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Introdução ao agronegócio Resumo

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Plantation: É uma expressão que classifica um sistema agrícola baseado em uma monocultura, isto é, grande propriedade agrária, cultivada com um único produto mediante a utilização de latifúndios e emprego de mão-de-obra barata, inicialmente escrava, voltada para a exportação. O termo latifúndio é utilizado para definir grandes propriedades rurais pertencentes a um pequeno grupo de indivíduos e que, de modo geral, apresentam grande quantidade de terras não exploradas e/ou com baixa produtividade. No Brasil, por exemplo, a plantation é usada em vastas porções do território nacional, principalmente nas áreas de cultivo de café e cana-de-açúcar, dois dos nossos principais produtos agrícolas de exportação.
A principal diferença entre a atividade cafeeira e os ciclos anteriores foi a introdução da mão-de-obra assalariada em substituição à mão-de-obra escrava.
O café foi a principal mercadoria da pauta de exportação brasileira ao longo de aproximadamente um século.
Certas culturas como a do algodão, a da cana-de-açúcar e da borracha apresentaram significativas participações na pauta de exportação em determinados períodos, dado o crescimento da demanda internacional por esses produtos. Entretanto, eles não proporcionaram o mesmo dinamismo econômico que o café no período em questão.
A Grande Depressão de 1929 reduziu a capacidade de importação norte-americana e européia, forçando os países a reestruturar suas atividades produtivas e a reorganizar o mercado interno. A indústria cafeeira, dependente da demanda internacional, sofreu um duro golpe com a diminuição das exportações, ao passo que a produção brasileira não parava de crescer, provocando superprodução e queda no preço do produto.
O desempenho da economia brasileira dependia do crescimento do setor cafeeiro. Em função da crise cafeeira da década de 1930, a economia nacional entrou em recessão. A saída encontrada para a crise foi o estímulo a outras atividades produtivas com o intuito de gerar emprego e renda. Nessa fase, verifica-se a diversificação da pauta agrícola bem como o desenvolvimento do processo de industrialização no país.
A indústria cafeeira teve um papel decisivo, contribuindo para o desenvolvimento econômico do Brasil. Os principais benefícios econômicos foram: geração de recursos financeiros, transferidos para outras atividades produtivas; ampliação da infra-estrutura a partir da criação de ferrovias, rodovias, entre outras ações; ampliação do sistema bancário e financiamento do setor industrial.
A questão do financiamento pode ser explicada, em parte, pelo aumento da captação de divisas (moeda estrangeira) originadas da exportação do café. As divisas adquiridas na boa fase da produção cafeeira possibilitaram a ampliação das importações de bens de capital (máquinas e equipamentos) para estruturação do parque industrial brasileiro.
A atividade cafeeira também viabilizou a estruturação do mercado de trabalho (absorvendo parte significativa dos imigrantes) e o processo de urbanização, ao mesmo tempo que expandiu o mercado consumidor.
O processo de industrialização avançou no Brasil em meados da década de 1940, com a expansão de fábricas do segmento têxtil, seguido da produção de gêneros alimentícios e de vestuário.
Um fator que explica o estímulo dado à industrialização a partir da segunda grande guerra é o processo de SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES, que motivou a produção interna de bens de consumo e bens intermediários (energia, aço, cimento e outros).
Substituição de Importações: Consiste em um processo que leva ao aumento da produção interna de um país e à diminuição das suas importações. Essa política permitiria a acumulação de capitais internos que poderiam gerar um processo de desenvolvimento auto-sustentável e duradouro. No Brasil, após a Segunda Guerra Mundial, a política de substituição de importações foi implementada com o objetivo de desenvolver o setor manufatureiro. Nesse sentido, o Brasil evoluiu de uma economia agrário-exportadora para uma economia industrial-urbana diversificada.
Surgiram as indústrias de processamento de produtos agropecuários, de arados, de máquinas de semear, que além de propiciarem a descaracterização do setor agrícola como pólo hegemônico da economia, instigaram a adaptação dos processos produtivos da indústria aos processos produtivos da agropecuária. Acentuou-se, portanto, a conexão entre a agricultura e a indústria.
