Buscar

PRATICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A MODERNIDADE LÍQUIDA
Introdução
Modernidade líquida é a atual época histórica em que vivem os seres humanos do século XXI. É uma época de liquidez, de fluidez, de volatilidade, de incerteza, insegurança e até mesmo angústia. É neste período que toda a fixidez e todos os referenciais morais da época anterior, denominada por Bauman como modernidade sólida, são retiradas de palco para dar espaço à lógica do agora, do consumo, do gozo e da superficialidade.
Modernidade Líquida
A partir das últimas décadas do século XX temos presenciado um processo de mudanças constante em relação aos aspectos sociais, econômicos e culturais em esfera mundial. 
Estamos em uma passagem da Modernidade sólida para a Modernidade líquida. A Modernidade sólida, segundo Bauman, derretia os sólidos para colocar outros melhores em seus lugares. Essas substituições cessariam no momento em que o sólido aí colocado não tivesse defeitos, atingindo uma suposta perfeição. A Modernidade líquida derreteu tudo o que era — ou parecia ser... — sólido, mas não coloca alguma outra coisa sólida em seu lugar. Evidencia-se assim a impermanência, a constante mudança de formas, em um processo que aparenta não ter previsão de término, e a impermanência manifesta-se como a única constante da Modernidade líquida. “Os sólidos suprimem o tempo; para os líquidos, ao contrário, o tempo é que importa” (Bauman, 2001, p.8). A modernidade líquida é um processo de desintegração da tradição antes imposta e vivida na modernidade sólida.
A modernidade sólida apresenta a fixidez nas relações sociais entre sujeitos e instituições sociais. A construção do sentimento de nacionalismo, por exemplo, é um dos pontos que Bauman diz servir como ponto de apoio da formação da identidade do sujeito na modernidade sólida. O papel do estado e da religião são bem definidos, aceitos e seguidos, a ideia de liberdade é limitada, e a modernidade sólida se caracteriza pela possibilidade de manipulação de uma sociedade concentrada. 
A modernidade líquida desintegra a figura do estado nacional e supera a figura do estado patriota, a sociedade passa de nacionalista para globalizada, temos uma economia híbrida, integrada com todos os continentes, e a figura do cidadão é agora facilmente substituída pela figura do consumidor.
Como afirmei em Life in Fragments (Polity Press, 1996), a sociedade pós-moderna envolve seus membros primariamente em sua condição de consumidores, e não de produtores. (BAUMAN, 2001)
A figura do cidadão patriota, íntegro em relação aos deveres sociais dá lugar ao cidadão que compra com mais frequência, ou seja, o consumidor. A facilidade de adquirir bens e produtos que a modernidade líquida proporciona, desencadeia a ideia de descartabilidade. Numa sociedade onde tudo é feito com rapidez, velocidade, a durabilidade dos produtos não é mais uma preocupação para o consumidor, que tem a opção de comprar um outro produto que se assemelhe ao anterior com uma pequena melhoria. 
A sensação de que tudo é cada vez mais passageiro deve-se em boa parte, à ampliação acelerada do mundo virtual. Na internet, o verbo conectar-se abalou o comprometer-se. E isso mudou as regras dos relacionamentos. "Um viciado em Facebook gabou-se de que havia feito 500 amigos em um só dia. Minha resposta foi que eu tenho 86 anos, mas não tenho 500 amigos. Então, provavelmente, quando ele diz amigo e eu digo amigo não queremos dizer a mesma coisa", conta Bauman. 
