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Execução em geral NCPC Art. 771 ao 813

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2017	-	05	-	25
Primeiros	Comentários	ao	Novo	Código	de	Processo	Civil:	artigo	por	artigo	-	Edição
2016
CÓDIGO	DE	PROCESSO	CIVIL
PARTE	ESPECIAL.
LIVRO	II.	DO	PROCESSO	DE	EXECUÇÃO
TÍTULO	I.	DA	EXECUÇÃO	EM	GERAL
CAPÍTULO	I.	DISPOSIÇÕES	GERAIS
ART.	775.
Livro	II
DO	PROCESSO	DE	EXECUÇÃO
TÍTULO	I
DA	EXECUÇÃO	EM	GERAL
Capítulo	I
DISPOSIÇÕES	GERAIS
Art.	771.	 Este	Livro	 regula	o	procedimento	da	 execução	 fundada	 em	 título	 extrajudicial,	 e
suas	disposições	aplicam-se,	também,	no	que	couber,	aos	procedimentos	especiais	de	execução,
aos	 atos	 executivos	 realizados	 no	 procedimento	 de	 cumprimento	 de	 sentença,	 bem	 como	 aos
efeitos	de	atos	ou	fatos	processuais	a	que	a	lei	atribuir	força	executiva.
Parágrafo	único.	Aplicam-se	subsidiariamente	à	execução	as	disposições	do	Livro	I	da	Parte
Especial.
*Correspondência	Legislativa:	art.	598	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	art.	513,	NCPC.
Sumário:	 1.	 O	 procedimento	 da	 execução	 fundada	 em	 título	 executivo	 extrajudicial	 e	 sua
aplicação	 subsidiária;	 2.	 Atos	 ou	 fatos	 processuais	 que	 a	 lei	 atribuir	 força	 executiva.	 3.	 Os	 atos
executivos.	4.	O	parágrafo	único:	aplicação	subsidiária	do	Livro	I	da	Parte	Especial	ao	processo	de
execução	de	título	extrajudicial.
1.	O	procedimento	da	execução	fundada	em	título	executivo	extrajudicial	e	sua	aplicação
subsidiária.	 Este	 dispositivo	 inaugura	 o	 procedimento	 da	 execução	 fundada	 em	 título
extrajudicial	 com	 a	 observação	 de	 que	 as	 disposições	 deste	 Livro	 também	 se	 aplicam	 aos
procedimentos	especiais	de	execução,	aos	atos	executivos	cometidos	na	fase	de	cumprimento	de
sentença,	bem	como	aos	atos	ou	fatos	que	a	lei	atribuir	força	executiva.
2.	Atos	ou	fatos	processuais	que	a	 lei	atribuir	 força	executiva.	A	parte	final	do	 caput	deixa
clara	a	aplicação	das	disposições	deste	Livro	também	aos	atos	e	fatos	processuais.	A	expressão	é	uma
novidade	 e	 contém	 evidente	 carga	 de	 subjetividade.	 Para	 Fabiano	 Carvalho	 a	 expressão	 sugere	 a
possibilidade	de	atividade	executiva	mesmo	sem	título	executivo,	em	exceção	ao	princípio	da	nulla
executio	sine	titulo.	Segundo	o	mencionado	autor,	um	exemplo	da	atividade	executiva	de	ato	ou	fato
processual	 reside	 em	negócio	 jurídico	 processual	 (art.	 191),	mediante	 o	 qual	 as	 partes	 acordam	o
rateio	de	despesas	processuais	e	uma	das	partes	o	descumpre.1
3.	Os	atos	executivos.	Além	do	procedimento	da	execução	fundada	em	título	extrajudicial,
suas	disposições	trazem,	ainda,	os	atos	executivos	tendentes	à	satisfação	do	exequente	os	quais,
salvo	 uma	 ou	 outra	 regra	 específica,	 v.g.,	 a	 prisão	 civil	 aplicável	 tão	 somente	 às	 execuções	 de
obrigações	 alimentares,	 têm	 aplicação	 em	 todo	 e	 qualquer	 processo	 executivo.	 3.1.	 Uma	 das
conotações	do	princípio	da	tipicidade	dos	atos	executivos,	diretamente	decorrente	do	princípio	do
devido	processo	 legal,	 traduz	a	 ideia	de	que	os	atos	executivos	 são	 “típicos”,	 ou	 seja,	 são	 aqueles
previstos	pelo	legislador.	Tais	atos,	em	grande	parte,	estão	previstos	neste	Livro.	3.2.	Sempre	que	a
força	 executiva	 se	 voltar	 contra	 o	 patrimônio	 de	 alguém,	 as	 disposições	 deste	 Livro	 deverão	 ser
aplicadas,	tratando-se	de	título	executivo	extrajudicial	ou	judicial.
