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Aula 13 gastrite e úlcera péptica

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UNIFAVIP – DeVry Brasil
SAE ao cliente portador de gastrite e úlcera péptica
Junior pereira 
enfermagem
Recordando... Enfermagem Médico-Cirúrgica
Período peroperatório: período que envolve a experiência cirúrgica; inclui as fases pré-operatória, intraoperatória e pós-operatória do cuidado de enfermagem;
Período pré-operatório: período que começa quando se toma a decisão de realizar a intervenção cirúrgica e termina quando o cliente é transferido para a sala de operação;
Período intraoperatório: período que se inicia com a transferência do cliente para a sala de operação e continua até que o cliente seja admitido na unidade de recuperação anestésica;
Período pós-operatório: período que começa com a admissão do cliente na unidade de recuperação anestésica e termina após a avaliação de acompanhamento na clínica ou em casa.
Fisiologia gástrica
Órgão sacular com volume de 1200-1500mL. Pode se expandir até 4 L.
Inervação Vagal.
5 regiões anatômicas importantes: Cárdia,
Fundo, Corpo, Antro e Piloro.
Digestão das proteínas - enzima pepsina.
Histologia
Mucosa
Submucosa
Muscular
Serosa
Apresentam pregas (rugas) irregulares.
Mucosa possui inúmeras glândulas = Criptas Gástricas – secretoras de Mucina (proteína que reveste o epitélio gástrico).
Gastrite
Inflamação do estômago onde a membrana gástrica torna-se edemaciada, hiperemiada e erosão superficial.
Acomete igualmente homens e mulheres e é mais frequente em indivíduos idosos. 
A gastrite pode ser aguda, crônica (atrófica).
Classificação
Gastrite aguda: duração de várias horas a alguns dias, frequentemente é causada por imprudência alimentar:
Alimentos irritantes excessivamente temperados ou de alimento contaminados; 
Uso de medicamentos AINE´s (ex. AAS – inibe a secreção de muco); 
Excesso de álcool, radioterapia;
Refluxo biliar;
Ingestão de ácidos – gangrena/perfuração da mucosa.
Estresse intenso (traumas, cirurgias, queimaduras, ou até por fator emocional).
Classificação
Gastrite crônica: inflamação prolongada do estômago que pode ser causada por úlceras benignas ou malignas ou pela bactéria Helicobacter pylori; 
A gastrite crônica causada por H. pylori está associada ao desenvolvimento de úlceras pépticas, câncer gástrico e linfoma de tecido linfoide associado à mucosa (MALT – baixo grau de malignidade). 
Pode estar associado com doenças auto-imunes (anemia perniciosa – def. de vit. B12). 
Gastrite crônica atrófica - situação em que os anticorpos atacam o revestimento mucoso do estômago com diminuição das células da mucosa do estômago. 
Existe considerável redução na produção do ácido gástrico, que é importante para a "esterilização" do que ingerimos e para a digestão dos alimentos. 
Está relacionada com o aumento da incidência de câncer de estômago.
Fisiopatologia da gastrite e úlcera
Em resposta à ingestão de alimentos ocorre estimulação das células parietais (oxínticas) do fundo do estômago a secretarem ácido clorídrico e fator intrínseco (absorção de vit B12 no íleo).
As células principais do estômago secretam pepsinogênio, que se converte em pepsina (enzima) na presença do ácido clorídrico.
A pepsina atua na divisão do alimento, enquanto que as células duodenais do epitélio gástrico secretam muco para proteger a camada interna.
Por algum motivo, a mucosa gastroduodenal não pode resistir à ação digestiva do ácido gástrico e da pepsina - erosão.
 Mucosa lesada
Manifestações clínicas
Gastrite aguda
Pode exibir início rápido dos sintomas;
Desconforto abdominal, náuseas, anorexia, vômitos e soluços, que podem persistir por poucas horas a alguns dias;
Gastrite erosiva que, possivelmente, provoca sangramento manifestado por fezes pastosas de cor escura e odor fétido (melena) ou fezes sanguinolentas de coloração vermelho vivo (hematoquezia).
Manifestações clínicas
Gastrite crônica
Pode ser assintomática;
Queixas de anorexia, pirose após a alimentação, sabor amargo na boca ou náuseas e vômitos;
Desconforto epigástrico discreto, intolerância a alimentos condimentados ou gordurosos, ou dor que é aliviada pelo consumo de alimento;
O cliente pode não ser capaz de absorver a vitamina B12 podendo levar à anemia perniciosa.
Úlcera péptica
Escavação que se forma na parede mucosa do estômago, piloro, duodeno ou esôfago e tende a ser encontrada mais no duodeno que no estômago. 
Idosos acima de 65 anos.
Úlcera péptica
Frequentemente é designada como úlcera gástrica, duodenal ou esofágica (refluxo HCL), dependendo de sua localização.
A ruptura pode gerar uma comunicação anormal entre o TGI e a cavidade peritoneal
Emergência médica potencialmente mortal.
Fatores predisponente
Desequilíbrio entre os fatores protetores e agressores da mucosa gástrica / duodenal: muco, secreção de bicarbonato, descamação constante da mucosa gástrica.
