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Trabalho de Auditoria um breve resumo

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CAPÍTULO 7 
 
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 
 
 
7.1 INTRODUÇÃO 
 
Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor 
obter evidências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre 
as demonstrações contábeis auditadas, e abrangem testes de observância e testes 
substantivos. 
 
 Os testes de observância visam à obtenção de razoável segurança de que os 
procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em 
efetivo funcionamento e cumprimento. 
 
 Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência, 
exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema contábil da entidade, 
dividindo-se em: 
a) testes de transações e saldos; e 
b) procedimentos de revisão analítica. 
 
Têm por finalidade, portanto, colher suficientes e competentes evidências para 
fundamentar a formulação e manifestação de opinião profissional do auditor sobre o 
objeto auditado. 
 
 
7.2 DIREÇÃO DOS TESTES 
 
O saldo de uma conta do balanço patrimonial ou da demonstração de resultado do 
exercício pode estar errado para mais (superavaliado) ou para menos (subavaliado). 
Devido a esse risco, toda as contas da contabilidade devem ser testadas para 
superavaliação e para subavaliação. A experiência tem demonstrado que é mais prático 
dirigir os testes principais de superavaliação para as contas devedoras (normalmente as 
contas do ativo e despesas) e os de subavaliação para as contas credoras. Devido ao fato 
das transações na contabilidade serem registradas pelo sistema de partidas dobradas, 
quando se testam as contas devedoras para superavaliação, as contas credoras também 
estão sendo testadas indiretamente nessa nossa edição. 
Por exemplo, se durante o exame das demonstrações contábeis de uma empresa 
para o ano findo em 31 de dezembro de 20X0, o auditor descobre que as despesas de 
pessoal estão superavaliadas, em função dos salários do mês de janeiro de 20X1 terem 
sido provisionados indevidamente em 20X0, é evidente que também a conta credora de 
salários a pagar, classificada no passivo circulante, também está superavaliada. 
Da mesma forma, quando se testam as contas credoras para subavaliação, as 
contas devedoras estão sendo testadas secundariamente nessa mesma edição. 
Por exemplo: por ocasião da auditoria da conta credora de fornecedores a pagar 
(testado para subavaliação), o auditor descobre que uma fatura de compra de matéria-
prima não foi registrada na contabilidade, conseqüentemente, as contas de fornecedores 
a pagar matéria-prima (conta devedora classificada no grupo de estoques do ativo 
circulante) estão subavaliadas. 
 
 
7.2.1 TESTE PARA SUPERAVALIAÇÃO 
 
Na realização do teste para superavaliação, o auditor deve partir do valor 
registrado no razão geral para o documento-suporte da transação. 
 
Exemplo: 
 
Razão geral - Registro final - Registro intermediário - Registro inicial – 
Documento 
 
Os procedimentos básicos de auditoria do teste para superavaliação são os 
seguintes: 
 conferir a soma da conta do razão geral; 
 selecionar debito e conferir seu valor com o valor total do registro geral; 
 conferir a soma do registro final; 
 selecionar parcela do registro final e conferir seu valor com o valor total do 
registro intermediário; 
 conferir a soma do registro intermediário; 
 selecionar parcela no registro intermediário e conferir seu valor com o valor 
total do registro inicial; 
 conferir a soma do registro inicial; 
 selecionar parcela no registro inicial e conferir seu valor com a 
documentação comprobatória. 
 
O objetivo desses procedimentos é detectar superavaliação de débitos. 
Essa superavaliação poderia ser feita verificando-se o seguinte: 
 falta de documento ou documento inválido; 
 soma a maior dos registros ou razão geral; 
 transporte a maior do valor do documento para o registro inicial e do valor 
de um registro para outro ou para o razão geral. 
 
 
7.2.2 TESTE PARA SUBAVALIAÇÃO 
 
No teste para subavaliação, o auditor parte do documento para o razão geral, 
agindo de forma contraria ao do teste de superavaliação. 
 
Exemplo: 
 
Documento - Registro inicial - Registro intermediário - Registro final - Razão geral 
 
Os procedimentos básicos de auditoria do teste para subavaliação são os seguintes: 
 selecionar e inspecionar o documento suporte; 
 verificar a inclusão do valor do documento no registro inicial; 
 conferir a soma do registro inicial; 
 verificar a inclusão do valor total do registro inicial no registro intermediário; 
 conferir a soma do registro intermediário; 
 verificar a inclusão do valor total do registro final no razão geral; 
 conferir a soma do razão geral. 
 
O objetivo dos procedimentos relatados é identificar subavaliação de créditos. Os 
créditos poderiam ser subavaliados das seguintes formas: 
 não – inclusão do documento no registro inicial; 
 soma a menor dos registros ou do razão geral; 
 transporte a menor do valor do documento para o registro inicial e do valor de 
um registro para outro ou para o razão geral. 
 
 
7.3 EVIDÊNCIA DE AUDITORIA 
 
O auditor deverá obter evidências de auditoria, que sejam suficientes, pertinentes e 
fidedignas, para fundamentar suas opiniões, comentários, recomendações e conclusões. 
Tais evidências, devem fazer parte integrante de seus papéis de trabalho. 
As evidências são obtidas durante a etapa de execução dos procedimentos de 
auditoria, os quais incluem dois tipos de atividade: 
 confirmar nossos conhecimentos a respeito dos sistemas operacionais, 
administrativos e financeiros e seus procedimentos de controle 
 executar os testes exigidos para obtenção de evidência necessária para 
opinar sobre as operações, relatórios, demonstrativos, orçamentos e 
outros. 
 