4.	 O	 parágrafo	 único:	 aplicação	 subsidiária	 do	 Livro	 I	 da	 Parte	 Especial	 ao	 processo	 de
execução	de	título	extrajudicial.	O	procedimento	comum	aplica-se	subsidiariamente	ao	processo
de	execução	e	ao	cumprimento	de	sentença.	Tal	norma	também	consta	do	art.	318,	parágrafo	único:
“O	procedimento	comum	aplica-se	subsidiariamente	ao	demais	procedimentos	especiais	e	ao	processo
de	execução.”	O	procedimento	comum,	portanto,	é	por	assim	dizer,	um	procedimento	“padrão”,	que
serve	 para	 preencher	 eventuais	 lacunas	 dos	 demais	 procedimentos.	 4.1	 Para	 que	 se	 possibilite	 a
aplicação	 subsidiária	 das	 normas	 do	 procedimento	 comum	 à	 execução,	 deve	 haver	 ausência	 de
regra	específica	no	regramento	específico	e,	bem	assim,	compatibilidade	procedimental.
Art.	772.	O	juiz	pode,	em	qualquer	momento	do	processo:
I	-	ordenar	o	comparecimento	das	partes;
II	 -	advertir	o	executado	de	que	seu	procedimento	constitui	ato	atentatório	à	dignidade	da
justiça;
III	 -	 determinar	 que	 sujeitos	 indicados	 pelo	 exequente	 forneçam	 informações	 em	 geral
relacionadas	ao	objeto	da	execução,	tais	como	documentos	e	dados	que	tenham	em	seu	poder,
assinando-lhes	prazo	razoável.
*	Correspondência	legislativa:	art.	599,	I	e	II	do	CPC/73.
Sumário:	 1.	 Os	 poderes	 do	 juiz	 na	 execução.	 2.	 Determinação	 para	 terceiros	 fornecerem
informações	e	documentos.
1.	Os	poderes	do	juiz	na	execução.	Tal	dispositivo,	inserido	nas	disposições	gerais	da	execução,
visa	a	dotar	o	juiz	de	mecanismos	com	vistas	à	efetividade	da	execução.Pode	o	juiz,	em	qualquer
momento	 do	 processo,	 tomar	 as	 seguintes	 atitudes:	 (i)	ordenar	o	 comparecimento	 da	 parte;	 (ii)
advertir	 o	 executado	 que	 sua	 conduta	 configura	 ato	 atentatório	 à	 dignidade	 da	 justiça;	 (iii)
determinar	que	sujeitos	 indicados	pelo	exequente	 forneçam	 informações	e	documentos	ao	 juízo
no	intuito	de	encontrar	bens	do	executado.
