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Direito Civil Direitos Reais

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1 
 
 
 
 
 
 
 
Apontamentos de aula por James Jesser Rodgher e José Roberto Monteiro 
 
Prof. Carlos Alberto Garbi 
 
 
27/01 – Apresentação do professor 
 
 
29/01 
 
Relação Jurídica de direito real 
 
� Livro III do Código Civil 
� No direito romano – jus in re 
� É a relação jurídica entre pessoas que tem por objetivo a coisa 
 
 
 
PROPRIEDADE É a matriz dos direitos reais, porque dela 
decorrem todos os outros. 
 
 
Art. 1.225,CC. São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso 
 
 
 
Momento Histórico: Com a mudança do estado liberal para o estado de 
social, os direitos reais continuam em transformação. 
 
“A PROPRIEDADE NÃO É FOGO APAGADO” – Diez-Picazo 
 
 
 
 
Direitos Reais 
Direito das Coisas – 7º semestre – 2014 
2 
 
Elementos da relação jurídica do direito real 
 
 
1) OBJETO: é a coisa. 
 
Definição de coisa: corpórea, concreta, material; se revela aos 
sentidos do homem, é tangível e tem valor econômico. 
 
“Só se tem propriedade sobre algo, uma coisa, que se revela aos 
sentidos do homem e tem valor econômico” 
 
 
� Coisas incorpóreas, imateriais, não são direitos reais. Ex. Direitos 
autorais – São considerados direitos personalíssimos. Não se pode falar 
em usucapião de uma música. 
 
� Revelam-se os sentidos do homem: aquilo que não pode ser visto, mas 
sim sentido. Ex. Gás, Energia, linha telefônica. 
 
� Site não é considerado direito real. Não se trata de um bem infungível. 
Fala-se em direitos de criação. 
 
� O corpo humano é direito real. Ex. Os cadáveres das faculdades de 
medicina são propriedades da faculdade. 
 
� As partes que podem ser separados do corpo humano, desde que não 
prejudiquem a saúde da pessoa são direitos reais. Ex. sangue, leite 
materno, cabelo, rim e etc. Possuem valor econômico, mas por força da 
lei não podem ser comercializados. Exceção: cabelo, que pode ser 
vendido. 
 
� Para o direito, você não é dono do seu corpo porque seu corpo é você! 
 
 
2) SUJEITOS: Credor e Devedor 
 
 
Realista: A relação jurídica tem de um lado o 
PROPRIETÁRIO e de outro a COISA. 
 
Obs. Foi superada pela doutrina, pois não existe relação 
entre pessoas e coisas. 
 
Teorias 
 Personalista: Relação Jurídica pressupõe pessoas. 
 
 Sujeito Ativo: Proprietário 
 Sujeito Passivo: ver abaixo 
3 
 
Teoria Personalista Clássica: O sujeito 
passivo é universal. Todos possuem a 
obrigação de não fazer. Devem respeitar os 
direitos de todos. Ex. não posso furtar os 
óculos de João. 
 Sujeito Passivo 
 
Teoria Personalista Moderna: Critica o 
sujeito passivo universal. Como alguém pode 
ter uma obrigação que não contraiu, não sabe 
que existe? 
O Sujeito passivo nas relações jurídicas do 
direito, só existirá/materializar quando os 
direitos forem: OFENDIDOS, AMEAÇADOS, 
VIOLADOS. Caso ao contrário, será uma 
situação jurídica e não uma relação jurídica. 
 
 
Cuidado: Por questão de segurança, e evitar erro: defenda a situação da teoria 
clássica, pois a teoria moderna ainda é muito pouco difundida. 
 
 Teoria Clássica: sujeito passivo UNIVERSAL 
Resumo 
 Teoria Moderna: sujeito passivo DETERMINADO 
 
 
 
3) CONTEÚDO: 
 
� O proprietário tem um poder sobre a coisa. Tira proveito da coisa que 
ela produzir. 
 
Ex. Compro um celular e o utilizo sem ter que pedir permissão a 
 outros. 
 
� Esse poder é erga omnes: oponibilidade absoluta 
 
 
 
 
 
 
 
 
� Art. 1.228, CC / Art. 5, Caput, CF / Art. 5, XXII, CF – Definição de 
Propriedade 
 
Art. 1.228,CC - O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor 
da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que 
injustamente a possua ou detenha. 
No Direito das Coisas, a propriedade é um poder de direito. 
O Direito confere poder sobre a coisa. 
Nos Direitos Pessoais é o vínculo que confere força obrigatória à relação. 
É uma faculdade do credor. É o liame entre o credor e o devedor. 
4 
 
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com 
as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam 
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a 
flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio 
histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. 
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer 
comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de 
prejudicar outrem. 
§ 3o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de 
desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse 
social, bem como no de requisição, em caso de perigo público 
iminente. 
§ 4o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel 
reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-
fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e 
estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras 
e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico 
relevante. 
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa 
indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença 
como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores. 
 
 
Art. 5º, Caput, CF- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
Art. 5º, XXII, CF - é garantido o direito de propriedade; 
 
 
� Direito real sobre bens móveis. Art. 1.226, CC 
 
Art. 1.226,CC - Os direitos reais sobre coisas móveis, quando 
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com 
a tradição. 
 
 
� Direito Real sobre bens imóveis. Art. 1227, CC 
 
Art. 1.227, CC - Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no 
Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 
1.247), salvo os casos expressos neste Código. 
 
� Jus vindicandi – Direito de Reivindicar. Art. 1228, Caput, CC 
 
Direito de Sequela Direito de perseguir e reivindicar a coisa 
 
Art. 1.228, CC - O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor 
da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que 
injustamente a possua ou detenha. 
 
 
� Na situação de locatário, ele não possui poder sobre a propriedade do 
imóvel locado e sim uma relação pessoal. 
� No usufruto, a pessoa possui poder sobre a propriedade 
5 
 
05/02 
 
Princípios e características dos direitos reais 
 
 
1) Princípio do regime jurídico rígido: confere liberdade restrita no 
campo da autonomia da vontade. 
 
Revolução Francesa – 1789 
 
� Declaração universal dos direitos do homem 
 
 Liberdade Negócios contratos 
 Igualdade propriedade é sagrada 
 Fraternidade Revolução Francesa. Declaração 
Universal dos Direitos do Homem. 
 
Código Napoleônico – 1804 
 
� Estabelece os valores da revolução: 
o Liberdade para os negócios 
o Garantia da propriedade 
 
Código Liberal – Liberalismo 
 
� Há rigidez quanto aos direitos reais 
 
� A propriedade sagrada é uma garantia de ordem pública 
 
Liberdade 
� Igualdade Todos são iguais perante a lei - FORMAL 
FraternidadeTransformação 
 
Estado liberal Estado Social 
 
� É o estado do bem estar 
 
� CF Social 
CC Liberal (século XIX) 
 
� Desafio: Ver a CC à luz, pelas lentes da CF 
 
� Constituição de Weimar “A propriedade obriga” 
 
Ter propriedade, significa ter obrigações com a sociedade. Porque 
a propriedade tem função social. É preciso usá-la de acordo com 
interesses sociais. 
 
6 
 
� Exemplo: propriedade rural não produtiva (abandonada) não 
possuí fim social. 
 
� A função social da propriedade, nasceu encíclica Mater et 
Magister 
 
 
� Código Civil é patrimonialista � Anacrônico 
 
 
2) Princípio da Tipicidade 
 
Art. 1.225, CC-São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; 
X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso. 
 
� Usufruto não se paga – pagou, não encaixa no tipo. 
 
� Art. 170, CC (conversão dos negócios jurídicos) Pode-se converter para 
o tipo adequado. 
 