 
7.3.1 SUFICIÊNCIA 
 
 É a medida de relevância e satisfatoriedade da evidência obtida. A importância 
relativa e o risco determinam o juízo do auditor, quanto à suficiência da evidência a ser 
obtida. 
 
 
7.3.2 PERTINÊNCIA 
 
É o grau de concorrência e razoabilidade da evidência, que depende, basicamente, 
do juízo do auditor. 
 
 
7.3.3 FIDEDIGNIDADE 
 
Refere-se à autenticidade, validade e exatidão da evidência. 
Uma evidência será mais ou menos fidedigna, dependendo da sua fonte de 
obtenção e de natureza, ou seja: 
 a evidência documental é preferível à evidência testemunhal; 
 a evidência obtida através da observação e inspeção do próprio auditor, é 
preferível a obtida indiretamente por terceiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.4 CLASSES DE EVIDÊNCIAS 
As evidências de auditoria, segundo a fonte de obtenção, se classificam em: 
7.4.1 EVIDÊNCIA FÍSICA 
São obtidas pela comprovação da: 
 existência real de ativos e passivos financeiros, recursos humanos, 
instalações, imóveis, equipamentos, veículos, móveis, utensílios etc. 
 realização de obras, serviços etc. 
7.4.2 EVIDÊNCIA DOCUMENTAL 
Consiste em registros, contratos, relatórios, faturas, recibos, etc. 
São três as categorias mais importantes de evidência documental, que 
proporcionam ao auditor distintos graus de confiabilidade: 
 a produzida e mantida por terceiros; 
 a produzida por terceiros e em poder da entidade; 
 a produzida e mantida pela entidade. 
7.4.3 EVIDÊNCIA ANALITICA 
Consiste em análises, revisões de cálculos, que devem ser registrados nos papéis 
de trabalho do auditor ou na própria cópia do documento examinado, desde que a 
mesma seja incorporada ao dossiê da auditoria. 
 
7.4.4 EVIDÊNCIA TESTEMUNHAL 
Consisteem informações obtidas de pessoas que tenham conhecimento dentro e 
fora da organização auditada, em forma de declaração recebida em respostas a 
perguntas formuladas por escrito, mediante entrevista direta. 
 
7.4.5 EVIDÊNCIA POR CONFIRMAÇÃO DE TERCEIROS 
(CIRCULARIZAÇÃO) 
 
Consiste na corroboração por escrito de terceiros, em relação a determinadas 
informações de interesse, sendo aplicável, principalmente, aos fornecedores, prestadores 
de serviços, bancos, clientes, etc. 
A evidência corroborativa obtidas de fontes independentes externas à empresa 
proporciona maior segurança, para fins de uma auditoria independente do que aquela 
obtida exclusivamente dentro da empresa. 
O terceiro pode ser solicitado a: 
 fornecer informações abrangentes (forma indefinida ou positiva em 
branco); 
 confirmar a informação constante na solicitação ou esclarecer a razão da 
incorreção (forma positiva ou positiva em preto); 
 responder apenas se a informação constante na solicitação for incorreta 
(forma negativa). 
 
 
7.4.5.1 CIRCULARIZAÇÃO DO TIPO POSITIVA 
 
É utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem quer se obter 
uma confirmação formal. 
Este pedido pode ser usado de duas formas: 
 
- BRANCO: quando não se colocam valores nos pedidos de confirmação; e 
- PRETO: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data 
base indicada. 
 7.4.5.2 CIRCULARIZAÇÃO DO TIPO NEGATIVA 
 
O pedido de circularização negativo é utilizado quando a resposta for necessária, 
em caso de discordância da pessoa de quem quer se obter a confirmação, ou seja, na 
falta de confirmação, o auditor entende que a pessoa concorda com os valores colocados 
no pedido de confirmação. Este tipo de pedido é geralmente usado como complemento 
do pedido de confirmação positivo, e deve ser expedido como carta registrada para 
assegurar que a pessoa de quem se quer obter confirmação, efetivamente, recebeu tal 
pedido. 
 
O processo de circularização a ser utilizado nas três formas é o seguinte: 
 
 
 
 
 AUDITADO 
 
 
 
AUDITOR CIRCULARIZADO 
 
 
7.5 CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES DE AUDITORIA 
 
De acordo com a forma de aplicação dos testes ou procedimentos, estes podem se 
classificar em duas grandes categorias: 
 
 
7.5.1 TESTES DE CUMPRIMENTO DE NORMAS INTERNAS (ADERÊNCIA 
OU OBSERVÂNCIA) 
São os que se realizam para obter “evidência de controle”, ou seja, evidência de 
que os procedimentos de controle interno estão sendo aplicados na forma prevista. 
Podem ser: 
 
 Retrospectivo – Quando o auditor investiga a aderência no passado ao 
procedimento descrito pela função de controle, mediante a evidência de 
sua execução. Exemplo: Confirmação de assinaturas. 
 Flagrante – Quando o auditor confirma a aderência, no ato do 
procedimento, testemunhando sua execução. 
 
 
7.5.2 TESTES DE COMPROVAÇÃO DE SALDOS OU TRANSAÇÕES 
(SUBSTANTIVOS) 
 
São os realizados para obter-se evidência relacionada com a inteireza, exatidão e 
validade da informação contida nos relatórios financeiros. 
 
