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Seja bem Vindo! 
 
Curso 
Direito Processual Penal 
CursosOnlineSP.com.br 
 Carga horária: 55hs 
 
 
Conteúdo Programático: 
 
Inquérito Policial 
Ação Penal 
Competência 
Provas 
Prisão 
Habeas Corpus 
Bibliografia/Links Recomendados 
 
 
 
 
Inquérito Policial 
 
O inquérito policial é a peça informativa fornecida pela autoridade policial, ao 
Poder Judiciário, 
para que este, através do Ministério Público, após a verificação das infor
mações constantes do Relatório da Autoridade Policial e das demais peças 
que o compõe, entenda que se trata de infração penal, e formule a denúncia 
que dará início a uma ação penal. Se, no entanto entender que as peças 
apresentadas estão incompletas, ou não está devidamente caracterizada a 
tipificação penal, poderá 
antes de pedir o arquivamento do inquérito policial, devolver à Delegacia 
 de origem para nova diligências e investigações, por um prazo de 30 dias, 
após esse prazo, caso a Autoridade não tenha conseguido terminar as 
Diligências requeridas, poderá pedir prorrogação do prazo por mais trinta dias. 
Após esse prazo, devem os autos do inquérito ser devolvido ao Poder 
Judiciário, onde o Ministério Público pedirá o arquivamento. Entretanto este 
poderá ser reaberto se, antes que se opere a prescrição, nos termos do 
parágrafo único do art. 409 do Código de Processo Penal, se novas provas 
surgirem. 
Embora com outra visão da utilidade de se dar poderes ainda maiores ao 
Ministério Público, concordamos, que o Ministério Público, deverá promover, 
quando entender necessário, a abertura de inquérito policial e a prática de atos 
investigatórios. Este "poder" dado ao Ministério Público, isto é, o Poder de 
poder orientar as investigações durante a fase instrutória, irá na pior das 
hipóteses, gerar 
economia para o Estado. Por outro lado, a condenação de um inocente, 
 se tornará bem mais improvável, isto se a lei for cumprida como está escrita. 
Dessa forma, entendemos que a confissão do acusado, conseguida através 
das mais bárbaras e crueis forma de torturas, por parte da polícia, não terão 
mais razão de ser. E ainda, relativamente ao inquérito policial, deverá o 
Ministério Público, além de requisitar sua abertura, acompanhar e requisitar 
diligências e atos investigatórios quando entender útil à descoberta da verdade 
e determinar a volta do inquérito à autoridade policial, enquanto não oferecida a 
denúncia, para novas diligências e investigações. Durante essa fase, ou seja, a 
instrutória, não deve o magistrado tomar conhecimento das diligências e ou 
atos investigatórios que estão sendo realizados, para não, se quedar para um 
ou outro lado, para não se tornar incompetente para poder atuar com justiça, 
valendo-se, para seu convencimento, das provas que forem produzidas no 
contraditório. 
De qualquer forma, entendemos ser o inquérito policial, apenas e tão somente 
uma peça administrativa de ordem legal, que deve, e isso é imperativo, servir 
apenas como uma informação de um ilícito penal e que durante a persecução 
processual, se verificará se a quem foi atribuída a autoria é na realidade seu 
autor. É, em suma o alicerce da ordem jurídica, pois é a partir dela que se 
fundamenta a ação penal. Entretanto, cabe observar que não basta, servir-se 
dessa peça informativa, como garantia de assegurar a ordem jurídica de 
repressão ao "ser" acusado de ter praticado infração ilícita, mesmo porque, 
como se trata de uma peça informativa, não pode e nem deve apilastrar 
decisão condenatória. 
Cabe entretanto, ao Ministério Público, como muito além de representante do 
Estado, que é sua 
função principal, exercer, como Fiscal da Lei o resguardo da moralidade 
administrativa. E, sem esquecer nunca, que cabe a ele saber distinguir entre o 
que é legal e é legítimo, e, o que é ilegal e o que é ilegítimo. Pois, o legítimo 
gira em torno da moral, enquanto o legal, em torno do direito. Permite daí 
concluir que o legal é necessariamente legítimo, mas nem todo legítimo é legal. 
Do ângulo nosológico, o ilegal é sempre ilegítimo, mas o ilegítimo nem sempre 
é ilegal. Assim parece porque o conceito de legalidade move-se dentro do 
direito positivo, enquanto a noção de legitimidade é da órbita do direito natural. 
A legitimidade é mais questão de fato do que de direito. A legalidade é mais 
questão de direito do que de fato. 
A atividade ministerial não deve ficar apenas calcada nas informações contidas 
num inquérito policial, como é regra. Tanto assim é, que na denúncia, o 
representante estatal, já tem afirmado, antes 
mesmo que se apurem, e se verifiquem as provas coligidas no contradit
ório, afirmando que o acusado incorreu, nas sanções de tal artigo do Código 
Penal, e pedindo mais, que seja, depois de processado, no final condenado. 
Quer-nos parecer, que como fiscal da lei, o representante do Ministério Público, 
deveria pedir a condenação, se ao final de toda a persecução processual, 
ficasse devidamente provado que o acusado realmente foi o autor do ilícito 
denunciado. E creio que a melhor forma de se dizer isso, seria ao invés de 
afirmar que o denunciado incorreu, usar o termo teria incorrido e no final, ao 
invés de pedir que o 
denunciado seja condenado, afirme, como é seu dever, como fiscal da le
i, e ao final, ficando devidamente provado, seja condenado. Em agindo 
assim, cremos, que estaria realmente exercendo sua primordial função de fiscal 
da lei. 
Na forma atual, o Ministério Público, se vale - aceitando o inquérito policial, 
como a verdade real e incontestável -, dessa peça, meramente informativa 
como prova de acusação. Como ocorre costumeiramente. Não obstante, 
objetive proteger o Estado e consequentemente a sociedade. 
No que diz respeito a arquivamento do inquérito policial, há a ressalva de que a 
qualquer tempo, possa ser reaberto, se novas provas surgirem. Entretanto, a 
nós nos parece que, salvo quando se trata de crimes considerados hediondos, 
o inquérito uma vez arquivado, não poderia ser reaberto, mesmo que 
surgissem novas provas ou indícios fortes da culpabilidade do autuado, salvo 
se estas surgissem antes de passados 180 dias. 
 Entendemos, que da mesma forma, que prescreve em 180 dias o direito de 
queixa, deve prescrever no mesmo tempo, quando o cidadão é indiciado em 
inquérito policial, e a Autoridade Policial não consegue reunir provas suficientes 
para que a denúncia se formalize. E, se a Autoridade Policial, apesar dos 
"recursos" que possui para a apuração de delitos, ainda assim, não conseguiu 
elementos suficientes para que se formalize a denúncia, não deve o cidadão, 
ficar à mercê do "acaso" ou do tempo, esperando que a qualquer momento, 
invadam sua casa, para que esclareça novamente o que já foi esquecido. 
Ação Penal 
Condições da ação 
Possibilidade jurídica do pedido: alguém pode ser titular do direito de ação, se 
em tese o direito objetivo admitir o pedido; 
Legítimo interesse de agir: quando o autor pede a providência jurisdicional 
adequada a situação concreta a ser decidida; 
Legitimação para agir (legitimatio ad causam ): pertinência subjetiva da ação, 
só pode ser proposta por quem é titular do interesse que se quer realizar contra 
aquele cujo o interesse deve ficar subordinado ao do autor. 
Direito de ação – características 
Autônomo: não se confunde com o direito subjetivo material; Abstrato: 
independe do resultado final do processo; 
Instrumental: tem por finalidade a instauração do processo – só existe pois é 
conexo à um caso concreto; 
Subjetivo: titular pode exigir do Estado-juiz a prestaçãojurisdicional; 
Público: serve para aplicação do direito público – o de provocar a atuação 
jurisdicional. 
AÇÃO: direito subjetivo de invocar o Estado-juiz a aplicação do direito objetivo 
a um caso concreto. 
Condições objetivas de punibilidade 
Dependem de aperfeiçoamento de elementos ou circunstâncias, são 
encontradas na descrição típica do crime e exteriores de sua conduta; 
Condições de procedibilidade 
Condicionam o exercício da ação penal têm caráter processual, atem-se 
somente a admissibilidade da persecução penal. Ex.: entrada no território 
nacional, do agente que praticou o crime. 
Pressupostos processuais 
Nasce com o reconhecimento do processo como relação pública autônoma, da 
relação de direito material. 
Para que exista juridicamente um processo penal, faz-se necessário uma 
demanda onde se exteriorize uma pretensão punitiva ou de liberdade – um 
órgão investido de jurisdição e partes que tenham personalidade jurídica ainda 
que formal no plano de processo. 
Tipos de ação penal 
 pública condicionada; 
 pública incondicionada; 
 privada principal – exclusiva; 
 privada subsidiária; 
 ação penal pública. 
 não existe ação penal adesiva. 
Ação penal pública incondicionada e condicionada 
A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declare privativa 
do ofendido. Em princípio toda ação penal é pública pois é um direito subjetivo 
perante o Estado-Juiz. 
