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Aula de Direito Constitucional 1 (6)

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03/03/2017
2.3 Principal causa
A principal causa para o surgimento do neoconstitucionalismo é a chamada falência do estado legislativo de direito. O estado legislativo de direito é substituído pelo estado constitucional de direito, no qual, a constituição passa a ocupar posição de centralidade no sistema e a influenciar toda a interpretação e aplicação do direito
A falência de um estado, baseada na lei e no princípio da legalidade formal, resulta das atrocidades cometidas durante o holocausto nazista. Até então, a justiça de uma lei estava associada a competência da autoridade ou órgão que a produziram, independentemente de seu conteúdo. Tanto é assim, que durante o julgamento no tribunal de Nuremberg, os oficiais nazistas alegaram em sua defesa o cumprimento da lei.
A noção formal positivista do direito é substituída por uma noção substancialista neopositivista.
2.4 Consequências 
Supremacia material e axiológica da constituição 
As normas constitucionais têm primazia formal e material sobre leis e atos normativos infraconstitucionais, isto é, as normas infraconstitucionais devem observar o processo de criação previsto na constituição e as matérias postas pela constituição. Além do mais, as normas infraconstitucionais devem respeitar os valores constitucionais, como por exemplo, a cidadania, os valores sociais do trabalho e o pluralismo político.
Força normativa e expansiva
A constituição não representa uma carta de intenções. Ela não faz convites ao legislador e a sociedade, pois contém regras e princípios dotados de força normativa, isto é, de cumprimento obrigatório. 
A constituição também tem força expansiva, pois vai expandir sua força normativa por todo o ordenamento jurídico, que deve ser interpretado e aplicado à luz da constituição. 
Condicionamento de validade e compreensão do direito
As normas jurídicas têm sua validade condicionada ao processo de criação previsto na constituição e aos limites materiais constitucionais.
Além do mais, todos os ramos do direito passaram a ser compreendidos a partir das normas constitucionais, como por exemplo, o direito civil e o direito administrativo.
Deveres de atuação para os órgãos políticos 
A constituição impôs deveres de atuação para os poderes executivo e legislativo, como por exemplo os deveres relacionados a implementação de políticas públicas de segurança, Saúde, educação, transporte, seguridade social, etc.
2.5 objetivos
O objetivo do neoconstitucionalismo consiste em instituir um direito constitucional fundado na dignidade da pessoa humana, isto é, um novo direito constitucional, menos preocupado com a estruturação formal do estado e mais preocupado com os seres humanos. 
2.6 Reconhecimento de força normativa aos princípios
O neoconstitucionalismo se caracteriza por reconhecer força normativa aos princípios.
Segundo a doutrina constitucionalista contemporânea, as normas constitucionais são gênero com duas espécies: as regras e os princípios. As regras constitucionais definem condutas de maneira objetiva e uma determinada consequência jurídica. Ou a regra se aplica a um determinado fato ou não se aplica. Segundo Ronald Dworkin, as regras se aplicam pela lógica do tudo ou nada, isto é, se um determinado fato se amolda a sua previsão em abstrato, a regra deve ser aplicada pela subsunção. Por exemplo, o artigo 40, II da CF estabelece que o servidor público que completar 70 anos, deve ser aposentado compulsoriamente.
As regras constitucionais têm uma preocupação maior em garantir segurança jurídica. 
Por sua vez, os princípios, que também tem força normativa, possuem um nível de objetividade menor e uma maior plasticidade. Sua normatividade é mais abstrata, isto é, eles não definem condutas objetivamente, mas estabelecem um estado ideal de coisas. Os princípios constitucionais se preocupam preponderantemente em tutelar valores relacionados à justiça. Eles não se aplicam mediante subsunção, mas mediante a técnica da ponderação com outros princípios, valores ou interesses eventualmente colidentes. 
Robert Alexy sustenta que os princípios são mandados de utilização, por exemplo, princípio da moralidade administrativa, princípio da eficiência, impessoalidade, etc.
2.7 Vertente substancialista
O neoconstitucionalismo propõem que o direito seja concebido a partir de uma vertente substancialista. Isso significa que, a legitimidade de uma norma não pode residir, unicamente, em pressupostos formais, como a observância ao devido processo legislativo e o respeito a competência do órgão ou autoridade que editou a norma. A justiça da norma deve ser avaliada, sobretudo a partir da sua compatibilidade substancial ou de conteúdo (a matéria que ela dispõe) com as normas, valores e opções políticas gerais e específicas da constituição.

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