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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO CARLOS 
Licenciatura em Ciências Exatas 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução à Biologia Vegetal 
 
 
 
Disciplina Biologia II 
 
 
 
 
 
 
 
São Carlos - 2001 
 
 
Sumário 
6 A Sistemática Vegetal e seu significado ____________ 49 
6.1 Nomenclatura__________________________________________ 49 
6.2 Regras de Nomenclatura ________________________________ 51 
6.3 Os Sistemas de Classificação____________________________ 52 
7. Algas ___________________________________________________ 54 
7.1 Organização celular_____________________________________ 54 
7.2 Reprodução nas Algas__________________________________ 54 
7.3 Categorias taxonômicas das algas ____________________ 58 
Divisão 1 : Cianophyta________________________________________ 58 
Divisão 2: Chlorophyta _______________________________________ 59 
Divisão 3: Euglenophyta_______________________________________ 59 
Divisão 5: Phaeophyta (cerca de 1.500 sp) ________________________ 62 
Divisão 6: Rhodophyta (cerca de 4000 sp)_________________________ 62 
Divisão 7: Pyrrophyta ________________________________________ 63 
Divisão 8 : Haptophyta _______________________________________ 64 
8 Briófitas _________________________________________________ 65 
Classe Hepaticae __________________________________________ 67 
Classe Anthocerotae _______________________________________ 68 
Classe Musci ______________________________________________ 68 
9 Traqueófitas ____________________________________________ 70 
9.1 Pteridófitas_____________________________________________ 70 
9.1.1 Divisão Psilotophyta __________________________________ 71 
9.1.2 Divisão Rhyniophyta __________________________________ 71 
9.1.3 Divisão Lycopodiophyta _______________________________ 71 
9.1.4 Divisão Equisetophyta. _______________________________ 72 
9.1.5 Divisão Poliopodiophyta ______________________________ 72 
9.2 As fanerógamas ________________________________________ 76 
9.2.1 Divisão Gymnospermae (gimnospermas) ________________ 76 
9.2.2 DIVISÃO ANGIOSPERMAE (250.000 espécies) __________ 82 
 
 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
49
6 A Sistemática Vegetal e seu significado 
A Sistemática Vegetal é a parte da botânica que tem por finalidade agrupar as 
plantas dentro de sistemas, levando em consideração suas características internas e 
externas, suas relações genéticas e afinidades. Muitos botânicos consideram o termo 
sistemática e taxonomia como sinônimos; porém, outros reservam a designação taxonomia 
para a ciência que elabora as leis da classificação e sistemática para aquela que cuida da 
classificação dos seres vivos, baseada fundamentalmente na morfologia. A sistemática 
compreende três etapas : a identificação, a nomenclatura e a classificação. 
A identificação : é a determinação de um táxon como idêntico ou semelhante a 
outro já conhecido. Pode ser realizado com auxílio de literatura ou por comparação com 
outro táxon de identidade conhecida. Táxon é o termo estabelecido para determinar uma 
unidade taxonômica de qualquer hierarquia (família, gênero, espécie, etc.). 
Nomenclatura : cuida do emprego correto dos nomes das plantas e compreende 
um conjunto de princípios, regras e recomendações aprovados em Congressos 
Internacionais de Botânica e publicados num texto oficial. 
Classificação : é a ordenação das plantas num táxon. Cada espécie é classificada 
como membro de um gênero, cada gênero pertence a uma família; as famílias estão 
subordinadas a uma ordem, cada ordem a uma classe, cada classe a uma divisão. Vale 
lembrar que o termo classificação não é sinônimo de identificação. Quando, por exemplo, 
se nomeia uma planta já conhecida, ela está sendo identificada, ao passo que, quando se 
procura localizar um exemplar ainda não conhecido dentro de um sistema de classificação, 
estar-se-á classificando. 
Antigamente, Sistemática era uma ciência que se restringia ao estudo de 
fragmentos de plantas, devidamente etiquetados e conservados em herbáreo, baseando-se 
no estudo morfológico desses espécimes. A sistemática moderna, chamada Nova 
Sistemática, estuda o comportamento da planta na natureza, fundamentada na morfologia, 
na estrutura anatômica dos vegetais, nos caracteres genéticos, na ecologia, na distribuição 
geográfica, no estudo de seus antepassados, etc. para compreender e estabelecer as 
verdadeiras afinidades e grau de parentesco existente entre os diversos grupos vegetais. 
Para agrupar os vegetais de acordo com suas afinidades verdadeiras, a 
Sistemática lança mão de todas as ciências botânicas. Baseia-se na hipótese de que existem 
relações genéticas entre as plantas e que os vegetais atuais descendem de outros existentes 
ou já extintos, através de sucessivas gerações. Está fundamentada na suposição de que 
ocorreu, durante as épocas de desenvolvimento da história da Terra, uma evolução dos 
caracteres das plantas, encontrando-as mais complexas hoje em dia. 
 
6.1 Nomenclatura 
Considerando uma espécie qualquer, o milho por exemplo, ela possui uma série 
de características que a distingue de outra espécie qualquer. Muitas vezes pode ocorrer de 
duas espécies possuírem caracteres tão semelhantes que é difícil distingui-las, ou ainda, 
possuírem uma grande variabilidade de formas. Isto ocorre devido ao próprio processo 
evolutivo, ou seja, muitas espécies não estão definidas ou estão em processo de formação 
de duas ou mais. 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
50
A necessidade de identificar as espécies universalmente levou a utilização de um 
nome científico. Várias tentativas foram feitas, mas somente Carl Linné (1707-1778) 
conseguiu organizar uma nomenclatura eficiente, formada por apenas duas palavras: a 
Nomenclatura Binomial. A primeira palavra seria um substantivo, retirado do táxon gênero, 
e a segunda seria um adjetivo que formaria a espécie. No exemplo do milho, teríamos então 
Zea como substantivo e mays como adjetivo; ficando a espécie com o nome científico de 
Zea mays. 
Z. mays representa a unidade básica de toda a sistemática: a espécie, e com isso 
seu conjunto próprio de caracteres genotípico e fenotípico. A obtenção deste adjetivo é 
diversa, sendo na maioria das vezes derivado de características existentes no próprio 
vegetal, seu habitat, etc. No caso do milho, o termo mays provem dos índios Maias que o 
cultivavam. 
Zea é o gênero a que pertence a espécie citada, isto é, um grupo de espécies 
muito semelhantes pertenceriam ao táxon chamado gênero. Portanto, ao dar o nome 
científico a uma espécie já está se indicando a que grupo (táxon) ela pertence. 
Porém, devido ao grande número de espécies existentes, foi necessário organizá-
las em taxa mais elevados, ou seja, um grupo de gêneros com características próximas seria 
englobado por um táxon superior denominado família. Um conjunto de famílias afins 
formaria um táxon de nível mais elevado, denominado ordem e assim sucessivamente para 
classe e divisão. 
O termo divisão está prescrito nas normas de nomenclatura para representar a 
categoria de maior magnitude no reino vegetal e seu número varia com os diferentes 
sistemas de classificação (tabela 6.1). Os zoologistas dividem o reino animal em phyla e 
para uniformidade de termos alguns botânicos têm adotado o termo phylum para plantas 
em lugar de divisão. 
Dentro de uma espécie podem, ainda, ocorrer variações nas características ou 
seleção de híbridos pelo homem, criando subníveis como: subespécie, variedade, forma, 
raça, clone. Nos demais taxa podem também ocorrer subdivisões, nas quais pode ser 
acrescentado o prefixo sub ao táxon, indicando que este é inferiore o táxon tribo abaixo 
de família. Assim teremos: 
 Divisão 
 sub-divisão 
 Classe 
 sub-classe 
 Ordem 
 sub-ordem 
 Família 
 sub-família 
 tribo 
Gênero 
 sub-gênero 
 Espécie 
 sub-espécie, variedade, forma 
 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
51
6.2 Regras de Nomenclatura 
 Cada táxon tem um radical e um sufixo determinado por normas: 
a. O radical é obtido sempre de um taxa inferior mais característico. Assim, dentro de 
um grupo de gêneros que pertencem a uma família, o mais característico (chamado gênero 
tipo) fornece o radical para a formação do nome da família Ex.: gênero Aster, família 
Asteraceae. O mesmo ocorre para os níveis superiores à família, de modo que a família 
mais característica da ordem fornecerá o radical para a formação do nome deste táxon e 
assim por diante. 
b. Cada nível de táxon possui um sufixo específico. Exemplo: Rosa alba 
 táxon sufixo exemplo 
 espécie R. alba 
 gênero Rosa 
 tribo eae Roseae 
 família aceae Rosaceae 
 ordem ales Rosales 
 classe eae ou Dicotiledoneae 
 opsida Magnoliopsida 
 sub-divisão ae Angiospermae 
 divisão ae ou phyta Magnoliophyta 
 
c. Todos os nomes devem ser escritos em latim ou latinizados. Isso porque o latim é 
uma língua "morta" e não sofre modificações (não evolui). Além disso, não nacionaliza a 
ciência, já que não dá preferência a nenhuma nação atual. 
d. Os nomes de taxa devem ter a letra inicial maiúscula, exceto de espécie. 
e. O nome científico de uma espécie é sempre formado por duas palavras 
(nomenclatura binomial, já descrita no texto). 
f. O nome científico da espécie deve vir acompanhado do nome (abreviado) do autor 
que a descreveu. Ex.: Rosa alba L. Quando ocorre dois nomes de autores, sendo o 
primeiro entre parênteses, significa que o segundo modificou a posição sistemática. Ex.: 
Bulbostylis capillaris (L.) Clarke. 
g. O nome científico da espécie deve vir grifado ou destacado no texto. 
 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
52
 