São subdivididos em: 
 Testes dos detalhes de transações e saldos; e 
 Procedimentos de revisão analítica. 
 
 
7.6 TÉCNICAS DE AUDITORIAS 
 
 
7.6.1 CIRCULARIZAÇÕES/CONFIRMAÇÕES FORMAIS – é a técnica utilizada 
na obtenção de declaração formal e independente, de pessoas não ligadas à entidade, 
seja por interesses comerciais, afetivos, etc..., de fatos ligados às operações do mesmo. 
(Ver evidência por confirmação de terceiros item 7.4.5). 
 
 
7.6.2 EXAME DA DOCUMENTAÇÃO ORIGINAL – Trata-se de procedimento 
voltado para a comprovação das transações, que por exigências legais, comerciais ou de 
controle são evidenciadas por documentos comprobatórios destas transações. 
 
O exame realizado pelo auditor sobre tais documentos deve atender às seguintes 
condições: 
 
 autenticidade: constatar se a documentação é fidedigna e merece crédito; 
 normalidade: constatar que a transação refere-se à operação normal e está de 
acordo com os objetivos da empresa; 
 aprovação: verificação de que a operação e os documentos foram aprovados por 
pessoa autorizada; 
 registro: comprovar que o registro das operações foi adequado, a documentação 
é hábil e houve correspondência contábil, fiscal, etc... 
 
 
7.6.3 CONFERÊNCIA DE SOMAS E CALCULOS – este procedimento é, por si e 
ao mesmo tempo, o mais simples e o mais completo. 
Esta técnica é amplamente utilizada, em virtude da quase totalidade das operações 
das entidades envolver valores, números,etc... 
Muito embora os valores auditados possam ter sido conferidos pela entidade, é de 
grande importância que sejam reconferidos. 
 
 
7.6.4 EXAMES DOS LANÇAMENTOS CONTÁBEIS – é o procedimento usado 
pela auditoria para constatação da veracidade das informações contábeis, fiscais, etc..., 
além de possibilitar levantamentos específicos nas análises, composição de saldos, 
conciliações, etc... 
 
 
7.6.5 ENTREVISTAS – consiste na formulação de perguntas e obtenção de respostas 
adequadas e satisfatórias. 
Este procedimento deve ser bem aplicado, evitando-se questionamentos 
desnecessários, não objeto de auditoria. Recomenda-se que sua aplicação seja efetuada 
por auditor que tenha razoável conhecimento da entidade e da área sob exame. As 
respostas podem ser obtidas através de declarações formais ou informais. 
Ressalta-se que toda informação obtida deve, dentro do possível, ser examinada, 
constatando-se sua efetiva comprovação e veracidade. 
 
7.6.6 EXAMES DE LIVROS E REGISTROS AUXILIARES – tais registros 
constituem o suporte de autenticidade dos registros principais examinados. O uso desta 
técnica deve sempre ser conjugado com o de outras que possam comprovar a 
fidedignidade do registro principal. 
Porém, há sempre perigo de que esses registros também possam não ser 
autênticos, que eles tenham sido apressadamente preparados com a única finalidade de 
apoiar dados incorretos. 
 
 
7.6.7 CORRELAÇÃO ENTRE AS INFORMAÇÕES OBTIDAS – durante a 
execução do trabalho, o auditor executará serviços, cujas informações estarão 
relacionadas com outras áreas de controle do auditado. À medida que for sendo 
observado este inter-relacionamento, o auditor estará efetuando o procedimento da 
correlação. 
 
 
7.6.8 OBSERVAÇÃO DAS ATIVIDADES – é a técnica de auditoria mais intrínseca, 
pois envolve o poder de constatação visual do auditor. Esta técnica pode revelar erros, 
problemas ou deficiências através de exames visuais, e é uma técnica dependente da 
argúcia, conhecimentos, e experiências do auditor, que colocada em prática possibilitará 
que sejam identificados quaisquer problemas no item em exame. 
A observação é, talvez, a mais generalizada de todas as técnicas de auditoria. Ela 
não se aplica à verificação específica de problemas, da forma que o fazem a 
circularização ou a conferência de cálculos, sendo, ao contrário, de alguma utilidade em 
quase todas as fases do exame, e não devendo jamais ser omitida/negligenciada. 
 
 
7.7 APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 
 
 A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser realizada, em razão da 
complexidade e volume das operações, por meio de provas seletivas, testes e 
amostragens, cabendo ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros 
elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exames necessários à obtenção 
dos elementos de convicção que sejam válidos para o todo. 
 
Na aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditordeve considerar 
os seguintes procedimentos técnicos básicos: 
 inspeção – exame de registros, documentos e de ativos tangíveis; 
 observação – acompanhamento de processo ou procedimento, quando de 
sua execução; 
 investigação e confirmação – obtenção de informações junto a pessoas 
ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade; 
 cálculo – conferência da exatidão aritmética de documentos 
comprobatórios, registros e demonstrações contábeis e outras 
circunstâncias; e 
 revisão analítica – verificação do comportamento de valores 
significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou 
outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências 
atípicas. 
 
Na aplicação dos testes de observância, o auditor deve verificar a existência, 
efetividade e continuidade dos controles internos. 
 
Na aplicação dos testes substantivos, o auditor deve objetivar as seguintes 
conclusões: 
 existência – se o componente patrimonial existe em certa data; 
 direitos e obrigações – se efetivamente existentes em certa data; 
 ocorrência – se a transação de fato ocorreu; 
 abrangência – se todas as transações estão registradas; e 
 mensuração, apresentação e divulgação – se os itens estão avaliados, 
divulgados, classificados e descritos de acordo com os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. 
 
