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FILOSOFIA E LÓGICA JURÍDICA INTRODUÇÃO: FILOSOFIA E LÓGICA JURÍDICA Philo= amizade, amor fraterno. Sophia=sabedoria CONCEITOS: Significado etimológico: amor da sabedoria Com isto pretende-se dar a entender que o homem nunca possui plenamente a compreensão definitivamente válida de tudo o que se designa sabedoria, mas luta sempre ansiosamente por atingir esse alvo. Quanto ao conteúdo real, filosofia denota o saber da razão humana, a qual penetrando até as últimas razões, investiga a realidade global, especialmente o ser e o dever próprios do homem. Para Hegel, a “Filosofia é a ciência do absoluto”. MÉTODO DA FILOSOFIA Diremos que ela procura interpretar o mundo ao qual o homem também pertence, por meio da razão humana, e sob este aspecto pode ser considerada como ciência do mundo. A Filosofia não só satisfaz a tendência do espírito para a verdade, como também declara completa e consolida a orientação da vida do homem, pelo qual, por seu turno, ela é orientada e defendida contra loucos devaneios. Só o diálogo, a um tempo respeitoso e crítico, com a tradição filosófica da humanidade, conduz à verdade integral, porque as eternas perguntas encontram eternas respostas que perduram através de todas as épocas e opiniões, formando uma filosofia perene – contínuo ininterrupto. (Propor problemas e buscar suas soluções a cada tempo). Objeto: é a realidade toda, o filósofo quer conhecer a verdade sobre o mundo real. Verdade – na acepção geral, designa uma igualdade ou conformidade entre a inteligência (conhecimento intelectual) e o ser. → Completa interpenetração de inteligência e ser. A realidade é multifacetada logo, limitamos o campo de nossa curiosidade de acordo com nosso maior interesse. A ciência divide a realidade: matemática, física, química, biologia, etc. A filosofia divide a realidade: filosofia moral, (comportamento humano); a psicologia filosófica (consciência); sociologia filosófica (sociedade humana) etc. A filosofia deve ser entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem e causas do mundo e de suas transformações, da origem e causas das ações humanas e do próprio pensamento. CRENÇAS: Nós, seres humanos, somos dotados de crenças. Acredito que a realidade existe fora de mim, posso percebê-la e conhecê-la tal como é, sei diferenciar realidade de ilusão. Acreditamos que a realidade é feita de causalidades que podemos conhecer e, até mesmo, controlar para o uso de nossa vida. Acreditamos que as coisas, as pessoas, as situações, os fatos podem ser comparados e avaliados. Acreditamos que a qualidade e a quantidade existem, que podemos conhecê-los e usá-los. Nosso cotidiano é feito de crenças; tempo, espaço, qualidade, quantidade, verdade, mentira, diferenciamos sonho da realidade, objetividade, subjetividade. Existência da liberdade, do bem e do mal, da moral, etc. ATITUDE FILOSÓFICA Interrogar a si mesmo desejando conhecer por que cremos no que cremos, por que sentimos o que sentimos e o que são nossas crenças e nossos sentimentos. O Que é Filosofia? É a decisão de não aceitar como óbvios e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, valores, comportamentos, etc... de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-las sem antes havê-las investigado e compreendido. Multiplicidade de Filosofias: - Hindus, chineses, japoneses, etc. - Gregos, modernos, contemporâneos, idealismo germânico, espiritualistas franceses, materialismo, positivismo, existencialismo, etc... Atitude Crítica: É dizer não ao senso comum, aos pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana, enfim, ao que todo mundo diz e pensa, ao estabelecido (característica negativa). →é interrogar o que é, porque é, como é – todas as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. A filosofia começa dizendo não às crenças e aos preconceitos do senso comum. O trabalho do filósofo é refletir sobre a realidade, qualquer que seja, des-cobrindo seus significados mais profundos. Refletir É considerar cuidadosamente; pensar o que já foi pensado. Características: a) radical: ir até a raiz dos acontecimentos, seus fundamentos e sua origem. b) rigorosa: seguir um método adequado ao objeto em estudo. c) de conjunto: considerar os problemas (fatos, idéias, etc.) dentro de um conjunto, nunca de forma isolada. O olho filosófico é aquele pelo qual o homem percebe aquelas coisas que não pode ver, nem medir, nem pesar mas que, no entanto, estão presentes no seu existir influindo em seu ser e agir. Ex: amor eterno; tudo passa (contingência); mais vale sofrer injustiça que praticá-la. Divergências Filosóficas Há várias filosofias e múltiplos sistemas. A filosofia apresenta-se como um corpo de saber divergente, esta divergência pode ser quanto ao objeto (filosofia oriental é mais teologia que uma filosofia; a pré-socrática investiga a origem e constituições do mundo → é mais física que filosofia...); quanto à doutrina (ceticismo → nega a possibilidade da mente humana conhecer com certeza; há possibilidade do conhecimento atingir proposições absolutamente certas) e, quanto ao próprio conceito (sucedâneo da religião; literatura “sui