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Art. 789 ao 796

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2017	-	05	-	02
Primeiros	Comentários	ao	Novo	Código	de	Processo	Civil:	artigo	por	artigo	-	Edição
2016
CÓDIGO	DE	PROCESSO	CIVIL
PARTE	ESPECIAL.
LIVRO	II.	DO	PROCESSO	DE	EXECUÇÃO
TÍTULO	I.	DA	EXECUÇÃO	EM	GERAL
CAPÍTULO	V.	DA	RESPONSABILIDADE	PATRIMONIAL
Capítulo	V
DA	RESPONSABILIDADE	PATRIMONIAL
Art.	789.	O	devedor	responde	com	todos	os	seus	bens	presentes	e	futuros	para	o	cumprimento
de	suas	obrigações,	salvo	as	restrições	estabelecidas	em	lei.
*	Correspondência	legislativa:	art.	591	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	art.	824,	NCPC.
Sumário:	1.	Regra	da	responsabilidade	patrimonial.	Crítica	ao	texto	legal.	2.	Distinção	entre	dívida
e	responsabilidade.	3.	Responsabilidade	patrimonial	primária	e	secundária.
1.	 Regra	 da	 responsabilidade	 patrimonial.	 Crítica	 ao	 texto	 legal.	 Este	 dispositivo	 pretende
disciplinar	 a	 regra	 da	 responsabilidade	 patrimonial	 e,	 alheio	 às	 críticas	 da	 doutrina,	 repete
integralmente	 a	 redação	do	CPC/73.	 Tal	 artigo	 deve	 ser	 lido	 em	 conjunto	 com	o	 art.	 391	 do	Código
Civil,	 verbis:	 “pelo	 inadimplemento	 das	 obrigações	 respondem	 todos	 os	 bens	 do	 devedor”.	A	 redação
trazida	pelo	art.	789,	tem	origem	no	Codice	di	Procedura	Civile	 italiano	e,	como	já	se	adiantou,	sofre
críticas	da	doutrina.	As	críticas	procedem.	Numa	primeira	análise	não	se	pode	deixar	de	constatar	que
não	são	todos	os	bens	do	devedor	que	se	sujeitam	à	execução,	mas	só	aqueles	necessários	até	o	limite
da	satisfação	do	credor.	1.1	E,	ainda,	o	texto	emprega	de	forma	descuidada	os	termos	“presentes”	e
“futuros”.	Como	interpretá-los?	Seriam	os	bens	presentes	no	momento	da	dívida?	E	os	futuros?	Seriam
aqueles	bens	existentes	no	momento	da	execução?	A	nosso	ver,	a	melhor	interpretação	quanto	à	regra
da	 responsabilidade	 patrimonial	 é	 a	 de	 que	 respondem	 todos	 os	 bens	 que	 se	 encontram	 no
patrimônio	do	devedor	ao	tempo	da	execução.	Há,	contudo,	exceções	à	regra,	quais	sejam:	 (i)	há
bens	 do	 devedor	 que	 não	 respondem	 por	 suas	 obrigações	 (ex:	 bens	 impenhoráveis);	 (ii)	 há	 bens	 de
terceiro	que	 respondem	pela	dívida	 (ex:	 fiador,	 cônjuge);	 (iii)	 há	 bens	 que	 pertenceram	ao	 executado,
mas	no	momento	da	execução	não	lhe	pertencem	mais,	exceto	se	alienados/disponibilizados	em	fraude
contra	credores	e	fraude	de	execução.
2.	Distinção	entre	dívida	e	responsabilidade.	O	texto	desconsidera	a	distinção	entre	 dívida	e
responsabilidade.	A	dívida	é	noção	do	direito	material,	decorrente	do	vínculo	 jurídico	entre	dois
sujeitos	 (credor	 e	 devedor),	 ao	 passo	 que	 a	 responsabilidade,	 no	 sentido	 de	 vinculação	 do
patrimônio	à	execução,	é	conceito	de	direito	processual,	que	independe	da	existência	de	dívida,	e.g.,
o	responsável	tributário	e	a	responsabilidade	do	adquirente	de	bem	em	fraude	de	execução,	como
veremos	mais	adiante,	nos	comentários	a	outros	artigos.
3.	Responsabilidade	patrimonial	primária	e	secundária.	Diz-se	responsabilidade	patrimonial
primária	quando	o	devedor	é	obrigado	e	ao	mesmo	 tempo	 responsável;	diz-se	 responsabilidade
patrimonial	secundária	quando	há	descoincidência	entre	tais	figuras	e	os	atos	executivos	alcançam
bens	daqueles	que	não	são	devedores.	21
Art.	790.	São	sujeitos	à	execução	os	bens:
μμ_009eμμ_0aaq:S:JArt.	790.	São	sujeitos	à	execução	os	bens:
I	-	do	sucessor	a	título	singular,	tratando-se	de	execução	fundada	em	direito	real	ou	obrigação
reipersecutória;
II	-	do	sócio,	nos	termos	da	lei;
III	-	do	devedor,	ainda	que	em	poder	de	terceiros;
IV	 -	 do	 cônjuge	 ou	 companheiro,	 nos	 casos	 em	 que	 seus	 bens	 próprios	 ou	 de	 sua	 meação
respondem	pela	dívida;
V	-	alienados	ou	gravados	com	ônus	real	em	fraude	à	execução;
VI	 -	 cuja	 alienação	 ou	 gravação	 com	 ônus	 real	 tenha	 sido	 anulada	 em	 razão	 do
reconhecimento,	em	ação	autônoma,	de	fraude	contra	credores;
VII	-	do	responsável,	nos	casos	de	desconsideração	da	personalidade	jurídica.