Quando o valor envolvido for expressivo em relação à posição patrimonial e 
financeira e ao resultado das operações, deve o auditor: 
a) confirmar os valores das contas a receber e a pagar, através de 
comunicação direta com os terceiros envolvidos; 
b) acompanhar o inventário físico, realizado pela entidade, 
executando os testes de contagem física e procedimento 
complementares aplicáveis. 
 
 
7.8 INDÍCIOS DE ERROS E IRREGULARIDADES: 
 
As circunstâncias que poderão induzir o auditor a suspeitar da existência de erro 
ou irregularidade material incluem, entre outras, as seguintes situações: 
1. transações não suportadas por documentação apropriada; 
2. diferenças reveladas por confirmações recebidas de terceiros; 
3. discrepâncias nos registros contábeis; 
4. número de respostas aos pedidos de confirmação direta bem inferior ao 
esperado e outros. 
 
 
7.9 EXTENSÃO DOS TESTES SUBSTANTIVOS 
 
É definido pelo objetivo do exame, relevância, materialidade e perfil de controle 
definido à época do planejamento do trabalho. 
 
 
7.10 TIPOS DE TESTES SUBSTANTIVOS 
 
 Circularização 
 Observação de ativos 
 Testes de conciliações 
 Análise de contas 
 Testes do fluxo de transações 
 Testes de corte/cutoff (testes nas operações para definição de competência: 
período ou exercício) 
 Testes matemáticos 
 Comprovação de registros contábeis e inspeção de documentos. 
 
 
7.11 ORIENTAÇÃO QUANTO À UTILIZAÇÃO DAS TÉCNICAS 
 
Após ter avaliado os sistemas de controle interno, o que permitirá ao auditor traçar 
a extensão do seu trabalho, definem-se os procedimentos ou técnicas de auditoria a 
serem aplicadas. 
Durante a execução do trabalho, o auditor deverá estar atento sobre a melhor 
forma de obtenção das provas necessárias ao seu trabalho, captando informações 
consideradas válidas e satisfatórias e avaliando, de imediato, todas as provas e 
informações obtidas no decorrer dos exames. 
Como conseqüência da utilização das técnicas de auditoria, poderão surgir provas 
ou evidências de erros que conduzirão o auditor a detectar fraudes culposas ou falhas 
nos procedimentos de controle interno. Não existe uma técnica de auditoria voltada para 
detecção de fraudes e erros culposos. Estes são descobertos como conseqüência dos 
testes e extensão dos exames de auditoria aplicados corretamente. 
A prática dessas técnicas, conjugada com os objetivos traçados, permitirá ao 
auditor executar o programa de auditoria de acordo com os tais objetivos e com a 
segurança fornecida pelos sistemas de controles internos avaliados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 10 
 
 
PROCEDIMENTOS PARA 
AUDITORIA DOS ITENS PATRIMONIAS 
 
 
10.1 INTRODUÇÃO 
 
Os procedimentos de auditoria aplicado no exame dos itens patrimoniais são 
aqueles que, a juízo do auditor, permitam uma conclusão quando a razoabilidade das 
operações e aos seus reflexos nas demonstrações financeiras. Os procedimentos 
aplicados em uma auditoria e a extensão de sua aplicação são determinados pelo 
julgamento do auditor, que deve considerar a natureza e os problemas da empresa, além 
de observar a qualidade e eficiência de seus procedimentos contábeis e controles 
internos. 
A seleção e a extensão dos procedimentos de auditoria exigem o exercício do 
julgamento pessoal e profissional do auditor, que irá considerar todos os fatos relevantes 
quando tomar as decisões, ressaltando que os procedimentos e a extensão aplicados em 
um trabalho devem incluir todos os dados necessários à formação de sua opinião sobre a 
adequação das demonstrações financeiras, e que sejam restritos à obtenção de tal 
objetivo com a maior eficiência possível. 
 
 
10.2 AUDITORIA DO DISPONIVEL 
 
Os ativos são classificados por ordem decrescente de grau de liquidez. A parcela 
do Ativo, sob o titulo de “Disponível”, representa a disponibilidade imediata, em 
recursos financeiros de uma empresa. Portanto, os valores em caixa, em trânsito e em 
bancos representam dinheiro em mãos ou à disposição da empresa, e exigem total 
atenção de qualquer exame de auditoria. Normalmente, os trabalhos de auditoria se 
iniciam por esse setor. 
 
 
10.2.1 OBJETIVOS DE AUDITORIA DO DISPONÍVEL 
 
 Estabelecer segurança dos controles internos mantidos sobre o disponível; 
 Provar que os saldos apresentados no balanço são reais, que existem 
fisicamente e estão livres de qualquer ônus ou de outra forma bloqueados; 
 Determinar se foram adotados os princípios fundamentais de 
contabilidade; 
 Concluir sobre sua correta apresentação no balanço. 
 
 
10.2.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 
 
 efetuar a contagem física dos fundos de caixas existentes. As contagens 
devem ser feitas de surpresa, na presença do responsável e de forma 
simultânea, se houver mais de um. 
 confirmar junto as instituições financeiras os saldos existentes e as pessoas 
autorizadas; 
 efetuar a reconciliação bancária; 
 efetuar o cut-off dos cheques; 
 examinar as contas razão de caixa e bancos, observando sua classificação. 
 
