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Administrativo Edital Sistematizado

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Edital Sistematizado - Caderno de Direito Administrativo.
Dia 01
Assuntos: 
Administração pública. Princípio e poderes. Administração pública como função do estado. 
Princípios regentes do direito administrativo – constitucionais e legais, explícitos e implícitos. 
Poder regulamentar. Regulamentos administrativos de execução e autônomos. 
O poder normativo não legislativo e o princípio da legalidade. Regulamentação e regulação. Análise do art. 84 da CF/88 quanto aos limites do poder regulamentar. 
Poder de polícia. Conceito. Características. Origem e função. Limites, extensão e controle. Poder de polícia e regulação. Distinções. 
Detalhadamente: 
Noções Introdutórias - Saber ao menos o conceito de direito administrativo, sistema inglês, sistema francês e regime jurídico-administrativo. Ver ainda: Os diferentes critérios adotados para a conceituação do direito administrativo. Direito administrativo como direito público. Objeto do direito administrativo. Veja, ainda, a distinção da atividade administrativa e sua relação com as outras atividades (especialmente fomento). 

ASSUNTO DE POUCA IMPORTÂNCIA: Fontes do direito administrativo: doutrina e jurisprudência na formação do direito administrativo. Lei formal. Regulamentos administrativos, estatutos e regimentos; instruções; princípios gerais; tratados internacionais; costume. 

Princípios (importantíssimo) - atenção especial para o L.I.M.P.E e para a autotutela, bem como proporcionalidade e proteção da confiança legítima. Nepotismo e sua vedação ou não aos cargos políticos. Vertentes e origens do princípio da impessoalidade. 
Poderes - Atenção redobrada com poder de polícia e poder hierárquico (e suas manifestações). Do mesmo modo, o poder normativo e a regulação são muito importantes (atenção com os decretos autônomos). Poder de polícia X direito a moradia. Vejam ainda poder disciplinar. 

DIAS 02 E 03 - ADMINISTRAÇÃO DIRETA A INDIRETA. TERCEIRO SETOR E TEORIA DA REGULAÇÃO 
Assuntos: 
A reforma do estado brasileiro. 
Os quatro setores e suas características. A publicização do terceiro setor (as organizações sociais e as OSCIPS). 
Administração direta (órgãos públicos: conceito, espécies, regime); 
Administração indireta: autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas. 
Principais características de cada uma e regime jurídico. O regime das subsidiárias.
Direito administrativo econômico. As formas de intervenção do estado. Os princípios constitucionais da ordem econômica e a criação de sociedades de economia mista e empresas públicas. 
Direito administrativo regulador. Agências: reguladoras e executivas. O regime jurídico das agências reguladoras: natureza jurídica, características, contrato de gestão, pessoal e poder normativo. 
Detalhadamente: 
Administração Pública - conceito objetivo e subjetivo (e distinção com a 
atividade de governo), aspecto formal, material e orgânico. 
Órgãos e agentes públicos (classificação de órgão e teoria do órgão). Quando 
órgãos públicos podem ir a juízo. 

Organização da Administração (importantíssimo), autarquias, fundações, 
empresas públicas e sociedade de economia mista, consórcios. 
Descentralização e desconcentração. 

Características dos entes integrantes da administração indireta. Imunidade 
recíproca para as autarquias e demais entes integrantes da Administração 
Indireta (inclusive sociedade de economia mista e empresas públicas). 

Muita atenção para as agências, especialmente as reguladoras (poder normativo, limites, discricionariedade técnica). Saber tudo que as torna 
peculiar. 

Distinções entre empresas públicas e sociedades de economia mista. Criação, inclusive de subsidiárias. Atenção mesmo para as distinções. 

Terceiro setor. Importante a forma de qualificação, e diferenças entre OSCIP e OS. Atenção, ainda, para os entes que não podem se qualificar como tal. 
Julgado recente sobre a qualificação de tais entidades, logo cuidado. 

Lei nova sobre fundações, inclusive fundações públicas, logo redobrada atenção. 


 
DIAS 04 e 05 – Agentes Públicos
Assuntos: 
Servidores públicos.
Regime constitucional. 
Regimes jurídicos: o servidor estatutário e o empregado público. 
Cargos e funções. 
Direitos e deveres dos servidores estatutários. 
Regime previdenciário do servidor estatutário.
Normas e princípios constitucionais. 
As regras de transição. 
O novo regime previdenciário. 
O sistema de previdência complementar. 
Regime e processo disciplinar. 
Detalhadamente: 
Servidores – Atenção para o regime previdenciário do servidor, que está praticamente todo na CF (tem que decorar). Aprender todo o regramento constitucional. Formas de provimento, extinção de cargos por decreto, regras do concurso público e da cumulação de cargos. Controle pelo poder judiciário de questões de concursos públicos. 

Regime de emprego público (muito cuidado). 

Formas de remuneração e estabilidade. Distinção entre cargos, empregos e funções (saber bem). 

Estatuto dos Militares - leitura da CF (e eventuais súmulas ex. os praças em serviço inicial podem ganhar menos que o salário mínimo). 

Atenção para PAD e Sindicância - saber toda a jurisprudência do STF e do STJ sobre o tema. 

Ler o regime previdenciário, principalmente na CF e tomar muito cuidado com as novas normas para concessão da pensão. Em geral não há necessidade de aprender as regras de transição (se souber, melhor, mas não costuma cair). Saibam a forma de cálculo dos benefícios do RPPS, paridade, integralidade e contribuição de ativos e inativos. 

Previdência complementar também merece muita atenção (previdência complementar pública). 

Muita atenção para a Lei 8.112, especialmente no que tange a Sindicância e PAD (saber toda a jurisprudência sobre o tema, ex. uso da interceptação telefônica como prova emprestada). 

DIAS 06 – ATOS E PROCESSO ADMINISTRATIVO 
Assuntos: 
Ato administrativo. conceito. regime jurídico. espécies. elementos e requisitos. 
Vícios dos atos administrativos. 
Principais classificações dos atos administrativos. 
Procedimento administrativo. Fundamentos constitucionais. 
Detalhadamente: 
Atos - tudo, sem ressalvas. 
Atenção especial para a classificação e para a diferença entre autorização, concessão, permissão, licença etc. E mais, revogação e anulação e mérito do ato (e o controle judicial).
 Ler a lei 9.784. Atenção ainda para o elemento competência, agente de fato, delegação e avocação. 
Ver ainda fatos administrativos e fatos da Administração. O tema ‘Atributos do ato’ também é muito importante. 
Não esquecer dos atos complexos e compostos, e a questão da concessão de aposentadoria (estudar a decadência para tais atos e a necessidade de contraditório). Teoria dos motivos determinantes.
Processo Administrativo - tudo, com a necessidade de decorar a Lei 9.784. Aplicação dessa lei ao TCU. Atenção, ainda, para PAD (se não estudado em servidores). Vejam o que é delegação e avocação (e quais atos não podem ser delegados/avocados). Aprendam os principais prazos (ex: prazo para decidir o recurso), vejam ainda a reformatio in pejus 

DIAS 07 e 08 – LICITAÇÕES E CONTRATOS PÚBLICOS 
Assuntos: 
Licitações, fundamento constitucional, conceito e modalidades. 
O regime de licitações e alterações. 
Dispensa e inexigibilidade. 
Revogação e anulação, hipóteses e efeitos. 
Pregão e consulta. 
O registro de preços. 
Contratos administrativos: conceito e características. 
Invalidação. 
Principais espécies de contratos administrativos. 
Inexecução e rescisão dos contratos administrativos. 
Detalhadamente: 
Licitações - tudo, sem ressalvas (leitura obrigatória da lei 8666, lei de pregão, e dos principais conceitos da lei do RDC). 
Registro de preços, lembre-se desse instituto (carona também). 
Atenção para ver se já estudou esses tópicos: Fundamento constitucional. Conceito e modalidades. O regime de licitações e alterações. Dispensa e inexigibilidade. Revogação e anulação, hipóteses e efeitos. Pregão e consultaEmergência fabricada. 

Contratos - importante também, principalmente as cláusulas exorbitantes, fato do príncipe, fato de administração, rescisão. 

