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Art. 783 ao 785

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2017	-	05	-	02
Primeiros	Comentários	ao	Novo	Código	de	Processo	Civil:	artigo	por	artigo	-	Edição
2016
CÓDIGO	DE	PROCESSO	CIVIL
PARTE	ESPECIAL.
LIVRO	II.	DO	PROCESSO	DE	EXECUÇÃO
TÍTULO	I.	DA	EXECUÇÃO	EM	GERAL
CAPÍTULO	IV.	DOS	REQUISITOS	NECESSÁRIOS	PARA	REALIZAR	QUALQUER	EXECUÇÃO
Capítulo	IV
DOS	REQUISITOS	NECESSÁRIOS	PARA	REALIZAR	QUALQUER	EXECUÇÃO
Seção	I
Do	título	executivo
Art.	783.	 A	 execução	para	 cobrança	de	 crédito	 fundar-se-á	 sempre	 em	 título	 de	 obrigação
certa,	líquida	e	exigível.
*	Correspondência	legislativa:	art.	586	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	art.	803,	I,	NCPC.
Obrigação	certa,	 líquida	e	exigível.	Diz	o	 art.	 783	que	a	 execução	de	um	 crédito	deve	estar
fundada	 em	 título	 executivo	 que	 espelhe	 uma	 obrigação	 certa,	 líquida	 e	 exigível.	 Como	 bem
aponta	 a	 doutrina,	 o	 título	 executivo	não	 é,	 ele	 próprio,	 certo,	 líquido	 e	 exigível;	 em	 verdade,
consubstancia-se	em	documento	que	representa	uma	obrigação	com	tais	atributos.	1.1	Tem-se	por
certa	a	obrigação	que	define	os	elementos	subjetivos	e	objetivos	da	obrigação,	 isto	é,	quem	é	o
credor	e	o	 devedor	e	 o	 que	 se	 deve.	 Obrigação	 líquida	 é	 aquela	 quantificada	 ou,	 pelo	menos,
quantificável	 por	 meio	 de	 simples	 cálculo	 aritmético.	 Tem-se	 por	 exigível,	 a	 obrigação	 que	 é
passível	de	cumprimento	imediato,	porquanto	não	se	sujeita	a	termo	ou	condição.	10
Art.	784.	São	títulos	executivos	extrajudiciais:
I	-	a	letra	de	câmbio,	a	nota	promissória,	a	duplicata,	a	debênture	e	o	cheque;
II	-	a	escritura	pública	ou	outro	documento	público	assinado	pelo	devedor;
III	-	o	documento	particular	assinado	pelo	devedor	e	por	2	(duas)	testemunhas;
IV	 -	 o	 instrumento	 de	 transação	 referendado	 pelo	 Ministério	 Público,	 pela	 Defensoria
Pública,	 pela	 Advocacia	 Pública,	 pelos	 advogados	 dos	 transatores	 ou	 por	 conciliador	 ou
mediador	credenciado	por	tribunal;
V	 -	o	contrato	garantido	por	hipoteca,	penhor,	anticrese	ou	outro	direito	real	de	garantia	e
aquele	garantido	por	caução;
VI	-	o	contrato	de	seguro	de	vida	em	caso	de	morte;
VII	-	o	crédito	decorrente	de	foro	e	laudêmio;
VIII	-	o	crédito,	documentalmente	comprovado,	decorrente	de	aluguel	de	imóvel,	bem	como
de	encargos	acessórios,	tais	como	taxas	e	despesas	de	condomínio;
IX	-	a	certidão	de	dívida	ativa	da	Fazenda	Pública	da	União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e
dos	Municípios,	correspondente	aos	créditos	inscritos	na	forma	da	lei;
X	-	o	crédito	referente	às	contribuições	ordinárias	ou	extraordinárias	de	condomínio	edilício,
previstas	 na	 respectiva	 convenção	 ou	 aprovadas	 em	 assembleia	 geral,	 desde	 que
documentalmente	comprovadas;
XI	 -	 a	 certidão	 expedida	 por	 serventia	 notarial	 ou	 de	 registro	 relativa	 a	 valores	 de
emolumentos	 e	 demais	 despesas	 devidas	 pelos	 atos	 por	 ela	 praticados,	 fixados	 nas	 tabelas
estabelecidas	em	lei;
XII	-	todos	os	demais	títulos	aos	quais,	por	disposição	expressa,	a	lei	atribuir	força	executiva.
§	1º	A	propositura	de	qualquer	ação	relativa	a	débito	constante	de	título	executivo	não	inibe
o	credor	de	promover-lhe	a	execução.
§	 2º	 Os	 títulos	 executivos	 extrajudiciais	 oriundos	 de	 país	 estrangeiro	 não	 dependem	 de
homologação	para	serem	executados.
§	 3º	 O	 título	 estrangeiro	 só	 terá	 eficácia	 executiva	 quando	 satisfeitos	 os	 requisitos	 de
formação	exigidos	pela	 lei	do	 lugar	de	 sua	 celebração	e	quando	o	Brasil	 for	 indicado	 como	o
lugar	de	cumprimento	da	obrigação.
*	Correspondência	legislativa:	art.	585,	I,	II,	III,	IV,	V,	VII,	VIII,	§§	1.º	e	2.º	do	CPC/73.
Outras	 ref.	 normativas:	 V.	 arts.	 215,	 221,	 1.315	 e	 1.419	 a	 1.510,	 CC;	 arts.	 49,	 50,	 51	 e	 56,	 Dec.
2.044/08	(Letra	de	câmbio	e	nota	promissória);	Dec.	57.595/66	(Convenções	para	adoção	de	uma	Lei
Uniforme	em	matéria	de	cheques);	arts.	41	e	44,	Dec.-lei	167/67	(Títulos	de	crédito	rural);	arts.	15	e
22,	Lei	5.474/68	(Duplicatas);	Dec.-lei	413/69	(Títulos	de	crédito	industrial);	arts.	52	a	74,	Lei	6.404/76
(Sociedades	por	ações);	art.	2.º,	Lei	6.458/77	(Adapta	ao	Código	de	Processo	Civil	a	Lei	5.474/68);	Lei
7.357/85	(Cheque);	art.	57,	parágrafo	único,	Lei	9.099/95	(Juizados	Especiais	Cíveis	e	Criminais);	arts.
1.º	 a	 13	 e	 31,	 Lei	 492/37	 (Penhor	 rural	 e	 a	 cédula	 pignoratícia);	 Dec.-lei	 5.384/43	 (Beneficiários	 do
seguro	de	vida);	Lei	4.591/64	(Condomínio	em	edificações	e	as	incorporações	imobiliárias);	arts.	201
a	204,	CTN;	arts.	2.º	e	3.º,	Lei	6.830/80	(Execução	fiscal);	arts.	29,	32,	§	2.º,	35,	§	1.º,	e	38,	Dec.-lei	70/66
(Cédula	hipotecária);	art.	10,	Lei	5.741/71	(Sistema	Financeiro	da	Habitação);	art.	107,	I,	Lei	6.404/76
(Sociedades	 por	 ações);	 art.	 211,	 Lei	 8.069/90	 (Estatuto	 da	 Criança	 e	 do	 Adolescente);	 art.	 24,	 Lei
8.906/94	(Estatuto	da	Advocacia	e	da	OAB);	arts.	49,	§	1.º	e	142,	§	6.º,	III,	Lei	11.101/2005	(Lei	de	Re
cuperação	de	Empresas	e	Falência);	art.	13,	Dec.-lei	4.657/42	(Lei	de	Introdução	às	normas	do	Direito
Brasileiro);	Súmulas	300	e	317,	STJ.
