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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO 
uv2 – vila mariana
PROJETO INTEGRADO
SÃO PAULO
2017
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE SÃO PAULO
UV2 VILA MARIANA
curso DE ENGENHARIA CIVIL
PROJETO INTEGRADO
ROBISON BESERRA DA SILVA RA 1299119942
São Paulo – SP
2017
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 	
2. JUSTIFICATIVA	
3. OBJETIVOS	
3.1 GERAL	
3.2 ESPECÍFICOS	
4. METODOLOGIA DA PESQUISA	
REFERÊNCIAS	
INTRODUÇÃO 
Construção de um galpão comercial em um terreno de 50000 m2 na zona industrial na cidade de São Sebastião – São Paulo, e uma empresa de pequeno porte, no ramo de comercio exterior, o local escolhido situa-se próximo ao porto de São Sebastião, com fácil acesso de chegada e saída de mercadorias facilitando a exportação.
A área do terreno e grande bem próximo de uma área de preservação ambiental, a considerando um crescimento econômico do pais, o objetivo da empresa em 4 anos, e se tornar em uma empresa de grande porte.
Foi definido pela diretoria Financeira, a construção de um prédio Comercial em estrutura de concreto convencional e sua cobertura deverá ser em estrutura metálica e o recobrimento em telha sanduiche, para melhorar o conforto técnico.
Atualmente o número de funcionários e baixo com 20 (vinte) funcionários, a equipe de planejamento definiu que para a construção deste galpão e necessário 2 ou 3 pavimentos, com ares total construída, não superior a 800 m2.
As necessidades apontadas pela empresa são:
Térreo com pé direito duplo, para estocagem de mercadoria e que permita a entrada de caminhões de pequeno porte.
Demais pavimentos com pé direito de 3,00 m, sendo um salão, sem divisórias em alvenaria.
Em todos os pavimentos deverão ser projetados banheiros para ambos os sexos, inclusive considerando acessibilidade.
Deverá ser previsto elevador para permitir acessibilidade a todos os pavimentos.
Considerar uma pequena copa com pia de cozinha em todos os pavimentos.
As portas do térreo deverão ser de enrolar. As janelas dos pavimentos deverão ser tipo maxim-air.
A alvenaria externa deverá ser em bloco de concreto, permitindo que não seja executado revestimento de nenhum tipo, apenas pintura.
Os banheiros deverão ter revestimento em azulejo até 1,5 m de altura, além de piso cerâmico antiderrapante.
As escadas poderão ser em concreto armado ou estrutura metálica.
A caixa d`agua em concreto armado.
O piso dos pavimentos será em concreto
Local sem rede de esgoto será necessário uma fossa séptica.
JUSTIFICATIVA 
A construção do prédio comercial em um terreno de 50000 m2 com um córrego que passa pelo local, em uma área de proteção ambiental, com existência de mata atlântica protegida pelo Ibama.
Devido as características do terreno e sua localização é necessário um estudo profundo das condições para a construção do empreendimento, levantamento de uso e ocupação normatizado pela prefeitura local, plano piloto elaborado pela câmera dos vereadores da cidade, consulta ao órgão de proteção ambiental.
 Acessibilidade do local onde será o empreendimento estudo impacto ambiental e social do local.
OBJETIVOS 
O objetivo deste empreendimento e construir um prédio o mais moderno possível, utilizando-se de materiais, equipamentos modernos, técnica de construção avançadas para que o impacto ambiental e social do local seja o positivo.
Dentro do que foi exposto acima forma realizadas diversas pesquisas até chegarmos à conclusão de como construiremos o empreendimento.
GERAL 
As necessidades apontadas pela empresa são:
Térreo com pé direito duplo, para estocagem de mercadoria e que permita a entrada de caminhões de pequeno porte.
Demais pavimentos com pé direito de 3,00 m, sendo um salão, sem divisórias em alvenaria.
Em todos os pavimentos deverão ser projetados banheiros para ambos os sexos, inclusive considerando acessibilidade.
Deverá ser previsto elevador para permitir acessibilidade a todos os pavimentos.
Considerar uma pequena copa com pia de cozinha em todos os pavimentos.
As portas do térreo deverão ser de enrolar. As janelas dos pavimentos deverão ser tipo maxim-air.
A alvenaria externa deverá ser em bloco de concreto, permitindo que não seja executado revestimento de nenhum tipo, apenas pintura.
Os banheiros deverão ter revestimento em azulejo até 1,5 m de altura, além de piso cerâmico antiderrapante.
As escadas poderão ser em concreto armado ou estrutura metálica.
A caixa d`agua deverá estar protegida pela cobertura.
O piso dos pavimentos será em concreto
Local sem rede de esgoto será necessário uma fossa séptica.
As instalações e abrigo de gás deverão ser externos para 2 botijões de 45kg.
As instalações de incêndio deverão seguir as normas. 
ESPECÍFICOS 
Topografia
Levantamento topográfico com curvas de nível, perfil longitudinal e seções transversais, localização de áreas não identificadas, córrego, mata nativa.
Levantamento altimétrico e planimétrico de campo, curvas de nível.
Projeto topográfico, identificação da plataforma para construção do edifício, estacionamento, área de apoio de manutenção.
Administração e Economia para Engenheiros
Elaboração de organograma com os profissionais envolvidos e atividades desenvolvidas de cada um na execução do projeto e os responsáveis.
Elaboração de cronograma com cada atividade, sequência de execução, prazo previsto de execução.
Elaboração de Orçamento do custo da obra, dos materiais e mão de obra.
Elaboração de cronograma financeiro da obras materiais e mão de obra.
Gráfico de desempenho do andamento da obra físico e financeiro.
ORGANOGRAMA NAS OBRAS E EMPRESAS
As clássicas definições resumem na proposta de organizar e distribuir as responsabilidades e os limites de autoridade, entre os diversos níveis hierárquicos da Empresa.
Mas, na realidade, esta importante decisão estratégica vai mais além.
Normalmente, o Organograma é um importante estágio de profissionalização e organização da estrutura da empresa. E, obrigatoriamente, exige atitudes de delegação de poderes, definição das liberdades e responsabilidades de cada Diretor, Gerente, Supervisor ou outros profissionais que terão sob o seu comando “pessoas”. Este é o ponto que a definição precisa possuir conceitos claros.
Implementar um Organograma significa respeitar as pessoas e posições que nele foram inseridos e, portanto, cobrar os desvios e resultados destes mesmos profissionais.
A disciplina e a conscientização de todas as pessoas que figuram no Organograma são fundamentais para a validação e estabilização da estrutura orgânica da Empresa, Obra.
CRONOGRAMA de atividade
Ferramenta que possibilita o detalhamento de atividades a serem executadas em um espaço de tempo pré-determinado. Seu uso é de grande vantagem pois permite a execução de um trabalho de forma rápida e precisa. Também possibilita o levantamento de custos de um projeto antes da execução do mesmo para saber se será viável ou não.
As divisões dos períodos variam em dias, semanas, quinzenas, meses, bimestres e etc., enfim de acordo com os critérios estabelecidos.
A importância de um Cronograma
Estabelece uma data para a entrega de um produto ou serviço.
Controla o andamento e desenvolvimento do projeto.
Mantêm o compromisso dos responsáveis.
Mede a lucratividade ou o prejuízo de um projeto.
Tipos de cronograma
Alto nível: Mostra somente marcos importantes.
Nível intermediário: Mais descritivo quanto aos requisitos, análises e projetos, é acompanhado pelo gerente.
Baixo nível: Mostra um acompanhamento em dias.
Cronograma físico-financeiro
MOSTRA A EVOLUÇÃO DA OBRA
Quando se inicia uma obra, o ideal é saber exatamente quanto tempo os trabalhos vão durar e, consequentemente, quando vão acabar. Por isso, antes de colocar a mão na massa, é importante planejar com detalhes os serviços que serão executados em todas as fases de execução do projeto.
O resultado desse planejamento é o cronograma da obra.Esse registro expressa visualmente a programação das atividades que serão realizadas durante a construção. Ele pode ser mais ou menos detalhado, contemplando a duração de serviços específicos (por exemplo, a instalação das esquadrias de um edifício) ou apenas as fases mais gerais da obra (fundações, estrutura, alvenaria, etc.). Quando ele mostra, também, os valores que serão gastos, ao longo do tempo e em cada uma dessas atividades, ele recebe o nome de cronograma físico-financeiro.
Essa programação organizada permite que o construtor compre ou contrate materiais, mão de obra e equipamentos na hora certa. Se ele fizer isso depois do momento ideal, a obra atrasa. Se fizer antes do tempo, pode perder materiais no estoque ou pagar mão de obra e equipamentos que acabam ficando parados, sem trabalho.
Portanto, a elaboração de um cronograma físico-financeiro realista exige a participação de várias pessoas diretamente envolvidas com a obra - proprietário ou incorporador, engenheiro, mestre de obras, orçamentistas e compradores, entre outros gestores. Uma vez que o cronograma está pronto, as possibilidades de alterações são mínimas.
PARA QUE SERVE O CRONOGRAMA
	
Organizar o caixa
	No cronograma físico e financeiro, as despesas com a execução dos serviços são detalhadas semanal e mensalmente, dependendo do tipo de construção. Isso permite a administração das despesas. Permitem também que os administradores do caixa da obra saibam exatamente quanto gestão e quando isso vai acontecer, evitando despesas e empréstimos imprevistos, da mesma forma eles podem planejar o investimento do dinheiro que ainda não foi gasto que rende juros e reduz as despesas do construtor.