Vide reajuste, revisão e repactuação (sempre cai). Prazo dos contratos administrativos. 
Necessidade de ler as leis, e, em sobrando tempo, dar uma olhadinha rápida nas súmulas do TCU sobre o tema. 



NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Introdução:
Direito – é o conjunto de normas impostas coativamente pelo Estado, que disciplinam a vida em sociedade, permitindo a coexistência pacífica dos seres.
Para fins didáticos, o Direito foi dividido em Direito Interno e Direito Internacional. O Direito Interno se preocupa com as relações dentro do território nacional. O Direito Internacional, por sua vez, estuda relações externas com empresas estrangeiras, estados estrangeiros, etc.
Ainda para fins didáticos, o Direito foi dividido em ramo do direito público e ramo do direito privado. O primeiro se preocupa com a atuação do estado na satisfação do interesse público. O direito privado, por seu turno, estuda as relações privadas, com a satisfação do interesse privado.
O Direito Administrativo é ramo do direito Interno e ramo do direito público. Norma de ordem pública é aquela norma imodificável, inafastável pela vontade das partes (norma cogente).
Pergunta de Concurso: (Cespe 2013) Norma de direito público é sinônimo de norma de ordem pública. Verdadeiro ou falso?
R: Falso, pois nem toda norma de ordem pública (que não pode ser afastada pelas partes) é de direito público. Portanto, elas não são termos sinônimos.
Ex. Regra de Licitação – É uma regra de direito público e também uma regra de ordem pública, pois não pode ser afastada pela vontade das partes. 
Ex. Regra de pgto de imposto de renda – É regra de ordem pública e de direito público.
Norma de ordem pública: são normas cogentes, as quais não podem ser derrogadas pela vontade das partes pois foram editadas com a finalidade de resguardar os interesses da sociedade.
Norma de direito público: São normas que regulam um interesse, direito ou indireto, do próprio Estado, em que tem vigêncía, seja para impor um princípio de caráter político e soberano, seja para administrar os negócios públicos, seja para defender a sociedade, que se indica como o proprio alicerce do porder público.
ATENÇÃO! TODA REGRA DE DIREITO PÚBLICO É TAMBÉM DE ORDEM PÚBLICA. MAS NEM TODAS AS REGRAS DE ORDEM PÚBLICA SÃO DE DIREITO PÚBLICO. EXISTEM NORMAS DE DIREITO PRIVADO QUE TAMBÉM SÃO DE ORDEM PÚBLICA. O CONCEITO DE ORDEM PÚBLICA É MAIS AMPLO DO QUE O CONCEITO DE DIREITO PÚBLICO.
Ex. regra de capacidade civil – não pode ser afastada pela parte.
Ex. regra de impedimentos para o casamento – não pode ser afastada pelas partes.
O contexto histórico do nascimento do direito administrativo coincidiu com o fim do regime absolutista na França, após a Revolução de 1789. É reconhecida a Lei de 28 pluvioso do ano VIII, algo equivalente a fevereiro de 1800 – lei esta que deu organização jurídica à administração pública francesa – como a lei que fez surgir o direito administrativo na história universal.
Anteriormente, na época das monarquias, o que havia eram normas esparsas relativas ao funcionamento da Administração Pública, às competências de seus órgãos, ao Fisco, à servidão pública e outras. O ambiente da Idade Média não teria sido propício para o desenvolvimento do Direito Administrativo.
Maria Sylvia Zanella DI PIETRO aborda o surgimento da lei 28 de pluvioso como sendo o marco do direito administrativo francês. Acrescenta que foi inegável a sua contribuição para a autonomia do direito administrativo. Não esquece, contudo, o papel fundamental do Conselho de Estado Francês na posterior elaboração jurisprudencial do mesmo.
Na evolução do direito administrativo francês, a exegese das leis, o estudo acadêmico e o trabalho jurisprudencial do Conselho de Estado Francês teriam garantido a sua autonomia.
Diferentes foram as escolas e os métodos de definição do direito administrativo. Surge, então, na França, a Escola Exegética, Legalista, Empírica ou Caótica. Naquele momento, o ensino do direito administrativo baseava-se no estudo das leis e demais normas de direito administrativo e de sua interpretação pelos tribunais.
Conceito de Direito Administrativo:
O direito administrativo parte do conceito de Estado (nação politicamente organizada, formada pelo povo, território e governo soberano). A administração é uma das funções do Estado. 
O Estado é uma pessoa jurídica de direito público, a dupla personalidade não existe mais, ou seja, ele não atua com personalidade de direito privado quando atua neste ramo. Ele sempre irá atuar com personalidade jurídica de direito público. 
O Estado de direito é um Estado que cria o direito e ao mesmo tempo se submete ao direito que ele criou. A lei obriga a todos, inclusive o Estado.
Tripartição das funções Estatais – distribuição de funções estruturais – legislativa (legislar, normas gerais e abstratas, inovação no ordenamento jurídico); judicial e administrativa (concretizar a atividade legislativa, de atuar no caso concreto buscando o interesse da sociedade). 
Teorias para conceituar Direito Administrativo 
Direito administrativo em razão do objeto/ âmbito de atuação da disciplina:
I) Escola legalista (também conhecida como escola exegética/ empírica/ caótica): O direito administrativo era apenas um estudo de leis – compilação e estudo de leis. Essa escola não prosperou. Para os estudiosos do período acima, o direito administrativo era compreendido como sinônimo de direito positivo. Ou seja, se aproximava com os conceitos que entendem ser o direito administrativo composto do conjunto de leis que estabelecem e disciplinam a Administração Pública e o seu funcionamento. Mais precisamente, o conjunto de leis e normas positivas ou em vigor que tratam da Administração Pública nas suas relações internas e com os cidadãos.
II) A ideia que prosperou é aquela no sentido de que o direito administrativo estuda além das leis, princípios. Essa ideia é a utilizada até os dias de hoje:
(a) Escola do serviço público → O direito administrativo estuda o serviço público. Na época desta escola, toda atividade do estado era chamada de serviço público (inclusive, por exemplo, atividades comerciais, industriais, etc). Mas esse conceito, por ser amplo demais, não prosperou.
(b) Escola Critério do Poder Executivo → (Já caiu em concurso) O direito administrativo estudava somente o poder executivo. Esta escola também não é mais adotada, tendo em vista que o direito administrativo também estuda os poderes legislativo e judiciário, desde que eles estejam no exercício de atividade administrativa.
(c) Critério das relações jurídicas → Essa escola dizia que o direito administrativo estudava todas as relações jurídicas do Estado. Esse critério também não foi aceito no Brasil, pois é um conceito amplo demais.
(d) Critério Teleológico (também cai em concurso) → O Direito administrativo é um conjunto harmônico de princípios que regem as atividades do Estado na consecução dos seus fins. Esse critério teleológico foi aceito no Brasil por Oswaldo Aranha Bandeira de Melo (pai de Celso Antônio), mas foi dito insuficiente, pois o direito administrativo não é só um conjunto de princípios.
(e) Critério Residual ou critério negativo → Segundo esta escola, o conceito de direito administrativo é residual, após a exclusão das funções legislativa e judicial do Estado. Esse critério foi aceito no Brasil, mas também foi tido por insuficiente, tendo em conta que nem todo o resto das atividades do Estado (com exclusão das funções legislativa e jurisdicional) é direito administrativo.
(f) Critério de distinção da atividade jurídica do Estado e da atividade social do Estado → Para esta escola o direito administrativo não se preocupa com a atividade social do Estado, como, p.ex., estudo de políticas públicas. O direito administrativo, segundo esta ideia, estuda as questões jurídicas relacionadas à atividade do Estado.Esse critério foi aceito no Brasil, mas também tido por insuficiente.
(g) Critério da Administração Pública → É o critério mais aceito no Brasil. Esse critério foi inserido no Brasil por Hely Lopes Meirelles e é o mais adotado no Brasil. Para este autor: Direito Administrativo é um conjunto harmônico de princípios e regras, que forma o regime jurídico administrativo e que rege os agentes, os órgãos e as entidades no exercício da atividade administrativa, tendente a realizar, de forma direta, concreta, e imediata os fins desejados pelo Estado. Assim, realizar os fins de forma:
Direta = “atividade independente de provocação”. Com isso, afasta-se do conceito a atividade indireta do estado, ou seja, aquela que depende de provocação: a função jurisdicional do Estado.
Concreta = a atividade terá destinatários determinados, com efeitos concretos. Exclui-se, assim, a função abstrata do Estado: a função legislativa.
Imediata, o que é diferente de forma mediata, que é a atividade social. A função imediata diz respeito à atividade jurídica do Estado.
Atenção! Quem define os fins do Estado é o direito constitucional. O direito administrativo apenas realiza esses fins.
Conceito: Direito Administrativo é o ramo do direito público que trata de princípios e regras que disciplinam a função administrativa e que abrange entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na consecução do interesse público
Função administrativa é a atividade do Estado de dar cumprimento aos comandos normativos para realização dos fins públicos, sob regime jurídico administrativo (em regra), e por atos passíveis de controle. É exercida tipicamente pelo Poder Executivo, mas pode ser desempenhada também pelos demais Poderes, em caráter atípico. Por conseguinte, também o Judiciário e o Legislativo, não obstante suas funções jurisdicional e legislativa (e fiscalizatória) típicas, praticam atos administrativos, realizam suas nomeações de servidores, fazem suas licitações e celebram contratos administrativos, ou seja, tomam medidas concretas de gestão de seus quadros e atividades.