2.	 Determinação	 para	 terceiros	 fornecerem	 informações	 e	 documentos.	 A	 providência
mencionada	no	item	“iii”	precedente,	de	forma	expressa,	constitui	uma	novidade.	Isto	não	significa
que	o	juiz	não	possa	fazê-lo	sob	a	égide	do	CPC/73,	mas	a	previsão	expressa	na	lei	de	intimação	do
terceiro,	 a	 fim	 de	 contribuir	 na	 execução,	 sepulta	 qualquer	 dúvida	 a	 esse	 respeito.	 2.1	Questão
interessante	 repousa	 na	 hipótese	 do	 terceiro	descumprir	a	 ordem	do	 juiz,	 ou	 seja,	 recusar-se	 a
fornecer	as	informações,	dados	ou	documentos	que	lhe	foram	solicitados.	O	terceiro	(e,	portanto,
estranho	ao	processo)	poderá	 sujeitar-se	às	medidas	coercitivas	e	 sub-rogatórias	determinadas
pelo	 juiz?	 A	 resposta	 deve	 ser	 positiva,	 como,	 aliás,	 sugere	 o	 dispositivo	 legal	 do	 art.	 773	 a	 ser
comentado	na	sequência.
Art.	773.	O	juiz	poderá,	de	ofício	ou	a	requerimento,	determinar	as	medidas	necessárias	ao
cumprimento	da	ordem	de	entrega	de	documentos	e	dados.
Parágrafo	único.	 Quando,	 em	decorrência	 do	disposto	neste	 artigo,	 o	 juízo	 receber	 dados
sigilosos	 para	 os	 fins	 da	 execução,	 o	 juiz	 adotará	 as	 medidas	 necessárias	 para	 assegurar	 a
confidencialidade.
Sumário:	1.	Documentos	e	dados	em	poder	do	executado	ou	de	terceiros.	2.	Atuação	do	juiz	para
efetivação	da	ordem.	3.	Descumprimento	da	ordem.	4.	Dados	sigilosos.
1.	Documentos	e	dados	em	poder	do	executado	ou	de	terceiros.	A	norma	em	foco	permite	ao
juiz,	de	ofício	ou	provocado	pela	parte,	 “determinar	as	medidas	necessárias	ao	 cumprimento	 da
ordem	 de	 entrega	 de	 documentos	 e	 dados”,	 estejam,	 a	 nosso	 ver,	 em	 poder	 do	 executado	 ou
mesmo	de	terceiros.
2.	Atuação	do	juiz	para	efetivação	da	ordem.	A	norma	é	genérica	e	não	traz	sequer	exemplos
de	como	poderia	o	juiz	atuar.	Melhor	assim.	Pode	o	juiz	atuar	por	meio	de	medidas	coercitivas	ou
sub-rogatórias	para	ter	acesso	às	informações	e	documentos	a	que	necessita.	Pode,	por	exemplo,
ordenar	a	entrega	de	algum	documento,	sob	pena	de	multa	diária;	pode,	ao	revés,	determinar	a
busca	e	apreensão	de	tal	documento.
3.	Descumprimento	da	ordem.	Sem	prejuízo	das	sanções	civis,	o	descumprimento	da	ordem,
pelo	executado	ou	pelo	terceiro,	pode	gerar	ofício	ao	Ministério	Público	para	apuração	de	eventual
crime	de	desobediência.	2
4.	Dados	sigilosos.	Dispõe	o	parágrafo	único	que	se	houver	a	entrega	de	dados	ou	documentos
sigilosos,	o	juiz	adotará	as	medidas	necessárias	a	salvaguardar	a	sua	confidencialidade.	Visa-se,	com
isso,	 limitar	o	acesso	à	 informação,	 limitando-o	tão	somente	à	parte	requerente	e	seu	patrono.	É	o
caso,	por	exemplo,	de	resposta	de	ofícios	à	Receita	Federal	que,	no	processo	físico	é	arquivado	em
pasta	própria	e,	noprocesso	eletrônico	fica	indisponível	para	acesso	público.