Sumário:	 1.	 Títulos	 executivos	 extrajudiciais.	 2.	 A	 letra	 de	 câmbio,	 a	 nota	 promissória,	 a
duplicata,	 a	 debênture	 e	 o	 cheque	 –	 inciso	 I.	 3.	 A	 escritura	 pública	 ou	 outro	 documento	 público
assinado	 pelo	 devedor	 –	 inciso	 II.	 4.	 O	 documento	 particular	 assinado	 pelo	 devedor	 e	 por	 duas
testemunhas	–	 inciso	 III.	 5.	O	 instrumento	de	 transação	 referendado	pelo	Ministério	Público,	 pela
Defensoria	Pública,	pela	Advocacia	Pública,	pelos	advogados	dos	transatores	ou	por	conciliador	ou
mediador	 credenciado	 pelo	 tribunal	 –	 inciso	 IV.	 6.	 O	 contrato	 garantido	 por	 hipoteca,	 penhor,
anticrese	ou	outro	direito	real	de	garantia,	e	aquele	garantido	por	caução	–	inciso	V.	7.	O	contrato	de
seguro	de	vida	em	caso	de	morte	–	inciso	VI.	8.	O	crédito	decorrente	de	foro	e	laudêmio	–	inciso	VII.
9.	 O	 crédito,	 documentalmente	 comprovado,	 decorrente	 de	 aluguel	 de	 imóvel,	 bem	 como	 de
encargos	acessórios,	tais	como	taxas	e	despesas	de	condomínio	–	inciso	VIII.	10.	A	certidão	de	dívida
ativa	 da	 Fazenda	 Pública	 da	 União,	 dos	 Estados,	 do	 Distrito	 Federal	 e	 dos	 Municípios,
correspondente	 aos	 créditos	 inscritos	 na	 forma	 da	 lei	 –	 inciso	 IX.	 11.	 O	 crédito	 referente	 às
contribuições	 ordinárias	 ou	 extraordinárias	 de	 condomínio	 edilício,	 previstas	 em	 Convenção	 de
Condomínio	ou	aprovadas	em	Assembleia	Geral,	desde	que	documentalmente	comprovadas	–	inciso
X.	12.	A	certidão	expedida	por	serventia	notarial	ou	de	registro,	relativa	a	valores	de	emolumentos	e
demais	 despesas	 devidas	 pelos	 atos	 por	 ela	 praticados,	 fixados	 nas	 tabelas	 estabelecidas	 em	 lei	 –
inciso	XI.	13.	Todos	os	demais	títulos	aos	quais,	por	disposição	expressa,	a	lei	atribuir	força	executiva
–	 inciso	XII.	14.	A	regra	do	parágrafo	primeiro:	preservação	da	execução	mesmo	na	pendência	de
ação	para	discutir	o	débito.	15.	O	título	executivo	extrajudicial	estrangeiro.
1.	 Títulos	 executivos	 extrajudiciais.	 O	 art.	 784	 é	 o	 repositório	 dos	 títulos	 executivos
extrajudiciais	 no	 NCPC.	 Como	 se	 sabe,	 o	 título	 extrajudicial	 prescinde	 de	 prévia	 ação	 de
conhecimento,	 ensejando	 diretamente	 ação	 de	 execução.	 Conquanto	 a	 lei	 confira	 eficácia
executiva	 a	 tais	 títulos	 extrajudiciais,	 é	 certo	 que	 os	 mesmos	 não	 foram	 submetidos	 ao	 crivo
prévio	do	 Judiciário,	daí	porque	a	 lei	 lhes	confere	 regime	 jurídico	distinto	dos	 títulos	executivos
judiciais,	especialmente	no	que	respeita	as	matérias	de	defesa	do	executado,	mais	amplas.
2.	A	letra	de	câmbio,	a	nota	promissória,	a	duplicata,	a	debênture	e	o	cheque	––	inciso	I.	Não
houve	qualquer	modificação	 com	relação	ao	CPC/73.	O	 inc.	 I	 arrola	 cinco	determinados	 títulos	de
crédito	(letra	de	câmbio,	nota	promissória,	duplicata,	debênture	e	cheque).	Não	se	pode	esquecer
de	 que	 tais	 títulos	 de	 crédito	 são	 reguladospelo	 Código	 Civil	 e	 também	 por	 leis	 específicas,	 as
quais	 devem	 ser	 observadas.	 Assim,	 não	 basta	 que	 formalmente	haja	uma	 letra	 de	 câmbio,	 uma
nota	promissória,	uma	duplicata,	uma	debênture	ou	um	cheque	para	que	se	abra	a	via	executiva.
É	imperioso	que	tais	documentos	cumpram	os	requisitos	específicos	ditados	pelas	leis	de	regência.
2.1	A	letra	de	câmbio	e	a	nota	promissória	estão	reguladas	pelo	Dec.	2.044/08	com	as	alterações	da
“Lei	Uniforme	de	Genebra”,	 internalizada	no	 ordenamento	 brasileiro	 por	 força	 do	Dec.	 57.663,	 de
24.01.1966.	Quanto	à	letra	de	câmbio	é	importante	destacar	que	sua	executividade	está	vinculada
ao	 aceite	do	sacado.11	 Com	 relação	 à	 Nota	 Promissória,	 embora	 tal	 título	 goze	 em	 princípio	 de
autonomia,	 sua	 executividade	 tem	 sido	 discutida	 quando	 emitida	 a	 título	 de	 garantia	 de	 um
contrato.	 Nesse	 sentido,	 estabelece	 a	 Súmula	 258	 do	 STJ	 que	 “a	 nota	 promissória	 vinculada	 a
contrato	de	abertura	de	crédito	não	goza	de	autonomia	em	razão	da	iliquidez	do	título	que	a	originou”.
