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E.E. OTONIEL MOTA 3ºB5 João Henrique Figueiredo TRABALHO DE QUÍMICA Petróleo Ribeirão Preto – SP 2017 Introdução O petróleo (óleo de pedra) é um líquido oleoso, insolúvel em água, mais leve que ela, de cor variando entre amarelo e negro, encontrado em jazidas, no subsolo da crosta terrestre. O petróleo era conhecido por diversos nomes, entre eles: betume, azeite, asfalto, lama, múmia, óleo de rocha. Inicialmente, o petróleo jorra espontaneamente, em razão da grande pressão de seus gases; depois de certo tempo, a pressão interna torna-se insuficiente para levar o petróleo à superfície da crosta terrestre, e a extração é feita por meio de bombas. Obtém-se, assim, o petróleo bruto. A seguir, o petróleo bruto é submetido a processos mecânicos de purificação: por decantação, é separada a água salgada bem como a matéria em suspensão (particularmente areia e argila) etc. Após o tratamento mecânico, o petróleo é submetido a um processo de fracionamento. Atualmente, o petróleo é um dos recursos naturais dos quais a sociedade é dependente. Inúmeros materiais são fabricados a partir dessa matéria prima, e o petróleo é um assunto constantemente discutido na televisão e nos jornais devido à sua influência na economia, sendo inclusive sinônimo de riqueza e poder de um país. Por esse motivo, o petróleo já foi motivo de diversas guerras, tais como a Primeira Guerra do Golfo (1990 – 1991), a Guerra Irã-Iraque (1980 -1988), a luta pela independência da Chechênia e a invasão estadunidense no Iraque. Origem do petróleo A hipótese mais aceita leva em conta que, com o aumento da temperatura, as moléculas do querogênio começariam a ser quebradas, gerando compostos orgânicos líquidos e gasosos, num processo denominado catagênese. Para se ter uma acumulação de petróleo seria necessário que, após o processo de geração (cozinha de geração) e expulsão, ocorresse a migração do óleo e/ou gás através das camadas de rochas adjacentes e porosas, até encontrar uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu caminho, sobre a qual ocorrerá a acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa chamada rocha reservatório.[1: Querogênio é a parte insolúvel da matéria orgânica modificada por ações geológicas. O querogênio é formado a partir dos lipídios, proteínas e carboidratos, dos seres vivos, e se transforma em petróleo, gás natural ou grafite.] Uma outra hipótese, datada do século XIX, defende que o petróleo teve uma origem inorgânica, a partir dos depósitos de carbono que possivelmente foram formados com a formação da Terra. Resumindo, há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo, porém a mais aceita é que ele surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares, sofrendo transformações químicas ao longo de milhões de anos. Substância inflamável, possui estado físico oleoso e com densidade menor do que a água. Sua composição química é uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio (hidrocarbonetos). História do petróleo O petróleo era conhecido já na antiguidade, devido a exsudações e afloramentos frequentes no Oriente Médio. No Antigo Testamento, é mencionado diversas vezes, e estudos arqueológicos demonstram que foi utilizado há quase seis mil anos. No início da era cristã, os árabes davam ao petróleo fins bélicos e de iluminação. O petróleo de Baku, no Azerbaijão, já era produzido em escala comercial, para os padrões da época, quando Marco Polo viajou pelo norte da Pérsia, em 1271.[2: Ato ou efeito de exsudar; transpiração, liquido viscoso expelido da superfície.] A moderna indústria petrolífera data de meados do século XIX. Em 1850, na Escócia, James Young descobriu que o petróleo podia ser extraído do carvão e xisto betuminoso, e criou processos de refinação. Em agosto de 1859 o americano Edwin Laurentine Drake, perfurou o primeiro poço para a procura do petróleo, na Pensilvânia. O poço revelou-se produtor e a data passou a ser considerada a do nascimento da moderna indústria petrolífera. A produção de óleo cru nos Estados Unidos, de dois mil barris em 1859, aumentou para aproximadamente três milhões em 1863, e para dez milhões de barris em 1874. Até o final do século XIX, os Estados Unidos dominaram praticamente sozinhos o comércio mundial de petróleo, devido em grande parte à atuação do empresário John D. Rockefeller. Outra empresa, a Royal Dutch–Shell Group, de capital anglo–holandês e apoiada pelo governo britânico, expandiu-se rapidamente no início do século XX, e passou a controlar a maior parte das reservas conhecidas do Oriente Médio. Mais tarde, a empresa passou a investir na Califórnia e no México, e entrou na Venezuela. Paralelamente, companhias europeias realizaram intensas pesquisas em todo o Oriente Médio, e a comprovação de que região dispunha de cerca de setenta por cento das reservas mundiais provocou reviravolta em todos os planos de exploração. A primeira guerra mundial pôs em evidência a importância estratégica do petróleo. Pela primeira vez foi usado o submarino com motor diesel, e o avião surgiu como nova arma. A transformação do petróleo em material de guerra e o uso generalizado de seus derivados – era a época em que a indústria automobilística começava a ganhar corpo – fizeram com que o controle do suprimento se tornasse questão de interesse nacional. O governo americano passou a incentivar empresas do país a operarem no exterior. Perfuração e produção do petróleo Inicialmente é necessário realizar alguns estudos para se localizar uma possível jazida. Conhecimentos de Geologia e de Geofísica são empregados de forma a se avaliar