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LIVRO EM WORD LÍNGUA PORTUGUESA(ELEMENTOS ESSENCIAIS E ACESSÓRIOS PARA ANÁLISE SINTÁTICA

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FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO
 Neste capítulo, apresentaremos importantes conceitos e conhecimentos gramaticais que muito poderão contribuir para o seu entendimento dos estudos linguísticos na área da sintaxe.
 Ao estudar uma língua, costumamos deter-nos em quatro aspectos gramaticais, que resultam nas quatro áreas constituintes dessa língua:
Estudo dos fonemas – área: FONOLOGIA.
Estudo das palavras – área: MORFOLOGIA
Estudo das relações entre as palavras na frase – área: SINTAXE
Estudo dos significados das palavras – área: SEMÂNTICA
 Cada uma dessas áreas tem um objeto de estudo específico, como vimos; essa distinção, todavia, somente ocorre por razões didáticas, para que compreendamos as leis e os princípios que regem cada uma delas. No uso da língua, para efeito comunicativo, não há divisão. Ao mesmo tempo em que empregamos fonemas para constituir as palavras, estas se agrupam em frases em uma disposição tal que tenham um significado para o ouvinte ou leitor.
 Nosso estudo focará, especificamente, a área da sintaxe. Como análise preliminar, veremos os conceitos de sintaxe, frase, oração, período e termos da oração. Passemos, então, a eles.
O que é sintaxe?
 SINTAXE é a área dos estudos linguísticos que se ocupa das relações entre as palavras na oração e entre as orações no período.
 Observemos estas palavras:
Portuguesa ao turma língua esta estudo dedica-se da
 Você diria que esse conjunto de palavras é uma frase? Certamente não! Isso porque, na disposição que foi dada a elas, não se observaram alguns princípios da língua, percebidos por qualquer usuário, mesmo aquele com pouca escolaridade. Tal “arranjo” caracterizou apenas um amontoado de palavras, sem significado algum.
 Entretanto, o que acontecerá se rearranjarmos as mesmas palavras, obedecendo a certos princípios linguísticos? Vejamos:
Esta turma dedica-se ao estudo da língua portuguesa 
 Ficou evidente o resultado: o conjunto das palavras comunica uma ideia; logo, adquire forma de frase. Percebemos, então, que não basta juntas palavras para se ter uma frase: é preciso que esse conjunto seja significativo para alguém.
1.2 O que é frase?
 Frase é uma unidade linguística que, na situação comunicativa, expressa uma ideia; caracteriza-se graficamente por iniciar-se com letras maiúscula e terminar com um ponto (final, de exclamação, de interrogação ou reticências).
 Então, vamos considerar algumas frases, a fim de perceber sua possível constituição:
Chove...
Que chuva!
A chuva alagou algumas ruas da cidade.
A chuva alagou algumas ruas da cidade, provocou destruição e deixou moradores desabrigados.
 Notamos que esses enunciados são frases, pois conseguimos recuperar sentido em todos eles. Em todos, também, estão presentes as marcas gráficas: letra maiúscula e ponto (final, de exclamação e reticências). Também podemos observar que:
 * há uma frase com uma só palavra (a); as demais apresentam diferente número de palavras;
 * há uma frase constituída somente por um verbo (a); outra que não contém verbo (b); uma que, além do verbo, apresenta outras palavras (c); e, ainda, uma que tem mais de um verbo (d).
 Queremos mostrar, com esses ocorrências, que o número de palavras e a presença ou a ausência de um ou mais verbos não interferem na constituição da frase, desde que haja sentido.
 Vejamos certas particularidades que nos apresenta Cegalla (1998, p. 292) em relação ao conceito de frase:
 1º As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. 
 2º Muitas frases, mormente as que se desviam do esquema sujeito + predicado, só podem ser entendidas dentro do contexto (= o escrito onde figuram) e na situação (= o ambiente, as circunstâncias) em que o falante se encontra.
 3º Chamam-se frases nominais as que se apresentam sem o verbo. Exemplo: Tudo parado e morto.
 Diante disso, consideremos o texto a seguir:
Bom dia, caros alunos!
Bom dia, professora.
Como passaram o fim de semana?
Eu fiquei em casa com minha família.
E eu recebi a visita de amigos, fiz um almoço e depois assistimos ao jogo.
Que programa legal!
 Em (e), (f) e (j), ocorre o que Cegalla (1998) denomina frases nominais: podemos perfeitamente perceber um significado, em cada uma, pelo contexto envolvido, mesmo sem a presença de verbo. Já em (g), (h) e (i), notamos que, além do significado, garantindo que sejam frases, há a presença de verbo, o que corresponde, também, ao conceito de oração.
 As frases de situação, de acordo com Garcia (1988, p.12), podem ser empregadas em diversas possibilidades, na língua escrita ou falada. Vejamos:
 Uma advertência ou aviso (Fogo! Perigo de vida, Contramão), um anúncio (Leilão de obra de arte, Apartamentos à venda), uma ordem (Silêncio!), um juízo (Ladrão, i.e., Você é um ladrão), um apelo (Socorro!, Uma esmolinha pelo amor de Deus!), a indicação de um fenômeno (Chuva! i.e., Está chovendo), um simples advérbio ou locução adverbial (Sim, Não, Sem dúvida, Com licença), uma exclamação (Que bom!), uma interjeição (Psiu!) são ou podem ser considerados como frases, embora lhes falte a característica material da integralidade gramatical explícita. Só mentalmente integralizados, com o auxílio do contexto ou da situação, é que adquirem legítima feição de frase. (Garcia, 1988, p.12)
 Esse mesmo autor também nos apresenta as frases nominais, esclarecendo que estas são as que se formam somente com nomes, ou seja, sem verbo. Menciona como exemplos os provérbios e as máximas, como em “cada macaco no seu galho”, “cada louco com sua mania”, “dia de muito, véspera de nada”.
 E oração é o mesmo que frase? Vejamos o seu conceito.
O que é oração?
 Oração é uma frase, ou parte de uma frase, que contém um verbo expresso ou subentendido.
 A importância do verbo na oração é explicada por Macambira (1997, p. 151), ao firmar que
 O verbo, isto é, o predicado, é o termo principal da oração sob o aspecto semântico, porquanto encerra a ideia central em torno da qual giram todas as outras. Em “Na minha terra as nuvens beijam apaixonadamente o topo das montanhas”, a ideia central é “beijar”, pois tudo se desenrola em torno de um beijo: cousa que beija, cousa beijada, lugar onde se beija e maneira de beijar.
 Vemos, assim, que a oração apresenta uma exigência: a presença de um verbo, e é em torno dele que se arranjam os demais termos dessa oração. Assim, voltando aos exemplos anteriores, temos que:
 * em (e), há somente frase;
 * em (f), há somente frase;
 * em (g), há frase em oração, com o verbo passaram;
 * em (h), há frase e oração, com o verbo fiquei;
 * em (i), há frase com três orações, sendo que cada oração é uma parte da frase e se organiza em torno de um verbo:
 * oração 1 – E eu recebi a visita de amigos;
 * oração 2 – fiz um almoço;
 * oração 3 – e depois assistimos ao jogo
 Note que a marca gráfica letra maiúscula ocorre somente no início da oração 1, pois coincide com o início da frase; já as demais orações não se iniciam com letra maiúscula, pois são uma parte da frase.
 Podemos perceber que as frases que não são orações não têm estrutura sintática, por não terem verbo; nesse caso, não permitem a análise sintática. Isso ocorre, nos exemplos acima, em (e) e (f). Já as orações em que as palavras estão relacionadas entre si, constituindo o que chamamos de termos sintáticos, podem ser submetidas à análise sintática.
 Para complementar conceito de oração, vejamos o que traz Cegalla (1998, p. 293): “oração é a frase de estrutura sintática que apresenta, normalmente, sujeito e predicado e, excepcionalmente, só o predicado”. E o autor exemplifica:
 
