria da atividade.
APLICAÇÃO DA TEORIA DA ATIVIDADE NOS CRIMES PERMANENTES E CONINUADOS.
Crimes permanentes: São aqueles em que a consumação se prolonga no tempo. Em outras palavras: A execução do crime se prolonga no tempo, existindo uma ficção de que o agente, a cada instante, enquanto durar a permanência, está praticando atos de execução.
Ex.: Art. 148 do CP, quando fala sobre o sequestro. Art. 158 e 159 do CP. Art. 33 da lei 11.343( Lei antidroga) menciona o termo guardar, eis que enquanto o indivíduo manter por sua guarda tal droga, aquele estará cometendo um crime permanente.
  Crimes continuados: São aqueles que apresentam pluralidades de valorações jurídicas da mesma espécie (previsto no mesmo artigo de lei, tipo penal), sendo tratadas como violação única em face de certos elementos subjetivos. Estão definidos no art. 71 do CP.
Obs.: Requisitos para que haja o crime continuado:Pluralidade de conduta// Pluralidade de crimes da mesma espécie// homogeneidade das circunstancias. Está posto no art. 69 do CP.
Detalhe: O tempo é de no máximo de 30 dias, passou disse já é concurso de crime. Para que o réu tenha sua pena calculada como crime continuado, o réu deverá confessar os crimes que cometera. 
De acordo com a súmula 711 do STF a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
LEI PENAL NO ESPAÇO art. 5º ao 12º do CP
Princípio da territorialidade relativa art. 5º do CP – Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
Território – É o espaço onde o Estado exerce sua soberania.
Componentes do território:
a)    Solo ocupado – É aquele ocupado pela corporação política ( NAÇÃO).
b)    Rios, mares, lagos, etc. – São os acidentes geográficos.
c)     Faixa de mar territorial – 12 milhas
d)    Espaço aéreo - É medido pela latitude e longitude
Tipos de territórios:
a)    Físico ou material – Representado pelos limites geográficos (mapas). Art. 5º, parágrafo 1º do CP.
b)    Jurídico - Representados pelas embaixadas e diplomatas.
Princípios:
a)    Territorialidade absoluta: Só a lei brasileira aplica-se aos fatos praticados no território nacional.
b)    Territórialidade temperada: Em regra aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional, porém, excepcionalmente, aplica-se a lei estrangeira quando, assim, determinarem os tratados convenções e regras de direito internacional.
Lugar do crime art. 6º CP:
Para identificar qual é o lugar do crime, temos que analisar as 3 teorias, são elas:
a)    Teoria da atividade – O lugar do crime é aquele onde houve a conduta.
b)    Teoria do resultado – O lugar do crime é aquele onde há a produção do resultado.
c)     Teoria da ubiquidade – Para saber qual é o local do crime, não importa se foi onde o agente praticou a conduta ou onde foi realizado o resultado, tanto faz.
Para o CPP, em seu art. 70, este se utiliza da teoria do resultado. (está relacionado à competência jurisdicional, ou seja, qual juiz competente. Ademais, é necessário saber qual o melhor local para colhimento de provas.)
Aplicação da teoria do Código Penal brasileiro:
a)     Crimes a distância: São aqueles em que a execução se dar em país e a consumação em outro país.
Ex.: Suponhamos que alguém, residente na Argentina, enviasse uma carta-bomba tendo como destinatário uma vítima que reside no Brasil. A carta-bomba chega ao seu destino e, ao abri-la,a vítima detona o seu mecanismo de funcionamento, fazendo-a explodir, causando-lhe a morte. Se adotada no Brasil a teoria da atividade e na Argentina a teoria do resultado, o agente, autor do homicídio ficaria impune. A adoção da teoria da ubiquidade resolve problemas de Direito Penal internacional.
b)    Crimes à pluri-locais : São aqueles aonde a execução se dar em um local e a consumação em outro local, só que no mesmo país.
Obs.: Para resolver este caso, temos que aplicar a teoria do resultado segundo o CPP.
 APLICAÇÃO DA LEI PENAL:
A aplicação da lei penal vai do art. 1º a 12 do Código Penal Brasileiro.
O art. 1º assim reza: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.Esse texto expressa o princípio da legalidade, reserva legal e anterioridade.
Obs.: A regra é a da IRRETROATIVIDADE da lei penal, salvo para beneficiar o réu.
Eficácia da lei penal: É o momento em que a lei adquire a sua vigência e produz seus efeitos.
 Momentos ou etapas:  
a)    Sanção ou veto – É o ato do poder executivo ao declarar a aprovação ou reprovação da lei.
b)    Promulgação - Ato que proclama a existência e a executoriedade da lei. (poder legislativo).
c)     Publicação – É o ato que torna a lei obrigatória. (art. 361 do CP).
d)    Revogação  - Ato que extingue total ou parcialmente uma lei.
Obs.: Ab-rogação é a revogação total. Derrogação é a revogação parcial.
VACÁTIO LEGIS – é o lapso de tempo entre a publicação e a vigência da lei.
LEI PENAL NO TEMPO art. 2º ao 4º do CP.
