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Seja bem Vindo! Curso Direito Processual Penal CursosOnlineSP.com.br Carga horária: 55hs Conteúdo Programático: Inquérito Policial Ação Penal Competência Provas Prisão Habeas Corpus Bibliografia/Links Recomendados Inquérito Policial O inquérito policial é a peça informativa fornecida pela autoridade policial, ao Poder Judiciário, para que este, através do Ministério Público, após a verificação das infor mações constantes do Relatório da Autoridade Policial e das demais peças que o compõe, entenda que se trata de infração penal, e formule a denúncia que dará início a uma ação penal. Se, no entanto entender que as peças apresentadas estão incompletas, ou não está devidamente caracterizada a tipificação penal, poderá antes de pedir o arquivamento do inquérito policial, devolver à Delegacia de origem para nova diligências e investigações, por um prazo de 30 dias, após esse prazo, caso a Autoridade não tenha conseguido terminar as Diligências requeridas, poderá pedir prorrogação do prazo por mais trinta dias. Após esse prazo, devem os autos do inquérito ser devolvido ao Poder Judiciário, onde o Ministério Público pedirá o arquivamento. Entretanto este poderá ser reaberto se, antes que se opere a prescrição, nos termos do parágrafo único do art. 409 do Código de Processo Penal, se novas provas surgirem. Embora com outra visão da utilidade de se dar poderes ainda maiores ao Ministério Público, concordamos, que o Ministério Público, deverá promover, quando entender necessário, a abertura de inquérito policial e a prática de atos investigatórios. Este "poder" dado ao Ministério Público, isto é, o Poder de poder orientar as investigações durante a fase instrutória, irá na pior das hipóteses, gerar economia para o Estado. Por outro lado, a condenação de um inocente, se tornará bem mais improvável, isto se a lei for cumprida como está escrita. Dessa forma, entendemos que a confissão do acusado, conseguida através das mais bárbaras e crueis forma de torturas, por parte da polícia, não terão mais razão de ser. E ainda, relativamente ao inquérito policial, deverá o Ministério Público, além de requisitar sua abertura, acompanhar e requisitar diligências e atos investigatórios quando entender útil à descoberta da verdade e determinar a volta do inquérito à autoridade policial, enquanto não oferecida a denúncia, para novas diligências e investigações. Durante essa fase, ou seja, a instrutória, não deve o magistrado tomar conhecimento das diligências e ou atos investigatórios que estão sendo realizados, para não, se quedar para um ou outro lado, para não se tornar incompetente para poder atuar com justiça, valendo-se, para seu convencimento, das provas que forem produzidas no contraditório. De qualquer forma, entendemos ser o inquérito policial, apenas e tão somente uma peça administrativa de ordem legal, que deve, e isso é imperativo, servir apenas como uma informação de um ilícito penal e que durante a persecução processual, se verificará se a quem foi atribuída a autoria é na realidade seu autor. É, em suma o alicerce da ordem jurídica, pois é a partir dela que se fundamenta a ação penal. Entretanto, cabe observar que não basta, servir-se dessa peça informativa, como garantia de assegurar a ordem jurídica de repressão ao "ser" acusado de ter praticado infração ilícita, mesmo porque, como se trata de uma peça informativa, não pode e nem deve apilastrar decisão condenatória. Cabe entretanto, ao Ministério Público, como muito além de representante do Estado, que é sua função principal, exercer, como Fiscal da Lei o resguardo da moralidade administrativa. E, sem esquecer nunca, que cabe a ele saber distinguir entre o que é legal e é legítimo, e, o que é ilegal e o que é ilegítimo. Pois, o legítimo gira em torno da moral, enquanto o legal, em torno do direito. Permite daí concluir que o legal é necessariamente legítimo, mas nem todo legítimo é legal. Do ângulo nosológico, o ilegal é sempre ilegítimo, mas o ilegítimo nem sempre é ilegal. Assim parece porque o conceito de legalidade move-se dentro do direito positivo, enquanto a noção de legitimidade é da órbita do direito natural. A legitimidade é mais questão de fato do que de direito. A legalidade é mais questão de direito do que de fato. A atividade ministerial não deve ficar apenas calcada nas informações contidas num inquérito policial, como é regra. Tanto assim é, que na denúncia, o representante estatal, já tem afirmado, antes mesmo que se apurem, e se verifiquem as provas coligidas no contradit ório, afirmando que o acusado incorreu, nas sanções de tal artigo do Código Penal, e pedindo mais, que seja, depois de processado, no final condenado. Quer-nos parecer, que como fiscal da lei, o representante do Ministério Público, deveria pedir a condenação, se ao final de toda a persecução processual, ficasse devidamente provado que o acusado realmente foi o autor do ilícito denunciado. E creio que a melhor forma de se dizer isso, seria ao invés de afirmar que o denunciado incorreu, usar o termo teria incorrido e no final, ao invés de pedir que o denunciado seja condenado, afirme, como é seu dever, como fiscal da le i, e ao final, ficando devidamente provado, seja condenado. Em agindo assim, cremos, que estaria realmente exercendo sua primordial função de fiscal da lei. Na forma atual, o Ministério Público, se vale - aceitando o inquérito policial, como a verdade real e incontestável -, dessa peça, meramente informativa como prova de acusação. Como ocorre costumeiramente. Não obstante, objetive proteger o Estado e consequentemente a sociedade. No que diz respeito a arquivamento do inquérito policial, há a ressalva de que a qualquer tempo, possa ser reaberto, se novas provas surgirem. Entretanto, a nós nos parece que, salvo quando se trata de crimes considerados hediondos, o inquérito uma vez arquivado, não poderia ser reaberto, mesmo que surgissem novas provas ou indícios fortes da culpabilidade do autuado, salvo se estas surgissem antes de passados 180 dias. Entendemos, que da mesma forma, que prescreve em 180 dias o direito de queixa, deve prescrever no mesmo tempo, quando o cidadão é indiciado em inquérito policial, e a Autoridade Policial não consegue reunir provas suficientes para que a denúncia se formalize. E, se a Autoridade Policial, apesar dos "recursos" que possui para a apuração de delitos, ainda assim, não conseguiu elementos suficientes para que se formalize a denúncia, não deve o cidadão, ficar à mercê do "acaso" ou do tempo, esperando que a qualquer momento, invadam sua casa, para que esclareça novamente o que já foi esquecido. Ação Penal Condições da ação Possibilidade jurídica do pedido: alguém pode ser titular do direito de ação, se em tese o direito objetivo admitir o pedido; Legítimo interesse de agir: quando o autor pede a providência jurisdicional adequada a situação concreta a ser decidida; Legitimação para agir (legitimatio ad causam ): pertinência subjetiva da ação, só pode ser proposta por quem é titular do interesse que se quer realizar contra aquele cujo o interesse deve ficar subordinado ao do autor. Direito de ação – características Autônomo: não se confunde com o direito subjetivo material; Abstrato: independe do resultado final do processo; Instrumental: tem por finalidade a instauração do processo – só existe pois é conexo à um caso concreto; Subjetivo: titular pode exigir do Estado-juiz a prestaçãojurisdicional; Público: serve para aplicação do direito público – o de provocar a atuação jurisdicional. AÇÃO: direito subjetivo de invocar o Estado-juiz a aplicação do direito objetivo a um caso concreto. Condições objetivas de punibilidade Dependem de aperfeiçoamento de elementos ou circunstâncias, são encontradas na descrição típica do crime e exteriores de sua conduta; Condições de procedibilidade Condicionam o exercício da ação penal têm caráter processual, atem-se somente a admissibilidade da persecução penal. Ex.: entrada no território nacional, do agente que praticou o crime. Pressupostos processuais Nasce com o reconhecimento do processo como relação pública autônoma, da relação de direito material. Para que exista juridicamente um processo penal, faz-se necessário uma demanda onde se exteriorize uma pretensão punitiva ou de liberdade – um órgão investido de jurisdição e partes que tenham personalidade jurídica ainda que formal no plano de processo. Tipos de ação penal pública condicionada; pública incondicionada; privada principal – exclusiva; privada subsidiária; ação penal pública. não existe ação penal adesiva. Ação penal pública incondicionada e condicionada A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declare privativa do ofendido. Em princípio toda ação penal é pública pois é um direito subjetivo