Em certos crimes a conduta típica atinge tão seriamente o plano íntimo e 
secreto do sujeito passivo, que a norma entende conveniente, não obstante 
a lesividade, não querer ver o sujeito processado evitando sofrer novamente . 
Por vezes a conduta corresponde a um bem vinculado exclusivamente ao 
particular, por isso, e nesses casos , o Estado pode, outorgar ao particular a 
titularidade da ação penal. 
Assim , distingue-se a Ação penal em razão da legitimidade: 
pública: promovida pelo estado – Mp; 
privada : defere-se o direito à vítima; 
Quando a titularidade é do Estado – ou seja – AÇÃO PENAL PÚBLICA - possui 
ela duas formas: 
 Ação penal pública incondicionada: seu exercício não se subordina a 
qualquer requisito – pode ser iniciada sem a manifestação de qualquer pessoa 
– promovida pelo mp sem que haja manifestação da vontade da vítima. 
 Ação penal pública condicionada: seu exercício depende do preenchimento 
de requisitos – condições – possui duas formas: 
 Ação penal pública condicionada a representação ; 
 Ação penal pública condicionada a requisição do ministro da justiça; 
Critério de distinção 
Quando o CP – na parte especial, após descrever o delito silenciar a respeito 
da ação, será ela pública incondicionada. 
Quando o CP ou lei extravagante após definir o delito, referir-se a ação penal, 
poderá esta ser pública condicionada ou privada, conforme se refira usando, 
respectivamente, as expressões "somente se procede mediante 
representação" (condicionada), ou, se "procede mediante queixa"(privada). 
A requisição ministerial se dá unicamente em dois casos: 
crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, e haja àquele 
entrado em território nacional; 
nos crimes de injúria contra o Presidente da República ou Chefe de Governo 
Estrangeiro. 
Titularidade e princípios: 
Ministério Público – parquet – é o dominus litis (dono) da ação penal pública – 
condicionada ou incondicionada – promove a ação desde a peça inicial – 
denúncia – até os termos finais. 
A ação penal – segundo o STF – tem início com o recebimento da denúncia, e 
não com o seu oferecimento. 
Nos casos de ação penal pública incondicionada, qualquer do povo pode 
provocar a iniciativa do MP. – fornecendo informações, fatos e autoria. 
Princípio da oficialidade:O Estado criou um órgão para exercitar em seu nome 
a pretensão punitiva - sendo a Ação Penal Pública somente promovida pelo 
MP. – sendo essa a sua função constitucional. 
Princípio da obrigatoriedade: Não fica ao arbítrio do MP mover a ação penal – 
existindo elementos que a indiquem -ocorrência de fato típico antijurídico – é 
obrigado o MP a promove-la – princípio da obrigatoriedade da ação penal. 
Princípio da indisponibilidade: Instaurada a ação penal, não pode o MP dela 
dispor – indesistibilidade – esse princípio foi mitigado – pela lei dos Juizados 
Especiais Criminais. 
Observações 
sempre que o crime atingir patrimônio público a ação é pública incondicionada; 
cheque sem fundo ação incondicional, proposta no local onde se deu a recusa 
do pagamento; 
juiz rejeita denúncia – Recurso em Sentido Estrito – juiz aceita denúncia – NÃO 
cabe recurso conforme o caso Hábeas Corpus. 
Lesão corporal dolosa leve e culposa – juizados especiais criminais – 
condicionados a representação. 
Ação penal pública condicionada 
Como visto, pode ser condicionada a: 
representação; 
requisição do ministro da justiça. 
MP só pode mover a ação quando existir uma ou outra dessas condições. 
Representação – Requisição: tem natureza jurídica de CONDIÇÃO DE 
PROCEDIBILIDADE. 
Representação do ofendido 
manifestação da vontade do ofendido ou de seu representante legal - no 
sentido de movimentar-se o jus persequendi in juditio – Não se exige fórmula 
especial. Sem ela o MP não pode iniciar a ação penal mediante oferecimento 
da denúncia. Sendo inclusive necessária para instauração do Inquérito Policial. 
Direito de representação poderá ser exercido 
pessoalmente ou com procurador com poderes especiais; 
por declaração escrita ou oral (caso pessoalmente) ou com o reconhecim
ento da assinatura do ofendido, representado pelo procurador (por 
procuração); 
se a representação trouxer elementos satisfatórios e bastante para a ação 
penal , o MP, poderá dispensar o inquérito. 
Em princípio cabe a vítima ou seu representante legal o direito de 
representação, pode ser exercido pelo curador especial , pela mãe sem 
oposição do pai; (caso este se oponha prevalece a posição deste, cabendo a 
mãe a via judicial ) qualquer pessoa responsável pelo menor, ou a ele ligado ou 
mesmo estranho, em cuja companhia resida. Admite-se avós, tios, irmãos, já 
que a representação tem mais caráter material que formal. Pode ainda o 
direito de representação ser exercido por procurador com poderes para tanto – 
poderes especiais – Pode a qualquer tempo a ilegitimidade da representação 
ser sanada. 
Ofendido morre ou é declarado ausente 
O direito de representação, passa ao cônjuge , ascendente, descendente ou 
irmão. Esta lista é taxativa – não pode ser ampliada – deve se obedecer a 
ordem . 
O prazo conta-se do dia em que o sucessor soube que era o autor do crime, 
ou, em já sabendo , corre daí o prazo. 
As fundações ou associações – são representadas por quem seus estatutos 
designarem ou por seus representantes legais. 
Ofendido menor de 21 anos e maior de 18 anos 
Pode exercer a representação sem assistência de seu representante – se pode 
exercer a queixa pode exercer a representação que é o minus – pode exercer 
tanto ele como seu representante. 
Ofendido menor de 18 anos (na época do fato) 
Começa para ele (ofendido) correr o prazo a partir da data do 18° aniversário – 
pode ser exercido o direito de representação pelo seu representante legal (pai, 
mãe, tutor, etc..), caso estes não tenham exercido, ou seja o ofendido 
enfermo mental , ou colidam seus interesses com os de seus representantes – 
o juiz nomeará curador especial. 
Prazo para representação (esse prazo não abrange a requisição do 
Ministro da Justiça – este não tem prazo) 
6 MESES – contados do dia em que a vítima ou seu representante legalveio a 
saber quem é o autor do crime. Prazo decadencial, fatal e improrrogável – não 
oferecido – causa extintiva da punibilidade. 
Concurso de pessoas 
co-autoria e participação – tendo o ofendido oferecido representação 
contra um (uns) pode o promotor denuncia a todos. 
Pluralidade de ofendidos 
um deles não quer representar – irrelevante – quanto aos demais – Crime 
cometido contra o casal : a representação por um exercido, não envolve a do 
outro. 
Retratação da representação 
Permite-se a retratação até o oferecimento da denúncia - oferecida esta 
impossível a retratação – Admite-se oferecer a representação da qual se 
retratou , desde que dentro do prazo decadencial de 6 MESES. A retratação 
deita por um dos titulares NÃO afeta os demais. 
Quanto a retratação da requisição ministerial – diverge a doutrina em ser ela 
retratável ou não. 
A representação da vítima não tem força obrigatória quanto o oferecimento da 
denúncia pelo MP. – pode concluir pela não instauração da ação, pedir novas 
investigações , ou classificar o crime juridicamente diferente. 
A mulher casada não necessita de autorização do marido para representar. 
Requisição do ministro da justiça 
Condição de procedibilidade – no silêncio da lei pode ser feita a qualquer 
tempo – enquanto não extinta a punibilidade do agente – não condiciona que o 
MP proponha a ação. 
Ação penal nos crimes contra os costumes 
Em regra é PRIVADA – mas excepcionalmente: 
 → PÚBLICA INCONDICIONADA: 
 o quando cometido com abuso de pátrio poder ou da qualidade de padrasto, 
tutor ou curador; 
 o qualificado pela morte ou lesão corporal de natureza grave; 
 → PÚBLICA CONDICIONADA: 
 o se a vítima ou seus pais não podem prover às despesas do processo, sem 
privar-se de recursos indispensáveis a manutenção da família. 
Ação penal nos crimes complexos 
CRIME COMPLEXO: fusão de 2 ou mais delitos – se num desses crimes, os 
fatos que o agravem ou o constituam, forem de ação penal pública 
incondicionada, essa natureza transmite-se ao crime como um todo. "Quando a 
lei considera como elemento ou circunstância do tipo legal fatos que, por si 
mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação aquele, desde que 
em relação a qualquer destes se deva proceder por iniciativa do MP". 
Ação penal privada 
Jus puniendi – pertence ao Estado – que transfere ao particular o direito de 
acusar. 
Queixa – equivale a denúncia – devendo contar na sua forma os mesmos 
requisitos desta. 
Titular do direito de agir 
Ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo – exige procurado 
legalmente habilitado. 