	SUJEITO
	PREDICADO
	A menina
	banhou-se na cachoeira.
Choveu a noite toda.
 Vejamos mais estes exemplos:
 Eles querem a verdade.
Sujeito predicado
Uma frondosa árvore frutífera fazia sombra para os viajantes
 Sujeitopredicado
 Falamos, há pouco, em termos da oração. Então, vejamos a seguir quais são os termos que formam oração.
 O que são termos da oração?
 Termos da oração são as unidades sintáticas da oração, formadas por uma palavra ou um conjunto de palavras, que desempenham determinada função sintática.
 Como exemplo de termos da oração, podemos citar os que foram destacados por Cegalla (1998) nos exemplos anteriores: sujeito e predicado. A maioria dos autores de gramáticas apresentam os termos da oração agrupados do modo como destacamos a seguir:
 * Termos essenciais:
 * sujeito;
 * predicado;
 * predicativo
 * Termos integrantes:
 * complementos verbais: objeto direto e objeto indireto;
 * complemento nominal;
 * agente da passiva.
 * Termos acessórios:
 * adjunto adverbial;
 * adjunto adnominal;
 * aposto.
 * Vocativo
 Oportunamente estudaremos esses termos. Resta-nos, ainda, considerar o significado de período.
O que é período?
Período é a frase que tem uma ou mais orações.
 Podemos concluir, pela definição, que frase e período não são, necessariamente, o mesmo conceito. Isso porque está implícita, na constituição do período, a presença de, pelo menos, uma oração. Como nem toda frase corresponde a uma oração, nem toda frase é período.
 Podemos classificar o período em:
 * simples – formado por uma só oração;
 * composto – formado por duas ou mais orações.
 Assim, vejamos:
 O destino do homem é a felicidade.
 Verbo
Você merece a felicidade.
 Verbo
 Trata-se de frases constituídas por uma só oração; portanto, são períodos simples.
 Agora, vejamos dois exemplos de períodos compostos.
 O destino do homem é ser feliz.
 Verbos
Como sou seu amigo, tudo farei para que você seja feliz.
 Verbo verbo verbo
 Aqui, temos duas frases: a primeira com duas orações e a segunda com três orações; são ambas períodos compostos.
 Acreditamos que, com os estudos apresentados, você possa ter compreendido a diferença entre frases e oração e entre período simples e composto, que são conhecimentos imprescindíveis para os próximos conteúdos discutidos nos capítulos a seguir.
(2) Sujeito
 No capítulo anterior, abordamos alguns conceitos gramaticais relevantes para o estudo que pretendemos realizar a partir de agora. Verificamos a diferença entre frase e oração, o que muito interfere nos estudos sintáticos. Isso porque só há estrutura sintática onde há oração e só há oração onde há verbo. No presente capítulo, iniciaremos o estudos dos termos da oração, examinando o sujeito, um dos termos essenciais da oração.
(2.1) O sujeito na oração
 Comecemos com a leitura de um texto, em que podemos verificar os princípios sintáticos.
Maria Luíza
1 Tudo parecia estranho naquele dia: o sol não apareceu 2 no finzinho da madrugada, o galo não cantou, o orvalho 3 da noite não se fez presente... É porque Maria Luísa 4 acordou-se desanimada. A alegria, a ligeireza, a 5 disposição das manhãs não se mostraram como sempre. 6 Aquele apetite, o interesse pelas atividades da fazenda, 7 a vivacidade, o encanto no trato com os animais, onde 8 foram parar? O que estaria acontecendo? O mundo era 9 o mesmo, as coisas continuavam iguais, ou era só o seu 10 mundo que se mostrava diferente?
11 Preguiça... Dizem os entendidos que a preguiça é a 12 mãe de todos os vícios. Ela, que nunca tinha tido essa 13 experiência, agora estava assim, espírito embotado, 14 corpo largado, alma ausente.
15 Fizeram alguma coisa esquisita. Mudaram a ordem do 16 mundo.
 Observemos algumas das frases presentes nesse texto, procurando identificar os verbos:
Tudo parecia estranho naquele dia: o sol não apareceu no finzinho da madrugada, o galo não 
 Verbo verbo
cantou, o orvalho da noite não se fez presente...
 verbo verbo
 A frase tem quatro verbos, em torno dos quais se organizam os termos de cada uma das quatro orações. Perguntemos ao verbo de cada oração de quem ou de que se está falando e encontraremos os sujeitos dessas orações:
Tudo parecia estranho naquele dia
- O que é que parecia? Tudo > sujeito
 2 ...o sol não apareceu no finzinho da madrugada
 - O que é que não apareceu? O sol > sujeito
 3 ...o galo não cantou
 - Quem é que não cantou? O galo > sujeito
 4 ...o orvalho da noite não se fez presente
 - O que é que não se fez? O orvalho da noite > sujeito
 Linha 4 e 5
 A alegria, a ligeireza, a disposição das manhãs não se mostraram como sempre.
 verbo
 A frase tem um só verbo, portanto uma só oração.
A alegria, a ligeireza, a disposição das manhãs não se mostraram como sempre.
- O que é que não se mostrou? A alegria, a ligeireza, a disposição das manhãs > sujeito
 Linha 11 e 12
Dizem os entendidos que a preguiça é a mãe de todos os vícios.
 Verbo verbo
 Trata-se de uma frase com duas orações:
Dizem os entendidos
- Quem é que diz? Os entendidos > sujeito
 2 ...que a preguiça é a mãe de todos os vícios
 - O que é que é? A preguiça sujeito
 Vimos, então, que a oração contém um verbo e a cada verbo corresponde um sujeito.
(2.2) O que é sujeito?
 Sujeito é o termo da oração que expressa o ser de quem ou de que se declara alguma coisa.
 Para encontrar o sujeito da oração, podemos empregar um método prático, que você já deve ter percebido nos exemplos anteriores. Devemos perguntar ao verbo:
- Quem é que (verbo)? Ou - O que é que (verbo)?
 Por que as duas perguntas? Porque o pronome quem só se refere à pessoa; já a expressão o que pode referir-se a qualquer outro sujeito, não pessoa.
(2.3) Representação do sujeito
 O sujeito é representado por substantivo ou equivalente: qualquer palavra substantivada, isto é, que aceite a anteposição de um determinativo (artigo, pronome, numeral). Pode, também, ser representado por uma oração.
 Para melhor compreender esses princípios, vamos abordar, antes, as noções de núcleo e de palavra substantivada.
 * Núcleo – Nos termos da oração, constituídos por mais de uma palavra, o núcleo é aquela que contém o significado, representada pelo substantivo ou palavra substantivada.
 Ex.: algumas pequenas cidades
 Núcleo (substantivo)
 * Palavra substantivada – É aquela que, não sendo, originalmente, substantivo, passa a ser, caso aceite a anteposição de um determinativo: artigo, adjetivo, pronome (possessivo, demonstrativo, indefinido, interrogativo) ou numeral. Vejamos alguns casos:
a) O hoje é tão importante quanto o ontem
 A palavra hoje, regularmente, é advérbio;como aceitou a antecipação do artigo o na frase, passou a ser substantivo.
b) Fortes ais foram ouvidos ao longe.
 Ais é, regularmente, interjeição; aceitando, na frase, a antecipação do adjetivo fortes, passou a ser substantivo.
c) Aquele não deixou você magoado?
 Não, originalmente, é advérbio; tendo aceitado, na frase, o pronome demonstrativo aquele, passou a substantivo.
d) Este a que você escreveu está parecido com um e.
 A palavra a é, originalmente, artigo; por ter aceitado a antecipação do pronome demonstrativo este, passou a ser substantivo.
e) Alguns des estão faltando nesta frase.
 De é preposição, regularmente; posposto ao pronome indefinido alguns, passou a substantivo.
f) Qual milhar você escolhe?
 Milhar é, originalmente, um numeral; como pronome interrogativo qual, passou a ser substantivo.
g) Neste texto, dois porquês estão errados.
 Porque é uma conjunção, regularmente; aceitando o numeral dois, passou a ser substantivo.
(2.4) Classificações do sujeito
 São três as possíveis classificações do sujeito, de acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB); simples, composto e indeterminado, as quais são descritas a seguir.
Simples – É o que tem um só núcleo, ou seja, um só substantivo (ou palavra substantivada), que expressa o ser de quem se declara algo.
Exemplo:
Muitos livros interessantes e famosos serão comprados para nossa biblioteca.
 - O que é que será comprado?
Muitos livros interessantes e famosos > sujeito
 Núcleo (substantivo)
 Composto – É o que tem dois ou mais núcleos, ou seja, dois ou mais substantivos, que expressam os seres de quem se declara algo.
Exemplo:
Livros interessantes e revistas especializadas serão comprados para nossa biblioteca.
- O que é que será comprado?
 Livros interessantes e revistas especializadas > sujeito
Núcleo (substantivo) núcleo (substantivo)
 Indeterminado – É aquele que, mesmo existindo, não se pode (ou não se quer) determinar. Esse tipo de sujeito ocorre em dois tipos de construções:
Com o verbo da oração na 3º pessoa do plural, sem que haja sujeito expresso ou subentendido pelo contexto.
Exemplo:
Correm muito nas estradas brasileiras.