*	Correspondência	legislativa:	art.	592,	I,	II,	III,	IV	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	arts.	779	e	795,	NCPC;	art.	1.642,	CC.
Sumário:	 1.	 Responsabilidade	 patrimonial	 no	 plano	 subjetivo;	 2.	 Do	 sucessor	 a	 título	 singular,
tratando-se	de	execução	fundada	em	direito	real	ou	obrigação	reipersecutória	–	 inciso	I;	3.	Do	sócio,
nos	termos	da	lei	–	inciso	II;	4.	Do	devedor,	ainda	que	em	poder	de	terceiro	–	inciso	III;	5.	Do	cônjuge
ou	 companheiro,	nos	 casos	 em	que	 seus	bens	próprios	 ou	de	 sua	meação	 respondem	pela	dívida	–
inciso	IV;	6.	Alienados	ou	gravados	com	ônus	real	em	fraude	de	execução	–	inciso	V;	7.	Cuja	alienação
ou	 gravação	 com	 ônus	 real	 tenha	 sido	 anulada	 em	 razão	 do	 reconhecimento,	 em	 ação	 própria,	 de
fraude	contra	credores	–	inciso	VI;	8.	Do	responsável,	nos	casos	de	desconsideração	da	personalidade
jurídica	–	inciso	VII.
1.	 Responsabilidade	 patrimonial	 no	 plano	 subjetivo.	 Tal	 dispositivo	 continua	 a	 tratar	 da
responsabilidade	 patrimonial,	 particularmente	 nas	 situações	 em	 que	 tal	 responsabilidade	 se
estende	sobre	os	bens	de	responsáveis	(do	sucessor,	do	sócio,	do	cônjuge	ou	companheiro),	sobre
bens	 do	 próprio	 devedor,	 ainda	 que	 em	 poder	 de	 terceiro,	 ou	 mesmo	 sobre	 bens	 que	 não	 mais
pertencem	 ao	 executado,	 mas	 foram	 alienados	 ou	 gravados	 em	 fraude	 à	 execução	 ou	 fraude
contra	credores.
2.	 Do	 sucessor	 a	 título	 singular,	 tratando-se	 de	 execução	 fundada	 em	 direito	 real	 ou
obrigação	reipersecutória	––	inciso	I.	O	objetivo	deste	dispositivo	é	garantir	que	determinado	bem
vinculado	 à	 execução,	 tratando-se	 de	 direitos	 reais	 ou	 mesmo	 de	 direitos	 pessoais	 (obrigações
reipersecutórias),	esteja	sujeito	aos	atos	executivos.	A	norma	não	distingue	o	 tipo	de	execução,	 se
lastreada	em	 título	 judicial	ou	 extrajudicial,	 ou	mesmo	 se	 relativa	 à	 obrigação	 de	 pagar	 ou	 de
entrega	de	coisa.	 Em	qualquer	hipótese,	 vale	 a	 regra.	Assim,	por	 exemplo,	 se	 autor	e	 réu	 litigam
sobre	determinado	bem	e	o	réu,	na	posse	deste	bem,	o	aliena,	na	hipótese	de	procedência	do	pedido
a	 execução	 se	 voltará	 contra	 este	 bem,	 nas	 mãos	 do	 sucessor,	 sendo	 ineficaz	 a	 alienação	 antes
realizada.
3.	Do	sócio,	nos	termos	da	lei	––	inciso	II.	A	hipótese	não	se	confunde	com	a	despersonalização
da	pessoa	jurídica,	objeto	de	consideração	do	inc.	VII.	Nas	legislações	civil	e	comercial	encontram-se
hipóteses	de	tipos	de	sociedades	que	têm,	na	figura	do	sócio,	respectiva	responsabilidade	solidária
e	subsidiária	pelas	dívidas	da	empresa	(v.g.	sociedades	em	nome	coletivo	–	art.	1.039	do	Código	Civil;
sócio	comanditado,	nas	sociedades	em	comandita	simples	–	art.	1.045	do	Código	Civil	etc.)	Nessas
circunstâncias,	 é	 plenamente	 possível,	 nas	 execuções	 ajuizadas	 em	 face	 de	 determinada	 empresa,
circunstâncias,	 é	 plenamente	 possível,	 nas	 execuções	 ajuizadas	 em	 face	 de	 determinada	 empresa,
serem	atingidos	bens	de	seus	sócios.	3.1	Além	dessas	circunstâncias,	a	figura	do	sócio	e	da	sociedade
não	se	confundem,	mas	o	sócio,	por	força	de	lei	e	em	determinadas	situações,	pode	ser	considerado
como	 responsável	 pelo	 débito	 assumido	 pela	 pessoa	 jurídica.	 É	 o	 que	 se	 dá,	 por	 exemplo,	 na
responsabilidade	de	obrigações	tributárias	resultantes	de	atos	praticados	com	excesso	de	poderes
ou	 infração	 de	 lei	 ou	 do	 contrato	 social	 ou	 estatuto,	 nos	 termos	 do	 art.	 135,	 III,	 do	 CTN.	 3.2
Comumente,	 a	 regra	 é	 que	 a	 sociedade,	 como	 detentora	 de	 personalidade	 jurídica	 própria,
responda	por	 suas	dívidas,	 e	apenas,	 residualmente,	 respondam	os	 bens	 particulares	 dos	 sócios
nos	casos	fixados	por	lei.	E,	ainda	que	tal	fato	ocorra,	poderá	o	sócio	se	resguardar	do	benefício	de
ordem,	exigindo	que,	primeiro,	sejam	expropriados	os	bens	da	sociedade	(art.	795,	§	1.º).	Pagando	a
dívida	da	sociedade,	o	sócio	poderá	executá-la	nos	mesmos	autos	(art.	795,	§	3.º).