6.3 Os Sistemas de Classificação 
 
Os sistemas de classificação baseiam-se em três tipos principais: o artificial, o 
natural e o filogenético. Os primeiros sistemas de classificação eram considerados artificiais 
porque se baseavam num único caráter da planta. Um exemplo clássico é o chamado 
sistema sexual de Lineu, fundamentado no número e disposição dos estames. Este sistema 
era bastante falho, pois plantas inteiramente diferentes eram agrupadas numa mesma classe 
porque apresentavam o mesmo número de estames. 
No final do século XVIII, com o aumento dos conhecimentos botânicos, 
começaram a surgir mudanças revolucionárias nos sistemas de classificação vegetal. Os 
novos sistemas foram chamados de sistemas naturais e eram baseados na afinidade natural 
das plantas, que não depende de uma só característica, mas de toda a organização do 
vegetal de modo que cada planta ficasse situada ao lado daquela mais semelhante. Um dos 
primeiros a utilizar este sistema foi Jussie, que procurava ordenar as plantas considerando o 
número de cotilédones, a estrutura da semente e muitos caracteres vegetativos e 
reprodutivos. 
A difusão rápida e a pronta aceitação das teorias de Darwin, demonstraram a 
insatisfação que existia entre os pesquisadores a respeito dos diversos sistemas de 
classificação até então existentes. O sistema filogenético surgiu então, baseado na 
variabilidade das espécies. Este cuida de suas relações genéticas, levando em consideração 
tanto os vegetais atuais, como aqueles de outras eras geológicas. Em síntese, o sistema 
filogenético se firma na teoria evolutiva, classificando os organismos com base nas 
modificações de seus caracteres. Um bom representante para o sistema filogenético foi 
Eichler (1883) que dividiu o reino vegetal em Phanerogamae e Criptogamae. 
A classificação das plantas, bem como dos demais seres vivos, está sujeita a 
alterações, em função de novas descobertas científicas e reformulações de antigos 
conceitos. Entretanto, as modificações propostas nem sempre são aceitas por todos os 
pesquisadores, os quais podem decidir por outras abordagens de classificação. Assim, é 
muito difícil dizer qual é o melhor sistema de classificação, principalmente quando se trata 
de vegetais, onde pelo menos quatro sistemas são comumente utilizados: o de Eichler 
(1883), o de Tippo (1942), o de Wittaker (1969) e o de Bold (1970). 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
53
Tabela 6.1 : Resumo dos principais sistemas de classificação utilizados para vegetais. 
EICHLER, 1883 TIPPO, 1942 WITTAKER, 
1969 
BOLD, 1970 
 
Criptogamae 
Divisão 1: 
Talófitas 
Sub-Reino 1: 
 
 Talófitas 
(Cianófitas, 
Euglenófitas, Crisófitas 
e Pirrófitas são 
incluídas em outros 
reinos) 
Divisões: (Além das 
divisões abaixo, existem 
mais 17, incluindo todas as 
algas e fungos) 
 Classe 1: 
(Algas) 
Divisões: 
Cianófitas 
Divisões: 
Rodófitas 
Hepatófitas 
Cianofíceas Clorófitas Feófitas Briófitas 
Clorofíceas Euglenófitas Clorófitas Psilófitas 
Feofíceas Feófitas Briófitas Microfilófitas 
(Licopodíneas) 
Rodofíceas Rodófitas Artrófitas (Equisetineas) 
 Classe 2: 
(Fungos) 
Crisófitas Traqueófitas Pteridófitas 
Divisão 2: 
Briófitas 
Pirrófitas Classe 1: 
Filicíneas 
Cicadófitas 
Divisão 3: 
Pteridófitas 
Eumicotas Classe 
2:Licopodíneas 
Ginkgófitas 
 Sub-Reino2 
Divisão 1: 
Briófitas 
Classe 3: 
Gimnospermas 
Coniferófitas (Coníferas) 
Phanaerogamae Divisão 2: 
Traqueófitas 
Classe 4: 
Angiospermas 
Gnetófitas (Gnetíneas) 
Divisão 1: 
Espermatófitas 
Classes: 
Filicineas 
 Antófitas 
(Angiospermas) 
Classe 1: 
Gimnospermas 
Licopodíneas 
Classe 2: 
Angiospermas 
Gimnospermas 
 Angiospermas 
 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
54
7. Algas 
Embora não se possa descrever a organização da vida primitiva com absoluta 
certeza, os registros fósseis indicam firmemente que organismos semelhantes às algas atuais 
viveram há mais de três bilhões de anos. Isso não permite afirmar categoricamente que as 
algas foram os seres vivos mais antigos, pois os registros fósseis são sempre incompletos, 
mas há indícios de que as algas, juntamente com as bactérias e certos fungos, são 
organismos extremamente antigos (Bold, 1972). Por isto e em virtude da relativa 
simplicidade da maioria das algas, o estudo sobre a diversidade do reino vegetal se iniciará 
nesses organismos. 
O termo alga, usado a partir de 1753 e introduzido por Lineu é aplicado a uma 
variedade tão grande de organismos que hoje não se pode atribuir um significado preciso a 
ele. As algas abrangem as Talófitas clorofiladas (e seus aparentados não pigmentados) que 
têm como único caráter comum a ausência do envoltório multicelular nos esporângios e 
gametângios, tal como ocorre nas briófitas mais primitivas. A única exceção é o gametângio 
das Caráceas. 
As algas habitam água doce ou salgada e podem ocorrer também no solo ou em 
associação com fungos (formando os líquens), vegetais ou certos animais. 
Por serem organismos fotossintetizantes têm um importante papel como produtores 
primários formando a base do ciclo nutricional para a vida aquática animal. Além disso 
oxigenam o ambiente e ainda podem fixar nitrogênio atmosférico (cianofíceas). 
As algas ainda podem ser úteis ao homem de várias maneiras: como alimento (muitas 
espécies marinhas sãoutilizadas como alimento pelos orientais) ou em dentifrícios e etc. Por 
outro lado, muitas algas podem excretar produtos tóxicos ao homem e demais animais, 
como é o caso da "maré vermelha" que mata peixes e ocorre devido a um "bloom" 
(crescimento excessivo) de Gonyaulax e outras pirrófitas. 
 
7.1 Organização celular 
Com exceção das cianofíceas, todas as demais algas são eucarióticas. Apresentam 
cloroplastos, que variam em forma e pigmentação nas diversas divisões. O núcleo muitas 
vezes pode estar mascarado pelos plastos. Algas unicelulares móveis possuem um ou mais 
flagelos. 
As cianofíceas diferem de todas as demais algas na sua organização celular. Em 
certos aspectos assemelham-se muito às bactérias, sendo por isso denominadas 
cianobactérias. Não possuem qualquer organela interna, seus pigmentos acham-se 
localizados em lamelas citoplasmáticas e não chegam a constituir um cloroplasto. 
7.2 Reprodução nas Algas 
Os processos de reprodução entre algas são tão variados quanto as formas de vida e 
envolvem mecanismos assexuados e sexuais, freqüentemente caracterizados pela produção 
de esporos e gametas flagelados. 
Vários processos de reprodução vegetativa podem ser encontrados entre as algas: 
a) Divisão (cissiparidade), que é o processo mais simples e pode resultar dois indivíduos 
do mesmo tamanho. 
b) Auxósporos: certas algas unicelulares, como por ex: as diatomáceas, apresentam parede 
celular de pectina, fortemente impregnada de sílica, que tem a forma de uma cápsula, 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
55
denominada frústula. Esta é formada por duas partes, as tecas, que se encaixam uma na 
outra. Essas algas se reproduzem por cissiparidade, ocorrendo inicialmente um afastamento 
das duas metades seguido de divisão do núcleo e das outras partes. Cada célula-filha ficará 
com uma das tecas e será formada outra no interior da restante. Assim, uma célula-filha terá 
o tamanho igual da célula-mãe e a outra será menor. Após várias gerações, onde as algas 
vão diminuindo de tamanho, as células acabam abandonando a cápsula, aumentando de 
volume e gerando uma nova frústula completa (figura 7.1). 
A formação do auxósporo (do grego = aumentar) muitas vezes é acompanhado de 
reprodução sexuada entre duas células que abandonaram suas frústulas ao mesmo tempo. 
 
 
 
Figura 7.1: Representação esquemática da reprodução em diatomáceas 
 (modificado a partir de Raven et. al., 78). 
 
c) Hormogônios: nas cianofíceas filamentosas, cada "fio" é uma colônia filamentosa que 
não ultrapassa certo comprimento, podendo se multiplicar por fragmentação. Cada 
filamento que se separa da colônia recebe o nome de hormogônio. Essa separação pode se 
dar por morte de algumas células do filamento, isolando o fragmento, ou por simples quebra 
do filamento. 
IFSC / LCE / Biologia 2 
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56
d) Esporos são estruturas especializadas, geralmente unicelulares, de grande resistência, 
destinadas a reprodução assexuada. 
 Os esporos, formados dentro de células ou de estruturas especializadas, 
denominadas esporângios, são disseminados pelo vento ou pela água. Eles resistem a 
condições desfavoráveis e subsistem em vida latente até que as condições ambientais 
permitam seu desenvolvimento. Quando são móveis, os esporos são denominados 
zoósporos. 
e) Propágulos, estruturas especiais, pluricelulares, semelhante a pequenos primórdios de 
indivíduos. 
Nos processos sexuais, os gametas podem ser formados em qualquer lugar do talo 
ou em gametângios. Entre esses processos, o mais primitivo é o da isogamia, onde os 
elementos não apresentam distinção morfológica, mas somente fisiológica (fig. 7.2). Por ex: 
Spirogyra, Chlamydomonas. 
Ainda podem ser observados outros processos considerados mais evoluídos, como a 
heterogamia e a oogamia . Na heterogamia, os gametas são diferentes, sendo as oosferas 
(feminino) grandes e os anterozóides (masculino) pequenos, mas ambos móveis. 
 