 
10.3 AUDITORIA DE CONTAS A RECEBER 
 
As contas a receber representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens e 
serviços, relacionados com o objetivo social da empresa. Incluindo-se ainda os direitos 
de impostos a recuperar, depósitos compulsórios, sinistros a receber, entre outros. 
 
 
10.3.1 OBJETIVOS DE AUDITORIA DE CONTAS A RECEBER 
 
A despeito do grande número de contas agrupadas neste titulo, os objetivos de 
auditoria são basicamente os mesmos para todas elas, e podem ser sumarizados como 
segue: 
 estabelecer segurança sobre os controles internos mantidos sobre as contas 
a receber; 
 provar que os valores apresentados no balanço são válidos e reais; 
 determinar que os recebíveis estão apresentados no balanço pelo seu valor 
liquido realizável, e que foi constituída adequada provisão para prováveis 
perdas; 
 concluir sobre sua correta apresentação no balanço, no que diz respeito a 
curto e longo prazos, e os saldos credores que deverão ser classificados 
parao passivo; 
 identificar se algum recebível foi dado em garantia de alguma operação, se 
foi descontado ou, de qualquer outra forma, comprometido. 
 
 
10.3.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 
 
 efetuar testes de contagem física das duplicatas a receber e confronta-las 
com o razão; 
 confirmar as duplicatas a receber junto a clientes, emitindo carta de 
circularização; 
 examinar a conta razão das contas a receber; 
 verificar a existência de duplicatas incobráveis ou em atrazo; 
 fazer o relacionamento entre as duplicatas a receber com vendas; 
 examinar a correta classificação das contas, bem como a observância aos 
princípios de contabilidade. 
 
 
10.4 AUDITORIA DE ESTOQUES 
 
Neste grupo, são registradas as mercadorias, matérias-primas, produtos em 
fabricação e produtos para revenda. Pela sua natureza, os estoques são alvos das mais 
variadas formas de irregularidades, desvios e deterioração. 
Os estoques são classificados no ativo circulante, entretanto, se existirem bens 
com prazo de realização superior a um ano, estes deverão ser registrados no Realizável 
a Longo Prazo, e requerem do auditor conhecimento prévio sobre a sua composição, 
características, como são comprados, preço, quantidade, custo, custodia, embalagens, 
preservação, consumo seguro, transporte, critérios de avaliação, entre outros. 
 
 
10.4.1 OBJETIVOS DE AUDITORIA DOS ESTOQUES 
 
Os objetivos de auditoria para o grupo estoques são relativamente mais 
complexos, e se resumem em determinar se: 
 os valores apresentados no balanço estão representados por quantidades 
físicas de produtos, estocadas em armazéns da companhia, de terceiros e 
em trânsito; 
 os itens foram avaliados de acordo com os princípios fundamentais de 
contabilidade e aplicados consistentemente, durante o período e com 
relação ao exercício anterior, além de avaliados a preço de custo ou 
mercado, dos dois o menor; 
 as listagens de inventários foram corretamente compiladas, somadas e 
sumarizadas, estando o total adequadamente refletida no balanço; 
 os critérios adotados para determinação de preço de custo de produtos em 
processo são adequados; 
 os estoques são apresentados pelos seus valores líquidos realizáveis, ou 
seja, foram constituídas as reservas necessárias para estoques obsoletos e 
de movimentação morosa; 
 os estoques de propriedade da companhia, que estão em consignação com 
terceiros, são segregados, bem como aqueles que estejam penhorados ou 
dados em garantia de alguma operação financeira. 
 
 
10.4.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA 
 
 efetuar a revisão dos controles internos; 
 efetuar testes por amostragem e acompanhar a contagem física dos itens 
dos estoques (inventario físico); 
 confirmar, por meio de circularização, estoque em poder de terceiros e em 
consignação, em poder da entidade auditada; 
 examinar a escrituração das contas; 
 verificar a existência de materiais obsoletos ou morosos; 
 examinar os critérios de avaliação dos estoques; 
 efetuar o “corte” das operações. 
 
10.5 AUDITORIA DOS INVESTIMENTOS 
 
Neste grupo, são classificados os recursos aplicados de forma permanente, na 
aquisição de bens e direitos, destinados a gerar renda de valorização. 
 
 
10.5.1 OBJETIVOS DE AUDITORIA DE INVESTIMENTOS: 
 
 estabelecer a segurança sobre os controles internos mantidos sobre os 
investimentos; provar que os valores apresentados no balanço são reais, 
existem fisicamente e estão livres de qualquer ônus e se estão em nome da 
companhia; 
 determinar se foram adotados os princípios fundamentais de contabilidade 
na sua avaliação e se foram consistentemente, nos períodos apresentados; 
 verificar se todas as rendas aplicáveis foram contabilizadas no período 
correto; 
 determinar se os investimentos e as respectivas rendas estão classificados, 
apresentados e descritos corretamente nas demonstrações financeiras. 
 
 
10.5.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA: 
 
 verificação de compra e venda de investimentos; 
 verificação do resultado na alienação de investimentos; 
 verificação do valor de mercado dos investimentos, na data do balanço. 
 
 
10.6 AUDITORIA DO ATIVO IMOBILIZADO 
 
Os bens do imobilizado representam, normalmente, uma parcela significativa dos 
ativos de uma empresa, principalmente, no caso da industria. Esses bens têm um tempo 
de vida útil prolongada, não são destinados à venda e são utilizados na manutenção das 
atividades da empresa. 
 