2.2	A	duplicata	está	regulada	pela	Lei	5.474/68.	Os	arts.	15	a	18	desta	lei	–	que	tratam	do	“processo
para	cobrança	da	duplicata”	–	foram	modificados	pela	Lei	6.458/77.	Sua	executividade	está	atrelada
ao	 aceite	 do	 sacado	 ou,	 mesmo	 não	 havendo	 o	 aceite,	 mediante	 comprovante	 da	 entrega	 da
mercadoria	ou	do	serviço	e	o	prévio	protesto.	12	2.3	A	debênture	está	disciplinada	nos	arts.	52	e	ss.
da	Lei	6.404/76,	que	sofreram	modificações	com	as	Leis	10.303/2001	e	12.431/2011.	A	debênture	é
um	 título	 de	 crédito	 emitido	 por	 sociedades	 por	 ações	 e	 consiste	 em	 título	 representativo	 de
fração	de	mútuo	 tomado	pela	companhia	 emitente.	Assim,	o	 credor	por	debênture,	quando	não
atendido	no	vencimento,	 seja	do	 título,	 seja	da	prestação	de	 juros,	poderá	executar	a	 sociedade
inadimplente.	 2.4	O	 cheque	 está	 disciplinado	 pela	 Lei	 7.357/85	 e	 pelo	 Dec.	 57.595/66.	 Quando	 a
execução	é	promovida	contra	o	emitente	não	é	necessário	o	protesto.	O	prazo	prescricional	para
uso	do	cheque	como	título	executivo	extrajudicial	é	de	seis	meses,	contados	a	partir	do	prazo
da	apresentação	do	cheque	para	pagamento	30	dias,	quando	emitido	no	lugar	onde	houver	de	ser
pago	 e	 de	 60	 dias,	 quando	 emitido	 em	 outro	 lugar	 do	 País	 ou	 no	 exterior).	 Após	 tal	 prazo,	 o
cheque	servirá	como	documento	comprobatório	do	crédito,	apto	a	embasar	uma	ação	monitória
ou	 uma	 ação	 de	 conhecimento.	 2.5	 Merece	 registro	 discussão	 envolvendo	 a	 prescrição	 e	 a
problemática	 dos	 cheques	 ““pré-datados””.	 Nesse	 sentido,	 vale	 trazer	 trecho	 de	 recente	 Acórdão
relatado	 pela	Min.	 Nancy	 Andrighi,	 REsp	 1.068.513-DF:	 “(...)	 Ainda	 que	 a	 emissão	 de	 cheques	 pós-
datados	seja	prática	costumeira,	não	encontra	previsão	legal.	Admitir-se	que	do	acordo	extracartular
decorra	a	dilação	do	prazo	prescricional,	importaria	na	alteração	da	natureza	do	cheque	como	ordem
de	 pagamento	 à	 vista	 e	 na	 infringência	 do	 art.	 192	 do	 CC,	 além	 de	 violação	 dos	 princípios	 da
literalidade	e	abstração.	Precedentes.	O	termo	inicial	de	contagem	do	prazo	prescricional	da	ação	de
execução	do	cheque	pelo	beneficiário	é	de	6	(seis)	meses,	prevalecendo,	para	fins	de	contagem	do	prazo
prescricional	de	cheque	pós-datado,	a	data	nele	 regularmente	consignada,	ou	seja,	aquela	oposta	no
espaço	reservado	para	a	data	de	emissão”.	13
3.	A	escritura	pública	ou	outro	documento	público	assinado	pelo	devedor	––	inciso	II.	O	inc.	II
confere	eficácia	executiva	à	escritura	pública	e	outro	instrumento	público	assinado	pelo	devedor.
Os	documentos	públicos	são	aqueles	elaborados	por	titulares	de	serviços	de	notas	e	de	registro,
como	notários,	 tabeliães,	 oficiais	 de	 registro	 etc.,	 e	 seguem	 certas	 formalidades	 legais	 exigidas
para	sua	autenticidade	e	 legalidade.	Trata-se	de	ato	 solene,	dotado	de	 fé	pública	e	 faz	prova	da
obrigação	nele	estampada.	Nesse	 sentido,	prevê	o	art.	405	do	NCPC	que:	 “O	documento	público	 faz
prova	não	só	da	sua	formação,	mas	também	dos	fatos	que	o	escrivão,	o	chefe	de	secretaria,	o	tabelião
ou	o	servidor	declarar	que	ocorreram	em	sua	presença.”	É	desnecessário,	nesse	caso,	qualquer	outra
formalidade,	como	assinatura	de	outras	duas	testemunhas	ou	de	advogados.
4.	O	documento	particular	assinado	pelo	devedor	e	por	duas	 testemunhas	––	 inciso	 III.	Tal
como	no	 CPC/73,	 o	NCPC	manteve	 a	 eficácia	 executiva	 de	 documentos	 particulares,	 desde	 que
assinado	pelo	devedor	e	por	duas	 testemunhas,	não	se	exigindo	 reconhecimento	de	 firma	das
testemunhas.	Tais	 testemunhas,	 consoante	 crescente	 jurisprudência,	 inclusive	no	âmbito	do	 STJ,
têm	 sido	 consideradas	 como	 meramente	 instrumentárias,	 daí	 a	 possibilidade	 de	 assinatura
posterior	 das	 testemunhas	 não	 desnatura	 o	 título	 executivo.	 Noutras	 palavras,	 o	 fato	 das
testemunhas	do	documento	particular	não	estarem	presentes	ao	ato	de	sua	formação	não	retira	a
sua	executoriedade,	uma	vez	que	as	assinaturas	podem	ser	feitas	em	momento	posterior	ao	ato
de	 criação	do	 título	 executivo	 extrajudicial.	 14	4.1	Nesse	 contexto,	 é	 impossível	 não	 se	 fazer	 as
seguintes	 indagações:	 por	 que	 se	 manter	 esse	 requisito	 –	 as	 duas	 testemunhas	 –	 para	 conferir
eficácia	 executiva	 a	 um	documento	 particular?	 A	 assinatura	 do	 devedor,	 isoladamente,	 não	 seria
suficiente?	 Por	 que	 atribuir,	 nos	 dias	 atuais,	 função	 meramente	 decorativa	 às	 testemunhas,
notadamente	 se	 a	 jurisprudência	 reconhece	 a	 possibilidade	 de	 tais	 testemunhas	 assinarem	 o
instrumento	num	momento	ulterior	à	sua	criação,	apenas	para	embasar	uma	ação	executiva?	Esta
exigência,	a	nosso	ver,	é	um	formalismo	exacerbado	e	injustificável.	Perdeu-se	a	oportunidade	de
revê-la.
5.	 O	 instrumento	 de	 transação	 referendado	 pelo	 Ministério	 Público,	 pela	 Defensoria
Pública,	 pela	 Advocacia	 Pública,	 pelos	 advogados	 dos	 transatores	 ou	 por	 conciliador	 ou
mediador	credenciado	pelo	tribunal	––	inciso	IV.	Também	o	instrumento	de	transação	assinado
pelo	credor,	pelo	devedor	e	referendado	pelo	Ministério	Público,	pela	Defensoria	Pública,	pelos
advogados	dos	transatores	ou	ainda	por	conciliador	ou	mediador	credenciados	pelo	tribunal,	são
considerados	títulos	executivos.	A	possibilidade	da	presença	do	conciliador	ou	do	mediador	são
novidades	do	NCPC	e	está	em	consonância	com	o	espírito	do	NCPC	em	estimular	a	autocomposição.