- Quem é que corre?
Não podemos, determinar.
Se, todavia, o contexto recuperar o sujeito, este não será indeterminado.
Exemplo:
Alguns motoristas brasileiros são imprudentes. Correm, ultrapassam em local proibido, desrespeitam as leis do trânsito.
Como aqui conseguimos recuperar quem pratica a ação dos verbos correm, ultrapassam, desrespeitam (alguns motoristas brasileiros), não se trata de indeterminação do sujeito, e sim de sujeito simples não expresso (ou “oculto”, como denominam algumas gramáticas).
Com o verbo não transitivo direto na 3º pessoa do singular + se.
Exemplo:
Corre-se muito nas estradas brasileiras.
- Alguém corre? Sim
- Quem é que corre?
Não temos como determinar.
É importante ressaltar que, nesse tipo de construção, somente ocorre sujeito indeterminado se o verbo for intransitivo, de ligação ou transitivo indireto.
Vejamos por quê:
Trabalha-se muito na época da safra agrícola.
- Quem ou o que é que trabalha?
Não podemos determinar.
O verbo trabalhar, aqui, é intransitivo (quem trabalha simplesmente trabalha, não há complemento), e o pronome se funciona como índice de indeterminação do sujeito (indicador de que o sujeito é indeterminado).
Estava-se feliz pelo prêmio conquistado.
- Quem ou o que é que estava?
Não podemos determinar.
O verbo estar é de ligação (não expressa ação), e o pronome se é índice de indeterminação do sujeito.
Precisa-se de funcionários qualificados.
- Quem ou o que é que se precisa?
Não podemos determinar.
O verbo precisar é transitivo indireto (quem precisa, precisa de alguém – o verbo pede um complemento verbal indireto), e o pronome se é índice de indeterminação do sujeito.
(2.5) Os pronomes e o sujeito
 Como pudemos ver, o sujeito é representado por substantivo ou por palavra substantivada. Entre estas últimas, localizam-se os pronomes substantivos, isto é, pronomes que substituem o substantivo, assumindo a mesma função dele. Alguns pronomes só podem substituir o substantivo; já outros tanto podem substituí-lo como acompanhá-lo. Veremos essas particularidades a seguir.
 Os pronomes pessoais e o sujeito
 Só podem exercer função de sujeito os pronomes pessoais retos; os oblíquos assumem outra função que não a de sujeito. Assim:
Nós faremos todo o trabalho cuidadosamente.
- Quem fará? Nós > sujeito simples (pronome pessoal reto)
Ela pediu para eu fazer (e não para mim fazer), já que o verbo fazer tem como sujeito o pronome pessoal.
 Os pronomes relativo e o sujeito
 Os pronomes relativos são palavras que podem estabelecer relação entre duas orações. Vejamos:
Eu acredito verdade, que sempre prevalecerá.
 Oração 1 pronome relativo oração 2
 (substituível por “a qual”,
 Retomando “verdade”)
 Essa frase, na verdade, compreende duas orações, com a palavra verdade repetida:
 Eu acredito na verdade. A verdade sempre prevalecerá.
 Para evitar a repetição simples da palavra, empregamos um “substituto”: o pronome relativo que; este, significando “a verdade”, exerce função de sujeito da oração 2.
 - O que é que prevalecerá? A verdade (representada, na oração 2, pelo relativo que)
 Os pronomes indefinido e o sujeito
 Pronomes indefinidos podem exercer função de sujeito, se estiverem substituindo um substantivo.
 Exemplo:
 Alguém fará este trabalho.
 - Quem é que fará?
 Alguém > sujeito simples
 Pronome
 Indefinido
 Embora não possamos definir o ser representado em alguém, se essa palavra estiver expressa, ela é o sujeito. O mesmo ocorre na oração a seguir, em que o pronome indefinido todos não representa, concretamente, o ser de quem se declara algo, deixando-o impreciso.
 Todos mereceram o prêmio.
 - Quem mereceu?
 Todos > sujeito simples
 Pronome
Indefinido
 Entretanto, se o pronome indefinido estiver apenas acompanhando o substantivo, este é o núcleo do sujeito e o pronome é apenas um acompanhante.
 Exemplo:
 Alguns vencedores comemorarão a vitória.
 - Quem é que comemorará?
 Alguns vencedores > sujeito simples
 Pronome substantivo
 (núcleo do sujeito)
 Os pronomes demonstrativo e o sujeito
 Pronomes demonstrativos exercem função de sujeito se estiverem substituindo um substantivo.
 Exemplo:
 Isto parece bom para a educação.
 - O que é que parece?
 Isto > sujeito simples
 Pronome
Demonstrativo
 Se, todavia, o pronome estiver na posição de acompanhante de substantivo, este será o núcleo do sujeito.
 Exemplo:
 Parece bom para a educação este fato.
 - O que é que parece?
 Este fato > sujeito simples
Pronome substantivo
 (núcleo do sujeito)
 Devemos ressaltar, ainda, a possibilidade de uma oração completa ser o sujeito de um verbo de outra oração. 
 Vejamos:
 Convém realizar todas as tarefas programadas.
 Trata-se, aqui, de um período composto com duas orações:
 * Oração 1: Convém
 * Oração 2: realizar todas as tarefas programadas
 Perguntamos na oração 1:
 - Quem ou o que é que convém? Realizar todas as tarefas programadas > sujeito
 Observemos que esse sujeito é toda a oração 2, que se organiza em torno do verbo realizar.
(2.6) O sujeito e o emprego da vírgula
 Podemos afirmar que a pontuação tem relação direta com a sintaxe. Assim, nesteitem, abordaremos especificamente a vírgula e o sujeito.
 Na ordem direta dos termos da oração, a sequência é:
 S + V + CV + AAdv
 | | | |
 Os visitantes fizeram ótima viagem na semana passada.
 Sujeito verbo complemento verbal adjunto adverbial
 Veja que o sujeito e o verbo são termos que se seguem imediatamente. Isso significa que não há pausa na leitura deles; consequentemente, não há vírgula. Somente haverá pausa se, entre sujeito e verbo, houver a intercalação de outro termo. Nesse caso, marcamos a intercalação com vírgulas. Vejamos:
 Os visitantes, na semana passada, fizeram ótima viagem.
 Sujeito adjunto adverbial verbo complemento verbal
 Podemos observar que o adjunto adverbial deslocou-se de sua posição na ordem direta, intrometendo-se entre o sujeito e o verbo. A isso chamamos intercalação, que marcamos com vírgulas.
 Quando o sujeito é constituído por vários elementos, cada um deles se separa por vírgula, exceto os dois últimos, que se ligam por e:
 Moradores, visitantes, autoridades e empresas reuniram-se para melhorar a cidade.
(2.7) A oração sem sujeito
 Embora o sujeito, de acordo com a NGB, seja um termo essencial da oração, paradoxalmente há orações em que ele não existe, simplesmente porque não há um ser de quem se declara algo. Ocorre, nesses casos, somente uma declaração que se faz. Vejamos:
 No inverno, venta muito no Sul do País.
 - Quem é que venta? ---
 - O que é que venta? --- 
 Esse tipo de oração ocorre com os verbos impessoais, ou seja, aqueles que somente se conjugam na 3º pessoa do singular, não fazendo referência a ser algum. Por esse motivo, não têm com quem concordar e mantêm-se, sempre, no singular. Na sequência, examinaremos cada um desses verbos.
 * Verbo haver
a) No sentido de existir ou de acontecer:
 Há pessoas demais na lista de beneficiados.
 Existem
 Houve situações de perigo durante as cheias.
Aconteceram
 b) No sentido de tempo decorrido (nesse caso, pode-se substituir pelo verbo fazer):
 Há dois anos o País não apresenta índices favoráveis.
 Faz
 Observe que, nas locuções verbais com o verbo haver impessoal, sua impessoalidade transmite-se ao verbo auxiliar:
 Já deve haver alguns interessados na compra do imóvel.
 * Verbos ser, estar, fazer, passar, quando indicam ideia de tempo cronológico ou de fenômeno natural:
 É tarde! Está frio! Faz calor aqui. Passa das dez horas.
 * Verbos que indicam fenômeno da natureza: chover, ventar, nevar, anoitecer, relampejar etc.
 Relampejou muito na tarde de ontem.
Anoitece cedo no período do inverno.
* Os verbos bastar e chegar, seguidos de preposição, significando ser suficiente:
 Basta de tanta corrupção!
 Chega de pessoas preguiçosas.
 Na nossa língua, o único verbo que tem a capacidade de flexionar no plural, mantendo a ideia de oração sem sujeito, é o ser, quando indica tempo ou distância:
 São cinco horas.
 Hoje são doze de março.
 Daqui a São Paulo são 2.000 km.
 Com os aspectos relacionados ao sujeito, vistos neste capítulo, pretendemos apresentar-lhe o estudo sintático desse termo da oração de uma forma o mais didática possível, já que se trata de um conhecimento imprescindível para a compreensão dos demais termos da oração.
(3) Predicado e predicativo
(3.1) Predicação verbal
 A fim de facilitar a compreensão dos tipos de predicado, precisamos conhecer os verbos que compõem a predicação. São eles: verbos intransitivos, verbos transitivos diretos, verbos transitivos indiretos e verbos transitivos diretos e indiretos. Para melhor ilustrar a transitividade dos verbos, temos a figura 3.1:
Figura 3.1 – Caixa da transitividade
	QUEM
	 Morre,
	morre
	PREPOSIÇÃO
	Algo\
Alguma coisa
	
