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TEXTO ESCOLA NOVA

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1 
 
Escola Nova 
 
 
Exemplo de prática respaldada no modelo pedagógico escolanovista 
 
Ao estudar o conceito de fotossíntese, as partes de um vegetal, o professor orienta os 
alunos para que plantem um feijão no algodão. Quem de nós nunca plantou um 
feijãozinho no algodão para constatar o fenômeno da fotossíntese ou identificar as 
partes do vegetal? 
 
Veiga (2007) se pronuncia, quanto a organização geral da Escola Nova, assinalando 
que é um laboratório de Pedagogia prática. Procura desempenhar o papel de 
explorador ou iniciador das escolas oficiais. 
 
A Escola Nova está situada no campo, porque este constitui o meio natural das 
crianças que oferece possibilidades para empreendimentos simples. A Escola Nova 
organiza trabalhos manuais, rurais, de jardinagem, trabalhos livres; que tenham uma 
finalidade educativa e sejam de utilidade individual ou coletiva, que assegurem o 
espírito inventivo. 
 
Em matéria de educação intelectual, a Escola Nova procura abrir o espírito por uma 
cultura geral da capacidade de julgar, mais que por acumulação de conhecimentos 
memorizados. O processo de aprendizagem se dá por meio da aplicação do método 
científico, da observação, hipótese, comprovação, lei. 
 
O ensino será baseado na experiência. A aquisição dos conhecimentos resulta de 
observações pessoais, visitas a fábricas, prática de trabalho manual. A teoria vem 
sempre depois da prática, nunca a precede. 
 
 
 
 
 2 
A Escola Nova está baseada na atividade pessoal da criança. A Escola Nova deve ser 
um ambiente belo, como desejava Ellen Key*. A ordem e a higiene são as primeiras 
condições, o ponto de partida. 
 
* Ellen Karolina Sofia Key (11/12/1849 – 25/04/1926) foi uma escritora feminista que 
escreveu sobre diversos assuntos nas áreas de família, ética e educação. Nascida em 
Sundsholm Mansion, na Suécia, ela foi uma das primeiras em advogar a abordagem 
centrada na criança. Key sustentava que a maternidade é tão crucial para a sociedade 
que o governo, e não os maridos, é que deveriam sustentar as mães e seus filhos. 
Estas ideias relativas ao papel do Estado de manter as crianças influenciaram as Leis 
de diversos países. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ellen_Key 
 
Esse é um modelo de ensino que mobiliza a motivação pessoal, desperta o interesse 
do aluno, pois ele não ficaria mais parado, sentado para aprender através da 
memorização; mas, por sua vez, é importante ressaltar, à luz de educadores 
progressistas, que essa prática da constatação de fenômenos não garante visão crítica 
de mundo, sobre o que se está estudando, não garante formação emancipada 
socialmente e transformadora. 
 
O aluno apenas constata, entretanto, não é instigado a relacionar o que aprende aos 
fatos, à realidade. Ele estuda as partes do vegetal, mas, não discute sobre a fome, a 
miséria, a desigualdade social e, por vezes, se não for despertado por alguém, 
professores ou outras pessoas de seu convívio, acreditará que os fatos são inexoráveis. 
 
Quer ver outro exemplo? Aulas de culinária, aprender a ser prendado para 
corresponder às necessidades da sociedade: o papel de filha, de mãe. A discussão 
sobre o papel da mulher na sociedade fica para os professores críticos e progressistas. 
 
A educação, nessa perspectiva escolanovista, pragmatista, da prática pela prática, 
imediatista, com um fim em si mesmo, não é desvelada, não funciona como 
instrumento de libertação da condição de opressão. Por mais que as intenções de 
Anísio Teixeira e companheiros tenham sido de democratizar a escola pública, 
 
 
 
 3 
oferecendo um ensino de qualidade aos pobres para que tivessem melhores condições 
de vida; há notícias de que seus projetos de educação foram engavetados enquanto 
assumia cargos públicos. 
 
Era um idealista, mas a história não aconteceu, conforme Anísio sonhava: uma escola 
pública, de qualidade em que o aluno pudesse ter acesso à alimentação saudável, 
orientação para os estudos, acesso a recursos didáticos, professores capacitados. 
 
Contudo, não podemos afirmar que os professores de escolas públicas não estejam 
aptos a exercer a profissão. Bons e maus profissionais existem em qualquer domínio. É 
preciso lembrar que são professores concursados e as razões do comprometimento ou 
não deles com a formação das novas gerações são diversas, difícil de julgá-las. 
 