Organizar o tempo
O cronograma mostra, em uma linha do tempo, o começo e o fim de cada uma das fases ou atividades da obra. A qualquer momento, portanto, é possível verificar com rapidez o andamento das diversas frentes de serviço. Assim é possível definir prioridades e concentrar o foco nas equipes que eventualmente estejam mais atrasadas em relação às demais. O cronograma também ajuda a planejar as compras de produtos e materiais de construção, reduzindo estoques desnecessários no canteiro.
	
Obter financiamento
Bancos não gostam de perder dinheiro. Por isso, quando fazem empréstimos para obras, exigem que o construtor apresente o cronograma físico-financeiro junto com os projetos, a planilha orçamentária e o memorial descritivo da obra. Juntos, esses documentos servem como garantia de que o dinheiro emprestado será efetivamente usado na construção ou reforma de um imóvel.
ORÇAMENTO DE OBRAS
Controle da obra como um todo
Um orçamento de obras detalhado serve de base para o planejamento da execução da obra, porque nele já são realizadas pesquisas quanto a disponibilidade e custos dos materiais e equipamentos. 
Ele é o primeiro passo para o cronograma físico-financeiro.
Outra informação relevante no orçamento de obras é quanto a mão de obra disponível, seu custo e necessidades de treinamento, que podem ser condicionantes para o início de algumas atividades.
Redução de custos com falta de insumos e sincronismo na cadeia de suprimentos.
Orçamento de obras completo, previamente já tem condições de fazer os pedidos dos materiais necessários para a execução das atividades, de acordo com as estimativas contidas nele. Significa que compras emergenciais acontecem somente em exceções, reduzindo a prática de preços elevados nas aquisições.
A chegada de máquinas e equipamentos também é planejada e acontece no momento certo para a continuidade da obra. Os pedidos urgentes diminuem significativamente, minimizando gargalos de execução e evitando aumento no custo do empreendimento.
 	Maior poder de negociação junto aos fornecedores
Quando sua empresa trabalha com orçamento, você tem tempo hábil para cotar com diferentes fornecedores, o que permite a comparação dos valores e maio poder de barganha.
Comprar com urgência é sempre mais caro, logo, com um orçamento prévio, as negociações se tornam mais fáceis com este grande aliado para redução dos custos. Além de você também conseguir preços mais atrativos, em decorrência do volume de compra.
Fazer uso de histórico para evoluir em cada obra
Ao utilizar orçamentos em suas obras, você gera históricos tanto das informações sobre os insumos utilizados, quanto das correções necessárias durante o curso de cada uma delas.
O resultado disso é uma construtora cada vez mais eficiente, tanto na confecção do orçamento, que sai de forma mais natural e assertivo, quanto na execução da obra em si, pois as lições aprendidas são repassadas de uma obra a outra.
Uma boa base histórica de composições de insumos e mão de obra, transforma-se em um enorme diferencial para o desempenho de seus empreendimentos, aumentando gradativamente as margens de lucro.
Mais credibilidade e confiança do mercado
Um orçamento preciso e utilizado de forma efetiva, ajuda no controle da execução da obra e certamente suas entregas terão muito menos desvios de prazo e custo. Também permitirá a utilização de materiais da mais alta qualidade.
Como consequência, a imagem de seus empreendimentos no mercado é muito fortalecida, e sua reputação se torna a melhor possível!
GRAFICO DE DESENPENHO DA OBRA FISICO E FINANCEIRO
O planejamento bem elaborado de um projeto é a atividade fundamental para o sucesso de qualquer empreendimento tanto na etapa da concorrência quanto no início e durante todo o período da obra, pois assegura, com base nas premissas assumidas, uma probabilidade favorável com relação aos resultados esperados.
A data de início dos serviços, para um mesmo número de dias corridos de prazo a data de início da obra altera o número de dias disponíveis de trabalho, em função dos domingos e feriados e em função dos períodos de chuvas, marés, etc.
A topografia local, afeta a produtividade dos equipamentos.
O clima, afeta o número de dias trabalháveis.
A geologia, afeta a produtividade da mão de obra e dos equipamentos.
A existência de interferências (linhas de transmissão, redes de serviços públicos, áreas de proteção ambiental, sítio arqueológicos, desapropriação de áreas), afeta o desenvolvimento dos trabalhos e o prazo da obra.
A disponibilidade dos equipamentos afeta a metodologia, a produtividade e os prazos da obra.
Portanto, premissas básicas são todas essas considerações que deverão ser identificadas antes de serem iniciados os trabalhos de planejamento, pois poderão afetar diretamente seus resultados e o custo da obra.
Todas essas considerações deverão ser transformadas em índices, parâmetros ou coeficientes, os quais serão aplicados sobre o número de dias disponíveis ou sobre produções calculadas para as equipes. Desta forma pode-se inserir nos cálculos o efeito dessas grandezas intervenientes sobre o prazo e o custo da obra, de tal forma que os resultados da simulação resultem o mais próximo do realizável.
A confiabilidade do resultado do planejamento, apresentado sob a forma de relatórios de custo e resultado provável, será tão mais seguro quanto maior for o detalhamento da simulação do projeto efetuada.
Assim pode-se dizer que simular um projeto de engenharia é simular a elaboração deste em seus mínimos detalhes, dentro da melhor técnica e economia, de modo a permitir a obtenção de todos os recursos necessários, identificando no tempo, os seus custos, investimentos, receitas, o resultado provável mês a mês e no final do projeto.
A elaboração desta simulação depende primordialmente do nível de informação disponível. Quanto mais detalhado for o projeto, quanto maior for o esforço despendido no estudo dos seus documentos e na pesquisa ao local das obras, maior será o detalhamento e a precisão na simulação da execução da obra.
Ao se percorrer o futuro corpo físico da obra, deverão ser identificados os pontos notáveis do projeto, visualizar possíveis dificuldades de acesso, alternativas de mudanças de localização do corpo da obra, interferências com redes públicas, com as áreas de preservaçãoambiental e com as áreas ou edificações particulares.
Estas novas informações poderão conduzir a novas soluções mais econômicas a serem adotadas no projeto final de engenharia e podem trazer melhorias no contrato, desde que bem trabalhadas no período da concorrência e, posteriormente, bem encaminhadas junto ao contratante.
“Mais cedo ou mais tarde você paga por suas decisões relacionadas a planejamento”, informa Jeanne Doile, PMP, Ph.D., gerente do programa de graduação em gerenciamento de projetos na Universidade Western Caroline, situada em Cullowhee, Carolina do Norte – EUA, e membro do comitê do Grupo PMI de Interesse Específico sobre Qualidade em Gerenciamento de Projetos. “Você pode planejar antecipadamente – a forma correta – ou deixar para mais tarde, quando o projeto está em recuperação e você está sofrendo com os custos oriundos de retrabalho”.
Elaboração das Composições de Custos Unitários (CCU)
Czarnobai (2007) afirmou que “uma composição de custo unitário é um demonstrativo de todos os componentes do custo de uma unidade de um serviço qualquer. Nela é apresentada a participação de cada um de seus integrantes (insumos) em quantidades e preços, sendo o custo unitário o somatório dos custos de cada um dos seus componentes.
Para permitir sua apresentação, facilitar sua execução e o seu entendimento, o conjunto de composições de custos unitários de um projeto normalmente é dividido em composições principais e composições auxiliares. Estas últimas depois de calculadas vão estar presentes nas primeiras como insumos das composições principais.
Exemplo de estrutura de composições de custos unitários
Elaboradas todas as composições de custos unitários e tendo todos os quantitativos de serviços, poderemos calcular o custo direto de uma obra. A partir dessas composições, numa segunda etapa, poderemos definir os preços de venda para os serviços, bem como elaborar as composições de apresentação para as propostas de preços. Podemos também, através delas, estimar a lucratividade dos preços em obras já contratadas.
Uma composição de custos só vale para a condição particular que foi considerada, não tem qualquer sentido generaliza-la para qualquer situação”.
Planejar e Controlar
Nas obras que possuem um planejamento detalhado, deve-se acompanhar o cumprimento deste, de modo a concretizarem-se as metas físicas e financeiras nele previstas.
O acompanhamento físico do projeto pode ser feito através de gráficos (cronograma de Gantt, tempo x caminho, etc.) ou quadros do tipo previsto x realizado. Neles, à medida que são identificados desvios nos realizados em relação aos previstos, podem-se fazer ajustes (replanejamento), de modo a manter o rumo dos compromissos assumidos com a empresa.
Todos os serviços devem ser programados, semanal e mensalmente, tendo em vista o planejamento detalhado. As programações semanais devem ser elaboradas tendo em vista atender as previsões mensais e estas a atender a previsão global do planejamento.
Porém, não basta somente garantir o atendimento físico programado, deve-se assegurar também que, no mínimo, os custos fiquem dentro das estimativas do planejamento detalhado. O acompanhamento do andamento do custo da obra é feito através da apropriação.
De um modo geral, qualquer que seja o sistema de controle de custo utilizado, quanto maiores forem os controles, maiores serão os custos de apropriação. O que se espera é que esse aumento no custo indireto possa trazer como contrapartida, uma redução no custo direto, porém isto nem sempre acontece.
Primeiro, porque a partir de um determinado ponto, o aumento do controle não mais assegurará um retorno que compense o acréscimo de custo do controle. Depois, porque na grande maioria das vezes, os resultados do controle de custos referem-se a uma situação já ocorrida, sobre a qual já não podemos interferir, ou tomar medidas corretivas.
Finalmente, na medida em que se aumenta o controle, aumenta-se também, a probabilidade de erros nos lançamentos, e como consequência, reduz-se a confiabilidade dos relatórios gerados.