perante o Estado-Juiz. Em certos crimes a conduta típica atinge tão seriamente o plano íntimo e secreto do sujeito passivo, que a norma entende conveniente, não obstante a lesividade, não querer ver o sujeito processado evitando sofrer novamente . Por vezes a conduta corresponde a um bem vinculado exclusivamente ao particular, por isso, e nesses casos , o Estado pode, outorgar ao particular a titularidade da ação penal. Assim , distingue-se a Ação penal em razão da legitimidade: pública: promovida pelo estado – Mp; privada : defere-se o direito à vítima; Quando a titularidade é do Estado – ou seja – AÇÃO PENAL PÚBLICA - possui ela duas formas: Ação penal pública incondicionada: seu exercício não se subordina a qualquer requisito – pode ser iniciada sem a manifestação de qualquer pessoa – promovida pelo mp sem que haja manifestação da vontade da vítima. Ação penal pública condicionada: seu exercício depende do preenchimento de requisitos – condições – possui duas formas: Ação penal pública condicionada a representação ; Ação penal pública condicionada a requisição do ministro da justiça; Critério de distinção Quando o CP – na parte especial, após descrever o delito silenciar a respeito da ação, será ela pública incondicionada. Quando o CP ou lei extravagante após definir o delito, referir-se a ação penal, poderá esta ser pública condicionada ou privada, conforme se refira usando, respectivamente, as expressões "somente se procede mediante representação" (condicionada), ou, se "procede mediante queixa"(privada). A requisição ministerial se dá unicamente em dois casos: crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, e haja àquele entrado em território nacional; nos crimes de injúria contra o Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro. Titularidade e princípios: Ministério Público – parquet – é o dominus litis (dono) da ação penal pública – condicionada ou incondicionada – promove a ação desde a peça inicial – denúncia – até os termos finais. A ação penal – segundo o STF – tem início com o recebimento da denúncia, e não com o seu oferecimento. Nos casos de ação penal pública incondicionada, qualquer do povo pode provocar a iniciativa do MP. – fornecendo informações, fatos e autoria. Princípio da oficialidade:O Estado criou um órgão para exercitar em seu nome a pretensão punitiva - sendo a Ação Penal Pública somente promovida pelo MP. – sendo essa a sua função constitucional. Princípio da obrigatoriedade: Não fica ao arbítrio do MP mover a ação penal – existindo elementos que a indiquem -ocorrência de fato típico antijurídico – é obrigado o MP a promove-la – princípio da obrigatoriedade da ação penal. Princípio da indisponibilidade: Instaurada a ação penal, não pode o MP dela dispor – indesistibilidade – esse princípio foi mitigado – pela lei dos Juizados Especiais Criminais. Observações sempre que o crime atingir patrimônio público a ação é pública incondicionada; cheque sem fundo ação incondicional, proposta no local onde se deu a recusa do pagamento; juiz rejeita denúncia – Recurso em Sentido Estrito – juiz aceita denúncia – NÃO cabe recurso conforme o caso Hábeas Corpus. Lesão corporal dolosa leve e culposa – juizados especiais criminais – condicionados a representação. Ação penal pública condicionada Como visto, pode ser condicionada a: representação; requisição do ministro da justiça. MP só pode mover a ação quando existir uma ou outra dessas condições. Representação – Requisição: tem natureza jurídica de CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE. Representação do ofendido manifestação da vontade do ofendido ou de seu representante legal - no sentido de movimentar-se o jus persequendi in juditio – Não se exige fórmula especial. Sem ela o MP não pode iniciar a ação penal mediante oferecimento da denúncia. Sendo inclusive necessária para instauração do Inquérito Policial. Direito de representação poderá ser exercido pessoalmente ou com procurador com poderes especiais; por declaração escrita ou oral (caso pessoalmente) ou com o reconhecim ento da assinatura do ofendido, representado pelo procurador (por procuração); se a representação trouxer elementos satisfatórios e bastante para a ação penal , o MP, poderá dispensar o inquérito. Em princípio cabe a vítima ou seu representante legal o direito de representação, pode ser exercido pelo curador especial , pela mãe sem oposição do pai; (caso este se oponha prevalece a posição deste, cabendo a mãe a via judicial ) qualquer pessoa responsável pelo menor, ou a ele ligado ou mesmo estranho, em cuja companhia resida. Admite-se avós, tios, irmãos, já que a representação tem mais caráter material que formal. Pode ainda o direito de representação ser exercido por procurador com poderes para tanto – poderes especiais – Pode a qualquer tempo a ilegitimidade da representação ser sanada. Ofendido morre ou é declarado ausente O direito de representação, passa ao cônjuge , ascendente, descendente ou irmão. Esta lista é taxativa – não pode ser ampliada – deve se obedecer a ordem . O prazo conta-se do dia em que o sucessor soube que era o autor do crime, ou, em já sabendo , corre daí o prazo. As fundações ou associações – são representadas por quem seus estatutos designarem ou por seus representantes legais. Ofendido menor de 21 anos e maior de 18 anos Pode exercer a representação sem assistência de seu representante – se pode exercer a queixa pode exercer a representação que é o minus – pode exercer tanto ele como seu representante. Ofendido menor de 18 anos (na época do fato) Começa para ele (ofendido) correr o prazo a partir da data do 18° aniversário – pode ser exercido o direito de representação pelo seu representante legal (pai, mãe, tutor, etc..), caso estes não tenham exercido, ou seja o ofendido enfermo mental , ou colidam seus interesses com os de seus representantes – o juiz nomeará curador especial. Prazo para representação (esse prazo não abrange a requisição do Ministro da Justiça – este não tem prazo) 6 MESES – contados do dia em que a vítima ou seu representante legalveio a saber quem é o autor do crime. Prazo decadencial, fatal e improrrogável – não oferecido – causa extintiva da punibilidade. Concurso de pessoas co-autoria e participação – tendo o ofendido oferecido representação contra um (uns) pode o promotor denuncia a todos. Pluralidade de ofendidos um deles não quer representar – irrelevante – quanto aos demais – Crime cometido contra o casal : a representação por um exercido, não envolve a do outro. Retratação da representação Permite-se a retratação até o oferecimento da denúncia - oferecida esta impossível a retratação – Admite-se oferecer a representação da qual se retratou , desde que dentro do prazo decadencial de 6 MESES. A retratação deita por um dos titulares NÃO afeta os demais. Quanto a retratação da requisição ministerial – diverge a doutrina em ser ela retratável ou não. A representação da vítima não tem força obrigatória quanto o oferecimento da denúncia pelo MP. – pode concluir pela não instauração da ação, pedir novas investigações , ou classificar o crime juridicamente diferente. A mulher casada não necessita de autorização do marido para representar. Requisição do ministro da justiça Condição de procedibilidade – no silêncio da lei pode ser feita a qualquer tempo – enquanto não extinta a punibilidade do agente – não condiciona que o MP proponha a ação. Ação penal nos crimes contra os costumes Em regra é PRIVADA – mas excepcionalmente: → PÚBLICA INCONDICIONADA: o quando cometido com abuso de pátrio poder ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador; o qualificado pela morte ou lesão corporal de natureza grave; → PÚBLICA CONDICIONADA: o se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis a manutenção da família. Ação penal nos crimes complexos CRIME COMPLEXO: fusão de 2 ou mais delitos – se num desses crimes, os fatos que o agravem ou o constituam, forem de ação penal pública incondicionada, essa natureza transmite-se ao crime como um todo. "Quando a lei considera como elemento ou circunstância do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação aquele, desde que em relação a qualquer destes se deva proceder por iniciativa do MP". Ação penal privada Jus puniendi – pertence ao Estado – que transfere ao particular o direito de acusar. Queixa – equivale a denúncia – devendo contar na sua forma os mesmos requisitos desta. Titular do direito de agir Ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo – exige procurado legalmente habilitado. Curador especial Ofendido menor de 18 anos ou mentalmente enfermo ou retardado mental, não tendo representante legal ou se colidem os interesses destes com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado de ofício ou a requerimento do MP, pelo juiz