	Lê,
	lê
	
	
	
	 Gosta,
	gosta
	
	Alguém
	
	Dá,
	dá
	
	
 Vamos ver algumas frases com os verbos presentes na figura 3.1 e os esquemas correspondentes na próxima figura:
(1) Maria morreu ontem.
(2) Maria lê muitos livros de literatura oriental.
(3) Maria gosta de cinema.
(4) Maria dá presentes para os filhos.
	Quem
	Morre,
	morre
	de
	Livros de literatura oriental cinema presentes
	
	Lê,
	lê
	
	
	
	Gosta,
	gosta
	para
	Os filhos
	
	Dá,
	dá
	
	
 Na frase (1), depois do verbo morrer, temos um advérbio de tempo. Ele não é algo ou alguém; portanto, o verbo não entrou na caixa dos complementos, porque comunica a mensagem, ou seja, o ouvinte entende que alguém não tem mais vida, sem que para isso seja necessária a presença de um complemento. A partir da frase (2), todos os verbos entraram na caixa para buscar complementação para seus sentidos nas frases, como vemos a seguir:
 Ler + livros de literatura oriental
 Gostar + de + cinema
 Dar + presentes + para + os filhos
 Os verbos se dividem em duas grandes classes: os intransitivos e os transitivos. São chamados de intransitivos aqueles que não precisam de complemento para ter sentido completo, como no caso do verbo morrer. Os denominados transitivos são aqueles que precisam de complemento para completar o sentido, ou seja, para comunicarem, como nas frases (2), (3) e (4). A caixa da transitividade ilustra justamente isso, como segue:
 Quem morre, morre.
 Quem lê, lê alguma coisa\ algo
Quem gosta, gosta de algo\ alguma coisa\ alguém
Quem dá, dá alguma coisa\ algo para águem
 Como podemos perceber, entre os verbos transitivos, existem aqueles que se ligam diretamente ao complemento e outros que se ligam indiretamente ao complemento, pois precisam da presença de uma preposição. Os verbos transitivos que não exigem o emprego de preposição entre eles e o complemento (algo\ alguma coisa\ alguém) são chamados de verbos transitivos diretos. Os verbos transitivos que exigem o uso de uma preposição entre eles e o complemento são chamados de verbos transitivos indiretos. Já os verbos que possuem a necessidade ou a possibilidade de duas complementações, uma sem a presença da preposição e outra com a presença da preposição, são chamados de verbos transitivos diretos e indiretos. Vamos esquematizar isso tudo no quadro 3.1 a seguir para facilitar a compreensão.
Quadro 3.1 – Tipos verbais
	TIPO DE VERBO
	CONCEITO
	EXEMPLO
	Intransitivo (VI)
	Não precisa de complemento para possuir sentido completo.
	Maria morreu.
	Transitivo direto (VTD)
	Precisa de um complemento, mas não necessita da presença da preposição para ligá-lo a esse complemento.
	Maria lê muitos livros de literatura oriental.
	Transitivo indireto (VTI)
	Precisa de um complemento e da presença de uma preposição para ligá-lo a esse complemento.
	Maria gosta de cinema
	Transitivo direto e indireto (VTDI)
	Precisa (ou aceita) de dois complementos. Um deles não precisa da preposição para ligá-lo ao complemento e o outro precisa da preposição. Caso contrário, o ouvinte não entende a frase.
	Maria dá presentes para os filhos.
 Temos, também, os verbos de ligação, que são diferentes dos verbos transitivos e dos intransitivos, como explicam Faraco e Moura (1998, p. 443):
 O verbo transitivo e o verbo intransitivo são significativos ou nacionais, isto é, têm um sentido próprio: indicam ação, fenômeno da natureza, desejo, fato. Exemplos: brincar, chover, morrer, pensar.
 O mesmo não ocorre com os verbos de ligação (VL). Eles não apresentam significação, servindo apenas para estabelecer ligação entre o sujeito e u termo que expressa características desse mesmo sujeito. Esse termo é chamado de predicativo do sujeito (PS).
Quadro 3.2 – Tipos verbais: verbos de ligação
	TIPO DEVERBO
	CONCEITO
	EXEMPLO
	Verbo de ligação (VL) 
Ser, estar, permanecer, continuar, parecer, ficar, tornar-se.
	É o verbo que liga o sujeito a uma qualidade, uma especificação que é dada a ele.
	Maria é uma pessoa boa. Pedro permanece quieto.
João tornou-e infeliz.
 Cabe, aqui, ressaltarmos que todas essas classificações dependem do contexto noqual os verbos estão inseridos, como podemos ver a seguir:
 (5) Maria lê muito.
 (6) Maria estava na escola.
 (7) Maria permanecerá na escola.
 (8) Maria deu flores bonitas.
 Na frase (5), temos o verbo ler como verbo intransitivo, uma vez que muito não é complemento, mas advérbio de intensidade. Nas frases (6) e (7), temos os verbos estar e permanecer como verbos intransitivos, pois na escola é uma locução adverbial de lugar. Por fim, na frase (8), o verbo dar é somente transitivo direto, porque não há especificação para quem ela deu as flores bonitas. Temos que cuidar para não engessarmos a análise sintática, visto que toda análise dependerá do contexto.
 Os predicados são classificados, de acordo com o núcleo significativo, como mostraremos a seguir.
(3.2) Tipos de predicado
 Podemos classificar os predicados em verbais, nominais e verbo-nominais, o que examinaremos na sequência.
 Predicado verbal
 Atente para o texto da propaganda a seguir:
 Pegue sua mãe pelo coração!
 Dê flores para ela neste dia das mães!
 Na imagem anterior, criada para este capítulo, temos os verbos pegar e dar. Ambos são verbos transitivos: pegar é transitivo direto e dar é transitivo direto e indireto. Assim, temos um predicado verbal (PV), tendo em vista que o núcleo de significação é o verbo.
 O predicado verbal é formado por verbos intransitivos e transitivos. Vamos a mais um exemplo:
 Se beber, não dirija!
 Respeite a vida do outro!
 No texto dessa propaganda, os verbos beber e dirigir são intransitivos, e o verbo respeitar é transitivo direto. Logo, temos predicados verbais.
 Permaneça magra e bonita!
 Tome água diariamente!
 Nesse texto, temos dois predicados: o nominal e o verbal. Como já estudamos, o predicado verbal é formado por um verbo intransitivo ou transitivo. Logo, tome água diariamente é um predicado verbal. O predicado nominal (PN) é formado de verbo de ligação mais predicativo.
 Antes de nos aprofundarmos nesse tipo de predicado, vamos ver os dois tipos de predicativo: o do sujeito e o objeto.
 Predicativo do sujeito
 Predicativo do sujeito (OS) é um termo da oração que caracteriza o sujeito, usando para isso um verbo de ligação.
 (9) Maria é calma.
 (10) Maria tornou-se responsável rapidamente.
 Esse tipo de predicativo tanto pode aparecer no predicado nominal quanto no predicado verbo-nominal (PVN). Quando temos o predicativo do sujeito no predicado nominal, este é formado por um verbo de ligação mais uma característica do sujeito, como nas frases (9) e (10). Quando temos o predicativo do sujeito no predicado verbo-nominal, este é formado por um verbo intransitivo ou transitivo mais o predicativo do sujeito.
(11) Maria saiu da sala triste.
(12) Maria abriu o livro curiosa.
 Segundo Mesquita (1999, p. 409), o núcleo do predicativo do sujeito pode ser preenchido por diferentes classes gramaticais, como segue:
 O núcleo do predicativo do sujeito pode vir expresso na frase por um adjetivo ou uma locução adjetiva, um substantivo ou uma palavra substantivada, um pronome, um numeral ou uma oração. Veja os exemplos:
 
 Adjetivo Locução Adjetiva
 | |
 Esta comida está insossa. Esta comida está sem sal.
 VL OS VL PS
 Predicativo do objeto
 Predicativo do objetivo (PO) é o termo da oração que caracteriza o objeto, usando para isso um verbo transitivo direto. Vamos a alguns exemplos:
(13) Maria julga os seres infelizes.
(14) Maria acha a ideia maravilhosa.
 Nas frases (13) e (14), as palavras infelizes e maravilhosa referem-se aos objetos diretos seres e ideia. Logo, temos um predicativo do objeto em um predicado verbo-nominal.
 Predicado verbo-nominal
 