Art. 170,CC - Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos 
de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir 
supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. 
 
� A lei define o tipo e seu conteúdo. 
• Ninguém pode criar em contrato, tipos de direitos reais que não 
estejam na lei. 
• Há a subjunção do fato ao tipo existente, limitando a autonomia 
da vontade. 
• Só se adquire direitos reais pelos meios previstos em lei. 
 
 
Registro do título de aquisição 
 Usucapião 
Aquisição propriedade imóvel Sucessão 
 Acessão (vem de acessório, que segue 
 o principal) 
 
� O rol do Art. 1.225, Código Civil é numerus clausus (número fechado)? 
� Não, pois o congresso pode criar novos tipos. 
 
7 
 
12/02 
 
 
3) Princípio da Publicidade 
 
� Decorrente dos princípios anteriores 
 
� Ela é necessária, obrigatória. Pois sem ela, não constitui direito real 
 
� Erga Omnes 
 
� Art. 1226,CC. Só se adquire com a tradição 
 
Art. 1.226,CC - Os direitos reais sobre coisas móveis, quando 
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com 
a tradição. 
 
� Art. 1227, CC. Só se adquire com o registro do imóvel. 
 
Art. 1.227, CC - Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou 
transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no 
Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 
1.247), salvo os casos expressos neste Código. 
 
� A escritura pública sem registro não tem valor nenhum? 
Tem! Na medida em que estabelece direitos e deveres entre as partes. 
 
• Mas com a publicidade se adquire direito real de propriedade, 
gerando oponibilidade erga omnis. 
 
 
Imóveis – Registro de imóveis. Art. 1227,CC 
 
Necessárias 
Móveis – Tradição. Art. 1226, Código Civil. A visibilidade 
da posse dá a publicidade. Também na venda de 
automóvel; documento de transferência de automóvel 
possui somente fim administrativo. 
 
 
4) Princípio da Especialidade 
 
� O que não é comum, diferente, não se confunde. 
 
� Só se tem direitos reais sobre coisa que não se confunde com outras. 
 
� Em coisas móveis, não há propriedade sobre coisa fungível. 
 
 
 
 
8 
 
5) Princípio da aderência ou inerência 
 
� Justifica o direito de sequela � direito de perseguir. 
 
� Os direitos reais são ambulatórios, seguem a coisa. 
 
� O direito de gozo, fruição, reinvindicação, está na própria coisa. 
 
 
6) Elasticidade 
 
Obrigações “Propter Rem” 
 tipicidade prevista em lei 
 
� Somente o dono da coisa 
 
� Direito de marcar – Concorra com a demarcação. 
• Pagar metade das despesas 
• Emprestar a escritura 
 
� O proprietário tem a obrigação com o imóvel. Art. 1297,CC 
Art. 1.297, CC - O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou 
tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode 
constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre 
os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos 
destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os 
interessados as respectivas despesas. 
§ 1o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como 
sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, 
presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os 
proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com 
os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as 
despesas de sua construção e conservação. 
§ 2o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de 
março divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum 
acordo entre proprietários. 
§ 3o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de 
animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem 
provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está 
obrigado a concorrer para as despesas. 
� Art.1315, CC – Exemplo do bem que foi deixado para os 2 filhos – São 
os condôminos. 
Art. 1.315, CC O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a 
concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a 
suportar os ônus a que estiver sujeita. 
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. 
 
 
9 
 
� Art. 1316, CC – Renúncia da coisa. 
Art. 1.316, CC- Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e 
dívidas, renunciando à parte ideal. 
§ 1o Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia 
lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na proporção dos 
pagamentos que fizerem. 
§ 2o Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será 
dividida. 
 
 Usufrutuário 
 
 Jus utendi – usar 
Jus fruendi – Fruir/gozar 
Núcleo Mínimo PODERES Jus abutendi – Dispor 
Da Propriedade Jus vindicandi – Reivindicar 
 
 
 
 
� Quando se entrega em usufruto, se transfere o jus utendi e o jus 
fruendi, passando a ser o nu proprietário. � A propriedade é limitada. 
 
� A morte extingue o usufruto. 
 
� A elasticidade é a capacidade de desmembramento ou consolidação dos 
direitos reais. 
 
 
 
 
 
� Não aceita cláusula potestativa pura. 
 
� O usufruto não se transmite a terceiros 
 
� Usufruto não é transmissível (CIDA – cônjuge, irmão, descendente e 
ascendente) por parte do recebedor. 
 
 
 
 
 
Direitos Reais Direito Pessoal 
Objeto � a coisa Objeto � a prestação 
Poder sobre a coisa Faculdade 
Oponibilidade Absoluta “Erga Omnes” Oponibilidade Relativa “Inter Pars” 
Publicidade Obrigatória Publicidade Facultativa 
Fruição/Aproveitamento – Direito 
(posso usar quando quiser) 
Fruição/Aproveitamento indireta 
(depende sempre de uma atividade 
do devedor) 
Quando se tem 
todos esses 
poderes, se tem 
propriedade 
plena. 
Direito Real é oponível contra todos. Não há revogação do usufruto, que é um 
direito real sobre coisa alheia, jus in re aliena. Também na servidão, uso e 
habitação. O usufrutuário pode renunciar. 
 
O usufruto nasceu no direito romano para dar segurança à mulher viúva de 
guerras. As mulheres não tinham direito sucessório. Pela morte do proprietário, 
o filho primogênito herdava tudo. 
10 
 
OBRIGAÇÃO Propter rem 
 
� Só o dono pode cumprir porque só quem tem a coisa encontra 
condições para cumprir a obrigação. 
Exemplo: Direito de demarcar: Pode-se exigir do vizinho que eleconcorra com a demarcação e pagar metade das despesas. É obrigação 
própria da coisa. A lei diz que se pode constranger, obrigar o proprietário 
a pagar. 
 
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer 
modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a 
proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos 
apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se 
proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. 
 
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer 
para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a 
que estiver sujeita. 
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos. 
Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, 
renunciando à parte ideal. 
§ 1o Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia 
lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na proporção dos 
pagamentos que fizerem. 
§ 2o Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será 
dividida. 
� Dívidas condominiais edilícias não podem evocar o Art. 1.315, Código 
Civil, e vendedor e comprador são devedores solidários. 
 
� IPTU não é propter rem. Impostos têm regra própria no CTN. Propter 
rem é do Direito Civil. 
 
� A obrigação propter rem deve atender ao princípio da tipicidade: deve 
estar em lei. Exemplo: a obrigação de pagar uma associação de 
moradores de condomínio ou bairro não está prevista em lei, não tem 
tipicidade, por isso não é propter rem. 
 
� O obrigação propter rem não é direito real nem pessoal. Mista? 3º 
gênero? 
 
11 
 
� A obrigação de pagar a uma associação de moradores de condomínio 
não tem tipicidade, e por isso não é propter rem. 
 
 
17/02 
 
Regimes jurídicos constitucionais dos direitos reais (PROVA) 
 
 
� Invioláveis 
 
Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
� Garantia 
 
Art. 5, XXII,CF - é garantido o direito de propriedade 
 
 
� Função social 
 
Art. 5, XXIII, CF - a propriedade atenderá a sua função social 
 
� Devido Processo Legal – Judicial 
 
Art. 5, LIV, CF - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens 
sem o devido processo legal; 
 
 
� Art. 60,CF A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
 abolir: 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
� Função Social: não está ligado aos direitos patrimoniais e sim aos 
direitos pessoais, saúde, vida, liberdade, meio ambiente, dignidade, flora 
ou fauna. 
 