Não	 se	 exigem	 outras	 formalidades,	 como	 a	 assinatura	 das	 testemunhas	 instrumentárias,
exigência,	 aliás,	 sem	 sentido	 em	 dias	 atuais,	 conforme	 já	 se	 demonstrou	 no	 comentário	 ao	 item
anterior.	5.1	Note-se	que	a	hipótese	não	considera	a	necessidade	de	homologação	judicial,	a	qual,
se	ocorrer,	terá	o	condão	de	convolar	o	documento	em	título	executivo	judicial,	a	teor	do	inc.	III
do	art.	 515.	 Considerando	o	 consenso	das	partes	na	 transação,	 basta	 a	 presença	do	 Ministério
Público,	dos	advogados	públicos	ou	privados	ou	ainda	do	mediador	ou	do	conciliador	para	que	o
acordo	seja	tido	como	título	executivo	extrajudicial.	Mesmo	a	presença	de	um	único	advogado,
representando	 ambos	 os	 transatores,	 já	 cumpre	 a	 exigência,	 não	 se	 exigindo	 um	 advogado	para
cada	parte	transatora.
6.	O	contrato	garantido	por	hipoteca,	penhor,	anticrese	ou	outro	direito	real	de	garantia,	e
aquele	 garantido	 por	 caução	 ––	 inciso	 V.	Hipoteca,	 penhor,	 anticrese	 são	 espécies	 de	 direitos
reais	de	garantia	e	estão	catalogados	exemplificativamente	no	dispositivo,	daí	a	menção	a	 “outro
direito	 real	 de	 garantia”.	 Assim,	 o	 contrato	que	 espelhe	 obrigação	 garantida	 por	 algum	 direito
real	de	garantia	ostenta	 executividade,	 a	 qual	 repousa	no	 crédito	 relativo	 ao	 contrato	 e	não	no
contrato	propriamente	dito.	 6.1	A	 hipoteca	está	 prevista	 nos	 arts.	 1.473	 a	 1.505	 do	 Código	 Civil	 e
recai	 sobre	 bens	 imóveis,	navios	eaeronaves.	O	penhor,	 por	 sua	 vez,	 recai	 sobre	 bens	móveis
(arts.	1.431	a	1.472	do	CC).	A	anticrese,	de	acordo	com	o	art.	1.506	do	CC,	caracteriza-se	pela	cessão
de	determinado	bem	 imóvel	pelo	devedor	para	que	os	 frutos	e	os	 rendimentos	dele	possam
quitar	paulatinamente	o	valor	do	débito.	6.2	O	 inciso	 também	se	refere	ao	 contrato	garantido
por	 caução.	 A	 caução	 é	 garantia	 de	 caráter	acessório	e	 pode	 ser	 real	 (oferecimento	 de	 um	bem
móvel	ou	imóvel)	ou	fidejussória	(fiança).
7.	O	contrato	de	seguro	de	vida	em	caso	de	morte	––	inciso	VI.	O	NCPC	traz,	em	inciso	próprio,	o
contrato	de	seguro	em	caso	de	morte	como	título	executivo	extrajudicial	e	mantém	a	opção	pela
exclusão	 do	 contrato	 de	 seguro	 de	 acidentes	 pessoais	 de	 que	 resulte	 morte	 ou	 incapacidade,
realizada	pela	Lei	11.382/2006.	O	Dec.-lei	73/66,	por	sua	vez,	prevê	a	via	executiva	para	a	cobrança
do	 prêmio	 em	 todo	 tipo	 de	 seguro,	 mas	 não	 para	 a	 indenização.	 A	 questão	 desperta	 bastante
polêmica	 na	 doutrina	 e	 na	 jurisprudência,15	 mas	 parece	 que	 o	 legislador	 quis	 mesmo	 limitar	 a
incidência	do	dispositivo	ao	 seguro	de	vida	e	não	contemplar	o	 seguro	de	acidentes	pessoais.	É
certo	que	o	evento	incapacidade	não	pode	ser	compreendido	no	dispositivo	legal	em	foco,	diante	da
necessidade	de	comprovação	da	 incapacidade	e	da	sua	extensão,	o	que	demanda	a	produção	de
prova.	 Mas	 e	 o	 evento	 morte?	 Seria	 título	 executivo	 extrajudicial	 um	 contrato	 de	 seguro	 de
acidentes	 pessoais	 de	 que	 resulte	 morte?	 Com	 efeito,	 nas	 apólices	 de	 acidentes	 pessoais	 é
imposto	 ao	 segurado	 ou	 aos	 seus	 beneficiários	 não	 somente	 a	 prova	 do	 evento	 (morte),	 mas
também	das	 circunstâncias	 em	que	o	mesmo	 se	deu,	para	que	 resulte	 induvidoso	que	o	acidente
ocorrido	 enquadra-se	 no	 conceito	 estabelecido	 no	 contrato	 e,	 além	 disso,	 que	 não	 decorreu	 de
nenhum	 dos	 riscos	 excluídos.	 Tais	 especificidades,	 ligadas	 ao	 seguro	 de	 acidentes	 pessoais,
conquanto	 haja	 opiniões	 contrárias,	 aparentemente	 são	 inconciliáveis	 com	 a	 via	 executiva.16	 De
qualquer	 forma,	 independentemente	 da	 discussão	 envolvendo	 a	matéria,	 como	 já	 dissemos,	 quer
nos	parecer	que	a	opção	do	 legislador	é	a	de	atribuir	 força	executiva	ao	 contrato	de	seguro	de
vida	e	não	ao	de	acidentes	pessoais.
8.	 O	 crédito	 decorrente	 de	 foro	 e	 laudêmio	 ––	 inciso	 VII.	 O	 crédito	 decorrente	 de	 foro	 e
laudêmio	é	título	executivo	extrajudicial.	Ambos	–	o	foro	e	o	laudêmio	–	estão	relacionados	com	a
enfiteuse,	 contrato	 previsto	 no	 Código	 Civil	 de	 1916	 e,	mais	 recentemente,	 proibido	 à	 luz	 do	 art.
2.038	 do	 Código	 Civil	 de	 2002.	 Dessa	 forma,	 a	 disposição	 em	 comento	 só	 subsiste	 para	 aqueles
contratos	 celebrados	 anteriormente	 à	 vigência	 do	 Código	 Civil	 de	 2002.	 8.1	 A	 enfiteuse,
conforme	disposição	do	art.	678,	do	Código	Civil	de	1916,	 se	dá	 “quando	por	ato	entre	vivos,	ou	de
última	 vontade,	 o	 proprietário	 atribui	 a	 outrem	 o	 domínio	 útil	 do	 imóvel,	 pagando	 a	 pessoa,	 que	 o
adquire,	 e	 assim	 se	 constitui	 enfiteuta,	 ao	 senhorio	 direto	 uma	 pensão,	 ou	 foro,	 anual,	 certo	 e
invariável”.	Trata-se	de	um	direito	real	e	deve	estar	registrada	na	matrícula	do	 imóvel.	 8.2	Foro
significa	o	pagamento	anual	devido	pelo	enfiteuta	ao	proprietário	pelo	uso	do	domínio	útil	do
bem	imóvel	e	laudêmio	é	a	quantia	a	ser	paga	ao	proprietário	quando	houver	transferência	do
domínio	útil	por	venda	ou	dação	em	pagamento.