 O predicado verbo-nominal tem dois núcleos: um verbal e outro nominal. Ocorre com verbos intransitivos, transitivos e de ligação, podendo estes últimos estarem implícitos. Tem, de acordo com Faraco e Moura (1998, P. 446), TRÊS ESTRUTURAS BÁSICAS:
1. Verbo intransitivo + predicativo do sujeito
 Os alunos caminhavam nervosos.
 VI PS
2. Verbo transitivo + objeto + predicativo do sujeito
 Os alunos escreviam a redação concentrados.
 CTD. OD PS
3. Verbo transitivo + objeto + predicativo do objeto
 Nenhuma prova pegava os alunos despreparados.
 VTD OD PO
 Achei a prova uma dificuldade.
 VTD OD PO
 Todo esse detalhamento sobre o predicado e o predicativo é para que o falante saiba como empregá-los adequadamente no texto, dando ênfase para as ideias corretas, caracterizando o sujeito ou o objeto, de acordo com o objetivo da mensagem. Toda regra existe para ajudar na comunicação verbal e não para ser memorizada.
(4) Complementos Verbais
(4.1) Tipos de Verbo
 Na predicação verbal, ou seja, entre os tipos de verbos existentes, encontramos três possibilidades: verbos de sentido completo, chamados intransitivos; verbos de sentido incompleto, chamados transitivos; verbos de ligação. Neste capítulo, interessam-nos os transitivos, como veremos a seguir.
 Verbo Transitivo
 Suponhamos que você entre em um ambiente qualquer e diga: “eu quero”. As pessoas lá presentes, provalvemente, ficarão esperando que você complemente sua fala, explicitando que quer “algo”. Isso porque o verbo querer, embora seja verbo de ação, significativo, por si só não tem capacidade para expressar ação completa. Significa dizer que ele não tem sentido completo e necessita de algo que o complemente. Trata-se, então, do que chamamos de verbo transitivo.
 A palavra transitivo vem de transitar, que significa “passar de um lugar para outro”. Aplicando esse significado ao verbo, temos que verbo transitivo é aquele em que a ação transita, passa do verbo para o complemento. Essa passagem pode se dar diretamente, sem obstáculo algum, ou indiretamente, ou seja, por meio de um obstáculo. Gramaticalmente, o obstáculo é uma preposição.
 Desse modo, a transitividade verbal pode se dar de dois modos: direta ou indiretamente, gerando, em cada caso, um diferente tipo de complemento, como veremos na sequência:
Verbo transitivo direto – É aquele que pede um complemento sem preposição; esse complemento chama-se objeto direto.
Exemblo:
 Estamos estudando a nossa língua portuguesa
 LOCUÇÃO VERBAL COMPLEMENTO VERBAL
 Nessa frase, a locução verbal é transitiva direta porque pede um complemento sem preposição: estamos estudando o quê? > a nossa língua portuguesa (objeto direto).
Verbo Transitivo Indireto – É aquele que pede um complemento com preposição; esse complemento chama-se objeto indireto.
Exemplo:
 A turma toda gosta de atividades em grupo.
 VERBO COMPLEMENTO VERBAL
 Nesse caso, o verbo é transitivo indireto porque pede um complemento com preposição: gosta de quê? > de atividades em grupo (objeto indireto, introduzido pela preposição de).
 Observemos, todavia, que nem todas as preposições têm essa capacidade de introduzirobjeto indireto, apenas as que seguem:
	a
	em
	com
	de
	para
	por
 Pode, ainda, um verbo admitir os dois tipos de complemento ao mesmo tempo: direto e indireto, ou seja, um sem preposição e outro com preposição.
 Exemplos:
 Uma entidade assistencial doou livros para a biblioteca escolar.
 VERBO COMPLEMENTOS VERBAIS
 A esse tipo de verbo dá-se o nome de transitivo direto e indireto. Direto, porque pede complemento sem preposição: livros (objeto direto); indireto, porque pede, também, complemento com preposição: para a biblioteca escolar (objeto indireto).
 A seguir, apresentamos as formas de representação dos complementos verbais:
Tanto o objeto direto quanto o indireto são termos da oração que desempenham função substantiva, ou seja, seu núcleo se constitui por substantivo ou palavra substantivada.
O objeto direto e o indireto podem se constituir por uma palavra, uma expressão ou uma oração. Vejamos:
Uma palavra
Estudantes encontra amigos nas salas de aula.
 Verbo transitivo direto objeto direto
Uma expressão:
Estudantes encontram amigos de infância nas salas de aula.
 Verbo transitivo direto objeto direto
Uma oração:
Os estudantes esperam que suas pesquisas deem resultados significativos.
 Oração 1 oração 2
 Nessa frase, que se compões de duas orações, vemos que:
Esperam, na oração 1, é verbo transitivo direto: quem espera, espera alguma coisa;
Esperam o quê? Que suas pesquisas deem resultados significativos > objeto direto constituido de uma oração, já que ocorre a presença de um verbo (deem).
 Vejamos outro exemplo:
Os estudantes insistem em que suas pesquisas sejam divulgadas.
 Oração 1 oração 2
 Já nessa última frase, também com duas orações, temos:
Insistem, na oração 1, é verbo transitivo indireto: quem insiste, insiste em alguma coisa;
Insistem em quê? Em que suas pesquisas sejam divulgadas > objeto indireto constituído de uma oração, pois há, nele, a locução verbal (sejam divulgadas).
 Verbo intransitivo
 A palavra intransitivo forma-se do prefixo in-significando “não – mais a palavra transitivo. Em outras palavras, quer dizer “aquele em que a ação não transita”, isto é, não passa para um complemento, pois o verbo, por si só, tem sentido completo.
 Exemplo:
A criança caiu.
 Verbo
 Na frase, o sujeito – a criança – realiza a ação verbal e no próprio verbo reside todo o significado dessa ação, porque quem cai, cai.
 Verbo de ligação
 Chama-se verbo de ligação aquele que, não sendo significativo, não expressa ação; na oração, liga o sujeito a um predicativo (qualidade ou estado do sujeito). Nesse caso, não há objeto direto nem indireto, mas sim predicativo do sujeito.
 Exemplo:
Meus colegas estão entusiasmados
 Sujeito verbo de ligação estado do sujeito (predicativo)
(4.2) A transitividade verbal e o contexto
 Você deve saber, também, que a transitividade verbal somente se define no contexto. Isso porque não se pode determinar que um verbo seja transitivo direto ou indireto, sem analisá-lo na situação comunicativa em que ocorre. Assim, observemos:
Um barco pesqueiro virou no litoral nordestino.
 Verbo intransitivo
A criança virou a página do livro
 Verbo transitivo direto objeto direto
A menina tímida virou uma adolescente extrovertida.
 Verbo de ligação predicativo do sujeito
 Como podemos ver, o objeto de nossa atenção, no presente estudo, são os verbos transitivos diretos e indiretos.
 Então, vamos continuar nossa análise por meio da leitura de um texto.
Estudantes simulam missão ao planeta Marte
 Os estudantes norte-americanos Zahra Khan e Philip Cunio passaram duas semanas vivendo como se estivessem em uma missão para Marte. No interior de um laboratório com poucos metros cúbicos de espaço, eles vestiram roupas de astronautas, respiraram oxigênio de cilindros e comeram comida específica.
 A dupla pôde se comunicar com o mundo exterior somente por rádio. E, mesmo assim, para reproduzir as condições com que exploradores de Marte se defrontariam: cada vez que eles passavam um e-mail, o servidor tomava conhecimento da informação 20 minutos depois – tempo que uma mensagem leva para percorrer a distância entre os dois planetas.
 A experiência foi feita na Estação de Pesquisas do Deserto, construída pela Mars Society (www.marssociety.org) no deserto de Utah (EUA) [sic] o objetivo da estação é dimensionar os desafios médicos, psicológicos, logísticos e até mecânicos que os astronautas teriam em Marte. Zahra e Cunio não foram escolhidos por acaso. Suas teses de mestrado consistem em projetos de pesquisas que buscam soluções para facilitar a vida dos viajantes em missões de longa duração.
 Zahra analisa a logística envolvida nas viagens exploratórias. Seu trabalho inclui a saída para o exterior da estação e o emprego de jipes especiais para a coleta de amostras. Já Cunio estuda formas de manejo e controle dos suprimentos de uma estação espacial.
Fonte: adaptado de inovação tecnológica, 2008.
 No primeiro parágrafo, destacam-se três verbos. Passemos a analisá-los:
Vestiam
Quem é que vestiu? Eles > sujeito
Quem veste, veste alguma coisa: verbo transitivo direto
Vestiram o quê? Roupas de astronautas > complemento verbal sem preposição: objeto direto
Respiraram
Quem é que respirou? Eles > sujeito
Quem respira, respira alguma coisa: verbo transitivo direto
Respiraram o quê? Oxigênio de cilindros > complemento verbal sem preposição: objeto direto
Comeram
Quem é que comeu? Eles > sujeito
Quem come, come alguma coisa: verbo transitivo direto
Comeram o quê? Comida específica > complemento verbal sem preposição: objeto direto
 No segundo parágrafo, analisemos os quatro verbos destacados:
Pôde se comunicar (locução verbal)
Quem é que pôde se comunical? A dupla > sujeito
Quem pode se comunicar, pode se comunicar com alguém: verbo transitivo indireto.
Pôde se comunicar com quem? Com o mundo exterior > complemento verbal com preposição: objeto indireto
Reproduzir
Quem reproduziu? A dupla > sujeito
Quem reproduz, reproduz alguma coisa: verbo transitivo direto
Reproduzir o quê? As condições > complemento verbal sem preposição: objeto direto.
Passavam
Quem é que passava? Eles > sujeito
Quem passa, passa alguma coisa: verbo transitivo direto
Passavam o quê? Um e-mail > complemento verbal sem preposição: objeto direto
Percorrer
Quem percorrer? Ela (a mensagem) > sujeito
Quem percorre, percorre alguma coisa: verbo transitivo direto
Percorrer o quê? A distância entre os dois planetas > complemento verbal sem preposição: objeto direto
 No quarto parágrafo, foram destacados dois verbos:
Consistem
O que é consiste? Suas teses de mestrado > sujeito
O que consiste, consiste em alguma coisa: verbo transitivo indireto
Consistem em quê? Em projetos de pesquisa > complemento verbal com preposição: objeto indireto
Facilitar
O que é que facilita? Elas (as soluções) > sujeito
O que facilita,facilita alguma coisa: verbo transitivo direto
Facilita o quê? A vida dos viajantes > complemento verbal sem preposição: objeto direto
 No último parágrafo, analisemos os dois verbos destacados:
Inclui
O que é que inclui? Seu trabalho > sujeito
O que inclui, inclui alguma coisa: verbo transitivo direto
Inclui o quê? A saída para o exterior da estação e o emprego de jipes especiais > complemento verbal sem preposição: objeto direto
Estuda
Quem é que estuda? Cunio > sujeito
Quem estuda, estuda alguma coisa: verbo transitivo direto
Estuda o quê? Formas de manejo e controle dos suprimentos de uma estação espacial > complemento verbal sem preposição: objeto direto
(4.3) Os complementos verbais e o pronome pessoal
 Os complementos verbais constituem-se, regularmente, de substantivos ou palavras equivalentes (pronomes ou palavras substantivadas). Vejamos a seguir como os pronomes pessoais se comportam quando assumem as funções desses termos.
Só podem exercer função de complemento verbal os pronomes pessoais oblíquos. Embora na linguagem coloquial sejam usadas formas como “Nós vimos ela na rua”, na língua formal culta devemos empregar “Nós a vimos na rua”.
Entre os pronomes pessoais obíquos, alguns só podem exercer a função de objeto direto. São eles: o, a, os, as.
Exemplos:
Encontrei-o na festa
Trouxe-as comigo para a reunião.
Encontrei quem? Ele, que, na forma oblíqua, corresponde a o.
Trouxe quem? Elas, que, na forma oblíqua, corresponde a as.
Outros pronomes oblíquos só podem ser objetos indiretos: lhe, lhes.
Exemplos:
Entreguei-lhe o material solicitado.
Disse-lhe a verdade.
Entreguei a quem? A ele = lhe.
Disse a quem? A eles = lhes.
 Note, nesses dois casos, a presença da preposição a, indicando objeto indireto.
Há, ainda, aquele que podem ser diretos ou indiretos, conforme o tipo de verbo que estejam complementando; são os pronomes me, te, se, nos, vos. Observemos essas possibilidades:
Terminada a aula, trouxeram-me para casa.
Trouxeram quem? Me = objeto direto, pois o verbo é transitivo direto: quem traz, traz alguém.
Falaram-me sinceramente.
	