Função administrativa relaciona-se com a aplicação do Direito, sendo consagrada a frase de Seabra Fagundes no sentido de que “administrar é aplicar a lei de ofício”. A expressão administração pública possui, segundo Di Pietro, no entanto, dois sentidos:
O sentido subjetivo, formal ou orgânico: em que é grafada com letras maiúsculas, isto é, Administração Pública, e que indica o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado; e
O sentido objetivo, em que o termo é grafado com minúsculas (administração pública), sendo usado no contexto de atividade desempenhada sob regime de direito público para consecução dos interesses coletivos (sinônimo de função administrativa).
Administração Pública – órgãos e entidades administrativas.
administração pública – atividade administrativa.
Fontes do Direito Administrativo:
Fonte do direito administrativo é aquilo que leva a uma norma de direito administrativo. São elas:
Lei em sentido amplo → Fala-se em lei enquanto toda e qualquer espécie normativa (CF, leis ordinárias, LC, MP, etc). O ordenamento jurídico brasileiro está organizado numa estrutura escalonada/hierarquizada de normas (normas inferiores e superiores). As normas inferiores devem ser compatíveis com as normas superiores e todas devem ser compatíveis com a CF. O STF chamou esta relação entre as normas de relação de compatibilidade vertical (normas inferiores devem ser compatíveis com as normas superiores e todas devem ser compatíveis com a CF). Vale lembrar que os atos administrativos estão na base da pirâmide (embaixo na hierarquia).
O termo "lei" está sendo usado em sentido amplo ("latu sensu"). Ou seja, "lei" compreende a constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, atos normativos com força de lei (estatutos, regimentos, instruções), tratados internacionais ratificados, etc
Lei Formal x Lei Material
A generalidade significa atingir todas as pessoas em uma mesma situação jurídica. Já abstração significa que a lei não se esgota com uma única aplicação. 
Lei Formal: São os atos normativos editados pelo Poder Legislativo independentemente de possuírem generalidade ou abstração. Lei em sentido formal representa todo o ato normativo emanado de um órgão com competência legislativa, quer contenha ou não uma verdadeira regra jurídica, exigindo-se que se revista das formalidades relativas a essa competência.
Lei material: São os atos normativos que possuem generalidade e abstração não importando se foram editadas Poder Legislativo. Lei em sentido material corresponde a todo o ato normativo, emanado por órgão do Estado, mesmo que não incumbido da função legislativa, desde que contenha uma verdadeira regra jurídica, exigindo-se que se revista das formalidades relativas a essa competência.
Seja como for, ambas as leis (formais ou materiais) possuem imperatividade (obrigatoriedade). Apesar dessa ser a diferença clássica entre lei formal e material, a ESAF considerou correta a seguinte afirmação: 
A distinção entre a lei formal e a lei material está na presença ou não do elemento  novidade  (ESAF/2003)
A distinção entre a lei formal e a lei material está na presença ou não do seguinte elemento: novidade. Uma vez que somente lei em sentido formal pode inovar no ordenamento jurídico.
Doutrina → A doutrina é o resultado do trabalho dos estudiosos. O direito administrativo conta com uma legislação fragmentada, sem um código, com muitos decretos, por exemplo. Cada norma possui um contexto histórico diferente. E isso leva a uma enorme divergência doutrinária.
Jurisprudência → Muitas vezes, pelo fato de não haver um código administrativo e por haver muita divergência doutrinária, é a jurisprudência quem decide as questões administrativas. Jurisprudência são julgamentos reiterados de um tribunal, no mesmo sentido. Quando se consolida uma jurisprudência, normalmente, o Tribunal edita uma súmula. Então, a súmula é uma jurisprudência consolidada. No Brasil, existem dois tipos de súmula: a súmula que orienta e a súmula vinculante. Obs: Repercussão Geral – Quando o tribunal julga o mérito de uma repercussão geral é muito importante. Nela, há um leading case e os demais casos são julgados no mesmo sentido.
Costumes → também são fontes do direito administrativo. O costume é uma prática habitual, que se acredita ser obrigatória. No Brasil, o direito consuetudinário (costumeiro) nem cria nem exime obrigação. Ele serve apenas como fonte. O costume e a praxe administrativa são fontes inorganizadas do direito administrativo, que só indiretamente influenciam na produção do direito positivo.
Princípios Gerais do Direito → São normas que estão no alicerce ou base da ciência jurídica. Esses princípios podem estar expressos ou implícitos no nosso ordenamento.
Ex. “Ninguém pode causar dano a outrem”; “No Brasil é vedado o enriquecimento sem causa”; “Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza”.
Para que a interpretação do direito administrativo seja devida, deve-se observar três pressupostos básicos: desigualdade (superioridade) entre o Estado e o particular, já que o Estado atua em supremacia; presunção de legitimidade, a princípio os atos da administração são legítimos; necessidade da discricionariedade, baseia-se no fato de que a lei não pode enquadrar a todos os casos concretos, utilizando os critérios de conveniência e oportunidade. 
"Além da lei, são fontes de direito administrativo, em seu mais amplo sentido, o costume, o regulamento, a prática administrativa, a doutrina, a jurisprudência, a analogia, a equidade, os princípios gerais de direito, os tratados internacionais, o estatuto autônomo, a instrução e a circular, o texto único.
Em resumo: 
São fontes do Direito Administrativo:
A lei em sentido amplo; (decretos, regulamentos, leis delegadas...)
A jurisprudência, 
Súmula Vinculante;
A Doutrina;
Os Costumes
A Práticaadministrativa
Os Princípios
Ressalte-se que só os princípios e regras constantes dos preceitos normativos do Direito são considerados fontes primárias. Os demais expedientes: doutrina, costumes e jurisprudência são geralmente fontes meramente secundárias, isto é, não vinculantes; exceto no caso da súmula vinculante, conforme sistemática criada pela Emenda Constitucional nᵒ 45/04, que é fonte de observância obrigatória tanto ao Poder Judiciário, como à Administração Pública direta e indireta, em todos os níveis federativos.
Não obstante o princípio da legalidade e o caráter formal dos atos da administração pública, muitos administrativistas aceitam a existência de fontes escritas e não escritas para o direito administrativo, nelas incluídas a doutrina e os costumes a jurisprudência é também considerada por administrativistas como fonte do direito administrativo, mas não é juridicamente correto chamar de jurisprudência uma decisão judicial isolada.
A primordial fonte formal do Direito Administrativo no Brasil é a Lei.
Algumas questões importantes:
Stare Decisis: São precedentes, seriam decisões judiciais que influenciam a solução de lides supervenientes, desde que conservem substratos fáticos análogos. Visa garantir a coerência e a estabilidade de causas a serem julgadas com base em decisões proferidas a priori, desde que conservem uma similitude fática entre elas, tolhendo, de certa forma, o juízo axiológico operado pelo magistrado diante do caso sub judice.
O juiz, para não aplicar o entendimento materializado em um precedente jurisprudencial (Satre Decisis), poderá valer-se de técnicas similares às utilizadas no sistema do common law, dentre as quais destacam-se o overruling e a distinguishing. Sob esta perspectiva, passa também a ganhar relevância a distinção entre obiter dicta e ratio decidendi, habitualmente feita em sistemas de common law, mas que também deve ser considerada, entre nós, para que se compreendam, com exatidão, os elementos que devem ser levados em consideração, em um precedente jurisprudencial.
A ratio decidendi é o motivo que fundamenta o teor da decisão judicial prolatada, tornando-se vinculante para os demais juízes e para as partes diante de eventuais casos supervenientes. Logo, infere-se que no Direito Americano tal paradigma constitui fonte formal e material do Direito, visto que é plenamente admissível que a ratio decidendi seja colmatada por meio dos precedentes.
A obter dicta refere-se a manifestação do órgão jurisdicional dispensável à solução do tema submetido à apreciação do Poder Judiciário. Trata-se portanto, de fundamento de reforço retórico, jamais posicionado na parte dispositiva do julgado. Assim, não vincula os casos subsequentes, tendo apenas uma “eficácia persuasiva” na medida da força de seus fundamentos.
A vinculação aos precedentes não pode ocorrer de forma irrestrita, existem mecanismos através dos quais a Corte pode evitar a força gravitacional dos precedentes, dentre os quais destacaremos o distinguishing method e o overruling. Naquele o precedente é afastado em virtude de uma circunstância fundamental que o diferencie do caso anterior. Não é necessário, entretanto, abandoná-lo a súmula ou entendimento pretoriano, mas apenas afastá-lo no caso concreto, conforme ocorre no sopesamento axiológico dos princípios. 
OVERRULING – DISTINGUISHING – SUNBURSTING (PROSPECTIVE OVERRULING)
Overruling - é uma mudança de regra ("judge-made law") que ocorre quando um tribunal, ao julgar determinado caso concreto, percebe que sua jurisprudência precisa ser revisitada. 
Prospective overruling - (ou "sunbursting", em tradução livre, "queimadura do sol") é a mudança de regra prospectiva, incidindo apenas para o futuro. 