 
10.6.1 OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DE AUDITORIA NA VERIFICAÇÃO DO 
ATIVO IMOBILIZADO SÃO: 
 
 constatar a existência física e a propriedade dos bens relacionados; 
 determinar se os métodos de avaliação empregados são adequados; 
 julgar a adequação do programa de depreciação, em relação a vida útil do 
bem; 
 determinar se os cálculos da depreciação do período estão adequados; 
 determinar se os métodos e taxas de depreciação são razoáveis e 
consistentes como período anterior; 
 avaliar o sistema de controle interno em uso; 
 determinar se as adições do período estão classificadas corretamente como 
tal, e não como despesas, ou vice-versa; 
 determinar se as baixas do período foram adequadamente contabilizadas e 
aprovadas por pessoal competente para tal. 
 
 
10.6.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA: 
 
 verificação da existência de documentação de comprovação de propriedade 
do bem; 
 inspeção física em base de testes das adições do ano, comprovando-as com 
documentação hábil; 
 verificação das baixas atentando para aprovação, cálculo e registro do 
custo, depreciação, correção monetária e resultado. 
 inspeção e cálculo da movimentação das contas de depreciação, 
amortização e exaustão, bem como os métodos utilizados; 
 exame das apólices de seguros, concluindo se a cobertura do ativo 
imobilizado permitiria, no caso de sinistro, a reposição dos bens; 
 outros. 
 
 
10.7 AUDITORIA DO PASSIVO EXIGÍVEL 
 
O passivo de uma empresa consiste em obrigações que deverão ser pagas em 
dinheiro, bens e serviços, a curto ou a longo prazo. 
Essas obrigações são geralmente provenientes da aquisição de ativos, de 
empréstimos obtidos, da venda de bens ou serviços para entrega futura, ou 
simplesmente decorrentes de despesas incorridas, e não pagas pela empresa, devendo 
ser classificadas no passivo circulante ou no exigível a longo prazo, conforme os 
respectivos prazos de vencimento. 
 
 
10.7.1 O PRICIPAL OBJETIVO DA AUDITORIA DO PASSIVO EXIGÍVEL É 
VERIFICAR SE: 
 
 todas as exigibilidades estão corretamente descritas e classificadas no 
balanço; 
 todas as exigibilidades representam passivos incorridos até a data do 
encerramento do exercício; 
 todo o passivo contingente está devidamente apresentado nas 
demonstrações financeiras; 
 todos os ativos dados em garantia ou de outra forma caucionados estão 
devidamente representados nas demonstrações financeiras; 
 cláusulas restritivas ou outros dados importantes, constantes de contratos 
de empréstimos ou financiamentos, estão apresentados nas demonstrações 
financeiras ou notas explicativas; 
 todos os passivos contraídos após a data do encerramento do exercício 
estão fora do balanço sob exame. 
 
 
10.7.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA: 
 
 efetuar contagem física das contas a pagar; 
 confirmar as duplicatas junto a fornecedores, por meio de carta de 
circularização; 
 examinar a conta razão de valores a pagar; 
 verificar a existência de passivos não registrados; 
 fazer o relacionamento entre estoques e fornecedores; 
 examinar a correta classificação das contasbem como a observância aos 
princípios fundamentais de contabilidade. 
 outros. 
 
 
10.8 AUDITORIA DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
 Neste grupo, são classificadas as contas que compõem o capital próprio da 
empresa, representando as obrigações dessa para com seus sócios, acionistas e titulares. 
10.8.1 OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DE AUDITORIA DO PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO SÃO OS SEGUINTES: 
 
 concluir se os controles internos são satisfatórios; 
 verificar se o número de ações em circulação foi integralizado e registrado 
pelo valor correto; 
 determinar se os dividendos foram pagos de acordo com os estatutos e com 
a aprovação da assembléia dos acionistas; 
 verificar se as apropriações das reservas e dos lucros foram efetuadas ou 
liberadas com a devida autorização; 
 verificar se a classificação e a apresentação no balanço estão corretas. 
 
 
10.8.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA: 
 
 exame dos controles sobre emissão de ações e certificados; 
 exame da concretização de aumento dos capitais; 
 exame das ações subscritas e não integralizadas; 
 exame da série numérica de ações e certificados; 
 exame dos lançamentos na conta capital: se estão de acordo com os 
estatutos, quantidade de ações comuns e preferenciais, valor nominal etc; 
 determinação de que qualquer alteração do capital durante o ano foi 
devidamente autorizada pelas assembléias de acionistas; 
 determinação de que os direitos e privilégios de cada classe de acionistas 
foram observados pela empresa; 
 examinar o razão das contas que compõem o patrimônio líquido (lucros 
suspensos, reservas de capital, de lucros, de reavaliação; dividendos, 
outros); 
 examinar a correta classificação das contas, bem como a observância aos 
princípios fundamentais de contabilidade. 
 
 
10.9 AUDITORIA DAS CONTAS DE RESULTADO 
 
As contas de resultado são representadas pelo registro das receitas e despesas, que 
correspondem aos acréscimos e decréscimos ocorridos nos itens patrimoniais, 
reconhecidos e medidos em conformidade com os princípios fundamentais de 
contabilidade, com destaque para o regime de competência, resultantes dos diversos 
tipos de atividades, e que possam alterar o patrimônio líquido. 
 