Curador especial 
Ofendido menor de 18 anos ou mentalmente enfermo ou retardado mental, não 
tendo representante legal ou se colidem os interesses destes com os daquele, 
o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado de ofício 
ou a requerimento do MP, pelo juiz competente para o processo penal. 
Ofendido menor de 21 anos e menor de 18 anos 
O direito de queixa pode ser exercido por ele ou por seu representante legal; 
Posição do S.T.F. 
O direito de queixa e de representação: podem ser exercidos, 
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal –
 operada a decadência em relação ao ofendido – o direito de queixa 
continuará sob a titularidade de seu representante legal – se não soube da 
autoria do crime. Existem dois prazos - - um para o ofendido outro para o 
representante legal. 
Ofendido que alcança 21 anos durante a ação penal 
Deve assumir a posição de querelante – afastado seu representante legal; 
Com a morte ou ausência do ofendido 
Aplica-se o que já foi dito anteriormente; 
Princípios da ação privada 
Oportunidade ou conveniência: tem o titular a faculdade de propor ou não; 
Disponibilidade: de propor, prosseguir ou não até o final – renúncia , deixa 
decair, perda, etc... Intranscedência: comum a qualquer ação; penal –
 a ação penal limita-se a pessoa ou pessoas responsáveis pela infração – 
não atinge estranhos. 
Indivisibilidade: queixa contra qualquer dos autores obriga o processo de 
todos - MP – velará por isso, podendo aditar a queixa para esse fim – Esse 
princípio não está previsto para ação penal pública – tem-se entendido que só 
existe para ação privada . Mas, na ação pública, diante do princípio da 
obrigatoriedade não poderá o MP excluir o co-autor ou partícipe – sendo –lhe 
possível aditar a denúncia até a sentença (impossível falar-se em denúncia 
nula ou renúncia). 
Prazos de decadência para ação privada 
6 meses – crimes privados comuns; 
3 meses – crimes de imprensa; 
1 mês – crime de adultério. 
Formas de ação privada 
Exclusiva ou principal: quando determina o CP, que é de titularidade exclusiva 
do ofendido ou de seu representante legal; 
Subsidiária da ação pública: embora a ação continua de natureza pública, 
permite-se que o particular a inicia quando o MP, não o propõe no prazo legal; 
Ação privada exclusiva ou de iniciativa privada (nos casos de adultério, 
por exemplo são personalíssimas) 
São as que o CP. ou a lei especial , após descrever o delito refere-se a 
titularidade exclusiva do ofendido – "só se procede mediante queixa". A 
abertura de Inquérito Policial não interrompe o prazo decadencial. No caso e 
ação personalíssima – compete unicamente ao ofendido – não há sucessão 
por morte ou ausência, se estas ocorrem já iniciada a ação, não se poderá 
prosseguir com a ação – casos Induzimento a erro essencial e adultério. 
Ação privada subsidiária 
Ação de iniciativa privada que pode intentar (ofendido ou representante) – se 
nos crimes de iniciativa 
pública se o MP não oferecer a denúncia no prazo legal –
 AÇÃO SUBSIDIÁRIA – garantia constitucional. Somente cabível quando o 
MP não se manifesta, se houver manifestação de forma equivocada ou infeliz 
não é cabível. 
Não significa que passado esse prazo – o MP não possa denunciar . 
Do arquivamento do processo – Não cabe AÇÃO PENAL PRIVADA 
SUBSIDIÁRIA. 
MP – pode aditar, intervir nos termos do processo, interpor recursos, oferecer 
denúncia substitutiva, retomar a ação como principal. 
É possível quando a denúncia não descreve todos os delitos constantes da 
representação. 
Ação penal popular 
Nos crimes de responsabilidade, qualquer cidadão poderá denunciar – Lei 
1.079/50. 
 
Competência 
Generalidades 
Jurisdição é una e, investido no poder de julgar, o juiz exerce a atividade 
jurisdicional. 
Competência: é a medida e o limite da jurisdição, é a delimitação do poder 
jurisdição. A Constituição, as leis inclusive a de organização judiciária, fixam a 
jurisdição dos Juízes e Tribunais da Nação. 
Fixação da competência se dá pela concretização do poder jurisdicional e esta 
realizada por dois elementos : 
natureza do litígio: competência material; 
atos processuais: o poder de julgar é distribuído de acordo com as fases do 
processo, ou objeto do juízo, ou grau de jurisdição – competência funcional. 
Competência material 
A competência em matéria processual penal : 
 lugar da infração; 
 o domicílio ou residência do réu; 
 a natureza da infração; 
 distribuição; 
 a conexão ou continência; 
 a prevenção; 
 prerrogativa de função. 
Sofre a competência material delimitação sobre três aspectos: 
Natureza da relação de direito – ratione materiae : o juiz pode conhecer 
determinadas causas ex.: CF determina que a competência para julgar os 
crimes dolosos contra a vida é do júri popular. 
Quanto à qualidade da pessoa réu – ratione personae: nem todos os juízes 
exercem jurisdição sobre qualquerpessoa. 
Quanto ao território sobre o qual se estende a autoridade do juiz – ratione loci: 
determinada pela lei de organização judiciária do lugar da infração ou da 
residência ou domicílio do réu. 
Competência funcional 
Tem como elemento de distribuição de atos processuais, distingue-se três 
aspectos : 
 as fases do processo; 
 o objeto do juízo; 
 grau de jurisdição. 
A distribuição da competência pode estar relacionada com o objeto do juízo: 
no júri, por exemplo, ao juiz incumbe as questões referente ao direito, lavrando 
a sentença absolutória, fixando a pena; já aos jurados cabe responder aos 
quesitos onde lhe são formuladas as questões que o julgamento se fundará. 
Como existem graus de jurisdição – órgãos jurisdicionais superiores e 
inferiores, a competência é fixada segundo aqueles, de primeira e segunda 
instância. Nessa hipótese pode ser originária ou em razão de recurso A 
competência funcional, em todas as hipóteses pressupõe a existência da 
atribuição jurisdicional de acordo com a competência ratione loci e ratione 
materiae. 
Prorrogação de competência 
Podem ocorrer motivos que modifiquem as regras e preceitos da competência 
funcional e material. São elas a prorrogação de foro, a delegação e o 
desaforamento. 
Por vezes as normas de competência são inderrogáveis: Competência 
absoluta, por outras a lei determina ou possibilita a parte que se submetam a 
juiz, que originariamente seria incompetente. 
Competência relativa . A essa possibilidade de substituição da competência de 
um juiz por outro dá-se o nome de prorrogação. Prorrogação: pode ser: 
Necessária: obrigatória por lei; hipóteses de 
conexão e continência; de desclassificação de competência de juízo 
superior para juízo inferior; 
Voluntária: na forma tácita nos casos de competência ratione loci em que 
houve preclusão do direito de foro. Embora, no caso, se fale de vontade das 
partes, trata-se de questão regulada por lei, a prorrogabilidade deve estar 
prevista em lei. Ex. Nos casos de ação privada pode o querelante preferir o 
foro de domicílio ou de residência do réu ou o do lugar da infração por 
disposição expressa da lei. 
Delegação de competência 
Por razões várias nem sempre pode se realizar os atos processuais no foro 
em que se instaurou a instância. Fala-se em delegação externa: quando 
os atos são praticados em juízos diferentes: ex.: cartas citatórias, 
instrutórias, precatórias, etc.. 
Competência na constituição federal 
Distribuindo o poder de julgar entre os vários órgãos jurisdicionais, levando em 
conta a natureza da lide a Carta Magna prevê: 
 Jurisdição especial (justiça especial): tribunais e juízes do trabalho (sem 
competência de ordem penal) tribunais e juízes eleitorais (justiça eleitoral); 
tribunais e juízes militares (justiça militar); 
 
 Jurisdição política: para os crimes de responsabilidade comuns 
praticados por determinadas pessoas (senado, câmara dos deputados, 
assembléias legislativas). 
 Jurisdição comum (justiça comum ou ordinária): tribunais e juízes dos 
estados; tribunais regionais federais e juízes federais e os "juizados especiais" 
ou "juizados de pequenas causas" federais e estaduais. a competência da 
justiça comum estadual é fixada de modo geral por exclusão, tudo quanto não 
cabe na competência das justiças especiais e da justiça federal é de 
competência dela , determinando a CF. 
Competência pelo lugar da infração (competência Ratione loci) 
O lugar da infração é o mais indicado para servir de foro do processo. 
Uma das finalidades da pena é a prevenção geral, a sanção aplicada no lugar 
onde foi cometido o crime serve como exemplo para os demais, também, é no 
lugar do crime que mais facilmente podem ser colhidas as provas do delito. 
A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato 
de execução. 
Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, 
a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no 
Brasil, o último ato de execução. 
Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha 
produzido ou devia produzir seu resultado. 
Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando 
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de 
duas ou mais jurisdições, a competência firmar- se-á pela prevenção. 