Distinguishing - ocorre quando o caso concreto em julgamento apresenta particularidades que não permitem aplicar adequadamente a jurisprudência do tribunal, havendo "distinção entre normas jurídicas e a norma de decisão" (Eros Grau). 
O termo "sunbursting" surgiu de um caso julgado pela Suprema Corte dos EUA em 1932, no caso Great Northern Railway Company v. Sunburst Oil and Refining Company. Sunburst, empresa expedidora, processou a Great Northern para reaver desta cobrança por taxas excessivas, o que ocorreu, com base em uma lei da Suprema Corte do Estado de Montana, em 1921. Quando o caso chegou à Corte Superior de Montana, o Tribunal superou a decisão proferida em 1921 por ele mesmo, mas limitando a aplicação a casos futuros.
No Brasil, no âmbito da Administração Pública, os precedentes administrativos são fontes do Direito Administrativo, pressupondo a prática reiterada de atos em situações similares, estando a Administração vinculada a tais entendimentos, somente podendo afastar o precedente em dois casos: a) quando o ato invocado como precedente for ilegal; b) quando o interesse público justificar a alteração motivada do entendimento administrativo, hipótese em que é possível a adoção da teoria do "prospective overruling".
Teoria do prospective overruling (Brasil)
Originária do sistema do common law, a teoria do prospective overruling afirma que as mudanças de orientação jurisprudencial nos Tribunais somente poderão ser aplicadas a casos futuros. Trata-se de uma imposição decorrente do princípio da proteção à confiança e que na opinião de Rafael Carvalho Rezende de Oliveira, aplica-se ao Direito Administrativo quando houver alteração da orientação firmada em precedentes administrativos, hipótese em que o novo entendimento não poderá ser aplicado a casos pretéritos.
A aplicabilidade da referida teoria no Direito brasileiro coaduna-se perfeitamente com a regra contida no art. 2º, parágrafo único,XIII, da Lei nº 9.784/99, de acordo com a qual nos processos adminsitrativos deverão ser observados os critérios de: "XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirigem, vedada aplicação retroativa de nova interpretação."
Sistemas Administrativos (ou Mecanismos de Controle)
Praticado um ato administrativo, quem pode controlar ou rever esse ato? Existem dois mecanismos de controle.
Sistema Contencioso administrativo (sistema francês): 
	Esse sistema foi criado na França e, por ele, os atos praticados pela administração serão controlados e revistos pela própria administração. Nos países que adotam esse sistema, o poder judiciário irá julgar excepcionalmente. O judiciário irá atuar, por exemplo, nas atividades públicas de caráter privado (a atividade é praticada pelo Estado, mas o regime jurídico é o privado – ex. administração celebra um contrato de locação), nas ações ligadas ao estado ou capacidade das pessoas, bem como nas atividades ligadas à repressão penal e à propriedade privada. Mas,em regra, quem julga é a administração.
Sistema de Jurisdição Única (sistema inglês): 
	Nesse sistema, quem decide é o poder judiciário. Ex. Após um processo administrativo tributário, a parte insatisfeita pode levar o caso ao judiciário.
	Atenção!! Aqui, a administração também decide. A questão é que a sua decisão pode ser revista pelo poder judiciário. 
O Brasil sempre teve o sistema de jurisdição única. Somente em 1977, a emenda constitucional nº 07 inseriu o contencioso administrativo no Brasil. Mas essa regra foi inoperante (“nunca saiu do papel”).
Estado, Governo e Administração:
O Estado:
PEGADINHA
 Pergunta de Concurso (Cespe) A responsabilidade civil da Administração Pública está prevista no artigo 37, §6º, CF. Verdadeiro ou falso?
R: Falso. A questão está errada, pois a responsabilidade é do Estado, e não da administração. A administração é o corpo físico; o Estado é a pessoa jurídica. E a responsabilidade é da pessoa jurídica!! Atenção!! Não confundir os termos!
O Estado é a pessoa jurídica, tem personalidade jurídica, podendo ser sujeito de direitos e de obrigações. Por isso, a responsabilidade civil é do Estado. 
O Estado tem personalidade de direito público. Ao Estado Brasileiro não se aplica a teoria da dupla personalidade. Ele só tem uma personalidade.A teoria da dupla personalidade era adotada pelo Estado brasileiro até o antigo código civil (1916). Naquela época, o Estado poderia ter duas personalidades: ora aparecia como personalidade de direito público e ora como pessoa com personalidade de direito privado. Mas, com a revogação do Código Civil de 1916, o Estado brasileiro é somente pessoa jurídica de direito público.
FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Estado exerce dois tipos de função, quais sejam função típica – que é a função principal, precípua, função para a qual o poder foi criado –, e função atípica, que é a função secundária.
A divisão dos poderes e funções do Estado se fundamenta na ideia de afastar os abusos e arbitrariedades cometidas pelos governos absolutistas. Assim, com a divisão dos poderes criou-se o sistema de freios e contrapesos, no qual cada tipo de poder guarda autonomia e independência em relação aos outros poderes, entretanto, passa a atuar de forma limitada (contrapeso) em respeito aos outros poderes.
Essa divisão clássica está consolidada atualmente pelo artigo 16 da Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e é prevista no artigo 2º na nossa Constituição Federal: “Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”
Poder Executivo: Função Típica e Atípica
O Poder Executivo possui a função principal ou típica de administrar a coisa pública (república). Observa-se que ao exercer a função típica o Poder Executivo concretiza o direito (função concreta).
O Poder Executivo poderá também exercer função atípica ou secundária de julgar (Ex: processo administrativo) e legislar (Ex: Elaboração de Normas regulamentares).
O Poder Executivo está presente na União, nos Estados e Municípios, nas esferas federais, estaduais e municipais da Administração Pública.
Poder Legislativo: Função Típica e Atípica
O Poder Legislativo possui função principal ou típica de legislar e fiscalizar, ou seja, elaborar leis, normas e legislações e fiscalizar os atos do Poder Executivo.
Observa-se que ao exercer a função típica o Poder Legislativo inova o ordenamento jurídico, faz surgir fórmulas legais, aplicáveis a um número indeterminado de pessoas. (função abstrata).
O Poder Legislativo também pode exercer outras funções, a função atípica de julgar (Ex: Processo de Impeachment) e administrar (Ex: licitação para compra de materiais).
O Poder Legislativo está presente nas esferas federais (Concreto, Câmara dos Deputados Federais e Senado Federal), estaduais (Assembleias Legislativas dos Estados) e municipais (Câmara de Vereadores).
Poder Judiciário: Função Típica e Atípica
A função típica do Poder Judiciário é apreciar e definir o Direito (função jurisdicional). Trata-se de função indireta, pois o Judiciário é inerte e só atua mediante provocação, ou seja, para que o Poder Judiciário atue será necessário que o interessado busque através da ação ou procedimento judicial uma resposta do Poder Judiciário.
Ao julgar determinado caso, o Poder Judiciário analisa a legislação emanada do Poder Legislativo e quais as leis e normas aplicáveis a determinado caso. Desse modo, direitos e obrigações são definidas, sendo ordenado seu cumprimento.
Noutro giro, há de se considerar também as funções executivas e legislativas do Poder Judiciário, ainda que atípicas, presentes e necessárias para boa atuação deste poder.
Funções do Ministério Público
Há alguns Doutrinadores que sustentam que o Ministério Público seriam uma espécie de quarto poder, responsável pela defesa de direito fundamentais e fiscalização dos outros Poder Públicos, garantindo assim, a eficiência do sistema de freios e contrapesos.
Entretanto, tal posição não é pacífica, sendo criticada e contraditada por várias outros juristas. Desse modo, consideramos prudente conceber o Ministério Público como instituição desvinculada aos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), mas capaz de fiscalizá-los e exigir o cumprimento das leis nas mais diversas searas.
Governo:
	O governo é elemento do Estado, assim como o território e o povo. Governo é comando e direção. Para que o Estado seja independente, o governo deve ser soberano. Governo soberano é independência na ordem internacional e supremacia na ordem interna.
Administração:
Para a maioria dos autores, administração é máquina administrativa, aparelho estatal, instrumento do Estado. Mas a doutrina estabelece, ainda, dois conceitos/enfoques diferentes para a administração, quais sejam:
Administração pública conforme o critério formal/ orgânico/ subjetivo → É a máquina administrativa, bens e agentes, a estrutura física do Estado.
Administração pública conforme o critério material/objetivo → É a atividade administrativa.
ENTÃO: Quando falamos em …, devemos pensar em...
Estado – pessoa jurídica.
Governo – atuação.
Administração – estrutura física.
ATENÇÃO: LEI Nº 12.846/ 2013 – Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. 
Obs: Funções do Estado:
O Estado exerce dois tipos de função, quais sejam função típica – que é a função principal, precípua, função para a qual o poder foi criado –, e função atípica, que é a função secundária.
CARACTERÍSTICAS DAS FUNÇÕES LEGISLATIVA, JUDICIÁRIA E EXECUTIVA 
Convém, ainda, traçar as características da função administrativa, em cotejo com as funções legislativa e judiciária: 
Características da Função Legislativa 
É abstrata: porque as leis se dirigem a todos, e não a uma pessoa em específico;

