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PLANEJAMENTO SOCIAL E FORMULÇÃO DE PROJETO DE INTERVENÇÃO

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Planejamento Social e Formulação 
de Projeto de Intervenção
2/178
Planejamento Social e Formulação de Projeto de Intervenção
Autora: Alessandra Medeiros
Como citar este documento: MEDEIROS, Alessandra. Planejamento Social e Formulação de Projeto de 
Intervenção. Valinhos: 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo 05
Assista a suas aulas 20
Unidade 2: Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica 
e Técnico-Operativa
27
Assista a suas aulas 42
Unidade 3: A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais 50
Assista a suas aulas 64
Unidade 4: Planos, Programas e Projetos Sociais 72
Assista a suas aulas 85
2/178
3/1783
Unidade 5: Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, 
Reflexão Estratégica, Execução e Avaliação
93
Assista a suas aulas 106
Unidade 6: Elaboração, Execução, Monitoramente e Avaliação de Projetos Sociais 113
Assista a suas aulas 126
Unidade 7: Elaboração, Execução, Monitoramento e Avaliação de Projetos Sociais 133
Assista a suas aulas 150]
Unidade 8: O Gestor Social e o Planejamento 158
Assista a suas aulas 171
Sumário
Planejamento Social e Formulação de Projeto de Intervenção
Autora: Alessandra Medeiros
Como citar este documento: MEDEIROS, Alessandra. Planejamento Social e Formulação de Projeto de 
Intervenção. Valinhos: 2015.
4/178
Apresentação da Disciplina
Esta disciplina tem como objetivo 
apresentar os principais conceitos do 
planejamento, especialmente no que 
tange à elaboração, implantação e 
implementação de projetos de intervenção, 
como requisitos fundamentais a um gestor 
social.
Planejamento Social e Formulação de 
Projeto de Intervenção é a disciplina 
que compõe o projeto pedagógico do 
curso de pós-graduação EaD em Gestão 
Social: Políticas Públicas, Redes e Defesa 
de Direitos e, nesse sentido, está em 
consonância com a proposta de subsidiar 
melhores condições de avaliação nas 
ações interventivas, contribuindo, ainda, 
para a elaboração de estratégias de 
enfrentamento das demandas sociais 
que requisitam a intervenção profissional 
mediada pelos serviços oferecidos pela 
rede social.
Assim, apresentamos a ementa desta 
disciplina: planejamento social: dimensão 
ético-política, sócio-histórica e técnico-
operativa; processo lógico, político 
e administrativo. A planificação do 
planejamento: políticas públicas, espaços 
socioinstitucionais, planos, programas e 
projetos sociais. Formulação de projeto de 
intervenção.
5/178
Unidade 1
Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo
Objetivos
1. Este será o primeiro momento de um conjunto de 
oito aulas, no qual exploraremos o universo do 
planejamento e sua relação com a atuação do gestor 
social, principalmente no processo de formulação, 
implementação e implantação de um projeto social ou 
projeto de intervenção.
2. Os objetivos da primeira aula consistem em apresentar 
a disciplina e introduzir os seus conceitos basilares, 
tais como o ciclo do planejamento e a importância da 
temática para o profissional responsável pela gestão 
de programas, projetos relacionados à política social.
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo6/178
1.1 O Termo Planejamento
Na aula de hoje, será abordado o conceito de planejamento, de suma importância para a 
compreensão da disciplina em sua totalidade.
Os conceitos ora abordados estão fundamentados no livro Planejamento Social: intencionalidade 
e instrumentação, de Myrian Veras Baptista (VERAS, 2007).
Para saber mais
Link para saber mais sobre o livro citado e autora: <http://veraseditora.com.br/planejamento-
social-intencionalidade-e-instrumentacao/>
A professora Myrian Veras Baptista possui graduação em Serviço Social pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, concluída em 1954, e doutorado em Serviço Social pela mesma universidade, 
finalizado em 1974, em que foi professora titular, exercendo a docência praticamente até seu 
falecimento. Tinha experiência na área de Serviço Social, com ênfase em Serviço Social na área da 
infância, adolescência e juventude, atuando principalmente nos seguintes temas: crianças, adolescentes 
e famílias; teoria e prática do serviço social; defesa de direitos. Foi fundadora e coordenadora do Núcleo 
de Estudos e Pesquisas sobre Crianças e Adolescentes – NCA/PUC-SP e fundadora da Associação dos 
Pesquisadores de Núcleos de Estudos e Pesquisas sobre a Criança e o Adolescente – Neca. 
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo7/178
O que vem a ser planejamento? O termo planejamento,
[...] na perspectiva lógico-racional, refere-se ao processo permanente e 
metódico de abordagem racional e científica de questões que se colocam 
no mundo social. Enquanto processo permanente, supõe ação contínua 
sobre um conjunto dinâmico de situações em um determinado momento 
histórico [...] supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados em 
momentos definidos e baseados em conhecimentos teóricos, científicos 
e técnicos (BAPTISTA, 2007, p. 13). 
Para saber mais
Pesquise vários conceitos de planejamento.
Por exemplo: o dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2008, p. 634) coloca que planejar é:
1. Fazer o plano ou a planta de; projetar; traçar
2. Tencionar, projetar
3. Elaborar um plano de
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo8/178
Desse modo, o planejamento social 
está relacionado com questões que se 
apresentam no mundo social e também 
destacamos que está diretamente 
vinculado a processos de tomada de 
decisão.
Para tornar mais inteligível o processo 
de tomada de decisão, será utilizado um 
caso, que faz parte da realidade social 
de uma metrópole, como por exemplo: a 
cidade de São Paulo. Assim sendo: 
A Prefeitura de São Paulo decidiu reduzir 
a velocidade das marginais, e ainda 
vem desenvolvendo uma política de 
mobilidade urbana, com implantação 
de corredores de ônibus e ciclovias. 
Com certeza, essas decisões não são 
consenso na população e fizeram parte 
de um processo de decisão dentro do 
planejamento da política pública urbana.
Para saber mais
O dicionário do pensamento social do século XX 
(1996, p. 571) traz a seguinte reflexão: “existem 
muitas interpretações do planejamento em 
geral e do planejamento social em particular. 
Na abordagem mais simples, o planejamento 
social é planejamento aplicado a instituições e 
recursos sociais”.
Pode referir-se a objetivos globais ou parciais. 
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo9/178
Pode abranger o planejamento para todo um sistema social ou referir 
apenas ao planejamento de aspecto específicos de um projeto em uma 
agência de serviço social. O próprio planejamento tem que ser descrito 
com maiores detalhes para evitar a circularidade nessa definição (Ibidem, 
p. 571).
Planejar o cotidiano é uma ação que o homem executa de forma automática, sem se dar conta 
da abrangência e da importância dessa ação. Assim sendo, planeja uma viagem, a compra 
de um imóvel, estabelece metas de curto, médio e longo prazo etc. E na área social? É fácil 
planejar? Esta disciplina demonstrará que não. Isso porque o homem se concentra no fazer, no 
agir e não privilegia os momentos que antecedem essas ações.
Planejar na área social refere-se à seleção de atividades e otimização de tempo, recursos etc. 
O planejamento subsidia a escolha dos caminhos, que serão percorridos e as providências 
necessárias, como também acompanha a execução das ações, monitorando-as e redefinindo-
as de acordo com as necessidades.Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo10/178
1.2 O Ciclo do Planejamento
A aula de hoje centra-se na compreensão 
do ciclo do planejamento. Para iniciarmos 
sua conceituação, observe o esquema a 
seguir:
Para saber mais
E como podemos entender o conceito de 
planejamento estratégico?
Planejamento estratégico é um conceito comum 
no âmbito da administração, que significa o 
ato de pensar e fazer planos de uma maneira 
estratégica.
Planejamento estratégico: <http://www.
significados.com.br/planejamento-
estrategico/>.
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo11/178
Este esquema permite perceber que o 
ciclo do planejamento é composto por 
quatro etapas interligadas e que podem 
ser interrompidas a qualquer momento, 
retomando-se novos passos. As quatro 
etapas do ciclo do planejamento, 
reflexão, decisão, ação e retomada da 
reflexão, correspondem a necessidade 
de aproximações sucessivas diante 
do objeto do planejamento, ou seja, 
revela a necessidade de construção e 
reconstrução da intervenção diante do 
objeto – a realidade social - tais etapas são 
conceituadas conforme Baptista (2007, p. 
15):
A reflexão: [...] “diz respeito ao 
conhecimento de dados, à análise e estudo 
de alternativas, à superação e reconstrução 
de conceitos e técnicas de diversas 
disciplinas relacionadas com a explicação e 
quantificação os fatos sociais [...]”. 
Em uma organização, o momento em que 
são levantadas as informações sobre as 
problemáticas identificadas será, então, o 
momento da reflexão.
O momento de reflexão pode ser 
exemplificado quando um grupo de 
pessoas de uma organização se reúne para 
pensar melhorias nos atendimentos ou 
projetos já realizados, ou, ainda, quando 
esse mesmo grupo identifica uma nova 
problemática e passa a levantar dados para 
conhecer a nova demanda.
A decisão “se refere à escolha de 
alternativas, à determinação de meios, à 
definição de prazos, etc.” (Ibidem, p.15).