competente para o processo penal. Ofendido menor de 21 anos e menor de 18 anos O direito de queixa pode ser exercido por ele ou por seu representante legal; Posição do S.T.F. O direito de queixa e de representação: podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal – operada a decadência em relação ao ofendido – o direito de queixa continuará sob a titularidade de seu representante legal – se não soube da autoria do crime. Existem dois prazos - - um para o ofendido outro para o representante legal. Ofendido que alcança 21 anos durante a ação penal Deve assumir a posição de querelante – afastado seu representante legal; Com a morte ou ausência do ofendido Aplica-se o que já foi dito anteriormente; Princípios da ação privada Oportunidade ou conveniência: tem o titular a faculdade de propor ou não; Disponibilidade: de propor, prosseguir ou não até o final – renúncia , deixa decair, perda, etc... Intranscedência: comum a qualquer ação; penal – a ação penal limita-se a pessoa ou pessoas responsáveis pela infração – não atinge estranhos. Indivisibilidade: queixa contra qualquer dos autores obriga o processo de todos - MP – velará por isso, podendo aditar a queixa para esse fim – Esse princípio não está previsto para ação penal pública – tem-se entendido que só existe para ação privada . Mas, na ação pública, diante do princípio da obrigatoriedade não poderá o MP excluir o co-autor ou partícipe – sendo –lhe possível aditar a denúncia até a sentença (impossível falar-se em denúncia nula ou renúncia). Prazos de decadência para ação privada 6 meses – crimes privados comuns; 3 meses – crimes de imprensa; 1 mês – crime de adultério. Formas de ação privada Exclusiva ou principal: quando determina o CP, que é de titularidade exclusiva do ofendido ou de seu representante legal; Subsidiária da ação pública: embora a ação continua de natureza pública, permite-se que o particular a inicia quando o MP, não o propõe no prazo legal; Ação privada exclusiva ou de iniciativa privada (nos casos de adultério, por exemplo são personalíssimas) São as que o CP. ou a lei especial , após descrever o delito refere-se a titularidade exclusiva do ofendido – "só se procede mediante queixa". A abertura de Inquérito Policial não interrompe o prazo decadencial. No caso e ação personalíssima – compete unicamente ao ofendido – não há sucessão por morte ou ausência, se estas ocorrem já iniciada a ação, não se poderá prosseguir com a ação – casos Induzimento a erro essencial e adultério. Ação privada subsidiária Ação de iniciativa privada que pode intentar (ofendido ou representante) – se nos crimes de iniciativa pública se o MP não oferecer a denúncia no prazo legal – AÇÃO SUBSIDIÁRIA – garantia constitucional. Somente cabível quando o MP não se manifesta, se houver manifestação de forma equivocada ou infeliz não é cabível. Não significa que passado esse prazo – o MP não possa denunciar . Do arquivamento do processo – Não cabe AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA. MP – pode aditar, intervir nos termos do processo, interpor recursos, oferecer denúncia substitutiva, retomar a ação como principal. É possível quando a denúncia não descreve todos os delitos constantes da representação. Ação penal popular Nos crimes de responsabilidade, qualquer cidadão poderá denunciar – Lei 1.079/50. Competência Generalidades Jurisdição é una e, investido no poder de julgar, o juiz exerce a atividade jurisdicional. Competência: é a medida e o limite da jurisdição, é a delimitação do poder jurisdição. A Constituição, as leis inclusive a de organização judiciária, fixam a jurisdição dos Juízes e Tribunais da Nação. Fixação da competência se dá pela concretização do poder jurisdicional e esta realizada por dois elementos : natureza do litígio: competência material; atos processuais: o poder de julgar é distribuído de acordo com as fases do processo, ou objeto do juízo, ou grau de jurisdição – competência funcional. Competência material A competência em matéria processual penal : lugar da infração; o domicílio ou residência do réu; a natureza da infração; distribuição; a conexão ou continência; a prevenção; prerrogativa de função. Sofre a competência material delimitação sobre três aspectos: Natureza da relação de direito – ratione materiae : o juiz pode conhecer determinadas causas ex.: CF determina que a competência para julgar os crimes dolosos contra a vida é do júri popular. Quanto à qualidade da pessoa réu – ratione personae: nem todos os juízes exercem jurisdição sobre qualquerpessoa. Quanto ao território sobre o qual se estende a autoridade do juiz – ratione loci: determinada pela lei de organização judiciária do lugar da infração ou da residência ou domicílio do réu. Competência funcional Tem como elemento de distribuição de atos processuais, distingue-se três aspectos : as fases do processo; o objeto do juízo; grau de jurisdição. A distribuição da competência pode estar relacionada com o objeto do juízo: no júri, por exemplo, ao juiz incumbe as questões referente ao direito, lavrando a sentença absolutória, fixando a pena; já aos jurados cabe responder aos quesitos onde lhe são formuladas as questões que o julgamento se fundará. Como existem graus de jurisdição – órgãos jurisdicionais superiores e inferiores, a competência é fixada segundo aqueles, de primeira e segunda instância. Nessa hipótese pode ser originária ou em razão de recurso A competência funcional, em todas as hipóteses pressupõe a existência da atribuição jurisdicional de acordo com a competência ratione loci e ratione materiae. Prorrogação de competência Podem ocorrer motivos que modifiquem as regras e preceitos da competência funcional e material. São elas a prorrogação de foro, a delegação e o desaforamento. Por vezes as normas de competência são inderrogáveis: Competência absoluta, por outras a lei determina ou possibilita a parte que se submetam a juiz, que originariamente seria incompetente. Competência relativa . A essa possibilidade de substituição da competência de um juiz por outro dá-se o nome de prorrogação. Prorrogação: pode ser: Necessária: obrigatória por lei; hipóteses de conexão e continência; de desclassificação de competência de juízo superior para juízo inferior; Voluntária: na forma tácita nos casos de competência ratione loci em que houve preclusão do direito de foro. Embora, no caso, se fale de vontade das partes, trata-se de questão regulada por lei, a prorrogabilidade deve estar prevista em lei. Ex. Nos casos de ação privada pode o querelante preferir o foro de domicílio ou de residência do réu ou o do lugar da infração por disposição expressa da lei. Delegação de competência Por razões várias nem sempre pode se realizar os atos processuais no foro em que se instaurou a instância. Fala-se em delegação externa: quando os atos são praticados em juízos diferentes: ex.: cartas citatórias, instrutórias, precatórias, etc.. Competência na constituição federal Distribuindo o poder de julgar entre os vários órgãos jurisdicionais, levando em conta a natureza da lide a Carta Magna prevê: Jurisdição especial (justiça especial): tribunais e juízes do trabalho (sem competência de ordem penal) tribunais e juízes eleitorais (justiça eleitoral); tribunais e juízes militares (justiça militar); Jurisdição política: para os crimes de responsabilidade comuns praticados por determinadas pessoas (senado, câmara dos deputados, assembléias legislativas). Jurisdição comum (justiça comum ou ordinária): tribunais e juízes dos estados; tribunais regionais federais e juízes federais e os "juizados especiais" ou "juizados de pequenas causas" federais e estaduais. a competência da justiça comum estadual é fixada de modo geral por exclusão, tudo quanto não cabe na competência das justiças especiais e da justiça federal é de competência dela , determinando a CF. Competência pelo lugar da infração (competência Ratione loci) O lugar da infração é o mais indicado para servir de foro do processo. Uma das finalidades da pena é a prevenção geral, a sanção aplicada no lugar onde foi cometido o crime serve como exemplo para os demais, também, é no lugar do crime que mais facilmente podem ser colhidas as provas do delito. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar- se-á pela prevenção. O CPP adotou a Teoria do Resultado para determinação do lugar do crime, ou seja, é o lugar da consumação, onde terminam por se reunir todos os elementos da definição do crime. No caso de tentativa, é a competência determinada pelo lugar em que se praticou o último ato, não havendo consumação e sendo crime plurissubsistente, necessita- se verificar qual o lugar do último ato comissivo ou omissivo praticado pelo agente ou omitente, esse é o foro do delito. Na Justiça Federal: necessário verificar-se que não há juízo em todas as comarcas ou distritos , mas nas capitais e grandes cidades a competência pelo lugar da infração é resolvida nas leis de organização judiciária. A competência é firmada pela prevenção a sede do delito passa a ser definida pela sede do juízo, princípio que é entendido como aquele decorrente da competência atribuída pela prática de algum ato judicial, podendo considerar- se como caso de prorrogação pela prevenção. No crime continuado não há verdadeiramente continência, já que é ele constituído por vários ilícitos penais , praticados em condutas várias , nas mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes. No crime permanente há realmente apenas uma conduta criminosa que se prolonga no tempo e, assim, a consumação pode ocorrer em vários lugares até que cesse sua permanência. Em ambos os casos a competência é firmada pela prevenção. Pode ocorrer que após Ter-se instaurado a relação processual por força da lei de organização judiciária se altere o território de comarcas, inclusive com a inclusão de novas comarcas. Tem-se decidido que havendo mudança de uma para outra comarca do local que fixou a competência de foro para determinação do território jurisdicional, haverá também mudança de competência que se fixará na circunscrição para o qual foi transferido o referido local. Competência pelo domicílio ou residência do réu Duas são as hipóteses, que não ocorrendo a fixação por outra razão, determina-se para o processo penal o forum domicilii: 1ª HIPÓTESE: Não se apurando o lugar da infração a ação deve ser proposta no foro do domicílio ou da residência do réu: é o foro subsidiário; 2ª HIPÓTESE: na ação penal privada exclusiva, em, que o querelante pode preferir o foro do domicílio ou residência do réu ainda que conhecido o lugar da infração. Esse critério traz o princípio da competência relativa em que a vontade de uma das partes pode derrogar o princípio da competência segundo o lugar da infração. Não se aplica a ação penal privada subsidiária. Não define o CPP. o que é domicílio ou residência, esse conceitos, portanto, são os de direito civil. Domicílio: o lugar onde a pessoa estabelece a sua residência com ânimo definitivo, ou subsidiariamente onde o lugar onde exerça suas ocupações habituais, o ponto central ou lugar onde for encontrado. Residência: simples local de habitação ou morada. No caso der o réu ter mais de uma residência a competência firmar-se-ápela prevenção. O código é omisso no caso de vários co-réus, com domicílio e residência diferentes, por analogia aplica-se o critério da prevenção diante do artigo 72, § 1°. Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. Competência por natureza da infração Determinada a competência pelo local da infração ou, ainda, pelo domicílio ou residência do réu (ratione loci), é preciso fixá-la em razão da matéria (ratione materiae); se é da JUSTIÇA ESPECIAL (Militar; Eleitoral; etc..) ou da JUSTIÇA COMUM (Federal ou Estadual). A competência em razão da natureza da infração não constitui, portanto Critério de fixação do Juízo, mas de fixação do Juiz. É da lei de organização judiciária (Federal ou Estadual) que vai determinar a competência de juiz. A competência do Tribunal do Júri, assegurada pela Constituição Federal, é para o julgamento de todos os crimes dolosos contra a vida, incluindo-se, portanto, o genocídio. Observe-se que o latrocínio é crime contra o patrimônio, tendo em vista a objetividade jurídica final, não estando na competência do Tribunal Popular. Competência por distribuição Havendo vários juízes (varas) no foro competente para o processo e julgamento do crime, a competência será determinada , agora pela distribuição. A distribuição constitui matéria com normas peculiares. É ela, entretanto, obrigatória, no caso de haver dois ou mais juízes no Juízo competente. São ocorrências próprias da jurisdição: Compensação: correção de erro ou falta , atribuindo-se um novo feito ao prejudicado, a pedido dele ou ex-officio. Dependência: atribuição do feito a juiz que tenha prevenido a competência , dada a relação desse feito com outro já distribuído. Baixa na Distribuição: cancelamento de distribuição anterior , para efeito de redistribuição a juiz que venha ser tido como competente; Por vezes, antes da ultimação inquérito, o juiz pratica atos jurisdicionais nos autos; findo o inquérito em que houve uma dessas medidas judiciais, evidentemente precedidas de distribuição, que não será ele novamente distribuído, mas enviado àquele que praticou aqueles atos. Competência por conexão ou continência Conexão ou continência não são causas determinantes da competência, como são o lugar do crime , o domicílio do réu, etc.., mas são motivos que determinam sua alteração, atraindo para atribuição de um juiz ou juízo o crime que seria da atribuição de outro. Embora, em princípio, a cada crime deva corresponder um só processo , é aconselhável que, por economia e maior segurança e coerência , haja um só processo nos casos de continência e conexão. A conexão e continência "têm por finalidade a adequação unitária e a reconstrução crítica unitária das provas a fim de que haja, através de um único quadro de provas mais amplo e completo, melhor conhecimento dos fatos e maior firmeza e justiça nas decisões, evitando- se discrepância e contradições entre os julgados”. No processo penal - conceitos de conexão e continência diferem do processo civil, em que há distinção em razão em razão das personae, res e causa petendi, existindo regras específicas para determinação do juízo competente na esfera penal. Doutrina distingue : CONEXÃO MATERIAL (substantiva) : em que as várias infrações estão ligadas por laços circunstanciais, havendo conexão entre os próprios delitos. A conexão substantiva pode ser : o o puramente subjetiva: ex.: nas infrações praticadas por várias pessoas em concurso puramente objetiva o o puramente objetiva: uma infração é praticada para, ex.:, ocultar outra; o o subjetiva - objetiva: são praticadas ao mesmo tempo por várias pessoas em concurso. CONEXÃO PROCESSUAL (instrumental) : em que não há nexo entre as infrações, mas a prova de uma infração ou de qualquer circunstância elementar influi na de outra. No artigo 76, III: há na hipótese prejudicialidade homogênea , pois se a prova de uma infração influir na prova de outra, é evidente que deve haver unidade de processo e julgamento, pois, do contrário teria o juiz que suspender o julgamento de uma aguardando a decisão de outra. Há continência quando uma coisa está contida em outra, não sendo possível a separação. No processo penal a continência também é uma forma de modificação de competência e não de fixação dela, o que ocorre na hipótese da prática do crime em concurso de pessoas em que duas ou mais pessoas colaboram para prática de uma infração penal. Foro prevalente Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: No concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; No concurso de jurisdições da mesma categoria: preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; considera-se a pena mais grave a privativa de liberdade (reclusão, detenção, prisão simples) depois as privativas e restritivas de direitos e, por fim as penas pecuniárias. Em cada uma delas, a maior gravidade será determinada pela duração ou quantidade. Consideram-se sempre as penas como cominadas abstratamente para os crimes que são objetos da conexão e continência. Prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; havendo crimes idênticos ou não, apenados abstratamente com a mesma sanção,inclusive em seus limites mínimos e máximos, a competência será afinal determinada pelo lugar em que houve a ocorrência de maior número de infrações. Firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; a prevenção é que determina a competência quando não houver diferença nas penas e no número de infrações praticadas nos diversos lugares. No concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; hierarquia entre os tribunais, prevendo-se a prevalência da que tiver "maior graduação" Ex.: a competência dos Tribunais de Justiça sobre os juízes de 1ª instância, do juiz de direito sobre os juízes temporários. No concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. versa sobre o concurso entre a "jurisdição comum" e a "especial" determinando a prevalência desta. Separação dos processos Existência de conexão ou continência importa em unidade de processo e julgamento perante o juízo prevalente, conforme regras já citadas. Prevê a lei processual, exceções ao princípio, com a separação de processos. 