� Imóvel em acordo plano “diretor” 
• Rural: reforma agrária 
• Urbano: sanções progressivas 
 
� Função Social: Cláusula aberta 
• Aplicação sistemática dos valores da constituição federal 
 
� Função Social: Legitimação 
• Deixando de existir legitimação, o direito de propriedade deixará 
de existir, se tornando violável. 
12 
 
Exemplo: Cláusulas abertas: 
 -Função social: contratos 
 -Boa-fé objetiva: Direito Civil 
 
 
Constituição Federal – visão geral da propriedade. 
 
Art. 5º,CF- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes. 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade 
ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia 
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta constituição; 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá 
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, 
se houver dano. 
Art. 170,CF- A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano 
e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
Art. 176,CF- As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os 
potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, 
para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida 
ao concessionário a propriedade do produto da lavra. 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos 
potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser 
efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, 
por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua 
sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições 
específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira 
ou terras indígenas. 
§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da 
lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 
§ 3º - A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as 
autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou 
transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. 
§ 4º - Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do 
potencial de energia renovável de capacidade reduzida. 
 
Art. 182,CF A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder 
Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo 
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o 
bem- estar de seus habitantes. 
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para 
cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de 
desenvolvimento e de expansão urbana. 
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às 
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. 
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa 
indenização em dinheiro. 
13 
 
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área 
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do 
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu 
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
I - parcelamento ou edificação compulsórios; 
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no 
tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de 
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de 
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor 
real da indenização e os juros legais. 
Art. 184,CF - Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de 
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, 
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula 
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir 
do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de 
reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. 
§ 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório 
especial, de rito sumário, para o processojudicial de desapropriação. 
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida 
agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de 
reforma agrária no exercício. 
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações 
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária 
Art. 216, CF - Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza 
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de 
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores 
da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 
I - as formas de expressão; 
II - os modos de criar, fazer e viver; 
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados 
às manifestações artístico-culturais; 
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. 
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e 
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, 
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento 
e preservação. 
§ 2º - Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da 
documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a 
quantos dela necessitem. 
§ 3º - A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens 
e valores culturais. 
§ 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da 
lei. 
§ 5º - Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de 
reminiscências históricas dos antigos quilombos. 
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de 
fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, 
para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação 
desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
14 
 
II - serviço da dívida 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados. 
Art. 225, CF - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as 
presentes e futuras gerações. 
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material 
genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos 
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies 
ou submetam os animais a crueldade. 
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público 
competente, na forma da lei. 
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e 
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o 
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua 
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a 
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por 
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização 
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. 
 
 
 
PROPRIEDADE 
 
 
 
� Poder sobre a coisa 
• Poder Direto 
• Ficção (não vejo) 
 
15 
 
� Posse do poder de fato 
• Real (vejo) 
• Protegido juridicamente 
 
 
TEORIAS DA POSSE 
 
 
Há duas correntes, ambas do século XIX 
 
� Subjetiva - Savigny 
O possuidor se identifica com a pessoa que tem o animus de ter a 
posse. 
Corpus + animus. 
Para Savigny a posse caracteriza-se pela conjugação de dois 
elementos: o corpus, elemento objetivo que consiste na detenção física 
da coisa e o animus elemento subjetivo que se encontra na intenção de 
exercer sobre a coisa um poder no interesse próprio e de defendê-lo 
contra a intervenção de outrem. Não propriamente a convicção de ser 
dono – opinio seu cognitio domini – mas a vontade de tê-la como sua – 
animus domini ou animus rem sibi habendi - de exercer o direito de 
propriedade como se fosse o seu titular. 
 
� Objetiva – Ihering 
Afasta a vontade porque representa insegurança jurídica pois define a 
posse pelo insondável: a vontade. Considera a destinação da coisa. Se 
a conduta da destinação é de um proprietário. 
- O proprietário tem direito à posse. 
- Todo possuidor presume-se proprietário. 
Para Ihering não é o animus que define a posse. 
“A posse é a exteriorização da propriedade” 
“ A posse deve ser entendida como meio de defesa da propriedade, pois 
é mais fácil provar o fato que o direito.” 
 
O Art. 1196, Código Civil, indica a Teoria Objetiva como a adotada no Brasil. 
 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou 
não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
 
As duas teorias se conciliam. As ideias de Savigny estão presentes em Ihering, 
que as desenvolveu. 
 
Contudo... 
 
� Mais da metade dos imóveis urbanos no Brasil não estão em posse de 
seus proprietários por locação ou falta de registro. 
 
Porque... 
 
Clóvis Beviláqua, autor do Código Civil de 1916, já declarava em seu livro “Em defesa do 
Projeto do Código Civil”, que se inspirara na Teoria Objetiva de Ihering. 
16 
 
� As despesas de escritura pública e registro são altas e pesam no bolso 
do brasileiro; 
� Há pessoas que, por conta de ganhos, não declaram, evitam registro 
em seu nome; 
� Depois que a pessoa deixou de fazer o registro, pode haver 
impedimentos: a pessoa que vendeu, sumiu, morreu, separou-se e a 
esposa não quer assinar, etc. 
 
Súmulas do STJ reconhecem o direito do possuidor de se defender de ações 
como penhora. 
� Porque a posse deve ser tutelada � esta é uma tendência crescente. 
 
 
 
19/02 
 
 
Classificação da Posse 
 
1) DETENÇÃO: Não é posse 
 
 
Art. 1.198,CC - Considera-se detentor aquele que, achando-se 
em relação de dependência para com outro, conserva a posse 
em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções 
suas. 
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo 
como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra 
pessoa, presume-se detentor, até queprove o contrário. 
 
 
 
 
 -Relação de dependência 
SUBORDINAÇÃO -Ordens e Instruções 
 -Conserva posse em nome de outrem 
 
 
Exemplo: Caseiro – Não induz posse. 
 
� O detentor é um servo da posse. 
 
 
2) ATOS DE MERA PERMISSÃO OU TOLERÂNCIA: Não é posse 
 
 
Art. 1.208, CC - Não induzem posse os atos de mera permissão 
ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos 
violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou 
a clandestinidade. 
 
17 
 
Exemplo: 
- O vizinho a quem se permite atravessar pelo meio da propriedade 
Classificação da Posse 
 
 
1) Posse Direta e Posse Indireta 
 
Art. 1.197, CC - A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu 
poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não 
anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto 
defender a sua posse contra o indireto. 
 
 Real - usufruto 
� Temporária – Direta 
Pessoal – Contrato 
 
� Derivada 
 
� Não anula a posse de quem foi ela foi havida. 
 
� Comodante – posse indireta (ficção, de direito) 
� Comodatário – Posse direta (de fato, real) 
 
� Comodato, locação, depósito, mandato � de direito pessoal 
� Usufruto – posse direta – de direito real 
 
� De servidão 
- dominante tem posse direta 
- serviente tem posse indireta 
 
 
2) Posse justa ou posse injusta 
 
 
Art. 1.200, CC - É justa a posse que não for violenta, clandestina ou 
 precária. 
 
 Real 
 Violenta Viciada 
 Moral 
Injusta Clandestina Defeituosa 
 
 Precária (mora – obrigação de restituir) Ilícita 
 
 
 
Meio de aquisição da posse - Art. 1.203, CC - Salvo prova em contrário, 
entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. 
 
 
 
18 
 
� Clandestina 
� - o que é oculto 
� - adquirida sem publicidade, às ocultas (invasão à noite do MST) 
� - insidiosa, sem possibilidade de defesa. 
 
� Precária 
- que não tem estabilidade, pode mudar a qualquer momento. 
- quando o possuidor está em mora com uma obrigação de restituir, 
como o comodatário com o prazo vencido. 
 