 
10.9.1 SÃO OS SEGUINTES OS OBJETIVOS DE AUDITORIA: 
 
 determinar se as receitas, custos e despesas demonstrados são aplicáveis 
ao período contábil sob exame; 
 determinar se os custos e despesas estão relacionados as receitas; 
 determinar se tem sido dado às receitas, custos e despesas o devido 
reconhecimento; 
 verificar se tem sido dado tratamento apropriado a qualquer redução ou 
adição de imposto, como resultado de transações não refletidas na 
demonstração de resultado; 
 determinar se os ajustes significativos aplicáveis a outros períodos e a 
todas as transações relevantes, de natureza estranha ou não racional, 
foram tratados convenientemente, no resultado do exercício em exame; 
 verificar se as receitas, os custos e as despesas são classificados e 
discriminados de maneira adequada na demonstração de resultados; 
 
 verificar se aqueles controles internos já avaliados para contas de balanço 
conservam a mesma segurança para contas de resultados correlatas; 
 verificar se a demonstração de resultado apresenta claramente o resultado 
das operações, e se foi preparada segundo os princípios fundamentais de 
contabilidade, e aplicados uniformemente em relação ao exercício 
anterior. 
 
 
10.9.2 PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA: 
 
Um programa genérico poderia se resumir em: 
 Auditar, onde for possível, as contas de resultados, quando do exame 
específico das contas de balanço. 
 Preparar uma análise comparativa de cada mês, dos dois últimos anos, 
(revisão analítica) e determinar a sua normalidade, em vista do volume de 
negócios. 
 Investigar a legitimidade e exatidão dos valores, dentro de um período 
selecionado, ou selecionar contas em períodos alternados. 
 
OBS.: Devemos ter em mente que, sendo a auditoria de contas de resultado e de 
balanço realizada conjuntamente na maioria dos casos, sobra realmente pouca coisa, em 
volume e valor, para ser auditada. 
Nesta fase, o auditor já poderá ter idéia formada sobre os resultados da auditoria 
dos controles internos, à qual influenciará, sem dúvida, na extensão dos exames das 
contas ainda não auditadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 11 
 
 
TRABALHO DE CAMPO 
 
 
11.1 INTRODUÇÃO 
 
O trabalho de campo compreende todos os esforços do auditor para acumular, 
classificar e avaliar informações e evidências, a fim de capacitá-lo a formar uma 
opinião, constituindo-se, em última análise, em examinar, obter evidências, medir e 
avaliar. 
 
 
11.2 PREPARAÇÃO INICIAL 
 
Um eficiente desenvolvimento do trabalho de campo deve observar os seguintes 
aspectos: 
 
 
11.2.1 FAMILIARIZAÇÃO: 
 
 conhecimento das normas gerais, sistemas, controles e procedimentos da 
atividade objeto do exame; 
 conhecimento do programa de auditoria aplicável; 
 revisão de trabalhos e relatórios anteriores; 
 detalhamento da programação de trabalho. 
 
 
11.2.2 SELEÇÃO DOS TESTES: 
 
 considerar ou não a conveniência de ampliar ou reduzir os testes 
programados, e proceder à seleção dos itens ou operações que serão 
objeto do exame específico, uma vez determinado o método a ser 
utilizado. 
 
 
11.2.3 FORMALIZAÇÃO DOS ITENS SELECIONADOS: 
 
 os itens e operações selecionados devem ser anotados nos papéis de 
trabalho, com detalhes suficientes para sua compreensão. 
 
 
11.2.4 ESTABELECIMENTO DOS TESTES E PROCEDIMENTOS: 
 
 os programas de auditoria que serão utilizados irão nortear os 
levantamentos e exames. É importante que, antes de ser iniciado o 
trabalho, as informações e todos os aspectos relevantes à avaliação 
tenham sido avaliados pelos auditores, para evitar sobrecarga de serviço e 
de custo, bem como, a total falta de visão do objetivo principal. 
 
 
11.2.5 AGENDAMENTO DE ENTREVISTAS: 
 
 as entrevistas com o pessoal do setor auditado, em geral, devem ser 
programadas e marcadas com antecedência. 
 
 
11.2.3 PROGRAMAÇÃO GERAL DO TRABALHO: 
 
Na medida do possível, deve-se: 
 definir as tarefas para os integrantes da equipe de trabalho (no caso de 
trabalho em grupo); 
 estabelecer o tempo a ser dispensado em cada tarefa; 
 registrar o tempo dispendido em cada tarefa, passo a passo, desde o início 
do trabalho. 
 
 
11.3 EXAME, OBTENÇÃO DE EVIDÊNCIA E MEDIÇÃO 
 
Para o auditor, o processo de exame significa, na prática, a utilização de 
procedimentos de auditoria, com vistas à obtenção de evidências que fundamentem e 
suportem as opiniões, conclusões e recomendações, frutos de sua avaliação. Para formar 
sua avaliação, é necessário medir objetivamente os acertos e desacertos identificados. 
No curso do exame, o questionamento é certamente a mais eficiente técnica do 
auditor. Obter informações pode ser, por vezes, uma arte. Obter a verdade, sem 
suscetibilizar o auditado, não é uma tarefa fácil. Se o auditado notar um tom 
inquisitorial, poderá adotar uma atitude defensiva, e apenas declarar meias verdades. 
Por outro lado, o questionamento como um comportamento crítico, deve fazer parte de 
sua atividade, inclusive, para que se sinta seguro quanto às explicações obtidas. 
Investigar e verificar também fazem parte do esforço do auditor, no sentido de 
garantir um exame acurado. Verificarimplica em confirmar, remover dúvidas ou atestar 
a verdade. Investigar significa descobrir fatos ou pistas novas e aprofundar o exame, na 
busca da verdade. 
A obtenção de evidências capacita o auditor a avaliar a situação e a formular suas 
opiniões, conclusões e recomendações. 
O processo de medição, que é básico para qualquer avaliação, envolve dois 
elementos: a unidade de medida (valor, quantidade, freqüência, tempo, etc...) e o 
padrão. Este último, traduz a qualidade de aceitabilidade com a qual a coisa medida será 
comparada, podendo ser localizado em planos, orçamentos, normas, regulamentos, 
princípios, contratos, estatutos, legislação e outros. 
 