4.	 Do	 devedor,	 ainda	 que	 em	 poder	 de	 terceiro	 ––inciso	 III.	 Ainda	 que	 estejam	 os	 bens	 do
devedor,	 em	poder	de	 terceiro,	 continuarão	 sujeitos	 à	 execução.	 É	 o	 que	 ocorre,	 por	 exemplo,	 na
locação	e	no	comodato.	A	transferência	da	posse	a	um	terceiro,	estranho	ao	título	executivo,	não
protege	o	bem	dos	atos	executivos.	22
5.	 Do	 cônjuge	 ou	 companheiro,	 nos	 casos	 em	 que	 seus	 bens	 próprios	 ou	 de	 sua	 meação
respondem	pela	dívida	––	inciso	IV.	O	NCPC	corrigiu	o	dispositivo,	de	idêntico	conteúdo	no	CPC/73,
equiparando	o	companheiro	ao	cônjuge,	em	observância	à	Constituição	Federal.	Assim,	quando,	a
seguir,	 houver	 referência	 ao	 cônjuge,	 leia-se,	 cônjuge	 ou	 companheiro,	 porquanto	 a	 regra	 para
ambos	é	rigorosamente	idêntica.	5.1	Existem	situações	em	que	os	bens	de	um	 cônjuge	respondem
pelo	 cumprimento	 da	 obrigação	 contraída	 pelo	 outro,	 muito	 embora	 aquele	 esteja	 formalmente
excluído	 no	 título	 executivo	 apresentado	 pelo	 credor.	 5.2	 Em	 princípio,	 “pelos	 títulos	 de	 dívida	 de
qualquer	 natureza,	 firmados	 por	 um	 só	 dos	 cônjuges,	 ainda	 que	 casados	 pelo	 regime	 de	 comunhão
universal,	 somente	 responderão	 os	 bens	 particulares	 do	 signatário	 e	 os	 comuns	 até	 o	 limite	 de	 sua
meação”	(art.	3.º	da	Lei	4.121/62).	Por	outro	lado,	de	acordo	com	o	arts.	1.643	e	1.644	do	Código	Civil,
um	cônjuge	responderá	pelas	dívidas	do	outro	caso,	elas	houverem	revertido	em	proveito	do	casal
ou	da	família	,	 independente	do	regime	de	bens	 .	 5.3	Entende	parte	 importante	da	 jurisprudência23
que,	em	regra,	há	presunção	de	que	a	dívida	foi	contraída	em	benefício	da	família,	 transferindo	o
ônus	para	o	cônjuge	provar	o	contrário.	Com	o	devido	respeito,	 impor	ao	cônjuge	prova	negativa,
vale	dizer,	de	que	a	dívida	contraída	pelo	outro	não	foi	em	benefício	da	família	é	desproporcional;	a
prova	deve	ser	do	credor.	Nesse	sentido,	correto	o	entendimento	adotado	pela	Súmula	251	do	STJ,
aplicável	à	execução	fiscal:	“A	meação	só	responde	pelo	ato	ilícito	quando	o	credor,	na	execução	fiscal,
provar	 que	 o	 enriquecimento	 dele	 resultante	 aproveitou	 ao	 casal.”	 O	 que	 parece	 não	 ser	 o	 mais
apropriado	é	permitir	que	tal	prova	se	dê	na	própria	execução	fiscal,	o	que	seguramente	exorbita
os	seus	 limites	cognitivos.	Concorda-se,	pois,	com	a	opinião	de	Luiz	Rodrigues	Wambier	e	Eduardo
Talamini,	no	sentido	de	que	tal	investigação	deve	ser	realizada	anteriormente	à	formação	do	título,	no
processo	administrativo	fiscal.24
6.	 Alienados	 ou	 gravados	 com	 ônus	 real	 em	 fraude	 de	 execução	 ––	 inciso	 V.	O	 instituto	 da
fraude	à	execução	será	melhor	comentado	no	art.	792,	a	ela	endereçado.	De	qualquer	 forma,	para
fins	 de	 situar	 esse	 comando	 legal	 no	 dispositivo	 ora	 em	 foco,	 basta	 o	 comentário	 de	 que	 os	 bens
alienados	 ou	 gravados	 em	 fraude	 à	 execução,	 estão	 sujeitos	 à	 execução.	 Assim,	 reconhecida	 a
fraude	à	execução,	a	alienação	ou	oneração	de	bens	 feita	pelo	devedor,	 será	 tida	como	 ineficaz
perante	 o	 exequente,	 sujeitando	 o	 patrimônio	 alienado	 ou	 gravado	 aos	 atos	 executivos,
independentemente	das	mãos	de	quem	estejam.25
7.	 Cuja	 alienação	 ou	 gravação	 com	 ônus	 real	 tenha	 sido	 anulada	 em	 razão	 do