� Quando adquire posse: 
 
Art. 1.208, CC. Não induzem posse os atos de mera permissão ou 
tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, 
ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a 
clandestinidade. 
 
-Produz os efeitos após cessar violência. 
Obs. Não se adquire a posse até cessar violência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24/02 – 
 
 
Classificação da Posse 
 
1) Direta e Indireta 
 
2) Justa e injusta 
 
 
3) Posse de boa-fé e de má-fé (exame subjetivo, a pessoa do possuidor) 
 
� Será a pessoa e se ela tem conhecimento do vício da posse. 
 
� Princípio da boa-fé. 
 
A ���� B ���� C 
 
- B toma a posse de A 
- C toma a posse de B � B entra com ação contra C. Porque caso se 
negue a B a ação contra C, seria como a lei do mais forte. 
- Portanto, B litiga contra C porque a posse de C em relação à B é ilícita. 
 
- Se B toma com violência de A, proprietário... 
- ... e A, 3 anos depois retoma com violência de B, este pode entrar com 
 ação contra A. 
O esbulhador não é possuidor direto, porque não é temporária e não há relação entre as partes. 
19 
 
Art. 422,CC - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na 
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de 
probidade e boa-fé. 
 
� Posse injusta é ilícita, mesmo da posse de boa-fé ou má-fé. 
 
� A diferença é de que se ele sabia ou não do vício. 
 
� Presunção da boa-fé 
 
 
Deveres ���� 
 
 
 
� A boa ou má-fé do possuidor é subjetiva porque diz respeito à pessoa e 
às circunstâncias em que adquiriu a posse. Se sabe, ou razoavelmente 
deveria saber, que a posse é ilícita, é de má-fé. 
 
� De boa-fé ou má-fé é posse injusta, ilícita: o possuidor sabia (má-fé) ou 
não sabia (boa-fé) da ilicitude. A diferença é o conhecimento do vício da 
posse. 
 
Art. 1.201, CC. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o 
obstáculo que impede a aquisição da coisa. 
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de 
boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não 
admite esta presunção. 
 
- Justo título: é o documento que seria hábil a transmitir a propriedade, não 
fosse a existência de um vício ignorado pelo adquirente (Doutrinário). 
 
Qualquer documento que possa trazer ao adquirente a convicção de que esse 
documento transfira a propriedade do direito sobre a coisa (Jurisprudencial) 
 
Ex. Contrato de compra e venda; Recibo de sinal, Nota Promissória e até 
“papel de pão”. 
É RELATIVO porque aceita prova em contrário. 
 
Art. 1.202,CC A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde 
o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor 
não ignora que possui indevidamente 
Ex. A pessoa descobre que a coisa não era de quem vendeu. 
 
Art. 219, CPC – A citação constitui o devedor em mora. 
Art.70, CPC – É possível fazer denunciação da lide. 
 
� As ações fundadas com direito real são imprescritíveis, pode-se propor 
ação reivindicatória. 
 
� Mas se houver usucapião por parte do possuidor, prescrição aquisitiva. 
- Informação 
- Probidade – antes, durante e depois. 
- Cooperação 
- Honestidade 
20 
 
� No Brasil o registro é causal, assim, vícios anteriores anulam todos os 
registros posteriores. (Na Alemanha, ao contrário, o registro é saneador) 
 
 
 
 
4) Posse Nova e Posse Velha 
 
O instituto já havia em Roma, a partir de uma consideração simples: 
quem tem uma posse antiga (mais que um ano e um dia) é mais forte 
que quem tem a nova (menos de um ano e um dia). 
 
� Contra alguém que tem posse velha, não cabe liminar. 
� Contra alguém que tem posse nova, cabe liminar. 
 
o No código de 1916, era o art. 508, no código de 2002 a 
realidade é diferente, está no art. 924, CPC 
 
Art. 924,CPC Regem o procedimento de manutenção e de 
reintegração de posse as normas da seção seguinte, quando 
intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; 
passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o 
caráter possessório. 
 
Quem tem posse Velha – Sem Liminar – Força Velha 
Quem tem posse Nova – Com liminar – Força Nova 
 
� O art. 273, CPC – antecipação da tutela é permitida. 
 
5) Ad usucpionem e ad interdicta 
 
� Ad usucapionem � O possuidor já tem os requisitos da usucapião, 
embora ainda não a tenha formalizado. 
 
� Ad interdicta � Dá ao possuidor o direito ao uso dos interditos 
possessórios (tutela). Direito de defesa 
 
� Ação publiciana � Vem do direito romano, Senador Públio. Então, o 
possuidor já tinha a posse com os requisitos da usucapião e direito a 
reivindicar. 
- Para a maioria da doutrina, não há ação publiciana no Brasil. 
- A proteção é a mesma. 
 
� No Brasil, todas são ad interdicta. 
 
6) Jus possidendi e jus possessionis 
 
Jus possidendi – Decorre da propriedade. Todo proprietário tem direito à 
posse. Quando se propõe ação reivindicatória ou petitória. 
 
O direito não socorre aos que dormem 
21 
 
Jus possessionis – A posse pela posse. A posse decorrente do fato. 
Propõe-se ação de reintegração de posse. É o que se discute em ações 
possessórias. 
� Onde se discute um, não se discute outro. 
 
 
26/02 
 
 
Efeitos da posse 
 
 
 Judicial (caput) – Interditos Possessórios 
1) Proteção Legal 
Extrajudicial ( §1) – Autotutela* 
 
 
Art. 1.210,CC- O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de 
violência iminente, se tiver justo receiode ser molestado. 
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou 
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os 
atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do 
indispensável à manutenção, ou restituição da posse 
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a 
alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa 
 
� O § 1º é uma exceção no ordenamento: o uso da própria força em favor 
do próprio direito. 
 
 
 Repelir uma agressão injusta e atual, meios 
 adequados e moderados 
 
 Legítima defesa – só quando há turbação 
*Autotutela 
 Desforço imediato – Esbulho 
 
Força contrária para recuperar a coisa 
 
� Em caso de TURBAÇÃO � Tem direito a manter-se na posse, livre dos 
atos de turbação. 
� Em caso de ESBULHO � Tem direito a restituir-se da posse 
� Em caso de VIOLÊNCIA IMINENTE � segurado 
 
 
 
 
 
 
 
TURBAÇÃO – Manter-se 
ESBULHO – Restituir-se 
VIOLÊNCIA IMINENTE - Segurado 
22 
 
TURBAÇÃO 
Ofensas contra o possuidor que embaraçam, dificultam, perturbam o exercício 
do poder. 
Para serem classificados como turbação, os atos têm que ser injustos, ilícitos. 
 
ESBULHO 
Perde-se a posse. É necessariamente injusto e ilícito. Se é justo e lícito, não é 
esbulho. 
Não associar esbulho a violência. Pode haver esbulho sem violência. 
Esbulho pode ser total ou parcial. 
 
LEGÍTIMA DEFESA 
Contra turbação. Pode se usar a força para repelir agressão atual, com 
moderação e com os meios adequados. 
 
DESFORÇO IMEDIATO 
Contra esbulho. É usar a força para recuperar a posse. 
“Faça logo”. – É a oportunidade que o esbulhado tem de restituir a posse antes 
que a situação se consolide, no “calor dos acontecimentos”, antes de “baixar a 
poeira”. 
 
� A polícia não pode se intrometer em questões possessórias. 
 
 
 
03/03 
 
Proteção judicial da posse 
 
Interditos possessórios. 
 