Inova originariamente no mundo jurídico: pois somente a lei pode criar direitos e obrigações (princípio da legalidade); (critério da novidade que difere lei em sentido formal e lei em sentido material)
Características da Função Jurisdicional 
É concreta: porque o Juiz aplica a lei a um caso específico;

Não inova originariamente no mundo jurídico: pois o direito é aplicado pelo Juiz, não criado por ele;

É indireta ou imparcial: porque o Estado-Juiz não é parte, mas equidistante das partes;

É irreversível ou definitiva: pois objetiva alcançar a coisa julgada, isto é, uma situação de intangibilidade jurídica;

É inerte: porque o Judiciário age, via de regra, mediante provocação do interessado. 
Características da Função Administrativa 
É concreta: porque aplica a lei ao caso concreto; em regra aplica-se a lei ao caso concreto. Excepcionalmente, porém, pode existir ato administrativo praticado diretamente com fulcro na constituição federal;

Não-inovadora: os atos administrativos limitam-se a aplicar a lei ao caso concreto. Somente a atividade legislativa é que inova inicialmente no mundo jurídico; 
É direta ou parcial: porque o estado exerce tal atividade como parte interessada;

É subordinada: está sujeita a controle jurisdicional. As decisões administrativas estão sempre sujeitas à revisão pelo poder judiciário. A coisa julgada administrativa impede a revisão administrativa do ato, mas não a revisão pelo judiciário. No entanto, se existir decisão administrativa final a favor do administrado, não poderá a administração pública pretender a revisão judicial do ato administrativo;

É sujeita a um regime jurídico de direito público: informado pelo binômio “prerrogativas e sujeições”. As prerrogativas conferem à administração pública, tão somente por conta do interesse público de que deve se desincumbir, uma posição de supremacia em relação aos particulares, enquanto que as sujeições, notadamente a obediência ao princípio da legalidade, visam assegurar a liberdade dos cidadãos. 
É exercida de ofício: independe de provocação da parte. 
Quadro Sinótico
	
	Função Típica
	Funções Atípicas
	Poder Legislativo
	É a função legislativa, que tem as seguintes características:
Geral (aplicada à coletividade como um todo);
Abstrata.
Tem o poder de inovar no ordenamento jurídico, retirando uma lei vigente e colocando outra em seu lugar.
Obs: Alguns doutrinadores incluem na função típicaa função de fiscalizar, em razão dos Tribunais de Contas e das CPIs. Mas essa não é a posição da maioria.
	Função atípica de natureza executiva: ao dispor sobre sua organização, provendo cargos, concedendo férias, licenças a servidores etc.;
Função atípica de natureza jurisdicional: o Senado julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (art. 52, I, Constituição Federal).
	Poder Executivo
	É a função administrativa, com as características a seguir:
Executa o ordenamento vigente;
É concreta;
É direta;
Não inova no ordenamento jurídico;
Não há intangibilidade jurídica, nem coisa julgada. A decisão administrativa é revisível pelo poder judiciário.
Obs: Coisa julgada administrativa → isso significa a imutabilidade da decisão na via administrativa (somente na via administrativa). Mas a questão pode ser levada na via judicial.
	Função atípica de natureza legislativa: o Presidente da República, por exemplo, adota medida provisória, com força de lei (art. 32, CF);
Função atípica de natureza jurisdicional: o Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos.
	Poder Judiciário
	É a função de julgar, solucionar conflitos, lides, aplicando coativamente a lei, tendo, por seu turno, as seguintes características:
É, em regra, individual e concreta. (O controle de constitucionalidade, p.ex., é uma exceção).
É função indireta, pois depende de provocação;
Não inova no ordenamento jurídico, apenas aplicando o ordenamento vigente. (Obs: Na prática, pode haver alguns excessos, como ocorre na súmula vinculante nº 13 – Súmula do Nepotismo – será estudada).
Intangibilidade jurídica ou impossibilidade de mudança ou efeitos da coisa julgada.
Obs: O art.49, V, da CF prevê a possibilidade de o Legislativo sustar atos do executivo que exorbitem os limites do poder regulamentar. Recentemente foi apresentada uma PEC para sustar, também, atos decisórios, exorbitantes, tendo em vista que, atualmente, o judiciário tem intervido muito na esfera de competência legislativa.
	Função atípica de natureza legislativa, a edição de normas regimentais e o preenchimento das lacunas das leis mediante interpretação do caso concreto.
Função atípica de natureza executiva: quando organiza os seus serviços (art. 96, I, "a", "b", "c"; art. 96, II, "a", etc).
	Função de Governo/ Função Política
	Obs: A doutrina moderna (Celso Antônio) diz que existe uma 4ª função do Estado, que não se inclui nas três modalidades anteriores: são as funções de governo ou função política do estado, ou seja, são decisões com alto grau de discricionariedade, que não se confundem nem se misturam com nenhuma das funções anteriores. São situações de anormalidade, excepcionais, que não se confundem com a atividade corriqueira do simples administrar. São as seguintes funções:
Sanção e veto do presidente no processo legislativo;
Declarar guerra e celebrar paz;
Estado de defesa;
Estado de sítio. 
	