o solo e o subsolo. Um dos métodos mais empregados é o da sísmica, no qual se usam explosivos para produzir ondas que se chocam contra a crosta terrestre e voltam à superfície, sendo captadas por instrumentos que registram determinadas informações de interesse. Uma vez localizada uma jazida, parte-se para a etapa de perfuração. Na etapa de perfuração, obtém-se a certeza da presença ou não do petróleo. A perfuração pode ser feita em terra ou no mar. Em terra, é feita por meio de uma sonda de perfuração. No mar, as etapas de perfuração são idênticas. A diferença é que são feitas por meio de plataformas marítimas. A profundidade de um poço pode variar de 800 a 6.000 metros. Uma vez encontrado petróleo, diversos poços são perfurados, de forma a estudar a viabilidade comercial de exploração daquela jazida. Uma vez verificada a viabilidade comercial, inicia-se a etapa de produção. O petróleo pode ser expelido espontaneamente devido à pressão interna dos gases, ou pode ser necessário extraí-lo por meio de métodos mecânicos. Durante o processo de extração do petróleo pode ocorrer também a extração do Gás Natural. Principalmente, nas bacias sedimentares brasileiras, onde o gás natural, muitas vezes, encontra-se dissolvido no petróleo. Dessa forma, o gás natural (tecnicamente chamado de Gás Associado ao Petróleo) é separado do petróleo durante as operações de produção. Terminada a etapa de produção, o petróleo e o gás natural são transportados por meio de dutos ou navios para os terminais, onde são armazenados. Em seguida, o petróleo é transferido para as refinarias, onde será separado em frações, pois o óleo bruto praticamente não tem aplicação. Fracionamento e Refino do Petróleo Uma vez armazenado, o petróleo segue para o refino, que consiste em separar a complexa mistura de hidrocarbonetos em frações desejadas. Inicialmente, o petróleo bruto sofre dessalinização, removendo os sais minerais. Na sequência, o petróleo passa para a etapa de fracionamento, na qual ocorre o processo de destilação para separar as frações. É utilizada uma torre de destilamento, chamada torre de fracionamento. Em um último momento, os produtos sofrem ainda tratamentos complementares, de forma a melhorar sua qualidade: reforma catalítica, hidrodessulfuração (onde há geração de enxofre em pó). Derivados do petróleo Gás liquefeito de petróleo (GLP) - consistede uma fração composta por propano e butano, sendo armazenado em botijões e utilizado como gás de cozinha. Gasolina - é um dos produtos de maior importância do petróleo, sendo um líquido inflamável e volátil. Consiste de uma mistura de isômeros de hidrocarbonetos de C5 a C9, obtida primeiramente por destilação e por outros processos nas refinarias. Hoje em dia, com a finalidade de baratear e aumentar a octanagem da gasolina, são adicionados outros produtos não derivados de petróleo à gasolina, como, por exemplo, o metanol e o etanol. Querosene - o querosene é uma fração intermediária entre a gasolina e o óleo diesel. Esse derivado é obtido da destilação fracionada do petróleo in natura, com ponto de ebulição variando de 150 °C a 300 °C. É largamente utilizado como combustível de turbinas de avião a jato, tendo ainda aplicações como solvente. Tem como característica produzir queima isenta de odor e fumaça. Óleo diesel - É um combustível empregado em motores diesel. É um líquido mais viscoso que a gasolina, possuindo fluorescência azul. Sua característica primordial é a viscosidade, considerando que, através dessa propriedade, é garantida a lubrificação. Parafinas - É um produto comercial versátil, de aplicação industrial bastante ampla, como, por exemplo: impermeabilizante de papéis, gomas de mascar, explosivos, lápis, revestimentos internos de barris, revestimentos de pneus e mangueiras, entre outras. As propriedades físicas e químicas de todas as frações obtidas no refinamento do petróleo dependem diretamente da quantidade de carbonos que forma suas moléculas. Quanto maior a massa molar (ou quanto maior o número de átomos de carbono na cadeia), mais pesado e viscoso será o derivado obtido. COMPOSIÇÃO P.E. (°C) UTILIDADES 1 a 4 C – Gás de Petróleo menos de 20 Gás de cozinha Clorofórmio Etanol Acetona Plásticos 5 a 6 C - Éter 20 a 60 Solvente de tinta Anilina Náilon Orlon 6 a 7 C - Nafta 20 a 100 Tecido de fibra sintética Fenol Hidroquinona Ciclohexano Nitrobenzeno 5 a 10 C - Gasolina 40 a 200 Combustível de motores 11 a 18 C - Querosene 175 a 275 Combustível de aviões 15 a 18 C – Óleo Diesel 275 a 400 Combustível de trator, trem, ônibus, caminhão, óleo diesel Acima de 17 C – Graxa e Óleo Lubrificante acima de 350 Lubrificante de peças e máquinas Acima de 30 C – Asfalto (piche) acima de 400 Pavimentação de ruas, estradas, parafinas e vaselinas Produtores e consumidores Os maiores produtores mundiais de petróleo são Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos da América, Irã, China. No Brasil, a maior parte das reservas está nos campos marítimos, em lâminas d’água com profundidades maiores do que as dos demais países produtores. Segundo o G1: PAÍSES PRODUÇÃO (mbd)* CONSUMO (mbd) Arábia Saudita 10,72 2,07 Rússia 9,67 3,10 Estados Unidos 8,36 20,59 Irã 4,15 1,63 China 3,84 7,27 Brasil 2,16 2,18 Iraque 2,00 N/D** *MBD: Milhões de barris por dia. ** N/D: Não há dados. Bibliografia www.vestibulandoweb.com.br. cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo1A/historia.html. http://g1.globo.com. Química Nova na Escola, Petróleo: um tema para o ensino de química. Nº 15, Maio/2002. http://www.soq.com.br/conteudos/em/funcoesorganicas/p3.php
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