Art.	774.	Considera-se	atentatória	à	dignidade	da	justiça	a	conduta	comissiva	ou	omissiva	do
executado	que:
I	-	frauda	a	execução;
II	-	se	opõe	maliciosamente	à	execução,	empregando	ardis	e	meios	artificiosos;
III	-	dificulta	ou	embaraça	a	realização	da	penhora;
IV	-	resiste	injustificadamente	às	ordens	judiciais;
V	 -	 intimado,	 não	 indica	 ao	 juiz	 quais	 são	 e	 onde	 estão	 os	 bens	 sujeitos	 à	 penhora	 e	 os
respectivos	valores,	nem	exibe	prova	de	sua	propriedade	e,	se	for	o	caso,	certidão	negativa	de
ônus.
Parágrafo	 único.	 Nos	 casos	 previstos	 neste	 artigo,	 o	 juiz	 fixará	 multa	 em	montante	 não
superior	 a	 20%	 (vinte	 por	 cento)	 do	 valor	 atualizado	 do	 débito	 em	 execução,	 a	 qual	 será
revertida	em	proveito	do	exequente,	exigível	nos	próprios	autos	do	processo,	 sem	prejuízo	de
outras	sanções	de	natureza	processual	ou	material.
*	Correspondência	legislativa:	arts.	600,	I,	II,	III,	IV	e	601	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	arts.	5.º,	792,	808	e	856,	§	3.º,	NCPC.
Sumário:	1.	Conduta	considerada	como	atentatória	à	dignidade	da	justiça.	2.	Fraudar	a	execução.
3.	Opor-se	maliciosamente	à	execução.	4.	Dificultar	ou	embaraçar	a	realização	da	penhora.	5.	Resistir
injustificadamente	 às	 ordens	 judiciais.	 6.	 Não	 indicar	 bens	 quando	 intimado	 para	 tanto.	 6.	 Não
indicar	bens	quando	intimado	para	tanto.	7.	Sanções.	8.	Execução	da	sanção	pecuniária	nos	mesmos
autos.
1.	Conduta	considerada	como	atentatória	à	dignidade	da	justiça.	A	primeira	observação	que
deve	 ser	 feita	 é	 a	 de	 que	 somente	 a	 conduta	 do	 executado	 (e	 não	 do	 terceiro)	 pode	 ser	 tarifada
como	 ato	 atentatório	 à	 dignidade	da	 justiça.	 Além	disso,	 o	 dispositivo	 esclarece	 que	 a	 conduta
comissiva	e	a	omissiva	podem	gerar	o	mesmo	efeito.	As	condutas	que	são	consideradas	como	atos
atentatórios	à	dignidade	da	 justiça	estão	explicitadas	nos	 incisos,	a	 seguir	 comentados.	Como	se
verá	 a	 seguir,	 os	 incisos	 pecam	 pelo	 excesso,	 porquanto,	 ao	 fim	 e	 ao	 cabo,	 tudo	 se	 resume	 na
resistência	 aos	 atos	 executivos	 e	 no	 descumprimento	 das	 ordens	 judiciais.	 Melhor	 assim.	 O
“pecado	do	excesso”,	in	casu,	é	bem-vindo,	na	medida	em	que	quanto	mais	clara	e	exemplificativa	for
a	lei,	menos	discussão	haverá	quanto	à	atitude	do	executado	enquadrar-se,	ou	não,	na	hipótese	legal,
a	fim	de	sujeita-lo	às	sanções	pertinentes.