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO 
Sob o enfoque subjetivo, a expressão Administração Pública engloba as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes públicos que exercem a função administrativa. 
AS PESSOAS JURÍDICAS 
O Estado pode desenvolver por si mesmo a função administrativa ou prestá-la através de outros sujeitos. 
Sempre que o Estado presta por si mesmo a função administrativa, fala-se em Administração Direta ou Centralizada. Assim é que, por exemplo, a União, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de seus órgãos e agentes, prestam o serviço de educação. Ex: Secretaria de Educação de um dado município adquire gêneros alimentícios para a merenda escolar mediante prévia licitação. Está, portanto, exercendo a função administrativa na Administração Direta. 
Por outro lado, sempre que a atividade administrativa é prestada por outra pessoa jurídica diferente das pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), fala-se em Administração Indireta ou Descentralizada. 
Para cumprir seus objetivos – os traçados pela Constituição Federal e pelas leis – a Administração Pública se organiza com base em duas técnicas diferentes: descentralização e desconcentração. 
A técnica da desconcentração corresponde à situação na qual as atribuições conferidas à administração serão repartidas entre órgãos da mesma pessoa jurídica. Órgão é um núcleo de competência que não possui personalidade jurídica, sendo considerado como uma mera divisão interna. 
Na prova para Defensor Público Federal a assertiva a seguir foi considerada errada: Considera-se desconcentração a transferência, pela administração, da atividade administrativa para outra pessoa, física ou jurídica, integrante do aparelho estatal. O erro reside no fato de que na desconcentração há transferência da atividade dentro do mesmo órgão ou entidade (é um conceito restritivo), não abarcando todo o aparelho estatal, havendo casos em que seria Descentralização (com a transferência da atividade para outra entidade, mas dentro do aparelho estatal). 
Quando se fala em órgãos criados pelo ente central – pessoas federativas ou pessoas políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) – faz-se referência à Administração Pública direta. Exemplo: Ministérios, Secretarias e todos os órgãos que integram a estrutura das pessoas políticas (pessoas federativas). 
A técnica da descentralização corresponde à transferência de atribuições a pessoas jurídicas diversas daquela que as transfere, seria a transferência para outra entidade. 
Cuidado: a descentralização política (Ex. criação de Estados e Municípios) corresponde a criação de entes federativos – quando se passa de um estado unitário para uma federação. Essa técnica de descentralização não é o objeto de estudo do direito administrativo, mas será do direito constitucional. 
A DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA se divide: 
Descentralização territorial – corresponde à criação de territórios federais (que possuem natureza jurídica de autarquia); 

Descentralização por delegação – corresponde à transferência negocial do exercício do serviço público por um ente privado (concessões e permissões de serviços públicos); 
Descentralização por outorga - modalidade de descentralização administrativa através da qual serão criadas pessoas jurídicas da Administração Pública Indireta para racionalizar o desempenho daquelas atribuições conferidas a determinado ente federativo. 
	DESCENTRALIZAÇÃO
	POLÍTICA
	ADMINISTRATIVA
	Cria entes federativos
	Territorial
	Delegação
	Outorga
	Estados e/ou Municípios
	Territórios Federais (Autarquia Territorial)
	Negocial
Concessões e Permissões
	Criação de pessoas jurídicas da administração pública indireta
Ao descentralizar, o ente político pode criar 4 (quatro) tipos de pessoas jurídicas: 
Autarquias;
Fundações Públicas; 
Empresas Públicas; e, 
Sociedades de Economia Mista.

Administração Pública Indireta, portanto, é o conjunto dessas pessoas jurídicas criadas pelos entes federados. 
A descentralização pode se dar mediante a criação, pelo Poder Público, de uma pessoa jurídica de direito público ou privado a quem se transfere a titularidade e a execução de determinada atividade administrativa. Igualmente ocorre a descentralização ao se transferir somente a execução de certa atividade a uma pessoa jurídica de direito privado previamente existente. 
Não se deve confundir descEntralização administrativa com descOncentração administrativa. 
Retomando lições da renomada administrativista Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a descentralização difere da desconcentração “pelo fato de ser esta uma distribuição interna de competências, ou seja, uma distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica. A descentralização supõe a existência de, pelo menos, duas pessoas entre as quais se repartem as competências”. 
No caso da desconcentração, as atribuições administrativas são desempenhadas pelos diversos órgãos que compõem a pessoa jurídica em pauta. Por exemplo, a União presta seus serviços públicos pelos Ministérios,pelas Secretarias, pelas Diretorias, pelas Divisões, etc., segundo uma relação de hierarquia, isto é, de coordenação e subordinação entre os diversos órgãos. 
No caso da descentralização, não vige a hierarquia entre a pessoa política e a pessoa estatal descentralizada, vige sim, o controle ou tutela. Conforme Celso Antônio Bandeira de Mello, o controle “designa o poder que a Administração Central tem de influir sobre a pessoa descentralizada. Assim, en- quanto os poderes do hierarca são presumidos, os do controlador só existem quando previstos em lei e se manifestam apenas em relação aos atos nela indicados”. 
Conforme o Direito Positivo Brasileiro são entidades da Administração Indireta: as Autarquias, as Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas. 
Ficaram de fora, sem razão, as empresas concessionárias e permissionárias de serviço público, constituídas ou não com a participação acionária do Estado. 
A seguir enumeram-se os traços principais de cada uma das entidades mencionadas. 
Pessoas Políticas 
A União, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Municípios são pessoas políticas, ou seja, têm autonomia, o poder de criar as próprias leis, dentro da competência a cada um estabelecida na Constituição Federal. A pessoa política é autônoma porque é dotada de um poder legislativo próprio, com competência legislativa haurida diretamente da Constituição Federal. Todas as pessoas políticas têm, obviamente, personalidade jurídica de Direito Público. 
Administração Pública Indireta 
Administração Pública Indireta é o conjunto dessas pessoas jurídicas criadas pelos entes federados (Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista). 
Diferentemente dos órgãos, esses entes respondem pessoal e judicialmente pelos atos que praticarem. 
Além disso, cada ente da Administração Indireta possui características próprias que devem ser bem conhecidas, uma vez que normalmente são cobradas em provas de concurso. 
Primeira nota: o regime jurídico dos entes da Administração Indireta pode ser de direito público (autarquias e fundações públicas) ou de direito privado (empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Por ostentarem natureza jurídica de direito público, as autarquias e as fundações públicas gozam de características que lhes são comuns. Ambas são criadas por lei, conforme o disposto no texto da Constituição Federal: 
Art. 37 (...)
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
A personalidade surge, portanto, com a publicação da lei instituidora, sem necessidade de registro em cartório. Da mesma forma que são criadas por lei, devem ser extintos por lei. 
Outra característica comum é a imunidade tributária, prevista no Artigo no 150 da Constituição Federal (a imunidade recíproca). Leia-se: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
(...)
2o A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
Além disso, esses entes pagam suas dívidas pelo regime de precatórios ou através das Requisições de Pequeno Valor (RPVs). Seus bens são considerados públicos e, em virtude disso, não se sujeitam à prescrição aquisitiva e não podem ser penhorados. 
Quanto ao regime de contratações, devem observar a Lei no 8.666/93, obedecendo as normas para licitações e contratos da Administração Pública. Devem observar o teto remuneratório previsto na Constituição Federal, Artigo no 37, XI, conforme se lê abaixo: 
Art. 37 (...)
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; 
Se essas autarquias ou se as fundações públicas de direito público forem federais, os conflitos que as envolvam serão julgados no âmbito da justiça federal, conforme determina da Constituição Federal: 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
Passe-se a considerar cada um desses entes separadamente. 
Autarquias 
São entes da Administração Indireta (pessoas jurídicas de direito público) criadas por lei para executar atividades típicas do Poder Público. As atividades típicas da Administração Pública envolvem a prestação de serviços públicos, o exercício do poder de polícia, a promoção do fomento, entre outras. 
Observação: para desenvolver atividade econômica não pode criar uma autarquia, pois esse não é seu campo típico de atuação. 
No Decreto que dispõe sobre a organização da Administração Federal – Decreto Lei no 200/67 – pode-se encontrar a definição de autarquia. Observe-se: 
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. 
Esse dispositivo estabelece que as autarquias são entes dotados de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial. 
As autarquias podem ser divididas em espécies: 
Autarquias administrativas ou de serviço – engloba as autarquias comuns, dotadas do regime ordinário. Exemplo: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

Autarquias fundacionais – parte da doutrina afirma que quando as fundações públicas possuem personalidade jurídica de direito público, são espécies de autarquias, sendo-lhes aplicável o mesmo regime jurídico destas. Fundações Públicas que correspondem à afetação de determinado patrimônio do Estado para certa finalidade específica. 