Ao efetuarem-se os trabalhos de acompanhamento semanal, reduz-se substancialmente o número de itens a serem verificados, isto irá facilitar a apropriação e reduzirá sensivelmente a possibilidade de erros. Com os trabalhos em andamento, têm-se maiores chances de intervir nos processos e corrigir distorções.
Esse replanejamento e acompanhamento cuidadosos são necessários para que se possa atuar sobre os serviços, na medida em que eles vão sofrendo alterações. Isso possibilitará efetuar as correções necessárias no curso dos trabalhos, de modo a manter o rumo e desta forma, concretizar os objetivos previstos no planejamento/compromisso da equipe da obra.
É também, de fundamental importância, dotar as obras de pessoal confiável, treinados adequadamente e com experiência nas tarefas de controle e apropriação.
Um projeto é considerado com sucesso quando consegue ser finalizado contemplando todo o seu planejamento inicial, os controles realizados desde a sua fase inicial até o encerramento, dão a certeza que tudo está caminhando bem e assegurem a minimização dos impactos ocasionados pelas mudanças de rumo.
Homem Cultura e Sociedade
Relatório sobre impacto social que o empreendimento pode causar na população do entorno, benefícios e prejuízos, entrevistando a população local, considerando sobre oferta de trabalho, necessidade de recursos e integração com a população nativa, aumento do trafego de veículos pesados, tratamento ambiental e preservação da mata e córrego existente, possível aumento de criminalidade.
PROBLEMAS AMBIENTAIS, CONFLITOS SOCIAIS 
RESUMO
A visão dos problemas ambientais como conflitos entre diferentes atores sociais rejeita uma simplificadora oposição entre o “natural” e as ações “antrópicas”, que generaliza para o conjunto da sociedade padrões predatórios de transformação do meio ambiente. 
Ao falar-se de conflitos ambientais, reconhece-se diferentes projetos de relação sociedade – natureza e interesses imediatos diversos, associados aos vários usos possíveis dos recursos ambientais. 
Abre-se o caminho para que a própria dinâmica destes conflitos seja entendida como fator de construção da sustentabilidade. 
Este texto procura documentar e discutir um episódio de conflito ambiental, tomando a experiência de discussão pública, negociação e votação do Plano Diretor Municipal de São Sebastião, município da costa norte de São Paulo. 
Pretende-se discutir o avanço possível em termos de mediação de conflitos, com utilização de técnicas de negociação, e a relação deste processo com a dinâmica da política local, em especial marcando os papéis do Executivo e do Legislativo no processo participativo. 
O principal tema que emerge em relação à pauta da sustentabilidade é a competição entre o turismo e o veranismo na ocupação do território costeiro.
Texto de Icaro A. da Cunha
Sociólogo, Doutor em Saúde Ambiental. Pesquisador bolsista da FAPESP junto ao Programa de Pós-Graduação de Ciência Ambiental da USP
PROBLEMAS AMBIENTAIS, CONFLITOS SOCIAIS 
A evolução da discussão sobre desenvolvimento e meio ambiente permite hoje apoiar em sólida argumentação a idéia de que os problemas ambientais, longe de contraporem genericamente as pessoas e a natureza, se constituem em conflitos sociais, que alinham distintos grupos humanos que pretendem diferentes utilizações dos recursos ambientais (IBASE, 1995). 
Compreendendo a relação sociedade/natureza como um fenômeno de resultantes mutáveis em função das técnicas produtivas utilizadas (HOGAN, 1992, BECKER, 1992), é possível fugir ao dilema tradicional que consiste em optar entre progresso ou preservação, uma visão comum, com sinais trocados, a desenvolvimentistas e alguns setores ecologistas da fase do Brasil potência perseguido pelos governos militares. 
A alternativa é a construção da ideia de sustentabilidade ou eco desenvolvimento, cujos dois principais termos são natureza transformada e economia repensada, de forma que ambas se sustentem no tempo(SACHS, 1986 e 1993). 
A referência para um conceito de sustentabilidade são as definições do Relatório Brundtland em seu segundo capítulo (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988). 
Atender às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de suprir as necessidades do futuro, é a formulação inicial que encerra dois termos absolutamente críticos em relação às práticas econômicas predominantes. Nas necessidades do presente, não se pode ignorar as necessidades básicas hoje não atendidas para todos: alimentos, roupas, habitação, empregos. 
A menção às necessidades do futuro destaca os limites ecológicos, cujo desrespeito e ultrapassagem impede que o desenvolvimento seja durável no tempo, por falta de sustentação nos processos naturais. Assim, a proposta de “Nosso Futuro Comum” destaca a necessidade de rever os atuais padrões de consumo dos mais ricos – sejam os países mais desenvolvidos, sejam os setores ricos dentro de cada país – por serem insustentáveis. Deve-se buscar harmonizar a população com o potencial cambiante dos ecossistemas, no que se refere à evolução demográfica e à distribuição da população no espaço. 
As tecnologias devem ser empregadas com respeito aos limites ecossistêmicos e sem marginalizar amplos segmentos da população: o acesso aos recursos ambientais deve ser equitativo. Os recursos renováveis devem ser aproveitados de forma a garantir sua reposição, e para os não renováveis devem buscar-se alternativas antes de seu esgotamento, preservando-se o máximo de opções futuras. 
Conflito ambiental na costa de São Paulo: o plano diretor de São Sebastião 17 A extinção das espécies pode limitar as opções das futuras gerações, impondo-se, portanto, a conservação das espécies animais e vegetais. É fundamental controlar a geração de resíduos, pois sua liberação no ambiente afeta a disponibilidade e a qualidade de ar, água e outros elementos naturais, podendo comprometer a integridade global do ecossistema. 
O conflito humano ganha centralidade, já que esta visão permite superar a opção entre nós, sociedade, e eles, bichos e plantas, para trazer para a discussão, definitivamente, as oposições de interesses sobre como aproveitar os recursos ambientais, a competição entre umas e outras formas de fazê-lo e os custos das transformações, as externalidades tradicionalmente repassadas a outrem na forma de poluição ou escassez. 
Esta discussão abre um vasto campo teórico em que se buscam as melhores articulações entre os campos da economia e da ecologia. Em paralelo, dá lugar à compreensão da gestão ambiental como um processo de administração e negociação de conflitos. 
Ambos os campos são complementares: trata-se de buscar nexos - e contradições - gerais tanto quanto vislumbrar nos campos concretos das economias regionais, onde se desenvolvem certos tipos específicos de conflitos e complementaridades, as possibilidades de avanço para novas formas, mais sinérgicas, de articulação entre a lógica econômica e os limites ecológicos. Lidar com a idéia de conflitos ambientais leva-nos a identificar os diferentes sujeitos da contraditória relação sociedade/natureza. 
Estes sujeitos, em função de sua força política relativa, serão mais ou menos capazes de sustentar as mudanças de rumo, identificadas como convenientes do ponto de vista ambiental. Num contexto democrático, esta é a condição para a sustentabilidade política das propostas de sustentabilidade ecológica, dimensão tão estratégica como bem destaca SACHS (1993). Como diz Guimarães, ...” hay que plantearse la pregunta: Cuales son los actores sociales promotores del desarrollo sustentable? “ (GUIMARÃES, 1998). 
A NEGOCIAÇÃO DE CONFLITOS COMO BUSCA DA SUSTENTABILIDADE 
A negociação de conflitos, como via para operacionalizar, ou concretizar, a perspectiva de desenvolvimento sustentável, é uma proposta que surge trazida por diferentes autores. Um programa apoiado pelo governo holandês difunde técnicas de construção de Saúde e Sociedade 10(1):15-31, 2001 18 consensos, desenvolvidas no Massachussets Institute of Technology e aplicadas a situações de conflito ambiental, como estratégia para enfrentar o desafio da sustentabilidade (SUSTAINABILITY CHALLENGE FOUNDATION, 1994). 
A negociação de conflitos como dimensão básica da gestão ambiental é uma idéia que tem guarida na CEPAL, como se vê em trabalhos como o de Dourojeanni (CEPAL 1993). De forma geral, estas abordagens se assemelham ao propor como passos essenciais uma correta identificação dos interlocutores para formar mesas de negociação; 
A identificação de suas necessidades, motivações e interesses; a condução dos debates com procedimentos democráticos e respeitosos; procedimentos geradores de credibilidade por parte do (s) mediador (es), em que se destaca o fornecimento de informações confiáveis; 
A construção de clima positivo para que se desenvolva uma pauta de transações entre os atores;
A instituição de um processo de sucessivas negociações, em que se abandonam expectativas imediatistas por uma idéia de ganhos graduais. Orienta esta abordagem a idéia de que é possível construir consensos graduais e progressivos, em que ao contrário de estabelecer um jogo ganha-perde (uns ganham, outros perdem, resultados positivos e negativos se equilibrando numa conta global zero), se constrói um jogo de ganha – ganha, um jogo de soma positiva, resultante do enfoque dos ganhos mútuos (SUSSKIND E FIELD, 1996). 
A proposta de criar um processo contínuo de negociação, com avanços progressivos e retomadas sucessivas das discussões, implica em conceber, de outro lado, a construção da sustentabilidade também como um processo gradual, em que a cada momento, em função do avanço da consciência dos diferentes setores, das melhorias técnicas, dos entendimentos entre atores, dos fatores de mercado (como a importância dos critérios de qualidade, por exemplo), progressos institucionais e outros, a sociedade aproxima-se mais de práticas que se enquadrem na conceituação de desenvolvimento sustentável. 