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo12/178
Após a reflexão, o momento em que a 
equipe decide os caminhos que serão 
adotados pode ser identificado como o 
“pontapé” inicial rumo à ação, ou seja, 
antes de qualquer ação, existe o momento 
de decisão.
Com os dados levantados na fase de 
reflexão, a equipe reúne um conjunto de 
informações, que passam a subsidiar a 
decisão de qual caminho será tomado. 
Nesse sentido, se havia alguma dúvida, 
por exemplo, entre implantar um projeto 
voltado ao atendimento das necessidades 
de crianças e adolescentes ou de idosos, 
os dados levantados na fase da reflexão 
contribuirão para a decisão de todos pelo 
projeto que seja mais viável e relevante.
Já a ação está “relacionada à execução das 
decisões. É o foco central do planejamento. 
Orienta-se por momentos que a 
antecedem e é subsidiada pelas escolhas 
efetivadas na operação anterior, quanto 
Para saber mais
Vamos estudar o conceito de decidir? 
Decidir significa, de acordo com Ferreira (2008, p. 
286):
1. Determinar, resolver 
2. Solucionar 
3. Dar decisão 
4. Tomar deliberação. 
5. Dar preferência 
6. Resolver-se 
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo13/178
aos necessários processos de organização” 
(BAPTISTA, 2007, p. 15).
Para entender o conceito de ação, basta 
imaginar que todas as providências que são 
tomadas, após a decisão, já fazem parte da 
ação para que se efetive o desejado.
Retomando os exemplos citados nas fases 
anteriores, ao se decidir por um projeto que 
atenda crianças e adolescentes, o primeiro 
passo a ser executado para que o projeto 
se efetive pode já ser considerado parte da 
ação.
Entende-se por retomada da reflexão 
“operação de crítica dos processos e dos 
efeitos da ação planejada, com vistas ao 
embasamento do planejamento de ações 
posteriores” (BAPTISTA, 2007, p. 15).
Com a finalização da ação, nada mais 
natural do que avaliar como o processo 
transcorreu, ou seja, novamente refletir, só 
que, dessa vez, a reflexão está direcionada 
para um balanço da ação que foi 
desenvolvida.
A retomada da reflexão pode acontecer 
em vários momentos. É claro que se 
espera que aconteça ao término das 
ações desenvolvidas. No entanto, se algo 
acontecer no decorrer da implementação 
do projeto, impactando negativamente 
as ações desenvolvidas, cabe ao grupo 
executor interromper a ação, retomar a 
reflexão para correção da rota, dando 
início, portanto, a um novo ciclo do 
planejamento.
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo14/178
Importante ressaltar que essas operações estão interligadas e podem ser interrompidas a 
qualquer momento, redimensionando-se o planejado para uma nova rota, em função de novas 
circunstâncias postas na realidade.
Para saber mais
Artigo científico: “Política e Planejamento Social: decifrando a dimensão técnico-operativa na prática 
profissional e veja um exemplo prático do uso do planejamento na política de assistência social”, de 
Odária Battini (Disponível em: <http://www.cedeps.com.br/wp-content/uploads/2009/06/
Pol%C3%ADtica-e-planejamento-social.pdf>).
Vale destacar:
O Planejamento Social pode ser entendido sob diferentes enfoques, a saber: a) como ferramenta 
de trabalho que propicia uma prática metodologicamente conduzida e eticamente comprometida 
com a cidadania; b) como processo lógico, político e administrativo que, por meio de seu 
movimento, adensa formas de participação popular nos níveis decisórios e operativos; c) como 
instrumento que busca racionalizar e dar direção para redefinições futuras de organizações, 
políticas sociais, setores ou atividades, Influenciando o nível técnico e político e d) como mediação 
entre a burocracia e as condições objetivas para efetivação de direitos (BATTINI, 2009, p. 7).
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo15/178
Glossário
Implementação: “significa tomar providências concretas para a realização de algo planejado. 
A fase de implementação pode ser considerada como a busca, formalização e incorporação de 
recursos humanos, físicos, financeiros e institucionais que viabilizem o projeto, bem como a 
instrumentalização jurídico-administrativa do planejamento” (BAPTISTA, 2007, p. 103).
Implantação: é a “operação, nos espaços e nos prazos determinados, das ações previstas no 
planejamento” (Ibidem, p. 103).
Intervenção: modo de interferir na realidade com vistas a transformá-la (Ibidem, p. 103).
Questão
reflexão
?
para
16/178
A partir do ciclo do planejamento, estabeleça uma 
relação desse com a prática de um gestor social em seu 
cotidiano. Atenção: comece com uma reflexão e, em 
seguida, decida, estabeleça a ação e como você faria 
para retomar a reflexão.
17/178
Considerações Finais (1/2)
É de extrema importância retomar os principais tópicos estudados, na aula de 
hoje, para que sejam colocados em prática no cotidiano profissional:
• O planejamento requer uma ação contínua, sempre relacionadas a tomadas 
de decisões. 
É imperativo considerar que mesmo em situações caracterizadas nos 
termos da proteção social, como emergenciais, ou seja, que demandem 
ações de prevenção, resposta e recuperação, assim como, a articulação 
das Políticas Públicas para garantir o acesso a bens e serviços públicos 
a população atendida. É, justamente, do processo de planejamento que 
emergem os procedimentos a serem adotados no enfrentamento de tais 
circunstâncias; 
• para planejar, é preciso relacionar os conhecimentos teóricos, científicos 
e técnicos adquiridos. Um planejamento adequado requer organização e 
procedimentos lógicos;
18/178
• planejar na área social é um grande desafio, poiso cotidiano é impregnado 
de imediaticidade, ou seja, na ação em si mesma, no fazer, de modo que 
pensar, planejar é comumente atribuído pelo senso comum como “perda de 
tempo”;
• planejar subsidia a escolha de caminhos a serem tomados e ainda permite 
a correção de rotas que, por questões circunstanciais, precisarão ser 
redimensionadas em função de variáveis encontradas no decorrer da 
execução da ação que estiver sendo desenvolvida;
• Pode-se concluir, então, que o planejamento é de suma importância na 
elaboração de qualquer intervenção social e consiste em vários passos que 
serão esmiuçados nas próximas aulas.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 1 • Planejamento Social: Processo Lógico, Político e Administrativo19/178
Referências
BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: 
Veras Editora, 2000. 
BATTINI, Odária. Política e Planejamento Social: decifrando a dimensão técnico-operativa 
na prática profissional. In: II Encontro Estadual do Sistema Municipal e Gestão Local do CRAS, 
2007. SETP/NUCLEAS. Curitiba-PR. Disponível em: <http://www.cedeps.com.br/wp-content/
uploads/2009/06/Pol%C3%ADtica-e-planejamento-social.pdf> . Acesso em: 01 nov. 2015. 
DICIONÁRIO do pensamento social do século XX. Editado por William Outhwaite, Tom 
Bottmore; com a consultoria de Ernest Gellner, Robert Nisbet, Alain Touraine; editoria da versão 
brasileira, Renato Lessa, Wanderley Guilherme dos Santos. Tradução de Eduardo Francisco 
Alves, Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário da língua portuguesa. 7. 
ed. Curitiba: Positivo, 2008.
20/178
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Planejamento Social: Processo 
Lógico, Político e Administrativo - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
c9f2324dfee23eac279d87bc834f59e6>.
Aula 1 - Tema: Planejamento Social: Processo 
Lógico, Político e Administrativo - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/6ef-
50134cf21259dc54e32e0dc7fbc1d>.
21/178
1. Qual o ciclo do planejamento?
a) Ação, decisão, reflexão e retomada da reflexão.
b) Reflexão, ação, decisão e retomada da reflexão.
c) Reflexão, decisão, ação e retomada da reflexão.
d) Retomada da reflexão, decisão, ação e reflexão.
e) Retomada da reflexão, ação, decisão e reflexão.
Questão 1
22/178
2. Das alternativas abaixo, assinale a que mais condiz com o conceito de 
planejamento social:
a) Refere-se ao processo final e metódico de abordagem racional e científica de questões que 
se colocam no mundo social.
b) Refere-se ao processo permanente e metódico de abordagem racional e científica de 
questões que se colocam no mundo social.
c) Refere-se ao processo permanente e metódico de abordagem social e científica de 
questões que se colocam no mundo racional.
d) Refere-se ao processo permanente e teórico de abordagem racional e científica de 
questões que se colocam no mundo social.
e) Refere-se ao processo permanente e metódico de intervenção social e científica de 
questões que se colocam no mundo social.
Questão 2
23/178
3. É o foco central do planejamento:
a) a reflexão
b) a retomada da reflexão
c) a ação
d) a decisão
e) o agir
Questão 3
24/178
4. Operação de crítica dos processos e dos efeitos da ação planejada:
a) Retomada da ação.
b) Retomada da decisão.
c) Retomada da avaliação.
d) Retomada da reflexão.
e) Retomada do planejamento.
Questão 4
25/178
5. A __________________ significa tomar providências concretas para 
a realização de algo planejado. Já a _____________________________ 
é operação, nos espaços e nos prazos determinados, das ações previstas 
no planejamento.