Figura 7.2: Tipos de reprodução sexuada com base na forma dos gametas. (a) isogamia: 
os gametas têm igual tamanho e forma. (b) anisogamia, um gameta (convencionalmente dito 
masculino, é menor que o outro. (c) oogamia, onde o gameta feminino é imóvel. 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
57
No processo oogâmico os gametas femininos são imóveis podem liberar substâncias 
que atraem os gametas masculinos. As oosferas são mais volumosas e armazenam reservas 
imprescindíveis para a germinação do zigoto. Há casos onde o gametângio feminino é tão 
grande que produz somente uma oosfera. Os anterozóides são ágeis, pequenos e 
produzidos em grande quantidade. Ex: Dictyota . 
É importante relembrar os ciclos de vida, que se distinguem de acordo com a posição 
da fecundação e meiose no ciclo de vida dos vegetais. Podem ser: haplonte, diplonte e 
haplodiplonte. 
a) Haplonte: a meiose ocorre logo após a fecundação e formação do zigoto, sendo 
 portanto meiose zigótica ou inicial. Os indivíduos do ciclo são haplóides. 
 
Indivíduo (n) Gametas (n) Fecundação Zigoto(2n) 
 (n) 
 R! 
 
b) Diplonte: os indivíduos do ciclo são diplóides (2n) e portanto a meiose ocorre na 
 formação dos gametas (n) e por isso é chamada gamética ou final. 
 
 Indivíduo (2n) R! Gametas (n) Fecundação 
Zigoto(2n) 
 (n) 
 Mitose 
 
c) Haplonte-diplonte ou Haplodiplonte: em um mesmo ciclo de vida há alternância de 
uma fase de indivíduos diplóides com uma fase de indivíduos haplóides. Isso é chamado de 
alternância de gerações ou metagênese. 
 
Indivíduo(2n) R! Esporos (n) Indivíduo (n) 
 
germinação 
 Zigoto (2n) fecundação (n) gametas 
 (n) 
Obs: indivíduo diplonte = geração esporofítica = esporófito 
 indivíduo haplóide = geração gametofítica = gametófito 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
58
7.3 Categorias taxonômicas das algas 
O número de divisões e classes que inclui as algas varia de um sistema de 
classificação para outro, de autor para autor, como já vimos anteriormente. 
Utilizaremos a classificação segundo TRAINOR (1978), modificada, englobando as 
algas em 8 divisões, dadas a seguir: 
 
Divisão 1 : Cianophyta 
 
Constituída pelas algas azuis ou cianobactérias. São procarióticas unicelulares, 
filamentosas ou coloniais. Pigmentos: clorofila a, xantofilas, ? -caroteno e ficobilinas 
(ficocianina e ficoeritrina). 
Ocorrem em água doce e salgada, bem como em ambientes terrestres e fontes 
termais, não possuem núcleo diferenciado nem organelas citoplasmáticas (procariontes) e os 
pigmentos localizam-se em lamelas citoplasmáticas (tilacóides). 
Algas azuis unicelulares como Chrorococcus, multiplicam- se por divisões celulares 
sucessivas, seguidas da separação dos produtos das divisões como células individuais. Em 
Merismopedia nãohá essa individualização das células divididas, formando um tipo de 
organização em colônia. A reprodução por fragmentação também pode ocorrer em 
Oscillatoria, Nostoc e Anabaena, que são filamentosas. Os filamentos de muitas espécies 
de Oscillatoria são móveis, bem como seus hormogônios. 
Células especializadas com paredes espessas e maiores que as células vegetativas 
aparecem em certas cianófitas filamentosas e são chamadas de acinetos (esporos de 
resistência). Muitas espécies também produzem heterocistos, que são estruturas 
especializadas para a fixação de N2 (possuem nitrogenase). 
A parede celular contém celulose e há freqüentemente excreção de mucilagem pela 
célula, que pode se difundir no meio e constituir uma bainha. 
Algumas cianofíceas vivem em associação com outros vegetais. Um caso bem 
conhecido são aquelas que vivem em cavidades especiais no talo de Anthoceros (Briófita) 
e em cavidades nas folhas flutuantes de Azolla (Pteridófita aquática). A associação com 
fungos para formar os líquenes é muito comum. 
As algas azuis classificam-se numa classe única: Cyanophyceae subdivididas em 
quatro ordens: Chroococcales, Pleurocapsales, Chamaesiphonales e Hormogonales 
(cuja reprodução sexuada não é conhecida). 
 
IFSC / LCE / Biologia 2 
_______________________________________________________________________________ 
 
59
Divisão 2: Chlorophyta 
Incluem-se nesta divisão as algas verdes. Contém clorofila a, b, ? -caroteno e várias 
xantofilas (principalmente luteína). As células contém de um a muitos núcleos (cenocíticas) e 
desde um até muitos cloroplastos com as formas mais diversas. 
São de distribuição tão ampla quanto as algas azuis, porém têm predominância nas 
formações de água doce. Há muitas formas tubulares e membranosas marinhas. Existem 
representantes unicelulares, coloniais, filamentosos, membranosos e tubulares. A 
reprodução sexuada vai desde a isogamia até oogamia. Além disso, em muitos gêneros 
ocorre reprodução assexuada por zoósporos, por ex: Chlamydomonas. A reprodução 
assexuada pode-se fazer por simples divisão, pela dissociação de filamentos ou pela 
formação de zoósporos, aplanósporos ou autósporos. Algumas algas verdes filamentosas 
não ramificadas, como Spirogyra reproduzem-se sexuadamente por um processo de 
conjugação, que consiste na união de gametas amebóides. Em certas ordens há uma nítida 
alternância de gerações. Apresentam amido como material de reserva (nos pirenóides). 
Em certas espécies não há, basicamente, paredes transversais ou septos dividindo as 
células ao longo de toda a fase vegetativa do ciclo vital. Tais células não divididas e 
multinucleadas são chamadas cenocíticas e resultam de repetidas divisões nucleares sem a 
formação de paredes celulares. Codium magnum, a maior clorofícea conhecida, é um 
membro desta linha evolutiva e pode atingir até 8 metros de comprimento. 
Clorofíceas multicelulares: um dos passos mais críticos na história dos vegetais foi 
a transição da condição de célula solitária, tal como Chlamydomonas, para de 
multiplicidade celular. Encontram-se vários tipos de multiplicidade celular entre as 
clorofíceas , dependendo do plano no qual as divisões ocorrem. Caso as divisões se 
restrinjam a um único plano, resultarão filamentos (por exemplo, Spirogyra). Caso ocorram 
divisões em dois planos, podem originar filamentos ramificados (é o caso de Cladophora) 
ou lâminas planas. Se as divisões forem em três planos, haverá a formação de um corpo 
tridimensional como ocorre em Ulva (alface do mar). 
A figura 7.3 mostra esquemas de alguns gêneros da Divisão Chlorophyta. 
 
Divisão 3: Euglenophyta 
Os euglenóides, como são chamados, são unicelulares flagelados e bem 
conhecidos através de exemplos como Euglena, Phacus e Trachelomonas. Não 
apresentam parede celular, mas sim uma película ou lórica (em Trachelomonas). Vivem 
em água doce, mas podem habitar água salgada, geralmente são mixotróficos e alguns 
heterotróficos. 
Possuem clorofila a e b e carotenóides. Armazenam carboidratos na forma de 
paramido, que se forma fora do cloroplasto. 
A reprodução se dá por divisão celular. As células se dividem longitudinalmente 
formando duas células novas idênticas. Não há reprodução sexuada conhecida. 
As formas são flageladas, sendo um flagelo longo emergente com pêlos muito finos 
em um dos lados e um outro flagelo pequeno, não emergente. 
 
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Figura 7.3: representação esquemática de algumas clorófitas. 1-5: Oedogonium (1. 
filamento vegetativo; 2. filamento formando zoósporo; 3. dois oogônios; 4. formação de 
zoósporos; 5. oogônios de outra espécie). 6- Zygnema (filamento vegetativo). 7- Spirogyra, 
célula vegetativa e 8- zigotos. 9 a 11- Mesotaenium (indivídous vegetativos, início da 
copulação, zigoto jovem e mais velho, respectivamente). 13- Micrasterias (indivíduo). 14- 
Closterium (indivíduo). 15 Bryopsis (parte superior de um indivíduo). (Adaptado a partir de 
Joly, 91). 
Divisão 4 : Chrysophyta. 
É constituída por três grandes classes: Chrysophyceae, Xanthophyceae e 
Bacillariophyceae. 
Classe Chrysophyceae 
 Apresentam uma coloração "marrom dourada" e apresentam clorofila a, ? -
caroteno e xantofilas (luteína e fucoxantina). É freqüente a impregnação das paredes 
celulares com CaCO3. Ocorre nesta classe a formação de estatósporos. 
A maioria é unicelular e colonial, flagelada (2 flagelos diferentes). Seu material de 
reserva é a crisolaminarina. Ex : Synura, Mallomonas, Dinobryom. 
 