 
11.4 AVALIAÇÃO 
 
Após a medição, o auditor deve avaliar o resultado, e formular a sua opinião e 
possíveis recomendações. 
A avaliação é um julgamento calcado em critério, que deve ser definido pelo 
auditor, com base em materialidade, relevância, risco relativo, vulnerabilidade e 
princípios. 
 
 
11.4.1 MATERIALIDADE 
 
Por materialidade, entende-se a importância relativa, em termos de valores e 
cifras, que um bem, operação ou fato possui um determinado contexto. 
 
 
11.4.2 RELEVÂNCIA 
 
Por relevância, entende-se a importância relativa da informação, em termos de sua 
representatividade, independentemente do valor, que um bem, operação ou fato passa a 
ter um determinado contexto abrangido pela auditoria. 
 
 
11.4.3 RISCO RELATIVO E VULNERABILIDADE 
Por risco relativo, entende-se o maior ou menor risco que pode emergir da 
natureza da operação examinada. A vulnerabilidade está ligada a qualidade dos aspectos 
de controle interno existentes. Quanto melhores os controles, menos vulneráveis serão 
as operações e as atividades desenvolvidas nesse ambiente. 
 
 
11.4.4 PRINCÍPIOS 
 
Por princípios , entende-se os procedimentos aceitos tecnicamente pelo 
auditor,bem como os de conduta, tendo em vista as conotações de integridade. 
 
 
11.5 SUPERVISÃO DO TRABALHO DE CAMPO 
 
Uma das fases mais importantes do trabalho de auditoria é a correta supervisão do 
pessoal de campo. Além de se certificar que o trabalho tem a qualidade necessária, e 
está de acordo com as normas e políticas definidas pela auditoria, a supervisão deve ter 
efeito sobre o treinamento e desenvolvimento profissional e pessoal dos 
supervisionados. 
É aconselhável que a supervisão se dê a medida que o trabalho vá sendo 
executado. 
A supervisão deve estar certa de que: 
 estão sendo cumpridas as normas de auditoria; 
 a programação do trabalho está sendo seguida; 
 as constatações de auditoria estão suportadas por documentos e papéis de 
trabalho corretamente preenchidos; 
 todos os membros da equipe têm conhecimento de suas funções e dos 
objetivos que perseguem. 
 
 
11.6 CONTROLE DA REALIZAÇÃO DO TRABALHO DE CAMPO 
 
A fase de planejamento do trabalho estabeleceu orçamento de horas previstas para 
a sua realização. A manutenção de eficiente controle de execução possibilita seu 
encerramento no tempo previsto, além de servir como indício para a eficiência do 
pessoal ou a constatação de um orçamento de hora inadequado. De qualquer modo, 
distorções significativas necessitam de ações corretivas e explicações por parte dos 
supervisores de equipe. 
11.7 IDENTIFICAÇÃO DE FALHAS E PROBLEMAS 
O auditor deve estar consciente de que dependerá de seu conhecimento técnico-
profissional e de seu poder de observação e perspicácia para identificar falhas e 
problemas, em relação à matéria em exame. 
Na determinção de possíveis problemas, o auditor precisa ter em mente os 
seguintes aspectos: 
 conhecimento da operação em exame e dos procedimentos de auditoria; 
 revisão pronta e permanente de papéis de trabalho; 
 fundamentação adequada dos fatos e problemas observados; 
 sugerir, com embasamento técnico, a melhoria dos sistemas de controles 
internos e dos procedimentos observados; 
 possíveis reduções de custos e melhoria de eficiência; 
 aprofundamento do exame, sempre que diante de qualquer indicio de 
anormalidade, mesmo que lhe pareça insignificante; 
 não desprezar as informações obtidas informalmente. 
 
 
11.9 FINALIZAÇÃO DO TRABALHO 
 
A finalização do trabalho de auditoria compreende, basicamente: 
 
a) O fechamento dos papéis de trabalho, que inclui os seguintes fatores: 
 revisão final do conteúdo de cada papel de trabalho; 
 confronto final entre o trabalho realizado e o planejamento; 
 referenciação adequada dos documentos e papéis de trabalho; 
 arrumação seqüencial dos papéis de trabalho e cópias dos documentos 
comprobatórios, de acordo com a ordem dos assuntos apresentados no 
relatório final; 
 fechamento das horas dispendidas no trabalho e confronto com as 
orçadas. 
 
b) Arquivamento dos papéis e documentos, nas pastas de auditoria; 
 
c) Avaliação do pessoal envolvido na execução do trabalho; 
 
d) Redação criteriosa do relatório final de auditoria, que, antes de ser assinado, 
será objeto de revisão do responsável pela execução do trabalho; 
 
e) Reunião formal com os auditados, para discutir os pontos constantes do 
relatório de auditoria; 
 
f) Assinatura e encaminhamento do relatório final ou parecer de auditoria.

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