É importante referir, ainda, o papel da negociação de conflitos no desenvolvimento de políticas públicas, à luz da revisão crítica do planejamento tradicional, feita por Matus. Analisando a inércia das máquinas governamentais na América Latina e a dificuldade de levar à prática plataformas políticas consagradas nas urnas por suas propostas de mudança nas ações governamentais, Matus identifica a raiz do fracasso dos governos em dois pontos principais: 
Um planejamento tradicional, em que o sujeito é o governo e os demais atores, objetos da ação; e a distância entre comando político e planos técnicos. O comando político Conflito ambiental na costa de São Paulo:
O plano diretor de São Sebastião 19 lida com a realidade que é multifacetada, arena para os mais diversos interesses que produzem pressões contraditórias. Os setores técnicos compartimentam os problemas em questões setoriais. Assim, planos de governo não conseguem dar conta dos verdadeiros “problemas” que o governante precisa enfrentar, o que é agravado por não se levar em conta adequadamente as óticas e os poderes de intervenção dos demais sujeitos da sociedade, fora do governo.
O planejamento estratégico situacional, a alternativa proposta por Matus e adotada como uma referência em agências oficiais (FUNDAP,1988) conduz - entre outras ferramentas complementares - a uma valorização da negociação de conflitos entre os diferentes atores interessados em determinadas situações, como um dos instrumentos para viabilização de políticas públicas (MATUS, 1996, 1997; HUERTAS, 1996). 
EVOLUÇÃO DOS CONFLITOS AMBIENTAIS EM SÃO SEBASTIÃO, COSTA NORTE DE SÃO PAULO 
As significativas manifestações de conflitos ambientais no município de São Sebastião, cenário dos episódios aqui discutidos, ligam-se a suas peculiaridades históricas e ambientais, tratando-se de um lugar que abriga conjuntos naturais e arquitetônicos de importância singular, fenômenos notáveis de devastação e poluição e uma consciência bastante disseminada na sociedade localsobre as possibilidades e conveniências de procurar manter-se uma qualidade ambiental diferenciada no contexto do litoral. 
O território de São Sebastião contém grande porção de Serra do Mar coberta por Mata Atlântica, sendo cerca de 70 % do município parte do Parque Estadual da Serra do mar. Esta área protegida integra a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, contando com alto grau de endemismo de suas espécies (CÂMARA, 1992), o que leva esta região a ser considerada uma área de “extrema importância biológica” no consenso de muitas das entidades interessadas na conservação deste bioma (SOS MATA ATLÂNTICA, 1999). 
Ao longo do município sucedem-se os avanços dos morros até o mar, deixando entre si anfiteatros onde ocorrem as praias e a planície costeira. A costa, de quase 100 quilômetros, desenvolve-se a partir do limite com Bertioga no sentido aproximado oeste- leste até a altura do início do Canal de São Sebastião, porto natural profundo entre o continente e a ilha de São Sebastião, pertencente ao município de Ilhabela. Aí a costa ganha o sentido aproximado sudeste – noroeste até o limite com Caraguatatuba. 
Para o interior, onde ocorrem as cristas da Serra, o município faz divisa com Salesópolis. Toda a zona costeira municipal, Saúde e Sociedade incluindo as várias ilhas marítimas, é objeto das ações do Programa de Gerenciamento Costeiro da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. 
A feição urbana é bastante singular, dada a distribuição dos bairros ao longo da costa, ligados entre si por uma única via, a estrada Rio-Santos. O atual quadro de conflitos ambientais se desenvolve com as fortes e generalizadas modificações provocadas pela rearticulação do município aos circuitos econômicos nacionais e internacionais nas décadas recentes, a partir de três iniciativas centrais: 
A inauguração do porto de cargas, na segunda metade da década de 50; 
A implantação do Terminal Almirante Barroso, o maior terminal petrolífero da América Latina, na década de 60; e o asfaltamento da rodovia Rio-Santos, na década de 80. 
Conforma-se um novo ciclo de ocupação da costa, com todas as características predatórias percebidas por MORAES (1995) num processo liderado pelos grandes projetos de impacto e pela especulação imobiliária possibilitada pelas novas facilidades de acesso. 
Os acidentes ambientais com derramamento de óleo no mar, a poluição por esgotos, o desmatamento, o desalojo das caiçaras e a descaracterização dos seus núcleos de moradia são as marcas registradas dessa fase marcada pela ausência de parâmetros ecológicos ou culturais. 
Os conflitos ambientais eclodem na segunda metade dos anos 80, surgindo um movimento ambientalista local articulado com as ONGs de atuação estadual e nacional. A luta contra os derramamentos de petróleo é pauta central, mas também são episódios marcantes na história das lutas ambientalistas locais o confronto em torno da ampliação do Porto com aterro na área do Canal, em 1987; ou a participação na mobilização contra a chamada rodovia do Sol, em 1989, que resultou na não realização da obra (CUNHA, 1996). 
Na década de 90, acompanhando o que ocorre em escala nacional com o movimento ambientalista brasileiro (VIOLA, 1992), posturas ambientalistas passam a ser incorporadas nas ações governamentais e ocorre uma diversificação de atores interessados nas questões de qualidade ambiental. Enquanto a administração municipal do período 89-92 desenvolvia uma política ambiental mais abrangente e agressiva (CUNHA, 1996), um Conselho Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, de composição paritária entre representantes do governo local e de entidades da sociedade civil, começava a tornar-se o foro de articulação institucional dos conflitos ambientais. 
A participação deste Conselho na discussão das iniciativas de política ambiental daquele governo; o estilo amplamente participativo da discussão e apresentação de emendas à lei ambiental municipal então formulada, que veio a ser aprovada por unanimidade na Câmara Municipal; as primeiras experiências de licenciamento ambiental Conflito ambiental na costa de São Paulo: 
O plano diretor de São Sebastião 21 pelo município com abertura de informações para a comunidade, como no caso das questões de riscos associados ao terminal da Petrobrás, são exemplos de uma dinâmica que ampliava o foco de um processo participativo inaugurado pelo programa de coleta seletiva do lixo doméstico, iniciado fora do governo e incorporado pela administração a partir da entusiástica adesão dos moradores (BLAUTH, 1990). 
A composição do Conselho de urbanismo e meio ambiente (COMDURB) em 92 reconhecia os espaços reais ou potenciais de novos atores da sociedade civil. Já então, se fazia sentir o peso reivindicativo da federação das sociedades de amigos da costa sul, entidades que agregam os donos de residências de veraneio, que embora durante muito tempo fizessem – e ainda façam – parte de suas reuniões em São Paulo, começavam a acompanhar de perto a dinâmica política e administrativa local.
As sociedades de amigos da costa norte, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação de Engenheiros e Arquitetos, os sindicatos e associações de trabalhadores, a Associação Comercial, e, obviamente, o Movimento de Preservação de São Sebastião (MOPRESS), eram os demais membros não governamentais do conselho.
O PLANO DIRETOR E A ESTRATÉGIA DE DISCUSSÃO PÚBLICA 
Depois de uma gestão municipal, de 1993 a 1996, em que aparentemente esta participação da comunidade era um processo incômodo - tendo o Conselho alternado tempos em que não era convocado com outros em que surgiam conflitos e cobranças em relação a ações do governo local – o COMDURB voltou a ser reconhecido como espaço articulador dos debates públicos de meio ambiente pelo governo iniciado em 1997. 
Comprometida com propostas ambientalistas em sua plataforma de governo, a nova gestão trouxe o ex presidente do MOPRESS, tradicional grupo ecologista local, como Secretário de Meio Ambiente, e elencou, entre suas prioridades, a conclusão do Plano Diretor municipal.
Ao final do primeiro ano da gestão, dispunha-se finalmente de um texto dado como concluído pela equipe técnica. A pequena equipe de planejamento da Prefeitura contara com apoio de consultoria especializada, e agregara no processo de elaboração um grupo de técnicos das diferentes secretarias municipais, encarregado de recolher contribuições setoriais.
As principais bases de dados foram os levantamentos feitos para o macrozoneamento costeiro estadual, estudos geotécnicos feitos pelo Instituto Geológico para subsidiar as ações de Defesa Civil relativas a riscos naturais, dados do IBGE e subsídios Saúde e Sociedade, setoriais. 
Pela primeira vez, surgiu uma base cartográfica do município. Embora pudesse ter alguma defasagem temporal nos dados disponíveis, o texto do Plano era um diagnóstico bem consistente sobre a inserção regional de São Sebastião e sobre as alternativas estratégicas para seu desenvolvimento com respeito às características ambientais do território e à dinâmica peculiar de sua população, que soma hoje 45 000 pessoas, crescendo à base de 6 % ao ano em função da forte migração, e mais até 80 000 pessoas nas temporadas de verão. 
O trabalho vinha, na ótica da equipe municipal de meio ambiente, preencher a necessidade de um planejamento ambiental municipal, capaz de orientar uma política ambiental mais acurada, dadas as diversidades de um compartimento territorial para outro. Um desafio básico para o governo municipal era a tramitação do Plano na Câmara de Vereadores, dominada pela oposição, e onde mesmo a pequena bancada eleita sob a mesma legenda do Prefeito exercia uma sustentação bissexta a seus projetos. 
As divergências entre Executivo e Legislativo não eram apenas ligadas a conveniências do jogo político-eleitoral, mas a compromissos com interesses e visões de mundo bastante diversos. Ao fim do primeiro ano de governo, o Executivo tivera sérias dificuldades em obter respaldo no Legislativo para encerrar um contrato lesivo ao interesse públicocom uma empresa que alugava as máquinas para coleta de lixo. Comprando uma dúzia de caminhões compactadores, tratores e outros veículos, o governo ainda economizaria 5 milhões de dólares ao longo dos quatro anos de administração. 
A Câmara criou obstáculos para esta solução, por meses, como bem documentou o jornal local (Imprensa Livre, agosto a outubro de 1997). Temia-se, em função do histórico do grupo de vereadores, que preocupações ambientais ou de qualidade em geral pudessem ser preteridas por interesses mais imediatistas. 