São as ações judiciais possessórias. 
São 3 e apenas 3 as ações possessórias, identificadas pela natureza da 
ofensa que sofreu o possuidor: 
 
1. Reintegração de posse 
Contra esbulho, perda injusta da posse. Art. 1270, caput, Código Civil e 
Arts. 926, ss, CPC. 
 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser 
molestado. 
Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e 
reintegrado no de esbulho. 
Art. 927. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
Il - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
23 
 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da 
posse, na ação de reintegração. 
Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o 
réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso 
contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu 
para comparecer à audiência que for designada. 
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a 
manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos 
representantes judiciais. 
Art. 929. Julgada procedente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de 
manutenção ou de reintegração. 
Art. 930. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o 
autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subseqüentes, a citação do réu para contestar a 
ação. 
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia (art. 928), o prazo para 
contestar contar-se-á da intimação do despacho que deferir ou não a medida liminar. 
Art. 931. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento ordinário. 
Deve-se provar: 
� Posse anterior 
� Que houve esbulho 
� A data em que ocorreu � para apurar � 
 
 
 
2. Manutenção da posse 
Contra turbação, em que a posse é prejudicada, atrapalhada, 
embaraçada. O possuidor tem o direito de manter-se na posse livre de 
turbação. 
 
Deve-se provar: 
� Que é possuidor, que tem posse. 
� Que está sendo turbado 
� Que continua na posse 
� A data em que ocorreu � para apurar � 
 
 
 
 
3. Ação de interdito proibitório. Arts. 932, 933, CPC. 
Contra ameaça de turbação ou esbulho iminente. O possuidor tem 
fundado temor de que ocorra esbulho e turbação e entra com a ação 
para obter a tutela da sua posse. 
Força nova (- que 1 ano e 1 dia) 
ou 
Força velha (+ que 1 ano e 1 dia) 
 
Força nova (- que 1 ano e 1 dia) 
ou 
Força velha (+ que 1 ano e 1 dia) 
 
Em ação contínua (vem sendo turbado há meses), se define a data pela última turbação. 
24 
 
 
Art. 932. O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na 
posse, poderá impetrar ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, 
mediante mandado proibitório, em que se comine ao réu determinada pena pecuniária, 
caso transgrida o preceito. 
Art. 933. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na seção anterior. 
Deve-se provar: 
� Que tem posse 
� Que há ameaça de esbulho ou turbação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
� Nas ações possessórias se discute fatos, a propriedade não tem 
relevância. 
� Nas ações reivindicatórias se discute a propriedade da coisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características das ações possessórias 
 
1. Audiência de justificação – para liminar 
Arts. 924 e 928, CPC 
 
Art. 924. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas 
da seção seguinte, quando intentado dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho; 
passado esse prazo, será ordinário, não perdendo, contudo, o caráter possessório 
 
Art. 928. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o 
réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso 
contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu 
para comparecer à audiência que for designada. 
NÃO HÁ OUTRA AÇÃO POSSESSÓRIA NO DIREITO BRASILEIRO! 
NÃO SE PROVA PROPRIEDADE NA AÇÃO POSSESSÓRIA. 
- Se você recebe um aviso via cartório ordenando que você abandone a posse, não é esbulho 
nem turbação. 
- Mesmo que o juiz conceda a liminar injustamente, você tem as medidas processuais. 
 
Sempre cabe liminar em: 
 
Reintegração de posse 
Manutenção de posse força nova 
Interdito possessório 
25 
 
 
 
� Colhe-se provas, em geral, testemunhas (até 3) apresentadas pelo 
autor. 
� A avaliação do juiz é perfunctória. 
� A audiência de justificação é prerrogativa do juiz. Pode deferir ou 
indeferir de plano. 
 
2. Cumulação de pedidos Art. 921, CPC 
Art. 921. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
Il - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; 
III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse. 
3. Fungibilidade das ações possessórias Art. 920, CPC 
Art. 920. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o 
juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos 
requisitos estejam provados. 
 
� Princípio da adstrição � a sentença está adstrita ao pedido. Não vale 
no processo possessório. 
Exemplo: Interpõe-se uma ação de interdito proibitório contra ameaça de 
esbulho. Antes de o juiz despachar, o esbulho ocorre. Por isso a 
fungibilidade nas ações possessórias. 
 
4. Natureza dúplice Art. 922, CPC 
 
Art. 922. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, 
demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da 
turbação ou do esbulho cometidopelo autor. 
 
Autor contra réu 
Duas vias 
 Réu contra autor 
 
Todas as ações possessórias têm natureza dúplice. O réu pode fazer 
um pedido contra o autor de natureza possessória. 
 
5. Exceção de domínio (no processo civil, exceção é igual a defesa) 
Art. 1210, Código Civil e Art. 923, CPC 
 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, 
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser 
molestado. 
 
Art. 923. Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao 
réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio. 
 
� A defesa da propriedade não pode ocorrer nas ações possessórias 
Só cabe pedido de liminar nas ações de força nova 
26 
 
12/03 (Continuação: Características das ações possessórias) 
 
 
6) Natureza da sentença judicial 
 
 
 Declaratórias 
 Positivas ou Negativas 
Pontes de Constitutivas 
Miranda 
 Condenatórias 
 
 Mandamentais – Ex. mandado de segurança, Despejo, 
 possessório. 
 Obs. Não tem fase de execução. 
 
� Declaratórias � Afirmam ou negam uma relação jurídica. 
 
� Constitutivas � Modificam as relações jurídicas 
� - negativa � divórcio 
� - positiva � paternidade 
 
� Condenatórias � Impõem ao réu a obrigação de fazer, não fazer, 
pagar ou restituir. 
 
� Mandamentais � O efeito que ela produz depende dela mesmo. 
Exemplo: mandado de segurança. 
 
� Sentença possessória é mandamental 
 
� Na reintegração não há prazo humanitário para saída. 
 
 
7) Ação possessória tem natureza REAL ou PESSOAL? 
 
Art. 10,Caput, CPC - O cônjuge somente necessitará do consentimento 
do outro para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. 
- Não encaixa a possessória 
 
Art. 10. §2, CPC - Nas ações possessórias, a participação do cônjuge 
do autor ou do réu somente é indispensável nos casos de composse ou 
de ato por ambos praticados. 
- Composse, posse comum, ambos são possuidores. Cita-se o 
cônjuge. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS IMPRÓPRIAS 
 
 
1) Ação de despejo? Não é possessória 
 
� Reintegração de posse: locação de automóvel � reintegração de posse. 
 
� Flat não é locação, pois é de curta duração �reintegração de posse. 
 
 
2) Embargos de terceiro? Também não é possessória 
 
� Terceiro que sofre constrição judicial 
 
Art. 1.046, CPC - Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação 
ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em 
casos como o de penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação 
judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer 
Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos. 
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou 
apenas possuidor. 
§ 2o Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, 
defende bens que, pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em 
que os possuir, não podem ser atingidos pela apreensão 
judicial. 
§ 3o Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse 
de bens dotais, próprios, reservados ou de sua meação. 
 
 
3) Nunciação de obra nova? Não é possessória 
 
� Vizinho que causa problemas em sua residência, por efeitos da obra que 
esta executando. Exemplo Bate estaca para fundação, gera vibração no 
solo e racha suas paredes. 
 
� Pode ser extrajudicial (previsto na lei) – o vizinho pode embargar a obra, 
mas precisará de 3 testemunhas para confirmar. Art. 394 e 940, CPC. 
 
 
4) Imissão na posse. Não é possessória 
 
� O adquirente contra o alienante. Para que o adquirente seja imitido na 
posse que nunca teve. 
 
Exemplo: Compra o terreno, chegando ao terreno existe outra pessoa lá. 
Ação Reivindicatória. 
 
