Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A´lgebra Linear – AL Luiza Amalia Pinto Canta˜o Depto. de Engenharia Ambiental Universidade Estadual Paulista – UNESP luiza@sorocaba.unesp.br Autovalores e Autovetores 1 Definic¸a˜o e Exemplos 2 Polinoˆmio Caracter´ıstico 3 Diagonalizac¸a˜o Autovalores e Autovetores Atenc¸a˜o: Nesta sec¸a˜o consideraremos somente matrizes quadradas, ou seja, An×n. Definic¸a˜o: Seja An×n. O nu´mero λ e´ chamado de autovalor de A se existir um vetor na˜o-nulo x ∈ Rn tal que Ax = λx (1) Todo vetor x na˜o-nulo que satisfaz (1) e´ chamado de um autove- tor de A associado ao autovalor λ. Os autovalores tambe´m sa˜o chamados de valores pro´prios, ou de valores caracter´ısticos; e os autovetores tambe´m sa˜o chamados de vetores pro´prios ou de vetores caracter´ısticos. Autovalores e Autovetores: Exemplos Exemplo (1) Se A e´ a matriz identidade In enta˜o o u´nico autovalor e´ λ = 1; todo vetor na˜o-nulo em Rn e´ um autovetor de A associado com o autovalor λ = 1: Inx = 1x Exemplo (2) Seja A = [ 0 12 1 2 0 ] . Enta˜o: A [ 1 1 ] = [ 0 12 1 2 0 ] [ 1 1 ] = [ 1 2 1 2 ] = 1 2 [ 1 1 ] de modo que x1 = [ 1 1 ] e´ um autovetor de A associado ao autovalor λ1 = 1 2. Exemplo (3) Considere a matriz do Exerc´ıcio (2). Calcule o autovalor λ2, para o autovetor x2 = [ 1 −1 ] . Autovalores e Autovetores – Exemplo (cont. 1) Exemplo (4) Seja A = [ 0 0 0 1 ] . Calcule os autovalores λ1 e λ2 para os autovetores x1 = [ 1 0 ] e x2 = [ 0 1 ] . Observac¸a˜o: Embora o autovetor na˜o possa ser o vetor nulo (de- finic¸a˜o), o autovalor pode ser o nu´mero zero. Exemplo (5) Seja A = [ 1 1 −2 4 ] . Encontre os autovalores de A e seus autovetores associados. Ou seja, encontre todos os nu´meros λ e todos os vetores na˜o-nulos x = [ x1 x2 ] tal que:[ 1 1 −2 4 ] [ x1 x2 ] = λ [ x1 x2 ] Calculando Autovalores e Autovetores Definic¸a˜o: Seja An×n. O determinante f (λ) = det(λIn − A) = det λ− a11 −a12 · · · −a1n −a21 λ− a22 · · · −a2n ... ... . . . ... −an1 −an2 · · · λ− ann e´ chamado de polinoˆmio caracter´ıstico de A. A equac¸a˜o f (λ) = det(λIn − A) = 0 e´ chamada de equac¸a˜o caracter´ıstica de A. Exemplo (6) Seja A = 1 2 −11 0 1 4 −4 5 . Encontre o polinoˆmio carac- ter´ıstico. Autovalores e Autovetores: Teorema Teorema 1 Os autovalores de A sa˜o as ra´ızes do polinoˆmio carac- ter´ıstico de A. Demonstrac¸a˜o Seja λ um autovalor de A com autovetor associado x. Enta˜o Ax = λx, que pode ser rescrito como Ax = (λIn)x ou (λIn − A)x = 0 um sistema homogeˆneo de n equac¸o˜es e n inco´gnitas. Este sistema tem uma soluc¸a˜o na˜o-trivial se e somente se o determinante de sua matriz de coeficientes se anular, isto e´, se e somente se det(λIn − A) = 0. Reciprocamente, se λ e´ uma raiz do polinoˆmio caracter´ıstico de A, enta˜o det(λIn−A) = 0, logo o sistema homogeˆneo (λIn−A)x = 0 tem soluc¸a˜o na˜o-trivial x. Portanto λ e´ um autovalor de A. Autovalores e Autovetores: Exerc´ıcios e Procedimento Exerc´ıcio (7) Seja A = 1 2 −11 0 1 4 −4 5 . Calcule os autovalores e seus autovetores associados. Exemplo (8) Calcule os autovalores e autovetores associados de A = 0 0 31 0 −1 0 1 3 . Procedimento Para encontrar os autovalores e autovetores associados de uma matriz considere as seguines etapas: Etapa 1 Determine as ra´ızes do polinoˆmio caracter´ıstico f (λ) = det(λIn− A). Estes sa˜o os autovalores de A. Etapa 2 Para cada autovalor λ, encontre todas as soluc¸o˜es na˜o-triviais para o sistema homogeˆneo (λIn − A)x = 0. Estes sa˜o os autovetores de A associados ao autovalor λ. Diagonalizac¸a˜o: Matrizes Semelhantes Definic¸a˜o