Por outro lado, era do interesse da Administração abrir o debate para que os conteúdos técnicos do Plano fossem “digeridos” pela comunidade, tornando-se mais acessíveis e compreendidos pelos setores organizados e, gradualmente, pelo conjunto da população. Isso permitiria, inclusive, contar com respaldo para os conteúdos do Plano em sua tramitação legislativa. 
O plano de discussão pública, proposto pela Prefeitura e aprovado pelo COMDURB, reconhecia este Conselho como o centro político desta nova etapa. O Conselho criou uma comissão aberta, encarregada da coordenação do processo e sustentada técnica e administrativamente pelo Executivo. 
Foi estabelecido um roteiro de audiências públicas ao longo do município, uma para cada bairro central de cada uma das cinco unidades de Conflito ambiental na costa de São Paulo: o plano diretor de São Sebastião 23 planejamentos em que o estudo do Plano Diretor dividiu São Sebastião. Ao longo de 1998, a dinâmica de discussão alternou reuniões da comissão, algumas das quais com especialistas convidados a debater em maior profundidade um determinado tema, com as audiências, em que eram expostas as diretrizes do Plano, seus principais quadros de dados e mapas, suas propostas espaciais, e as dúvidas iniciais eram tiradas. 
As audiências suscitavam pedidos de acesso à íntegra do Plano, o que era atendido, e com apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente foram confeccionados 15 000 folhetos de popularização dos conteúdos do Plano, com desenhos do artista Patrício Bisso, distribuídos nas audiências e através da rede escolar. Através da comissão, era estimulada a publicação de artigos na imprensa local ou em periódicos das entidades. 
TÓPICOS DE NEGOCIAÇÃO 
Procurava-se combinar, assim, momentos de divulgação e convite ao debate com outros em que pudesse haver aprofundamento e mesmo negociações. Sem que se anunciasse uma intenção de estabelecer um mecanismo formal de negociação de conflitos, eram adotados procedimentos básicos nesse sentido. 
Foi estabelecida uma mesa organizada, em que eram garantidos procedimentos democráticos, e trabalhava-se uma postura de respeito pelas opiniões alheias, ainda que divergentes, por parte de cada um dos interlocutores. A Prefeitura fornecia informações confiáveis para todo e qualquer setor que as demandasse. 
Procurava-se trabalhar encaminhamentos de soluções negociadas para pontos específicos, e, em paralelo, ampliar a compreensão sobre a importância de avançar, no município, para regras de conduta negociadas pela comunidade. As questões levantadas nos debates, tanto os públicos como os da comissão, foram sistematizadas e apresentadas ao COMDURB, ao final de 1998. Acréscimos, modificações, novas formulações surgiram para trechos específicos. Por exemplo, o texto condenava de forma explícita a idéia de “verticalizar” o município, propondo a manutenção do limite legal de 9 metros de altura máxima para edificações, no período de vigência do Plano (até 2004) como até então a lei municipal já estabelecia.
Constatado que não haveria escassez de espaço no horizonte de tempo do Plano, a idéia era evitar o “mal desnecessário” da verticalização, concentradora de pessoas e veículos numa cidade precária em saneamento e vias de tráfego, e cuja identidade paisagística se liga ao padrão “horizontal”. 
Entre outras razões para adotar esta diretriz, apresentava-se a idéia de que sem prédios altos, a cidade ganha valor na competição pela preferência dos turistas, diferenciando-se paisagisticamente das outras cidades litorâneas. Saúde e Sociedade 10(1):15-31, 2001 24 Incorporava-se, também, a reivindicação de hoteleiros e comerciantes da costa sul, priorizando um estudo sobre espaços marinhos adequados para estruturas de apoio ao turismo náutico. 
Duas ideias, em especial, representaram avanços concretos em termos de negociação: uma nova redação para o item resíduos sólidos e a reserva de áreas para uso turístico. 
O divisor de águas na questão dos resíduos sólidos era a maneira de se referir à área de disposição final localizada no bairro da Baleia, tratada basicamente como um lixão no passado. Isso gerou movimento contra a existência dessa área entre as sociedades de amigos dos bairros próximos, desdobrando-se, inclusive, em ação judicial. 
É assunto de difícil equacionamento, pois simplesmente não se encontram espaços alternativos passiveis de aprovação pela CETESB, face à ocupação avançada das áreas de planície. 
O novo texto negociado incluiu os compromissos de sanear a área da Baleia e buscar soluções alternativas, que venham a permitir que cada região do município disponha seus resíduos dentro de seus limites. 
As áreas reservadas para localização de atividades turísticas na proposta do Plano aprovada pelo COMDURB são basicamente os morros, abaixo das cotas onde se inicia o Parque Estadual, e outros espaços intermediários à sua volta. Locais de notável paisagem, abrangidos pelo tombamento, entendeu-se que sua destinação para o turismo viria proteger pelo uso mais seletivo e de baixa densidade os conjuntos naturais que se quer conservar. 
Essa idéia de zonas-tampão encontrou resistência entre os ambientalistas, inicialmente, por contrapor-se à sua preferência genérica pela idéia de não – uso desses espaços. Com o andamento da discussão, aparentemente ocorreu por parte destes setores um entendimento sobre a necessidade de estimular o turismo como alternativa econômica sustentável, ao mesmo tempo em que se adquiria confiança sobre a consistência global do Plano.
À medida em que o conjunto de suas propostas tornava-se conhecido, o trabalho técnico angariava respeitabilidade - ainda que para determinados assuntos os conteúdos do texto pudessem ser vistos como avanços limitados, como no caso da discussão de alternativas para o saneamento básico ou para a reconfiguração de alguns bairros hoje caracterizados por um desenvolvimento caótico de sua malha urbana. 
TURISMO X VERANISMO: A SUSTENTABILIDADE NO USO DOS RECURSOS AMBIENTAIS 
O Plano e sua discussão transformaram em assunto geral uma questão até então familiar aos técnicos ou aos iniciados em temas de meio ambiente, na região. A dinâmica Conflito ambiental na costa de São Paulo: o plano diretor de São Sebastião 25 do debate público fez aflorar a contraposição entre turismo e veranismo como vocações antagônicas ou complementares do município. Em 1992, o plano municipal de turismo já levantara essa discussão, diferenciando o que seria o “veranismo”, ou busca das residências de veraneio para compra ou aluguel (CTI,1991). 
Este estudo mostrava que esta opção se afirmara historicamente, aproveitando a oferta do produto sol e praia e as facilidades de acesso, acarretando benefícios econômicos, mas também vários custos sociais e ambientais. O veranismo é um turismo fortemente sazonal, concentrando na temporada de verão, e em alguns feriados, grandes fluxos de turistas que usualmente superam largamente a oferta local de infraestrutura e serviços. 
A permanência no tempo deste perfil de utilização dos equipamentos turísticos gera distorções de preços e descontinuidade das vagas de trabalho, dificultando mesmo o desenvolvimento de uma indústria do turismo. 
Do ponto de vista ambiental, estes períodos, em que a população do local se multiplica muitas vezes, acarretam os problemas típicos do chamado turismo de massa (RUSCHMANN,1999), com geração de poluição, descaracterização dos lugares, perda de referências culturais e perda progressiva da própria atratividade.O Plano Diretor incorporava esta visão crítica sobre o veranismo, alertando para a tendência de um uso extensivo do território para atividades imobiliárias, o que além de certos limites razoáveis acarreta uma série de impactos indesejáveis.
Retomou-se assim do plano turístico a proposta de investir no desenvolvimento do turismo propriamente dito, gerando atrativos menos sazonais, como o ecoturismo, o turismo de eventos ou o turismo náutico, todos apoiados nas características geográficas e na inserção de São Sebastião nos mercados regionais.
 A delimitação de zonas para urbanização e para localização de empreendimentos turísticos é uma implicação necessária desta postura nas propostas de espacialização. 
Os atores que vieram para a mesa de discussão ao longo de 1998 aderiram aos parâmetros propostos, percebendo as mútuas conveniências desta alteração de rumo em relação ao desenfreado uso imobiliário que prevalecera nos tempos recentes. 
O consenso negociado no COMDURB refletiu esta compreensão. No lance seguinte, quando o Plano tramitou na Câmara, parte deste avanço seria desbaratado por interesses que optaram por não se mostrar, delegando a garantia de seus objetivos a manobras legislativas, como se verá a seguir. 
O ATOR OCULTO: A TRAMITAÇÃO DO PLANO NO LEGISLATIVO
A Prefeitura enviou à Câmara como projeto de lei o texto aprovado unanimemente pelo COMDURB. Imediatamente, alguns vereadores levantaram a bandeira de autorizar prédios altos, para “gerar empregos e solucionar a questão da moradia popular”. Uma forte Saúde e Sociedade, campanhas contra essa idéia se sucedeu. Depois de reunir o Conselho e propor uma mobilização ampla, o Prefeito passou a colocar anúncios de esclarecimento nos jornais e na rádio local.
As sociedades da costa sul começaram uma campanha via Internet que mostrou o potencial mobilizador deste meio, resultando em mais de 10 mil assinaturas contra a verticalização. 
O MOPRESS e outras entidades locais, como o movimento Voto Consciente, fizeram concurso de redações estudantis sobre o tema. Televisões regionais, jornais de São Paulo, revistas semanais, garantiram repercussão ao movimento.