Com a institucionalização do segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), a partir de 1967, ocorreu o redirecionamento do investimento, o que permitiu o estreitamento das relações entre a agricultura e a indústria. Esse plano contemplava o programa de substituição de importações para insumos modernos, de investimentos na infra-estrutura rural, de reorganização dos serviços de extensão e pesquisa e principalmente de crédito subsidiado para promover a industrialização da agricultura, isto é, promover a implantação e o crescimento da indústria fornecedora de insumos para o setor agrícola.
Denomina-se Complexo Agroindustrial (CAI) ou AGRIBUSINESS (AGRONEGÓCIO) o conjunto de atividades agrícolas e industriais interdependentes. Nesse sentido, é possível classificar o complexo agroindustrial como um conjunto de todas as operações envolvendo a produção e a distribuição de suprimentos agrícolas, as atividades de produção na propriedade, o armazenamento, o processamento e a comercialização de produtos agropecuários ou deles derivados.
A indústria de bens de produção e de insumos básicos para a agricultura pertence ao segmento a montante (precede o meio rural), e a indústria processadora de alimentos e matérias-primas pertence ao segmento a jusante (agroindústria). Somado a esses dois segmentos podemos incluir para formação do complexo agroindustrial a rede de distribuição dos produtos, que atinge o consumidor final.
Podemos dividir o Complexo Agroindustrial (agronegócio) em quatro segmentos:I. empresas a montante (empresas que fornecem insumos às empresas agropecuárias);II. empresas agropecuárias;III. empresas a jusante (empresas processadoras de produtos agropecuários);IV. empresas distribuidoras.
As principais correntes literárias que destacam a importância da agropecuária no processo de desenvolvimento econômico nacional analisam, basicamente, o cumprimento de cinco principais funções desse setor:1) atender à demanda por alimentos da população total;2) transferir capital para a expansão do setor não-agrícola;3) liberar mão-de-obra para ser utilizada em outros setores produtivos;4) ampliar o volume de divisas (moeda estrangeira), a partir da exportação do excedente de produção agropecuária, para aumentar a importação de insumos e bens de capitais necessários ao desenvolvimento de outras atividades econômicas;5) constituir-se em mercado consumidor dos setores secundário e terciário.
Uma das formas de medida do desempenho das atividades econômicas de um país consiste na avaliação do PIB, ou seja, na valorização de bens e serviços finais produzidos em território nacional em determinado período de tempo. Nesse sentido, o agronegócio apresenta forte participação na geração do PIB brasileiro.
Valor agregado: Consiste em calcular o que cada ramo de atividade (cada segmento) adicionou ao valor do produto final (nesse caso, o PIB do agronegócio), em cada etapa do processo produtivo.
O processo de industrialização dos produtos agropecuários exige a utilização de máquinas modernas, exige inovação tecnológica. Já o segmento de distribuição requer técnicas de negociação, marketing, pesquisa de mercado e controle de qualidade, entre outros serviços. Em ambos os casos, é necessário ter habilidades técnicas e qualificação da força de trabalho; portanto, são segmentos que possuem grande valor agregado.
As políticas públicas, em geral, dizem respeito à atuação do governo sobre a capacidade produtiva (produção agregada) e às despesas planejadas (demanda agregada), tendo como objetivo permitir que a economia opere em equilíbrio, garantindo renda e emprego, baixas taxas de inflaçãoe distribuição de renda justa.
Existem dois tipos de instrumentos de políticas públicas: os genéricos e os específicos para certos setores. Os instrumentos genéricos são aqueles elaborados para toda economia e, assim, repercutem no desempenho de todas as atividades econômicas.
Certas combinações desses instrumentos podem gerar políticas específicas para um setor de atividade econômica, como o agronegócio. Eis que surgem os instrumentos específicos de política econômica, que possuem determinadas peculiaridades, de modo a afetar diretamente o desempenho do setor.
Os principais instrumentos de políticas públicas genéricas são: política fiscal; política monetária; política cambial e comercial; política de rendas.
Os principais instrumentos específicos de políticas públicas para agropecuária são: política de crédito rural; política de preços mínimos; política de seguro rural; política de pesquisa e extensão agropecuária; políticas setoriais para certos produtos.
A política de gastos refere-se ao controle das despesas das três esferas de governo (federal, estadual e municipal). Sob o aspecto funcional, podemse distinguir gastos de natureza alocativa, distributiva e estabilizadora. O governo exerce uma função alocativa ao prover serviços de segurança e saúde, por exemplo. À medida que o governo transfere recursos entre regiões e gasta em programas sociais, exerce uma função distributiva. Decisões a respeito dos níveis de gastos, a fim de manter o equilíbrio econômico e a oferta de emprego, são decisões de natureza estabilizadora. A política tributária refere-se ao financiamento do governo para que ele cumpra suas funções com a sociedade. Tal financiamento é feito pela arrecadação tributária, também chamada receita fiscal.