Uso de AINEs; 
História familiar;
Presença do H. pylori;
Fatores predisponentes
Síndrome de Zollinger-Ellison: níveis aumentados do hormônio gastrina, fazendo com que o estômago produza ácido clorídrico em excesso - múltiplas ulcerações pépticas.
Álcool e tabagismo em excesso;
Classificação
As úlceras gástricas são subdivididas em três tipos:
	- Tipo I: responde por mais da metade dos casos (57%) de úlceras gástricas, aparecem na pequena curvatura do estômago e não estão relacionadas ao excesso de acidez gástrica e merece mais atenção. 
	- Tipo II: é encontrada no mesmo local, mas aparece concomitantemente a uma úlcera duodenal em atividade ou cicatrizada. 
	- Tipo III: úlceras que se desenvolvem a até 2 cm do piloro.
Úlcera péptica
Manifestações clínicas
Podem durar alguns dias, semanas ou meses. Muitos clientes apresentam úlceras assintomáticas;
Dor difusa e sensação de queimação na região mesoepigástrica ou nas costas são características;
Dor das úlceras gástricas - imediatamente após uma refeição, enquanto a dor associada às úlceras duodenais ocorre mais comumente em 2 a 3 h após as refeições;
A dor que não é aliviada pela alimentação ou pela ingestão de um antiácido é característica das úlceras duodenais;
Manifestações Clínicas
Dor durante a noite;
Pirose, vômitos (que podem aliviar a dor intensa e a distensão), constipação intestinal ou diarreia e sangramento (hematêmese ou melena) resultantes da dieta e dos medicamentos;
Avaliação e achados diagnósticos da gastrite e úlcera péptica
Exame físico (hipersensibilidade epigástrica, distensão abdominal);
Hemograma - perda de sangue (anemia);
Endoscopia alta (biopsia das lesões suspeitas para exame histológico e teste para H. pylori - anticorpos dirigidos contra o antígeno de H. pylori;
Exames complementares: análise de amostras de fezes para sangue oculto; exames de secreção gástrica;
Tratamento
O tratamento é relacionado ao agente causador;
Medicamentos que erradiquem a presença do H.Pylori;
Controle das secreções gástricas;
Dieta leve e/ou pastosa e equilibrada;
Casos especiais podem requerer a analgesia, reposição eletrolítica e/ou reposição sanguínea;
Repouso e redução do stress;
Desestimular o tabagismo;
Intervenção cirúrgica – úlceras pépticas.
Tratamento
Antagonistas H2 - inibem a secreção ácida por bloqueio competitivo da interação de histamina com receptores H2 da célula parietal gástrica. Cimetidina, Nizatidina, Ranitidina, Famotidina.
Inibidores da Bomba de Prótons (H+) - Reduzem a produção diária de ácido. Omeprazol, Pantoprazol, Lansoprazol
Antiácidos - Hidróxido de Magnésio, Gel de Hidróxido de Alumínio, Bicarbonato de Sódio.
Fármacos que protegem a mucosa - Quelato de Bismuto, Sucralfato, Misoprostol.
Fármacos para o tratamento da Infecção por Helicobacter pylori - Omeprazol + Amoxicilina (Tetraciclina) + Metronidazol (antimicrobiano).
Prevenção
Evitar o uso de medicações irritativas como os anti-inflamatórios e aspirina;
Evitar o abuso de bebidas alcoólicas e do fumo;
A melhoria das condições
sanitárias, do tratamento da água de consumo doméstico, da higiene pessoal (lavar as mãos antes de tocar alimentos), dos cuidados no preparo e na conservação dos alimentos.
SAE – Levantamento de dados
Avaliação inicial:
Hábitos alimentares;
Etilismo e tabagismo;
Dor em região epigástrica, pirose;
Perguntar sobre inicio, duração, localização, frequência e intensidade da dor;
Se o cliente vomitou, determinar com que frequência o vômito ocorre;
Examinar as fezes para sangue oculto;
Obter história familiar de doença ulcerosa.
SAE - Diagnósticos
Dor aguda relacionada com efeito da secreção de ácido gástrico sobre o tecido lesionado;
Náusea Relacionada à dor, distensão gástrica e/ou da cápsula do fígado, evidenciada por aversão à comida, gosto amargo na boca, salivação aumentada, relato de náusea;
Nutrição desequilibrada menor do que as necessidades corporais relacionada com mudanças na dieta.
SAE - Intervenções
Administrar o tratamento cpm e atentar para a sua eficácia e possíveis reações;
Proporcionar alívio da dor com medidas farmacológicas e não farmacológicas (auxiliar na realização das AVD);
Tranquilizar o paciente, explicando sobre o tratamento e efeitos para diminuir quadro de ansiedade;
Fornecer pequenas refeições com frequência, para evitar a distensão gástrica;
SAE - Intervenções
Desencorajar o consumo de bebidas cafeinadas (aumento da atividade gástrica e a secreção de pepsina), de bebidas alcoólicas e fumo de cigarros (a nicotina inibe a neutralização do ácido gástrico no duodeno);
Estar atento a sinais de hemorragia gástrica (hematêmese, taquicardia, hipotensão arterial) e, caso existam, notifique o médico imediatamente;
Dieta equilibrada livre de irritantes gástricos ou pastosa.

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