reconhecimento,	em	ação	própria,	de	fraude	contra	credores	––	inciso	VI.	Tal	dispositivo	trata	da
fraude	contra	credores,	 a	 qual,	 como	 é	 cediço,	 não	 se	 confunde	 com	a	 fraude	 à	 execução.	Este
instituto,	disciplinado	pelo	direito	natural,	está	regulado	pelos	arts.	158	a	165	do	Código	Civil.	Para	seu
instituto,	disciplinado	pelo	direito	natural,	está	regulado	pelos	arts.	158	a	165	do	Código	Civil.	Para	seu
reconhecimento,	demanda	 ação	própria,	 de	 conhecimento,	 intitulada	 pauliana	 ou	 revocatória,	 a
qual	requer,	como	requisitos,	(i)	eventus	damni,	assim	entendido	como	o	dano	ao	direito	do	credor,
caracterizado	 pela	 insolvência	 do	 disponente	 devedor;	 e	 (ii)	 consilium	 fraudis,	 consistente	 na
intenção	fraudulenta	tanto	do	disponente	quanto	do	adquirente.	A	decisão	da	ação	pauliana,	para
parte	 da	 doutrina,	 tem	 por	 consequência	 a	 anulação	 do	 negócio	 jurídico	 e,	 para	 outra,	 mera
ineficácia,	tal	como	ocorre	na	fraude	à	execução.	26	Ao	que	parece	o	NCPC	optou	pela	corrente	que
reconhece	 a	 anulação,	 conforme	 interpretação	 literal	 deste	 inciso.	 Nesse	 contexto,	 uma	 vez
reconhecida	 a	 fraude	 contra	 credores	 por	 meio	 da	 ação	 pauliana	 e	 anulada	 a	 alienação	 ou
oneração	do	bem,	este	volta	ao	patrimônio	do	executado	e	estará	sujeito	aos	atos	executivos.
8.	 Do	 responsável,	 nos	 casos	 de	 desconsideração	 da	 personalidade	 jurídica	 ––	 inciso	 VII.	A
hipótese	 deste	 inciso	 atrai	 a	 responsabilidade	 patrimonial	 do	 sócio	 e	 administradores	 da
sociedade	na	hipótese	de	despersonalização	da	personalidade	jurídica.	Nesse	ponto,	houve	grande
invocação	no	NCPC	que	previu	um	incidente,	de	caráter	cognitivo,	regulado	nos	arts.	133	a	137,	com
amplo	 respeito	 ao	 contraditório,	 para	 se	 decidir,	 ou	 não,	 pela	 despersonalização.	 Só	 após	 tal
decisão,	 proferida	 no	 incidente,	 os	 atos	 executivos	 serão	 direcionados	 aos	 bens	 dos	 sócios	 e/ou
administradores.27	 Ao	 lado	 das	 disposições	 do	 NCPC,	 que	 regulam	 o	 procedimento	 da
desconsideração,	 deverão	 ser	 avaliadas	 as	 hipóteses,	 afetas	 ao	 direito	material,	 que	 dão	 ensejo	 à
hipótese	 de	 despersonalização	 e	 que	 constituirão	 o	 objeto	 do	 incidente.	 A	 esse	 respeito	 merecem
destaque	os	dispositivos	encontrados	no	art.	28	do	Código	de	Defesa	do	Consumidor	e	no	art.	50	do
Código	Civil.
Art.	791.	Se	a	execução	tiver	por	objeto	obrigação	de	que	seja	sujeito	passivo	o	proprietário	de
terreno	submetido	ao	regime	do	direito	de	superfície,	ou	o	superficiário,	responderá	pela	dívida,
exclusivamente,	o	direito	real	do	qual	é	titular	o	executado,	recaindo	a	penhora	ou	outros	atos	de
constrição	 exclusivamente	 sobre	 o	 terreno,	 no	 primeiro	 caso,	 ou	 sobre	 a	 construção	 ou	 a
plantação,	no	segundo	caso.
§	1º	Os	atos	de	constrição	a	que	se	refere	o	caput	serão	averbados	separadamente	na	matrícula
do	imóvel,	com	a	identificação	do	executado,	do	valor	do	crédito	e	do	objeto	sobre	o	qual	recai	o
gravame,	devendo	o	oficial	destacar	o	bem	que	responde	pela	dívida,	se	o	terreno,	a	construção
ou	a	plantação,	de	modo	a	assegurar	a	publicidade	da	responsabilidade	patrimonial	de	cada	um
deles	pelas	dívidas	e	pelas	obrigações	que	a	eles	estão	vinculadas.