As palavras que completam corretamente as lacunas são:
a) implantação / implementação
b) implementação / implantação 
c) implantação / intervenção
d) implementação / intervenção
e) intervenção / implantação
Questão 5
26/178
Gabarito
1. Resposta: C.
O ciclo do planejamento é: reflexão, 
decisão, ação e retomada da reflexão.
2. Resposta: B.
Refere-se ao processo permanente 
e metódico de abordagem racional e 
científica de questões que se colocam no 
mundo social.
Planejar implica método, ação racional e 
científica de questões colocadas no mundo 
social.
3. Resposta: C.
O foco do planejamento é a ação. O 
planejamento existe para que algo seja 
realizado/materializado.
4. Resposta: D.
Chamamos de retomada da reflexão a 
operação de crítica dos processos e dos 
efeitos da ação planejada.
5. Resposta: B.
A implementação significa tomar 
providências concretas para a realização de 
algo planejado. Já a implantação é operação, 
nos espaços e nos prazos determinados, das 
ações previstas no planejamento.
27/178
Unidade 2
Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-
Operativa
Objetivos
1. Na primeira parte da aula de hoje, o objetivo será compreender a dimensão política 
que permeia o planejamento. Faz-se mister ressaltar que a perspectiva política ora 
mencionada é, em seu sentido amplo, como mediação para as relações humanas, tais 
como o trabalho, o lazer, o amor, ou seja, a vida em sociedade. Comumente, a dimensão 
política é sempre relacionada às instituições políticas, pelas quais se exerce o poder, e 
pela qual se efetiva a representatividade numa sociedade democrática, logo, a política 
partidária. Contudo, a perspectiva da dimensão política ora empregada se refere ao 
poder. Poder como relação, ou como um conjunto de relações, sendo assim, “como 
capacidade ou possibilidade de agir, de produzir efeitos desejados sobre indivíduos ou 
grupos humanos”, portanto, uma estratégia política (ARANHA; MARTINS, 1993, p.180).
28/178
Unidade 2
Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-
Operativa
Objetivos
2. Desse modo, se pensarmos a política enquanto poder, e o poder como uma relação ou 
um conjunto de relações pelas quais, um indivíduo ou um grupo, interfere nas atividades 
de outros indivíduos e grupos, a relação existente entre elemento político como fator de 
tomada de decisões é fundamental para o planejamento social.
3. Na segunda parte da aula, será materializado o ciclo do planejamento, ou seja, será 
articulado o conteúdo trabalhado na aula passada: reflexão, decisão, ação e retomada da 
reflexão, de maneira que se possa visualizar sua utilização no cotidiano das organizações 
sociais.
4. Ressalta-se a importância de se compreender que o planejamento em sua dimensão 
política deve ser estrategicamente articulada com a sequência das atividades realizadas 
durante o processo de planejamento.
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa29/178
2.1 O Planejamento como Ato 
Político
Pensar no planejamento como ato político 
não é tarefa fácil, entretanto é um exercício 
que deve ser realizado cotidianamente, 
tendo em vista que qualquer atividade 
profissional realizada em espaços sócio-
ocupacionais subordina indivíduos ou 
grupos de indivíduos a outros grupos e 
ou instituições, portanto, é fundamental 
considerar todas as pessoas, grupos, 
instituições envolvidas no processo de 
planejamento.
Torna-se imperativo considerar a 
diversidade de pensamentos e estratégias 
que emanam dos profissionais envolvidos 
no processo de planejamento, em relação 
a uma mesma situação “problema”, de 
modo que essa será analisada e elaboradas 
possíveis intervenções de perspectivas 
muito diferentes. A situação a seguir ilustra 
essa problemática.“Existe a necessidade de estratégias 
porque existem confrontos e existem 
maneiras diferentes de enfrentá-los” 
(RIVERA apud BAPTISTA, 2007, p. 17).
Baptista (2007, p. 17) ainda esclarece que 
“a dimensão política do planejamento 
decorre do fato de que ele é um processo 
contínuo de tomada de decisões”.
Essas decisões são tomadas por pessoas, 
e, para que a ação se efetive, todos os 
envolvidos deverão participar dos processos 
decisórios, inclusive o público-alvo a 
ser atendido, a fim de que opinem e se 
manifestem com relação às necessidades e 
problemáticas vividas no cotidiano. Baptista 
(2007, p. 21-22) alerta que,
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa30/178
Para que o planejado se efetive na direção desejada, é fundamental que, 
além do conteúdo tradicional de leitura da realidade para o planejamento 
da ação, sejam aliados: apreensão das condições subjetivas do ambiente, 
como vontade política dos grupos envolvidos, correlação de forças, 
articulação dos grupos, alianças ou incompatibilidades [...].
Para saber mais
As prioridades contempladas pelas políticas públicas são formuladas pelo Estado, mas nascem na 
sociedade civil. Por isso mesmo, estão em permanente disputa. Demandas e necessidades tornam-se 
prioridade efetiva quando ingressam na agenda estatal, tornando-se interesse do Estado e não mais 
apenas dos grupos organizados da sociedade (CARVALHO, 2001, p.16).
Então, considerar tudo o que se encontra na realidade, e até o que não está facilmente visível, 
faz parte do processo de planejamento e é um grande desafio.
Lozano e Martin apud Baptista (2007, p. 18-19) chamam ainda atenção para o fato de que 
não é fácil estabelecer a inter-relação necessária entre o elemento técnico (ou de concepção) 
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa31/178
e o elemento político (ou de decisão) no 
processo de planejamento. O que eles 
querem dizer com isso? Não adianta 
elaborar uma proposta metodologicamente 
correta, se as negociações/decisões não 
foram pactuadas coletivamente. Corre-se, 
então, o risco de um projeto bem redigido 
não sair do papel.
Todo ato político na tomada de decisões 
pode impactar diretamente na vida de 
milhões de cidadãos. Por exemplo: os 
recursos utilizados no Programa Bolsa 
Família são questionados por muitos 
brasileiros que não possuem clareza do 
impacto da redução da miséria na vida de 
muitas pessoas.
Ao mesmo tempo, pode-se também tomar 
decisões políticas equivocadas na alocação 
de recursos que usados e aplicados 
indevidamente interrompem grandes 
obras, como vias e estações de metrô 
e trem, afetando diretamente a vida de 
milhares de pessoas.
Para saber mais
Assista ao filme Saneamento Básico. Produção 
brasileira, demonstra o planejamento como ato 
político.
Como identificar o planejamento como ato 
político nesse filme?
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa32/178
2.2 A Sequência de Atividades 
no Ato de Planejar
A utilização do ciclo do planejamento em 
atividades pode ser esquematizada da 
seguinte forma:
1) Equacionamento
Momento da reflexão. “O equacionamento 
corresponde ao conjunto de informações 
significativas, para a tomada de decisões, 
encaminhadas pelos técnicos aos 
centros decisórios” (BAPTISTA, 2007, p. 
19). O que significa isso? Após todo o 
levantamento e análise dos dados, essa 
situação identificada como problema e 
que demanda uma intervenção, deverá 
ser encaminhada para quem tem poder de 
decisão, ou seja, se existe a possibilidade 
de continuidade no processo de elaboração 
de um projeto de intervenção.
Não se pode esquecer que o planejamento 
engloba todas essas etapas que 
precedem a redação de um projeto. 
“A função essencial do planejamento, 
como instrumento técnico, é aumentar 
a capacidade e melhorar a qualidade 
do processo de adoção de decisões, 
oferecendo dados básicos da situação e 
necessidades” (BAPTISTA, 2007, p. 19).
Vale ressaltar um ponto muito importante: 
“diante de um mesmo problema e de 
uma mesma demanda, as pessoas têm 
diferentes formas de encaminhamento de 
apreensão do real” (BAPTISTA, 2007, p. 19). 
Isso está relacionado à visão de mundo de 
cada pessoa e à fonte em que busca seus 
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa33/178
fundamentos. Cada pessoa irá encaminhar 
a situação analisada de acordo com seus 
referenciais. Esse é mais um grande desafio 
do planejamento: como planejar algo 
em conjunto, com as pessoas pensando 
e avaliando possivelmente de maneiras 
diferentes? Planejar vai requerer, então, 
muita discussão e um balizamento da 
compreensão de todos sobre as temáticas 
centrais do projeto.
Por exemplo: se um projeto irá contribuir 
para a melhoria da autoestima de mulheres 
vítimas de violência, um conceito em 
que todos deverão debruçar e traçar um 
entendimento coletivo é o de autoestima.
Para saber mais
A partir do conteúdo estudado, no que se refere 
à diversidade de pontos de vista, estratégias e 
possibilidades de enfrentamento da situação 
objeto. Os diferentes profissionais envolvidos 
nas atividades de planejamento, terão diferentes 
formas de apreender a realidade vivenciada, 
consequentemente, diferentes formas de 
encaminhamento. Neste sentido, tomando como 
exemplo a charge a seguir, pesquise formas de 
expressão artística, como imagens e/ou charges 
que expressem tal diversidade.
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa34/178
Fonte: Winkal, 2015. Disponível em: <http://winkal.com/share/m/N0oJ>.