1ª EXCEÇÃO: é a do concurso entre a jurisdição comum e a militar; a prevalência devia ser desta, como justiça especial, mas a lei determina a pluralidade de processos Ex.: ocorrendo dois crimes em conexão, um militar e outro comum, haverá separação dos processos (I). É o que determina a Súmula 30 do primitivo TFR: "Conexos os crimes praticados por policial militar e por civil, ou acusados estes como co-autores pela mesma infração" (continência, art. 77, I, deste Código), "compete à Justiça Militar processar e julgar o policial militar pelo crime militar (CPM, art. 9º) e à Justiça Comum, o civil" 2ª EXCEÇÃO: é do concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores, uma conseqüência evidente da inimputabilidade do menor de 18 anos; este é submetido a legislação especial, atualmente o ECA. Ex.: concurso de pessoas no furto cometido por um maior e outro menor inimputável. O menor estará sujeito à sindicância; o maior, à ação penal;3ª EXCEÇÃO : Sobrevindo a um dos réus doença mental, exige-se a separação dos processos já que em relação a ele fica suspenso o processo embora possam ser praticadas diligências que não admitam delongas ou contemporizações. Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152 deste Código (hipótese de a doença mental surgir após a prática da infração penal). Quando isso ocorre, os processos devem ser separados 4ª EXCEÇÃO : A regra se refere nos termos da legislação vigente , a hipóteses de julgamento pelo Tribunal do júri, trata da impossibilidade de julgamento a réu revel, quando a intimação da sentença da pronúncia , se o crime for inafiançável, deve ser feita sempre pessoalmente; a segunda se refere refere-se ao caso de haverem dois ou mais réus quando não coincidirem as recusas dos jurados entre os vários defensores . Nessas hipóteses apenas os demais co-réus serão julgados unificadamente. A unidade do processo não importará a do julgamento se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461 deste Código 5ª EXCEÇÃO - Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tivere m sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. Prevê a separação facultativa, embora haja continência ou conexão. Cabe ao juiz nas hipóteses acima, aquilatar a conveniência da separação, a enumeração NÃO é taxativa uma vez que a lei fala em "..outro motivo relevante..", que pode ser qualquer um, incluindo, evidentemente, os de interesse da justiça , já que o artigo não visa somente o benefício dos acusados. O juiz continuará competente em relação às infrações que haviam sido atraídas para sua competência pela conexão ou continência , embora absolva o réu da infração ou infrações que lhe deram a vis atrativa – para o processo e julgamento. O mesmo ocorre se , ao invés de absolvição o juiz desclassificar o delito, ou seja, der ou reconhecer a possibilidade de se dar nova definição jurídica do fato. Quando se trata, porém, de competência do Júri, deve haver regra diversa para não submete ao Tribunal Popular, isoladamente crimes que não são de sua competência. Não havendo crime doloso contra a vida para ser submetido ao júri não deve o Tribunal apreciar as demais infrações que haviam sido atraídas pela continência ou conexão. Quando a absolvição ocorrer já no julgamento do júri, relativamente ao crime que é competente, o tribunal continua com a competência para o crime conexo. Competência por prevenção Prevenção vem de prevenire, que significa vir antes , chegar antes antecipar, que em direito significa conhecimento anterior. Diz-se preventa ou prevenida a competência de um juiz quando ele se antecipa a outro, também competente , por haver praticado algum ato ou ordenado alguma medida do processo, mesmo antes do oferecimento da denúncia ou da queixa. Ex.: a decretação da prisão preventiva, a concessão de fiança, , o reconhecimento de pessoas ou coisas. A prática desses atos impede a posterior distribuição dos autos do inquérito, que deverão ser encaminhados ao juiz que os praticou. Difere da prevenção do processo civil, pois este necessita de citação válida. Refere-se a lei a atos do juiz, nada significando para prevenção atos praticados no inquérito pela autoridade policial. A prevenção também firma a competência quando se trata de infração continuada – CP. ART. 71 ou permanente praticadas em territórios de duas ou mais jurisdições. A prevenção ainda fixa competência , evidentemente se dois inquéritos policiais sobre os mesmos fatos distribuídos a dois juízes criminais igualmente competentes ou se é proposta a ação em que há continência ou conexão em outra em andamento. A regra do artigo 83, não resolve apenas o conflito positivo da competência, ou seja, não resolve a questão apenas quando há dois ou mais juízes competentes. Cita ele o artigo 70, § 3°, que se refere a incerteza do limite territorial, entre duas ou mais jurisdições ou a ocorrência de consumação ou tentativa nas divisas de duas ou mais jurisdições. Nessas hipóteses a competência é fixada pela prevenção. Cita, também, artigo 72, §§ 1° e 2°, se o réu tiver mais de uma residência ou se não tiver residência ou for ignorado o seu paradeiro, isto se não for conhecido o lugar da infração. A competência é firmada pela prevenção. Evidentemente não há de se falar em prevenção se em processos diversos os fatos ou as pessoas são diferentes , quando prevalece o lugar da infração mais grave ou em que ocorreu o maior número de infrações. Jurisprudencialmente, também, não previne a competência: Pedido de Habeas Corpus matéria especificamente constitucional; Remessa de cópia de auto de prisão em flagrante; Mandado de segurança em que se objetiva a reunião a extração de peças pelo juiz e seu encaminhamento ao MP. O julgamento de apelação por uma das Câmaras Criminais que anula a sentença não previne a jurisdição, para o julgamento de nova apelação. Prevenção é pressuposto da litispendência, e o desrespeito às suas regras faz cabível a respectiva exceção. Prevenção e Litispendência, não são sinônimos. A diferença está em que a prevenção é critério de determinação de competência e pode ocorrer antes de ser o litígio levado a juízo; a litispendência é a situação do litígio desde a propositura da ação até trânsito em julgado da sentença. Competência por prerrogativa de função Fala-se em competência ratione personae (em razão da pessoa), quando o Código deixa bem claro que a competência é ditada pela função da pessoa, tendo em vista a dignidade do cargo exercido e não do indivíduo que o exerce – é usual também o nome foro privilegiado , já que a CF. 88, não o proíbe, proibindo somente o "...juízo ou tribunal de exceção...". Na realidade não pode haver privilégio às pessoas, a lei não pode ter preferência , mas é necessário que leve em conta a dignidade dos cargos e funções públicas. O foro por prerrogativa de função está fundado na utilidade pública, no princípio da ordem e da subordinação e na maior independência dos tribunais superiores. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: cuja função precípua é a "guarda da Constituição", tem competência , na área penal, para processar e julgar originariamente: o o Nas infrações penais comuns: o Presidente da República, o Vice- Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; o o Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade: os Ministros de Estado, ressalvada a hipótese dos crimes de responsabilidade conexos com os do Presidente e Vice-Presidente, os membros dos Tribunais Superiores , os do Tribunais de Conta da União e os Chefes de Missão diplomática de caráter permanente. (CF. ART. 102, I, "b" e "c"). o O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: órgão de 3° grau das justiças comum e especial, compete julgar e processar , originariamente: o o Nos crimes comuns: Governadores dos Estados e do Distrito Federal; o o Nos crimes comuns e nos de responsabilidade: os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os Membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitoraise do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, e os do Ministério Público da União que oficiem perante os tribunais (CF. Art. 105, I, "a"). Embora a própria Constituição declare que a competência dos Tribunais do Estado, seja definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça, fixa ela a própria competência do Tribunal de Justiça para o julgamento dos Prefeitos Municipais. Também é prevista na Constituição Federal, o foro por prerrogativa de função na chamada "jurisdição política". A competência por prerrogativa de função abrange também as pessoas que não gozam de foro especial, sempre que houver concurso de pessoas. O foro por prerrogativa de função estabelecido na Constituição estaduais e leis de organização judiciária são válidas apenas em relação às autoridades judiciárias e locais. A expressão "crimes comuns" na CF, inclui portanto, os crimes militares e os eleitorais. Entretanto, o foro por prerrogativa de função estabelecido nas Constituições Estaduais, são válidas apenas em relação às autoridades judiciárias estaduais