Ao estudar a lei penal no tempo, é preciso se situar com relação às atividades. A atividade que estou me referindo é com relação à capacidade que a lei penal tem para regular fatos ocorridos durante o seu período de vigência.
Então, se uma lei está em vigor, e na sua vigência surgir um fato que precisa da aplicação de uma lei, qual lei aplicar? Pela lógica seria essa que estar em vigor, neh? Bom, mas nem sempre é assim. Ás vezes precisamos nos utilizar da extratividade.  Sim, extratividade, sabe porque? Porque, nem sempre a lei que está em vigor é a lei que deverá ser aplicada a um caso concreto naquele momento. Podendo a lei a ser aplicada, ser diversa da atual. Vamos ao conceito de extratividade:
Extratividade: é a capacidade que a lei penal tem de se movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo depois de ter sido revogada ou de retroagir no tempo, a fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua vigência, desde que benéfica ao agente. (Rogério Greco).
Essa extratividade é dividida em RETROATIVIDADE E ULTRA-TIVIDADE.
   Bom, como se trata de extratividade, então vimos que  é uma lei que vai ser aplicada fora de seu tempo de vigência, lembra? A atividade da lei vai ser extra, ou seja, fora do seu lugar. É como se fosse uma lei “folgada”, isto é, uma lei que vai ser aplicada no lugar de outra rsrs
Ultra-tividade – É quando uma lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridos durante a sua vigência.
Ex.: Boca de urna. Sim, boca de urna, sabe porquê? Quando um político ou outra pessoa é pego fazendo boca de urna, o processo vai ser julgado no mesmo tempo das eleições, ou só depois das eleições é que vai resolver o processo? Só depois. Então, o político não vai poder alegar que já se passou a vigência da lei de boca de urna e ficar impuni. A lei que estava em vigor vai ultragir (ir para frente) para atingir o infrator.
Retroatividade – Seria a possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
EX: Suponhamos que alguém, dirigindo seu automóvel, tenha praticado, no transito, um crime de homicídio culposo no dia 1º de setembro de 1997. O § 3º do art. 121 do Código Penal prevê uma pena de detenção de um a três anos para essa modalidade de infração penal. O processo, depois de concluídas as investigações, teve início me 5 de novembro daquele mesmo ano, estando osautos conclusos para julgamento em março de 1998, ocasião em que já estava em vigor o novo Código de Transito brasileiro ( Lei nº 9.503, de 23/9/97). O novo Código de Transito, almejando punir com mais rigor os motoristas causadores de homicídio culposos, criou uma nova figura típica por intermédio de seu art. 302, assim redigido:
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:Penas – detenção, de 2 a 4 anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Indagamos: as novas disposições criminais do Código de Trânsito poderiam retroagir a fim de alcançar a conduta praticada pelo agente, que a elas se amolda, ocorrida anteriormente à sua vigência, ou o Código Penal, por ser mais benéfico, será ultra-ativo? A regra que deverá prevalecer, no exemplo fornecido, em obediência às determinações constitucionais, será a da ultra-atividade do Código Penal.
 SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO:
Período: Vai da prática da conduta delitiva, até o término de execução (cumprimento) da respectiva sanção penal.
a) Abolitio criminis: É um tipo penal que deixa de ser considerado como tal. (art. 2º do CP).
 Natureza jurídica: É uma causa de extinção de punibilidade. (art. 107, III do CP).
Mas o que é punibilidade? É a possibilidade jurídica que possui o Estado de aplicar o Direito Penal subjetivo (ius puniendi).
a)    Novatio legis in mellius: O crime ainda continua existindo, mas uma lei nova de alguma forma beneficia o réu. (diminuindo ou excluindo uma causa de aumento). (§ único do art. 2º do CP).
b)    Novatio legis incriminadora: É quando um fato passa a ser considerado crime. Ex.: Porte ilegal de arma, antes era contravenção e hoje já é considerado com crime.
c)     Novatio legis in pejus: O crime já existe e surge uma nova lei que prejudica o réu.
 LEIS EXCEPCIONAIS E LEIS TEMPORAIS
a)    Leis temporais: São aquelas que possuem vigência previamente fixada pela lei ou pelo legislador. Em outras palavras: É quando a lei traz expressamente em seu texto o dia do início, bem como o do término de sua vigência.
b)    Exepcionais : São as promulgadas em casos de calamidade pública, guerras, cataclimas e epidemias, cuja vigência perdura enquanto durar a situação que a determinou. Em outras palavras: é aquela cuja vigência é limitada pela própria duração da aludida situação que levou à edição do diploma legal.
Geralmente quando surgem essas leis excepcionais e temporais, também surge leis in pejus, até mesmo para manter a segurança jurídica. E como fica depois que passar essa fase e a lei voltar ao normal? Ainda permanece a lei in pejus, ou seja, ela ultrage?
É muito controvertido na doutrina com relação a isso, visto que, a CF não traz em seu esboço nada mencionando sobre a ultratividade de lei prejudicial e nem a retroatividade de lei não benéfica. Entretanto, o Código Penal assim reza sobre a ultratividade nestes casos:
Ultratividade: é a característica das leis denominadas temporais e excepcionais que permite a sua aplicação aos fatos praticados durante a sua vigência, mesmo após estarem revogadas.

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