Importante atentar-se para o fato de que,
Se sua perspectiva da realidade se faz a partir de um ângulo conservador, 
o planejador, vai percebê-la enquanto fato social objetivo, tomando o 
dado como limite da reflexão [...] fazendo com que a apreensão do real 
se resuma nas questões colocadas no cotidiano, não interessando o 
processo que está em sua gênese (BAPTISTA, 2007, p. 20).
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa35/178
O que a autora quer dizer com isso? Caso a pessoa tenha uma base de análise conservadora, 
isso irá influenciar no planejamento por ela elaborado, e corre-se o risco que ela perca de vista 
o processo, atentando apenas para o dado real ou o problema identificado de maneira isolada. 
Devemos, então, realizar o exercício de ir além da aparência do real, pois em tudo existe uma 
essência velada.
Para saber mais
Como exemplificar um pensamento conservador? Ou um pensamento que analise apenas o fato social 
objetivo?
Por exemplo: pessoas moram na rua por não querer trabalhar ou preferem viver sem regras. Esse é um 
exemplo de pensamento conservador que não considera as histórias de vida, nem condições sociais 
mais amplas.
Você consegue identificar algum outro exemplo de pensamento conservador?
2) Decisão
O conceito de decisão acaba sendo o mais fácil, já que corresponde às diferentes escolhas 
necessárias no decorrer do processo de planejamento. 
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa36/178
Baptista reforça a necessidade de participação do público-alvo nas decisões, pois “as 
resultantes dessas análises determinam a importância da participação de segmentos da 
população, como sujeito político no processo decisório” (2007, p. 21). 
É importante enfatizar que, enquanto no planejamento tradicional 
perdia-se a referência concretaao sujeito – a população entrava como 
‘usuária’, ‘demandante’, ‘clientela’, mas nunca como ser histórico. No 
planejamento agora proposto a população é personagem central do 
processo (Ibidem, p. 21).
3) Operacionalização
Talvez essa seja a parte em que as pessoas apresentem maior resistência em sua execução. 
Depois das decisões tomadas, o passo seguinte será colocar todas as ideias no papel, por 
meio de planos, programas e projetos. Dessa forma, a operacionalização “relaciona-se ao 
detalhamento das atividades necessárias à efetivação das decisões tomadas, cabendo aos 
técnicos sua consubstanciação em planos, programas e projetos” (BAPTISTA, 2007, p. 23).
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa37/178
Muitas pessoas possuem dificuldade 
em operacionalizar. Por exemplo, após 
se decidir realizar uma intervenção, é 
imperativo, antes de começar a execução, 
esquematizá-la por escrito.
A ânsia de já começar a executar faz 
com que a operacionalização seja uma 
etapa que recebe pouca dedicação, 
porém, quanto mais dedicação ao ato de 
escrever planos, programas e projetos, 
detalhadamente, maior será a eficiência 
das ações e o monitoramento das 
atividades.
4) Ação
Destaca-se que a ação é o foco central do 
planejamento. Assim, quando é iniciada a 
tomada de providências para executar o 
planejado, já se iniciou a ação.
Vale lembrar ainda que a retomada da 
reflexão estudada no ciclo do planejamento 
também acontece na ação, pois é natural 
que, ao final da execução do planejado, se 
faça um balanço sobre o que deu certo, o 
que precisa ser corrigido etc.
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa38/178
Glossário
Consubstanciação: concretização, deixar algo real, palpável. De acordo com o Dicionário 
Aurélio: consolidar, unir-se, ligar-se intimamente (2008, p. 261).
Operacionalizar: colocar ideias em ações. Tornar algo operacional. Conforme o Dicionário 
Aurélio, operacional é o que está pronto para funcionar (2008, p. 593).
Ato político: ato relacionado ao poder de decisão. Não se relaciona a partidos políticos.
Questão
reflexão
?
para
39/178
Vamos agora colocar em prática os conhecimentos adquiridos 
nesta aula. Apresente uma situação que exemplifique o 
planejamento como ato político. E depois reflita: você tem 
dificuldade em operacionalizar?
40/178
Considerações Finais
Vale ressaltar que:
a) a dimensão política do planejamento está relacionada ao processo 
de tomada de decisões;
b) as pessoas possuem diferentes formas de analisarem e 
interpretarem a realidade;
c) todos os envolvidos deverão participar do processo de planejamento 
e tomada de decisões;
d) o planejamento ajuda a subsidiar a tomada de decisões e os 
melhores caminhos a serem adotados;
e) a operacionalização objetiva colocarmos nossas ideias no papel.
Unidade 2 • Planejamento Social: Conceito, Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-Histórica e Técnico-Operativa41/178
Referências 
ARANHA, M.L. de A; MARTINS, M.H.P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 
1993. 
BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: 
Veras Editora, 2000. 
CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Introdução à temática da gestão social. In: ÁVILA, Célia 
M. (Org.). Gestão de projetos sociais. 3. ed. rev. São Paulo: Associação de Apoio ao Programa 
Capacitação Solidária, 2001. p. 13-18.
DICIONÁRIO do pensamento social do século XX. Editado por William Outhwaite, Tom 
Bottmore; com a consultoria de Ernest Gellner, Robert Nisbet, Alain Touraine; editoria da versão 
brasileira, Renato Lessa, Wanderley Guilherme dos Santos. Tradução de Eduardo Francisco 
Alves, Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário da língua portuguesa. 7. 
ed. Curitiba: Positivo, 2008.
42/178
Assista a suas aulas
Aula 2 - Tema: Planejamento Social: Conceito, 
Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-
Histórica e Técnico-Operativa - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
873feedefe0502f0ae3cd36e55070c14>.
Aula 2 - Tema: Planejamento Social: Conceito, 
Finalidades, Dimensão Ético-Política, Sócio-
Histórica e Técnico-Operativa - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
362811d73a99ac58c198a068bbc6e290>.
43/178
1. A dimensão política do planejamento está relacionada:
a) ao processo de tomada de decisões;
b) ao partido político de quem apresenta as propostas;
c) à retomada da reflexão;
d) ao processo de monitoramento;
e) à ação propriamente dita.
Questão 1
44/178
2. É importante enfatizar que, enquanto no planejamento tradicional per-
dia-se a referência concreta ao sujeito – a população entrava como “usu-
ária”, “demandante”, “clientela”, como objeto passivo sem capacidade de 
protagonizar as ações, ou seja, nunca como ser histórico, no planejamento 
agora proposto à população:
a) é compreendida como público-alvo;
b) é personagem central do processo;
c) ainda pode ser compreendida como cliente;
d) deve ser tratada apenas como usuária.
e) nenhuma das alternativas anteriores.
Questão 2
45/178
3. “relaciona-se ao detalhamento das atividades necessárias à efetivação 
das decisões tomadas, cabendo aos técnicos sua consubstanciação em 
planos, programas e projetos”. Essa frase refere-se à(a):
a) ação
b) decisão
c) operacionalização
d) retomada da reflexão
e) equacionar
Questão 3
46/178
4. Relaciona-se às providências que transformarão em realidade o que foi 
planejado. Estamos nos referindo à(a):
a) ação
b) decisão
c) operacionalização
d) retomada da reflexão
e) equacionar
Questão 4
47/178
5. “O _________________ corresponde ao conjunto de informações sig-
nificativas, para a tomada de decisões, encaminhadas pelos técnicos aos 
centros decisórios.”
a) gerenciamento
b) levantamento
c) plano de trabalho
d) monitoramento
e) equacionamento
Questão 5
48/178
Gabarito
1. Resposta: A.
A dimensão política do planejamento está 
relacionada ao processo de tomada de 
decisões.
2. Resposta: B.
É importante enfatizar que, enquanto 
no planejamento tradicional perdia-
se a referência concreta ao sujeito – a 
população entrava como “usuária”, 
“demandante”, “clientela”, mas nunca 
como ser histórico, no planejamento agora 
proposto a população é personagem 
central do processo. Trata-se de trabalhar 
na perspectiva do protagonismo da 
população atendida, não como objeto 
passivo de ações, mas como sujeito que 
participa do processo de planejamento.
3. Resposta: C.
A operacionalização “relaciona-se ao 
detalhamento das atividades necessárias à 
efetivação das decisões tomadas, cabendo 
aos técnicos sua consubstanciação em 
planos, programas e projetos”.
4. Resposta: A.
A ação relaciona-se às providências que 
transformarão em realidade o que foi 
planejado.
49/178
Gabarito
5. Resposta: E.
“O equacionamento corresponde ao 
conjunto de informações significativas, 
para as tomadas de decisões, 
encaminhadas pelos técnicos aos centros 
decisórios”.
50/178
Unidade 3
A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais
Objetivos
1. Os objetivos da aula de hoje são: a) discutir o 
planejamento como processo técnico-político; 
b) compreender o planejamento como processo 
técnico-político; c) contextualizar as situações 
socioinstitucionais, no sentido de que se possa 
apreender o objeto do planejamento, num 
processode construção e reconstrução durante 
toda a ação; e d) apresentar o conceito de 
planificação. Estes elementos são essenciais 
para a articulação junto às Políticas Públicas 
nos mais diferentes espaços socioinstitucionais.
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais51/178
3.1 O Planejamento como 
Processo Técnico-Político
O processo de planejamento se realiza a 
partir de aproximações sucessivas, que 
tem como centro de interesse a situação 
delimitada como objeto de intervenção. 