e locais, não podendo ser invocada em face do Poder Judiciário Federal. A competência determinada pelo foro por prerrogativa de função exclui a regra de foro pelo lugar da infração. Entende-se a competência do Tribunal de Justiça competente é o do Estado da respectiva autoridade, ainda que o crime tenha sido praticada em outro Estado. Súmula 3 do STF: "a imunidade concedida a Deputado Estadual é restrita a Justiça do Estado- membro". Súmula 451 do STF: "A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional." Súmula 394 do STF: "Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício." Gozando, o autor de crime doloso contra a vida, de foro por prerrogativa de função estabelecido na CF., a competência para julgá-lo será desse foro especial e não do júri, já que a própria Carta Magna estabelece a exceção a competência do Tribunal Popular. Embora a conexão determine a unidade do julgamento com relação aos co- autores do crime em que um deles tem direito ao foro por prerrogativa de função, se o inquérito foi arquivado contra este, os autos devem ser remetidos à justiça competente para apreciação da responsabilidade dos outros indiciados que não estão sujeitos àquele foro. A competência originária por prerrogativa de função dos Tribunais se exerce em uma única instância, NÃO cabendo recurso ordinário da decisão. Prerrogativa de função e "exceção da verdade Estabelece, ainda, foro por prerrogativa de função para pessoas que originariamente dele não gozam , mas são vítimas de crimes contra a honra por parte daquele que tem foro especial. Movida a ação por pessoa que goza de foro especial contra o autor da ofensa à sua honra , é obvio que o processo deve ocorrer perante a justiça comum , mas, oposta, a exceptio veritatis, isto é propondo-se o acusado demonstrar a verdade do fato que imputou, fato que acarretará conseqüências nocivas e prejudiciais e, eventualmente, até a ação penal, tudo aconselha a que o processo em curso, com a exceção da verdade, seja apreciada pelo juízo comp etente conforme o foro por prerrogativa de função. A exceptio veritatis cabe apenas quanto a calúnia e a difamação, em hipóteses determinadas pela lei. Na exceção da verdade, intentada nos casos por quem tem o foro por prerrogativa de função, cabe ao juízo comum sobre a sua admissibilidade e processá-la , com a subseqüente remessa à superior instância dos autos para o julgamento , este da competência do Tribunal. Julgada improcedente a exceção da verdade, a ação penal deve prosseguir no juízo de origem . Já não há mais razão para permanência dos autos na Superior Instância. O estabelecido no CPP, aplica-se à competência do Superior Tribunal de Justiça, inexistente na época da elaboração da lei processual. Crimes plurilocais É possível que a ação e a consumação do crime ocorram em lugares diversos se uma delas se opera fora do território nacional ocorre o fenômeno denominado de crime a distância. Quando, porém, ambas ocorrem no território nacional, fala-se em crimes plurilocais. Enquanto nos crimes à distância aplica-se o artigo 6° do CP, que se refere ao local do crime para efe ito da extraterritorialidade; nos crimes plurilocais aplicável é o artigo 70 do CPP, a competência é determinada,assim, pelo lugar da consumação ou seja, no local em que, no fato, se reúnem todos os elementos da definição legal. Em tema de homicídio, doloso ou culposo, tribunais estaduais têm decididos pela competência do juízo do lugar onde o agente praticou os últimos atos de execução a não do da morte da vítima, já que assim se fará melhor a colheita das provas, apesar dessa argumentação, essa interpretação é contra-legem. Diante da interpretação corrente de que o crime de fraude no pagamento por meio de cheque (CP. art. 171, § 2°, VI) é crime material , que exige o efeti vo prejuízo para a consumação, entende-se que ele se consuma no local onde se deu a recusa de pagamento pelo sacado. Crime de falso testemunho – artigo 342 do Cp. – praticado no depoimento colhido por precatória, lugar da infração é aquele em que se prestou o falso testemunho. Crimes de policiais militares A CF. 88, prevê a competência da Justiça Militar Estadual para processar e julgar policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares definidos em lei. Não é a condição de integrante das Policias Militares, que caracteriza o delito como militar, mas o que é assim definido no Código Penal Militar. Assim é competência da justiça comum julgar o crime de abuso de autoridade. Cabe a justiça comum , a competência para julgar integrante das Policias Militares quando praticam crime que, embora seja fato definido no Código Penal Militar, não se encontra qualificado como o militar pelo art. 9°, II, do CPM. Como o concurso entre a jurisdição comum e militar não há unidade de processo e julgamento (CP. ART. 79, I do CPP). Conexos os crimes praticados por policial militar e por civil ou acusados estes como co-autores pela mesma infração, compete à Justiça Militar estadual processar e julgar o policial militar pelo crime militar (art. 9° do CPM.) e à Justiça Comum , o civil. Quando a Justiça Militar Federal, a situação é diversa. Dispõe a CF. " que compete a ela processar e julgar os crimes militares definidos em lei." Não se referiu ao agente, adotou um critério exclusivamente objetivo. Assim por força do artigo 82 do CPPM, estende-se a competência da Justiça Militar Federal aos militares da reserva, ao reformados e aos civis quando autores de crimes contra as instituições militares, como tais definidos em lei. Crimes de prefeitos municipais Reservando as Constituições dos Estados e as leis de organização judiciária a fixação de foro por prerrogativa de função nos tribunais estaduais, a CF. 88, garantiu aos Prefeitos Municipais o julgam ento perante o Tribunal de Justiça.(CF. art. 29, VIII) não fazendo distinção entre os crimes comuns e os de responsabilidade. Visível a intenção de afastar a "jurisdição política" das Câmaras Municipais para as infrações político-administrativas. Discute-se, porém, se é da competência doTribunal de Justiça o julgamento dos crimes afetos às justiças especiais e a Justiça Comum federal. Veja-se, no caso dos prefeitos municipais, que a competência do TJ do Estado com fundamento na prerrogativa de função, ratione materiae, está prevista na própria CF. Entretanto, o TJSP tem decidido que a competência para julgar os crimes eleitorais dos prefeitos municipais é do TRE, por não ser competente o TJ para apreciar tais delitos. Quanto aos crimes que seriam de competência do juiz federal, não há dúvida de que, quando praticados por prefeito municipal, devem ser julgados pelo TJ, como já se decidiu no STJ. Competência da justiça comum federal Excluíram-se as contravenções, da competência da Justiça Federal., ainda que ocorridas em áreas administrada pelo IBAMA, observe-se que as condutas definidas como contravenções no Código de Caça, foram criminalizadas – lei n°7853 – 12/02/88 . Segundo a CF. 88Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados em detrimento de bens, serviços ou interesses não só da União, mas de suas autarquias e das empresas públicas federais, (ressalvada a competência da Justiça Militar e Justiça Eleitoral) estão a seu cargo os delitos praticados em detrimento da SUNAB, DNER, INSS, OAB, INPM, CEF, EBCT. Por se limitar as autarquias e empresas públicas, não são de competência da Justiça Federal, mas da Justiça Estadual, os crimes praticados contra as sociedades de economia mista, como o Banco do Brasil, Banco de Crédito Cooperativo, a Rede Ferroviária Federal, etc.. Compete, ainda, a Justiça Federal o processo de julgamento dos "crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando iniciada a execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro ou reciprocamente. Compete a Justiça Federal, o julgamento de criem de ingresso ou perm anência irregular de estrangeiro; crimes contra o trabalho e nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômica e financeira. Compete também à Justiça Estadual, o processo e julgamento do crime de falsificação ou uso de certificado de conclusão de 1° e 2° graus, desde qu e não se refira a estabelecimento federal de ensino ou a falsificação de assinatura de funcionário público federal. Disposições especiais Aplicação da lei penal brasileira a crimes cometidos fora do território nacional em decorrência dos princípios da personalidade (ou nacionalidade), da proteção (da defesa), da justiça penal universal (ou cosmopolita), o Código de Processo Penal dispõe sobre a competência para apreciá-los . No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. Crimes praticados fora do Brasil: O art. 7º do CP prevê uma série de casos em que a lei penal brasileira tem aplicação a delitos praticados no estrangeiro. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; contra o crédito ou a fé pública da União, de Estado ou de Município; contra o patrimônio federal, estadual ou municipal; contra a administração pública, por quem está a seu serviço; de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; praticados por brasileiro; praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. Esse artigo, de forma expressa, permite a aplicação de outros princípios. Assim, certos crimes praticados no estrangeiro sofrem a eficácia da lei n acional. É a extraterritorialidade da lei penal brasileira. No art. 7º, I, foi adotado o princípio real. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado. Competência: É da Justiça Federal de primeira instância (CF, art. 109, IX).. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave. Competência: É da Justiça Federal de primeira instância (CF, art. 109, IX). Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção.Incerteza sobre a competência: Quando o crime é cometido em qualquer embarcação ou a bordo de aeronaves etc., em nosso território, não se sabendo exatamente em que lugar, ficando incerta a matéria da competência, deve ser aplicado o princípio da prevenção, nos termos do art. 83 deste Código. Provas Conceito PROVAR: é produzir um estado de certeza , na consciência e mente do juiz , para sua convicção a respeito da existência ou inexistência de um fato, ou da verdade ou falsidade de uma afirmação sobre uma situação de fato, que se considera de interesse para uma decisão judicial a solução de um processo. PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DOS MEIOS DE PROVA: por força desse princípio é que a testemunha arrolada por uma das partes pode ser inquirida também pela outra, que um documento produzido por qualquer delas pode ser invocada pela adversária. A prova, em regra, deve ser produzida no processo, na instrução perante o juiz, conforme o sistema de livre apreciação das provas. Isso não impede, entretanto, que algumas delas , sejam realizadas perante outras autoridades. Ex.: oitiva de testemunhas por precatória. Objeto da prova É o que se deve demonstrar, ou seja, aquilo sobre o que o juiz deve adquirir o conhecimento necessário para resolver o litígio.. Refere-se aos fatos relevantes. São irrelevantes ex: as roupas vestidas pelo autor, sua convicções religiosas, etc.., quando tais circunstâncias não são elementos do crime e não influem na fixação da pena. Ao contrário do que ocorre no processo civil, no processo penal não se exclui do objeto de prova o chamado FATO INCONTROVERSO aquele admitido pelas partes. O juiz penal não está obrigado a admitir o que as partes afirmam contestes, uma vez que lhe é dado indagar sobre tudo o que lhe pareça dúbio e suspeito. O julgador deve chegar à verdade dos fatos tais como ocorreram historicamente e não como queiram as partes. Ex.: a confissão do acusado, apesar de ser uma das provas mais eficazes, não obsta que fique sujeita ao questionamento pelo julgador. Independem de prova os FATOS NOTÓRIOS, são aqueles cujo conhecimento integra a cultura normal a informação dos indivíduos de determinado meio. Não há necessidade de provar. Não se confunde a notoriedade do fato com o conhecimento do juiz , o fato pode ser de conhecimento deste e não ser notório. Não se confunde ela com a vox publica, o conhecimento de um número indeterminado de pessoas. Também os FATOS PRESUMIDOS não precisam ser provados. Presumir e tomar como verdadeiro um fato , independentemente de prova, levando-se em conta aquilo queem geral acontece. Distingui-se da PRESUNÇÃO ABSOLUTA (juris et de jure), que não admite n prova em contrário, da PRESUNÇÃO RELATIVA (juris tantum) que pode ser afastada quando há prova que a contradiz. Ex.: presunção de imputabilidade do menor de 18 anos, presunção de violência em determinados crimes contra os costumes. Classificações Quanto ao objeto Direta: quando por si demonstra o fato, quando dá certeza deles por tes temunhas , documentos, etc.. Indireta: quando comprovado um outro fato se permite concluir o alegado diante de sua ligação com o primeiro. Ex.: hipótese do álibi, em que a presença do acusado em lugar diverso do crime permite concluir que não praticou o ilícito. Quanto seu efeito ou valor Plena: completa convincente (ex.: exigida para condenação). Não plena: uma probabilidade procedência da alegação (suficientes pa ra medidas preliminares, arresto, seqüestro, etc.) Dentre estas destaca-se a chamada prova "prima facie" "aquela que deixa desde logo no espírito do juiz a convicção de veracidade de um fato, embora possa ser infirmado por outras provas. Ex.: se uma pessoa indefesa, à noite, dentro da própria casa mata um ladrão contumaz, que arrombou a janela, prima facie, tudo se convence de que o homicídio foi praticado em legítima defesa. Podem ser reais ou pessoais Reais: são as que consistem em uma coisa ou bem exterior a distinção do indivíduo; Pessoais: às que exprimem o conhecimento subjetivo e pessoal atribuído a alguém; As provas podem ser documentais , testemunhais e materiais. Meios de prova Como no nosso processo penal: vige o princípio da verdade real, NÃO há limitação dos meios de provas. NA busca da verdade material ou real, os requisitos da prova se reduzem ao mínimo de modo que as partes possam utilizar-se dos meios de prova com ampla liberdade. A investigação deve ser a mais ampla possível. O princípio da liberdade probatória entretanto não é absoluto. Por exemplo o casamento se prova pela certidão do Registro. Prova de que o acusado era menor, certidão de nascimento. São inadmissíveis as provas que sejam incompatíveis com os princípios de respeito ao direito de defesa e à dignidade humana, os meios cuja a utilização se opõe as normas reguladoras do direito que, com caráter geral, regem a vida social. Fala-se na doutrina de prova, ilícita, ilegitimamente admitida, ilegítima, etc.. Em resumo: a prova é proibida toda vez que caracterizar violação de normas ou de princípios do ordenamento de natureza processual ou material. Ônus da prova Faculdade ou encargo que tem a parte de demonstrar no processo a real ocorrência de um fato que alegou em seu interesse, o qual se apresenta como relevante para o julgamento da pretensão deduzida pelo autor da ação penal. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer. O princípio decorre não só de uma razão de oportunidade e na regra de experiência fundada no interesse da afirmação , mas na eqüidade , na paridade de tratamento das partes. Litigando estas não é justo não impor a uma só ônus da prova, o autor não se pode exigir senão a prova dos fatos que criam especificadamente o direito; do réu apenas aqueles em que se funda a defesa. Processo penal condenatório, oferecida a denúncia ou queixa cabe ao: a) acusador a prova do fato e da autoria, bem como as causas que causam o aumento de pena; compete a ele, também, comprovar os elementos subjetivos, a forma de inobservância da cautela devida no crime culposo: b) imprudência, negligência ou imperícia., bem como o dolo que no mais das vezes, é presumido diante da experiência de que os atos praticados pelo homem são conscientes e voluntários (cabe ao réu demonstrar ou contrário). c) acusado cabe a prova das causas excludentes da antijuridicidade , da culpabilidade e da punibilidade, bem como, das circunstâncias que impliquem em diminuição da pena.(atenuantes, causas privilegiadoras, etc..) ou concessão de benefícios, inexistência dos fatos (se pretender a absolvição). Cabe a este a prova de elementos subjetivos que o possam beneficiar (violenta, emoção, relevante valor moral ou social, etc..) Embora o juiz não deva assumir o papel de parte acusadora ou da defesa, permite a lei que em caso de dúvida , procure esclarecê-la determinando a realização de diligência . A autorização legal para iniciativa do juiz na produção da prova evidentemente não permite que determine investigação por mero capricho que exponha terceiro a vexames ou humilhações ou que, vencendo os limites do admissível, venha provocar diligência arbitrária. O direito em regra não precisa ser provado, basta ser, pois o juiz está obrigado a conhecê-lo, sendo esse conhecimento uma presunção. A ocasião própria (com o oferecimento da denúncia, na defesa prévia, na fase prevista pelo artigo 499) a parte deve requerer a prova a ser produzida. O INDEFERIMENTO de requisição ou pedido de prova sem demonstração de sua necessidade é INAPELÁVEL, por não constituir decisão definitiva ou com força definitiva. Pode ser alegada a nulidade por cerceamento de defesa ou acusação , em eventual recurso da decisão de mérito. Sistemas de apreciação Nos tempos modernos, são três os sistemas: 1 – CERTEZA MORAL DO JUIZ ou íntima convicção: a lei nada diz sobre o valor das provas e a decisão , funda-se exclusivamente na certeza moral do juiz, que decide sobre sua admissibilidade, sua avaliação , seu carreamento para os autos. (Tribunal do Júri). 