 
 
 
 
28 
 
Efeitos da Posse 
 
 
1) Proteção Legal 
 
2) Percepção dos Frutos 
 
Quanto a sua natureza 
 
Naturais. Ex. Laranja 
 
Natureza Civis. Ex. juros, aluguéis, dividendos 
 
Industriais 
 
 
Quanto a sua percepção 
 
 Pendentes: ainda não separados da coisa. A laranja no pé 
 
 Percebidos: quando são colhidos 
Percepção 
 Percipiendos: são pendentes que já deveriam ter sido colhidos 
 
 Estantes: colhidos e armazenados 
 
 Consumidos: já não existem mais 
 
 
- Herdeiro aparente vende fazenda de laranja a terceiro de boa-fé. 
- Entre a posse e a citação há várias safras 
-O herdeiro real pede indenização de todos os frutos que deixou de receber 
 
 
� Possuidor de boa-fé 
 
Art. 1.214, CC - O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, 
aos frutos percebidos. 
 
29 
 
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé 
devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e 
custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com 
antecipação. 
 
� Possuidor de Má-fé 
 
Art. 1.216, CC - O possuidor de má-fé responde por todos os 
frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa 
sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu 
de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio. 
 
� Em caso de terreno limpo. 
Boa-fé na posse, a partir do momento que for citado, será considerado 
má-fé e será calculado um valor de aluguel pelo período que ficou de 
má-fe 
Mas se possuí má-fé desde a posse, será cobrado aluguel desde o 
momento que tomou posse. 
 
� Casa alugada, e o pagamento do aluguel é todo dia 1o do mês. Ocorre a 
citação no dia dia 15. 
Segundo o Art. 1.215,CC - Os frutos naturais e industriais reputam-se 
colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se 
percebidos dia por dia. 
Com isso, pagará 15 dias de aluguel e não 30 dias. 
 
 
 
17/03 
 
 
Efeitos da Posse 
 
 Perecimento 
3) Riscos sobre a coisa deterioração 
 
Efeitos da posse quanto aos riscos sobre a coisa: perecimento e 
deterioração 
 
Boa-fé – Art. 1217,CC – Não responde, mas se der causa, responde. 
 
Art. 1.217,CC. O possuidor de boa-fé não responde pela perda 
ou deterioração da coisa, a que não der causa. 
 
Má-fé – Art. 1218, CC – Responde 
 
Art. 1.218,CC - O possuidor de má-fé responde pela perda, ou 
deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que 
de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do 
reivindicante. 
 
30 
 
4) Benfeitorias e Direito de Retenção 
 
Necessárias: manutenção e conservação (imprescindível) 
Úteis: melhora o aproveitamento da coisa 
Voluptuária: prazer e deleite, embelezamento. 
 
 
 Necessárias Direito de Retenção 
 Indenização Úteis 
 
Boa-fé 
 Levantar (remover) Voluptuárias 
 
 
Desde que não cause dano ao imóvel. 
A decisão cabe ao proprietário do imóvel se desejar ficar ou não 
 com a benfeitoria 
 
 
Art. 1.219,CC. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização 
das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às 
voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o 
puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de 
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
 
 
 
 Indenização Necessárias Sem direito de Retenção 
Má-fé 
 Úteis 
Sem Indenização Sem direito de retenção 
 Voluptuárias 
 
 
Art. 1.220, CC. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas 
somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de 
retenção pela importância destas, nem o de levantar as 
voluptuárias. 
 
 
 
Tempo de Evicção 
 
 
 Boa-fé Má-fé 
Posse citaçãosentença 
 
 Nec 20 Nec 20 
 Uteis50 Uteis 50 
 evicção 
 
31 
 
 
Art. 1.221, CC- As benfeitorias compensam-se com os danos, e 
só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda 
existirem. 
 
Art. 1.222,CC - O reivindicante, obrigado a indenizar as 
benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o 
seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará 
pelo valor atual. 
 
 
 
 
Aquisição da propriedade pela acessão 
 
Acessão é meio de aquisição de propriedade imóvel, é o efeito da 
acessoriedade (o acessório depende do principal). 
 
O acessório segue o principal, consequentemente o proprietário do principal 
também é proprietário do acessório, por acessão. 
 
� Meios de Aquisição 
• Registro do título translativo (RI) 
• Usucapião 
• Sucessão “causa mortis” 
• Acessão 
 
 
 
 
É diferente de 
 
 
 
 
� Classificação (art. 1248,CC) 
 
Formação de Ilhas (Art. 1249,CC) 
• Naturais Aluvião (Art. 1250,CC) Águas 
Avulsão (Art. 1251,CC) Particulares 
Abandono de Álveo (1252,CC) 
 
Não cai na prova 
 Rios não navegáveis 
 
 
 Construções 
• Artificiais 
Plantações 
 
A acessão é coisa nova, acessória, que aumenta o volume o valor da principal. 
Benfeitoria é melhoramento em coisa já existente 
32 
 
19/03 
 
Meios de aquisição da propriedade imóvel 
 
1. Acessão 
 
� O acessório segue o principal, sem exceção. 
 
� Vedação ao enriquecimento sem causa 
 
� Prevalece o interesse social/público sobre interesse privado 
 
 Terreno Material Solução 
1aHipótese Próprio Próprio - 
 
 
2aHipótese 
 
 
Próprio 
 
 
Alheio 
- O proprietário do terreno 
será o dono do material, pois 
o acessório segue o principal. 
- Construtor de Boa-fé: o dono 
do material não terá mais 
direto sobre o material, mas 
terá direito a indenização do 
valor do material pelo 
construtor. 
-Construtor Má-fé: 
Indenização do valor do 
material + perdas e danos ao 
dono do material 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3aHipótese 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alheio 
 
 
 
 
 
 
 
 
Próprio 
- O proprietário será o dono 
da construção, pois o 
acessório segue o principal 
-Construtor de boa –fé: perde 
o que construiu e recebe 
indenização. 
Exceção: Quando a 
construção exceder 
consideravelmente, ocorrerá a 
acessão inversa, desde que 
praticado de boa-fé pelo 
construtor. Art. 1255, 
parágrafo único, CC. 
- Construtor de Má-fé: Não se 
aplica a acessão inversa, 
deverá devolver o terreno nas 
condições originais e ainda 
pagará uma indenização ao 
proprietário. Art. 1255,CC 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
4a Hipótese 
 
 
 
 
 
 
 
Alheio 
 
 
 
 
 
 
 
Alheio 
- O proprietário será o dono 
da construção, pois o 
acessório segue o principal 
- Construtor de má-fé: não 
terá direito a indenização e 
deverá pagar o dono do 
material + perdas e danos. O 
dono do material não poderá 
cobrar indenização do 
proprietário do terreno. 
-Construtor de boa-fé: 
receberá indenização e 
deverá pagar o dono do 
material. Caso o construtor 
não pague o dono do 
material, este poderá cobrar 
do proprietário do terreno. 
Art.1257, Parágrafo único, 
Código Civil 
5a Hipótese Alheio Alheio Situação em que ambas as 
partes agem de má-fé 
(proprietário e construtor). 
Uma situação anula a outra. 
Art. 1256, Código Civil 
 
Exemplo Acessão Inversa: Quando o valor da construção exceda 
consideravelmente o valor do terreno. O terreno se tornará acessório e a 
construção principal. O construtor deverá indenizar o proprietário do terreno. 
Art. 1255, parágrafo único, CC. 
 
Exemplo em que ambos praticam má-fé, na hipótese 5 
Quando o proprietário do terreno observar que seu terreno foi invadido e 
“acompanha” a construção da casa pelo construtor, para então somente 
reivindicar a sua propriedade e ficar com construção. 
Nesse caso, será anulada. 
Situação A) O proprietário deverá indenizar o construtor. 
 B)Caso o valor da construção ultrapasse o valor do terreno, ocorrerá 
 acessão inversa. 
 
