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DIREITO PENAL III AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA Direito Penal III Conteúdo desta Aula INCITAÇÃO AO CRIME 1 ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 3 PRÓXIMO ASSUNTO APOLOGIA AO CRIME E AO CRIMINOSO 2 CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA 4 AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA Direito Penal III Crimes Contra a Paz Pública A ideia é prevenir a realização de crimes, tutelando o bem jurídico não de forma direta, mas sim mediata, tanto é que se pune, nesse título, atos preparatórios, como exceção à regra do artigo 31 CP. Esse título contém quatro artigos que tipificam crimes contra a paz pública, que se refere ao sentimento coletivo de segurança de um desenvolvimento ordenado da vida social, de acordo com as leis. Incitação ao crime 1) Bem jurídico - a paz pública; 2) Sujeito ativo - qualquer pessoa; 3) Sujeito passivo - a coletividade e o próprio Estado, que tem a obrigação de garantir a segurança e o bem-estar de todos; AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 4) Tipo objetivo - Incitar, publicamente, a prática de crime. Excluem-se a contravenção e os fatos ou práticas imorais. Também não se cogita de instigação a crime culposo. A instigação deve ser dirigida a um crime determinado, pois a instigação genérica, por ser vaga, não teria eficácia ou idoneidade para lesionar o bem jurídico tutelado; 5) Tipo subjetivo - o dolo. O agente não precisa saber que os fatos por ele instigados são previstos em lei como crimes, mas a vontade de incitar alguém à prática de um crime deve ser clara. Não há previsão legal da modalidade culposa; 6) Consumação e tentativa - consuma-se com a simples incitação, perceptível por um indeterminado número de pessoas. Não é preciso que o delito incitado tenha sido efetivamente praticado. Admite-se a tentativa quando o meio de execução for a forma escrita; 7) Ação penal - pública incondicionada. Direito Penal III Incitação ao Crime AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 1) Bem jurídico - paz pública; 2) Sujeito ativo - qualquer pessoa; 3) Sujeito passivo - a coletividade; 4) Tipo objetivo - fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime. A apologia a fato criminoso deve ser um fato concreto, ou seja, já praticado, previsto em lei como crime, excluindo-se os crimes culposos, pela sua própria natureza, contravenções ou acontecimentos futuros. Já a apologia ao autor do crime deve se referir aos meios de execução necessários à prática deste e não à personalidade do delinquente; 5) Tipo subjetivo - o dolo; 6) Consumação e tentativa - consuma-se com a apologia, perceptível por um número indeterminado de pessoas. Tentativa é admissível; 7) Ação penal - pública incondicionada. Direito Penal III Apologia de Crime ou Criminoso AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 1) Noção - a associação criminosa, ou seja, uma união estável de pessoas com o intuito de cometer crimes, cria uma intranquilidade para a sociedade. A legislação vigente considera que a associação criminosa constitui perigo por si mesmo e é um caso de ato preparatório que é punido; 2) Bem jurídico - a paz pública; 3) Sujeito ativo - a qualquer pessoa, mas, por se tratar de crime de concurso necessário, requer a participação de, no mínimo, três pessoas; 4) Sujeito passivo - a coletividade; 5) Tipo objetivo - associarem-se 3 ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes. Está presente na descrição do tipo a ideia de estabilidade e de permanência do grupo, com a finalidade de praticar mais de um crime, dentro de certo prazo indeterminado. Não se exige que a associação criminosa obedeça a estatutos, regulamentos ou normas, basta uma organização social rudimentar, caracterizada pela continuada vontade de esforço comum. Direito Penal III Associação Criminosa AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 6) Há, em outros diplomas legais, de outras figuras associativas, tais como: associação para a prática de crimes contra segurança nacional (art. 16, da Lei nº 7.170/ 83); associação para a prática de genocídio (art. 2º da Lei nº 2.889/56); organização criminosa (art. 1º da Lei nº 12.850/13); a associação de duas ou mais pessoas para o fim de praticar crimes previstos na Lei de Drogas (art. 35 da Lei nº 11.343/06); 7) Tipo subjetivo - o dolo e o especial fim de agir “para o fim de cometer crimes”. Deve estar presente vínculo associativo entre os agentes. Não há modalidade culposa; 8) Consumação e tentativa - consuma-se esse crime com a efetiva associação das pessoas, independente da prática de algum crime pela associação criminosa. É infração permanente, não se admitindo tentativa; 9) Forma qualificada - se a associação criminosa é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente, a pena é aumentada até a metade, segundo o parágrafo único do artigo 288 CP, que é uma majorante; 10) Ação penal - pública incondicionada. Direito Penal III Associação Criminosa AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 1) Noção - a Lei nº 12.720/2012 inseriu o artigo 288-A e criou o delito e constituição de milícia, atendendo ao disposto no item 1º, da Resolução nº 44/162, da Assembleia Geral das Nações Unidas, que proíbe as execuções extralegais, arbitrárias e sumárias. A noção de milícia diz respeito a grupos que exercem vigilância de determinada comunidade, por meio de pessoas armadas, que se revezam em turnos, impedindo a ação de outros grupos criminosos. Passam, não raro, com o tempo, a exigir pagamento por outros serviços, além de segurança, passam a monopolizar, como transporte, fornecimento de gás, TV a cabo etc. 2) Bem jurídico - paz pública; 3) Sujeito ativo - qualquer pessoa, mas, diferentemente da associação criminosa, não possui número mínimo, necessário para configurar tal crime. Há divergência quanto ao mínimo exigido. Sustenta-se serem três pessoas ou quatro pessoas; 4) Sujeito passivo - a coletividade; Direito Penal III Constituição de Milícia Privada AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA 5) Tipo objetivo - constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP. Direito Penal III Constituição de Milícia Privada AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA Milícia apresenta os seguintes requisitos: 1- controle de um território e da população que nele habita por parte de um grupo armado irregular; 2- o caráter coativo desse controle; 3- o ânimo de lucro individual como motivação central; 4- um discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à instauração de uma ordem; 5- a participação ativa e reconhecida dos agentes do Estado. Organização paramilitar é associação ou grupo não oficial, cujos membros atuam ilegalmente, com o emprego de armas e estrutura semelhante à militar. Atuam paralelamente às forças policiais e militares, de maneira ilegal, e, com frequência, são compostas por indivíduos que compõem também as forças oficiais do Estado, como militares, bombeiros e policiais. Grupo ou esquadrão se referem a pequenas unidades militares ou forças especiais e, no caso do art. 288-A, dizem respeito a grupos de extermínio ou para a prática de crimes previstos no Código Penal; 6) Tipo subjetivo - o dolo e o especial fim de agir “para com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no Código Penal”. Não há modalidade culposa; 7) Consumação e tentativa - consuma-se a efetiva constituição, organização, assim que o indivíduo passe a integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no Código Penal. Não se admitetentativa; 8) Ação penal - pública incondicionada. Direito Penal III Constituição de Milícia Privada AULA 13: CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA Assuntos da próxima aula: CONTEÚDO DA PRÓXIMA AULA: Crimes contra a fé pública; Moeda falsa; Crimes assimilados; Petrechos para falsificação de moedas.
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