2 – CERTEZA DO MORAL DO LEGISLADOR ou sistema da verdade legal ou formal: a lei impõe ao juiz a observância de certos preceitos, estabelece o valor de cada prova, institui uma hierarquia delas, de forma que não lhe deixa praticamente nenhuma liberdade de apreciação. 3 – LIVRE CONVICÇÃO ou da verdade real ou livre convencimento: o juiz forma sua convicção pela livre apreciação da prova, não fica adstrito a critério valorativos e apriorísticos e é livre na sua escolha , aceitação e valoração. Esse foi adotado pelo CPP. O juiz está adstrito às provas carreadas aos autos, NÃO podendo fundamentar qualquer decisão em elementos estranhos a eles: o que não está nos autos não está no mundo (quod non est in actis non est in mundo). Seus domínios são exclusivamente os das provas do processo, porém na eleição ou avaliação delas ele é livre, guiando-se pela crítica sã e racional. – o conduzirão nesse exame a apreciação. Princípios das provas 1 – PRINCÍPIO DA AUTO-RESPONSABILIDADE DAS PARTES: assumem e suportam as conseqüências de sua inatividade, negligência, erro ou atos intencionais; 2 – PRINCÍPIO DA AUDIÊNCIA CONTRADITÓRIA: toda prova admite a contra prova não sendo admissível a produção de uma delas sem o conhecimento da outra parte (princípio contraditória). 3 - PRINCÍPIO DA AQUISIÇÃO OU COMUNHÃO: a prova produzida não pertence a parte que o produziu, servindo a ambos os litigantes e ao interesse da justiça. 4 – PRINCÍPIO DA ORALIDADE: predominância da palavra falada, não é sensível em nosso direito processual penal. Como conseqüência do princípio da oralidade busca-se a concentração de toda produção da prova na audiência (princípio da concentração). 5 – PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: como ato judicial que é, embora haja exceção ao princípio. 6 – PRINCÍPIO DO LIVRE CONHECIMENTO: quanto a apreciação da prova. Exame de corpo de delito Exame periciais PERÍCIA: o exame procedido por pessoa que tenha determinados conhecimentos técnicos, científicos, artísticos ou práticos acerca dos fatos, circunstâncias objetivas ou condiçõespessoais inerentes ao fato punível a fim de comprová-los PERÍCIA: não é um simples meio de prova. O perito é um apreciador técnico, assessor do juiz, destinado a fornecer dados instrutórios de ordem técnica e a proceder à verificação e formação do corpo do delito. A perícia é um elemento subsidiário. CPP. inclui os peritos entre os auxiliares da justiça, sujeitando-se à disciplina judiciária, suspeição dos juízes. Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos oficiais. Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. Podem os expertos desempenhar suas funções independentemente de nomeação da autoridade policial ou do juiz, uma vez que a investidura desses técnicos advém da lei. Servem sem prestar compromisso. O exame, nessa hipótese, será requisitado pela autoridade ao diretor da repartição, juntando- se ao processo o laudo assinado por eles. Na ausência de peritos oficiais, devem se escolhidos dois peritos entre as pessoas que tenham habilitação técnica , isto é, estejam aptas, diante de suas atividades ou experiências a prestarem informações e conclusões. Referindo-se a lei à preferência, para os que tem habilitação técnica, nada impede que, na ausência de profissionais legalmente habilitados, sejam nomeadas pessoas sem esse preparo técnico. Os peritos não oficiais devem prestar o compromisso, conforme disposição do artigo citado. Já se decidiu que a ausência do compromisso constitui mera irregularidade não anulando a perícia. A perícia pode ser determinada pela autoridade policial logo que tiver conhecimento da prática da infração penal ou até a conclusão do inquérito, bem como, pelo juiz durante a instrução. Pode ser requerida pelas partes: defesa prévia ? final da instrução. Quanto ao exame do corpo de delito é obrigatório para a autoridade a determinação da perícia , será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.quando a infração deixar vestígios. Nas demais perícias há uma faculdade. Requerida pela parte, cabe à autoridade deferi-la ou não, conforme considera ou não necessária a elucidação dos fatos ou suas circunstância. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade. Evitando-se a realização de perícias desnecessárias, impertinentes, procrastinatória, a lei deixa ao prudente arbítrio do juiz a sua realização, devendo a parte que a deseje convencê-lo fundamentadamente da sua conveniência. O indeferimento de exame pericial NÃO COMPORTA RECURSO, só pode ser desfeito pela via de reconsideração ou do remedium juris (ou mandado de segurança contra ato jurisdicional penal, que seria o mais acertado), se não constituir medida procrastinatória. NÃO constitui a negativa do juiz em realizar a perícia, portanto, cerceamento de defesa. Mesmo na hipótese de ação privada as partes não podem intervir na nomeação dos peritos. Embora a lei preveja que, no exame a ser realizado por precatória a nomeação dos peritos se faça no juízo deprecado, salvo quando haja acordo entre as partes, essa concordância significa que a nomeação pode ser feita pelo juízo deprecante e não que as partes possam indicar, quando concordes, os expertos. Realização das perícias Determinada a realização do exame, a autoridade policial ou judiciária e as partes podem formular os quesitos, perguntas pertinentes à perícia e que versem sobre pontos a serem esclarecidos. Devem ser propostos até a diligência, não podendo ser propostos durante a sua realização. Cabe o oferecimento tempestivo dos quesitos em qualquer espécie de perícia, mesmo as complementares, constituindo o indeferimento do pedido ilegalidade e restrição ao direito das partes, que importam em NULIDADE da decisão e da perícia que assim se realizar. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. O laudo nada mais é do que a exposição minuciosa do observado pelos peritos e suas conclusões. Destaca-se no laudo 4 partes: PREÂMBULO: contém nome dos peritos, títulos, e objeto da perícia; EXPOSIÇÃO: narração de tudo que foi observado, feita com ordem e método; DISCUSSÃO: é a análise ou crítica dos fatos observados, com exposições de argumentos, razões ou motivos quer informam o parecer do perito. CONCLUSÃO: responde sinteticamente ao s quesitos da parte. Se os peritos não puderem formar logo juízo seguro ou fazer relatório completo do exame logo após este, a lei lhes concede o prazo de até 5 dias para a elaboração do laudo. Em casos especiais esse prazo poderá ser prorrogado. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do e xame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos. A autoridade policial ou judiciária deve obrigatoriamente nomear um terceiro perito, caso, este último divirja dos primeiros, a autoridade pode mandar proceder novo exame por outros peritos. Esta última nomeação , é facultativa , podendo o juiz deixar de fazê-la se entender desnecessário novo exame, optando por uma das opiniões emitidas. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Se as falhas forem de tal ordem que tornem o laudo imprestável para apreciação da prova, a autoridade pode ordenar que se proceda o novo exame, por outros peritos. Apreciação dos laudos periciais Existem dois sistemas a respeito da apreciação do laudo pericial pelo juiz. SISTEMA VINCULATÓRIO: o juiz não pode deixar de aceitar o laudo, por se tratar de prova técnica, o julgador estaria às conclusões do perito. SISTEMA LIBERATÓRIO: juiz tem inteira liberdade de apreciação em aceitar ou rejeitar o laudo. Vige em nosso país o princípio do livre convencimento, o juiz não está adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Caso se admitisse o sistema contrário, o perito, em última análise, seria o julgador; ora o juiz tem sempre condições de compreender a exposição e opiniões em torno de um ponto, seja de caráter técnico, científico, etc.., colhendo em várias fontes e mesmo no processo elementos que podem corroborar ou não as conclusões dos peritos. NÃO concordando com eles pode rejeitar o laudo. O auto do exame pericial realizado antes ou durante o inquérito policial será juntado aos autos de investigação. Tratando-se de crime que se apura mediante ação penal privada o auto de exame requerido como medida cautelar pode ser entregue ao requerente se o pedir, mediante traslado. Exame de corpo de delito Exame de Corpo de Delito: é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal, a materialidade do crime , aquilo que se vê, apalpa, sente, em suma, pode ser determinado através dos sentidos. Há infrações que deixam tais vestígios materiais (delicta facti permanentis),
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