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TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA II 1º Bimestre: Norma Jurídica: (suporte fático + preceito) FATO (mundo) FATO JURÍDICO Suporte Fático: fato, evento ou conduta que ocorre no mundo, por ser relevante há incidência da norma jurídica tornando-se assim um fato jurídico. Elementos: 1) Elementos nucleares: elementos essenciais para a existência • Cerne1: fato que determina a configuração final e fixa a sua concreção. ex: vontade • Completantes do núcleo: completam o núcleo. 2) Elementos complementares: pressupostos de validade e eficácia, diferenciação do negócio jurídico. 3) Elementos integrativos: atos de terceiros (autoridade pública) que efetive a eficácia final. Ex: levar a registro o negócio jurídico. Incidência da Norma Jurídica: efeito da norma jurídica de transformar em fato jurídico o que o direito considerou relevante para ingressar no mundo jurídico. 1) Características: • Incondicionalidade: incide sobre todos, independentemente a. Cogentes: normas impositivas ou imperativas b. Não cogentes: supletiva, poder de escolha. Ex: regime de bens do casamento. • Inesgotabilidade: a incidência não se esgota após o fato ter ocorrido uma vez. 2) Pressupostos: • Vigência: a norma só pode incidir após estar em vigor • Fato: elementos essenciais se concretizam 3) Consequências: • Judicização: a incidência produz a juridicização do suporte fático. Elemento formador do jurídico. • Desjuridicização: o fato que era jurídico é excluído do mundo do direito, retornando ao mundo fático. Ex: rescisão contratual. • Pré-excluir a juridicidade: evitar que certo fato ou conjunto de fatos venha a se tornar jurídico. Ex: legítima defesa. • Invalidação: o ato jurídico existe, porém nulo ou anulável. Ex: obtido mediante coação. • Deseficização: desfaz a eficácia que o fato jurídico já produziu. Ex: prescrição. Fato Jurídico: surge a partir da incidência de uma norma jurídica sobre um fato de mundo relacionado com a interação humana. 1) Strictu Sensu2: não possui conduta humana relevante. Natureza ou animal (ex: morte, nascimento, produção de frutos, aluvião). É irreversível e só possuem os elementos do plano da existência. 1 – a inexistência do cerne exclui a possibilidade de existência do negócio jurídico. 2– fatos da natureza nunca serão comandados pelas normas jurídicas. 2) Ato-Fato: possui ato humano, vontade irrelevante ou ausente, preocupa-se com a consequência, só possuem os elementos do plano da existência. Ex: caça e pesca, descoberta de tesouros, especificação (mármore -> escultura, passa a ser de quem realizou o ato). • Atos reais: é irreversível materialmente • Ato fato indenizativo: desforço imediato proteção da posse (ato lícito + dano) • Ato fato caducificante: prescrição e decadência (perda do direito com o tempo) (transcurso do tempo Tipos de manifestação/ exteriorizaçã o de vontade: • Decl araç ão • Táci ta • Silê ncio e omissão titular) 3) Ato Jurídico (latu sensu) : denomina-se ato jurídico o fato jurídico cujo suporte fático tenha como cerne uma exteriorização da vontade. É preciso plena consciência da manifestação de vontade. Objetivo: ser protegido ou não proibido pelo Direito. • Strictu Sensu3: ou ato não negocial, vontade manifestada apenas limita-se à função de compor o suporte fático, efeitos previamente estabelecidos pelas normas jurídicas respectivas. Efeitos necessários, o indivíduo não tem poder de escolha dos efeitos. EX: reconhecimento de paternidade, casamento (efeito – existencial; regime de bens- ato completo), interpelação, domicílio, adoção. • Negócio Jurídico4: vontade é manifestada para compor o suporte fático de certa categoria jurídica, à sua escolha, visando a obtenção de efeitos jurídicos que tanto podem ser pretendidos pelo sistema, como deixados, livremente, a cada um. Classificação do Negócio Jurídico: 1) Número de partes: a. Unilateral: existência e eficácia autônoma, basta a manifestação de vontade. Ex: testamento, fundação. b. Bilateral: manifestações de vontades distintas, porém coincidentes, reciprocas que concordam sobre um mesmo objeto. Ex: contratos. c. Plurilateral: vontades distintas que convergem para um fim comum. Ex: constituição de sociedade 2) Vantagens a. Gratuito: ex: doação b. Oneroso: ambas as partes pretendem obter vantagens. ex: compra e venda 3) Forma a. Solene: forma especial prescrita na lei b. Não solene: sem solenidade. 