A penetração da campanha pode ser medida por sinais como os trabalhos de estudantes da escola municipal mostrados na feira da educação em novembro, com desenhos e frases optando por uma cidade sem prédios. O debate na Câmara se resumiu a este tema, e ao final os vereadores, fortemente pressionados, recuaram, abandonando a proposta. Contudo, sem qualquer debate público prévio, emendas assinadas pela totalidade dos vereadores alteraram alguns pontos do Plano, já em plenário de votação. 
A principal delas simplesmente trocou um mapa das zonas de usos propostas, por outro. As principais mudanças eram a redução de algumas áreas de proteção de mananciais; a “liberação” para urbanização de uma enorme área de um único proprietário na costa sul; e o condicionamento a “autorizações legislativas”, caso a caso, para uso das zonas turísticas. 
Ficou claro que a polarização em torno da verticalização serviu em parte como manobra diversionista para os vereadores que representavam interesses específicos, vinculados a atividades imobiliárias. Tomando conhecimento da manobra, a Prefeitura denunciou-a ao COMDURB, antes da sanção da lei. A disposição manifestada então de forma generalizada, pelas entidades, foi de retomar a luta para restaurar o mapa original. 
PARA UM BALANÇO DA EXPERIÊNCIA: ATÉ ONDE AVANÇOU A NEGOCIAÇÃO
Sabia-se que a atual Câmara de São Sebastião tem forte predominância de interesses específicos, inclusive os imobiliários. Sendo ademais uma Câmara de oposição, certamente uma proposta de Plano Diretor enviada sem ampla discussão prévia estaria destinada à retaliação ou à rejeição pura e simples. 
A estratégia de buscar a mobilização de atores que, no dia a dia, participam das decisões de gestão ambiental e urbana, revelou-se adequada para relativizar o peso decisório Conflito ambiental na costa de São Paulo: o plano diretor de São Sebastião 27 de um conjunto de políticos desacostumados à consulta popular, embora oriundos do voto direto. 
A criação deste novo tipo de espaço público, onde agem setores governamentais, privados e não governamentais, parece mesmo essencial para que vigore um sistema democrático, pois equilibra o confronto entre um governo eleito com metade dos votos válidos e um legislativo em que a soma dos votos dados a seus membros não chega a 15 % dos votantes.
A diferença de parâmetro dos eleitores ao definir preferências nos votos majoritário e proporcional e a fragilidade das legendas partidárias são dados de uma realidade que se caracteriza por um equilíbrio delicado entre poderes igualmente legítimos em sua origem e função no regime político brasileiro. 
A busca da participação em fóruns como o COMDURB de São Sebastião pode representar um mecanismo de busca cotidiana da legitimidade, capaz de aproximar a política e a gestão pública do cidadão. Isso possibilita um processo de amadurecimento político das entidades e grupos da sociedade civil, a partir do próprio reconhecimento dos novos sujeitos coletivos propiciado pela dinâmica desta “institucionalidade ampliada”, como bem destaca LEILA FERREIRA (1997). 
Concluída esta etapa da discussão e votação do Plano Diretor de São Sebastião, pode-se dizer que se iniciou nesta comunidade um processo de negociação de conflitos. Houve de fato transações entre os diferentes atores, tão importantes em si – na medida em que permitiram um acordo de sustentação ao Plano – quanto por significarem a compreensão de que é possível e necessário transacionar para avançar na busca de novos equilíbrios entre desenvolvimento e qualidade ambiental. 
Este começo de processo de negociação abre uma possibilidade fundamental para o município, se for claramente percebido pelos atores que influenciam na gestão ambiental local e regional. 
O município tem vivido um impasse, com os novos projetos econômicos tendo grande dificuldade de aprovação, fenômeno em que contribuem tanto as preocupações ambientais legítimas quanto as limitações operacionais da burocracia. Se os setores que defendem a idéia de qualidade ambiental não têm força para conduzir o processo decisório, têm peso suficiente para “empatar” iniciativas.
O Plano Diretor e sua discussão apontaram uma alternativa a esta situação de equilíbrio precário, desenhando um horizonte em que o turismo puxa novos padrões de qualidade para as demais atividades e confere dinamismo à economia, num cenário em que a qualidade ambiental é atributo de competitividade do lugar (SANTOS, 1996). Saúde e Sociedade.
A limitação do processo de negociação se liga basicamente ao fato de que nem todos os interlocutores se sentaram à mesa. A principal dificuldade é identificar um interlocutor que congregue os interesses imobiliários, que se apresentam atomizados. Houve empresários do ramo participando e suportando galhardamente o tom crítico dos ambientalistas. 
Outros, preferiram manter-se fora de uma discussão aberta, contando com votos cativos no legislativo. Esta estratégia foi parcialmente eficaz no curto prazo; mas não seria seguro apostar, depois da mobilização construída em dois anos de debate e campanhas, que as regras assim forjadas terão vida longa. 
Fundamentos de Mecânica dos Solos
Realizar a classificação do solo, granulometria, sedimentação, índice de plasticidade, limites de liquidez, permeabilidade, resistência ao SPT e demais ensaios pertinentes para a implantação da edificação.
INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS 
Tese – Liliane Tojeira Velozo
No desenvolvimento de um projeto de fundações é indispensável o reconhecimento dos perfis dos solos envolvidos e de suas respectivas características geotécnicas. Para tal, são planejadas investigações geotécnicas com respaldo no estudo da hidrografia, orografia, geologia e pedologia da região, conforme apresentado anteriormente. 
Situação No Brasil, a investigação dos solos para projetos de fundações de estruturas é usualmente feita mediantesondagens que permitem conhecer a variação da resistência do solo com a profundidade através de descrições e índices das diversas camadas. Em projetos de linhas de transmissão, no qual os suportes das mesmas se situam ao longo de grandes extensões e, consequentemente, ao longo de uma enorme variação natural dos horizontes e diversidade de solos, a investigação geotécnica em todo traçado torna-se essencial para que as fundações das estruturas sejam dimensionadas com segurança e otimização.
É comum, como procedimento auxiliar às investigações geotécnicas, o uso orientado dos levantamentos pedológicos já existentes para a região em estudo. Apesar de, em geral, somente as indicações dos horizontes superficiais serem apresentadas nos levantamentos pedológicos, pode-se ter uma estimativa dos tipos de solos ou material consolidado que ocorrem em maiores profundidades. É possível obter, por exemplo, o grau de saturação do solo, a profundidade do lençol freático (quando esse ocorre nos horizontes superficiais), as características de drenagem, a granulometria, a plasticidade, entre outras. Enfim, a pedologia pode ser aplicada como uma ferramenta auxiliar das investigações geotécnicas, apresentando as seguintes vantagens (Dias, 1987):
Complementação dos levantamentos geológicos, principalmente em locais onde ocorrem espessas camadas de solos; 52 
Identificação das camadas de solos como horizontes pertencentes a unidades de mapeamento;
Conhecimento dos mecanismos de formação dos solos, através dos processos pedogenéticos e processos geológicos; 
Definição com maior precisão, através de métodos padronizados, das características morfológicas dos solos; 
Indicação de unidades geotécnicas através das classificações pedológicas em associação às geológicas; 
Extrapolação dos resultados de experimentos para outros locais semelhantes de acordo com as unidades geotécnicas; 
E, finalmente, orientação na escolha do universo para o estabelecimento de correlações e índices utilizando-se a estatística para solos de mesma unidade e horizonte. 
Normalmente, as investigações geotécnicas envolvem sondagens tipo SPT e, eventualmente, rotativas. Recomenda-se executar sondagens tipo SPT próximas ao piquete central, em todas as estruturas de ancoragem e fim de linha, e em locais tais como travessias de rios, aterros, fundos de vale, alagados, erosões e encostas (Ashcar, 1999).
 	A CESP (Ashcar, 1999) faz, em média, uma sondagem SPT a cada cinco estruturas e, dependendo do conhecimento da região, essa proporção poderá variar de 1 até 10. Também são executadas sondagens tipo borro em todas as estruturas da linha, exceto nos locais das sondagens SPT/rotativa. A sondagem tipo borro diferencia-se da sondagem a percussão por não utilizar bomba d'água nem barrilete amostrador. As sondagens a trado, os poços de inspeção e a determinação da densidade natural/compactada e da umidade natural fornecem informações de solo que auxiliam os projetos de fundação. 
A ELETROBRAS (Ashcar, 1999) sugere que, em uma segunda etapa, após a definição do traçado da LT, sejam realizados os estudos necessários para a obtenção de dados essenciais ao projeto: identificação e classificação do solo, densidade e umidade do solo natural, densidade máxima e umidade ótima do solo compactado, coesão e ângulo de atrito interno, nível do lençol freático, resistividade elétrica, entre outros.
Segundo FURNAS (2003), após a definição e locação das estruturas no campo, as investigações devem ser realizadas em todos esses locais, constando, inicialmente, em terrenos elevados, de sondagens a trado junto ao piquete central de locação da estrutura e da determinação do peso específico natural do solo local. 
Com base nos resultados das sondagens, selecionam-se alguns locais de cada domínio geomorfológico onde devem ser executadas investigações mais detalhadas. Em geral, são sondagens a percussão e poços manuais para determinação dos pesos específicos naturais a diversas profundidades, e, eventualmente, para a coleta de amostras indeformadas para ensaios especiais, visando à tipificação dos solos existentes e à determinação de outros parâmetros que se julguem necessários para a padronização dos projetos de cada tipo de estrutura a ser utilizada na obra. Em regiões de baixadas, sujeitas a inundações e/ou com nível de água superficial, sugere-se a execução de sondagens a percussão em todos os locais de estrutura. Podem ser programadas sondagens rotativas e/ou mistas em casos específicos, nos quais a importância da estrutura (como a travessia de grandes vãos sobre cursos d'água) e a natureza do maciço de fundação exijam maior detalhamento das suas propriedades para o projeto (como no caso de fundações ancoradas), ou em zona de tálus, com matacões em profundidade. 