O CPP adotou a Teoria do Resultado para determinação do lugar do crime, ou 
seja, é o lugar da consumação, onde terminam por se reunir todos os 
elementos da definição do crime. No caso de tentativa, é a competência 
determinada pelo lugar em que se praticou o último ato, não havendo 
consumação e sendo crime plurissubsistente, necessita-
se verificar qual o lugar do último ato comissivo ou omissivo praticado 
pelo agente ou omitente, esse é o foro do delito. 
Na Justiça Federal: necessário verificar-se que não há juízo em todas as 
comarcas ou distritos , mas nas capitais e grandes cidades a 
competência pelo lugar da infração é resolvida nas leis de organização 
judiciária. 
A competência é firmada pela prevenção a sede do delito passa a ser definida 
pela sede do juízo, princípio que é entendido como aquele decorrente da 
competência atribuída pela prática de algum ato judicial, podendo considerar-
se como caso de prorrogação pela prevenção. 
No crime continuado não há verdadeiramente continência, já que é ele 
constituído por vários ilícitos penais , praticados em condutas várias , nas 
mesmas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes. 
No crime permanente há realmente apenas uma conduta criminosa que se 
prolonga no tempo e, assim, a consumação pode ocorrer em vários lugares 
até que cesse sua permanência. Em ambos os casos a competência é firmada 
pela prevenção. 
Pode ocorrer que após Ter-se instaurado a relação processual por força da lei 
de organização judiciária se altere o território de comarcas, inclusive com a 
inclusão de novas comarcas. Tem-se decidido que havendo mudança de 
uma para outra comarca do local que fixou a competência de foro 
para determinação do território jurisdicional, haverá também mudança de 
competência que se fixará na circunscrição para o qual foi transferido o 
referido local. 
Competência pelo domicílio ou residência do réu 
Duas são as hipóteses, que não ocorrendo a fixação por outra razão, 
determina-se para o processo penal o forum domicilii: 
1ª HIPÓTESE: Não se apurando o lugar da infração a ação deve ser 
proposta no foro do domicílio ou 
da residência do réu: é o foro subsidiário; 
2ª HIPÓTESE: na ação penal privada exclusiva, em, que o querelante pode 
preferir o foro do domicílio ou residência do réu ainda que conhecido o lugar 
da infração. Esse critério traz o princípio da competência relativa em que a 
vontade de uma das partes pode derrogar o princípio da competência 
segundo o lugar da infração. Não se aplica a ação penal privada subsidiária. 
Não define o CPP. o que é domicílio ou residência, esse conceitos, portanto, 
são os de direito civil. Domicílio: o lugar onde a pessoa estabelece a sua 
residência com ânimo definitivo, ou subsidiariamente onde o lugar onde 
exerça suas ocupações habituais, o ponto central ou lugar onde for 
encontrado. Residência: simples local de habitação ou morada. No caso der o 
réu ter mais de uma residência a competência firmar-se-ápela prevenção. 
O código é omisso no caso de vários co-réus, com domicílio e residência 
diferentes, por analogia aplica-se o critério da prevenção diante do artigo 72, § 
1°. 
Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será 
competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
Competência por natureza da infração 
Determinada a competência pelo local da infração ou, ainda, pelo domicílio ou 
residência do réu (ratione loci), é preciso fixá-la em razão da matéria (ratione 
materiae); se é da JUSTIÇA ESPECIAL (Militar; Eleitoral; etc..) ou da JUSTIÇA 
COMUM (Federal ou Estadual). 
A competência em razão da natureza da infração não constitui, portanto 
Critério de fixação do Juízo, mas de fixação do Juiz. 
É da lei de organização judiciária (Federal ou Estadual) que vai determinar a 
competência de juiz. 
A competência do Tribunal do Júri, assegurada pela Constituição Federal, é 
para o julgamento de todos os crimes dolosos contra a vida, incluindo-se, 
portanto, o genocídio. Observe-se que o latrocínio é crime contra o patrimônio, 
tendo em vista a objetividade jurídica final, não estando na competência 
do Tribunal Popular. 
Competência por distribuição 
Havendo vários juízes (varas) no foro competente para o processo e 
julgamento do crime, a competência será determinada , agora pela 
distribuição. 
A distribuição constitui matéria com normas peculiares. É ela, entretanto, 
obrigatória, no caso de haver dois ou mais juízes no Juízo competente. 
São ocorrências próprias da jurisdição: 
Compensação: correção de erro ou falta , atribuindo-se um novo feito ao 
prejudicado, a pedido dele ou ex-officio. 
Dependência: atribuição do feito a juiz que tenha prevenido a competência , 
dada a relação desse feito com outro já distribuído. 
Baixa na Distribuição: cancelamento de distribuição anterior , para efeito de 
redistribuição a juiz que venha ser tido como competente; 
Por vezes, antes da ultimação inquérito, o juiz pratica atos jurisdicionais nos 
autos; findo o inquérito em que houve uma dessas medidas judiciais, 
evidentemente precedidas de distribuição, que não será ele novamente 
distribuído, mas enviado àquele que praticou aqueles atos. 
Competência por conexão ou continência 
Conexão ou continência não são causas determinantes da competência, como 
são o lugar do crime , o domicílio do réu, etc.., mas são motivos que 
determinam sua alteração, atraindo para atribuição de um juiz ou juízo o crime 
que seria da atribuição de outro. Embora, em princípio, a cada crime 
deva corresponder um só processo , é aconselhável que, por economia e 
maior segurança e coerência , haja um só processo nos casos de continência 
e conexão. 
A conexão e continência "têm por finalidade a adequação unitária e a 
reconstrução crítica unitária das provas a fim de que haja, através de um 
único quadro de provas mais amplo e completo, melhor conhecimento dos 
fatos e maior firmeza e justiça nas decisões, evitando-
se discrepância e contradições entre os julgados”. 
No processo penal - conceitos de conexão e continência diferem do 
processo civil, em que há distinção em razão em razão das personae, res 
e causa petendi, existindo regras específicas para determinação do juízo 
competente na esfera penal. 
Doutrina distingue : 
 CONEXÃO MATERIAL (substantiva) : em que as várias infrações estão 
ligadas por laços circunstanciais, havendo conexão entre os próprios delitos. 
A conexão substantiva pode ser : 
 
o o puramente subjetiva: ex.: nas infrações praticadas por várias pessoas em 
concurso puramente objetiva 
o o puramente objetiva: uma infração é praticada para, ex.:, ocultar outra; 
o o subjetiva - objetiva: são praticadas ao mesmo tempo por várias pessoas em 
concurso. 
 CONEXÃO PROCESSUAL (instrumental) : em que não há nexo entre as 
infrações, mas a prova de uma infração ou de qualquer 
circunstância elementar influi na de outra. 
No artigo 76, III: há na hipótese prejudicialidade homogênea , pois se a prova 
de uma infração influir na prova de outra, é evidente que deve haver 
unidade de processo e julgamento, pois, do contrário teria o juiz que 
suspender o julgamento de uma aguardando a decisão de outra. 
Há continência quando uma coisa está contida em outra, não sendo possível 
a separação. No processo penal a continência também é uma forma de 
modificação de competência e não de fixação dela, o que ocorre na hipótese 
da prática do crime em concurso de pessoas em que duas ou mais pessoas 
colaboram para prática de uma infração penal. 
Foro prevalente 
Na determinação da competência por conexão ou continência, serão 
observadas as seguintes regras: 
No concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição 
comum, prevalecerá a competência do júri; 
No concurso de jurisdições da mesma categoria: 
preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais 
grave; considera-se a pena 
mais grave a privativa de liberdade (reclusão, detenção, prisão simples) 
depois as privativas e restritivas de direitos e, por fim as penas pecuniárias. 
Em cada uma delas, a maior gravidade será determinada pela duração ou 
quantidade. Consideram-se sempre as penas como cominadas abstratamente 
para os crimes que são objetos da conexão e continência. 
Prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, 
se as respectivas penas forem de igual gravidade; havendo crimes 
idênticos ou não, apenados abstratamente com a mesma sanção,inclusive em 
seus limites mínimos e máximos, a competência será afinal 
determinada pelo lugar em que houve a ocorrência de maior número de 
infrações. 
Firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; a prevenção é 
que determina a competência quando não houver diferença nas penas e 
no número de infrações praticadas nos diversos lugares. 
No concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior 
graduação; hierarquia entre os tribunais, prevendo-se a prevalência da que 
tiver "maior graduação" Ex.: a competência dos Tribunais de Justiça sobre 
os juízes de 1ª instância, do juiz de direito sobre os juízes temporários. 
No concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. versa 
sobre o concurso entre a "jurisdição comum" e a "especial" determinando a 
prevalência desta. 
Separação dos processos 
Existência de conexão ou continência importa em unidade de processo e 
julgamento perante o juízo prevalente, conforme regras já citadas. 
Prevê a lei processual, exceções ao princípio, com a separação de processos. 