 
Art. 1.253,CC Toda construção ou plantação existente em um terreno 
presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o 
contrário. 
 
Art. 1.254,CC Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio 
com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade 
destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por 
perdas e danos, se agiu de má-fé. 
 
34 
 
Art. 1.255,cc Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio 
perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; 
se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. 
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder 
consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou 
edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da 
indenização fixada judicialmente, se não houver acordo. 
 
Art. 1.256,CC Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o 
proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o 
valor das acessões. Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, 
quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e 
sem impugnação sua. 
 
Art. 1.257,CCO disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não 
pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os 
empregou em solo alheio. 
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais 
poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não 
puder havê-la do plantador ou construtor. 
 
6ª hipótese: Situações em que parte da construção invade terreno alheio 
 
Art. 1.258,CC. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, 
invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, 
adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, 
se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por 
indenização que represente, também, o valor da área perdida e a 
desvalorização da área remanescente. 
 
Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos 
neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do 
solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da 
construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder 
demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção. 
 
Art. 1.259,CC Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo 
alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte 
do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor 
que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da 
desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a 
demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que 
serão devidos em dobro 
 
7ª hipótese – A construção de boa-fé excede em 5% - Art. 1259, Código Civil 
 
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio 
exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo 
invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a 
invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da 
desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a 
demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que 
serão devidos em dobro. 
 
 
5% 
35 
 
24/03 
 
 
2) Aquisição da propriedade pelo registro de imóveis� É a forma mais comum e mais importante 
(ver Direito registral e notarial no blog do Garbi: 
http://blogdogarbi.wordpress.com//?s=direito+registral&search=Ir) 
 
� A aquisição do imóvel pelo registro decorre de escolha do legislador 
brasileiro 
 
SISTEMAS DE AQUISIÇÃO 
 
ROMANO ���� Pela tradição – entrega + animus de transmitir a propriedade. 
Elemento volitivo (da vontade) livre e regular. 
� Influenciou o mundo ocidental. 
� No Brasil já se aplicou o Corpus Iuris Civilis na época colonial, em 
subsidiariedade à ordenações portuguesas. 
 
FRANCO-LUSO-ITALIANO OU FRANCO-ITALIANO 
� Influenciou o direito brasileiro 
� O meio de transmissão da propriedade é o contrato, acabado, 
aperfeiçoado. 
� A tradição é a execução do contrato 
� A publicidade se dá pelo registro que é facultativo e tem por objetivo 
apenas assegurar a oponibilidade contra terceiros. 
 
GERMÂNICO 
� É filiado ao direito romano, tem suas bases nele. 
� O que transmite a propriedade é a tradição 
� O registro é a tradição solene para coisas imóveis. É como se transmite 
na Alemanha. 
� O registro tem função saneadora. 
� O registro tem certa autonomia, como outro ato que dá efeito ao 
contrato. 
� O registro “limpa” o título dos vícios e defeitos que o contrato possa ter. 
Não há mais risco de evicção. Se houver evicção, o Estado responde 
por ela. 
� A presunção de propriedade que decorre do registro é absoluta. 
 
NO BRASIL ���� ROMANO-GERMÂNICO 
 
� Tradição para bens móveis e registro para bens imóveis. 
� Diferenças: 
- Arts. 1245 e 1267, Código Civil. 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro 
do título translativo no Registro de Imóveis. 
36 
 
§ 1o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a 
ser havido como dono do imóvel. 
§ 2o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação 
de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente 
continua a ser havido como dono do imóvel. 
 
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios 
jurídicos antes da tradição. 
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente 
continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao 
adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de 
terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião 
do negócio jurídico. 
� No Brasil o contrato não transmite a propriedade. 
 
� O registro no Brasil é causal. A validade do registro é determinada pela 
validade do título registrado. É causal, porque ligado a sua causa, o 
negócio jurídico que o antecede. 
 
� O registro vale se o contrato vale; se o contrato é nulo, o registro á nulo. 
 
� PORTANTO � A presunção de propriedade do registro é relativa: juris 
tantum. 
 
� O Estado brasileiro não responde pela eventual evicção, apenas pelo 
dolo do registrador. 
 
REGISTRO DE IMÓVEIS 
� Surgiu no Brasil com a lei orçamentária 317 de 1843 que criou o registro 
de hipotecas. 
 
� Até então se fazia o registro nos livros da Igreja. 
 
� Os bancos que emprestavam dinheiro contra hipoteca queriam 
sedimentar a garantia. 
 
� Depois veio a lei 601/1850 que oficializou o registro paroquial. 
 
� Logo depois, a lei 1.237/1864 criou o registro geral de imóveis (geral 
porque antes havia o de hipotecas). 
 
� Com a República – 1889 – o Estado se torna laico, separando-se da 
Igreja. 
 
37 
 
� Em 1916 com o Código Civil, se adotou o registro de imóveis, muito 
semelhante ao de hoje, que usava o sistema da transcrição. 
 
Transcrição 1916 ~ 1977 
 
� É um processo de registro diferente do de hoje. 
 
� Transcreve-se em livro próprio o que consta da escritura 
 
� Com a lei 6.015/73, a Lei de Registros Públicos – que teve 4 anos de 
vacatio legis – entra o novo sistema. 
- Substitui a transcrição pelo registro. 
- A transcrição vira matrícula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os cartórios de registro de imóveis 
 
Art. 236, CF 
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por 
delegação do Poder Público. 
§ 1º - Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos 
notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus 
atos pelo Poder Judiciário. 
§ 2º - Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos 
aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro. 
§ 3º - O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de 
provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de 
concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses. 
Os serviços notariais e de registro serão exercidos por entidade privada, por 
delegação do serviço público – Lei 8.935/94. 
Quem promove o concurso público é o judiciário do Estado. 
O prazo para preenchimento das vagas é de 6 meses. 
 
Notações na alteração das matrículas 
 
Mudança de propriedade 
� R1, R2, R3 e sucessivamente 
 
Alterações sem mudança na propriedade, como em 
alterações de área, hipotecas, etc. 
� Av1, Av2, Av3 e sucessivamente 
 
38 
 
26/03 
Aquisição da propriedade imóvel pelo registro do título translativo. 
 
 
CARTÓRIOS 
 
Judiciais 
Ligados à atividade do juiz, os cartórios de vara são os ofícios. São estatais, 
integrados por funcionários concursados. 
 
 
Extrajudiciais 
 
 
 
Estão fora da atividade jurisdicional. Art. 236, CF. 
 
São privados. Seus titulares são nomeados através de concurso público de 
provas e títulos. 
 
 
Cartórios de Registro 
 
O titular é registrador, ou oficial de registro. 
 
1. Cartório de Registro de Imóveis 
2. Cartório de Registro civil de pessoas naturais ou pessoas jurídicas 
3. Cartório de Registro de Títulos e Documentos 
- O registro de PJ registra os estatutos 
- O registro de Títulos e Documentos serve para conservação e 
publicidades 
 dos documentos. 
 
 
Cartórios de Notas 
 
O titular é tabelião. 
 
1. Tabelionato � são os cartórios de notas propriamente dito 
2. Protesto � Tabelião de protestos. 
 
 
 
 
 
� Cada Cartório de Registro de Imóveis tem uma circunscrição imobiliária, 
que fica em uma circunscrição imobiliária, a comarca. 
 
� O judiciário estadual fiscaliza os cartórios – Lei 8.935/94. 
Cartórios de Notas 
Cartórios de Registro 
Ata Notarial 
Registra um fato de que o tabelião tomou conhecimento. Só ocorre no cartório de notas. 
 