Classe Xanthophyceae 
Algas verde-amarelas, com clorofila c, na maioria unicelular, flagelada (2 flagelos lisos 
de tamanhos diferentes), algumas filamentosas, cenocíticas e coloniais. Vivem 
preferencialmente em água doce. Material de reserva: crisolaminarina, não têm fucoxantina. 
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A reprodução sexuada é como nas clorófitas. Competiram com as algas verdes pelas águas 
continentais e não foram bem sucedidas. 
Classe Bacillariophyceae (Diatomáceas). 
As diatomáceas diferem das demais Crisófitas pela ausência de flagelos (presentes 
apenas em alguns gametas masculinos) e pela parede celular peculiar (dividida em duas 
partes). 
A maior parte das Chrysophyta pertencem a 
este grupo. São chamadas diatomáceas porque o talo 
é dividido em duas partes (duas tecas ou valvas que 
formam a frústula) que se encaixam uma na outra. A 
maioria é unicelular ou filamentosa, poucas são 
coloniais. As células contém de dois a muitos 
cloroplastos. 
As paredes celulares das diatomáceas 
(frústulas) são formadas por pectina e fortemente 
impregnadas com sílica e por isso persistem após a 
morte do protoplasma interior, formando grandes 
depósitos de frústulas. Esses depósitos de "diatomito", 
formados essencialmente de carapaças de 
diatomáceas, encontram larga aplicação na indústria, 
como material refratário ao calor; como filtro especial 
para líquidos corrosivos; como abrasivo usado em 
dentifrícios, etc. Tais depósitos ocorrem em várias 
partes do mundo, no Brasil aparecem na região 
nordeste. 
Motilidade das Diatomáceas: Apesar da 
ausência de flagelos e de outras organelas 
locomotoras, muitas espécies de diatomáceas penales 
são móveis. A locomoção resulta de uma secreção 
rigorosamente controlada que ocorre em resposta a 
estímulos químicos e físicos. Todas as diatomáceas 
móveis parecem possuir, ao longo da célula, um sulco 
delicado (a rafe) que aparentemente evoluiu para um 
aparelho locomotor. 
 
Figura 7.4: Diatomáceas observadas por microscopia eletrônica de varredura (acima e 
ao centro) e sob microscopia óptica (abaixo). (Segundo Raven et al., 76). 
Com base na simetria,há dois grandes grupos de diatomáceas: as Penales, de 
simetria bilateral e predominantes em água doce e as Centrales, com simetria radial e 
predominantemente marinhas. 
Gêneros freqüentes são: Melosira, Coscinodiscus, Chaetoceros, Biddulphia, 
Triceratium, etc. Alguns indivíduos estão representados na figura 7.4. 
Reprodução assexuada (divisão longitudinal) e reprodução sexuada. 
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Divisão 5: Phaeophyta (cerca de 1.500 sp) 
Composta pelas algas pardas, um grupo quase totalmente marinho. Compreendem a 
maior parte das algas nas águas salgadas. Podem atingir de 20 a 30 metros de 
profundidade. São menos comuns nos trópicos, mas aparecem como Sargassum, por 
exemplo, atingindo enormes tamanhos e diferenciação tissular altamente elaborada. Não há 
nessa divisão organismos unicelulares nem gregários. Várias feófitas são filamentosas ou 
ramificadas e algumas formam delgadas lâminas. 
Apresentam além da clorofila a , a clorofila c como pigmento acessório. Possuem 
vários carotenóides, inclusive a fucoxantina (abundante), que é responsável pela cor 
marrom-escuro ou verde-oliva característica do grupo. 
Os materiais de reserva são a laminarina e o manitol, mas podem também 
acumular lipídios. 
A parede celular assemelha-se muito às clorofíceas e aos vegetais superiores, 
formada por celulose e uma camada externa bem desenvolvida de compostos 
mucilaginosos. A parede celular ainda apresenta algina, que é uma substância viscosa de 
considerável importância como estabilizador, emulsificador e na indústria de papel. A 
reprodução sexuada pode ser por iso, aniso ou oogamia. Os ciclos vitais da maioria das 
feofíceas apresentam alternância de gerações (heteromórficas). 
 
Divisão 6: Rhodophyta (cerca de 4000 sp) 
São as algas vermelhas de água salgada na maioria, mas ocorrem alguns poucos 
gêneros de água doce também (pouco mais de 100 sp). 
As ficobilinas mascaram a clorofila a, dando-lhes a cor característica. As rodofíceas 
se encontram em profundidades maiores do que quaisquer dos outros grupos, já tendo sido 
observadas em profundidades de até 175 m. 
Apresentam além, das ficobilinas como 
pigmento acessório, a clorofila d . 
Denomina-se amido florídeo o material 
de reserva (carboidrato). 
As paredes celulares apresentam uma 
série de substâncias mucilaginosas cujas 
moléculas baseiam-se na galactose (p.e., o agar 
e o carragenano ou carragenina). O talo pode 
ser unicelular (apenas 3 gêneros), filamentoso, 
pseudo-parenquimatoso de origem filamentosa 
e alguns foliáceos. 
 
Figura 7.5: Representação esquemática do 
aspecto geral do talo de algumas rodófitas. A) 
Rhodymenia; B e C) Champia. Em C é 
possível observar os tetrasporângios. (Adaptado 
a partir de Joly, 91). 
 
 
 
 
 
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Reprodução sexuada por oogamia. Meiose espórica (alternância de gerações). Não 
há formas flageladas. 
Produzem ágar e carrageninas. 
Uma parte das Rodofíceas tornam-se bastante incrustadas de carbonato de cálcio, 
recebendo o nome de algas coralígenas. 
Tais algas são extremamente importantes na formação de recifes de corais, algumas 
vezes até substituindo os animais na formação do recife. 
 