§	2º	Aplica-se,	no	que	couber,	o	disposto	neste	artigo	à	enfiteuse,	à	concessão	de	uso	especial
para	fins	de	moradia	e	à	concessão	de	direito	real	de	uso.
Sumário:	1.	Direito	de	superfície.	2.	Atos	de	constrição	e	o	direito	de	superfície.	3.	Averbação	dos
atos	 de	 constrição	 na	 matrícula.	 4.	 Enfiteuse,	 concessão	 de	 uso	 especial	 para	 fins	 de	 moradia	 e
concessão	de	direito	real	de	uso.
1.	 Direito	 de	 superfície.	 O	 direito	 de	 superfície	 (CC,	 arts.	 1.369	 a	 1.377)	 é	 uma	 concessão
atribuída	pelo	proprietário	do	terreno	a	outrem,	o	superficiário,	para	construção	ou	plantação	e
exploração	durante	tempo	determinado,	que	pode	ser	gratuita	ou	onerosa.	Trata-se	de	direito	real
e	impõe	registro	na	matrícula	do	imóvel.
2.	Atos	de	constrição	e	o	direito	de	superfície.	Este	dispositivo	trata	dos	atos	executivos	sobre	o
bem	 gravado	 com	 direito	 de	 superfície.	 Para	 fins	 de	 execução,	 ambos	 os	 direitos	 reais	 –	 a
propriedade	 e	 o	 direito	 de	 superfície	 –	 devem	 ser	 analisados	 separadamente,	 de	 forma	 que
responderá	pela	dívida,	 exclusivamente,	o	 direito	 real	do	 qual	 o	 executado	é	 titular.	 Assim,	 se	 o
executado	for	o	superficiário,	os	atos	de	constrição	se	voltarão	contra	a	construção	ou	plantação,
executado	for	o	superficiário,	os	atos	de	constrição	se	voltarão	contra	a	construção	ou	plantação,
conforme	o	caso.	Se,	ao	revés,	o	executado	for	o	proprietário,	tais	atos	recairão	sobre	o	terreno.
3.	Averbação	dos	atos	de	constriçãona	matrícula.	Nos	 termos	do	§	1.º,	os	atos	de	 constrição
serão	 averbados	 separadamente	na	 matrícula	 do	 imóvel,	 com	 a	 identificação	 do	 executado,	 do
valor	do	crédito	e	do	objeto	sobre	o	qual	recai	o	gravame,	destacando-se	o	bem	que	responde	pela
dívida,	 se	 o	 terreno,	 a	 construção	 ou	 a	 plantação.	 A	 ideia	 é	 individualizar	 a	 responsabilidade
patrimonial	do	proprietário	e	do	superficiário.
4.	Enfiteuse,	concessão	de	uso	especial	para	fins	de	moradia	e	concessão	de	direito	real	de
uso.	Por	 fim,	o	§	2.º	estende	a	 regra	deste	dispositivo	 legal	à	enfiteuse,	à	 concessão	de	uso	especial
para	fins	de	moradia	e	à	concessão	de	direito	real	de	uso.	Dessa	forma,	tais	direitos	podem	ser	objeto
de	constrição	judicial,	independentemente	da	penhora	do	próprio	imóvel.
Art.	792.	A	alienação	ou	a	oneração	de	bem	é	considerada	fraude	à	execução:
I	 -	 quando	 sobre	 o	 bem	 pender	 ação	 fundada	 em	 direito	 real	 ou	 com	 pretensão
reipersecutória,	desde	que	a	pendência	do	processo	 tenha	sido	averbada	no	respectivo	registro
público,	se	houver;
II	-	quando	tiver	sido	averbada,	no	registro	do	bem,	a	pendência	do	processo	de	execução,	na
forma	do	art.	828;
III	 -	 quando	 tiver	 sido	 averbado,	 no	 registro	 do	 bem,	 hipoteca	 judiciária	 ou	 outro	 ato	 de
constrição	judicial	originário	do	processo	onde	foi	arguida	a	fraude;
IV	-	quando,	ao	tempo	da	alienação	ou	da	oneração,	tramitava	contra	o	devedor	ação	capaz	de
reduzi-lo	à	insolvência;
V	-	nos	demais	casos	expressos	em	lei.
§	1º	A	alienação	em	fraude	à	execução	é	ineficaz	em	relação	ao	exequente.
§	2º	No	caso	de	aquisição	de	bem	não	sujeito	a	registro,	o	terceiro	adquirente	tem	o	ônus	de
provar	 que	 adotou	 as	 cautelas	 necessárias	 para	 a	 aquisição,	mediante	 a	 exibição	 das	 certidões
pertinentes,	obtidas	no	domicílio	do	vendedor	e	no	local	onde	se	encontra	o	bem.
§	3º	Nos	casos	de	desconsideração	da	personalidade	jurídica,	a	fraude	à	execução	verifica-se	a
partir	da	citação	da	parte	cuja	personalidade	se	pretende	desconsiderar.
§	4º	Antes	de	declarar	a	fraude	à	execução,	o	juiz	deverá	intimar	o	terceiro	adquirente,	que,	se
quiser,	poderá	opor	embargos	de	terceiro,	no	prazo	de	15	(quinze)	dias.