1ª EXCEÇÃO: é a do concurso entre a jurisdição comum e a militar; a 
prevalência devia ser desta, como justiça especial, mas a lei determina a 
pluralidade de processos Ex.: ocorrendo dois crimes em conexão, um militar e 
outro comum, haverá separação dos processos (I). É o que determina a 
Súmula 
30 do primitivo TFR: "Conexos os crimes praticados por policial militar e por 
civil, ou acusados estes como co-autores pela mesma infração" (continência, 
art. 77, I, deste Código), "compete à Justiça Militar processar e julgar o policial 
militar pelo crime militar (CPM, art. 9º) e à Justiça Comum, o civil" 
2ª EXCEÇÃO: é do concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de 
menores, uma conseqüência evidente da inimputabilidade do menor de 
18 anos; este é submetido a legislação especial, atualmente o ECA. Ex.: 
concurso de pessoas no furto cometido por um maior e outro menor 
inimputável. O menor estará sujeito à sindicância; o maior, à ação penal;3ª EXCEÇÃO : Sobrevindo a um dos réus doença mental, exige-se a 
separação dos processos já que em relação a ele fica suspenso o processo 
embora possam ser praticadas diligências que não admitam delongas ou 
contemporizações. Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em 
relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152 deste Código 
(hipótese de a doença mental surgir após a prática da infração penal). Quando 
isso ocorre, os processos devem ser separados 
4ª EXCEÇÃO : A regra se refere nos termos da legislação vigente , a 
hipóteses de julgamento pelo Tribunal do júri, trata da impossibilidade de 
julgamento a réu revel, quando a intimação da sentença da pronúncia , se o 
crime for inafiançável, deve ser feita sempre pessoalmente; a segunda se 
refere refere-se ao caso de haverem dois ou mais réus quando não 
coincidirem as recusas dos jurados entre os vários defensores . Nessas 
hipóteses apenas os demais co-réus serão julgados unificadamente. A 
unidade do processo não importará a do julgamento se houver co-réu foragido 
que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461 deste 
Código 
5ª EXCEÇÃO -
 Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tivere
m sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, 
quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão 
provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a 
separação. Prevê a separação facultativa, embora haja continência ou 
conexão. Cabe ao juiz nas hipóteses acima, aquilatar a conveniência da 
separação, a enumeração NÃO é taxativa uma vez que a lei fala em "..outro 
motivo relevante..", que pode ser qualquer um, incluindo, evidentemente, os de 
interesse da justiça , já que o artigo não visa somente o benefício dos 
acusados. 
O juiz continuará competente em relação às infrações que haviam sido 
atraídas para sua competência pela conexão ou continência , embora absolva 
o réu da infração ou infrações que lhe deram a vis atrativa – para o processo 
e julgamento. O mesmo ocorre se , ao invés de absolvição o juiz 
desclassificar o delito, ou seja, der ou reconhecer a possibilidade de se dar 
nova definição jurídica do fato. 
Quando se trata, porém, de competência do Júri, deve haver regra diversa para 
não submete ao Tribunal Popular, isoladamente crimes que não são de sua 
competência. Não havendo crime doloso contra a vida para ser submetido ao 
júri não deve o Tribunal apreciar as demais infrações que haviam 
sido atraídas pela continência ou conexão. Quando a absolvição ocorrer já no 
julgamento do júri, relativamente ao crime que é competente, o 
tribunal continua com a competência para o crime conexo. 
Competência por prevenção 
Prevenção vem de prevenire, que significa vir antes , chegar antes antecipar, 
que em direito significa conhecimento anterior. 
Diz-se preventa ou prevenida a competência de um juiz quando ele se 
antecipa a outro, também competente , por haver praticado algum ato ou 
ordenado alguma medida do processo, mesmo antes do oferecimento da 
denúncia ou da queixa. Ex.: a decretação da prisão preventiva, a 
concessão de fiança, , o reconhecimento de pessoas ou coisas. 
A prática desses atos impede a posterior distribuição dos autos do 
inquérito, que deverão ser encaminhados ao juiz que os praticou. Difere da 
prevenção do processo civil, pois este necessita de citação válida. 
Refere-se a lei a atos do juiz, nada significando para prevenção atos praticados 
no inquérito pela autoridade policial. 
A prevenção também firma a competência quando se trata de infração 
continuada – CP. ART. 71 ou permanente praticadas em territórios de duas ou 
mais jurisdições. 
A prevenção ainda fixa competência , evidentemente se dois inquéritos 
policiais sobre os mesmos fatos distribuídos a dois juízes criminais 
igualmente competentes ou se é proposta a ação em que há continência ou 
conexão em outra em andamento. 
A regra do artigo 83, não resolve apenas o conflito positivo da competência, 
ou seja, não resolve a questão apenas quando há dois ou mais 
juízes competentes. 
Cita ele o artigo 70, § 3°, que se refere a incerteza do limite territorial, entre 
duas ou mais jurisdições ou a ocorrência de consumação ou tentativa nas 
divisas de duas ou mais jurisdições. Nessas hipóteses a competência é fixada 
pela prevenção. 
Cita, também, artigo 72, §§ 1° e 2°, se o réu tiver mais de uma residência ou 
se não tiver residência ou for ignorado o seu paradeiro, isto se não for 
conhecido o lugar da infração. A competência é firmada pela prevenção. 
Evidentemente não há de se falar em prevenção se em processos diversos os 
fatos ou as pessoas são diferentes , quando prevalece o lugar da infração 
mais grave ou em que ocorreu o maior número de infrações. 
Jurisprudencialmente, também, não previne a competência: 
 Pedido de Habeas Corpus matéria especificamente constitucional; 
 Remessa de cópia de auto de prisão em flagrante; 
 Mandado de segurança em que se objetiva a reunião a extração de peças 
pelo juiz e seu encaminhamento ao MP. 
 O julgamento de apelação por uma das Câmaras Criminais que anula a 
sentença não previne a jurisdição, para o julgamento de nova apelação. 
Prevenção é pressuposto da litispendência, e o desrespeito às suas regras faz 
cabível a respectiva exceção. 
Prevenção e Litispendência, não são sinônimos. A diferença está em que a 
prevenção é critério de determinação de competência e pode ocorrer antes de 
ser o litígio levado a juízo; a litispendência é a situação do litígio desde a 
propositura da ação até trânsito em julgado da sentença. 
Competência por prerrogativa de função 
Fala-se em competência ratione personae (em razão da pessoa), quando o 
Código deixa bem claro que a competência é ditada pela função da 
pessoa, tendo em vista a dignidade do cargo exercido e não do indivíduo que 
o exerce – é usual também o nome foro privilegiado , já que a CF. 88, não 
o proíbe, proibindo somente o "...juízo ou tribunal de exceção...". 
Na realidade não pode haver privilégio às pessoas, a lei não pode ter 
preferência , mas é necessário que leve em conta a dignidade dos cargos e 
funções públicas. 
O foro por prerrogativa de função está fundado na utilidade pública, no 
princípio da ordem e da subordinação e na maior independência dos tribunais 
superiores. 
 O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: cuja função precípua é a "guarda da 
Constituição", tem competência , na área penal, para processar e 
julgar originariamente: 
o o Nas infrações penais comuns: o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o 
Procurador-Geral da República; 
o o Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade: os Ministros 
de Estado, ressalvada a hipótese dos crimes de responsabilidade conexos 
com os do Presidente e Vice-Presidente, os membros dos Tribunais Superiores 
, os do Tribunais de Conta da União e os Chefes de Missão diplomática de 
caráter permanente. (CF. ART. 102, I, "b" e "c"). 
o 
 
 O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: órgão de 3° grau das justiças 
comum e especial, compete julgar e processar , originariamente: 
o o Nos crimes comuns: Governadores dos Estados e do Distrito Federal; 
o o Nos crimes comuns e nos de responsabilidade: os desembargadores dos 
Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os Membros dos 
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitoraise do 
Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios, e os do Ministério Público da União que oficiem perante os 
tribunais (CF. Art. 105, I, "a"). 
Embora a própria Constituição declare que a competência dos Tribunais do 
Estado, seja definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização 
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça, fixa ela a própria competência do 
Tribunal de Justiça para o julgamento dos Prefeitos Municipais. 
Também é prevista na Constituição Federal, o foro por prerrogativa de função 
na chamada "jurisdição política". 
A competência por prerrogativa de função abrange também as pessoas que 
não gozam de foro especial, sempre que houver concurso de pessoas. 
O foro por prerrogativa de função estabelecido na Constituição estaduais e leis 
de organização judiciária são válidas apenas em relação às autoridades 
judiciárias e locais. 
A expressão "crimes comuns" na CF, inclui portanto, os crimes militares e os 
eleitorais. Entretanto, o foro por prerrogativa de função estabelecido nas 
Constituições Estaduais, são válidas apenas em relação às 
autoridades judiciárias estaduais e locais, não podendo ser invocada em face 
do Poder Judiciário Federal. 
A competência determinada pelo foro por prerrogativa de função exclui a 
regra de foro pelo lugar da infração. Entende-se a competência do Tribunal de 
Justiça competente é o do Estado da respectiva autoridade, ainda que o crime 
tenha sido praticada em outro Estado. 
 Súmula 3 do STF: "a imunidade concedida a Deputado Estadual é 
restrita a Justiça do Estado- membro". 