Uma matriz B e´ dita semelhante a uma matriz A se ha´ uma matriz invert´ıvel P tal que B = P−1AP. Exemplo (9) Seja A = [ 1 1 −2 4 ] (Exemplo (5)). Definimos P =[ 1 1 1 2 ] com P−1 = [ 2 −1 −1 1 ] . Assim, B = P−1AP = [ 2 −1 −1 1 ] [ 1 1 −2 4 ] [ 1 1 1 2 ] = [ 2 0 0 3 ] Propriedades Elementares va´lidas para semelhanc¸a: 1. A e´ semelhante a A. 2. Se B e´ semelhante a A, enta˜o A e´ semelhante a B. 3. Se A e´ semelhante a B e B e´ semelhante a C, enta˜o A e´ seme- lhante a C. Diagonalizac¸a˜o: Definic¸a˜o Definic¸a˜o Dizemos que a matriz A e´ diagonaliza´vel se ela for seme- lhante a uma matriz diagonal. Neste caso, dizemos tambe´m que A pode ser diagonalizada. Exemplo (10) Sejam A e B do Exemplo (9), enta˜o A e´ diagonaliza´vel, uma vez que e´ semelhante a B. Teorema (2) Matrizes semelhantes teˆm os mesmos autovalores. Demonstrac¸a˜o Sejam A e B semelhantes. Enta˜o B = P−1AP , para alguma matriz P invert´ıvel. Vamos provar que A e B teˆm os mesmos polinoˆmios caracter´ısticos, fA(λ) e fB(λ), respectivamente. Temos fB(λ) = det(λIn −B) = det(λIn − P−1AP ) = det(P−1λInP − P−1AP ) = det(P−1(λIn − A)P ) = det(P−1)det(λIn − A)det(P ) = det(P−1)det(P )det(λIn − A) = det(λIn − A) = fA(λ) Como fA(λ) = fB(λ), segue que A e B teˆm os mesmos autovalores. Diagonalizac¸a˜o: Teorema Teorema 3 Uma matriz n×n e´ diagonaliza´vel se e somente se ela tiver n autovetores linearmente independentes. Demonstrac¸a˜o (=⇒) Suponha que A seja semelhante a D. Enta˜o P−1AP = D, uma matriz diagonal, logo AP = PD. Seja D = λ1 0 · · · 0 0 λ2 · · · 0 ... ... 0 · · · 0 λn , e seja xj, j = 1, 2, . . . , n, a j-e´sima coluna de P . A j-e´sima coluna da matriz AP e´ Axj e a j-e´sima coluna de PD e´ λjxj. Assim, como AP = PD, temos: Axj = λjxj. Como P e´ uma matriz invert´ıvel, suas colunas sa˜o L.I.. Portanto, λj e´ um autovalor de A e xj e´ um autovetor correspondente. Diagonalizac¸a˜o: Teorema 3 (Continuac¸a˜o) Demonstrac¸a˜o (⇐=) Considere λ1, λ2, . . . , λn, como n autovalores de A e que os autovetores x1,x2, . . . ,xn correspondentes sa˜o L.I.. Seja P = [x1 x2 . . . xn] a matriz cuja j-e´sima coluna e´ xj. Como as colunas de P sa˜o L.I., P e´ invert´ıvel. De Axj = λjxj obtemos AP = PD, que implica que A e´ diagonaliza´vel. Exemplo (11) Considere a matriz A do Exemplo (9), cujos autovalores λ1 = 2 e λ2 = 3 foram encontrados no Exemplo (5). Exemplo (12): Seja A = [ 1 1 0 1 ] . Os autovalores de A sa˜o λ1 = 1 e λ2 = 1. Os autovetores associados a λ1 e λ2 sa˜o vetores do tipo[ k 0 ] , k∗ ∈ R. Como A na˜o possui dois autovetores L.I., A na˜o e´ diagonaliza´vel. Diagonalizac¸a˜o: Teorema 4 Teorema (4) Se as ra´ızes do polinoˆmio caracter´ıstico de uma matriz An×n sa˜o todas distintas, enta˜o A e´ diagonaliza´vel. Exemplo (13) Verifique se A = 0 0 10 1 2 0 0 1 e´ diagonaliza´vel. Exemplo (14) Verifique se A = 0 0 00 1 0 1 0 1 e´ diagonaliza´vel. Procedimento para Diagonalizac¸a˜o de uma matriz An×n Etapa 1 Forme o polinoˆmio caracter´ıstico f (λ) = det(λIn−A) de A. Etapa 2 Encontre as ra´ızes do polinoˆmio caracter´ıstico de A. Etapa 3 Para cada autovalor λj de A de multiplicidade kj, encontre uma base para o espac¸o de (λjIn − A)x = 0 (o auto-espac¸o as- sociado a λj). Se a dimensa˜o do auto-espac¸o for menor do que kj, enta˜o A na˜o e´ diagonaliza´vel. Assim, determinamos n autovetores L.I. de A. Etapa 4 Seja P uma matriz cujas colunas sa˜o n autovetores L.I. de- terminados na Etapa 3. Enta˜o, P−1AP = D e´ uma matriz diagonal cujos elementos da diagonal sa˜o os autovalores de A que correspon- dem a`s colunas de P . The End !
Compartilhar