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17-02-2017 Teoria da constituição (cont.) 5- Supremacia da constituição O princípio da supremacia da constituição supõe que a constituição ocupa posição de superioridade no ordenamento jurídico, representando o fundamento de validade das normas inferiores. Havendo conflito entre uma norma inferior e a constituição, esta última deve prevalecer. É a supremacia da constituição que garante unidade e coerência ao sistema jurídico. A posição de primazia da constituição no sistema jurídico, também se justifica pelo tipo de normas presentes na constituição, isto é, estas normas regulam matérias essenciais para a organização e funcionamento do estado e para a ordenação da vida em sociedade. Por exemplo, a constituição regula a forma de estado, a forma de governo, o sistema de governo, a separação de poderes, o princípio democrático, os direitos e garantias fundamentais, etc. A origem histórica da supremacia da constituição é o caso Marbury x Madson, em 1803, decidido pelo juiz Marshall. 6- Classificação das constituições Quanto a forma de produção: Escritas: são aquelas, cujas normas são reproduzidas por escrito, de maneira sistematizada em um único documento jurídico, por exemplo, constituição de 88 e constituição americana de 1787. Não escritas: são aquelas cujas normas se baseiam nos usos, costumes e jurisprudência de uma comunidade, mas que podem ter normas escritas em textos fragmentados pelo sistema jurídico. Por exemplo, a constituição inglesa é baseada nos usos, costumes e jurisprudência, mas contém normas reproduzidas por escrito, espalhadas pelo sistema, como a carta magna de 1215 e o habeas corpus act. Quanto ao modo de elaboração: “Constituição dogmática é sempre escrita” Constituições dogmáticas As constituições dogmáticas são produzidas uma única vez por uma assembleia ou convenção constituinte, formadas com a finalidade específica de criar a constituição As constituições dogmáticas são baseadas em dogmas e princípios predominantes na sociedade no momento em que ela é produzida. Por exemplo, a constituição de 88 foi produzida em um momento em que predominavam na sociedade dogmas bem definidos, como a redemocratização, o respeito à dignidade humana, as liberdades públicas, etc. Constituições históricas As constituições históricas são feitas e renovadas por um processo lento e gradual conforme a evolução dos usos, costumes e jurisprudência de uma sociedade. Ex. Constituição inglesa Quanto à origem Promulgada As constituições promulgadas (ou democráticas) tem origem na vontade popular. Os representantes do povo, reunidos em assembleia, elaboram a constituição. É uma constituição feita pelo povo reunido em uma assembleia constituinte Outorgada As constituições outorgadas são impostas unilateralmente pelos governantes, sem a participação da sociedade. Por exemplo, as constituições de 1824 (imperador), 1937 (Getúlio) e 1967 (junta militar). As constituições cesaristas também são impostas unilateralmente pelos seus governantes, porém, com o objetivo de garantir aparente legitimidade democrática, a aprovação da constituição é submetida a consulta popular, geralmente por meio de referendo. Ex: as constituições da Bolívia, Venezuela, Equador e Cuba são Cesaristas ou Bonapartistas. Quanto à estabilidade ou alterabilidade Imutáveis: constituições imutáveis são aquelas cujas normas não podem ser modificadas por emenda constitucional. Somente uma nova constituição pode substituí-la. Não há registro de constituições imutáveis. Esta classificação tem importância apenas didática. Rígidas: são aquelas cujo procedimento para alteração de suas normas é mais difícil do que procedimento de alteração de uma norma infraconstitucional. A CF/88 é rígida, pois exige procedimento complexo para modificação formal de seu texto, no qual a proposta de emenda à constituição deve ser votada nas duas casas do congresso nacional, em dois turnos de votação e aprovação por maioria qualificada de 3/5 em cada turno. Já as leis ordinárias são aprovadas por maioria simples. Super rígida:
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