 Súmula 451 do STF: "A competência especial por prerrogativa de função não 
se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício 
funcional." 
 Súmula 394 do STF: "Cometido o crime durante o exercício funcional, 
prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que o 
inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício." 
Gozando, o autor de crime doloso contra a vida, de foro por prerrogativa de 
função estabelecido na CF., a competência para julgá-lo será desse foro 
especial e não do júri, já que a própria Carta Magna estabelece a exceção a 
competência do Tribunal Popular. 
Embora a conexão determine a unidade do julgamento com relação aos co-
autores do crime em que um deles tem direito ao foro por prerrogativa de 
função, se o inquérito foi arquivado contra este, os autos devem ser 
remetidos à justiça competente para apreciação da responsabilidade dos 
outros indiciados que não estão sujeitos àquele foro. 
A competência originária por prerrogativa de função dos Tribunais se exerce 
em uma única instância, NÃO cabendo recurso ordinário da decisão. 
Prerrogativa de função e "exceção da verdade 
Estabelece, ainda, foro por prerrogativa de função para pessoas que 
originariamente dele não gozam , mas são vítimas de crimes contra a honra 
por parte daquele que tem foro especial. 
Movida a ação por pessoa que goza de foro especial contra o autor da ofensa 
à sua honra , é obvio que o processo deve ocorrer perante a justiça comum , 
mas, oposta, a exceptio veritatis, isto é propondo-se o acusado demonstrar 
a verdade do fato que imputou, fato que acarretará conseqüências nocivas e 
prejudiciais e, eventualmente, até a ação penal, tudo aconselha a que o 
processo 
em curso, com a exceção da verdade, seja apreciada pelo juízo comp
etente conforme o foro por prerrogativa de função. 
A exceptio veritatis cabe apenas quanto a calúnia e a difamação, em hipóteses 
determinadas pela lei. 
Na exceção da verdade, intentada nos casos por quem tem o foro por 
prerrogativa de função, cabe ao juízo comum sobre a sua admissibilidade e 
processá-la , com a subseqüente remessa à superior instância dos autos 
para o julgamento , este da competência do Tribunal. 
Julgada improcedente a exceção da verdade, a ação penal deve 
prosseguir no juízo de origem . Já não há mais razão para permanência dos 
autos na Superior Instância. 
O estabelecido no CPP, aplica-se à competência do Superior Tribunal de 
Justiça, inexistente na época da elaboração da lei processual. 
Crimes plurilocais 
É possível que a ação e a consumação do crime ocorram em lugares 
diversos se uma delas se opera fora do território nacional ocorre o fenômeno 
denominado de crime a distância. 
Quando, porém, ambas ocorrem no território nacional, fala-se em crimes 
plurilocais. 
Enquanto nos crimes à distância aplica-se o artigo 6° do CP, que se refere ao 
local do crime para efe ito da extraterritorialidade; nos crimes plurilocais 
aplicável é o artigo 70 do CPP, a competência é determinada,assim, pelo 
lugar da consumação ou seja, no local em que, no fato, se 
reúnem todos os elementos da definição legal. 
Em tema de homicídio, doloso ou culposo, tribunais estaduais têm decididos 
pela competência do juízo do lugar onde o agente praticou os últimos atos de 
execução a não do da morte da vítima, já que assim se fará melhor a colheita 
das provas, apesar dessa argumentação, essa interpretação é contra-legem. 
Diante da interpretação corrente de que o crime de fraude no pagamento por 
meio de cheque (CP. art. 171, § 2°, VI) é crime material , que exige o efeti vo 
prejuízo para a consumação, entende-se que ele se consuma no local onde se 
deu a recusa de pagamento pelo sacado. 
Crime de falso testemunho – artigo 342 do Cp. – praticado no depoimento 
colhido por precatória, lugar da infração é aquele em que se prestou o falso 
testemunho. 
Crimes de policiais militares 
A CF. 88, prevê a competência da Justiça Militar Estadual para processar e 
julgar policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares definidos 
em lei. Não é a condição de integrante das Policias Militares, que caracteriza o 
delito como militar, mas o que é assim definido no Código Penal Militar. 
Assim é competência da justiça comum julgar o crime de abuso de autoridade. 
Cabe a justiça comum , a competência para julgar integrante das Policias 
Militares quando praticam crime que, embora seja fato definido no Código 
Penal Militar, não se encontra qualificado como o militar pelo art. 9°, II, do 
CPM. 
Como o concurso entre a jurisdição comum e militar não há unidade de 
processo e julgamento (CP. ART. 79, I do CPP). Conexos os crimes praticados 
por policial militar e por civil ou acusados estes como co-autores pela mesma 
infração, compete à Justiça Militar estadual processar e julgar o policial 
militar pelo crime militar (art. 9° do CPM.) e à Justiça Comum , o civil. 
Quando a Justiça Militar Federal, a situação é diversa. Dispõe a CF. " que 
compete a ela processar e julgar os crimes militares definidos em lei." Não se 
referiu ao agente, adotou um critério exclusivamente objetivo. Assim por 
força do artigo 82 do CPPM, estende-se a competência da Justiça Militar 
Federal aos militares da reserva, ao reformados e aos civis quando autores de 
crimes contra as instituições militares, como tais definidos em lei. 
Crimes de prefeitos municipais 
Reservando as Constituições dos Estados e as leis de organização judiciária a 
fixação de foro por prerrogativa de função nos 
tribunais estaduais, a CF. 88, garantiu aos Prefeitos Municipais o julgam
ento perante o Tribunal de Justiça.(CF. art. 29, VIII) não 
fazendo distinção entre os crimes comuns e os de responsabilidade. 
Visível a intenção de afastar a "jurisdição política" das 
Câmaras Municipais para as infrações político-administrativas. 
Discute-se, porém, se é da competência doTribunal de Justiça o 
julgamento dos crimes afetos às justiças especiais e a Justiça Comum 
federal. Veja-se, no caso dos prefeitos municipais, que a competência do TJ 
do Estado com fundamento na prerrogativa de função, ratione materiae, está 
prevista na própria CF. Entretanto, o TJSP tem decidido que a competência 
para julgar os crimes eleitorais dos prefeitos municipais é do TRE, por não ser 
competente o TJ para apreciar tais delitos. Quanto aos crimes que 
seriam de competência do juiz federal, não 
há dúvida de que, quando praticados por prefeito municipal, devem ser 
julgados pelo TJ, como já se decidiu no STJ. 
Competência da justiça comum federal 
Excluíram-se as contravenções, da competência da Justiça Federal., ainda 
que ocorridas em áreas administrada pelo IBAMA, observe-se que as condutas 
definidas como contravenções no Código de Caça, foram criminalizadas – lei 
n°7853 – 12/02/88 . 
Segundo a CF. 88Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes 
praticados em detrimento de bens, serviços ou interesses não só da União, 
mas de suas autarquias e das empresas públicas federais, (ressalvada a 
competência da Justiça Militar e Justiça Eleitoral) estão a seu cargo os delitos 
praticados em detrimento da SUNAB, DNER, INSS, OAB, INPM, CEF, EBCT. 
Por se limitar as autarquias e empresas públicas, não são de competência 
da Justiça Federal, mas da Justiça Estadual, os crimes praticados contra as 
sociedades de economia mista, como o Banco do Brasil, Banco de Crédito 
Cooperativo, a Rede Ferroviária Federal, etc.. 
Compete, ainda, a Justiça Federal o processo de julgamento dos "crimes 
previstos em tratado ou convenção internacional, quando iniciada a 
execução no país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro 
ou reciprocamente. 
Compete a Justiça Federal, o julgamento de criem de ingresso ou perm
anência irregular de estrangeiro; crimes contra o trabalho e nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômica e 
financeira. 
Compete também à Justiça Estadual, o processo e julgamento do crime de 
falsificação ou uso de certificado de conclusão de 1° e 2° graus, desde qu e 
não se refira a estabelecimento federal de ensino ou a falsificação de 
assinatura de funcionário público federal. 
Disposições especiais 
Aplicação da lei penal brasileira a crimes cometidos fora do território nacional 
em decorrência dos princípios da personalidade (ou nacionalidade), da 
proteção (da defesa), da justiça penal universal (ou cosmopolita), o Código de 
Processo Penal dispõe sobre a competência para apreciá-los . 
No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente 
o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se 
este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da 
República. 
Crimes praticados fora do Brasil: O art. 7º do CP prevê uma série de casos em 
que a lei penal brasileira tem aplicação a delitos praticados no estrangeiro. 
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
 contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
 contra o crédito ou a fé pública da União, de Estado ou de Município; 
 contra o patrimônio federal, estadual ou municipal; 
 contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
 que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 praticados por brasileiro; 
 praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 Esse artigo, de forma expressa, permite a aplicação de outros princípios. 
 Assim, certos crimes praticados no estrangeiro sofrem a eficácia da lei n
acional. É a extraterritorialidade da lei penal brasileira. No art. 7º, I, foi 
adotado o princípio real. 
Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da 
República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações 
nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro 
porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se 
afastar do País, pela do último em que houver tocado. 
Competência: É da Justiça Federal de primeira instância (CF, art. 109, IX).. Os 
crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do 
espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a 
bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao 
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em 
cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde 
houver partido a aeronave. 
Competência: É da Justiça Federal de primeira instância (CF, art. 109, IX). 
Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas 
nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção.Incerteza sobre a 
competência: Quando o crime é cometido em qualquer embarcação ou a bordo 
de aeronaves etc., em nosso território, não se sabendo exatamente em que 
lugar, ficando incerta a matéria da competência, deve ser aplicado o princípio 
da prevenção, nos termos do art. 83 deste Código. 
 
Provas 
Conceito 
PROVAR: é produzir um estado de certeza , na consciência e mente do juiz , 
para sua convicção a respeito da existência ou inexistência de um fato, ou da 
verdade ou falsidade de uma afirmação sobre uma situação de fato, que se 
considera de interesse para uma decisão judicial a solução de um processo. 
PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DOS MEIOS DE PROVA: por força desse 
princípio é que a testemunha arrolada por uma das partes pode ser inquirida 
também pela outra, que um documento produzido por qualquer delas pode 
ser invocada pela adversária. 
A prova, em regra, deve ser produzida no processo, na instrução perante o juiz, 
conforme o sistema de livre apreciação das provas. Isso não impede, 
entretanto, que algumas delas , sejam realizadas perante outras autoridades. 
Ex.: oitiva de testemunhas por precatória. 
Objeto da prova 
É o que se deve demonstrar, ou seja, aquilo sobre o que o juiz deve adquirir o 
conhecimento necessário para resolver o litígio.. Refere-se aos fatos 
relevantes. 
São irrelevantes ex: as roupas vestidas pelo autor, sua 
convicções religiosas, etc.., quando tais circunstâncias não são elementos do 
crime e não influem na fixação da pena. 
Ao contrário do que ocorre no processo civil, no processo penal não se exclui 
do objeto de prova o chamado FATO INCONTROVERSO aquele admitido 
pelas partes. O juiz penal não está obrigado a admitir o que as partes afirmam 
contestes, uma vez que lhe é dado indagar sobre tudo o que lhe pareça dúbio 
e suspeito. O julgador deve chegar à verdade dos fatos tais como ocorreram 
historicamente e não como queiram as partes. Ex.: a confissão do acusado, 
apesar de ser uma das provas mais eficazes, não obsta que fique sujeita ao 
questionamento pelo julgador. 
Independem de prova os FATOS NOTÓRIOS, são aqueles cujo conhecimento 
integra a cultura normal a informação dos indivíduos de determinado meio. Não 
há necessidade de provar. Não se confunde a notoriedade do fato com o 
conhecimento do juiz , o fato pode ser de conhecimento deste e não ser 
notório. Não se confunde ela com a vox publica, o conhecimento de um 
número indeterminado de pessoas. 
Também os FATOS PRESUMIDOS não precisam ser provados. Presumir e 
tomar como verdadeiro um fato , independentemente de prova, levando-se em 
conta aquilo queem geral acontece. Distingui-se da PRESUNÇÃO 
ABSOLUTA (juris et de jure), que não admite n prova em contrário, 
da PRESUNÇÃO RELATIVA (juris tantum) que pode ser afastada quando há 
prova que a contradiz. Ex.: presunção de imputabilidade do menor de 18 anos, 
presunção de violência em determinados crimes contra os costumes. 
Classificações 
Quanto ao objeto 
 Direta: quando por si demonstra o fato, quando dá certeza deles por tes
temunhas , documentos, etc.. 
 Indireta: quando comprovado um outro fato se permite concluir o alegado 
diante de sua ligação com o primeiro. Ex.: hipótese do álibi, em que a 
presença do acusado em lugar diverso do crime permite concluir que não 
praticou o ilícito. 
Quanto seu efeito ou valor 
 Plena: completa convincente (ex.: exigida para condenação). 
 Não plena: uma probabilidade procedência da alegação (suficientes pa
ra medidas preliminares, arresto, seqüestro, etc.) Dentre estas destaca-se a 
chamada prova "prima facie" "aquela que deixa desde logo no espírito do juiz 
a convicção de veracidade de um fato, embora possa ser infirmado por outras 
provas. Ex.: se uma pessoa indefesa, à noite, dentro da própria casa mata um 
ladrão contumaz, que arrombou a janela, prima facie, tudo se convence de que 
o homicídio foi praticado em legítima defesa. 
Podem ser reais ou pessoais 
 Reais: são as que consistem em uma coisa ou bem exterior a distinção do 
indivíduo; 
 Pessoais: às que exprimem o conhecimento subjetivo e pessoal atribuído a 
alguém; 
As provas podem ser documentais , testemunhais e materiais. 
Meios de prova 
Como no nosso processo penal: vige o princípio da verdade real, NÃO há 
limitação dos meios de provas. 
NA busca da verdade material ou real, os requisitos da prova se reduzem ao 
mínimo de modo que as partes possam utilizar-se dos meios de prova com 
ampla liberdade. A investigação deve ser a mais ampla possível. 
O princípio da liberdade probatória entretanto não é absoluto. Por exemplo o 
casamento se prova pela certidão do Registro. Prova de que o acusado era 
menor, certidão de nascimento. 
São inadmissíveis as provas que sejam incompatíveis com os princípios de 
respeito ao direito de defesa e à dignidade humana, os meios cuja a utilização 
se opõe as normas reguladoras do direito que, com caráter geral, regem a vida 
social. 
Fala-se na doutrina de prova, ilícita, ilegitimamente admitida, ilegítima, etc.. 
Em resumo: a prova é proibida toda vez que caracterizar violação de normas 
ou de princípios do ordenamento de natureza processual ou material. 
Ônus da prova 
Faculdade ou encargo que tem a parte de demonstrar no processo a real 
ocorrência de um fato que alegou em seu interesse, o qual se apresenta como 
relevante para o julgamento da pretensão deduzida pelo autor da ação penal. 
A prova da alegação incumbirá a quem a fizer. O princípio decorre não só de 
uma razão de oportunidade e na regra de experiência fundada no interesse 
da afirmação , mas na eqüidade , na paridade de tratamento das partes. 
Litigando estas não é justo não impor a uma só ônus da prova, o autor não se 
pode exigir senão a prova dos fatos que criam especificadamente o direito; do 
réu apenas aqueles em que se funda a defesa. 
Processo penal condenatório, oferecida a denúncia ou queixa cabe ao: 
a) acusador a prova do fato e da autoria, bem como as causas que causam o 
aumento de pena; compete a ele, também, comprovar os elementos subjetivos, 
a forma de inobservância da cautela devida no crime culposo: 
b) imprudência, negligência ou imperícia., bem como o dolo que no mais das 
vezes, é presumido diante da experiência de que os atos praticados pelo 
homem são conscientes e voluntários (cabe ao réu demonstrar ou contrário). 
c) acusado cabe a prova das causas excludentes da antijuridicidade , da 
culpabilidade e da punibilidade, bem como, das circunstâncias que 
impliquem em diminuição da pena.(atenuantes, causas privilegiadoras, etc..) ou 
concessão de benefícios, inexistência dos fatos (se pretender a absolvição). 
Cabe a este a prova de elementos subjetivos que o possam beneficiar 
(violenta, emoção, relevante valor moral ou social, etc..) 
Embora o juiz não deva assumir o papel de parte acusadora ou da defesa, 
permite a lei que em caso de dúvida , procure esclarecê-la determinando a 
realização de diligência . 
A autorização legal para iniciativa do juiz na produção da prova evidentemente 
não permite que determine investigação por mero capricho que exponha 
terceiro a vexames ou humilhações ou que, vencendo os limites do admissível, 
venha provocar diligência arbitrária. 
O direito em regra não precisa ser provado, basta ser, pois o juiz está obrigado 
a conhecê-lo, sendo esse conhecimento uma presunção. 
A ocasião própria (com o oferecimento da denúncia, na defesa prévia, na fase 
prevista pelo artigo 499) a parte deve requerer a prova a ser produzida. 
O INDEFERIMENTO de requisição ou pedido de prova sem demonstração de 
sua necessidade é INAPELÁVEL, por não constituir decisão definitiva ou com 
força definitiva. Pode ser alegada a nulidade por cerceamento de defesa ou 
acusação , em eventual recurso da decisão de mérito. 
Sistemas de apreciação 
Nos tempos modernos, são três os sistemas: 
1 – CERTEZA MORAL DO JUIZ ou íntima convicção: a lei nada diz sobre o 
valor das provas e a decisão , funda-se exclusivamente na certeza moral do 
juiz, que decide sobre sua admissibilidade, sua avaliação , seu carreamento 
para os autos. (Tribunal do Júri). 