2.	 Fraudar	 a	 execução.	Conforme	o	 inc.	 I,	 o	 executado	 que	 ““frauda	 à	 execução””	 comete	 ato
atentatório.	Isso	significa	que,	havendo	ato	de	disposição	de	bens	em	fraude	à	execução	(art.	792),
tal	 conduta,	 além	 de	 ineficaz	 para	 o	 autor	 da	 ação	 preexistente,	 será	 entendida	 como	 ato
atentatório	à	dignidade	da	justiça.	Parte	da	doutrina	entende	que	a	expressão	“fraude	à	execução”
deve	 ser	 interpretada	 de	 forma	 ampla,	 para	 designar	 qualquer	 tipo	 de	 fraude	 perpetrada	 par
frustrar	a	atividade	executiva	e	não	somente	a	figura	típica	fraude	à	execução	prevista	no	art.	792.3
3.	Opor-se	maliciosamente	 à	 execução.	O	 inc.	 II	prevê	 a	 hipótese	 do	 executado	 que	 se	 opõe
maliciosamente	 à	 execução,	 empregando	 ardis	 e	meios	 artificiosos.	 Trata-se	 de	 conceito	 vago,	de
forma	que	a	conduta	do	executado	deverá	ser	avaliada	à	luz	do	caso	concreto.	A	ideia,	de	qualquer
forma,	é	punir	a	atitude	do	executado	que	lança	mão	de	expedientes	infundados	e	maliciosos	para
se	opor	à	execução.	Assim,	 se	o	 executado	 lançar	mão	de	expedientes	 ilegítimos	ou	 infundados
(questão	de	forma)	ou	mesmo	se	alegar	matéria	infundada,	mentirosa	ou	ardilosa,	mesmo	em	sede
de	expediente	legítimo	como	os	embargos	à	execução	ou	mesmo	a	exceção	de	preexecutividade
(questão	de	fundo),	também	se	configura	a	hipótese.
4.	 Dificultar	 ou	 embaraçar	 a	 realização	 da	 penhora.	 Também	 cometerá	 ato	 atentatório	 o
executado	que	de	alguma	forma	dificulte	ou	embarace	a	penhora,	nos	termos	do	inc.	III.	Trata-se	de
uma	novidade	do	NCPC.	Em	realidade,	a	atitude	de	obstaculizar	não	só	a	penhora,	mas	qualquer	ato
executivo	ou	preparatório,	deve	ser	compreendido	neste	mesmo	inciso,	e.g.,	arresto,	arrolamento,
sequestro,	busca	e	apreensão,	avaliação.
5.	Resistir	injustificadamente	às	ordens	judiciais.	De	igual	forma,	a	resistência	do	executado
em	acatar	o	 cumprir	qualquer	ordem	 judicial	 também	configura	 ato	atentatório	à	dignidade	da
justiça.	 É	 o	 que	 se	 lê	 do	 inc.	 IV.	 Este	 é	 um	 ponto	 que	merece	 ser	 destacado:	 há,	 no	 Brasil,	 uma
incrível	resistência	ao	cumprimento	das	ordens	judiciais.	Espera-se	que	este	dispositivo	–	que	não	se
traduz	em	nenhuma	novidade	–	seja	cada	vez	mais	aplicado.
6.	Não	 indicar	bens	quando	 intimado	para	tanto.	Por	 fim,	o	 inc.	V	repete	disposição	 trazida
pela	Lei	11.382/2006,	de	 forma	que	se	o	 executado	 for	 intimado	para	 indicar	seus	bens	e	não	o
fizer,	cometerá	ato	atentatório	à	dignidade	da	justiça.	Além	de	indicar	os	bens	deverá	apresentar
seu	valor,	 os	documentos	que	comprovam	a	 sua	propriedade	e,	 se	o	 juiz	o	solicitar,	 certidão	de
negativa	de	ônus.
7.	Sanções.	As	sanções,	por	sua	vez,	estão	previstas	no	parágrafo	único	que	possibilita	ao	juiz
fixar	multa	ao	executado	em	montante	de	até	 vinte	por	cento	do	valor	atualizado	do	débito	em
execução.	Tal	multa,	esclarece	expressamente	o	dispositivo,	é	reversível	ao	autor,	conforme	aliás
entendimento	jurisprudencial	unânime.4	Além	da	sanção	pecuniária,	tem	o	juiz	liberdade	para	fixar
outras	sanções	de	natureza	processual	ou	material.