Vale esclarecer que delimita um objeto de 
intervenção, a partir de nossos objetivos, 
pois não conseguimos planejar a realidade 
como um todo. E é claro que essa 
delimitação dependerá das circunstâncias 
particulares de cada situação.
O planejamento surge de necessidades 
como:
a) utilizar recursos escassos para 
atender a grandes problemas (na 
maioria das vezes);
b) necessidade de utilizar recursos 
excedentes ou de utilizar 
equipamento ocioso;
c) disponibilidade de recursos de 
agências de financiamento;
d) transferência do poder decisório para 
novas lideranças (já que, em uma 
mudança de partido, por exemplo, 
haverá a necessidade de se planejar a 
transição de um governo para outro);
e) necessidade de fundamentar novos 
programas, já que, ao final de 
uma intervenção, avaliações são 
realizadas para subsidiar novas ações, 
corrigindo o que for necessário;
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais52/178
f) planejar planos, programas e 
projetos com prazo limitado ou 
ação permanente de intervenção. 
Importante esclarecer que uma ação 
permanente poderá se configurar 
como um serviço.
Vale lembrar que realizar planos, 
programas e projetos relaciona-se às 
decisões políticas que pressupõem 
alocação de recursos para sua realização.
Como descrever os passos do 
planejamento? Após a decisão de 
planejar, o movimento reflexão-decisão-
ação-retomada da reflexão pode ser 
assim caracterizado: pela construção/ 
reconstrução do objeto; pelo estudo da 
situação; pela definição de objetivos 
para a ação; pela formulação e escolha 
de alternativas; pela montagem de 
planos, programas e/ou projetos; pela 
implementação; pela implantação; pelo 
controle da execução; pela avaliação 
de processo e da ação executada e pela 
retomada do processo em um novo 
patamar.
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais53/178
O quadro a seguir demostra como as fases metodológicas se transformam em documentos no 
decorrer do processo de planejamento:
Para saber mais
O Dicionário do pensamento social do século XX (1996, p. 572) nos traz a seguinte reflexão:
Teoricamente, todos os atores sociais podem tomar decisões mais ou menos racionais acerca de sua 
própria ação e conduta futura. Assim, planos podem ser feitos por famílias, firmas e outras organizações, 
comunidades locais e unidades dotadas de governo próprio, até o corpo central dos responsáveis pelas 
decisões. Estamos interessados aqui no planejamento que vai além das fronteiras de uma unidade autônoma, 
autossuficiente, como uma família ou firma, em especial, no planejamento em nível global, implicando a 
sociedade como um todo.
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais54/178
Quadro 1: Fases metodológicas do processo de planejamento
Fonte: (BAPTISTA, 2007, p. 29).
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais55/178
O quadro demonstra como todas as etapas do planejamento deverão se materializar em 
documentos. Nesse curso, ainda serão trabalhadas as fases metodológicas, principalmente a 
importância do estudo da situação.
Para saber mais
O Dicionário do pensamento social do século XX nos traz a seguinte reflexão:
A tomada de decisões em matérias sociais constitui um processo político em que os valores e interesses 
dos participantes desempenham um papel predominante, se bem que nem sempre ostensivo. Além disso, a 
realização do plano é um processo social que raras vezes é totalmente guiado, se é que alguma vez o foi pelas 
intenções dos planejadores. Vários atores sociais operando em outros níveis de intencionalidade participam 
desses processos. O resultado, portanto, dependerá do vigor e da solidez das ações não planejadas e as 
chamadas consequências não premeditadas ocorrerão inevitavelmente. Da perspectiva do planejador, elas 
podem ser vistas como espontâneas. E a divergência entre plano e resultado depende de certo número de 
fatores. Alguns dos mais importantes são a complexidade do sistema-alvo, as contradições internas e os 
conflitos entre componentes do sistema-alvo, o impacto de forças exteriores (como as naturais) ou a natureza 
estocásticas dos vínculos intrassistêmicos em uma sociedade (SZTOMPAKA, 1981 apud 1996, p. 572).
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais56/178
Importante destacar os contextos 
institucionais, ou seja, a partir de que 
lugar serão realizados os processos de 
planejamento? Há que se considerar de 
qual setor que envolve diretamente ou 
indiretamente o aparato do Estado, ou seja, 
o poder público, a iniciativa privada, como 
também o chamado terceiro setor.
As dinâmicas institucionais são muito 
diferentes e, nesse sentido, dependendo 
do lugar que solicita uma intervenção, o 
objeto poderá se construir e reconstruir 
ao longo de toda a ação planejada. Por 
exemplo, inicialmente a demanda pode 
se referir no território a um projeto de 
intervenção voltado para o atendimento 
a idosos e o contato com as pessoas 
envolvidas e com a realidade. Esse objeto 
inicial poderá se transformar para o 
atendimento de adolescentes grávidas.
Não se pode esquecer que o objeto do 
planejamento da intervenção profissional é 
o segmento da realidade que é posto como 
desafio. Nesse sentido, deve-se considerar 
que a realidade social é dinâmica e, 
para apreendê-la, fazem-se necessárias 
sucessivas aproximações.
Nessas aproximações, o objeto de 
intervenção poderá mudar e, por 
isso, ele constrói-se e reconstrói-se, 
permanentemente, durante toda a ação 
planejada.
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais57/178
Na prática, a (re) construção do objeto da ação profissional é um 
processo que envolve operacionalização das demandas institucionais, 
das pressões dos usuários e das decisões profissionais. Uma vez que 
a intervenção e o planejamento da ação profissional se realizam 
primordialmente nas instituições, é a demanda institucional o ponto 
de partida e o ponto de referência para essa construção e para o 
planejamento da intervenção (BAPTISTA, 2007, p. 32).
Deve-se, então, considerar a demanda institucional como o ponto de partida para novos 
desafios e novas oportunidades de intervenção e não ficar preso aos dados colocados na 
realidade inicialmente.
Os profissionais vivem em uma polaridade: de um lado, empregador, e, do outro, as pessoas 
que demandam o trabalho. Estar entre essas duas forças cria um falso dilema. O que seria esse 
falso dilema? O imperativo de ter de escolher um lado. Estar no meio dessa força é inerente a 
profissões colocadas no sistema capitalista. Sempre se estará entre contextos, cujos interesses 
poderão ser contrários, porém, a partir dessa contradição, deve-se buscar alternativas 
profissionais para a transformação da realidade.
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais58/178
Assim, deve-se reconstruir o objeto, 
superando a demanda institucional 
imediata, ou seja, ultrapassar limites 
daquilo que nos foi colocado no momento 
de nossa contratação, buscandoinovar e 
encontrando novos espaços.
3.2 Planificação
Compreender o conceito de planificação 
é fundamental para a apreensão dos 
conteúdos que serão abordados nas 
próximas aulas.
Planificação é a sistematização das 
atividades e dos procedimentos em 
documentos que “representam graus 
decrescentes de níveis de decisão: 
planos, programas e projetos” (BAPTISTA, 
2007, p. 97).
Os diferentes níveis dos planos, 
programas e projetos será assunto da 
próxima aula. Pode-se perceber que o 
conceito de planificação está relacionado 
com a operacionalização, ou seja, 
planificar no momento em que se está 
operacionalizando uma intervenção.
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais59/178
Para saber mais
O Dicionário de Língua Portuguesa apresenta o 
seguinte conceito de planificar: 1. Apresentar em 
planta 2. planejar, projetar 3. Submeter a plano. 
(FERREIRA, 2008, p. 635).
Agora, pesquise o link a seguir e veja o conteúdo 
desta aula usado no cotidiano da política de 
saúde: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/sus_instrumento.pdf>
Nesse arquivo, é exemplificado um planejamento 
colocado em prática, em todas as suas etapas.
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais60/178
Glossário
Polaridade: forças antagônicas. Conforme o Dicionário Aurélio, polarizar: atrair para si, 
concentrar-se para um certo fim (2008, p. 638)
Dilema: dúvida. Conforme o Dicionário Aurélio, dilema: situação difícil, na qual é preciso 
escolher entre duas alternativas contraditórias ou antagônicas ou insatisfatórias (2008, p. 319).
Aproximações sucessivas: pautadas no movimento dialético, devemos olhar para a realidade, 
questioná-la, buscar novos conhecimentos e olhar novamente para a realidade com um novo 
olhar/pensamento reconstruído.
Questão
reflexão
?
para
61/178
Reflita sobre exemplos de circunstâncias que usamos 
o planejamento, tanto no poder público como na 
iniciativa privada e também no terceiro setor. Será que 
existem desafios comuns?
62/178
Considerações Finais
Nesta aula, alguns pontos devem ser destacados:
a) o objeto de intervenção pode construir-se e reconstruir-se no decorrer da 
ação planejada;
b) isso acontece por vários motivos, dentre eles: a realidade social é 
complexa e mutável;
c) dessa forma, é preciso realizar várias aproximações;
d) depois de se ter o objeto bem definido, deve-se colocar as ideias no 
papel, em documentos, como: planos, programas e projetos.
Unidade 3 • A Planificação do Planejamento: Políticas Públicas, Espaços Socioinstitucionais63/178
Referências 
BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: 
Veras Editora, 2000. 
CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Introdução à temática da gestão social. In: ÁVILA, Célia 
M. (Org.). Gestão de projetos sociais. 3. ed. rev. São Paulo: Associação de Apoio ao Programa 
Capacitação Solidária, 2001. p. 13-18.
DICIONÁRIO do pensamento social do século XX. Editado por William Outhwaite, Tom 
Bottmore; com a consultoria de Ernest Gellner, Robert Nisbet, Alain Touraine; editoria da versão 
brasileira, Renato Lessa, Wanderley Guilherme dos Santos. Tradução de Eduardo Francisco 
Alves, Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário da língua portuguesa. 7. 
ed. Curitiba: Positivo, 2008.
64/178
Assista a suas aulas
Aula 3 - Tema: A Planificação do Planejamento: 
Políticas Públicas, Espaços Sócio-Institucionais 
- Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/5e2d6fb537a350cfb0779a9697c68813>.
Aula 3 - Tema: A Planificação do Planejamento: 
Políticas Públicas, Espaços Sócio-Institucionais 
- Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/894a6ac7269ed6484eb4969f19d80fb3>.
65/178
1. Analise as frases abaixo e assinale a alternativa correta:
I. O processo de planejamento se realiza a partir de aproximações sucessivas.
II. O processo de planejamento tem como centro de interesse a situação delimitada como 
objeto de intervenção.
III. Delimitamos um objeto de intervenção, a partir de nossos objetivos, pois não conseguimos 
planejar a realidade como um todo.
a) Todas as frases estão corretas.
b) Apenas as frases I e II estão corretas.
c) Apenas as frases II e III estão corretas.
d) Apenas as frases I e III estão corretas.
e) Todas as frases estão incorretas.
Questão 1
66/178
2. Analise as frases abaixo e assinale a alternativa correta:
O planejamento surge de necessidades, como:
I. Utilizar recursos abundantes para atender a grandes problemas.
II. Necessidade de utilizar recursos excedentes ou de utilizar equipamento ocioso.
III. Disponibilidade de recursos de agências de financiamento.
a) Todas as frases estão corretas.
b) Apenas as frases I e II estão corretas.
c) Apenas as frases II e III estão corretas.
d) Apenas as frases I e III estão corretas.
e) Todas as frases estão incorretas.
Questão 2
67/178
3. Com relação à construção e reconstrução do objeto, analise as frases:
I. Devemos considerar que a realidade social é dinâmica e, para apreendê-la, se fazem 
necessárias sucessivas aproximações.
II. Nessas aproximações, nosso objeto de intervenção poderá mudar.
III. O objeto constrói-se e reconstrói-se permanentemente durante toda a ação planejada.
a) Todas as frases estão incorretas.
b) Apenas as frases I e II estão corretas.
c) Apenas as frases II e III estão corretas.
d) Apenas as frases I e III estão corretas.
e) Todas as frases estão corretas.
Questão 3
68/178
4. A _______________ é a sistematização das atividades e dos procedi-
mentos em documentos.
A palavra que preenche a lacuna é:
a) planificação
b) operacionalização
c) avaliação
d) ação
e) decisão
Questão 4
69/178
5. No que consiste o falso dilema?
a) Escolher o lado do empregador.
b) Escolher o lado da população.
c) Achar que temos de escolher um lado.
d) Aceitar a demanda institucional imediata.
e) Aceitar a demanda institucional mediata.
Questão 5
70/178
Gabarito
1. Resposta: A.
O processo de planejamento se realiza 
a partir de aproximações sucessivas. O 
processo de planejamento tem como 
centro de interesse a situação delimitada 
como objeto de intervenção. Delimitamos 
um objeto de intervenção, a partir de 
nossos objetivos, pois não conseguimos 
planejar a realidade como um todo.
2. Resposta: C. 
O planejamento surge de necessidades 
como: de utilizar recursos escassos 
para atender a grandes problemas; 
necessidade de utilizar recursos excedentes 
ou de utilizar equipamento ocioso; 
disponibilidade de recursos de agências de 
financiamento.
3. Resposta: E.
Com relação à construção e reconstrução 
do objeto, devemos considerar que 
a realidade social é dinâmica e, para 
apreendê-la, se faz necessárias sucessivas 
aproximações. Nessas aproximações, nosso 
objeto de intervenção poderá mudar, ou 
seja, o objeto constrói-se e reconstrói-se 
permanentemente durante toda a ação 
planejada.
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Gabarito
4. Resposta: A.
Planificação é a sistematização das 
atividades e dos procedimentos em 
documentos.
5. Resposta: C.
O falso dilema consiste em não termos de 
escolher um lado.
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Unidade 4
Planos, Programas e Projetos Sociais
Objetivos
1. A aula de hoje tem como principal desafio apresentar as diferenças conceituais entre 
planos, programas e projetos e ainda compreender esses documentos como formas 
materiais resultantes do processo de planificação.
2. Novamente,será retomada a reflexão citada nas aulas anteriores da dificuldade que 
muitas pessoas possuem em colocar suas ideias no papel. Materializar intenções antes de 
executar ações se torna, portanto, um ponto fundamental no processo de planejamento.
3. Assim, serão apresentados aspectos comuns desses três tipos de documentos e, em 
seguida, será discutido, particularmente, cada um deles.
4. Sugere-se que, para o melhor aproveitamento deste conteúdo, sejam pesquisados 
exemplos desses três tipos de documentos e perceba a diferenciação, entre eles, pelo 
estilo da redação e conteúdo neles expresso.
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais73/178
4.1 Planos, Programas e Projetos: Características Gerais
O desenho acima apresentado remete-se à ideia das dimensões desses três documentos, 
como se o plano estivesse numa dimensão mais externa, o programa no meio, e ao centro, 
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais74/178
os projetos. Podemos ainda afirmar que 
em uma dimensão mais externa ao plano 
seriam as políticas, especialmente políticas 
públicas, no caso deste curso.
Importante esclarecer ainda que ao centro 
também estão os serviços. O que diferencia 
um projeto de um serviço? Um serviço 
apresenta a característica de ser ofertado 
continuamente, enquanto um projeto tem, 
necessariamente, um tempo limitado.
Existem algumas dimensões essenciais 
tanto nos planos como programas e 
projetos. São elas:
Tempo: tanto um plano como programa 
e um projeto cobrem um tempo limitado; 
esse tempo vai variar de acordo com as 
características próprias dos documentos. 
Por exemplo: um plano de governo terá a 
duração de quatro anos, tempo de duração 
de um mandato.
Espaço: os planos, programas e projetos 
também deverão contar com áreas 
delimitadas espacialmente, ou seja, 
estamos nos referindo a uma cidade, 
uma região específica, uma política em 
especial?
Volume: os planos, programas e projetos 
também deverão apresentar resultados 
concretos mensuráveis, inclusive, recursos 
materiais e físicos concretos.
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais75/178
4.2 Plano
“O plano delineia as decisões de caráter geral 
do sistema, suas grandes linhas políticas, 
suas estratégias, suas diretrizes e precisa 
responsabilidades” (BAPTISTA, 2007, p. 
99). Essa definição permite afirmar que o 
plano apresenta diretrizes mais amplas, 
mais gerais, e não apresenta, na maioria 
das vezes, a metodologia que será realizada, 
principalmente quando se tratar de um plano 
de diretrizes e não um plano de ações.
Para saber mais
Pesquise planos, programas e projetos. 
Plano Brasil Sem Miséria: <http://www.
brasilsemmiseria.gov.br/>
Podemos citar vários planos nacionais:
• Plano Nacional de Cultura
• Plano Nacional de Educação
• Plano Nacional de Resíduos Sólidos
• Plano de Combate ao Tráfico de Seres 
Humanos
Para saber mais
Na perspectiva do sistema de planejamento, uma 
política é um processo de tomada de decisões 
que ‘começa com a adoção de postulados gerais 
que depois são desagregados e especializados. 
[...] Quando a priorização é plasmada em 
um modelo que relaciona meios e fins, 
concatenando-se temporalmente, se obtém um 
plano” (CURY, 2001, p. 43).
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais76/178
• Plano Nacional de Combate ao crack 
e outras drogas
• Plano Nacional de Política para 
Mulheres
4.3 Programa
“É a setorização do plano [...] é, 
basicamente, um desdobramento do 
plano” (BAPTISTA, 2007, p. 100).
O conceito acima mostra que um programa 
geralmente faz parte de um plano, sendo 
direcionado para uma região específica ou 
para um público particular.
Retomando o exemplo do Plano Brasil Sem 
Miséria, tem-se nele o Programa Bolsa-
família. Pode-se compreender que o Bolsa-
família está direcionado para um segmento 
específico dentro de um plano de diretrizes 
gerais mais amplas.
No Brasil, destaca-se também o PETI – 
Programa de Erradicação do Trabalho 
Para saber mais
Pesquise um desses planos e veja como se 
estrutura e quais são seus principais itens.
Por exemplo: o Plano Nacional de Cultura possui 
até um site para, inclusive, você conhecer e 
opinar sobre suas metas em alguns momentos.
Disponível em: <http://pnc.culturadigital.br/>.
Também existem links no YouTube sobre a 
implantação de planos. Pesquise e confira.
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais77/178
Infantil, que objetiva acabar com o 
trabalho de crianças e adolescentes entre 7 
e 15 anos.