*	Correspondência	legislativa:	arts.	593,	I,	II	e	III	e	615-A,	§	3.º	do	CPC/73.	Outras	ref.	normativas:	V.
arts.	774,	808,	828,	§	3.º,	NCPC;	art.	185,	CTN;	arts.	216	e	240,	Lei	6.015/73	(Lei	de	Registros	Públicos);
Súmula	375,	STJ.
Sumário:	1.	Considerações	iniciais	sobre	a	fraude	à	execução;	2.	Demanda	fundada	em	direito	real
ou	reipersecutória	–	inciso	I;	3.	Averbação,	no	registro	do	bem,	de	processo	de	execução	–	inciso	II;	4.
Averbação,	no	registro	do	bem,	de	hipoteca	judiciária	ou	outro	ato	de	constrição	judicial	–	inciso	III;	5.
Demanda	capaz	de	reduzir	o	devedor	à	 insolvência	–	 inciso	 IV;	6.	Ainda	sobre	a	demanda	capaz	de
reduzir	o	devedor	à	insolvência:	necessidade,	ou	não,	de	prévia	citação?;	7.	Ainda	sobre	a	demanda
capaz	de	reduzir	o	devedor	à	 insolvência:	a	prova	da	má-fé	–	parágrafo	segundo;	8.	O	contraditório
prévio	–	parágrafo	quarto.
1.	 Considerações	 iniciais	 sobre	 a	 fraude	 à	 execução.	A	 fraude	 à	 execução	 é	 tema	 dos	mais
interessantes	e	tem	suscitado	intensa	discussão	doutrinária28	e	jurisprudencial.	O	NCPC,	por	meio	do
art.	792,	pretendeu	regrar	tal	instituto	com	mais	detalhes	e,	ao	fazê-lo,	assumiu	determinadas	posições
visando	 a	 evitar	 divergência	 de	 entendimentos	 nos	 Tribunais.	 Trata-se	 de	 manobra	 do
devedor/executado	para	proteger	seu	patrimônio	de	uma	futura	execução.	Como	é	curial,	a	fraude	à
execução	pode	ser	reconhecida	incidentalmente,	sem	necessidade	de	ação	própria.	Além	disso,	por
se	tratar	de	questão	de	ordem	pública,	pode	ser	declarada	de	ofício.	Se	reconhecida,	a	alienação	ou
oneração	 do	 bem	 considera-se	 ineficaz	 em	 relação	 ao	 autor	 da	 demanda	 na	 qual	 se	 reconheceu	 a
fraude.
2.	 Demanda	 fundada	 em	 direito	 real	 ou	 reipersecutória	 ––	 inciso	 I.	 A	 primeira	 hipótese	 de
fraude	à	 execução	 (prevista	no	 inc.	 I)	 trata	da	 alienação	ou	oneração	de	bens	 “quando	 sobre	 ele
pender	 ação	 fundada	 em	 direito	 real	 ou	 com	 pretensão	 reipersecutória,	 desde	 que	 a	 pendência	 do
processo	tenha	sido	averbada	no	respectivo	registro	público,	se	houver”.	A	preocupação	do	legislador	é
a	 de	 proteger	 de	 determinado	 bem	 que	 sirva	 de	 garantia	 a	 uma	 determinada	 obrigação.	 2.1
Diferentemente	do	CPC/73,	o	NCPC	não	 impõe	a	necessidade	da	ação	versar	 exclusivamente	 sobre
direito	real,	ampliando	o	tipo	para	reconhecer	também	a	pretensão	reipersecutória,	qual	seja,	ação
pessoal	em	que	o	autor	demanda	coisa	em	poder	de	 terceiro.	 Sejam,	portanto,	direitos	reais	ou
direitos	pessoais	(obrigações	reipersecutórias),	o	presente	inciso	reconhece	a	fraude	à	execução.
3.	 Averbação,	 no	 registro	 do	 bem,	 de	 processo	 de	 execução	 ––	 inciso	 II.	O	 inc.	 II	 traz	 como
hipótese	de	 fraude	à	execução	a	 alienação	ou	oneração	de	bem	quando	 tiver	 sido	averbada,	no
registro	deste	bem,	a	pendência	do	processo	de	execução,	na	 forma	do	art.	828.	A	averbação	da
execução	cria	presunção	absoluta	a	respeito	do	conhecimento	de	terceiros	sobre	a	demanda	em
curso,	 daí	 porque	 o	 terceiro	 que	 adquirir	 o	 bem	 em	 cujo	 registro	 consta	 a	 demanda	 executiva,
corre	conscientemente	o	 risco	desta	 alienação	 ser	considerada	 ineficaz	 perante	o	 autor	daquela
demanda.	 3.1	 Conquanto	 o	 ato	 de	 averbação	 seja	 exclusivo	 da	 parte,	 sem	 necessidade	 de
intervenção	judicial,	é	 fato	que	o	NCPC	não	exige	o	preenchimento	de	qualquer	outro	requisito
para	 a	 configuração	 da	 fraude	 à	 execução	 nesta	 hipótese.	 Indene	 de	 dúvidas,	 criou-se	 hipótese
autônoma	de	fraude	à	execução.