9.	O	crédito,	documentalmente	comprovado,	decorrente	de	aluguel	de	imóvel,	bem	como	de
encargos	acessórios,	 tais	 como	 taxas	 e	despesas	de	 condomínio	––	 inciso	VIII.	Esse	 dispositivo
repete,	 ipsis	 litteris,	 a	 redação	 anterior,	 dada	 pela	 Lei	 11.382/2006.	 Perdeu	 o	 legislador	 a
oportunidade	de	pacificar	uma	discussão	a	respeito	do	crédito	decorrente	de	aluguel.	Com	efeito,
discute-se	se	o	termo	“documentalmente	comprovado”	exige	necessariamente	a	apresentação	de	um
contrato	escrito	(tal	como	era	a	dicção	do	inc.	IV	do	art.	585	do	CPC/73	antes	da	Lei	11.382/2006).	A
nosso	 ver,	 a	 lei	 não	 exige	 o	 contrato	 escrito,	 sendo	 certo	 que	 há	 outras	 formas	 de	 provar
documentalmente	 o	 crédito	 de	 aluguel,	 além	 do	 contrato	 de	 locação	 escrito.	 17	 9.1	 Além	 do
crédito	de	aluguel,	o	dispositivo	também	possibilita	a	via	executiva,	desde	que	documentalmente
comprovados,	 para	 os	 demais	 encargos	 acessórios	 da	 locação	 e	 os	 exemplifica	 citando	 taxas	 e
despesas	de	condomínio.	 Importante	destacar	que	esse	dispositivo	 legal	diz	 respeito	às	despesas
condominiais	 devidas	 em	 razão	 da	 relação	 derivada	 da	 locação	 e	 não	 aquela	 havida	 entre
condomínio	e	condômino,	esta	última	objeto	de	tratamento	no	inc.	X	deste	mesmo	artigo.
10.	A	certidão	de	dívida	ativa	da	Fazenda	Pública	da	União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal
e	dos	Municípios,	correspondente	aos	créditos	inscritos	na	forma	da	lei	––	inciso	IX.	Nos	termos
deste	 inciso	é	 título	executivo	extrajudicial	a	 certidão	da	dívida	 ativa	 das	 pessoas	 de	 direito
público,	 com	 ou	 sem	 natureza	 tributária.	 A	 certidão	 de	 dívida	 ativa	 goza	 dos	 requisitos	 de
presunção	relativa	de	certeza,	liquidez	e	exigibilidade,	por	força	de	lei	(art.	204	do	CTN	e	art.	3.º
da	 Lei	 6.830/80).	 Tem-se	 que	 a	 inscrição	 em	 dívida	 ativa	 é	 qualificada	 como	 ato	 de	 controle	 de
legalidade	e	deve	observar	os	procedimentos	previstos	na	Lei	6.830/80.	Tal	título	serve	para	embasar
a	execução	fiscal,	cujo	procedimento	especial,	por	assim	dizer,	está	disciplinado	pela	Lei	6.830/80,
apresentando	uma	série	de	peculiaridades	em	relação	à	execução	comum.
11.	 O	 crédito	 referente	 às	 contribuições	 ordinárias	 ou	 extraordinárias	 de	 condomínio
edilício,	 previstas	 em	 Convenção	 de	 Condomínio	 ou	 aprovadas	 em	Assembleia	 Geral,	 desde
que	documentalmente	comprovadas	––	 inciso	X.	O	NCPC	inclui	expressamente	no	rol	dos	 títulos
executivos	 o	 documento	 que	 comprova	 o	 crédito	 referente	 às	 contribuições	 ordinárias	 ou
extraordinárias	de	condomínio	edilício,	previstas	em	Convenção	de	Condomínio	ou	aprovadas	em
Assembleia	Geral	e,	com	isso,	sepultou	antiga	discussão	havida	na	doutrina	e	na	 jurisprudência.	A
discussão,	sob	a	égide	do	CPC/73,	reside	na	inclusão,	ou	não,	de	tal	crédito	no	dispositivo	que	trata
da	 despesa	 condominial	na	 relação	 de	 locação	 (antigo	 inc.	 IV	 do	 art.	 585	 do	 CPC/73),	 que	 tinha
redação	 idêntica	 ao	 atual	 inc.	 VIII	 deste	 art.	 784.18	 A	 dúvida	 não	 tem	 mais	 razão	 de	 existir.	 As
despesas	 condominiais	 cobradas	 do	 condômino	 pelo	 Condomínio,	 desde	 que	 documentalmente
comprovadas	 e	 aprovadas	 por	 Convenção	 ou	 Assembleia,	 têm,	 agora	 expressamente,	 força
executiva	pelo	NCPC.	Esta	norma	reforça	a	disposição	contida	no	art.	12,	§	2.º,	da	Lei	4.591/64	–	não
revogado	pelo	Código	Civil	de	2002	nem	pelo	NCPC	–	o	qual,	ao	 tratar	das	despesas	condominiais,
prevê	que	“cabe	ao	síndico	arrecadar	as	contribuições	competindo-lhe	promover,	por	via	executiva,	a
cobrança	judicial	das	quotas	atrasadas”.
12.	 A	 certidão	 expedida	 por	 serventia	 notarial	 ou	 de	 registro,	 relativa	 a	 valores	 de
emolumentos	 e	 demais	 despesas	 devidas	 pelos	 atos	 por	 ela	 praticados,	 fixados	 nas	 tabelas
estabelecidas	em	lei	––	inciso	XI.	O	NCPC	inova	ao	atribuir	força	executiva	à	certidão	expedida	por
serventia	notarial	ou	de	registro,	relativa	aos	emolumentos	e	despesas,	de	acordo	com	as	tabelas	de
preço	 de	 tais	 serviços.	 Existem,	 no	 Brasil,	 cinco	 tipos	 de	 Cartórios:	 (i)	 Tabelionato	 de	 Notas;	 (ii)
Tabelionato	de	Protesto	de	Títulos;	(iii)	Registro	Civil	das	Pessoas	Naturais	e	de	Interdições	e	Tutelas;
(iv)	Registro	de	Títulos	e	Documentos	e	Civil	das	Pessoas	Jurídicas;	e	(v)	Registro	de	Imóveis.	Todos
eles	 prestam	 uma	 série	 de	 serviços,	 destinados	 à	 formalização	 e	 conservação	 dediversos	 atos	 e
negócios	jurídicos,	como	por	exemplo:	os	registros	de	nascimento,	casamento	e	óbito;	a	lavratura
de	escrituras,	procurações,	 testamentos,	 divórcios	 e	 inventários;	 as	 autenticações	 de	 cópias	 e
reconhecimento	de	firmas;	os	registros	de	imóveis;	as	notificações	e	registro	de	documentos	e	de
pessoas	 jurídicas;	 os	 protestos	 de	 títulos	 e	 documentos	 de	 dívida,	 dentre	 outros.	 Alguns	 desses
serviços	 são	 gratuitos	e	outros	 são	 cobrados,	 cujos	 preços	 são	 promulgados	 por	 lei.	 Tais	 valores,
portanto,	poderão	ser	objeto	de	certidão	que	tem,	para	os	fins	legais,	força	executiva.