Divisão 7: Pyrrophyta 
Também chamados de Dinoflagelados, a maior parte dos membros dessa divisão são 
organismos unicelulares, biflagelados, muitos dos quais são marinhos e outros de água doce. 
São conhecidas cerca de 2100 sp, muitas abundantes e de alta produtividade no plâncton 
marinho. 
Os dinoflagelados apresentam 2 flagelos que se movem no interior de dois sulcos, um 
dos quais circunda a célula como um cinto e o outro mostra-se perpendicular àquele. A 
oscilação dos flagelos nos respectivos sulcos faz com que o organismo gire como um pião 
grande se movimenta. 
Uma grande parte dos dinoflagelados apresenta placas de celulose duras que formam 
uma parede (teca) como se fosse uma armadura. As placas encontram-se no interior da 
membrana plasmática e não no seu exterior como a parede celular da maioria das algas 
(figura 24). 
A maior parte dos dinoflagelados contém clorofilas a e c, mascaradas por 
carotenóides. Há algumas espécies heterotróficas desprovidas de pigmentos e a substância 
de reserva é o amido. 
Muitos dinoflagelados são bioluminescentes, capazes de converter a energia 
química em energia luminosa, fluorescendo as águas à noite como por exemplo, Noctiluca 
scintillans. O dinoflagelado Gymnodinium breve é o responsável pela maioria das marés 
vermelhas e suas conseqüências no Golfo do México. OBS: O mar vermelho, 
aparentemente, recebeu esse nome graças aos “blooms” de Trichodesmium, uma 
cianobactéria vermelha. 
Os dinoflagelados simbiontes não possuem tecas e ocorrem como células esféricas 
douradas, chamadas zooxantelas. Essas são responsáveis principalmente pela produtividade 
fotossintética que possibilita o desenvolvimento de recifes de coral em águas tropicais, 
notoriamente pobres em nutrientes. Os tecidos dos corais podem conter cerca de 30.000 
dinoflagelados / ml. Neste caso, os dinoflagelados produzem ao invés de amido glicerol, que 
é diretamente usado na nutrição dos corais. 
Reprodução: divisão longitudinal 
 Zoósporos. 
 Poucas têm reprodução assexuada. 
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Divisão 8 : Haptophyta 
Principalmente água salgada, mas com algumas espécies de água doce geralmente 
unicelulares, com dois flagelos lisos iguais ou não no tamanho. Se caracterizam por 
apresentarem o haptonema que é um tipo de flagelo geralmente em espiral pelo qual o 
organismo pode se fixar em substratos. Podem ter o corpo coberto por escamas orgânicas 
(celulose) ou inorgânicas (CaCO3 os cocolitoforídeos). 
Material de reserva: Crisolaminarina. 
Pigmentos: Clorofila e fucoxantina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 Briófitas 
Acredita-se que as plantas terrestres tenham se desenvolvido a partir de algas verdes 
aquáticas. As evidências que suportam esta hipótese incluem o fato de que as algas verdes 
apresentam muitas características bioquímicas e metabólicas em comum com as plantas 
terrestres. Ambas contém os mesmos tipos de pigmento fotossintético (clorofila a, b e 
carotenóides) e também armazenam o excesso de carboidrato sob a forma de amido . Além 
disso, pode-se ainda dizer que tanto algas verdes como plantas terrestres apresentam a 
celulose como o maior componente das paredes celulares. 
As plantas usam a clorofila para absorver a energia radiante que é então convertida 
em energia química encontrada nos carboidratos. Em adição às clorofilas a e b, todas as 
plantas têm carotenóides. 
Uma das adaptações mais importantes das plantas para sobreviver no meio terrestre 
é uma cobertura cerosa, a cutícula, sobre suas partes aéreas. A cutícula é essencial para a 
existência no meio terrestre, pois ajuda a prevenir a evaporação e dessecamento dos 
tecidos vegetais. Mas não podemos esquecer que as plantas terrestres obtém sua fonte de 
carbono da atmosfera, (o CO2). Este gás deve ser acessível aos cloroplastos dentro das 
células e, de certa forma, existe uma pequena troca de gases através da cutícula. Porém, o 
CO2 e O2 são realmente trocados através de finas aberturas, ou estômatos, nos caules e, 
principalmente, nas folhas. 
Os vegetais superiores têm os órgãos sexuais multicelulares,ou gametângios, que 
possuem uma camada de células estéreis circundando os gametas. Cada órgão feminino, o 
arquegônio, produz um único ovo (oosfera). O anterídio (gametângio masculino) produz 
anterozóides. A oosfera fertilizada se desenvolve num embrião multicelular dentro do 
gametângio feminino. Existe uma alternância de gerações claramente definida. A porção 
haplóide do ciclo de vida é chamada de geração gametofítica porque origina os gametas, 
por mitose. A porção diplóide do ciclo de vida é a geração esporofítica, que produz 
esporos imediatamente após a meiose. 
O gametófito produz anterídeos e arquegônios. O anterozóide alcança o 
arquegônio numa variedade de caminhos e funde-se com a oosfera, resultando num zigoto. 
Este processo é conhecido como fertilização. O zigoto é diplóide e é a primeira célula na 
geração esporofítica. Ele se divide por mitose e desenvolve-se num embrião multicelular que 
é suportado e protegido pelo gametófito. Eventualmente, o embrião maduro é o esporófito. 
O esporófito tem células que são capazes de se dividir por meiose. Estas células sofrem 
divisão meiótica e formam esporos haplóides. Os esporos representam o primeiro estágio 
na geração gametofítica e por mitose forma o gametófito, continuando o ciclo. 
Os musgos e outras briófitas são plantas não-vasculares. Algas aquáticas têm pouca 
necessidade de um sistema vascular porque seu ambiente aquático transporta seu alimento e 
outras substâncias essenciais. Em contraste, plantas terrestres que não têm tecido vascular 
são restritas em tamanho, já que elas não tem como transportar alimento, água e minerais 
essenciais por distâncias extensas. Além disso, desde que necessitam de um meio ambiente 
úmido para reprodução, a maioria das briófitas é encontrada ativamente crescendo em 
áreas úmidas, embora algumas tolerem áreas secas. 
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Devemos salientar aqui que as briófitas, junto com certas algas, são consideradas as 
únicas plantas não vasculares. No entanto, em vários musgos o caulídio dos gametófitos e 
esporófitos têm um filamento central de células condutoras de água conhecidas como 
hidróides. Os hidróides são células alongadas com paredes inclinadas delgadas e altamente 
permeáveis à água e solutos. Eles lembram os elementos traqueais de plantas vasculares 
pela ausência de protoplasto vivo; conseqüentemente, os hidróides são vazios quando 
adultos. Diferente dos elementos traqueais, entretanto, os hidróides especializados não 
possuem paredes espessadas. Em alguns gêneros de musgos, os elementos crivados 
(células condutoras de alimento, também conhecidos como leptóides) ficam ao redor dos 
hidróides. Os elementos crivados são células alongadas e ao contrários dos hidróides, os 
elementos crivados têm cloroplastos vivos quando maduros. Provavelmente as células 
condutoras de água e alimento dos musgos e plantas vasculares tiveram origem comum, 
com base na sua similaridade em estrutura e função. 
As briófitas são comumente divididas em 3 classes: os musgos, as hepáticas e as 
antoceráceas. Esses três grupos de plantas podem ou não estar proximamente relacionados. 
Entretanto, seus ciclos de vida são similares. São plantas relativamente pequenas, muitas 
menores do que 2 cm, não ultrapassando 20 cm de comprimento, na maioria. Aparecem 
em ambientes geralmente quente e úmidos, mas algumas espécies de musgos habitam 
desertos relativamente secos. 
Como característica distintiva das briófitas, além da ausência de tecidos vasculares, 
tem-se uma característica conseqüente que é a falta de folhas, caules e raízes verdadeiras. 
Na maioria das briófitas, o gametófito está ligado ao substrato por meio de células 
alongadas e isoladas ou filamentos celulares denominados rizóides (que significa com a 
forma de raiz). Esses servem de apoio para as plantas, porque a absorção de água e 
minerais comumente se processa diretamente por todo o gametófito, já que não há 
estruturas como raízes verdadeiras, embora haja exceções. 
Uma segunda característica distintiva das briófitas é a natureza de sua alternância de 
gerações: os gametófitos são maiores e sempre independentes quanto a nutrição, ao passo 
que os esporófitos são menores, variavelmente dependentes, e permanentemente ligados 
aos gametófito, ou seja, o gametófito é a geração dominante nas briófitas (entre as 
plantas vasculares ocorre o inverso). 
As briófitas algumas vezes são referidas como os “anfíbios” do reino vegetal. Isso 
porque para que a fertilização se dê, os anterozóides, que são biflagelados, têm que nadar 
através da água até atingir a oosfera dentro do arquegônio. O zigoto formado fica contido 
no interior do arquegônio, onde ele se desenvolve até embrião. Na maturidade o esporófito 
(embrião desenvolvido) de muitas briófitas consta de um pé basal que permanece embutido 
no arquegônio, uma haste (também chamada de seta) e uma cápsula ou esporângio. 
Geralmente as células do esporófito jovem e maduro realizam fotossíntese, mas após a 
produção dos esporos, a clorofila normalmente desaparece. 
A divisão Bryophyta tradicionalmente subdivide-se em 3 classes: 
Hepaticae (9000 sp), Anthocerotae (100 sp) e Musci (14500 sp). 
 
 
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Classe Hepaticae 
A Classe Hepaticae (hepáticas) grupo mais primitivo, ou Marchantiopsida é 
composta por plantas pequenas e seu nome data do século IX, quando se acreditava que, 
devido a forma de fígado dos gametófitos de alguns gêneros, essas plantas poderiam ser 
úteis para o tratamento de doenças relacionadas a esse órgão. 
Os gametófitos de certas hepáticas são achatados (fig. 8.1), tendo talos dorsiventrais 
(achatados, possuindo superfície superior e inferior distintas), os quais derivam de um 
meristema apical. A maioria das espécies têm gametófitos foliáceos. Os rizóides são 
unicelulares, ao contrário daqueles dos musgos. Os gametófitos em geral precedem 
diretamente dos esporos. Os esporófitos são, geralmente, menos complexos que os 
musgos. Há nessa Classe espécies anfíbias como Riccia e Ricciocarpus. Não existem 
mecanismos especiais para a dispersão de esporos nos esporófitos, esses quando maduros, 
morrem, apodrecem e liberam os esporos. 
Marchantia : gênero terrestre razoavelmente extenso, tem gametóforos com 
anterídeos (os anteridióforos) e com arquegônios (arquegônióforos) (figura 8.2). Os 
esporófitos de Marchantia são mais diferenciados que Riccia e Ricciocarpus, constituído 
de um pé, seta e esporângio ou cápsula. 
Reprodução assexuada nas hepáticas: fragmentação (principal tipo) e propágulos 
(ou gemas). Os propágulos originam-se em estruturas especiais em forma de taça, 
denominadas conceptáculos e localizadas em superfície dorsal do gametófito, sendo que os 
conceptáculos podem surgir em Marchantia, mas não em Riccia ou Ricciocarpus. 
 
Figura 8.2: Marchantia.1- gametófito masculino com 4 anteridióforos. 2- corte transversal no 
anteridióforo. 3- gametófito feminino com 4 arquegonióforos. 4- arquegonióforo jovem. 5- corte 
transversal no arquegonióforo. 6- corte transveral do talo passando por um receptáculo com 
propágulos. 7- propágulo. 9- esporófito com a cápsula aberta. 10- esporo. 
(segundo Joly, 91). 
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Classe Anthocerotae 
As hepáticas podem ser também folhosas ao invés de talosas, é o caso dessa classe. 
Existem apenas 5 gêneros, sendo Anthoceros (fig. 8.3) o mais conhecido, com habitats 
úmidos e sombrios. O gametófito parece com o das hepáticas folhosas, mas contém um 
único e grande cloroplasto. Possuem extensas cavidades internas repletas de mucilagem e 
freqüentementehabitadas por algas azuis do gênero Nostoc, que fornecem N2 fixado. 
Anterídeos e arquegônios estão submersos na parte dorsal do gametófito e numerosos 
esporófitos podem se desenvolver no mesmo gametófito. 
 
 
 
Figura 8.3: Anthoceros. (a) Gametófitos com esporófitos anexos sustentando 
esporângios maduros. (Segundo Raven, et al., 76). 
 
O esporófito é formado por um pé dorsal e um esporângio cilíndrico e comprido. A 
deiscência do esporângio começa perto do ápice e estende-se em direção à base, a medida 
que os esporos amadurecem, partindo-os longitudinalmente, em duas valvas. O esporófito 
possui várias camadas de tecido fotossintético. 
 
Classe Musci 
Os gametófitos de todos os musgos são representados por duas fases distintas: 
protonema (filamento inicial, fig. 8.4) que surge diretamente do esporo germinante, e o 
gametófito folhoso. Alguns ramos do protonema penetram no solo e formam os rizóides 
(que são multicelulares nesta classe), outros dão origem a estruturas semelhantes a gemas, 
capazes de gerar gametófitos (haplóides) folhosos. O gametófito provido de “folhas” é 
usualmente vertical e não mais dorsiventralmente achatado como nas hepáticas. 
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Figura 8.4: Ciclo de vida de uma briófita (musgo) (adaptado a partir de Stern, 94). 
 