As relações na modernidade líquida também são afetadas e ganham novos significados. Através da velocidade e volatilidade que ela proporciona, o encurtamento das distancias e a individualidade transformaram as relações humanas de tal forma, que hoje elas são superficiais e descompromissadas. São chamadas também de conexões, não apenas porque são mantidas por meios de comunicação como a internet, mas porque são efêmeras e permitem uma desconexão rápida. Conexões revelam relações fragilizadas em que a vantagem não reside apenas em ter múltiplos contatos, mas principalmente em poder desconectar destes sem grandes sacrifícios. Segundo Bauman, quando a qualidade das relações é reduzida, a tendência é que se tente compensar essa falta com uma quantidade absurda de parceiros. O sujeito na modernidade líquida tem acesso a um leque de opções envolvendo contatos profissionais, amigáveis, íntimos, dentre outros. Portanto a modernidade líquida encurta o distanciamento, porém permite o afastamento ou melhor, a desconexão, sejam eles por motivos plausíveis ou banais, o sujeito líquido não tem mais referenciais de ação: toda a autoridade de referência é colocada em si e é sua responsabilidade construir ou escolher normas a serem seguidas – tudo se passa como se tudo fosse uma questão de escolher a melhor opção, com melhores vantagens e, de preferência, nenhuma desvantagem. 
A partir dessa concepção, onde as linguagens, as comunicações e as interações são liquidas, a individualização acontece por conta dos desprendimentos das redes sociais. Dessa forma, as relações de poder também sofrem transformações, “o que está acontecendo hoje é, por assim dizer, uma redistribuição e realocação dos "poderes de derretimento" da modernidade”. (Bauman, 2001, p. 14).
Um aspecto da sociedade moderna é a relação do tempo e espaço, que só possui sentido na modernidade liquida quando estão “separados da prática da vida e entre si, e assim podem ser teorizados como categorias distintas e mutuamente independentes da estratégia e da ação” (Bauman, 2001, p. 16).
Através dessa concepção, tanto o tempo quanto o espaço possuem histórias. O tempo, efetivando as novas características sociais, preza pela volatilidade e pelo poder, determinando o domínio dos sujeitos que percebiam a sua liquidez. O espaço, não mais padece em possuir um “endereço fixo”, afinal vivemos num momento considerado extraterritorial, especialmente no mundo virtual cujo espaço se opõe a territorialidade. Na modernidade líquida não existe compromisso com a ideia de permanência e durabilidade.
Conclusão
Através dessa pesquisa podemos concluir que a modernidade líquida cria novos significados para muitos aspectos da modernidade sólida, rompe com algumas tradições e propicia novas formas de pensar e possibilidades de agir. A modernidade líquida promove o encurtamento das distâncias, propaga uma maior individualidade, torna as relações superficiais e descontrói a ideia de durabilidade. Ela permite que os cidadãos, vistos agora como consumidores, tenham um leque de oportunidades e uma liberdade de escolha muito maior, cada indivíduo possui autonomia e responsabilidade para fazer suas próprias escolhas, escolhas essas sem a necessidade de seguir nenhum referencial. 
Em suma, a modernidade líquida é o atual momento que vivem os seres humanos do século XXI, que consiste em rapidez, velocidade, caracterizada por sua liquidez e fluidez. A modernidade líquida, entretanto, não se confunde com a pós-modernidade, conceito do qual Bauman é crítico. De acordo com ele, não há pós-modernidade (no sentido de ruptura ou superação), mas sim uma continuação da modernidade (o núcleo capitalista se mantém) com uma linha de pensamento diferente – a fixidez da época anterior é substituída pela volatilidade, sob o domínio do imediato, do individualismo e do consumo.
Referências bibliográficas
BAUMAN, Z., Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BAUMAN, Z., Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
http://tecnologiasemobilidades.blogspot.com.br/2011/03/modernidade-liquida-do-tempo-e-do.html Acesso em: 18/11/2016
http://guiadoestudante.abril.com.br/curso-enem/zygmunt-bauman-o-pensador-da-modernidade-liquida/ Acesso em: 18/11/2016
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/sociologia/modernidade-liquida.htm Acesso em: 18/11/2016
http://colunastortas.com.br/2013/07/22/modernidade-liquida-o-que-e/ Acesso em: 19/11/2016
http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/entrevis-zygmunt-bauman/ Acesso em: 19/11/2016
https://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A Acesso em: 20/11/2016

Outros materiais