Autarquias corporativas / corporações profissionais / autarquias profissionais – trata-se dos conselhos de fiscalização profissional. Esses conselhos de fiscalização profissional exercem poder de polícia e, por isso, todo o regime jurídico de direito público incidirá em seu funcionamento: necessidade de realização de concurso público para contratação dos seus servidores, possuem imunidade tributária recíproca, suas dívidas será paga através do regime de precatórios quando a questão for judicializada, entre outras questões. Exemplo: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), Conselho Regional de Medicina (CRM), etc. 
 Observação: A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é uma situação especial. Diferente dos demais conselhosde fiscalização profissional, que são considerados autarquias, a OAB foi considerada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 3026 como um ente de natureza jurídica sui generis. 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1o DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2a PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1o, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não- vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido. (STF - ADI: 3026 DF , Relator: EROS GRAU, Data de Julgamento: 08/06/2006, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-00478) 
Resta definido pelo Supremo Tribunal Federal que a Ordem dos Advogados do Brasil não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional, não tem natureza jurídica de autarquia. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 
A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça. Leia-se o Artigo no 133 da Constituição Federal: 
SEÇÃO III
DA ADVOCACIA
(Redação dada pela Emenda Constitucional no 80, de 2014)
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Ainda, segundo o Supremo Tribunal Federal, é incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. Além disso, não precisa seguir a lei de licitações, nem se submeter ao controle realizado pelo Tribunal de Contas da União.
Os litígios que envolvem a Ordem dos Advogados do Brasil são processados no âmbito da Justiça Federal.
Autarquias territoriais – são os Territórios Federais, previstos na Constituição Federal, Artigo no 33: 
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. 
Autarquias associativas – criação da lei de consórcios públicos (Lei no 11.107/2005), que confere personalidade jurídica a esses consórcios que regula. 
Art. 1o (...)
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. 
Acerca da possibilidade do regime jurídico de direito público ou o de direito privado ser aplicado aos consórcios públicos, segue o que diz o Artigo 6º da mesma Lei no 11.107/2005: 
Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: 
I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; 
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. 
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. 
§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. 
Quando os consórcios forem criados com o regime jurídico de direito público (personalidade jurídica de direito público), serão chamados de associações públicas.
As associações públicas possuem natureza jurídica de autarquia. Ressalte-se que se trata de uma autarquia interfederativa, pois integra a administração indireta de todos aqueles entes consorciados. 
Atente-se que o consórcio público com personalidade jurídica de direito privado não possui natureza de autarquia. 
Autarquias especiais – a característica da autonomia está mais acentuada do que nas demais autarquias. Existem duas modalidades de autarquias especiais: 
Autarquias especiais stricto sensu – são aquelas autarquias que possuem qualquer peculiaridade em relação ao regime ordinário previsto no Decreto Lei no 200/67, que lhes dê maior autonomia do que as demais autarquias. Não se trata de um regime jurídico próprio, ou predeterminado (BACEN, SUDAN, SUDENE) e 
Agências reguladoras – (ANATEL, ANCINE, ANA) 
Observação: quando se fala em Agência Executiva não se está referindo a uma espécie de entidade administrativa. Trata-se na verdade de uma qualificação (adjetivo) que pode ser conferida pelo Poder Público tanto a autarquias quanto a fundações públicas de direito público. 
Para isso, esses entes deverão firmar um contrato de gestão com o Poder Público, apresentando um plano de reestruturação e de desenvolvimento institucional nos termos do Artigo no 37, § 8° da Constituição Federal e dos Artigos no 51 e 52 da Lei no 9.649/1998. A leitura desses dispositivos deve ser realizada: 
CF, Art. 37 (...)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, quetenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional no 19, de 1998) 
I - O prazo de duração do contrato; 
II - Os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
III - A remuneração do pessoal. 
Lei no 9.649/98 
Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: 
I - Ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; 
II - Ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor. 
§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República. 
§ 2º O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão. 
Art. 52. Os planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional definirão diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e do quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos e o fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva. 
§ 1º Os Contratos de Gestão das Agências Executivas serão celebrados com periodicidade mínima de um ano e estabelecerão os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu cumprimento. 
§ 2º O Poder Executivo definirá os critérios e procedimentos para a elaboração e o acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional das Agências Executivas. 
O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando assegurar maior autonomia de gestão, bem como a maior disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão. 
A Lei de Licitações (Lei no 8.666/93) traz um exemplo dessas vantagens, no Artigo no 24, § 1º: 
Art. 24. É dispensável a licitação: Vide Lei no 12.188, de 2.010 Vigência 
I - Para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei no 9.648, de 1998) 
II - Para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei no 9.648, de 1998) 
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. 
Ou seja, quando se está diante de uma Agência Executiva (autarquia ou fundação qualificadas), o percentual para a autorização de dispensa de licitação corresponderá ao dobro daquele que é definido para os outros entes comuns. 
Agencias Reguladoras
Sobre as agências reguladoras, deve-se recordar que o processo de sua criação está ligado ao processo de privatização e de reforma do Estado ocorrido na década de 1990. As agências reguladoras foram criadas para fiscalizar (atuação indireta) a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa privada. Além de controlar a qualidade na prestação do serviço, estabelecem regras para o setor. 
As Agências Reguladoras são uma das espécies de autarquia cuja autonomia é a maior do ordenamento jurídico brasileiro. Essa autonomia (chamada de autonomia reforçada por alguns doutrinadores) pode ser percebida a partir de algumas de suas características. 
Apesar de não existir uma lei geral que regulamente as Agências Reguladoras, a doutrina aponta algumas características no regime jurídico desses entes. Seguem algumas delas: 
Mandatos fixos dos seus dirigentes – nas autarquias comuns os dirigentes podem ser exonerados ad nutum por ato do chefe do Poder Executivo. Nas Agências Reguladoras, seus dirigentes ficam à frente por um prazo determinado. Existe uma proteção contra o desligamento imotivado dos dirigentes das Agências Reguladoras. Essa característica objetiva ampliar a autonomia técnica em razão de maior isenção na gestão do ente, uma vez que serão reduzidas as interferências políticas ou partidárias. Observe-se o que decidiu o Supremo Tribunal Federal acerca do tema: 
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS). Necessidade de prévia aprovação pela Assembleia Legislativa da indicação dos conselheiros. Constitucionalidade. Demissão por atuação exclusiva do Poder Legislativo. Ofensa à separação dos poderes. Vácuo normativo. Necessidade de fixação das hipóteses de perda de mandato. Ação julgada parcialmente procedente. 1. O art. 7º da Lei estadual no 10.931/97, quer em sua redação originária, quer naquela decorrente de alteração promovida pela Lei estadual no 11.292/98, determina que a nomeação e a posse dos dirigentes da autarquia reguladora somente ocorra após a aprovação da indicação pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. A Constituição Federal permite que a legislação condicione a nomeação de determinados titulares de cargos públicos à prévia aprovação do Senado Federal, a teor do art. 52, III. A lei gaúcha, nessa parte, é, portanto, constitucional, uma vez que observa a simetria constitucional. Precedentes. 2. São inconstitucionais as disposições que amarram a destituição dos dirigentes da agência reguladora estadual somente à decisão da Assembleia Legislativa. O voluntarismo do legislador infraconstitucional não está apto a criar ou ampliar os campos de intersecção entres os poderes estatais constituídos sem autorização constitucional, como no caso em que se extirpa a possibilidade de qualquer participação do governador do estado na destituição do dirigente da agência reguladora, transferindo-se, de maneira ilegítima, a totalidade da atribuição ao Poder Legislativo local. Violação do princípio da separação dos poderes. 3. Ressalte-se, ademais, que conquanto seja necessária a participação do chefe do Executivo, a exoneração dos conselheiros das agências reguladoras também não pode ficar a critério discricionário desse Poder. Tal fato poderia subverter a própria natureza da autarquia especial, destinada à regulação e à fiscalização dos serviços públicos prestados no âmbito do ente político, tendo a lei lhe conferido certo grau de autonomia. 4. A natureza da investidura a termo no cargo de dirigente de agência reguladora, bem como a incompatibilidade da demissão ad nutum com esse regime, haja vista que o art. 7o da legislação gaúcha prevê o mandato de quatro anos para o conselheiro da agência, exigem a fixação de balizas precisas quanto às hipóteses de demissibilidade dos dirigentes dessas entidades. Em razão do vácuo normativo resultante da inconstitucionalidade do art. 8º da Lei estadual no 10.931/97 e tendo em vista que o diploma legal não prevê qualquer outro procedimento ou garantia contra a exoneração imotivada dos conselheiros da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS), deve a Corte estabelecer, enquanto perdurar a omissão normativa, as hipóteses específicas de demissibilidade dos dirigentes dessaentidade. 5. A teor da norma geral, aplicável às agências federais, prevista no art. 9o da Lei Federal no 9.986/2000, uma vez que os dirigentes das agências reguladoras exercem mandato fixo, podem-se destacar como hipóteses gerais de perda do mandato: (i) a renúncia; (ii) a condenação judicial transitada em julgado e (iii) o procedimento administrativo disciplinar, sem prejuízo de outras hipóteses legais, as quais devem sempre observar a necessidade de motivação e de processo formal, não havendo espaço para discricionariedade pelo chefe do Executivo. 6. Ação julgada parcialmente procedente para declarar a inconstitucionalidade do art. 8º da Lei estadual no 10.931/97, em sua redação originária e naquela decorrente de alteração promovida pela Lei estadual no 11.292/98, fixando-se ainda, em razão da lacuna normativa na legislação estadual, que os membros do Conselho Superior da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS) somente poderão ser destituídos, no curso de seus mandatos, em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado, ou de processo administrativo disciplinar, sem prejuízo da superveniência de outras hipóteses legais, desde que observada a necessidade de motivação e de processo formal, não havendo espaço para discricionariedade pelo chefe do Executivo. (ADI 1949 / RS) 
O Supremo Tribunal Federal confirmou a constitucionalidade dos mandatos fixos dos dirigentes das Agências Reguladoras. 
Observação 1: muitas vezes, não existe coincidência entre o mandato fixo do chefe do Poder Executivo e o do chefe da Agência Reguladora. Parcela da doutrina considera inconstitucional essa possibilidade – criticando não o mandato fixo em si, mas a falta de correspondência entre os períodos dos mandatos – porque pode obrigar o Poder Executivo a conviver, inclusive, com opositores políticos durante parte de sua gestão. 
Observação 2: Quarentena é o período durante o qual o dirigente da Agência Reguladora fica impedido, por força de lei, de exercer atividades ou de prestar serviços naquele setor regulado pela agência em que ele atuava. Esse período, normalmente, corresponde a 4 (quatro) meses. A desobediência a esse comando corresponde ao crime de advocacia administrativa: 
Código Penal
Advocacia administrativa 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
Se a lei impede que ele exerça suas atividades profissionais naquele campo em que atuava, por outro lado, estabelece que ele deva continuar a receber sua remuneração durante esse tempo em que não pode trabalhar. Isso é o que define a Lei no 9.986/2000: 
Art. 8º O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato. 
§ 1º Inclui-se no período a que se refere o caput eventuais períodos de férias não gozadas. 
§ 2º Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes. (Redação dada pela Medida Provisória no 2.216-37, de 2001) 
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu mandato. 
§ 4º Incorre na prática de crime de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da lei, o ex-dirigente que violar o impedimento previsto neste artigo, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas e civis. 
§ 5º Na hipótese de o ex-dirigente ser servidor público, poderá ele optar pela aplicação do disposto no § 2o, ou pelo retorno ao desempenho das funções de seu cargo efetivo ou emprego público, desde que não haja conflito de interesse. 
Observação 3: Normalmente, a lei que cria uma Agência Reguladora costuma condicionar a nomeação do seu dirigente pelo Chefe do Poder Executivo à concordância do Poder Legislativo. Analisando essa determinação, o Supremo Tribunal Federal decidiu não haver qualquer inconstitucionalidade, pois o Artigo no 52, III da Constituição Federal permite tal condicionamento: 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: 
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; 
Maior autonomia técnica – Essa é a segunda característica que se pretende destacar aqui. Agências Reguladoras não criam nem definem políticas públicas, uma vez que esse papel pertence ao governo. A Agência Reguladora tratará de questões técnicas e por isso se caracterizará pelo alto grau de especialização técnica naquele setor por ela regulado. A discricionariedade técnica é a margem que as Agências Reguladoras possuem para decidir questões de ordem técnica. 
A lei que cria a Agência estabelece seus objetivos e finalidades, mas deixa uma margem grande de atuação através da edição de atos administrativos. Essa lei, por não pormenorizar a atuação do ente, chama-se lei-quadro (que servirá de fundamento dos atos administrativos editados pela Agência Reguladora). 
Agências Reguladoras exercem o Poder Regulatório - Poder Regulatório é o poder de ordenar um determinado serviço público ou uma determinada atividade econômica. Nesse sentido, alguns doutrinadores dirão que as Agências Reguladoras exercem funções quase-legislativas (porque possuem poder normativo) e funções quase-jurisdicionais (porque desempenham funções adjudicatórias, de resolução de conflitos4). 