generis”, etc). O ato de filosofar é uma atividade humana, intelectual�, típica�, com objeto característico. Ciência - se ocupa com a realidade empírica, experimental (Kant = fenômeno). Filosofia – ocupa-se com a realidade inexperimentável (Kant = noumeno). Experimental = tudo aquilo que pode ser verificado por meio dos sentidos, experimentos laboratoriais, cálculos, etc. Inexperimental = não se apreende pelos sentidos mas pela inteligência (percepção intelectual). � O MITO Verbos: →Mytheyo → contar, narrar, falar... →Mytheo → conversar, anunciar, designar... Para os gregos, o mito é um discurso preferido para ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra (baseado na autoridade e confiabilidade do narrador). Homero e Hesíodo foram os principais narradores dos mitos. O narrador é um poeta que testemunhou o fato ou recebeu a narrativa de quem a testemunhou (pessoas escolhidas pelos deuses). O mito é sagrado porque vem de uma revelação divina e, portanto, é incontestável e inquestionável. O mito narra a origem de todas as coisas por meio de lutas, alianças e relações sexuais entre forças sobrenaturais que governam o mundo e o destino dos homens. Cosmogonia: Gonia → geração, nascimento a partir da concepção e do parto; Cosmos = mundo ordenado e organizado. →Narrativa sobre o nascimento e a organização do mundo, a partir de forças geradoras (pai e mãe) divinos. Teogonia: Theos → seres divinos, deuses. →Narrativa da origem dos deuses a partir de seus pais e antepassados. Percebendo as contradições e limitações dos mitos, os pensadores gregos foram reformando e racionalizando as narrativas, transformando-as numa explicação inteiramente nova e diferente. O NASCIMENTO DA FILOSOFIA Ocorreu no final do século VII e início do século VI a.C. nas colônias gregas da Ásia menor, na região denominada Jônia (cidade de Mileto). O primeiro filósofo foi Tales de Mileto. As primeiras indagações foram a respeito da origem e organização do universo�. A filosofia nasce como um conhecimento racional da ordem do mundo. Mito Filosofia Narra como as coisas eram no passado longínquo. Explica como e porque, no passado, no presente e no futuro as coisas são como são�. Origem das coisas através de genealogias, rivalidades e alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas * (Urano, Ponto e Gaia – céu, mar e terra). Origem das coisas através de elementos e causas naturais e impessoais - composição, combinação e separação dos quatro elementos (ar, água, terra e fogo). A confiança no mito vem da autoridade do narrador Não admite contradições, exige explicações coerentes, lógicase racionais. Condições Históricas que Contribuíram para o Surgimento da Filosofia: Viagens marítimas → os gregos chegavam a lugares que, segundo os mitos, deveriam ser habitados por deuses, titãs e heróis; porém, só havia outros seres humanos (desmistificação do mundo). Invenção do calendário → passam a calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas do dia – percepção do tempo como algo natural e não mais divino (abstração). Invenção da moeda → cálculo do valor, troca abstrata dos bens (abstração e generalização). Surgimento da vida urbana → há o predomínio do comércio e do artesanato. Os comerciantes almejam compararem-se aos aristocratas, passam a estimular as artes, as técnicas e novos conhecimentos (ambiente favorável para o surgimento da filosofia). Invenção da escrita alfabética → passa-se a representar a idéia de uma coisa e não mais a sua imagem� (abstração e generalização). Invenção da política → surge a pólis; a idéia de lei e de justiça como expressão da vontade de uma coletividade humana; esta coletividade decide por si mesma o que é melhor para si e como definirá suas relações internas – discussões públicas, voto direto em assembléias públicas, o diálogo. A comunidade passa a estabelecer instituições públicas (tribunais, assembléias, etc.); há a separação entre autoridade pública e do chefe de família, autoridade político-militar e autoridade religiosa. Há estímulo a um pensamento racional ordenado que agora passa a ser ensinado, transmitido, discutido. Características da filosofia nascente: Tendência à racionalidade → o critério de explicação das coisas passa a ser a razão. Tendência a oferecer respostas conclusivas para os problemas →provada racionalmente como verdadeira (análise, crítica, discussão e demonstração). Exigência de que o pensamento apresente suas regras de funcionamento → o filósofo justifica suas idéias provando que segue regras universais do pensamento (ex. que não haja contradição). Recusa de explicações pré-estabelecidas → para cada problema deve haver uma investigação própria para encontrar-se a solução correspondente. 5. Tendência à generalização → uma mesma explicação pode ter validade para coisas diferentes, porém semelhantes. O pensamento generaliza porque abstrai, isto é, separa os traços diferentes (análise) e reúne os traços semelhantes (síntese). � É a inteligência é o sujeito cognoscitivo que pensa e reflete � Saber pelo saber � cosmologia � Totalidade do tempo � Hieróglifos egípcios, por ex. �PAGE � �PAGE �1�
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