8.	Execução	da	sanção	pecuniária	nos	mesmos	autos.	Concluindo,	esclarece	ainda	o	parágrafo
único	que	a	execução	desta	multa	se	dá	nos	mesmos	autos.
Art.	775.	 O	 exequente	 tem	 o	 direito	 de	 desistir	 de	 toda	 a	 execução	 ou	 de	 apenas	 alguma
medida	executiva.
Parágrafo	único.	Na	desistência	da	execução,	observar-se-á	o	seguinte:
I	 -	 serão	 extintos	 a	 impugnação	 e	 os	 embargos	 que	 versarem	 apenas	 sobre	 questões
processuais,	pagando	o	exequente	as	custas	processuais	e	os	honorários	advocatícios;
II	 -	 nos	 demais	 casos,	 a	 extinção	 dependerá	 da	 concordância	 do	 impugnante	 ou	 do
embargante.
*	Correspondência	legislativa:	art.	569	caput,	parágrafo	único,	a,	b,	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	arts.	200,	parágrafo	único	e	485,	§	4.º,	NCPC.
Sumário:	1.	A	livre	disponibilidade	da	execução.	2.	Desistência	da	execução.
1.	A	livre	disponibilidade	da	execução.	Este	preceito	reflete	um	dos	princípios	da	execução,
qual	seja,	o	da	 livre	disponibilidade	da	execução	pelo	exequente.	Toda	execução	se	processa	em
favor	do	exequente,	daí	porque	ele	poderá,	a	qualquer	momento	e	sem	necessidade	de	anuência	da
parte	contrária,	desistir	da	execução	ou	mesmo	de	alguma	das	medidas	executivas.
2.	Desistência	da	execução.	A	desistência	sem	a	anuência	da	parte	contrária,	em	princípio,	só
é	possível	enquanto	não	houver	impugnação	ou	embargos.	Mesmo	nestas	hipóteses,	a	desistência
unilateral	será	possível,	desde	que	a	 impugnação	ou	os	embargos	tratem	tão	somente	de	questão
processual,	cabendo	ao	exequente	responder	pelas	custas	processuais	e	honorários	advocatícios.
Quando	 os	 embargos	 ou	 a	 impugnação	 versarem	 sobre	 outras	 questões,	 além	 daquelas
exclusivamente	processuais,	 a	desistência	somente	 será	 possível	mediante	 formal	 concordância
do	impugnante	ou	embargante.
Art.	776.	O	exequente	ressarcirá	ao	executado	os	danos	que	este	sofreu,	quando	a	sentença,
transitada	 em	 julgado,	 declarar	 inexistente,	 no	 todo	 ou	 em	 parte,	 a	 obrigação	 que	 ensejou	 a
execução.
*	 Correspondência	 legislativa:	 art.	 574	 do	 CPC/73.	 Responsabilidade	 objetiva	 pelos	 danos
causados	ao	executado.	Este	artigo	de	 lei	 traz	a	 regra	de	que	o	exequente	responde	pelos	danos
causados	ao	executado	na	hipótese	de	a	obrigação	estampada	no	título	ser	declarada	inexistente	no
todo	ou	em	parte.	Conquanto	a	letra	da	lei	refira-seà	“sentença”,	obviamente	tal	expressão	deve	ser
entendida	 como	 qualquer	 pronunciamento	 judicial.	 De	 qualquer	 forma,	 trata-se	 de
responsabilidade	objetiva	do	exequente	que	responde	se	o	título,	ao	final,	for	desdourado.	5
Art.	777.	A	cobrança	de	multas	ou	de	indenizações	decorrentes	de	litigância	de	má-fé	ou	de
©	desta	edição	[2016]
prática	de	ato	atentatório	à	dignidade	da	justiça	será	promovida	nos	próprios	autos	do	processo.