Abertura de seu processo decisório à participação popular – Aos poucos, caminha-se em direção ao modelo de uma administração dialógica, em que o diálogo entre administração e administrados na tomada de decisões objetiva consensualidade. No campo das Agências Reguladoras esse modelo já é mais evidente, especialmente através das consultas públicas e audiências públicas realizadas antes de adotarem suas decisões. Essa abertura confere legitimidade democrática as suas decisões, compensando o déficit democrático do qual padecem. 

Afirma-se que as Agências Reguladoras sofrem com o déficit democrático em razão das suas próprias características. Ora, tendo sido eleito pelo povo, em processo democrático, o Chefe do Poder Executivo goza de legitimidade. Nomeia o dirigente das Agências reguladoras, porém, se não mais concorda com o nome indicado, não pode exonera-lo injustificadamente (ad nutum). A legitimidade popular do Chefe eleito não se transfere ao dirigente da Agência, especialmente diante da insatisfação daquele em relação a este. 

Risco de Captura:
As autarquias gozam dos mesmos privilégios e prerrogativas da Administração Pública Direta. Assim, têm prazos processuais dilatados, isto é, em dobro para todas as suas manifestações (artigo 183 do CPC/2015); estão sujeitas a Juízo Privativo, etc. Exemplos de autarquias: CREA; CRM – autarquias corporativas; INSS; ANATEL, ANA. 
O Risco de Captura integra as características das Agências Reguladoras, que possuem algumas restrições institucionais, sendo uma delas, a denominada "quarentena" dos ex-dirigentes, previstas nas leis instituidoras das principais agências reguladoras brasileiras, como a ANATEL, ANEEL, ANP e ANS.
Os ex-dirigentes dessas agências, assim, ficam impedidos para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou término do seu mandato. Desta forma, evita-se que a Agência possa atuar em prol dos interesses das empresas reguladas, sendo que a expressão "risco de captura" pode ser ainda utilizada em sentido mais amplo, abrangendo as principais situações em que se verifica, seja a ineficácia do órgão regulador, seja a contaminação de sua atuação pelos interesses de alguma

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