13.	Todos	os	demais	títulos	aos	quais,	por	disposição	expressa,	a	lei	atribuir	força	executiva
––	 inciso	XII.	A	enumeração	dos	 títulos	executivos	extrajudiciais	contida	no	NCPC	não	esgota	a
matéria.	Isso	porque,	haverá	de	ser	título	executivo	extrajudicial,	qualquer	outro	documento	que
a	lei,	expressamente,	atribua	força	executiva.	É	o	caso,	por	exemplo,	da	cédula	de	crédito	rural
(art.	 41	 do	 Dec.-lei	 167/67),	 cédula	 de	 crédito	 industrial	 (art.	 10	 do	 Dec.-lei	 413/69),	 cédula	 de
crédito	bancário	(art.	28	da	Lei	10.931/2004),	contrato	de	honorários	advocatícios	(art.	24	da	Lei
8.906/94),	entre	tantos	outros.	O	rol	é	extenso.	Há	várias	leis	especiais	que	criam	títulos	executivos
extrajudiciais.
14.	A	regra	do	parágrafo	primeiro:	preservação	da	execução	mesmo	na	pendência	de	ação
para	discutir	o	débito.	Além	do	rol	de	títulos	executivos,	prevê	o	§	1.º	do	art.	784	que	“a	propositura
de	qualquer	ação	relativa	ao	débito	constante	do	título	executivo	não	inibe	o	credor	de	promover-lhe	a
execução”.	Como	é	 cediço,	 o	 executado	 tem	à	 sua	disposição,	 além	dos	 embargos	 (forma	 típica	de
oposição	à	execução)	a	possibilidade	de	discutir	a	obrigação	espelhada	no	título	executivo	por	meio
de	ação	própria.	É	o	que	se	denomina	na	doutrina	por	““defesa	heterotópica””	na	execução.	19	14.1
Mesmo	 tendo	o	executado	optado	por	não	opor	embargos	ou	mesmo	 tendo	perdido	o	prazo	para
tanto,	 resta-lhe	a	via	da	ação	autônoma.	Ainda	diante	da	oposição	dos	embargos	pelo	executado,
ainda	 assim,	 afigura-se	 possível	 o	 ajuizamento	 de	 ação	 autônoma,	 desde	 que	 não	 se	 configure
litispendência.	 14.2	Como	 se	 vê,	 não	 há	 dúvida	 quanto	 à	 possibilidade	 do	 executado	 se	 valer	 de
ação	autônoma	para	discutir	a	obrigação	do	 título	executivo.	 Diante	da	 existência	desta	 ação,	 a
dúvida	reside	na	possibilidade	de	se	suspender	a	execução	(caso	esta	já	tenha	sido	proposta)	ou	na
vedação	do	 credor	promover	a	 execução	 (caso	 a	 ação	 autônoma	 seja	 antecedente).	 14.3	Há,	 no
mais	 das	 vezes,	 conexão	por	 prejudicialidade	entre	a	 ação	 autônoma	 e	a	 execução,	 porém	 tal
fato,	por	si	só,	não	justifica	a	impossibilidade	de	execução	ou	no	seu	prosseguimento.	14.4	Negar	a
possibilidade	de	o	exequente	promover	a	execução	é	de	todo	injustificável	e	esbarra	na	literalidade
do	dispositivo	legal	ora	comentado.	Por	outro	lado,	a	suspensão	da	ação	de	execução	só	se	justifica
mediante	propositura	dos	embargos	à	execução	e	preenchimento	dos	requisitos	previstos	no	§	1.º
do	art.	919,	ou	seja,	se	presentes	os	requisitos	para	a	concessão	da	tutela	provisória,	e	desde	que	a
execução	já	esteja	garantida	por	penhora,	depósito	ou	caução	suficientes.	Filiamo-nos	à	parte	da
doutrina	que	admite	que,	em	casos	excepcionais,	mesmo	diante	da	ausência	de	embargos,	possa	se
conseguir	 suspender	a	 execução	por	meio	de	ação	autônoma,	mas	nesta	hipótese,	deve	haver	o
preenchimento	dos	mesmos	requisitos	exigidos	nos	embargos	para	tanto,	ou	seja,	a	probabilidade
do	direito	e	o	perigo	de	dano	ou	o	risco	ao	resultado	útil	do	processo	e,	ainda,	a	prévia	garantia
da	execução.
15.	 O	 título	 executivo	 extrajudicial	 estrangeiro.	Os	 parágrafos	 2.º	 e	 3.º	 tratam	 dos	 títulos
extrajudiciais	 oriundos	 de	 países	 estrangeiros.	 Sua	 força	 executiva	 no	 território	 brasileiro
independe	de	prévia	homologação	pelo	STJ,	dispensando-se	o	prévio	 exequatur.	Porém,	para	 sua
execução,	exige-se	que	o	título	satisfaça	os	requisitos	exigidos	pela	lei	do	lugar	de	sua	celebração	e
que	indique	o	Brasil	como	lugar	do	cumprimento	da	obrigação.	Por	fim,	conquanto	a	lei	não	traga	de
forma	 expressa	 tal	 requisito,	 impõe-se	 a	 tradução	 juramentada	do	 título	 quando	 não	 estiver	 no
vernáculo.
Art.	 785.	 A	 existência	 de	 título	 executivo	 extrajudicial	 não	 impede	 a	 parte	 de	 optar	 pelo
processo	de	conhecimento,	a	fim	de	obter	título	executivo	judicial.
Opção	 pela	 ação	 de	 conhecimento.	 Ao	 encerrar	 este	 capítulo	 que	 trata	 dos	 requisitos
necessários	 para	 realizar	 qualquer	 execução,	 o	 dispositivo	 legal	 encontrado	 no	 art.	 785	 deixa
expressa	a	possibilidade	da	parte,	munida	de	 título	executivo	extrajudicial,	 lançar	mão	de	uma
ação	 de	 conhecimento,	 visando	 a	 obter	 um	 título	 executivo	 judicial.	 1.1.	 Diante	 da	 expressa
disposição	 legal,	não	há	como	pretender	 sustentar	 falta	de	 interesse	processual	para	a	hipótese.
Pode	 o	 credor,	 diante	 do	 título	 executivo	 extrajudicial,	 optar	 pela	 execução	 diretamente	 ou,	 se
preferir,	pela	ação	de	conhecimento.
footnotesfootnotes
10.	Sobre	o	assunto,	discorre	com	clareza	Araken	de	Assis.	Manual	da	execução.	cit.	p.	171-174,	especialmente.
11.	O	sacado	pode,	a	seu	talante,	recusar-se	a	assumir	a	obrigação	cambial,	sendo	certo	que	a	falta	de	aceite	elide	o	vínculo	ao	pagamento
do	 título.	 (STJ,	REsp	 511387/GO,	 3.T.,	 j.	 21.06.2005,	 rel.	Min.	Nancy	Andrighi,	DJ	01.08.2005).	 Logo,	 a	 letra	 de	 câmbio	 sem	 aceite,
quanto	 ao	 sacado,	 é	 um	 título	 inexigível	 por	 natureza.	 (TJ-SP,	 AC	 9142448-62.2008.8.26.0000,	 23ª	 Câmara	 de	 Direito	 Privado,	 j.