Existem dois critérios básicos de tributação. O primeiro preconiza que cada um deve ser tributado de acordo com suas possibilidades, o que denominamos de capacidade de pagamento. O Imposto de Renda (IR), por exemplo, é aplicado de acordo com esse critério. O outro critério estabelece que os impostos devem ser arrecadados de acordo com os benefícios recebidos do serviço público. As taxas e contribuições aproximam-se de uma retribuição à prestação de serviços públicos.
Os impostos são comumente divididos em diretos e indiretos. Os impostos que incidem sobre a renda e o patrimônio são diretos, tais como Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), entre outros. Já os impostos indiretos incidem sobre a produção, a venda e o consumo de mercadorias como, por exemplo, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A tributação sobre o agronegócio consiste, principalmente, na cobrança de três impostos: ICMS, ITR e IR. Contudo, o total de tributos arrecadados na atividade agropecuária é pouco representativo na carga tributária brasileira, e isso se explica pelas diversas isenções e pela sonegação que ocorrem no setor. O ITR, por exemplo, representou 0,04% do total de tributos arrecadados no Brasil.
Política monetária refere-se à atuação governamental sobre a oferta de moeda, crédito e taxa de juros. A política monetária é executada pelo Banco Central do Brasil, que dispõe dos seguintes instrumentos: emissões, reservas obrigatórias dos bancos comerciais, operações de mercado aberto, política de redescontos e regulamentação e controle de crédito.
Quando o Banco Central realiza uma política monetária expansionista (aumento na oferta de moeda), por exemplo, provoca, de modo geral, uma redução na taxa de juros. Consequentemente, diminui-se o custo real do crédito, gerando aumento no consumo e no investimento. Neste sentido, tratando-se do setor agropecuário, políticas monetárias expansionistas podem ampliar linhas de crédito e financiamento, bem como ampliar o nível de investimento do setor, proporcionando geração de novos postos de trabalho, aumento da renda e da produção.
Políticas cambial e comercial atuam sobre as variáveis ao setor da economia. A política cambial refere-se ao controle do governo sobre a taxa de câmbio. Quanto menor a taxa de câmbio, maior o poder de compra da moeda nacional perante a moeda estrangeira. Tal fenômeno denomina-se valorização ou apreciação cambial. Analogicamente, uma desvalorização ou depreciação cambial representa uma perda no poder de compra da moeda nacional, o que corresponde a um aumento da taxa de câmbio. A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivo às exportações e desestímulo ou até mesmo estímulo às importações. Consiste na combinação das políticas fiscais, monetárias, cambiais e de rendas que afetam as exportações e as importações.
As principais políticas comerciais de estímulo às exportações são: a) subsídios às exportações – trata-se de pagamentos, diretos ou indiretos, feitos pelo governo para incentivar as exportações. São realizados por meio de redução de impostos, reembolsos ou concessão de crédito; b) acordos bilaterais – realizados entre dois países, normalmente um grande e um pequeno, onde a economia grande dá quotas de importação ou alíquotas de importações preferenciais ao país pequeno; c) área de intercâmbio comercial – um conjunto de países diminuir barreiras tarifárias e não tarifárias para o comércio entre eles, mas mantendo-as para o comércio com países não membros do acordo. Pode-se apenas estabelecer uma zona de livre comércio (como o Mercosul) ou um mercado comum com ampla integração dos mercados (caso da União Europeia).
As principais políticas comerciais de desestímulo às importações são: a) restrições quantitativas – trata-se de políticas de rendas que consistem em limitar, em volume ou valor, as quantidades importadas; b) impostos de importação – uma política fiscal, em que se estabelecem tarifas sobre os produtos importados; c) controle cambial – consiste em modificações na política cambial de modo a dificultar a compra de dólares necessários à importação de certos produtos ou haver cobrança de taxas de câmbio maiores na venda de dólares necessários à importação de certos produtos.