Falaram para quem? me = objeto indireto, pois o verbo é transitivo indireto: quem fala, fala para alguém.
 Como pudemos observar, o conhecimento dos verbos é muito importante para o estabelecimento de sua predicação. Todavia, mais importante ainda é a percepção da sua predicação no contexto, pois é lá que vai se dar o ato comunicativo, realizando-se a intenção do falante (ou redator). Desse modo, podemos entender melhor o texto, que é o que nos interessa no momento da leitura.
(5) Complemento Nominal e Agente da Passiva
(5.1) Complemento nominal
 Sabemos que há complementos de verbos transitivos, que são o objeto direto e o objeto indireto. Veremos, agora, o complemento nominal, ou seja, aquele que completa o sentido de um nome. Há nomes que, a exemplo de alguns verbos, podem ser transitivos. Isso porque o seu sentido somente se completa em outro termo. Vejamos:
O hábito da leitura é necessário a todo estudante.
 Nome transitivo (adjetivo) complemento nominal
O que é necessário, é necessário a alguém.
Necessário a quem? A todo estudante: complementa o nome (adjetivo) necessário; por isso, é um complemento nominal.
 Observe que, se tomarmos o nome necessária e o transformamos em verbo – necessitar -, este terá, também, um complemento. Nesse caso, será um complemento verbal:
Todo estudante necessita da leitura.
 Verbo transitivo indireto complemento verbal (OI)
 Vamos observar, no texto a seguir, como ocorrem os complementos nominais.
1 Para qualquer pai, a criação de um filho resulta grande 2 envolvimento e, via de regra, muita preocupação. Qual 3 o melhor caminho? Como ficar seguro de sua felicidade? 4 Perguntas como essas sempre atormentaram pais, em 5 qualquer lugar do mundo e ao longo dos tempos.
6 Independentemente da localização geográfica em que se encontram, 7 pais se perguntam: até que ponto devo estabelecer 8 os limites da convivência social com meu filho? A 9 criança, na sua ingenuidade, desconhece as tramas e 10 artimanhas da vida em grupo. Pai algum deseja que seu 11 filho esteja longe de sua vista e que seja um desajustado em 12 seu ambiente. E surge a dúvida: como prepará-lo para 13 essa experiência fantástica que é a vida?
14 Considerando-se, ainda, que ser pai é uma das mais 15 antigas experiâncias do ser humano, igualmente se observa 16 que educar um filho nunca foi tarefa fácil. O amor ao filho, 17 sempre presente desde a gênese do mundo, dá ao pai uma 18 duplicidade de sentimentos: a alegria da paternidade e a 19 angústia da responsabilidade que ela impõe.
20 O melhor caminho, cada pai, em cada situação, buscará, 21 de acordo com suas convicções e seu tempo; a felicidade 22 do filho, uma incógnita para o pai, depende de uma palavra 23 a ser posta na prática: o amor.
 Na linha 1:
Criação de um filho
 Nome (substantivo) complemento de nome
O substantivo criação pede um complemento: criação de quem?
De um filho > complemento nominal
 Na linha 3:
Seguro de sua felicidade
 Nome (adjetivo) complemento de nome
O adjetivo seguro pede um complemento: seguro de quê?
De sua felicidade > complemento nominal
 Na linha 6:
Independentemente da localização geográfica
 Nome (advérbio) complemento de nome
O advérbio independentemente pede um complemento: independentemente de quê?
Da localização geográfica > somplemento nominal
 Na linha 11:
Longe de sua vista
 Nome (advérbio) complemento de nome
O advérbio longe pede um complemento: longe de quê?
De sua vista > complemento nominal
 Na linha 16:
Amor ao filho
 Nome (substantivo) complemento de nome
O substantivo amor pede um complemento: amor a quem?
Ao filho > complemento nominal
 Na linha 22:
Incógnita para o pai
 Nome (substantivo) complemento de nome
O substantivo incógnita pele um complemento:incógnita para quem?
Para o pai > complemento nominal
 Características do complemento nominal
 O complemento nominal é um termo que completa um nome. O substantivo, o adjetivo e o advérbio são nomes que podem pedir complemento nominal. Esse termo é sempre regido de preposição, a qual pode combinar-se ou contrair-se com outras palavras. Vejamos algumas dessas possibilidades de combinação ou contração da preposição com palavras de outras classes gramaticais:
Ele é fiel aos princípios de sua profissão.
 |
 Preposição A + artigo os (combinação)
A entrega daquele prêmio foi emocionante.
 |
 Preposição de + pronome aquele (contração)
As chuvas foram prejudiciais à população ribeirinha.
 |
 Preposição A + artigo A (contração)
 De acordo com Macambira (1997, p. 275), o complemento nominal é um “substantivo, regido por a-de-em-para-com-por”. Esse autor sugere uma analogia da sequência dessas preposições com a frase “adiem para compor”, a fim de sabermos, em qualquer momento, quais as que têm a capacidade de introduzir o complemento nominal. Podemos observar que são as mesmas que regem o objeto indireto; porém, não nos esqueçamos de que esse último é complemento de verbo.
 Ainda de acordo com Macambira (1997, p. 261), “o complemento nominal é o terceiro termo das seguintes construções: adjetivo-preposição-consequente”, entendendo-se que consequente é a palavra que segue a preposição. Assim, temos:
Na vida em sociedade, não podemos ser
Indiferentes a alguns fatos preocupantes.
 Adjetivo + preposição A + consequente
 |
 Complemento nominal
 
 É consensual considerar, também, a noção de que o advérbio seguido de preposição obriga a ocorrência de complemento nominal. Desse modo, temos:
As autoridades se manifestaram
Relativamente a esse fato.
 Advérbio + preposição A + consequente
 |
 Complemento nominal
 O complemento nominal não indica posse. Nesse caso, se tivermos dúvida quanto ao consequente de um substantivo, regido de preposição, devemos conferir: havendo ideia de posse entre o nome e o consequente, este não é complemento nominal. Vejamos:
Percebia-se grande afeição dos alunos.
 Nome (substantivo) + preposição de + consequente
A afeição era dos alunos? Sim, eles é que possuíam afeição; então, o consequente dos alunos não é complemento nominal.
 O termo consequente representado pelo complemento nominal tem sentido passivo em relação ao nome substantivo.
 Exemplo:
Os alunos demonstravam grande
 Afeição aos professores.
Nome substantivo + preposição A + consequente
 |
 Complemento nominal
Os professores é que tinham afeição? Não, eles recebiam a afeição: sentido passivo; por isso, o consequente aos professores é complemento nominal.
 Se, ao contrário, o consequente tiver sentido ativo em relação ao nome substantivo, não ocorrerá complemento nominal.
 Exemplo:
O amor daquela mulher era inquestionável.
Nome substantivo preposição + consequente
Aquela mulher é que tinha amor? Sim, ela é que amava: sentido ativo; por isso, não é complemento nominal.
(5.2) Agente da passiva
 O agente da passiva é um termo ligado ao verbo. Por se tratar de um termo que somente ocorre na voz passiva, vamos primeiro examinar os conceitos de voz ativa de voz passiva, para, em seguida, analisarmos somente esse termo integrante.
 O verbo possui três formas de expressar a sua relação com o sujeito: ativa, passiva e reflexiva. Vejamos o Quadro 5.1 a seguir para ilustrar melhor esses três tipos de vozes.
Quadro 5.1 – Vozes verbais
	VOZES VERBAIS
	CONCEITO
	EXEMPLO
	ATIVA
	O sujeito é o agente da ação expressa pelo verbo.
	Maria cortou o dedo
	PASSIVA
	O sujeito é o paciente da ação expressa pelo verbo.
	O dedo foi cortado por Maria
	REFLEXIVA
	O sujeito é o agente e o paciente da ação expressa pelo verbo.
	Maria se cortou
 Na frase (1), o sujeito Maria é responsável pela ação de cortar o dedo. Na frase (2), cujo sujeito é o dedo, este sofre a ação. Na frase (3), o termo Maria realiza e sofre a ação expressão pelo verbo.
 Na voz passiva, temos, ainda, dois tipos de construção, como podemos ver no Quadro 5.2.
Quadro 5.2 – Tipos de voz passiva
	VOZ PASSIVA
	CONCEITO
	EXEMPLO
	ANALÍTICA
	A voz passiva analítica tem a seguinte estrutura: sujeito + verbo ser + verbo principal no particípio + agente da passiva
	Maria foi ajudada por mim.
	SINTÉTICA
	A voz passiva sintética tem a seguinte estrutura: verbo na 3° pessoa + pronome apassivador se + sujetio paciente
	Compram-se casas.
Vendem-se terrenos.
 Vale lembrar que somente verbos transitivos diretos e verbos transitivos diretos e indiretos podem compor as duas vozes. Os demais verbos (intransitivos, transitivos indiretos e de ligação) não permitem tal transformação, como podemos constatar pelos exemplos a seguir:
Maria bebeu muito na festa.
Maria gosta de cinema
Maria é legal
 Agora que já fizemos uma retomada das vozes verbais, podemos passar ao estudo do agente da passiva, termo integrante da oração.
 O agente da passiva é o termo que, estando o verbo na voz passiva, indica o ser que pratica a ação. Na voz passiva analítica, vem precedido pela preposição por ou pela preposição de, esta última de ocorrência mais rara. Vejamos alguns exemplos:
Maria foi demitida pelo chefe do setor.
A obra compõe-se de dois volumes.
 Embora seja considerado termo integrante, o agente da passiva pode ser omitido na oração, como neste caso:
Maria foi demitida.
 Conforme Macambira (1997, p. 257), o agente da passiva, quando invertida a ordem da oração, é o sujeito. Retomando as frases (10) e (11) para ilustrar, teríamos a seguinte transformação:
O chefe do setor demitiu Maria
Dois volumes compõem a obra
 Os dois tipos de voz passiva, analítico e sintético, anteriormente vistos, e sua relação com o agente da passiva são assim explicados por Macambira (1997, p. 256):
 Em português há duas formas de passivas, a participial, formada com o particípio, e a pronominal, formada com o ex-pronome “se”; a primeira admite expansão por meio do agente da passiva, enquanto a segunda é normalmente inexpansível, isto é, não comporta o agente da passiva como complemento verbal. Daí poder transformar-se “o vento embala os ramos” em “os ramos são embaladas pelos ventos”, mas “vendem-se carros pela fábrica” ser inadmissível em português.
 O autor ainda alerta para algumas armadilhas, comentadas a seguir, que podem nos levar a pensar que estamos diante do agente da passiva.
Nem toda estrutura ser + particípio faz com que o termo que vem após a locução verbal seja agente da passiva.
 