Os gametófitos dos musgos alcançam de alguns milímetros até 50 centímetros ou mais 
de comprimento e exibem vários graus de diferenciação e complexidade. Todos têm 
rizóides multicelulares. 
O esporófito é importante na fotossíntese e geralmente é pequeno em relação ao 
gametófito. As cápsulas estão, em geral, na ponta da haste e esta pode medir 
excepcionalmente entre 15 e 20 cm de comprimento, embora algumas nem possuam haste. 
Quando o esporófito está maduro, perde a capacidade assimiladora gradualmente e vai 
tornando-se amarelado, laranja e finalmente marrom. Eventualmente a tampa (ou caliptra) 
da cápsula desprende-se surgindo uma abertura (opérculo) normalmente rodeada de dentes 
(peristômio), os quais vão regular a saída dos esporos. 
A reprodução assexuada nos musgos é amplamente realizada por fragmentação. 
Muitas espécies produzem gemas, que dão origem a novos gametófitos. 
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9 Traqueófitas 
 As traqueófitas agrupam todos os vegetais que apresentam tecidos de condução, 
são as chamadas plantas vasculares. 
Para entender melhor, devemos lembrar que as plantas “terrestres” incluem 2 grandes 
grupos: 
1. As briófitas, que não apresentam tecido vascular e, na verdade, são gametófitos com 
esporófitos fisicamente ligados a eles. 
2. As plantas diplóides (esporófitos) produtoras de esporos, com tecido vascular bem 
desenvolvido. A fase haplóide (gametófito) do seu ciclo pode ser de vida livre e 
fotoautotrófica ou heterotrófica. As plantas vasculares exibem um grau de complexidade 
que não é igualado pelas plantas avasculares. 
As plantas vasculares primitivas consistiam de eixos ramificados dicotomicamente 
(divididos em duas partes iguais), nos quais faltavam folhas e raízes. Com a especialização 
evolutiva, várias diferenças surgiram no corpo da planta, levando a diferenciação de caule, 
raiz e folha. 
 
9.1 Pteridófitas 
 As pteridófitas são criptógamas vasculares com uma acentuada alternância de 
gerações. Elas apresentam certas combinações de caracteres fundamentais, que não se 
encontram nas Briófitas ou nas plantas com sementes. Diferem destas últimas por possuírem 
gametófito e esporófito independentes na maturidade. Nas Pteridófitas, a geração mais 
desenvolvida é o esporófito, apresentando maior diferenciação anatômica e morfológica. 
 O gametófito (também chamado de protalo) pode ser verde, superficial ao solo, 
com rizóides ou ser subterrâneo e incolor, nunca abandonando a membrana do esporo que 
o originou. A fecundação se dá por meio de anterozóides flagelados. 
Diferenças entre as Pteridófitas e outros grupos vegetais: 
a) Em relação às Algas: 
As pteridófitas apresentam arquegônios e anterídeos e o embrião fica retido dentro 
do arquegônio. Apresentam tecido de condução. 
b) Em relação às Briófitas 
Nas Pteridófitas, a geração esporofítica é mais desenvolvida, além de apresentarem 
tecido de condução. 
c) Em relação às Fanerógamas 
O gametófito das pteridófitas é de vida livre. O esporófito cresce ininterruptamente, 
desde zigoto até a maturidade. Não ocorre a formação de semente. 
Existem duas teorias para a origem do grupo Pteridófita: 1) A partir das Briófitas e 2) 
A partir de algas clorofíceas. 
 
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Classificação : 
A classificação das Pteridófitas é baseada em caracteres do esporófito, tais como: 
estrutura esporangial, disposição dos esporângios e estrutura vegetativa. 
As Pteridófitas incluem 5 divisões : 
 
9.1.1 Divisão Psilotophyta 
O esporófito (geração duradoura) tem caule verde fotossintetizante com ramificações 
dicotômicas, sendo que há apenas 2 gêneros atuais : Psilotum e Tmesiptereis. São gêneros 
bastante primitivos, não possuindo raízes e tendo uma única célula apical em cada ramo. 
 
9.1.2 Divisão Rhyniophyta 
São plantas vasculares fósseis e também não possuem raízes claramente distintas. O 
esporófito consiste de uma porção ramificada (caule) que pode ou não ter pequenas folhas, 
de acordo com o gênero. Todos os gêneros são fósseis. 
Rhynia preenche todas as qualidades essenciais de um protótipo ancestral para 
todas as plantas vasculares. 
 
9.1.3 Divisão Lycopodiophyta 
O esporófito é a geração conspícua nos licopódios, o gametófito sendo pequeno e 
freqüentemente subterrâneo. 
Os esporângios se localizam nas axilas das folhas ou na face axial da folha próximo a 
base. As folhas que detém esporângios são chamadas esporófilos. Os esporófilos são iguais 
às folhas vegetativas. 
Há representantes fósseis e atuais. As 1200 espécies modernas de licopódios 
dividem-se em 5 gêneros, com Lycopodium (figura 9.1), Selaginella entre eles. 
 
 
 
 
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Figura 9.1: Lycopodium. A) aspecto geral do ápice da planta. B) estróbilo. C) 
esporófilo e esporângio. D) esporo. (Modificado a partir de Joly, 91). 
 
9.1.4 Divisão Equisetophyta. 
Possuem esporófito conspícuo e o gametófito é um pequeno talo de 1 cm de largura. 
As duas gerações são fotossintética e fisiologicamente independentes na maturidade. Há 
representantes fósseis e atuais. 
Os representantes modernos pertencem a um único gênero: Equisetum (figura 9.2) . 
Eles possuem folhas dispostas em círculos formando nós e entrenós e são estriadas 
longitudinalmente. Os esporângios encontram-se em esporangióforos arranjados em círculos 
em um estróbilo terminal. 
 
9.1.5 Divisão Poliopodiophyta 
São também chamados fetos, ocorrem numa grande variedade de habitats e climas, 
mas a maioria deles encontra-se em locais sombrios e úmidos, em regiões tropicais e 
subtropicais, mais do que em regiões temperadas e frias. Alguns fetos são arborescentes, 
com um “tronco” relativamente espesso, embora muito dessa espessura seja devido ao 
crescimento de raízes adventícias aéreas. 
Muitas vezes o caule é representado por um rizoma simples ou ramificado do qual 
surgem as folhas. O sistema radicular do esporófito é adventício. As folhas são geralmente 
divididas em um pecíolo e uma lâmina expandida, sendo as folhas chamadas frondes. 
O esporófito é a geração conspícua e o gametófito é bastante reduzido (figura 9.3). 
Os esporângiosdos fetos formam-se sobre folhas ou apêndices associados à elas. 
Numerosos esporângios crescem em cada esporófilo (folha que contém esporângios) e nas 
pteridófitas atuais são geralmente agrupados em estruturas distintas denominadas soros. 
A grande maioria das espécies pertencem a Ordem Filicales (Polipodiales), são os 
chamados fetos verdadeiros. 
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Figura 9.2: Equisetum. 1) aspecto geral de um ramo vegetativo. 2) detalhe do nó e folhas. 3) 
dois ramos férteis. 4) estróbilo. 5 e 6) esporangióforo com esporângios. 7) esporo. 8) esporo 
com elatérios distendidos. (Segundo Joly, 91). 
 
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Figura 9.3: Polipodiófitas. 1) Doryopteris, trecho de folha com soro marginal contínuo. 2-3) 
Adiantum, folíolos férteis e detalhe dos soros. 4-7) diferentes gêneros mostrando folíolos 
férteis. 8) Elaphoglossum, folha fértil. 9) esporângio. (Segundo Joly, 91). 
 
Adaptações a conquista do meio terrestre 
No decorrer da evolução, as Pteridófitas representaram o primeiro grupo que 
efetivamente conquistou o ambiente terrestre. A hipótese mais aceita para a origem das 
plantas vasculares é que essas teriam surgido de formas aquáticas herbáceas. Vários foram 
os problemas enfrentados pelos organismos na ocupação do ambiente terrestre, tais como: 
obtenção de água (“solucionados” através das raízes e sistemas condutores); conservação 
da água (nos vegetais terrestres há cutícula e estômatos); sustentação e transporte (sistemas 
condutores são necessários para os organismos terrrestres); superfície de assimilação de 
luz e trocas gasosas, que foi aumentada em função do aparecimento de folhas. 
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 Em resumo, o principal avanço dos fetos sobre os musgos e outras Briófitas foi a 
presença de tecidos vasculares especializados. Com esses sistemas condutores, as plantas 
vasculares são capazes de atingir maiores tamanhos que os musgos porque água, minerais 
dissolvidos e alimento (seiva elaborada) podem ser transportados para todas as partes da 
planta. Embora as pteridófitas sejam plantas relativamente pequenas em regiões 
temperadas, há espécies nos trópicos que crescem a alturas de 2 a 4 metros, como as 
samambaiaçu (Dicksonia sellowiana) do Brasil. 
Todas as pteridófitas têm verdadeiros sistemas de tecidos vasculares, sendo a maioria 
com raízes e folhas verdadeiras. O ciclo de vida das pteridófitas envolve uma alternância de 
gerações claramente definida (fig. 9.4 ). A planta predominante é a geração esporofítica. 
Seu corpo é composto de um caule horizontal junto ao chão, chamado rizoma, do qual 
emergem raízes e folhas (fronde). 
 
 
Figura 9.4: Ciclo de vida de uma Polipodiophyta (daptado a partir de Stern, 94). 
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9.2 As fanerógamas 
(Do gr. phanerós, ‘aparente’, ‘visível’; gamos, ‘casamento’) 
 Fanerógamas é um termo usado para se referir aos vegetais superiores que se 
caracterizam pela presença de flores, como órgãos de reprodução nitidamente visíveis, 
destacando-se de outras traqueófitas, como as pteridófitas. As Fanerógamas também são 
conhecidas como espermatófitas, pois são plantas que produzem sementes. A maioria das 
plantas bem sucedidas tem na semente seu modo primário de reprodução e dispersão. 
Poderíamos dizer até que estamos vivendo a "Idade das Sementes" e essa é o maior avanço 
evolutivo dos vegetais. Qual a razão de tamanho sucesso? 
1) Os esporos vegetais são compostos por uma única célula, enquanto as sementes 
contém uma estrutura multicelular. 
2) As sementes contém um suprimento alimentar. Após a germinação, o embrião dentro 
da semente é nutrido pelo alimento nela estocado, até que ele seja auto-suficiente. 
3) As sementes são protegidas por uma "capa" (tegumento) bastante resistente. 
 Podemos dividir as fanerógamas em dois grandes grupos: 
 As Gimnospermas, representadas pelos pinheiros, e Angiospermas, constituídas 
pelas plantas que produzem frutos. 
 Todas as fanerógamas possuem tecidos vasculares, xilema para condução de água 
e sais minerais e floema para condução de alimento. Há a alternância de gerações, mas a 
geração gametofítica é significativamente reduzida em tamanho e é inteiramente dependente 
da geração esporofítica. O megasporângio retêm o megagametófito em todas as 
espermatófitas. O megasporângio é envolvido por 1 ou 2 camadas adicionais de tecido, os 
tegumentos. Estas envolvem completamente o megasporângio exceto por uma abertura no 
ápice, a micrópila. A estrutura inteira, incluindo megasporângio com megagametófito e 
tegumentos é conhecida como óvulo. 
 