A política de rendas constitui-se em uma série de regulamentações que restringem a produção e a comercialização de produtos, bem como o uso de fatores de produção (capital, trabalho, espaço físico) e determina valores mínimos ou máximos para pagamentos pelo uso desses fatores ou por produtos elaborados em uma economia.
O SNCR Sistema Nacional de Crédito Rural é constituído de órgãos básicos, vinculados e articulados. São órgãos básicos o Banco Central do Brasil (Bacen), o Banco do Brasil (BB), o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Nordeste (BNB). Como órgãos vinculados temos o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), bancos privados e estaduais, caixas econômicas, cooperativas de crédito rural e sociedades de crédito. Por último, existem os órgãos articulados que são os órgãos oficiais de valorização regional e entidades de prestação de assistência técnica.
Em síntese, a política de crédito rural consiste em concessão de créditos a taxas de juros e condições de pagamentos diferenciados, com o intuito de aumentar a produção agropecuária e ao mesmo tempo subsidiar algumas categorias de produtores, tais como os beneficiados pelo Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).
Instituída em 1943, a política de preços mínimos visa dar uma garantia de renda aos agricultores. Tal política depende da liberação de recursos por parte do Tesouro Nacional e é executada por meio de dois mecanismos: Aquisição do Governo Federal (AGF) e Empréstimo do Governo Federal (EGF). Pelo mecanismo de AGF, o governo anuncia, antes da época de plantio, um preço mínimo pelo qual ele garante que compra a safra após colheita. Se o preço de mercado for maior que o preço mínimo, o agricultor vende no mercado, se o preço de mercado for menor que o preço mínimo garantido, o agricultor vende ao governo. O produtor então deposita o produto em um armazém credenciado pelo Governo Federal e, deposse do recibo de armazenagem, é ressarcido pelo Banco do Brasil.
O governo brasileiro criou em 1973 o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) que inicialmente objetivava apenas isentar o produtor rural do cumprimento de obrigações financeiras concernentes ao crédito rural caso ocorressem perdas de safra que inviabilizassem pagamento de dívida bancária. Neste caso, o Proagro era um seguro restrito à cobertura das operações de crédito agrícola. Anos depois, o Proagro passou também a dar cobertura às lavouras feitas com recursos próprios do produtor.
A atuação do governo em pesquisa agropecuária verifica-se a partir da criação de órgãos prestadores de serviços específicos e dos incentivos públicos ao investimento da iniciativa privada.
O grande passo para o avanço tecnológico no meio rural foi dado com a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1973. A Embrapa capta recursos da União, bem como estabelece convênios com outros órgãos públicos (universidades, por exemplo) e privados com o intuito de financiar suas atividades. É da competência da Embrapa promover e executar as tarefas de pesquisa agropecuárias no Brasil, integrando os estados, as instituições privadas e as universidades envolvidas em pesquisa agropecuária.
O Plano Nacional de Agroenergia tem por objetivo garantir sustentabilidade e competitividade às cadeias de agroenergia a partir da organização de ações estratégicas voltadas para o estabelecimento de pesquisa, inovação e trans​ferência de tecnologias e definição de arranjos institucionais para o setor. O empenho dos países para suprir as demandas energéticas, utilizando processos mais sustentáveis, revela um importante espaço para o desenvol​vimento da agroenergia.
O Plano Nacional de Agroenergia foi lançado no ano de 2005 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e está vincu​lado à política global “Diretrizes de Política de Agroenergia”. O plano tem como proposta organizar ações estratégicas voltadas para pesquisas, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia no setor de agroenergia. Tem como finalidade tornar competitivo o agronegócio brasileiro a partir do incentivo ao aproveitamento de produtos agrícolas para a produção de energia renovável, visando à sustentabilidade em termos de suprimento de energia elétrica e energia para transporte. Isto significa reduzir o uso de combustíveis fósseis, ampliar a produção e o consumo de biocombustíveis, garantir a preservação do meio ambiente, bem como contribuir para inclusão social.
Dentre os potenciais para o desenvolvimento da agroenergia brasileira consideram-se: a possibilidade de incorporar novas áreas à agroenergia sem competir com a agricultura de alimentos e com impac​tos ambientais limitados e socialmente aceitos; viabilidade de múltiplos cultivos no ano, por exemplo, os sistemas de safra e safrinha, de cultivo de inverno e de duplo cultivo de verão que são adotados na produção de grãos no país; oportunidade de transformação de resíduos agropecuários em coprodutos diversos com importante aproveitamento na geração de energia; outra vantagem advém da extensão e da localização geográfica do Brasil, cuja maior parte situa-se nas faixas tropical e subtropical, proporcionando grande diversidade de clima, satisfatória biodiversidade, o que permite várias opções associadas à agricultura de energia.