Maria foi morta com duas facadas.
 A expressão com duas facadas é um adjunto adverbial de modo e não um agente da passiva.
 Nem sempre a presençada preposição pelo garante a presença de um agente da passiva.
O atraso foi motivo de fúria pelos alunos.
 Falta, no exemplo anterior, a presença do particípio, ainda que se possa dizer “A fúria motivada pelos alunos”.
Novamente, a presença da preposição pelo pode levar alguém a pensar que na frase a seguir temos um agente da passiva. No entanto, isso não ocorre porque, no momento da inversão, a frase fica sem sentido.
Foi trocado o certo pelo incerto.
O incerto trocou o certo.
Outra ocorrência da preposição por que dá a falsa impressão de termos um agente da passiva pode ser vista na frase que segue. Outra vez a ausência do particípio faz com que a voz passiva não ocorra.
As pessoas são adoradas por outras.
 Com os aspectos abordados acerca do complemento nominal e do agente da passiva, esperamos ter contribuído para aprofundar seu conhecimento acerca dos termos da oração e de sua respectiva função sintática. Sem dúvida, o domínio de todas as áreas de estudo da língua é condição necessária ao professor de Língua Portuguesa. Isso não significa que ele deverá exigir de seus alunos de ensino fundamental e médio igual competência. Para estes, o importante é que a sintaxe seja compreendida como uma forma de melhor escrever textos e interpretá-los. A esse respeito, comenta Sautchuck (2004, p. 89): “o que nos parece importante é apenas percebermos que um termo CN não pode ser simplesmente ‘apagado’ da oração, sem que ela sofra um prejuízo bastante acentuado em seu sentido”. Tal discussão, entretanto, deixaremos para as disciplinas didático-metodológicas, pois nelas é que será pertinente.
(6) Adjunto adverbial e adjunto adnominal
(6.1) Adjunto adverbial
 Adjunto adverbial é a função sintática de uma palavra ou de uma expressão que modifica ou intensifica o sentido de outra (um verbo, um adjetivo ou até mesmo um advérbio), atribuindo-lhe uma circunstância.
 Analisemos os exemplos a seguir:
Realizarei o trabalho.
Sem dúvida, realizarei o trabalho.
Realizarei o trabalho amanhã.
Realizarei o trabalho pela manhã.
Realizarei muito bem o trabalho.
Sem dúvida, realizarei muito bem o trabalho amanhã pela manhã.
 Conseguimos entender, perfeitamente, a mensagem da primeira oração; porém, as informações que foram acrescentadas, a partir dos termos destacados nas demais orações, fazem com que o enunciado se torne muito mais esclarecedor. Cabe aqui ressaltar que podem aparecer tantos adjuntos adverbiais quantos forem necessários à comunicação da experiência. Vejamos a diferença entre as duas orações a seguir:
Realizarei o trabalho.
Sem dúvida, realizarei muito bem o trabalho amanhã pela manhã.
 Na primeira oração, entendemos a essência da mensagem informada; no entanto, o acréscimo dos termos, na segunda, enriquece a mesma mensagem por meio de detalhes significativos, esclarecendo circunstâncias importantes.
 Como podemos inferir a partir do nome do termo, o adjunto adverbial tem a função de modificar o verbo, indicando-lhe uma circunstância (de tempo, de modo, de lugar, de causa, entre outras). Além do verbo, o adjunto adverbial pode modificar ou intensificar o sentido de adjetivos ou de outros advérbios, como podemos constatar em:
Ela é muto atraente.
 Advérbio adjetivo
Eles caminham rápido demais.
 Advérbio advérbio
 A semelhança entre o conceito de adjunto adverbial e o de advérbio, estudado nos capítulos sobre morfologia, não é gratuita, uma vez que o adjunto adverbial desempenha, na oração, a função desempenhada por advérbios e locuções adverbiais, ou seja, ele é responsável por indicar as circustâncias em que ocorrem as ações.
 Para não confundir advérbio com adjunto adverbial, devemos entender que o primeiro é classe gramatical, enquanto o segundo é função sintática, ou seja, advérbio é o nome da palavra, e adjunto adverbial é a função que a palavra exerce na oração.
 Classificação dos adjuntos adverbiais
 Assim como corre com os advérbios, a classificação dos adjuntos adverbiais depende basicamente da circuntância expressa e responde às clássicas perguntas “quando?”, “como?”, “onde?” e “por quê?”. Vejamos, então, como pode se dar essa classificação.
Adjuntos adverbiais de tempo – Respondem a perguntas como “quando?”, “desde quando?”, “até quando?”, “durante quanto tempo?”, entre outras, e podem vir ou não precedidos de preposição. Ex.: Só saberemos o resultado do exame na semana que vem.
Adjunto adverbiais de lugar – Repondem a perguntas como “onde?”, “aonde?”, “por onde?”, “para onde?”, “até onde?”, entre outras, e podem vir ou não precedidos de preposição. Ex.: Há algo de especial naquela cidade.
Adjuntos adverbiais de modo – Respondem a perguntas como “como?”, “de que modo?”, “de que forma?”, “de que maneira?” entre outras. Ex.: Entraram em casa às pressas.
Adjuntos adverbiais de causa – Respondem a perguntas como “por quê?”, “por qual motivo?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: Eles trabalham por necessidade.
Adjuntos adverbiais de intensidade – Respondem a perguntas como “quanto?”, “até quanto?”, “em que medida?”, entre outras. Ex.: Os jogadores foram muito criticados.
Adjunto adverbiais de finalidade – Respondem a perguntas como “para quê?”, “com que objetivo?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: Preparavam-se para a festa.
Adjuntos adverbiais de meio – Respondem a perguntas como “de quê?”, “como?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: Voltou de carro.
Adjuntos adverbiais de matéria – Respondem a perguntas como “de quê?”, “com o quê?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: Esse bolo foi feito com chocolate.
Adjuntos adverbiais de instrumento – Respondem a perguntas como “com o quê?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: Cobriu o carro com a capa.
Adjuntos adverbiais de companhia – Respondem a perguntas como “com quem?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: Saíram com seus pais.
Adjuntos adverbiais de afirmação – Respondem afirmativamente a perguntas. Ex.: Ele foi convidado? De fato, ele foi convidado para a festa.
Adjuntos adverbiais de negação – Respondem negativamente a perguntas. Ex.: Haverá outra chance? De jeito nenhum daremos outra chance.
Adjuntos adverbiais de dúvida – Respondem vagamente a perguntas como “é certo?”, entre outras. Ex.: Talvez possamos nos encontrar amanhã.
Adjuntos adverbiais de preço, troca ou equivalência – Respondem a perguntas como “por quanto?”, “por quem?”, “em vez de quê/ quem?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: Esse almoço saiu por quarenta reais. Ela fez o trabalho pela irmã gêmea.
Adjuntos adverbiais de assunto – Respondem a perguntas como “de quê?”, “sobre o quê?”, “acerca de quê?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: O palestrante falou pouco sobre os fatos.
Adjuntos adverbiais de concessão – Respondem com restrições a perguntas como “é possível?”, “dá?”, “pode?”, entre outras, e vêm precedidos por preposição. Ex.: Sem meu consentimento, não sairão daqui.
 Observação
 Infante considera “adjuntos adverbiais de lugar e não objetos indiretos os termos que se seguem aos verbos de movimento e permanência”. Podemos exemplificar esse conceito em construções como:
 Ficamos no mesmo andar.
 Chegou ao topo de morro.
 Voltei à antiga escola.
 Vieram do Rio Grande do Sul.
 O autor explica que, apesar de aparentemente necessitarem de um complemento, os verbos, em construções desse tipo, são intransitivos. Os termos destacados, então, nos exemplos não são objetos indireto, pois têm nítido valor adverbial, ressaltado, é claro, pelas preposições que os precedem.
 É consenso entre diversos gramáticos que mais importante que a classificação dos adjuntos adverbiais de acordo com a gramática normativa é a percepção do sentido que eles imprimem à oração, o que favorece a compreensão e a produção de textos.
 Passemos, agora, a outro termo acessório: o adjunto adnominal.(6.2) Adjunto adnominal
 