39 
 
� A fiscalização do judiciário aos cartórios se chama corregedoria, faz a 
correição. 
 
� O corregedor geral da justiça é um desembargador eleito para um 
mandato de 2 anos, sem reeleição. 
 
� Atua em cartórios extrajudiciais e justiça de 1ª instância. 
 
� O corregedor geral delega a outros corregedores � o corregedor 
permanente, um juiz de direito, que, enquanto estiver naquele juízo, fica 
como corregedor. 
 
� O corregedor dos desembargadores é o presidente do TJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 
 
Cartórios de Registro ���� É estática, só faz (ou não faz) o registro. 
 
Cartórios de Notas ���� É dinâmica, dá forma jurídica ao negócio, é 
como um consultor que participa do ato. É imparcial, auxilia ambas as 
partes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A lei confere ao corregedor – geral e permanente – 2 poderes: 
 
Hierárquico: poder de organizar o serviço 
 
Disciplinar: Poder de instaurar procedimentos administrativos contra 
administradores notariais, aplicando pena de advertência, multa, suspensão e perda 
da delegação. 
Lei 8.935/94 
DasAtribuições e Competências dos Notários 
 
 Art. 6º Aos notários compete: 
 I - formalizar juridicamente a vontade das partes; 
II - intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou queiram dar 
forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo os instrumentos 
adequados, conservando os originais e expedindo cópias fidedignas de seu 
conteúdo; 
 III - autenticar fatos. 
 
 Art. 7º Aos tabeliães de notas compete com exclusividade: 
 I - lavrar escrituras e procurações, públicas; 
 II - lavrar testamentos públicos e aprovar os cerrados; 
IV - reconhecer firmas; 
 V - autenticar cópias. 
Parágrafo único. É facultado aos tabeliães de notas realizar todas as gestões e 
diligências necessárias ou convenientes ao preparo dos atos notariais, requerendo 
o que couber, sem ônus maiores que os emolumentos devidos pelo ato. 
 
Art. 8º É livre a escolha do tabelião de notas, qualquer que seja o domicílio das 
partes ou o lugar de situação dos bens objeto do ato ou negócio. 
40 
 
Princípios ���� para os Cartórios de Notas 
1. Princípio da fé pública – Art. 3º, Lei 8.935/94. 
Art. 3º Notário, ou tabelião, e oficial de registro, ou registrador, são profissionais do 
direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de 
registro. 
� Determina a presunção de autenticidade e veracidade do documento. 
- Se o documento é público, quem alega a falsidade deve prova-lo. 
- Se o documento é privado, quem o apresenta deve prova-lo. 
 
2. Princípio da juridicidade, tecnicidade. 
- Determina que o tabelião tem habilidade jurídica e técnica para dar 
forma ao negócio jurídico. 
 
3. Princípio da cautelaridade 
- O tabelião dá segurança ao negócio jurídico. 
 
4. Princípio da Imparcialidade 
- O tabelião é imparcial. 
 
5. Princípio Rogatório 
- É o da inércia. O tabelião só age a pedido, a rogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Deveres dos notários e registradores – Art. 30, Lei 8.935/94 
Código Civil – Requisitos indispensáveis da escritura pública. 
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova 
plena. 
§ 1o Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter: 
I - data e local de sua realização; 
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si, 
como representantes, intervenientes ou testemunhas; 
III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, 
com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação; 
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes; 
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato; 
VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos a leram; 
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto legal, 
encerrando o ato. 
§ 2o Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz assinará por ele, a seu 
rogo. 
§ 3o A escritura será redigida na língua nacional. 
§ 4o Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não entender o idioma em 
que se expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na 
localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento bastantes. 
§ 5o Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder identificar-se por documento, 
deverão participar do ato pelo menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade. 
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Art. 30. São deveres dos notários e dos oficiais de registro: 
I - manter em ordem os livros, papéis e documentos de sua serventia, guardando-os 
em locais seguros; 
 II - atender as partes com eficiência, urbanidade e presteza; 
III - atender prioritariamente as requisições de papéis, documentos, informações ou 
providências que lhes forem solicitadas pelas autoridades judiciárias ou administrativas 
para a defesa das pessoas jurídicas de direito público em juízo; 
IV - manter em arquivo as leis, regulamentos, resoluções, provimentos, regimentos, 
ordens de serviço e quaisquer outros atos que digam respeito à sua atividade; 
V - proceder de forma a dignificar a função exercida, tanto nas atividades profissionais 
como na vida privada; 
VI - guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza reservada de que 
tenham conhecimento em razão do exercício de sua profissão; 
VII - afixar em local visível, de fácil leitura e acesso ao público, as tabelas de 
emolumentos em vigor; 
 VIII - observar os emolumentos fixados para a prática dos atos do seu ofício; 
 IX - dar recibo dos emolumentos percebidos; 
X - observar os prazos legais fixados para a prática dos atos do seu ofício; 
 XI - fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que devem praticar; 
XII - facilitar, por todos os meios, o acesso à documentação existente às pessoas 
legalmente habilitadas; 
XIII - encaminhar ao juízo competente as dúvidas levantadas pelos interessados, 
obedecida a sistemática processual fixada pela legislação respectiva; 
 XIV - observar as normas técnicas estabelecidas pelo juízo competente. 
Princípios ���� para os Cartórios de Registros 
1. Princípio da inscrição 
- Decorre da obrigatoriedade de se fazer o registro para a aquisição da 
propriedade. É direito do adquirente e dever do registrador. Não há 
discricionariedade. 
 
2. Princípio da preferência ou prioridade 
- Tem prioridade o que 1º foi apresentado ao registro, no livro protocolo, 
em que se anotam cronologicamente os pedidos. 
 
 
 
 
O exame de qualificação em que o registrador examina o título 
pode durar 30 dias. 
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31/03 Princípios do registro de imóveis (continuação) 
 
3. Princípio da territorialidade 
- O registro só tem validade se realizado pelo cartório com competência 
territorial, ao qual pertence a circunscrição imobiliária. Caso contrário o 
registro é nulo. 
 
4. Princípio da unitariedade ou uniregistrabilidade 
- Só há uma matrícula para cada imóvel. Decorre do princípio da 
exclusividade – só há possibilidade de um titular do direito de 
propriedade. Se há 2, um não é dono. 
 
5. Princípio da instância ou rogatório 
- O registrador não pode agir de ofício, só a rogo, quando provocado. 
 
6. Princípio da Continuidade 
- Exige uma ordem lógica e racional entre os atos registrados. Impõe, 
consequentemente, uma continuidade entre os atos registrados. Deve haver 
uma conexão racional lógica, objetiva e subjetiva. 
 
� Continuidade Subjetiva � diz respeito às pessoas 
 
- A � B � C � D 
- Mas o registro ainda está em A Subjetiva 
- É preciso registrar antes C e D 
 
� Continuidade Objetiva � diz respeito aos atos. 
 
- O imóvel foi hipotecado em garantia 
- Tenho o documento de quitação da hipoteca Objetiva 
- Vendo o imóvel livre para B 
 
 
- Mas é preciso registrar (averbar) antes a quitação da hipoteca 
 
- Imóvel sujeito a usufruto 
- Usufrutuário morre Objetiva 
- É preciso cancelar o usufruto antes de vender 
 
 
 
 
 
- O registro tem efeito ex nunc 
- Os registros têm natureza constitutiva. Constituem direito de propriedade. 
- Desapropriação tem natureza declaratória 
- Óbito do usufrutuário tem natureza declaratória 
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7. Princípio da especialidade 
- A descrição do imóvel

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