O objetivo das escolas pautadas nessa perspectiva “renovadora” ainda era fazer com 
que o aluno se desenvolvesse intelectualmente, apresentasse domínios cognitivo, 
afetivo e psicomotor e se ajustasse, se adaptasse socialmente. Importante reforçar 
que esse modelo pedagógico foi influenciado pela Psicologia que, por sua vez, 
recebeu influência das Ciências Naturais, o que ficou evidente, a partir dos nossos 
estudos sobre os pensadores de 1700 a 1900, na medida em que enfatizavam os 
aspectos biológicos. 
 
Nesse sentido, recebeu críticas de educadores contemporâneos, a partir da década de 
1960, considerados progressistas, pois, a Escola Nova continuou a reproduzir a 
estrutura social vigente, a acentuar a desigualdade social. Sabe por quê? Porque o 
aluno, o indivíduo, era o único responsável por seu sucesso ou fracasso escolar e na 
vida, por não possuir dons naturais, aptidão, capacidade intelectual que lhe 
permitisse dominar os conteúdos e obter a aprovação no final do período letivo. 
 
Vale destacar, aqui, para reforçar a presença da Psicologia na Pedagogia, as 
influências de Francis Galton, primo de Darwin, bem como de Binet, ambos da área 
médica, no sistema educacional brasileiro. 
 
 
 
 
 4 
Enquanto Galton, foi pioneiro na Psicometria — área da Psicologia que se vale da 
Estatística, da quantificação para identificar um modo de existência do sujeito, assim 
como o QI (Coeficiente Intelectual) e as aptidões (habilidades inatas) através de 
testes psicológicos; Binet foi criador da I Escala de Inteligência para Crianças. Seu 
objetivo era fazer uma previsão, a partir da aplicação de testes de raciocínio em uma 
amostra significativa de sujeitos, sobre o rendimento escolar. 
 
Uma faixa de normalidade seria traçada mediante a média apresentada pelos 
indivíduos testados. Aqueles que apresentassem resultados, abaixo da faixa de 
normalidade, a previsão era de que fracassaria na escola. Essa prática da testagem, 
no campo da Psicologia, veio a se refletir no sistema de ensino com a ampla 
disseminação de provas e testes, aproximadamente, após a década de 1940. 
 
Os alunos que não apresentassem resultados na média ou acima ficariam reprovados, 
sendo excluídos do sistema. Com esse discurso, não estamos afirmando que não se 
deve aplicar testes e provas, mas, que, talvez, possamos lançar mão de outros 
instrumentos e ter como expectativa que o aluno mobilize competências, saberes que 
ultrapassem a questão dominar conhecimentos. 
 
Veja você quando participa dos fóruns. Eis, aí, um espaço para avaliação: se o aluno 
participa dos fóruns, se a participação é superficial, se o aluno mostra autonomia nas 
respostas, se ele faz cópia de sites, se escreve qualquer coisa no último dia do prazo. 
Avaliar é muito complexo, mas, estamos convidando você, professor em construção, 
para que pense na formação integral, ou seja, um aluno que apresente domínio 
cognitivo, afetivo e psicomotor, e, acima de tudo, atitude diante da vida, da 
sociedade, que seja um cidadão consciente e com desejo de contribuir para a 
construção de uma sociedade mais digna e feliz de se viver. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Sistematizando informações sobre o modelo escolanovista 
 
Papel da escola: Preparação intelectual e desenvolvimento mentaldos alunos, 
atendendo-os em suas necessidades individuais, ajustando- os à sociedade. Escola 
proclamada para “todos”. Adaptação social. 
 
Organização da escola: Funções se confundem (autoridade disfarçada); afrouxamento 
das normas disciplinares. 
 
Professor: É o facilitador da aprendizagem, o auxiliador no desenvolvimento “livre” 
da criança. 
 
Aluno: Um ser “ativo”, centro do processo ensino-aprendizagem. 
 
Relação aluno-professor: Relação “democrática”, autoritarismo diluído na fisionomia 
de camaradagem. 
 
Pressupostos de aprendizagem: Aprendizagem baseada na motivação e no esforço 
pessoal e no estímulo do meio. 
 
Objetivos educacionais: Desenvolver a capacidade mental do aluno e a atividade 
prática. 
 
Conteúdos escolares/programáticos: Trabalhados a partir da experiência concreta do 
aluno. Conteúdo isolado. 
 
Método: Solução de problemas, desafios cognitivos, pesquisa, experimentos, 
experiência, jogos, trabalhos em grupo. Estudo do meio natural e social. Registro 
empírico. 
 
Avaliação: Valorização dos domínios cognitivo, afetivo e psicomotor.

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