 Adjunto adnominal é uma palavra que “vem junto” (adjunto) a um nome (adnominal) para qualificá-lo, caracterizá-lo ou simplesmente determiná-lo, tendo, dessa forma, valor adjetivo. Pode ser expresso por adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos, artigos (definidos ou indefinidos) e numerais, quando estes se prenderem diretamente aos substantivos a que se referem sem qualquer participação do verbo.
 Independentemente da função sintática exercida, um mesmo substantivo pode ser caracterizado por um ou mais adjuntos adnominais. Para identificar esse(s) adjunto(s), podemos, por exemplo, substituir o substantivo por um pronome. Notaremos que todos os adjuntos adnominais referentes ao substantivo obrigatoriamente precisam acompanhá-lo; consequentemente, com a substituição, eles desaparecerão.
 Vejamos os exemplos a seguir:
 As alarmantes estatísticas da educação brasileira deixam os renomados especialistas preocupados.
Elas deixam os renomados especialistas preocupados.
 As, alarmantes e da educação desapareceram. São termos classificados como adjuntos adnominais.
 Para entender melhor esse processo, vamos acompanhar, passo a passo, a análise sintática da oração proposta.
As alarmantes estatísticas da educação brasileira deixam os renomados especialistas preocupados.
Sujeito simples – As alarmantes estatística da educação brasileira.
Para identificarmos o sujeito, fazemos a seguinte pergunta: “Quem é que deixa os especialistas preocupados?”.
Núcleo do sujeito – Estatísticas.
Para identificarmos o núcleo do sujeito, observamos os substantivos ou pronomes substantivos ou, ainda, qualquer palavra substantivada, pois essas palavras é que serão as mais importantes do sujeito. É a elas que estão ligadas as informações contidas no predicado. Como identificamos apenas um núcleo, o sujeito é simples.
Adjunto adnominais – as, alarmantes, da educação brasileira. Ao retirarmos o núcleo do sujeito, as palavras que o acompanham são identificadas como adjuntos adnominais.
Para termos certeza de que exercem, de fato, a função de adjuntos adnominais, substituímos o núcleo estatísticas pelo pronome elas e teremos: Elas deixam os especialistas preocupados. Os termos as, alarmantes e da educação brasileira desapareceram. São, pois, adjuntos adnominais.
Predicado verbal – deixam os renomados especialistas preocupados.
Continuando a análise da oração, o que sobra do sujeito classificamos como predicado.
Como esse predicado apresenta um verbo de ação, dizemos ser um predicado verbal.
Núcleo do predicado – deixam.
O núcleo do predicado verbal, ou seja, a palavra mais importante do predicado, é o verbo de ação deixam, um verbo transitivo direto.
Objeto direto – os renomados especialistas preocupados.
Para chegarmos ao objeto direto, perguntamos à oração: “Deixam o quê?”. Obtemos como resposta os renomados especialistas preocupados, termo que é, então, o objeto direto.
Núcleo do objeto direto – especialistas.
Para a identificação do núcleo do objeto, procedemos da mesma forma como 
Adjuntos adnominais do objeto direto – os, renomados.
Já vimos que as palavras que acompanham o núcleo são classificadas como adjuntos adnominais, mas, para termos certeza, vamos substituir esse núcleo pelo pronome eles. Teremos, então, Deixam eles preocupados ou, na forma culta, Deixam-nos preocupados. Ora, os e renomados desapareceram; então, são adjuntos adnominais.
Porém, a palavra preocupados não desapareceu; não é um adjunto adnominal. Então...
Predicativo do objeto direto – preocupados.
É um predicativo, pois qualifica o núcleo do objeto: especialistas (são) preocupados.
 Vejamos, então, os adjuntos adnominais (sublinhados) da oração:
As alarmantes estatísticas da educação brasileira deixam os renomados especialistas preocupados.
 Mas o que é mesmo predicativo do objeto?
 Para infante,
Predicativo é a função exercida por um substantivo ou adjetivo, que atribui uma qualidade ou estado a um objeto direto ou indireto. Alguns gramáticos admitem o predicativo do objeto em orações com verbos transitivos indiretos tais como CRER, ESTIMAR, JULGAR, NOMEAR, ELEGER. Em geral, porém, a ocorrência do predicativo do objeto em objeto indireto se dá somente com o verbo CHAMAR, com sentido de ATRIBUIR UM NOME A.
 Outra distinção que se faz necessária é a que se estabelece entre adjunto adnominal e complemento nominal. Com base em Ferreira, podemos destacar as principais diferenças entre esses dois termos da oração:
	O complemento nominal é sempre precedido por uma preposição; o adjunto adnominal nem sempre.
	Adjunto adnominal
Só se refere a substantivos (tanto concretos como abstratos).
Pratica a ação expressa pelo nome a que se refere.
Pode indicar posse.
	Complemento nominal
Refere-se substantivos (só abstratos), a adjetivos e a advérbios.
Recebe a ação expressa pelo nome a que se refere.
Nunca indica posse.
 Vamos analisar, a seguir, alguns exemplos:
 Adjunto adnominal ou complemento nominal?
As alunas procuram livros de português na biblioteca.
Livros – substantivo concreto
De português – adjunto adnominal
 Os elogios à professora eram sinceros.
Elogios – substantivo (expressa a ação)
À professora – complemento nominal (recebe a ação expressa por elogios)
 Os elogios da professora eram sinceros.
Elogios – substantivo
Da professora – adjunto adnominal (prática a ação expressa por elogios)
 Os termos acessórios e a pontuação
 Os adjuntos adverbiais devem ser, obrigatoriamente, separados por vírgula quando antepostos ou intercalados aos verbos e seus complementos. Vejamos os exemplos a seguir:
Saímos para passear ontem à noite.
Ontem à noite, saímos para passear.
Saímos, ontem à noite, para passear.
	Para o adjunto adverbial de pequena extensão, a vírgula é dispensável.
Ex.: Ontem saímos para passear.
 Quanto aos adjuntos adnominais, não devem ser separados por vírgulas dos substantivos a que se referem. Vejamos um exemplo:
As freqüentes dúvidas dos alunos presentes animavam o dedicado professor.
 Com essa abordagem dos adjuntos, mostramos-lhe as diferentes possibilidades que a língua em uso nos oferece para comunicar nossas idéias. Empregar ou não determinados termos da oração é escolha do falante, de acordo com sua intenção comunicativa. Para isso, entretanto, é preciso conhecê-los, compreender seus mecanismos, características e limitações. Buscando esse conhecimento, estamos nos apropriando da língua, o que é o objetivo de qualquer um de seus usuários.
(7) Aposto e vocativo
(7.1) O aposto
 Encontramos, em Infante, que aposto é “um termo que amplia, explica, desenvolve ou resume o conteúdo de outro termo. O termo a que o aposto se refere pode desempenhar qualquer função sintática”.
 Vejamos um exemplo:
Vermelha, a nuance da paixão, é minha cor preferida.
Essa oração poderia ter sido elaborada apenas assim:
Vermelha é minha cor preferida.
Ficaria fácil analisá-la sintaticamente:
Sujeito simples: vermelha
Predicado nominal: é minha cor preferida
Verbo de ligação: é
Predicativo do sujeito: minha cor preferida
 Temos uma oração completa; no entanto, com o acréscimo de a nuance da paixão, recebemos uma “explicação a mais” e é esse o papel do aposto. Podemos empregar o aposto com as finalidades comentadas a seguir.
Explicar um termo anterior, visando a uma maior precisão desse antecedente. Ex. Letras, um curso muito conceituado, satisfaz minhas expectativas acadêmicas.
Pode acontecer de o termo referente aparecer depois da explicação, sendo isolado por dois-pontos. Ex.: Escolheu um curso muito conceituado: Letras.
Enumerar os elementos referentes a termo anterior. Ex.: Dois sentimentos o moviam: a fé em Deus e a confiança em si.
Esse aposto pode aparecer precedido por isto é, por exemplo, a saber, entre outras locuções explicativas. Ex.: Tinha muitos planos para o futuro, a saber: a formatura, o casamento, seu próprio negócio.

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