Para saber mais
Um programa “engloba um conjunto de projetos 
que são articulados por meio de diferentes 
estratégias. Instrumento utilizado, no nível 
governamental, para a concretização das ações 
e dos objetivos traçados” (DICIONÁRIO DO 
TERCEIRO SETOR, 2011, p. 195).
4.4 Projeto
Conceitua-se projeto como “[…] o 
documento que sistematiza e estabelece 
o traçado prévio da operação de um 
conjunto de ações” (BAPTISTA, 2007, p. 
102).
Como característica desse tipo de 
documento, pode-se afirmar que ele 
está mais próximo da execução, portanto 
deverá ser muito detalhado.
Nesta disciplina, busca-se compreender 
como se elabora um projeto social ou 
projeto de intervenção.
Vale iniciar este conteúdo pelas qualidades 
esperáveis em um projeto, de acordo com 
Baptista (2007, p.102). São elas:
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais78/178
• Simplicidade e clareza na redação: um projeto deverá comunicar claramente 
sua ideia, sem linguagem rebuscada, transmitindo as informações de modo 
que atraia a atenção do leitor.
• Disposição gráfica adequada: o projeto deverá ser apresentado de uma forma 
que o texto fique atrativo e facilite sua leitura.
• Clareza e precisão nas ilustrações: além de um texto claro, o projeto também 
poderá trazer ilustrações que condensem os dados apresentados e auxiliem a 
interpretação do leitor.
• Objetividade e exatidão nas informações, na terminologia e nas 
especificações técnicas: o projeto deverá apresentar informações precisas, 
pautadas na realidade e em dados concretos para que os dados não sejam 
interpretados como “achismos” ou ainda senso comum.
• Descrição adequada de cada operação: já que um projeto serve como um 
guia para a ação, ele deverá apresentar o “passo a passo” para sua realização.
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais79/178
Um projeto também deverá apresentar 
sua abrangência, ou seja, o projeto deve 
se referir de forma exaustiva a todos os 
aspectos da estrutura da questão a que se 
destina, delimitando um recorte para sua 
intervenção.
Uma característica também fundamental 
consiste em ser compatível e coerente 
em suas relações entre as partes e em 
suas relações com outros níveis da 
programação, ou seja, se um projeto se 
desmembra de um programa e de um 
plano, deverá apresentar metodologia 
consistente e não destoar das linhas 
propostas nos outros documentos.
Um projeto também deverá ter relação 
visível entre as operações previstas e 
o alcance dos resultados desejados, 
expressos nos objetivos, ou seja, manter 
uma linha metodológica de raciocínio 
que uma seção desencadeie das ideias já 
postas anteriormente.
Por último e não menos importante, 
um projeto deverá apresentar limitação 
temporal e espacial, como já indicamos nos 
aspectos comuns entre planos, programas 
e projetos.
Vale ainda reforçar a diferença entre 
serviço e projeto. Um serviço não tem 
prazo de término. Já um projeto deve, 
necessariamente, ter um começo, um meio 
e um fim.
Atenção: muitas pessoas confundem 
projeto de pesquisa com projeto social ou 
projeto de intervenção. Projetar relaciona-
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais80/178
se a colocar suas ideias no papel para 
objetivaruma ação. No caso da pesquisa, 
o projeto de pesquisa é o norte para um 
levantamento de dados, e, no caso de um 
projeto de intervenção, é um norte para a 
mudança de uma realidade.
Para saber mais
“O Projeto é a implementação de uma causa 
ou um ideal. São empreendimentos que são 
planejados a partir de um conjunto de objetivos 
específicos claros e bem definidos” (DICIONÁRIO 
DO TERCEIRO SETOR, 2011, p. 195). 
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais81/178
Glossário
Dimensões essenciais: são balizas imprescindíveis que não poderão deixar de ter em um plano, 
programa e projeto.
Diretrizes: como uma linha reguladora, norteadora. Conforme Dicionário Aurélio: linha reguladora 
de um caminho ou estrada, de um plano, um negócio, ou de procedimento (2008, p. 321).
Erradicar: acabar. O Dicionário Aurélio nos remete ao verbo desarraigar, ou seja, arrancar pela raiz, 
extinguir ou destruir inteiramente (2008, p. 296).
Questão
reflexão
?
para
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No seu cotidiano você tem acesso a planos, programas 
e projetos? Quais planos são necessários para melhor 
compreensão e atuação profissional? A partir de 
sua área de atuação, levante os planos e programas 
governamentais que deverão subsidiar sua ação.
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Considerações Finais
Nesta aula, pode-se perceber que, mesmo com as dificuldades cotidianas, um 
gestor precisa colocar suas ideias no papel por meio de planos, programas e 
projetos.
Também ficou perceptível que planos, programas e projetos são documentos 
diferentes em termos da profundidade de seu conteúdo. Enquanto um plano 
apresenta diretrizes mais gerais, um projeto deverá ser muito mais detalhado 
em sua metodologia. Já um programa acaba sendo o desmembramento de 
um plano, direcionado para uma área ou região específica, ou ainda a um 
determinado público-alvo.
Unidade 4 • Planos, Programas e Projetos Sociais84/178
Referências
BAPTISTA, Myriam Veras. Planejamento Social: intencionalidade e instrumentação. São Paulo: 
Veras Editora, 2000. 
CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Introdução à temática da gestão social. In: ÁVILA, Célia 
M. (Org.). Gestão de projetos sociais. 3. ed. rev. São Paulo: Associação de Apoio ao Programa 
Capacitação Solidária, 2001. p. 13-18.
CURY, Thereza Christina Holl. Elaboração de projetos sociais. In: ÁVILA, Célia M. (Org.). Gestão de 
projetos sociais. 3 ed. rev. São Paulo: Associação de Apoio ao Programa Capacitação Solidária, 
2001. p. 39-60.
MEREGE, Luiz Carlos; MOUSSALLEM, Márcia (Orgs.). Dicionário do Terceiro Setor. São Paulo: 
Plêiade, 2011.
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Assista a suas aulas
Aula 4 - Tema: Planos, Programas e Projetos 
Sociais - Bloco I
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
a89c014d61db71ea171bf793e9683a4b>.
Aula 4 - Tema: Planos, Programas e Projetos 
Sociais - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
b149ccac56a23fca1017cb848e9267ae>.
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1. Das dimensões citadas nesta aula, está correta a seguinte ordem:
a) Serviços, planos, projetos e programas.
b) Programas, projetos, serviços e planificação.
c) Planificação, programa, projetos e serviços.
d) Plano, programa, projetos e serviços.
e) Projeto, programa, serviços e planificação.
Também ficou perceptível que planos, programas e projetos são documentos diferentes em 
termos da profundidade de seu conteúdo. Enquanto um plano apresenta diretrizes mais gerais, 
um projeto deverá ser muito mais detalhado em sua metodologia. Já um programa acaba sendo 
o desmembramento de um plano, direcionado para uma área ou região específica, ou ainda a 
um determinado público-alvo.
Questão 1
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2. Considerando à diferença em profundidade de seu conteúdo, no 
que se refere a planos, programas e projetos. Qual documento a seguir 
apresenta as diretrizes mais gerais?
a) Centro de Referência de Assistência Social.
b) Programa Nacional de Apoio à Cultura.
c) Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
d) Programa Bolsa Família.
e) Plano Nacional Viver sem Limites.
Questão 2
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3. Um gestor social, a partir de sua formação acadêmica, deve estar apto 
à formulação de políticas públicas, portanto é importante ter clareza 
dos conceitos discutidos nesta aula. Quanto à elaboração de projetos, é 
correto afirmar que:
I. Um projeto social deve estar direcionado a uma dada realidade territorial.
II. Um projeto social tem caráter permanente, por isso todos os seus custos devem ser bem 
planejados.
III. A clareza na redação de um projeto é de extrema importância, pois a partir dela serão 
apresentados elementos relevantes para captação de recursos. 
IV. Um projeto social também se caracteriza por seu tempo de duração; dessa forma, faz-se 
necessário conter em seu bojo como cada ação será monitorada e avaliada.
V. No processo de elaboração de um projeto, não se faz necessário dialogá-lo com um plano 
nacional.
Questão 3
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Questão 3
Assinale as alternativas corretas:
a) I, II e V.
b) II, II, e IV.
c) I, III e IV.
d) III, IV e V.
e) Todas as alternativas estão corretas.
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4. São dimensões essenciais tanto nos planos como programas e 
projetos:
a) Tempo, volume e espaço.
b) Tempo, volume e objetivo.
c) Tempo, espaço e meta.
d) Espaço, volume e cronograma.
e) Distância, redação e forma.
Questão 4
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5. O __________ se caracteriza como a setorização do _____________.
As palavras que completam a frase são:
a) projeto / plano
b) projeto / programa
c) programa / plano
d) plano / programa
e) plano / projeto
Questão 5
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Gabarito
1. Resposta: D.
Quanto à dimensão hierárquica, tem-se: 
plano, programa, projeto e serviços.
2. Resposta: E.
Por ser um plano de dimensão nacional, 
esse traz diretrizes importantes para 
elaboração de programas e projetos em 
outras esferas do governo.
