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RESENHA SOBRE O DOCUMENTÁRIO: TRAVESSIA DO SILÊNCIO

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RESENHA SOBRE O DOCUMENTÁRIO: TRAVESSIA DO SILÊNCIO 
O documentário “Travessia do silêncio”, mostra as diversas possibilidades de como lidar com a surdez, destacando a oposição que há, dentro da comunidade surda, entre aqueles que optam pela oralização e o uso de LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais). No entanto, sem a presença de um locutor, essa divergência de opiniões é revelada de maneira muito sutil, baseada apenas nos depoimentos de surdos e suas famílias.
Inicialmente retrata uma sessão de fonoaudiologia entre a fonoaudiólogo e um menino de aproximadamente 5 anos. A sessão consiste na aprendizagem oralização do menino ao escutar o que ela dita. Depois o documentário relata várias histórias familiares de contato surdo/ouvinte, e explicitam como é a realidade e a convivência com essas pessoas.
Duas crianças surdas de nascença com pais ouvintes. Os pais relatam que quando o primeiro filho nasceu, ninguém havia percebido nada diferente, nem mesmo os pediatras. Isso mostra a dificuldade da percepção da surdez no início da vida, pois ela não apresenta sinais a olho nu e não é feito nenhum teste logo após o nascimento. Vendo o depoimentos dos pais, percebe- se o quão difícil foi a aceitação de que seu filho era surdo, pois a dificuldade de saber lidar com o problema era grande, um caminho complicado e doloroso de seguir e a forma encontrada foi a união do casal para enfrentar o problema. A segunda filha do casal também nasceu surda, mas o problema já não era tão grande, pois eles já sabiam lidar com aquilo. 
A surdez em crianças filhos de pais ouvintes, possibilita a oportunidade dos pais aprenderem a lidar com esse problema. Esse caso, diferente dos que vi recentemente, foi um caso em que os pais aceitaram a situação dos filhos e enfrentaram juntos, sem haver distanciamento de pai e filho, sem haver falta de afeto e amor. A luta do casal era intensa e isso fortalece a família, tanto o casamento quanto a união de pais e filhos. Os pais decidiram então pelo implante coclear, que de inicialmente funcionou e deu a audição ao primeiro filho.
A comunicação através da linguagem de sinais. A linguagem de sinais é tão importante quanto a linguagem oral, escrita, virtual etc, mas a questão é que nem todos os surdos tem esse conhecimento, tem esse aprendizado. A maioria da comunicação com a sociedade surda, é através de gestos dos quais eles conseguem transparecer o que querem dizer, e que conseguimos entender. Da mesma forma ocorre com nós ouvintes quando vamos conversar com eles, usamos gestos que eles consigam entender.
Uma outra história interessante foi de uma filha ouvinte que tem pais e avós surdos de nascença. Ela conta que sua primeira linguagem foi a de sinais e que só aprendeu a falar oralmente, na escola. O ensino da língua de sinais em casa, foi para uma melhor comunicação entre pais e filhos e desse modo, ela seria a porta voz dos pais. Gerando assim uma responsabilidade muito grande sobre a criança, que necessita falar e resolver problemas como se fosse uma adulta.
A realidade de como é uma escola de libras, nos mostra o quão difícil é entender a leitura de uma equação de química e matemática e a importância de se terem escolas especializadas para surdos ou escolas regulares com tradutor de linguagem de sinais. Dois irmãos de surdos relatam como é não ouvir, e uma deles diz: “o ouvido do surdo é o silêncio onde o barulho não entra”. 
Diversos tipos de surdos participam da obra. Surdos de nascença, por sequela após doença, surdos que usam apenas a língua de sinais, outros que tiveram aparelhos implantados e não abrem mão da oralização – estes últimos são alvo de grande discórdia entre os surdos, por preferirem se adequar ao mundo dos ouvintes. Isso mostra a diversidade e os conflitos dentro da comunidade surda, que possui cultura, identidade e língua próprias.

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