9.2.1 Divisão Gymnospermae (gimnospermas) 
 Gymnospermae significa literalmente “semente nua”, ou seja, seus óvulos e 
sementes encontram-se expostos na superfície dos esporófilos ou de estruturas análogas. 
Incluem alguns dos vegetais mais interessantes do Reino Vegetal: 
?? os maiores vegetais em termos de volume: Sequóias gigantes 
?? os maiores em altura: Carvalho-vermelho 
?? possuem os indíviduos de maior longevidade: pinheiro da Califórnia (Pinus aristata), 
com mais de 4000 anos. 
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 As gimnospermas apresentam uma série de vantagens evolutivas, quando as 
comparamos com as pteridófitas. 
a) Não há necessidade de água para transportar o gameta masculino. Ao invés disso, o 
gametófito masculino parcialmente desenvolvido (chamado grão de pólen), transporta-
se para as proximidades do gametófito feminino através de um processo chamado 
POLINIZAÇÃO, que geralmente ocorre pelo vento nas gimnospermas. 
b) Após a polinização o gametófito masculino produz uma estrutura tubulosa: o tubo 
polínico, através do qual os gametas masculinos são conduzidos até o arquegônio, 
onde um deles se fundirá com a oosfera. Nas Gimnospermas atuais ambos os gametas 
são imóveis. Nas cicadáceas e gimkgo ocorrem anterozóides ainda. 
 As gimnospermas compõem-se de 4 classes (segundo Joly, 1991), com os 
seguintes representantes atuais: 
Cycadopsida (Cycas), Taxopsida (Taxus), Coniferopsida (Pinus) e Gnetopsida. 
 
9.2.1.1 CLASSE CONIFEROPSIDA (CONÍFERAS) 
 As coníferas ocupam vastas áreas da Terra hoje em dia. Alcançam do Ártico aos 
Trópicos e são a vegetação dominante nas regiões florestais do Canadá, nordeste europeu 
e Sibéria. São bastante importantes economicamente na produção de papel, extração de 
resinas, ornamentação, etc., além de atraentes durante o inverno, pois estão sempre verdes. 
Somente poucas espécies são decíduas (folhas caducas). 
 As coníferas são a classe mais significativa das gimnospermas atuais, incluindo cerca 
de 50 gêneros e 550 espécies, atingindo alturas superiores a 117m e diâmetros maiores que 
11m. Pinus, que é muito comum para nós, é uma conífera típica. Produz micrósporos 
(esporos masculinos) e megásporos (esporos femininos) em estruturas separadas chamadas 
cones ou estróbilos, que são também chamados de micro e megastróbilos (cones 
masculinos e femininos, respectivamente) e que geralmente situam-se numa mesma planta 
(figura 9.5 (b) e (e)). 
 
 Em Pinus, os megastróbilos são maiores, geralmente localizados nas ramificações 
superiores da árvore e abrigam as sementes após a fertilização. Os estróbilos masculinos 
(microstróbilos) são menores que os femininos, sendo produzidos em ramificações menores 
e compostos por estruturas semelhante a folhas sobrepostas (os microsporófilos).IFSC / LCE / Biologia 2 
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 O microsporângio (urna que 
fica na base dos microsporófilos) abriga 
numerosas "células-mãe do micrósporo" 
(ou microsporócitos). Essas células 
sofrem meiose para formar os 
micrósporos (n). 
 
 
 
Figura 9.5: (ao lado) Pinus 
silvestris. a) ramo com estróbilos; 
b)estróbilo feminino; c e d) escamas 
seminíferas; e) estróbilo masculino; f) 
semente alada. (fonte: Strasburger, 1970). 
 
 
Cada micrósporo se desenvolve numa geração gametofítica extremamente reduzida. 
O gametófito masculino imaturo é chamado de grão de pólen. Os grãos de pólen são 
liberados dos microstróbilos em grande número e alguns chegam até o estróbilo feminino 
(megastróbilo), carregados pelo vento. 
 O megaestróbilo tem brácteas lenhosas (megasporófilos) que abrigam 
megasporângios em suas bases. Dentro de cada megasporângio existem “células-mãe do 
megásporo” (megasporócitos) que sofrem meiose para produzir os megásporos (n). Um 
desses megásporos desenvolve-se num gametófito feminino, com uma oosfera dentro de 
cada arquegônio. Não há formação de anterídeo. 
 O grão de pólen cresce na forma de um tubo que digere seu caminho (através do 
tecido gametófito feminino) até o óvulo, dentro do arquegônio. Então, a célula dentro do 
grão de pólen divide-se para formar células espermáticas (que não têm flagelos), uma das 
quais se funde com a oosfera, formando o zigoto. Esse cresce, originando um embrião de 
Pinus jovem, fazendo parte da semente (figura 9.6). 
 
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Figura 9.6: Ciclo de vida de uma gimnosperma (Pinus sp). 
 
O tecido do gametófito feminino que circunda o embrião, com o desenvolvimento 
torna-se tecido nutritivo na semente madura. O embrião e seu tecido nutritivo ficam 
protegidos por uma capa, o tegumento, e ainda ganham asas para que possam ser 
dispersados pelo vento. O tecido nutritivo e o tegumento são haplóides, pois provém do 
gametófito. O maior avanço no ciclo de vida de Pinus é a independência da água para o 
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transporte das células gaméticas masculinas. A reprodução é totalmente adaptada à vida 
terrestre! 
Vale lembrar ainda de Ginkgo, uma espécie arbórea nativa da China e que 
representa o gênero mais antigo entre as espécies viventes da classe das coníferas. Fósseis 
de 200 milhões de anos foram descobertos e são muito parecidos com as espécies atuais. 
Ginkgo é o único gênero vivo. É uma planta cultivada desde épocas muito remotas nos 
jardins dos templos chineses e hoje é cultivada em todo o mundo (figura 9.7). 
 
Figura 9.7: Ginkgo. Aspecto geral do ramo com sementes. (Adaptado a partir de Joly, 
91). 
 
9.2.1.2 Classe Cycadopsida (cicas) 
 Foram um grupo vegetal muito importante no passado. Os poucos remanescentes 
são organismos tropicais com aparência semelhante às palmeiras. A reprodução é similar ao 
Pinus, mas a estrutura da semente e óvulo são mais primitivos. 
 As cicas possuem caracteres que são reminiscências de samambaias (gametas 
masculinos móveis, disposição de feixes vasculares e estrutura da folha), ao lado de 
caracteres similares aos das demais gimnospermas (sementes, tubo polínico e gametófitos 
reduzidos). São plantas dióicas, ou seja, produzem gametas masculinos e femininos em 
indivíduos diferentes. 
 
 
 
 
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9.2.1.3 Classe Gnetopsida 
 Difere bastante das demais gimnospermas e é uma classe muito heterogênea. 
Tem mais de um envoltório no óvulo e apresenta elementos de vaso no xilema, que 
é uma característica de angiospermas. Os canais resiníferos comuns em outras classes são 
ausentes. Há 3 gêneros atuais apenas: Ephedra, Gnetum e Welwitschia (figura 9.8). 
 
Figura 9.8: A) Gnetum, ramo florífero. B) Ephedra. 1. ramo florífero; 2. espiga com flores 
masculinas; 3. espiga com flores femininas. C) Welwitschia. 1. aspecto geral da planta 
masculina; 2. espiga com flores masculinas; 3. espiga com flores femininas. (Modificado a 
partir de Joly, 91). 
 
 
 
 
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9.2.1.4 Classe Taxopsida 
 Nesta Classe estão as gimnospermas mais primitivas, justamente por não 
apresentarem cones. As flores femininas são isoladas, formando portanto, sementes 
isoladas. Compreende só uma ordem, Taxales, e uma família, Taxaceae (fig. 9.9). Nesta 
família incluem-se 5 gêneros. São plantas arbustivas lenhosas ou árvores pequenas, com 
folhas dispostas em espiral, geralmente. 
 
 
Figura 9.9: Taxus. A) aspecto geral do ramo; B) óvulo; C) óvulo cortado longitudinalmente; D) 
ramo com estróbilos masculinos. (Modificado a partir de Joly, 91). 
 
