Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Como reconhecer a estrutura e função dos lipídeos Material de apoio Lípides Sempre que formos construir um lipídeo, devemos esterificar uma hidroxila alcóolica com um ácido carboxílico. O álcool mais comum é o GLICEROL; Como ele tem 3 hidroxilas, poderemos fazer até 3 esterificações. Em rosa, a estrutura do glicerol. Na figura abaixo, a estrutura do glicerol, em rosa, recebeu 3 ligantes em suas hidroxilas. Ao lado, em modelo de bolas temos o glicerol, esterificado por 3 ácidos carboxílicos; Para criar a função éster, é necessário juntar uma função ácido carboxílico a hidroxila alcóolica do GLICEROL; Em seres vivos, os lipídeos tem em sua composição ácidos carboxílicos de cadeia longa (acima de 10 carbonos) = como sua cadeia é longa, são chamados de ácidos graxos. Em mamíferos, a maior parte destes ácidos graxos tem cadeias acima de 16 carbonos, pois somos capazes de sintetizar 16 carbonos. Ácido graxo de cadeia saturada Dupla ligação em posição CIS Cadeia Saturada e Insaturada Cadeias saturadas, sem duplas, ficam muito próximas. Assim o ponto de fusão é mais elevado. Quando as cadeias são insaturadas, principalmente com duplas em posição CIS, existem dobras na caia de hidrocarbonetos. Estas dobras afastam a estrutura e as tornam mais fluidas (líquidas a temperatura ambiente) Isomeria Cis-Trans para as dupla ligações entre os carbonos Duplas ligações em posição CIS Sem duplas ligações – cadeias saturadas Palmitato = àcido palmítico – com 16 carbonos e sem dupla ligações Oleato = ácido oleico – com 18 carbonos e com 1 dupla ligação na posição CIS Estruturas Duplas em posição Cis, marcadas em vermelho Nº Carbono s Nº Duplas Nome Posição dupla 12 0 Ác. Láurico - 14 0 Ác. Mirístico - 16 0 Ác. Palmítico - 18 0 Ác. Esteárico - 20 0 Ác. Araquídico - 16 1 Ác. Palmitoléico Cis C9 18 1 Ác. Oléico Cis C9 18 2 Ác. Linoléico Cis C9, 12 18 3 Ác. Linolênico Cis C9,12,15 20 4 Ác. Araquidônico Cis C5,8,11,14 Óleos e Gorduras Os óleos são lipídeos (álcool+ácidos graxos) que contém em sua composição 1 ou mais ácidos graxos insaturados com duplas ligações em posição CIS; Quando os ácidos graxos estão em posição TRANS, a estrutura se torna mais compacta e então o ponto de fusão aumenta e fluidez diminui. Logo, óleos contendo ácidos graxos TRANS são menos fluidos. As gorduras são lipídeos que contém ácidos graxos saturados, sem duplas ligações, em sua composição, por isso costumam ser sólidos a temperatura ambiente, mostrando o aumento das interações intermoleculares, reduzindo a fluidez e elevando o ponto de fusão. Apesar da interação predominante ser as forças de Van der Walls, o número elevado de átomos que interagem fazem com que o ponto de fusão fique significativo. Tipos de lipídeos Podemos ter lipídeos simples: álcool + ácidos graxos GLICERIDES – característicos por ser muito apolares. Temos apenas álcool e ácidos graxos, assim a polaridade é muito baixa, este tipo de lipídeo é encontrado apenas no tecidos adiposo. Podemos ter lipídeos compostos: álcool + ácidos graxos + grupos fosfatos FOSFOLIPÍDEOS – dentro deste grupo podemos ter 2 tipos de álcool, o glicerol e o esfingol (esfingosina) Quando o álcool é o glicerol, temos glicerofosfolipídeos; Quando o álcool é o esfingol, temos os esfingolipídeos; Formação dos triacilgliceróis – TAG (Glicerídeos) R1, R2 e R3 são ácidos graxos que poderão ser inseridos. Os glicerídeos podem ser monoacilgliceróis (com 1 ácido graxo – MAG), diacilgliceróis (com dois ácidos graxos – DAG) e Triacilgliceróis (com 3 ácidos graxos – TAG). Grupos ACIL = ácidos graxos que perderam sua hidroxila Atenção para a estrutura do glicerol (em preto) e a estrutura da ligação éster (em vermelho) o que caracteriza um lipídeos propriamente dito. Exemplos Triacilglicerol (TAG) O glicerol em preto; Na posição 1-ácdo palmítico (C16 sem duplas em vermelho), na posição 2 – ácido linoleico (C18 com duas duplas em azul) e na posição 3 – ácido esteárico (C18 sem duplas na cor verde). Outro exemplo com glicerol, em rosa, e 3 ácidos graxos. Posição 1 – ácido esteárico, posição 2 – ácido linoleico, posição 3 - ácido palmítico. Fosfoglicérides ou