22.02.2013,	Rel.	Des.	José	Marcos	Marrone,	DJe	2.02.2013).
12.	“DUPLICATAS	SEM	ACEITE	–	 PROTESTO	DO	TÍTULO	–	AUSÊNCIA	DA	PROVA	DO	PAGAMENTO	–	 RELAÇÃO	NEGOCIAL	 ENTRE	AS
PARTES	E	ENTREGA	DAS	MERCADORIAS	COMPROVADAS	(...).	No	caso	concreto,	o	Tribunal	de	origem	concluiu	que	a	prova	produzida
via	documental	e	testemunhal	foi	suficiente	para	comprovar	a	relação	negocial	entre	as	partes,	bem	como	a	entrega	das	mercadorias,
não	existindo,	desta	forma,	óbice	para	o	protesto	das	duplicatas,	ante	a	ausência	de	prova	do	pagamento.	(STJ,	AgRg	no	AREsp	406153
/	 RS,	 3.T.,	 j.	 26.11.2013,	 rel.	 Min.	 Sidnei	 Beneti,	 DJe	 10.12.2013).	 Cf.,	 no	 mesmo	 sentido:	 A	 duplicata	 sem	 aceite,	 desde	 que
devidamente	protestada	e	acompanhada	do	comprovante	de	entrega	da	mercadoria,	é	instrumento	hábil	a	embasar	a	execução	(art.
15,	 II,	 da	 Lei	 5.494[5.474]/68	 combinado	 com	 arts.	 583	 e	 585,	 I,	 do	 CPC).	 Incidência	 do	 óbice	 da	 súmula	 7/STJ.	 Tribunal	 local	 que
entendeu,	com	base	no	acervo	fático	e	probatório,	que	o	título	foi	protestado	e	está	devidamente	acompanhado	dos	comprovantes	de
entrega	 das	mercadorias”	 (STJ,	 AgRg	 no	 REsp	 1102206	 /	 SP,	 4.T.,	 j.	 20.08.2013,	 Rel.	Min.	Marco	 Buzzi,	DJe	 30.08.2013).	 Sobre	 o
assunto,	mais	 especificamente	 sobre	 duplicatas	 virtuais:	 “Apesar	 de	 constituir	 exceção	 à	 regra,	 a	 duplicata	 sem	 aceite,	 desde	 que
devidamente	 protestada	 e	 acompanhada	 dos	 comprovantes	 de	 entrega	 das	 mercadorias	 ou	 da	 prestação	 de	 serviços,	 constitui
documento	 hábil	 a	 embasar	 eventual	 execução,	 segundo	 precedentes	 do	 Superior	 Tribunal	 de	 Justiça.	 É	 possível	 o	 protesto	 da
duplicata	e	da	duplicata	virtual	sem	aceite.	Isso	porque,	a	legislação,	com	vistas	a	obstar	eventuais	abusividades	por	parte	do	devedor,
permite	o	protesto	por	indicação	quando	retida,	injustificadamente,	a	duplicata	enviada	para	aceite,	tendo	sido	o	alcance	do	art.	13,	§
1.º,	da	Lei	das	Duplicatas	ampliado	para	se	harmonizar	com	o	instituto	da	duplicata	virtual”	(STJ,	REsp	1105012/RS,	4.T.,	j.	22.10.2013,
rel.	 Min.	 Marco	 Buzzi,	 DJe	 06.12.2013).	 Ver	 também	 sobre	 o	 assunto:	 “As	 duplicatas	 virtuais	 –	 emitidas	 e	 recebidaspor	 meio
magnético	 ou	 de	 gravação	 eletrônica	 –	 podem	 ser	 protestadas	 por	 mera	 indicação,	 de	 modo	 que	 a	 exibição	 do	 título	 não	 é
imprescindível	para	o	ajuizamento	da	execução	 judicial.	Lei	9.492/97.	Os	boletos	de	cobrança	bancária	vinculados	ao	 título	virtual,
devidamente	 acompanhados	 dos	 instrumentos	 de	 protesto	 por	 indicação	 e	 dos	 comprovantes	 de	 entrega	 da	 mercadoria	 ou	 da
prestação	 dos	 serviços,	 suprem	 a	 ausência	 física	 do	 título	 cambiário	 eletrônico	 e	 constituem,	 em	 princípio,	 títulos	 executivos
extrajudiciais”	(STJ,	REsp	1024691/PR,	3.T,	j.	22.03.2011,	rel.	Min.	Nancy	Andrighi,	DJe	12.04.2011).
13.	STJ,	REsp	1068513/DF,	Segunda	Seção,	j.	14.09.2011	rel.	Min.	Nancy	Andrighi,	DJe	17.05.2012.
14.	 TITULO	 EXTRAJUDICIAL.	 TESTEMUNHAS	 (ART.	 585,	 II,	 DO	 CPC).	 EXIGINDO	 A	 LEI	 PROCESSUAL,	 TANTO	 QUANTO	 A	 LEI
SUBSTANTIVA	(ART.	135,	CC),	APENAS	QUE	O	DOCUMENTO	SEJA	 ‘’SUBSCRITO’’	PELAS	TESTEMUNHAS,	NÃO	SÃO	RECLAMADAS	SUAS
PRESENÇAS	AO	ATO.	ESPECIAL	PROVIDO	(STJ,	REsp	1127/SP,	3.T.,	j.	07.11.1989,	rel.	Min.	Claudio	Santos,	DJ	04.12.1989).	No	mesmo
sentido,	 confira:	 (STJ,	 REsp	 8849/DF,	 3.T.,	 j.	 28.05.1991,	 rel.	 Min.	 Nilson	 Naves,	DJ	 01.07.1991).	 2	 –	 O	 fato	 das	 testemunhas	 do
documento	particular	não	estarem	presentes	ao	ato	de	sua	 formação	não	retira	a	 sua	executoriedade,	uma	vez	que	as	assinaturas
podem	 ser	 feitas	 em	 momento	 posterior	 ao	 ato	 de	 criação	 do	 título	 executivo	 extrajudicial,	 sendo	 as	 testemunhas	 meramente
instrumentárias	(cf.	REsp	1.127/SP	e	8.849/DF).	(STJ,	REsp	541267/RJ,	4.	T.,	j.	20.09.2005,	Rel.	Min.	Jorge	Scartezzini,	DJ	17.10.2005).