 
9.2.2 DIVISÃO ANGIOSPERMAE (250.000 espécies) 
 O segundo grande grupo de plantas produtoras de sementes, as angiospermas, são 
também conhecidas como plantas frutíferas e compõem o maior grupo vegetal em número 
de gêneros, espécies e indivíduos, e o mais recente a se desenvolver sobre a Terra. 
 As angiospermas diferem das gimnospermas pelo fato de seus óvulos e sementes 
estarem encerrados dentro do megasporófilo (aqui chamado de carpelo), que mais tarde 
formará o fruto. A estrutura do carpelo em certas Angiospermas primitivas sugere que o 
encerramento das sementes pode ter ocorrido pelo dobramento evolucionário de um 
megasporófilo foliáceo portador de óvulo. 
 As angiospermas superam todas as outras plantas vasculares em termos de 
diversidade do organismo, do habitat e de utilidade ao homem. Há angiospermas lenhosas, 
herbáceas e, entre as últimas, há considerável diversidade de estrutura vegetativa, 
representada pelos bulbos de lírios e cebolas e pelos rizomas de Iris e de muitas gramíneas. 
A diversidade de habitat está demonstrada pelas plantas aquáticas como Elodea ou 
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Lemna, pelos gêneros xerofíticos como o cactos e pelas epífitas, como muitas orquídeas e 
bromélias. 
 As angiospermas distinguem-se das gimnospermas principalmente pelas seguintes 
características: 
1) formação do ovário (através do dobramento e soldadura das margens do 
megasporófilo, o que permitiu o desenvolvimento dos óvulos no interior de um espaço 
fechado e protegido); 
2) Redução mais avançada do gametófito feminino; 
3) Dupla fecundação - formação de tecido de reserva de nutrientes absolutamente novo na 
evolução das plantas, o endosperma. 
 A divisão Angiospermae (ou Magnoliophyta) divide-se em duas grandes classes: 
as Dicotiledôneas (ou Magnoliopsida) e as Monocotiledôneas (ou Liliopsida), sendo que as 
Dicotiledôneas englobam a maioria das espécies (mais de 150 mil). 
 As angiospermas ocorrem em quase todas as latitudes e altitudes, com um domínio 
evidente em todas as formações vegetais terrestres, exceto nas tundras do norte da União 
Soviética e nas florestas de coníferas da América do Norte. Elas podem ser desde ervas 
com poucos milímetros (Lemnaceae) até árvores de mais de 100m, como certas espécies 
de Eucaliptus. São geralmente terrestres, mas podem ser aquáticas, ocorrendo mais 
comumente em águas continentais. 
 A provável origem das angiospermas parece ser a partir de um grupo extinto de 
Pteridospermales (uma ordem de gimnosperma). 
 
A Classificação das Angiospermae (Magnoliophyta) 
 Joly (1991) adota o sistema de Melchior (1964), uma adaptação do sistema de 
Engler,para a classificação das angiospermas. O sistema de Melchior admite na divisão 
Angiospermae duas classes: Dicotyledoneae e Monocotyledonae. 
 O sistema de Cronquist (1981), mais recente, chama a divisão de Magnoliophyta e 
as duas classes de Magnoliopsida (Dicotiledôneas) e Liliopsida (Monocotiledôneas). O 
quadro abaixo fornece as subclasses das suas respectivas classes: 
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 Subclasses Subclasses 
 Magnoliidae Alismatidae 
 Hamamelidae Arecidae 
Classe 
Magnoliopsida 
(Dicotiledôneas) 
Caryophyllidae Classe Liliopsida 
(Monocotiledôneas) 
Commelinidae 
 Dilleniidae Zingiberidae 
 Rosidae Liliidae 
 Asteridae 
 
 A tabela abaixo relaciona as principais diferenças entre as classes Magnoliopsida e 
Liliopsida. 
Características Magnoliopsida Liliopsida 
Cotilédones 2 1 
Nervação da Folha reticulada paralela 
Câmbio presente ausente 
Feixes do Caule organizados espalhados 
Raiz pivotante fasciculada 
Flor 2-4 ou 5 pétalas trímeras 
Pólen 3 aberturas 1 abertura 
 
A Flor 
 A principal característica das angiospermas é a flor, que constitui um ramo 
determinado, portador de esporófilos. A palavra angiosperma deriva do grego angeion, 
que significa vaso, receptáculo, urna e sperma que quer dizer semente. A estrutura da flor 
que mais se distingue é provavelmente o carpelo, ou seja, a urna que engloba os óvulos, o 
qual se transforma em fruto logo após a fecundação. Faremos uma breve revisão a seguir, 
sobre a morfologia da flor, já descrita sob outro ângulo anteriormente. 
 As flores podem apresentar-se unidas de várias maneiras em agregados 
denominados de inflorescências (fig. 9.10). A haste de uma inflorescência ou de uma flor 
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isolada recebe o nome de pedúnculo e a haste de uma única flor em uma inflorescência 
recebe o nome de pedicelo. O termo dado a porção do pedicelo onde as partes florais se 
inserem é receptáculo. 
 
Figura 9.10: Diagramas de alguns dos tipos comuns de inforescências encontrados em 
angiospermas (Segundo Raven et al., 78). 
 
A maior parte das flores possui dois grupos de apêndices estéreis: as sépalas e as 
pétalas, que se prendem ao receptáculo situado abaixo das partes férteis da flor, ou seja, 
estames e carpelos. As sépalas encontram-se abaixo das pétalas e os estames abaixo dos 
carpelos. 
 O conjunto de sépalas forma o cálice e o de pétalas forma a corola. Juntos, cálice 
e corola constituem o perianto. As pétalas e as sépalas são basicamente foliáceas em sua 
estrutura e com freqüência as sépalas são verdes e as pétalas vivamente coloridas, embora 
muitas flores possuam cores semelhantes em ambas as partes. 
 Os estames (fig. 9.11), que em conjunto formam o androceu, são microsporófilos. 
Na grande maioria das angiospermas atuais, o estame consiste de uma fina haste (filete) 
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com uma antera bilobada na extremidade que contém 4 microsporângios, chamados de 
sacos polínicos. 
 
 
 
Figura 9.11: Representação esquemática de uma flor. 
 
Os carpelos, que são coletivamente chamados de gineceu, são megasporófilos que 
se acham dobrados pelo comprimento, incluindo um ou mais óvulos (fig. 9.12). Uma certa 
flor pode conter um ou mais carpelos, no caso de haver mais de um, eles podem estar 
separados ou fundidos. Na maioria das flores, os carpelos separados ou o grupo de 
carpelos fundidos diferenciam-se em uma parte inferior, o ovário, que encerra os óvulos e 
uma parte superior, o estigma, que recebe o pólen. Em muitas flores, uma estrutura mais 
ou menos alongada, o estilete, une o estigma ao ovário. Quando os carpelos são 
coalescentes, isto é, unidos, estilete ou estigma podem ser comuns ou então separados 
para cada carpelo e o ovário comum é, em geral, dividido em dois ou mais lóculos 
(compartimentos do ovário dentro dos quais se encontram os óvulos). 
 
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Figura 9.12. Representação da evolução do carpelo. 
 
A porção do ovário onde os óvulos estão inseridos denomina-se placenta, cuja 
disposição varia nas diferentes flores. A placentação pode ser: parietal, quando os óvulos 
situam-se na parede do ovário ou extensões dela; axial, se os óvulos encontram-se em uma 
coluna central de tecido interior de um ovário subdividido em tantos lóculos quantos forem 
os carpelos existentes. Em outras flores ainda, a placentação é central livre e os óvulos 
ficam situados numa coluna central de tecido onde não há divisões que ligam a placenta 
parede do ovário (figura 9.13). Finalmente, pode ser basal, se houver um único óvulo na 
própria base de um ovário unilocular. 
 Se uma flor possui tanto estames quanto carpelos, elas são consideradas perfeitas 
ou hermafroditas. Caso inexistam estames ou carpelos a flor é dita imperfeita ou 
unissexuada, podendo ser masculina ou feminina. Se tanto flores masculinas como 
femininas ocorrem no mesmo indivíduo, ele é denominado monóico, ao passo que, se 
existirem em indivíduos distintos a planta é dióica. 
 Uma flor que apresenta todas as partes florais é chamada completa, mas se faltar 
uma das partes ela é dita incompleta. Assim, uma flor imperfeita é sempre incompleta. 
 
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Figura 9.13: Três tipos de placentação. A) parietal; B) axial (ovário plurilocular); C) central 
livre. (Segundo Raven, 78). 
 
O ciclo vital das Angiospermae 
 Os gametófitos das angiospermas são muito pequenos, menores ainda que os de 
quaisquer outros grupos vegetais heterosporados. O microgametófito maduro consiste de 
apenas três células e o megagametófito adulto (que fica inserido durante toda a sua 
existência nos tecidos do esporófito) compõe-se, em muitos casos, de sete células apenas. 
 Anterídios e arquegônios inexistem e a polinização ocorre diretamente, ou seja, o 
pólen é depositado sobre o estigma e, em seguida, dois gametas imóveis são conduzidos 
pelo tubo polínico até o gametófito feminino. Após a fecundação, o óvulo se transforma em 
semente e o ovário em fruto (fig. 9.14). 
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Figura 9.14: Ciclo de vida de uma angiosperma (modificado de Stern, 94).
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 A reprodução nas angiospermas inclui os seguintes fenômenos: 
1. Esporogênese 
2. Desenvolvimento dos gametófitos e gametogênese 
3. Polinização 
4. Fertilização 
5. Embriogenia e desenvolvimento da semente do fruto 
 
Esporogênese 
 A produção de flores com seus esporófilos marca a maturação do esporófilo das 
fanerógamas. 
 A microesporogênese, isto é, o processo de formação do micrósporo não difere, 
em nenhum aspecto importante, nas angiospermas e gimnospermas. Os micrósporos são 
produzidos em grupos de quatro a partir de microsporócitos que sofrem meiose no interior 
dos microsporângios do estame. Os microsporângios, no seu conjunto, constituem a antera. 
Os micrósporos e grãos de pólen têm paredes diversamente esculturadas e ornamentadas, 
bastante características para cada espécie. 
 A megaesporogênese também é semelhante a das Gimnospermas. Já foi dito que o 
megaesporângios das espermatófitas estão permanentemente envolvidos por integumentos, 
constituindo óvulos.

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