Glicerofosfolipídeos Observe a estrutura em (a), ela apresenta um glicerol com um grupo fosfato inserido na hidroxila da posição 3; As hidroxilas da posição 1 e 2 poderão receber ácidos graxos como mostrado na figura (b) (R1 e R2); Em verde, na figura (b),está representado o grupo X, que é inserido no grupo fosfato e nos mostra o tipo de fosfolipídeo. Fosfoglicérides ou Glicerofosfolipídeos Representação do grupo que chamamos de fosfatidato. O fosfadidato é um fosfolipídeo geral, composto por glicerol, 2 ácidos graxos qualquer, no nosso desenho temos ácido plamítico na posição 1 e ácido oleico na posição 2. E para caracterizar a estrutura um grupo fosfato na posição 3. Este grupo fosfato recebe um outro elemento polar, marcado por um X na figura. Unidades alcoólicas que são inseridas no FOSFATIDATO (grupo X ligado ao fosfato) Exemplos Fosfoglicerídeos Em verde: os ácidos graxos que serão inseridos; Em azul: o glicerol; Em preto, os grupos fosfato; Em rosa, os grupos que podemos acrescentar no grupo fosfato, nossos grupos X. Exemplos e funções Fosfatidilserina, atua receptor celular, envolvido com sinalizações, p.e. apoptose. Fosfatidiletanolamina, surfactante pulmonar; Fosfatidilcolina, também chamada lecitina participa das síntese de prostaglandinas e leucotrienos; Fosfatidilinositol, sinalizador intracelular; Fosfatidilglicerol, surfactantes pulmonares. Esfingolipídeos O álcool de origem é o esfingol; Geram as CERAMIDAS, compõem as membranas celulares; Tipos: (a)Esfingomielinas, (b)Cerebrosídeos, (c) Gangliosídeos Ceramidas (é o esfingolipídeo mais simples, composto apenas por esfingol, que é um álcool, e um resíduo de ácido graxo) Esfingomielina A estrutura ao lado, a esfingomielina, é um esfingolipídeo, um fosfolipídeo. Tem o esfingol, em preto, uma estrutura de ácido graxo, em vermelho, e a estrutura do grupo fosfato com seu X substituinte, em azul. A parte em azul, caracteriza um fosfolipídeo, no caso uma fosfocolina. O grupo azul é muito polar, chamado de cabeça polar, característico de fosfolipídeos de membrana plasmática. Cerebrosídeos e Gangliosídeos São esfingolipídeos, onde os grupos polares que são inseridos como cabeça polar são oligossacarídeos, todos fazem parte das membranas plasmáticas de células cerebrais. Glicoesfingolipídeos possuem carboidratos como sua parte polar. Os cerebrosídeos apresentam uma monose como cabeça polar GALACTOSE, estão presentes em tecidos neurais; Gangliosídeos possuem cabeça polar grande, composto por várias monoses, fazem parte da substância cinzenta do cérebro. Resumo Modelo de membrana plasmática. No esquema, as bolinhas azuis representam as cabeças polares de todos os fosfolipídeos de membrana. As pequenas linhas pretas, tremidas, representam as caudas apolares dos fosfolipídeos e são compostas pelas cadeias carbônicas dos ácidos graxos que fazem parte dos fosfolipídeos. As pequenas gotas amarelas, inseridas em meio as caudas apolares são moléculas de colesterol. Substâncias associadas aos lipídeos Ciclopentanoperhidrofenantreno -CPPF- Colesterol São substâncias que por sua baixa polaridade (apolares)se encontram mergulhadas nos mesmos tecidos que contem lipídeos. O núcleo comum dos esteroides é o CPPF, representado ao lado e que contém 4 anéis. Os anéis de CPPF podem possuir substituições que os transformam em colesterol. Esta molécula ao lado que é um álcool cíclico com 27 carbonos. Ester de coleterol Éster de Colesterol Um éster de colesterol é quando o CPPF é esterificado com um ácido graxo, uma ácido esteárico no desenho ao lado. Assim, o colesterol esterificado passa ser um éster, um lipídeo propriamente dito. Álcool (colesterol) + ácido graxo. Derivados do colesterol, todos usam como base o CPPF. Propriedade dos lipídeos Temos dois grupos de lipídeos: sem cabeça polar (glicerídeos) e com cabeça polar (fosfolipídeos = glicerofosfolipídeos e esfingolipídeos) Os sem cabeça polar fazem parte do tecido adiposo, servem para confecção de sabões e são muito apolares; Os com cabeça polar são anfipáticos ou anfifílicos. Assim, aqueles que são anfipáticos são úteis para formar as membranas celulares, servem como agentes tensoativos, criam emulsões.
Compartilhar