*	 Correspondência	 legislativa:	 art.	 739-B	 do	 CPC/73.	 Procedimento	 para	 cobrança	 de	 valores
decorrentes	 de	 litigância	 de	 má-fé.	 Esta	 norma	 esclarece	 que	 a	 multa	 ou	 as	 indenizações
decorrentes	da	litigância	de	má-fé	ou	ainda	de	ato	atentatório	à	dignidade	da	justiça	podem	ser
executadas	diretamente	no	próprio	processo	de	execução	onde	foram	fixadas,	sem	necessidade	de
ação	autônoma.	O	procedimento	para	cobrança	se	faz	por	meio	de	execução	por	quantia	certa	e,	se
for	o	caso,	pode	ser	precedido	de	liquidação	de	sentença.
FOOTNOTESFOOTNOTES
1.	Fabiano	Carvalho.	Breves	Comentários	ao	Novo	Código	de	Processo	Civil,	p.	1772.
2.	AGRAVO	REGIMENTAL	NO	RECURSO	ESPECIAL.	CAUTELAR	DE	EXIBIÇÃO	DE	DOCUMENTOS.	MULTA	DIÁRIA.	IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA	372/STJ.	1.	Em	sede	de	ação	cautelar	de	exibição	de	documentos,	não	cabe	a	aplicação	da	multa	cominatória	prevista	no	art.
461	do	CPC.	Súmula	372/STJ.	2.	Se	a	documentação	estiver	na	posse	de	terceiros,	cabível	a	busca	e	apreensão,	inclusive	mediante	uso
de	força	policial,	tudo	sem	prejuízo	da	responsabilização	por	crime	de	desobediência,	nos	termos	do	artigo	362	do	CPC.	3.	Agravo
regimental	não	provido,	com	aplicação	de	multa.	(STJ,	AgRg	no	REsp	1151817/RS,	4.T.,	j.	05.06.2012,	rel.	Min.	Luis	Felipe	Salomão,	DJe
15.06.2012).	(Grifos	nossos).
3.	Nesse	sentido,	Fabiano	Carvalho,	Breves	Comentários,	op.	cit.,	p.	1777.
4.	 AGRAVO	DE	 INSTRUMENTO	 –	 EXECUÇÃO	 FISCAL	 –	 EXCEÇÃO	DE	 PRÉ-EXECUTIVIDADE	 –	 PARCELAMENTO	 –	 SUBSTITUIÇÃO	 DOS
BENS	PENHORADOS	POR	DEBÊNTURES	EMITIDAS	PELA	COMPANHIA	VALE	DO	RIO	DOCE	–	LITIGÂNCIA	DE	MÁ-FÉ.	(...)	A	imposição
da	multa	pressupõe	a	comprovação	do	dolo	da	parte	no	entravamento	do	trâmite	processual,	manifestado	por	conduta	maliciosa	e
temerária,	 com	 o	 efetivo	 prejuízo	 ocasionado	 à	 parte	 contrária,	 a	 quem	 reverte	 o	 produto	 da	 arrecadação	 da	 multa.	 (TRF-3,	 AI
0020447-04.2011.4.03.0000,	6.T.,	j.	05.07.2012,	Rel.	Des.	Fed.	Mairan	Maia,	DJe	20.07.2012).
5.	“À	semelhança	do	que	acontece	com	as	despesas,	de	regra	responderá	pelos	honorários	advocatícios	o	executado,	às	expensas	do
qual	se	realiza	a	execução.	No	entanto,	a	responsabilidade	tocará,	às	vezes,	ao	exequente	vencido,	cuja	execução	acabou	extinta,	seja
qual	for	o	motivo.	Tampouco	importa	o	meio	–	embargos	ou	exceção	de	pré-executividade	–	utilizado	pelo	executado.	Por	tal	motivo,
cabe	a	condenação	do	exequente	na	hipótese	de	o	juiz	acolher	a	exceção	de	pré-executividade”	(Araken	de	Assis.	Manual	da	Execução.
cit.	p.	604).

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