4.	Averbação,	no	registro	do	bem,	de	hipoteca	judiciária	ou	outro	ato	de	constrição	judicial	––
inciso	 III.	O	 inc.	 III,	 por	 sua	 vez,	 prevê	 como	 outra	 hipótese	 de	 fraude	 à	 execução	 a	 alienação	 ou
oneração	 de	 bem	 “quando	 tiver	 sido	 averbado,	 em	 seu	 registro,	 hipoteca	 judiciária	 ou	 outro	 ato	 de
constrição	 judicial	 originário	 do	 processo	 onde	 foi	 arguida	 a	 fraude”.	 Também	 aqui,	 sem	 receio	 de
errar,	pode-se	afirmar	que	houve	a	criação	de	mais	uma	hipótese	autônoma	de	fraude	à	execução;
para	sua	configuração	basta	que	o	bem	objeto	da	alienação	tenha	sido	objeto	de	hipoteca	judicial
ou	outro	 ato	 de	 constrição,	 como	 a	 penhora	 por	 exemplo.	 4.1	O	 NCPC,	mais	 uma	 vez,	 sensível	 à
discussão	 doutrinária	 e	 jurisprudencial,	 reconhece	 mais	 uma	 forma	 de	 fraude	 à	 execução,
consagrando	entendimento	de	que	a	alienação	de	bem	objeto	de	hipoteca	judicial	ou	penhorado
ou	arrestado,	ou	 sequestrado	 (enfim,	 objeto	 de	 anterior	 constrição	 judicial),	 é	 ineficaz	perante	 a
execução,	independentemente	de	ser	o	devedor	insolvente	ou	não.	A	primeira	parte	da	Súmula	375
do	STJ	(“o	reconhecimento	da	fraude	à	execução	depende	do	registro	da	penhora	do	bem	alienado	ou	da
prova	de	má-fé	do	terceiro	adquirente”),	já	havia	consolidado	tal	entendimento.
5.	 Demanda	 capaz	 de	 reduzir	 o	 devedor	 à	 insolvência	 ––	 inciso	 IV.	 O	 inc.	 IV	 repete	 norma
anterior,	 cuja	 regra	 ainda	 tem	 suscitado	 intensos	 debates,	 inclusive	 entre	 os	 coautores	 destes
comentários.	Considera-se	fraude	à	execução	“quando,	ao	tempo	da	alienação	ou	oneração,	tramitava
contra	o	devedor	ação	capaz	de	reduzi-lo	à	 insolvência”.	O	 reconhecimento	deste	 tipo	de	 fraude	à
execução	depende	da	demonstração	de	que	a	alienação	ocorreu	enquanto	pendia	ação	contra	o
executado,	 capaz	 de	 reduzi-lo	 à	 insolvência,	 sendo,	 no	 caso,	 irrelevante	 qualquer	 tipo	 de
averbação,	 registro	 ou	 apontamento	 de	 constrição	 sobre	 o	 bem.	 5.1	Há	 entendimento	 de	 que	 a
averbação,	 registro	 ou	 apontamento	 de	 constrição	 sobre	 o	 bem.	 5.1	Há	 entendimento	 de	 que	 a
preexistência	de	qualquer	ação	 (e	não	 só	as	 executivas)	que	possa,no	 futuro,	 levar	o	devedor	à
insolvência	é	suficiente	para	o	reconhecimento	da	fraude.	Contudo,	ainda	com	relação	a	este	 tipo
específico	de	fraude	à	execução,	há	intenso	debate	a	respeito	de	duas	questões:	(i)	a	necessidade,	ou
não,	 de	 prévia	 citação	 do	 réu/executado;	 e	 (ii)	 a	 necessidade,	 ou	 não,	 de	 prova	 da	 má-fé	 do
adquirente.
6.	Ainda	sobre	a	demanda	capaz	de	reduzir	o	devedor	à	insolvência:	necessidade,	ou	não,	de
prévia	citação?	Quanto	à	necessidade,	ou	não,	de	prévia	citação,	tem	prevalecido,	no	âmbito	do	STJ,	o
entendimento	de	que	apenas	se	configura	a	fraude	à	execução	quando	a	alienação	do	bem	 tenha
ocorrido	 após	 a	 existência	 da	 demanda	 com	 citação	 válida.	 29	 O	 NCPC	 nada	 trouxe	 que	 tenha	 o
condão	de	modificar	tal	entendimento.	Pelo	contrário,	o	disposto	no	§	3.º	o	reforça,	porquanto,	pela
sua	 dicção,	 na	 hipótese	 de	 desconsideração	 da	 personalidade	 jurídica,	 a	 fraude	 à	 execução
somente	se	consuma	após	a	partir	da	citação	da	parte	cuja	personalidade	se	pretende	desconsiderar.