3. Resposta: C.
Um projeto social sempre estará 
direcionado a uma dada realidade 
territorial. Como explicamos durante a 
aula, faz-se necessário ter uma redação 
bem escrita (justificativa, objetivos e 
metas, por exemplo), pois são elementos 
que “vendem” o projeto. Outra grande 
diferenciação do projeto está voltada para 
o seu contexto de tempo: começo, meio e 
fim, e com isso as respectivas avaliações e 
monitoramentos para cada fase dele.
4. Resposta: A.
Tempo, volume e espaço são dimensões 
essenciais destes documentos.
5. Resposta: C.
O programa se caracteriza como a 
setorização do plano.
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Unidade 5
Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, Reflexão 
Estratégica, Execução e Avaliação
Objetivos
1. Esta aula deverá apresentar os primeiros 
passos para a elaboração de um projeto 
de intervenção. Para tanto, o conteúdo 
foi dividido em dois eixos: o primeiro 
conceituará o início desta etapa e o 
segundo explicará os passos para realizá-la. 
2. O objetivo desta quinta aula é apresentar 
a metodologia de elaboração de projetos 
sociais e os caminhos que deverão ser 
percorridos durante as etapas de execução 
desse tipo de documento.
Unidade 5 • Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, Reflexão Estratégica, 
Execução e Avaliação
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5.1 Como Começar um Projeto Social?
A elaboração de um projeto social, necessariamente, deverá começar pelo estudo da situação. 
Alguns autores também chamam esse momento de: análise da situação, estudo diagnóstico, 
avaliação ex-ante etc. Não importa a nomenclatura a ser utilizada; o fundamental é que 
este primeiro momento traga um panorama da situação apresentada para compreensão da 
realidade que será o objeto da intervenção.Uma primeira aproximação será iniciada pelo conceito de estudo da situação. Este estudo
Consiste na caracterização (descrição interpretativa), na compreensão e 
na explicação de uma determinada situação tomada como problema para 
o planejamento e na determinação da natureza e da magnitude de suas 
limitações e possibilidades (BAPTISTA, 2007, p. 39).
O conceito chama a atenção em alguns pontos. Primeiro: deve-se explicar a realidade, não 
somente descrevê-la ou interpretá-la. Segundo: a situação tomada como problema remete à 
necessidade de focar, delimitar, ou seja, recortar o segmento da realidade que está colocado 
como desafio, ou, ainda, o objeto da intervenção. Terceiro: ao analisar essa realidade, deve-se 
olhar também as potencialidades e não apenas os problemas. 
Unidade 5 • Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, Reflexão Estratégica, 
Execução e Avaliação
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Deve-se retomar neste momento alguns conhecimentos já discutidos nas aulas anteriores, 
como: a necessidade de conhecermos como se estabelecem as instâncias de poder presentes 
na realidade estudada. Além disso, também deve-se estabelecer a superação do enfoque 
situacional, ou seja, não adotar uma visão reducionista.
São objetivos do estudo da situação (MATTELART 1968 apud BAPTISTA, 2007, p. 41):
• a configuração do marco de situações ou de antecedentes, acompanhada de 
análise compreensiva e explicativa de suas determinações;
• a identificação sistemática e contínua de áreas críticas e de necessidades, a 
que se pode acrescentar, ainda, de oportunidades e ameaças;
• a determinação de elementos que permitam justificar a ação sobre o objeto;
• o estabelecimento de prioridades; 
• a análise dos instrumentos e técnicas que podem ser operados na ação;
• a identificação de alternativas de intervenção. 
Unidade 5 • Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, Reflexão Estratégica, 
Execução e Avaliação
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Pode-se perceber que o estudo da situação 
é um momento trabalhoso e que demanda 
a análise de muitos dados e, ao mesmo 
tempo, é a partir dele que a decisão será 
tomada quanto a quais caminhos serão 
percorridos e quais mudanças se pretende 
alcançar.
5.2 Estudo da Situação
Será apresentado agora como se configura 
o estudo da situação. Ele abarca um 
conjunto de atividades, citadas a seguir:
• Levantamento das hipóteses 
preliminares;
• construção de referenciais teórico-
práticos;
• coleta de dados;
• organização e análise: descrição/ 
interpretação/ compreensão/ 
explicação dos dados obtidos;
• identificação de prioridades de 
intervenção;
• definição de objetivos e 
estabelecimento de metas;
• análise de alternativas de 
intervenção.
Pode-se perceber, então, que o estudo da 
situação será um caminho a ser percorrido, 
que começará com o levantamento das 
hipóteses preliminares até a conclusão de 
qual a melhor alternativa de intervenção.
Unidade 5 • Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, Reflexão Estratégica, 
Execução e Avaliação
97/178
Para compreender essas atividades, é 
necessário estudar agora cada uma delas. 
Inicia-se o estudo da situação pelo 
levantamento de hipóteses preliminares. 
Hipóteses podem ser compreendidas como 
pressupostos, ou seja: a ideia inicial básica 
que norteará a coleta de informações e 
o seu processamento. Por exemplo, você 
pode já ter contato com uma realidade e, 
por meio de sua observação, pode imaginar 
que existe a necessidade de implantação 
de um projeto para atendimento de 
adolescentes grávidas. Essa, portanto, é 
sua hipótese preliminar.
O passo a seguir é a construção de 
referenciais teórico-práticos. Essa 
atividade consiste em analisar a hipótese 
levantada à luz de conhecimentos. 
Esses conhecimentos que compõem 
os referenciais teórico-práticos são de 
diferentes naturezas. São conhecimentos 
éticos, morais, filosóficos, teóricos, 
científicos, técnicos, além dos próprios 
valores e padrões normativos assumidos 
pela equipe planejadora, instituição 
e população envolvida no processo 
(BAPTISTA, 2007).
 Nesse momento, deve-se conhecer a 
realidade em sua totalidade, ou seja, não 
focar apenas a região em que se está 
atuando, e também como se dá e explica 
tal situação de um modo mais amplo, na 
cidade ou ainda nacionalmente.
Também nesse momento, deve-se 
embasar em um conhecimento de ordem 
transdisciplinar.
Unidade 5 • Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, Reflexão Estratégica, 
Execução e Avaliação
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É imperativo na construção desses 
referenciais levantar um sistema de 
indicadores. Esses indicadores poderão 
estar prontos e disponibilizados em órgãos 
como o IBGE – Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística, o IPEA – Instituto 
de Pesquisa Econômica Aplicada etc. 
Além dos indicadores oficiais, outros 
poderão ser criados pela equipe a partir 
do levantamento de dados e pesquisas 
planejadas.
Como realizar um sistema de indicadores 
a partir de levantamento de dados e 
pesquisas planejadas? Por exemplo, 
sua organização social identificou 
uma necessidade de intervenção em 
determinada região de sua cidade e vocês 
já buscaram dados na prefeitura local 
para melhor compreender a situação, 
conferindo a todos um panorama inicial da 
problemática.
No entanto, os problemas identificados 
são de naturezas diversas, como: falta de 
acesso à saúde, educação, trabalho etc. 
Para saber mais
O conhecimento de ordem transdisciplinar é 
aquele que lança mão de conhecimentos das 
diferentes disciplinas e, não sendo propriedade 
de nenhuma delas, as supera criando um 
conhecimento novo, tendo como referência 
uma teoria social que ilumina (modificando) os 
conhecimentos construídos a partir de outras 
perspectivas, dando-lhes uma nova dimensão 
(BAPTISTA, 2007, p. 46). 
Unidade 5 • Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, Reflexão Estratégica, 
Execução e Avaliação
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Para contribuir com o mapeamento das 
necessidades da região, recomenda-se que 
as famílias em situação de vulnerabilidade 
que vivem no local sejam ouvidas, por meio 
de pesquisas, como: entrevistas, aplicação 
de questionários etc. Isso permitirá que 
o grupo possa construir um sistema de 
indicadores iniciais ou marco-zero para a 
situação local. Exemplo: 70% das crianças 
entre 0 e 3 anos estão fora da creche.
A próxima atividade do estudo da situação 
consiste na coleta de dados da realidade 
identificada como objeto do planejamento 
e também como ela é percebida por todos 
os envolvidos (sociedade, quem vivencia, 
quem trabalha com a questão, por 
exemplo). Reafirma-se aqui a necessidade 
da população que será atendida participar 
desse processo e, também, manifestar suas 
necessidades e opiniões.
Mais uma vez, terá de se garantir que 
não se trata de julgamento ou avaliação 
pela aparência, mas de fruto de reflexão e 
retomada da reflexão, numa aproximação a 
essência da situação problema.
Dando continuidade no estudo da situação, 
deve-se levantar os dados da instituição 
demandatária da ação, ou seja, deve-se 
Para saber mais
Levante os principais sites oficiais que 
apresentam indicadores sociais que apresentem 
dados de diferentes políticas.
Unidade 5 • Metodologia de Elaboração de Projetos Sociais: Emergência do Projeto, Diagnóstico, Reflexão Estratégica, 
Execução e Avaliação
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conhecer o maior número de informações 
que caracterizem e instituição que 
demanda a intervenção: sua missão, 
visão, história da instituição, atividades, 
etc. Necessidade de se conhecer o perfil 
instituição para qual a intervenção deve ser 
planejada. 
Em seguida, é preciso

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