2 – CERTEZA DO MORAL DO LEGISLADOR ou sistema da verdade legal ou 
formal: a lei impõe ao juiz a observância de certos preceitos, estabelece o 
valor de cada prova, institui uma hierarquia delas, de forma que não lhe deixa 
praticamente nenhuma liberdade de apreciação. 
3 – LIVRE CONVICÇÃO ou da verdade real ou livre convencimento: 
o juiz forma sua convicção pela livre apreciação da prova, não fica adstrito a 
critério valorativos e apriorísticos e é livre na sua escolha , aceitação e 
valoração. Esse foi adotado pelo CPP. 
O juiz está adstrito às provas carreadas aos autos, NÃO podendo fundamentar 
qualquer decisão em elementos estranhos a eles: o que não está nos autos 
não está no mundo (quod non est in actis non est in mundo). 
Seus domínios são exclusivamente os das provas do processo, porém na 
eleição ou avaliação delas ele é livre, guiando-se pela crítica sã e racional. 
– o conduzirão nesse exame a apreciação. 
Princípios das provas 
1 – PRINCÍPIO DA AUTO-RESPONSABILIDADE DAS PARTES: 
assumem e suportam as conseqüências de sua inatividade, negligência, erro 
ou atos intencionais; 
2 – PRINCÍPIO DA AUDIÊNCIA CONTRADITÓRIA: toda prova admite a 
contra prova não sendo admissível a produção de uma delas sem o 
conhecimento da outra parte (princípio contraditória). 
3 - PRINCÍPIO DA AQUISIÇÃO OU COMUNHÃO: a prova produzida não 
pertence a parte que o produziu, servindo a ambos os litigantes e ao interesse 
da justiça. 
4 – PRINCÍPIO DA ORALIDADE: predominância da palavra falada, não é 
sensível em nosso direito processual penal. Como conseqüência do 
princípio da oralidade busca-se a concentração de toda produção da prova na 
audiência (princípio da concentração). 
5 – PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: como ato judicial que é, embora haja 
exceção ao princípio. 
6 – PRINCÍPIO DO LIVRE CONHECIMENTO: quanto a apreciação da prova. 
Exame de corpo de delito 
Exame periciais 
PERÍCIA: o exame procedido por pessoa que tenha determinados 
conhecimentos técnicos, científicos, artísticos ou práticos acerca dos fatos, 
circunstâncias objetivas ou condiçõespessoais inerentes ao fato punível a fim 
de comprová-los 
PERÍCIA: não é um simples meio de prova. O perito é um apreciador técnico, 
assessor do juiz, destinado a fornecer dados instrutórios de ordem técnica e a 
proceder à verificação e formação do corpo do delito. A perícia é um elemento 
subsidiário. 
CPP. inclui os peritos entre os auxiliares da justiça, sujeitando-se à disciplina 
judiciária, suspeição dos juízes. 
Os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos por dois peritos 
oficiais. 
Não havendo peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas 
idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, 
entre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. 
Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente 
desempenhar o encargo. 
Podem os expertos desempenhar suas funções independentemente de 
nomeação da autoridade policial ou do juiz, uma vez que a investidura desses 
técnicos advém da lei. Servem sem prestar compromisso. O exame, nessa 
hipótese, será requisitado pela autoridade ao diretor da repartição, juntando-
se ao processo o laudo assinado por eles. 
Na ausência de peritos oficiais, devem se escolhidos dois peritos entre as 
pessoas que tenham habilitação técnica , isto é, estejam aptas, diante de suas 
atividades ou experiências a prestarem informações e conclusões. 
Referindo-se a lei à preferência, para os que tem habilitação técnica, nada 
impede que, na ausência de profissionais legalmente habilitados, sejam 
nomeadas pessoas sem esse preparo técnico. Os peritos não oficiais devem 
prestar o compromisso, conforme disposição do artigo citado. Já se 
decidiu que a ausência do compromisso constitui mera irregularidade não 
anulando a perícia. 
A perícia pode ser determinada pela autoridade policial logo que tiver 
conhecimento da prática da infração penal ou até a conclusão do inquérito, 
bem como, pelo juiz durante a instrução. 
Pode ser requerida pelas partes: defesa prévia ? final da instrução. 
Quanto ao exame do corpo de delito é obrigatório para a autoridade a 
determinação da perícia , será indispensável o exame de corpo de delito, direto 
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.quando a infração 
deixar vestígios. Nas demais perícias há uma faculdade. 
Requerida pela parte, cabe à autoridade deferi-la ou não, conforme 
considera ou não necessária a elucidação dos fatos ou suas circunstância. 
Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial 
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao 
esclarecimento da verdade. 
Evitando-se a realização de perícias desnecessárias, impertinentes, 
procrastinatória, a lei deixa ao prudente arbítrio do juiz a sua realização, 
devendo a parte que a deseje convencê-lo fundamentadamente da sua 
conveniência. 
O indeferimento de exame pericial NÃO COMPORTA RECURSO, só pode ser 
desfeito pela via de reconsideração ou do remedium juris (ou mandado de 
segurança contra ato jurisdicional penal, que seria o mais acertado), se não 
constituir medida procrastinatória. NÃO constitui a negativa do juiz em realizar 
a perícia, portanto, cerceamento de defesa. 
Mesmo na hipótese de ação privada as partes não podem intervir na nomeação 
dos peritos. 
Embora a lei preveja que, no exame a ser realizado por precatória a nomeação 
dos peritos se faça no juízo deprecado, salvo quando haja acordo entre as 
partes, essa concordância significa que a nomeação pode ser feita pelo juízo 
deprecante e não que as partes possam indicar, quando concordes, os 
expertos. 
Realização das perícias 
Determinada a realização do exame, a autoridade policial ou judiciária e as 
partes podem formular os quesitos, perguntas pertinentes à perícia e que 
versem sobre pontos a serem esclarecidos. Devem ser propostos até a 
diligência, não podendo ser propostos durante a sua realização. 
Cabe o oferecimento tempestivo dos quesitos em qualquer espécie de perícia, 
mesmo as complementares, constituindo o indeferimento do pedido ilegalidade 
e restrição ao direito das partes, que importam em NULIDADE da decisão e da 
perícia que assim se realizar. 
Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o 
que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. 
O laudo nada mais é do que a exposição minuciosa do observado pelos peritos 
e suas conclusões. Destaca-se no laudo 4 partes: 
 PREÂMBULO: contém nome dos peritos, títulos, e objeto da perícia; 
 EXPOSIÇÃO: narração de tudo que foi observado, feita com ordem e método; 
 DISCUSSÃO: é a análise ou crítica dos fatos observados, com exposições de 
argumentos, razões ou motivos quer informam o parecer do perito. 
 CONCLUSÃO: responde sinteticamente ao s quesitos da parte. 
Se os peritos não puderem formar logo juízo seguro ou fazer relatório 
completo do exame logo após este, a lei lhes concede o prazo de até 5 dias 
para a elaboração do laudo. Em casos especiais esse prazo poderá ser 
prorrogado. 
Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do e
xame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá 
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este 
divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por 
outros peritos. 
A autoridade policial ou judiciária deve obrigatoriamente nomear um terceiro 
perito, caso, este último divirja dos primeiros, a autoridade pode 
mandar proceder novo exame por outros peritos. Esta última nomeação , é 
facultativa , podendo o juiz deixar de fazê-la se entender desnecessário novo 
exame, optando por uma das opiniões emitidas. 
No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, 
obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a 
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. 
Se as falhas forem de tal ordem que 
tornem o laudo imprestável para apreciação da prova, a autoridade pode 
ordenar que se proceda o novo exame, por outros peritos. 
Apreciação dos laudos periciais 
Existem dois sistemas a respeito da apreciação do laudo pericial pelo juiz. 
 SISTEMA VINCULATÓRIO: o juiz não pode deixar de aceitar o laudo, por se 
tratar de prova técnica, o julgador estaria às conclusões do perito. 
 SISTEMA LIBERATÓRIO: juiz tem inteira liberdade de apreciação em aceitar 
ou rejeitar o laudo. Vige em nosso país o princípio do livre convencimento, o 
juiz não está adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em 
parte. 
O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou 
em parte. 
Caso se admitisse o sistema contrário, o perito, em última análise, seria o 
julgador; ora o juiz tem sempre condições de compreender a exposição e 
opiniões em torno de um ponto, seja de caráter técnico, científico, etc.., 
colhendo em várias fontes e mesmo no processo elementos que podem 
corroborar ou não as conclusões dos peritos. NÃO concordando com eles pode 
rejeitar o laudo. 
O auto do exame pericial realizado antes ou durante o inquérito policial será 
juntado aos autos de investigação. Tratando-se de crime que se apura 
mediante ação penal privada o auto de exame requerido como medida 
cautelar pode ser entregue ao requerente se o pedir, mediante traslado. 
Exame de corpo de delito 
Exame de Corpo de Delito: é o conjunto de vestígios materiais deixados pela 
infração penal, a materialidade do crime , aquilo que se vê, apalpa, sente, em 
suma, pode ser determinado através dos sentidos. 
Há infrações que 
deixam tais vestígios materiais (delicta facti permanentis),

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