4) Temporalidade em que se produzirão efeitos a. Inter vivos: não depende da morte de quem quer que seja. b. Causa mortes: eficácia depende da morte do indivíduo. Ex: testamento 5) Causa a. Causais: causa intrínseca, incluída no suporte fático b. Abstratos: os efeitos se produzem independentemente de que se busque a causa. Ex: cheques, renúncia de um direito 3- poder de escolha inexistente. 4- poder de escolha varia conforme seu tipo de negócio jurídico. Teorias Modernas do Negócio Jurídico: I. Teoria da Vontade: Savigny. A essência do negócio jurídico está no querer individual. Quando houver conflito entre a vontade e a declaração, prevalecerá a vontade. Na ausência de vontade, o negócio automaticamente se tornará inválido. II. Teoria da Culpa in Contrahendo: Jhering. O ponto de partida dessa teoria é a necessidade ou não de se indenizar uma parte pelos danos que sofreu por ter confiado na validade de um contrato que se tornou nulo por culpa de outrem. Se tornou sinônimo de responsabilidade pré-contratual. III. Teoria da Declaração: esta teoria dá importância ao que foi declarado, independentemente da vontade do sujeito. IIII. Teoria da Confiança: posição intermediária entre a teoria da vontade e da declaração. Havendo divergência entre a vontade e a declaração é preciso levar em conta o comportamento de quem a recebe, indagando a boa-fé EFICÁCIA VALIDADE • Agente e se houve culpa no caso. Teorias Contemporâneas do Negócio Jurídico: enquanto nas teorias modernas a ideia de liberdade e igualdade se relacionava a tudo que não era defeso, para as teorias contemporâneas, só se pode ser livre se há meios para atingir o que é necessário. I. Pontes de Miranda: depende de uma simbiose de vontade e manifestação, ainda que em alguns casos valha mais a declaração e em outros a vontade. II. Paulo Lôbo: agrega ao conceito de Pontes de Miranda ou a conduta humana participante do tráfico jurídico, o que o direito confere validade e eficácia. III. Antônio Junqueira de Azevedo: manifestação de vontade, além desses dois elementos temos as circunstâncias negociais. Planos Dos Fatos Jurídicos: • Existência: são os elementos essenciais, os pressupostos de existência; • Validade: são os elementos da existência com algumas qualificações • Eficácia: neste plano estão os efeitos gerados pelo negócio em relação às partes e em relação a terceiros. São elementos relacionados com a suspensão e resolução de direitos e deveres. Aquisição de um Direito 1) Originária: nasce com o indivíduo 2) Derivada: relação jurídica anterior. Ex: transmissão de propriedade CAPAZ • FORMA da Manifesta ção • Vontade LIVRE • Objeto LÍCITO, DETER MINÁVE L E POSSÍV EL EXISTÊNCIA • Agente • Manifes tação • Vontade • Objeto Plano da Validade: O ato jurídico é considerado válido quando o suporte fático é perfeito, ou seja, seus elementos nucleares não possuem qualquer deficiência invalidante, não há falta de qualquer elemento complementar. Validade, no que concerne a ato jurídico, é sinônimo de perfeição, pois significa sua plena consonância com o ordenamento jurídico. Coerência do ato com o ordenamento jurídico. Valência vs Causalidade: diferentemente do que acontece com asleis da causalidade natural, em que os fenômenos nelas descritos, não se podem realizar de modo diferente, sob pena