Mais	recentemente:	 (STJ,	AG	1270351,	decisão	monocrática,	 rel.	Min.	Luis	Felipe	Salomão,	DJe	17.02.2011).	Mais	 recentemente,
confira	julgado	sobre	o	assunto:	“AGRAVO	REGIMENTAL.	EXECUÇÃO	FUNDADA	EM	TERMO	DE	CONFISSÃO	DE	DÍVIDA.	AUSÊNCIA	DE
ASSINATURA	DE	DUAS	TESTEMUNHAS.	MITIGAÇÃO.	VALIDADE	DO	TÍTULO	EXECUTIVO.	1.	–	Excepcionalmente,	a	certeza	quanto	à
existência	do	ajuste	celebrado	pode	ser	obtida	por	outro	meio	idôneo,	ou	no	próprio	contexto	dos	autos,	caso	em	que	a	exigência	da
©	desta	edição	[2016]
assinatura	de	duas	testemunhas	no	documento	particular	–	in	casu,	contrato	de	confissão	de	dívida	–	pode	ser	mitigada.	Precedente”
(STJ,	AgRg	no	EDcl	no	REsp	1183496/DF,	3.T,	j.	13.08.2013,	rel.	Min.	Sidnei	Beneti,	DJe	05.09.2013).
15.	 “O	 cartão	 proposta	 de	 participante	 no	 contrato	 de	 seguro	 de	 acidentes	 pessoais	 em	 grupo,	 formalizado,	 a	 que	 se	 soma	 o
recebimento	dos	prêmios,	constitui	título	executivo	extrajudicial,	até	mesmo	porque	a	seguradora	não	nega	a	existência	da	avença”
(STJ,	REsp	303062/DF,	4.T,	j.	28.09.2004,	rel.	Min.	Barros	Monteiro,	DJ	13.12.2004).	Em	sentido	contrário:	“Quanto	aos	seguros,	somente
os	 contratos	de	 seguro	de	vida	dotados	de	 liquidez,	 certeza	 e	 exigibilidade	 são	 títulos	 executivos	 extrajudiciais,	 podendo	 ser
utilizada,	 pois,	 a	 via	 da	 ação	 executiva.	 Logo,	 a	 apólice	 de	 seguro	 de	 automóveis	 não	 pode	 ser	 considerada	 título	 executivo
extrajudicial””	 (STJ,	REsp	1416786/PR,	3.T.,	 j.	02.12.2014,	rel.	Min.	Ricardo	Villas	Bôas	Cueva,	DJe	09.12.2014).	No	mesmo	sentido,
explicando	a	diferenciação	quanto	 a	 força	 executiva	dos	 contratos	de	 seguro:	 “Contrato	 de	 seguro	de	 vida	 e	 acidentes	 pessoais	 –
Pedido	 executivo	 fundado	 na	 indenização	 decorrente	 da	 invalidez	 permanente	 por	 acidente	 –	 Ausência	 de	 força	 executiva	 –
Redação	atual	do	art.	585,	inciso	III,	do	CPC,	dada	pela	Lei	11.382/2006,	que	confere	executividade	apenas	aos	contratos	de	seguro
de	vida	pelo	evento	morte”	 (TJ-SP,	AC	0009509-09.2011.8.26.0506,	27ª	Câmara	de	direito	privado,	 j.	12.08.2014,	rel.	Des.	Claudio
Hamilton,	DJe	19.08.2014).
16.	“Em	2001,	quando	vigente	a	redação	do	art.	585,	III	do	CPC	dada	pela	Lei	5.925/73,	antes	da	alteração	trazida	pela	Lei	11.382/2006,	o
contrato	de	seguro	de	acidentes	pessoais	era	considerado	título	executivo	extrajudicial,	capaz	de	cobrança	pela	via	executiva”	(TJ-MG,
AC	1.0625.02.022034-3/002,	17ª	Câmara	Cível,	 j.	21.11.2013,	rel.	Des.	Márcia	De	Paoli	Balbino,	DJe	02.12.2013).	É	o	entendimento
também	do	TJ-SC:	“O	inciso	III	do	artigo	585	do	CPC,	com	a	redação	alterada	pela	Lei	11.382/2006,	ao	não	incluir	o	contrato	de	seguro
de	 acidentes	 pessoais	 como	 título	 executivo	 extrajudicial,	 torna	 inviável	 a	 execucional	 desse	 título”	 (TJ-SC.	 AC	 2011.056437-1,	 2ª
Câmara	 de	 Direito	 Civil,	 j.	 28.11.2013,	 rel.	 Des.	 Monteiro	 Rocha).	 Nesse	 sentido,	 acórdão	 do	 TJ-SP:	 “A	 constatação	 de	 que	 a
propositura	da	execução	ocorreu	tempos	depois	da	entrada	em	vigor	da	Lei	11.382/2006,	que	deu	nova	redação	ao	inciso	III	do	artigo
585	do	CPC,	retirando	a	eficácia	executiva	do	contrato	de	seguro	por	acidentes	pessoais	de	que	resulte	incapacidade,	inapropriada	se
tornou	a	utilização	da	via	 executiva	para	a	 satisfação	da	obrigação”	 (TJ-SP,	AC	0001593-68.2007.8.26.0374,	31ª	Câmara	de	Direito
Privado,	j.	25.11.2014,	rel.	Des.	Antonio	Rigolin,	DJe	25.11.2014).
17.	 Sobre	 o	 tema,	 conferir	 interessante	 julgado:	 “Em	 que	 pesem	 os	 argumentos	 das	 apelantes,	 consideradas	 todas	 as	 alterações
realizadas,	sem	observância	da	forma,	hoje,	em	verdade,	vige	contrato	de	locação	verbal.	E,	neste	contexto,	tal	obrigação	não	constitui
título	executivo	extrajudicial,	pois	falta	crédito	documentalmente	comprovado	decorrente	de	aluguel	de	imóvel,	conforme	prescreve	o
artigo	585,	 inciso	V,	do	Código	de	Processo	Civil”	(STJ,	AREsp	247216,	decisão	monocrática,	 j.08.11.2012,	 rel.	Min.	Ricardo	Villas
Bôas	Cueva,	DJe	16.11.2012).
18.	Cf.	o	seguinte	julgado:	“A	convenção	condominial	não	se	presta	como	contrato	escrito,	do	qual	trata	o	inc.	IV	do	art.	585	CPC,	para
caracterizar	título	executivo	extrajudicial	para	cobrança	de	taxas	de	condomínio	pela	via	executiva”	(TJ-PR,	AC	165140-9,	5ª	Câmara
Cível,	j.	03.05.2002,	rel.	Des	Edson	Vidal	Pinto,	DJ	24.05.2002).
19.	 “Reconhecer	 que	 é	 possível	 o	 executado	 ‘defender-se’	 através	 de	 outras	 ações	 autônomas	 e	 prejudiciais	 que	 não	 os	 próprios
embargos	 à	 execução,	 além	 de	 representar	 corolário	 da	 garantia	 constitucional	 da	 ação	 e	 do	 acesso	 à	 justiça	 (CF,	 art.	 5.º,	 XXXV),
decorre,	 entre	 outras	 coisas,	 da	 natureza	 jurídica	 formal	 de	 ação	 que	 esse	 ‘remédio’	 possui”	 (Sandro	 Gilbert	Martins.	 A	 defesa	 do
executado	por	meio	de	ações	autônomas:	defesa	heterotópica.	São	Paulo:	Ed.	RT,	2005,	n.5-5.16,	p.	238-334).

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