O que significa agroenergia? Compreende o conjunto de potenciais fontes energéticas provenientes da biomassa, tais como produtos agropecuários e florestais, capazes de gerar energia a partir da transformação de tais produtos em eletricidade, biocombustíveis e calor.
Podemos classificar quatro fontes agroenergéticas provenientes da biomassa: as derivadas de cultivos ricos em carboidratos como cana-de-açúcar e milho, que geram o etanol; as derivadas de lipídios vegetais e animais, matérias-primas para produção de biodiesel; a madeira, que pode gerar o metanol, briquetes ou carvão vegetal; os resíduos e dejetos da agropecuária e da agroindústria, sub​produtos que podem ser utilizados para gerar outras fontes de energia
Desta forma, o Plano Nacional de Agronergia (2006/2011) des​creve as cadeias produtivas de agroenergia em quatro grandes grupos: I. Etanol e a cogeração de energia de derivados da cana-de-açúcar. II. Biodiesel proveniente de óleos vegetais e gordura animal. III. Biomassa florestal e seus resíduos. IV. Dejetos agropecuários e da agroindústria.
A estrutura da cadeia produtiva dos orgânicos difere das cadeias produtivas tradicionais do agronegócio principalmente no que diz res​peito às formas de coordenação dos sistemas. 
As cadeias de produtos tradicionais (ou não orgânicos) apresen​tam maior preocupação com os aspectos de gerenciamento logístico dos diversos fluxos (insumos, produtos, canais de vendas, informações, entre outros) por toda a cadeia produtiva, ou seja, buscam, principalmente, redução de custos e melhoria dos serviços que resultem em vantagens competitivas.
Por outro lado, a cadeia de produtos orgânicos destaca a sus​tentabilidade dos ecossistemas e está centrada no desenvolvimento dos aspectos ligados aos sistemas produtivos, em especial a propriedade rural, resultando em ações que privilegiam este elo da cadeia. O modo principal de organização dos produtores são as cooperativas e associações, revelan​do uma lógica particular no processo de tomada de decisões e de ações.
Repare que a oferta de produtos orgânicos no mercado interno provém de três setores: do setor extrativista sustentável orgânico, do setor produtivo composto por empresas de cultivo e manejo que utilizam insumos específicos, e do setor externo.
Com relação ao processamento, este é predominantemente rea​lizado por grandes empresas, cabendo às pequenas atender a mercados mais específicos.
A distribuição é realizada pelas mais variadas estruturas. Boa parte dos pequenos produtores produz e entrega a produção a exportadores, importadores, transformadores, os quais vendem às grandes cadeias comerciais para que façam a distribuição.
A comercialização de produtos orgânicos é realizada por dife​rentes mecanismos. Existe a venda direta ao consumidor final por meio de entrega em domicílio (cestas orgânicas do produtor) e em feiras de produtores. Outro mecanismo é a venda para agentes intermediários varejistas como lojas especializadas em produtos orgânicos, lojas de produtos naturais, feiras livres tradicionais e redes supermercadistas. Além disso, vende-se também para empresas exportadoras atacadistas, processadoras e redes supermercadistas de fora do país.
Também podemos concluir que embora a área destinada à produ​ção de orgânicos tenha crescido consideravelmente no mundo, a oferta ainda não é suficiente para o abastecimento dos grandes mercados, o que abre muitas possibilidades para países como o Brasil. 
O resultado brasileiro é explicado pelo estabelecimento do marco regulatório, apoio à certificação e outras políticas como pesquisa, exten​são, assistência técnica, capacitação, comercialização e informação aos consumidores oferecidas.
As unidades certificadoras são responsáveis pelo monitoramento e garantia dos produtos ofertados, no que tange às normas e procedimentos para o cultivo orgânico, como também pela orientação de produtores e consumidores nacionais e internacionais. 
O processo de certificação é essencial, pois viabiliza a padroni​zação, a classificação e reduz a assimetria informacional, diminuindo o comportamento oportunista entre os agentes. No entanto, os custos elevados de certificação criam barreiras à entrada de pequenos produtores no mercado de orgânicos.

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