de serem considerados falsos, as leis (normas) jurídicas podem sofrer violações sem que isso afete a sua validez (no sentido de vigência). Objeto: atos latu sensu Função: coerência de forma sistêmica A validade do negócio jurídico requer (Art. 104): 1. Agente Capaz • Menores de 18 anos • Os ébrios habituais • Viciados em tóxicos • Aqueles que não puderem exprimir sua vontade • Prodígios 2. Objeto lícito, possível e determinável. • Lícito: moral/bons costumes, normativo • Possível: possibilidade física e jurídica • Determinável: 3. Forma prescrita ou não defesa em lei 4. Vontade livre • Compatibilidade com a realidade dos fatos (erro e dolo) • Espontaneamente manifestada • Veracidade do conteúdo (estado de perigo e lesão) • Não lesiva a terceiros • Falta de assentimento quando for necessário Validade Total x Parcial: 1. Princípio de conservação do negócio jurídico: se possível, anular parte do contrato apenas. • Nulidade: negócio nulo • Anulabilidade: negócio anulável Hipóteses de Nulidade: (Art. 166) i. Pessoa absolutamente incapaz ii. Objeto ilícito iii. Motivo determinante e comum por ilícito iiii. Forma v. Preterir solenidade exigida pela lei vi. Lei declara nulo ou proíbe sem cominar sanção. Motivo ilícito x Objeto ilícito: Objeto ilícito é aquele contrário ai direito, portanto, não somente à lei, mas também a moral (bons costumes) e à ordem pública. Motivo ilícito é a razão intencional, o porquê, o móvel que conduz as pessoas a realiza-lo. (ex: comprar uma casa para fins de especulação imobiliária. Hipóteses de Anulabilidade: i. Incapacidade relativa do agente ii. Falta de assentimento de terceiros. • Consentimento: forma o negócio jurídico, 2 vontades, juiz não supre (ex: compra e venda) • Assentimento: ratificação, anuência dada a vontade de um agente, 1 vontade. Juíz pode suprir o papel de tutor – autorização. • Relativamente incapaz: necessita de pais, tutores ou curadores. TESTAMENTO, único negócio jurídico que pode realizar sem assentimento. • Pessoas casadas: depende do regime de bens a. Venda de imóveis ou ônus reais – propriedades imobiliárias. b. Outorga uxória: c. Convivencial: união estável d. Doações: exceto doações remuneratórias. e. Fiança/ aval • Ascendente para descendente: depende do aval dos demais descendentes. • Condôminos de bem divisível: Não posso vender o hall do prédio. iii. Vício da vontade: iiii. Casos expressos em lei (hipóteses legais) a. Previsões feitas especificamente pelo código. (art. 550, 117, 119, 496, 533, 1550) Vícios: 1o vício: Erro (art. 138) i. Falsa representação da realidade ii. Erro substancial: ter dado causa ao negócio iii. Erro escusável iiii. Parte da vítima: “eu achei que era um faberget 2o vício: Dolo (art. 150) i. Falsa representação da realidade ii. “foi enganada”- indução ao erro iii. permanência no erro: “sim, é um faberget, chegou semana passada” iiii. unilateralidade do dolo 3o vício: Coação i. violência praticada para forçar alguém. ii. Coação absoluta: força física (segurar na mão para assinar o contrato) – inexistência do contato. iii. Coação compulsiva: ameaça moral ou psicológica Coação: • Ameaça dirigida – familiares, si, bens • Negócio realizado em temor a essa ameaça 4o vício: Estado de Perigo i. Finalidade de salvar a si ou família ii. Dano conhecido: dolo iii. Onerosidade excessiva. 5o vício: Lesão “quando alguém por necessidade ou inexperiência, formaliza negócio em que se obriga a prestação manifestante desproporcional ao valor da contraprestação” i. Permanente necessidade ii. Inexperiência: onerosidade excessiva iii. Não exige dolo 6o vício: Fraude contra Credores i. Redução de patrimônio ii. Estado de insolvência iii. Credores iiii. Prejudicar o credor v. Ex: tenho 500 mil em patrimônio e uma dívida de 300. Vendo 400 mil de patrimônio para não pagar o credor.
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