CLASSIFICAÇÃO DO SOLO
Os solos são recursos naturais que se formaram depois de milhões de anos em constituição como resultado da decomposição das rochas por ações do intemperismo. Podem ser classificados conforme a origem e conforme a influência da vegetação e do relevo.
Classificação quanto à origem:
Quanto à origem, os solos são classificados em eluviais e aluviais.
Eluviais: quando os solos se formam por rochas encontradas no mesmo local da formação, ou seja, quando a rocha que se decompôs e se alterou para a formação do solo se encontra no mesmo local do solo;
Aluviais: quando os solos foram formados por rochas localizadas em outros lugares. Graças à ação das águas e dos ventos, os sedimentos foram transportados para outro local.
 Classificação quanto à influência externa
Quanto à influência externa, existe outra forma de classificação dos solos, também chamada de classificação zonal, que divide os solos em zonais, intrazonais e azonais:
Zonais: são maduros, bem delineados e profundos. São subdivididos em latossolos, podzóis, solos de pradaria e desérticos.
Latossolos: São solos pouco férteis, presentes geralmente em climas quentes e úmidos, com profundidades superiores a 2m;
Podzóis: São solos férteis, graças à acumulação de minérios, húmus e matéria orgânica, e são próprios de climas frios e temperados;
Solos de pradarias: São ricos em cálcio e matérias orgânicas, por isso, são extremamente férteis. Estão presentes em regiões subsumidas de clima temperados;
Desérticos: Solos caracterizados por serem pouco profundos e pouco férteis. Próprios de regiões desérticas.
Intrazonais: são solos bem desenvolvidos, além de serem bastante influenciados pelo local e pelos fatores externos. Dividem-se em solos salinos e solos hidro mórficos.
Solos salinos: também chamados de holomórficos, caracterizam-se pelo alto índice de sais solúveis, próprios de regiões áridas e próximas ao mar. Possuem uma baixa fertilidade;
Solos hidro mórficos: por estarem localizados próximos a rios e lagos, apresentam grande umidade. Sua fertilidade depende do índice de umidade: quanto mais úmidos, menos férteis.
Azonais: solos pouco desenvolvidos e muito rasos. Dividem-se em solos aluviais e litossolos.
Solos aluviais: presentes em áreas de formação recente em planícies úmidas. Quando os seus sedimentos são transportados, formam um solo de coloração amarela denominado de loess.
Litossolos: presentes em locais com declives acentuados. Costumam estar posicionados diretamente sobre a rocha formadora. São solos inférteis.
GRANULOMETRIA
Definição
É a distribuição, em porcentagem, dos diversos tamanhos de grãos. É a determinação das dimensões das partículas do agregado e de suas respectivas porcentagens de ocorrência.
Motivo
A composição granulométrica tem grande influência nas propriedades das argamassas e concretos.
Determinação 
É determinada através de peneiramento, através de peneiras com determinada abertura constituindo uma série padrão.
Objetivo
Conhecer a distribuição granulométrica do agregado e representá-la através de uma curva. Possibilitando assim a determinação de suas características físicas.
Limites das frações de solo pelo tamanho dos grãos segundo a ABNT (PINTO, 2000)
Fração Limites
Matacãode 25 cm a 1 m
Pedra de 7,6 cm a 25 cm
Brita de 4,8 mm a 7,6 cm
Areia grossa de 1,2 mm a 4,8 mm
Areia média de 0,3 mm a 1,20 mm
Areia fina de 0,05 mm a 0,3 mm
Silte de 0,005 mm a 0,05 mm
Argila inferior a 0,005 mm
Granulométrica
Os agregados são classificados em graúdos e miúdos.
Os agregados Graúdos ficam retidos na peneira 4,8 mm; 
Os agregados Miúdos passam pela peneira 4,8 mm.
Definições Importantes
Porcentagem que Passa: É o peso de material que passa em cada peneira, referido ao peso seco da amostra;
Porcentagem Retida: É a percentagem retida numa determinada peneira. Obtemos este percentual, quando se conhecendo o peso seco da amostra, pesamos o material retido, dividimos este pelo peso seco total e multiplicamos por 100;
Porcentagem Acumulada: É a soma dos percentuais retidos nas peneiras superiores, com o percentual retido na peneira em estudo;
Módulo de Finura: É a soma dos percentuais acumulados em todas as peneiras da série normal, dividida por 100. Quanto maior o módulo de finura, mais grosso será o solo;
Diâmetro Máximo: Corresponde ao número da peneira da série normal na qual a porcentagem acumulada é inferior ou igual a 5%, desde que essa porcentagem seja superior a 5% na peneira imediatamente abaixo;
Diâmetro Efetivo: abertura da peneira para a qual temos 10% em peso total de todas as partículas menores que ele. “% Passante”. (10% das partículas são mais finas que o diâmetro efetivo); esse parâmetro fornece uma indicação sobre a permeabilidade das areias.
Coeficiente de Não Uniformidade: Ainda segundo Allen-Hazen, é a razão entre os diâmetros correspondentes a 60% e 10%, tomados na curva granulométrica. Esta relação indica, a falta de uniformidade, pois seu valor diminui ao ser mais uniforme o material.
Cnu < 5 muito uniforme
5 < Cnu < 15 uniformidades média
Cnu > 15 não uniforme
Coeficiente de Curvatura fornece a idéia do formato da curva permitindo detectar descontinuidades no conjunto.
1 < CC < 3 solos bem graduado
CC < 1 ou CC > 3 solo mal graduado
Procedimento Experimental
Objetivo
Proceder a realização do ensaio de granulometria através do peneiramento com a finalidade de obter a curva granulométrica de um agregado.
Equipamentos
Os principais equipamentos e utensílios utilizados no ensaio, são:
Balança;
Estufa;
Jogo de peneiras;
Agitador de peneiras;
Massa específica
Massa específica é a massa da unidade de volume excluindo-se os vazios entre grãos e os permeáveis, ou seja, a massa de uma unidade de volume dos grãos do agregado.
Procedimento para determinação da massa específica
Secar a amostra de agregado miúdo (areia) em estufa a 110 ºC, até constância de peso e resfriá-la até temperatura ambiente;
Pesar 500 g de agregado miúdo;
Colocar água no frasco Chapman (Figura 1), até a marca de 200 cm3;
Introduzir cuidadosamente os 500 g de agregado no frasco, com auxílio de um funil;
Agitar o frasco, cuidadosamente, com movimentos circulares, para a eliminação das bolhas de ar (as paredes do frasco não devem ter grãos aderidos);
Fazer a leitura final do nível da água, que representa o volume de água deslocado pelo agregado (L);
Repetir o procedimento pelo menos mais uma vez, para outra amostra de 500 g.
Determinação dos Resultados
A massa específica do agregado miúdo é calculada através da expressão:
δ = massa específica do agregado miúdo, expressa em g/cm3 ou kg/dm3.
L = leitura final do frasco (volume ocupado pela água + agregado miúdo);
Obs.: - Duas determinações consecutivas, feitas com amostras do mesmo agregado, não devem diferir entre si de mais de 0,05 g/cm3, ou seja:
Os resultados devem ser expressos com duas casas decimais.
A importância fundamental da determinação da massa específica dos agregados é que esses valores serão utilizados nos cálculos de consumo de materiais que entrarão na composição de concreto e argamassa, como veremos no item sobre traços.
Massa unitária
Massa unitária é o peso da unidade de volume, incluindo-se os vazios contidos nos grãos. É determinada preenchendo-se um recipiente paralepipédico de dimensões bem conhecidas com agregado deixando-o cair de uma altura de 10 a 15 cm. É também chamada de unitária. A areia, no estado solto, apresenta o peso unitário em forma de 1,50kg/dm3.
Procedimento para determinação da massa unitária:
Secar a amostra de agregado miúdo em estufa a 110ºC, até constância de peso e resfriá-la até temperatura ambiente;
Determinar o volume do recipiente a ser utilizado (Vr);
Separar a amostra a ser utilizada, com volume no mínimo duas vezes o correspondente à capacidade do recipiente a ser usado;
Pesar o recipiente utilizado para medir o volume (Mr);
Encher o recipiente com a amostra de forma a evitar a compactação do material, para deve-se soltar a amostra de uma altura de 10 a 15 cm;
Pesar o conjunto recipiente mais amostra (Mra);
Repetir o procedimento para outra amostra do mesmo material.
Determinação do Inchamento de Agregado Miúdo (NBR 6467)
Procedimento do Ensaio
Secar a amostra de ensaio em estufa (105 – 110ºC) até constância de massa e resfriá-la até temperatura ambiente;
Colocar a amostra sobre uma bandeja de alumínio (1 m por 1 m) ou sobre uma lona impermeável, homogeneizar a amostra e determinar a massa unitária, segundo a NBR 7251;
Adicionar água sucessivamente de modo a obter teores de umidade próximos aos seguintes valores: 0,5 %, 1%, 2%, 3%, 4%, 5%, 7%, 9% e 12%. Homogeneizar cuidadosamente a amostra a cada adição de água. Coletar uma amostra de agregado a cada adição de água, para determinação do teor de umidade. Executar, simultaneamente, a determinação da massa unitária;
SEDIMENTAÇÃO 
É o processo de desgaste das rochas e dos solos, ocasionada a partir dos agentes externos ou exógenos de transformação do relevo. Esse processo é responsável pela transformação das rochas ígneas e metamórficas em rochas sedimentares.
Sedimentos são pedaços de solo ou de rochas deteriorados em pequenas partes, ou até em pó ou poeira. Quando esses sedimentos se aglutinam, dão origem às rochas sedimentares.
A formação de sedimentos pode ser ocasionada pela água ou pelos ventos. Pela água, ela pode ocorrer pela ação das águas das chuvas, de rios e lagos ou pela água do mar. Durante as chuvas, pancadas de água ocorrem sobre os solos, podendo provocar pequenas fissuras que ajudam a dividir os solos em sedimentos, o que também ocorre com as enxurradas.
	Durante o processo de lixiviação (lavagem da camada superficial do solo), existe o transporte de sedimentos, geralmente para rios ou cursos d’água em geral.
Os rios provocam a sedimentação quando as águas constroem o seu próprio caminho através do desgaste do solo ou quebrando algumas rochas, pulverizando-as em pequenos sedimentos.
As águas do mar, graças à formação das ondas, também atuam nesse processo através do desgaste das formações rochosas litorâneas, que se transformam em sedimentos ao longo do tempo à medida que as ondas vão se chocando contra elas. Um exemplo disso é a formação das praias, que nada mais são que uma grande formação conjunta de sedimentos, em formato de areia.
Os ventos também atuam na modelagem do relevo, desgastando rochas ao longo do tempo e retirando delas inúmeros e pequenos sedimentos, que são transportados para outras regiões, também podendo provocar a formação de bancos de areia.
INDICE DE PLASTICIDADE 
Os solos que apresentam certa porcentagem da fração fina (Silte e argila), não podem ser adequadamente caracterizados pelo ensaio de granulometria. São necessários outros parâmetros tais como: forma das partículas, a composição mineralógica e química e as propriedades plásticas, que estão intimamente relacionados com o teor de umidade.
Define-se plasticidade como sendo a propriedade dos solos finos que consiste na maior ou menor capacidade de serem moldados sob certas condições de umidade. Segundo a ABNT/NBR 7250/82, a plasticidade é a propriedade de solos finos, entre largos limites de umidade, de se submeterem a grandes deformações permanentes, sem sofrer ruptura, fissuramentoou variação de volume apreciável.
As partículas que apresentam plasticidade são, principalmente, os argilominerais. Os minerais como o quartzo e o feldspato não desenvolvem misturas plásticas, mesmo que suas partículas tenham diâmetros menores do que 0,002mm.
A influência do teor de umidade nos solos finos pode ser facilmente avaliada pela análise da estrutura destes tipos de solos. As ligações entre as partículas ou grupo de partículas são fortemente dependentes da distância.
Portanto, as propriedades de resistência e compressibilidade são influenciadas por variações no arranjo geométrico das partículas. Quanto maior o teor de umidade implica em menor resistência.
LIMITE DE LIQUIDEZ
No ensaio de limite de liquidez mede-se, indiretamente, a resistência ao cisalhamento do solo para um dado teor de umidade, através do número de golpes necessários ao deslizamento dos taludes da amostra; para um teor de umidade igual ao limite de liquidez foram encontrados valores iguais a 2,5 kPa, valores estes muito baixos, indicando a proximidade do estado líquido e sendo a maior parte desta resistência devida às forças atrativas entre as partículas que por sua vez estão relacionadas a atividade superficial dos argilominerais.
O limite de liquidez de um solo é o teor de umidade que separa o estado de consistência líquido do plástico e para o qual o solo apresenta uma pequena resistência ao cisalhamento.
O ensaio utiliza o aparelho de Casagrande, onde tanto o equipamento quanto o procedimento são normalizados (ABNT/NBR 6459/82).
O aparelho de Casagrande é formado por uma base dura (ebonite), uma concha de latão, um sistema de fixação da concha à base e um parafuso excêntrico ligado a uma manivela que movimentada a uma velocidade constante, de duas rotações por segundo, elevará a concha a uma altura padronizada para a seguir deixá-la cair sobre a base.
Um cinzel (gabarito), com as dimensões mostradas na mesma figura completa o aparelho. O solo utilizado no ensaio é a fração que passa na peneira de 0,42mm (# 40) de abertura e uma pasta homogênea deverá ser preparada e colocada na concha; utilizando o cinzel, deverá ser aberta uma ranhura
Conforme a concha vai batendo na base, os taludes tendem a escorregar e a abertura na base da ranhura começa a se fechar.
O ensaio continua até que os dois lados se juntem, longitudinalmente, por um comprimento igual a 10,0 mm, interrompendo-se o ensaio nesse instante e anotando-se o número de golpes necessários para o fechamento da ranhura.
DIRETRIZES PARA PROGRAMA DE INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
A escolha do traçado de uma linha de transmissão deve ser orientada por critérios geométricos e geológico-geotécnicos. Os traçados retilíneos são preferíveis por representarem significativa economia em relação ao sistema, mas a opção por uma alternativa de traçado, na qual se minimizem os condicionantes geológicos desfavoráveis, é desejável, pois resulta em custos mais baixos e maior segurança. Torna-se imprescindível, portanto, uma avaliação dos traçados geométricos propostos, dentro do contexto geológico regional, de forma a se diagnosticar os problemas geotécnicos esperados para cada um deles e até propor novas alternativas, geologicamente mais interessantes.
LIMITE DE PLASTICIDADE
Uma explicação para o limite de plasticidade não é tão simples, como a do limite de liquidez, podendo-se citar, entre outras, a que sugere que o limite de plasticidade corresponde a um teor de umidade do solo que para valores menores do que ele, as propriedades físicas da água não mais se igualam às da água livre ou de que o limite de plasticidade é o teor de umidade mínimo, no qual a coesão é pequena para permitir deformação, porém, suficientemente alta para garantir a manutenção da forma adquirida. Independentemente, das explicações sugeridas, o limite de plasticidade é o extremo inferior do intervalo de variação do teor de umidade no qual o solo apresenta comportamento plástico. 
O equipamento necessário à realização do ensaio é muito simples tendo-se, apenas, uma placa de vidro com uma face esmerilhada e um cilindro padrão com 3mm de diâmetro.
O ensaio inicia-se rolando, sobre a face esmerilhada da placa, uma amostra de solo com um teor de umidade inicial próximo do limite de liquidez, até que, duas condições sejam, simultaneamente, alcançadas: o rolinho tenha um diâmetro igual ao do cilindro padrão e o aparecimento de fissuras (início da fragmentação).
O teor de umidade do rolinho, nesta condição, representa o limite de plasticidade do solo. O ensaio é normalizado pela NBR 7180/82.
 LIMITE DE CONTRAÇÃO
O limite de contração é o teor de umidade que separa o estado semissólido do sólido. Uma argila, inicialmente saturada e com um teor de umidade próximo do limite de liquidez, ao perder água sofrerá uma diminuição do seu volume igual ao volume de água evaporada, até atingir um teor de umidade igual ao limite de contração. A partir deste valor a amostra secará a volume constante.
ÍNDICE DE PLASTICIDADE
Dos diversos índices, relacionando os limites de liquidez, de plasticidade e às vezes o teor de umidade do solo, o mais utilizado atualmente é o índice de plasticidade. Fisicamente representaria a quantidade de água que seria necessário a acrescentar a um solo, para que ele passasse do estado plástico ao líquido. Sendo definido como a diferença entre o limite de liquidez e o limite de plasticidade.
ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA
Segundo a norma ABNT/NBR 6502/80 quanto à consistência os solos finos podem ser subdivididos em muito moles (vazas), moles, médias, rijas e duras. Busca situar o teor de umidade do solo no intervalo de interesse para a utilização na prática, ou seja, entre o limite de liquidez e o de plasticidade. As argilas moles, médias e rijas situam-se no estado plástico; as muito moles no estado líquido e as duras no estado semissólido.
O índice de consistência é a relação entre a diferença do limite de liquidez para umidade natural e o índice de plasticidade.
Segundo a ABNT/NBR 7250/82, a consistência das argilas e Silte argilosos é correlacionada com o índice de resistência à penetração obtido no ensaio de SPT.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ
Esse índice é unitário para solos com teor de umidade natural igual ao limite de liquidez, e zero para solos que tem umidade natural igual ao limite de plasticidade. O índice de liquidez é indicativo das tensões vividas pelo solo ao longo de sua história geológica. Argilas normalmente adensadas (ver Unidade 8) têm índices de liquidez próximos da unidade ao passo que argilas pré-adensadas têm índices próximos de zero. Valores intermediários para o índice de liquidez são frequentemente encontrados. Excepcionalmente pode exceder a unidade, como no caso das argilas extrassensíveis ou pode ser negativo, como no caso das argilas excessivamente pré-adensadas.
ANÁLISE DE DADOS DISPONÍVEIS
 Na fase de estudo de traçado, a obtenção de dados cartográficos, levantamentos aerofotogramétricos e imagens de satélite assumem particular importância. Sondagens e ensaios de laboratório já disponíveis e projetos de escavações, contenções e fundações de obras lineares, como rodovias e ferrovias, ou de preferência, outras linhas de transmissão já implantadas nas mesmas formações, são consultados.
PERMEABILIDADE
Em Mecânica dos solos a permeabilidade é a propriedade que representa uma maior ou menor dificuldade com que a percolação da água ocorre através dos poros do solo. Nos materiais granulares não coesivos como as areias, por exemplo, há uma grande porosidade o que facilita o fluxo de água através dos solo, enquanto que nos materiais finos e coesivo como as argilas, ocorre o inverso o que torna este tipo de material ideal para barragens por apresentar baixa permeabilidade.
A permeabilidade do solo é representada pelo coeficiente de permeabilidade K, que pode ser obtido em laboratório através de dois tipos de ensaios. Para materiais granulares de alta permeabilidade é utilizado do ensaio de permeabilidade de carga constante e para os materiais

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