7.	 Ainda	 sobre	 a	 demanda	 capaz	 de	 reduzir	 o	 devedor	 à	 insolvência:	 a	 prova	 da	 má-fé	 ––
parágrafo	 segundo.	Com	 relação	 a	 necessidade,	 ou	 não,	 de	 prova	 da	 má-fé	 do	 adquirente,	 a
questão	está	pacificada	pelo	STJ,	conforme	segunda	parte	da	Súmula	375	(“o	reconhecimento	da	fraude
à	 execução	 depende	 do	 registro	 da	 penhora	 do	 bem	 alienado	 ou	 da	 prova	 de	 má-fé	 do	 terceiro
adquirente”).	Mas,	para	alguns,	o	NCPC	teria	trazido	regra	expressa	em	sentido	contrário.	É	o	que	se
inferiria	 do	 §	 2.º	 que	 impõe	 ao	 terceiro	 adquirente	 o	 ônus	 de	 provar	 que	 ““adotou	as	 cautelas
necessárias	 para	 a	 aquisição,	 mediante	 a	 exibição	 das	 certidões	 pertinentes,	 obtidas	 no
domicílio	 do	 vendedor	 e	 no	 local	 onde	 se	 encontra	 o	 bem””.	 Para	 essa	 corrente,	 ao	 menos	 na
literalidade	da	norma,	o	dispositivo	previsto	no	§	2.º	do	art.	792	teria	aplicação	somente	para	os	bens
“não	 sujeitos	 a	 registro”.	 Assim	 dependendo	 da	 interpretação	 que	 se	 dê	 a	 esse	 dispositivo,	 poderá
haver	uma	modificação	do	entendimento	jurisprudencial	que	impõe	ao	exequente	provar	a	má-fé	do
adquirente.	Nesse	caso,	poder-se-á	sustentar	uma	inversão	no	ônus	desta	prova,	cabendo	ao	terceiro-
adquirente	fazer	prova	de	sua	boa-fé	e	não	o	contrário.	Firmado	esse	entendimento,	a	Súmula	375	do
STJ	deverá	ser,	na	sua	segunda	parte,	revogada,	só	se	justificando	sua	manutenção	quanto	à	exigência
da	citação.	7.1	Há	autores	que,	de	outro	lado,	sustentam	que	não	se	imporia	qualquer	modificação	no
posicionamento	do	STJ.	A	interpretação	que	fazem	do	§	2.º	do	art.	792	é	no	sentido	de	que	caberia	ao
adquirente	o	ônus	da	prova	da	sua	boa-fé,	demonstrando	as	diligências	que	 tenha	tomado	antes	da
aquisição	do	bem,	apenas	na	hipótese	de	bens	móveis	em	relação	aos	quais	inexiste	a	possibilidade	de
averbação	 no	 registro	 público.	 Esse	 não	 seria	 o	 caso,	 por	 exemplo,	 dos	 veículos	 automotores,	 cuja
anotação	acerca	da	propositura	da	ação	ou	atos	de	constrição	devem	ser	feitos	junto	ao	Detran.	Nessa
hipótese,	deixando	o	credor	de	providenciar	a	averbação,	caberia	a	ele	o	ônus	de	provar	a	má-fé	do
terceiro.	O	dissenso	existe,	 inclusive	entre	os	coautores	destes	Primeiros	Comentários,	de	forma	que
caberá	à	jurisprudência	fixar	a	orientação	que	deverá	prevalecer.
8.	O	contraditório	prévio	––	parágrafo	quarto.	Por	fim,	o	§	4.º	 traz	mais	uma	inovação,	a	nosso
ver,	bastante	salutar:	“antes	de	declarar	a	fraude	à	execução,	o	juiz	deverá	intimar	o	terceiro	adquirente,
que,	 se	 quiser,	 poderá	 opor	 embargos	 de	 terceiro,	 no	 prazo	 de	 quinze	 dias”.	Dessa	 forma,	 antes	 de
reconhecer	 a	 fraude,	 em	 respeito	 ao	 contraditório,	 o	 juiz	 deverá	 intimar	 o	 terceiro.	 Até	 aí,
perfeito!	A	conduta	sugerida	ao	terceiro	é	que	não	parece	a	mais	apropriada.	8.1	Com	efeito,	ao	invés
de	permitir	ao	terceiro	manifestar-se	nos	autos	e	 influir	na	decisão	a	respeito	do	reconhecimento,
ou	não,	da	fraude,	criando	um	incidente,	o	NCPC	impõe	ao	terceiro	que	se	manifeste	por	meio	de
uma	ação,	os	embargos	de	terceiro.	8.2	Pior	ainda	é	a	inócua	previsão	de	15	(quinze)	dias	para	seu
ajuizamento.	E	se	o	terceiro	não	o	fizer	nesse	prazo?	Haverá	alguma	consequência?	A	resposta	que	se
impõe,	 a	nosso	ver,	 é	negativa.	 Isso	 porque	não	 se	 cogita,	 obviamente,	 de	 preclusão,	 posto	 ser	 um
fenômeno	 endoprocessual.	 Ademais,	 o	 prazo	 para	 a	 propositura	 dos	 embargos	 de	 terceiro	 está
ditado	pelo	art.	675,	ou	seja:	no	processo	de	conhecimento,	podem	ser	opostos	a	qualquer	 tempo
enquanto	não	transitada	em	julgado	a	sentença,	e,	no	cumprimento	de	sentença	ou	no	processo	de
enquanto	não	transitada	em	julgado	a	sentença,	e,	no	cumprimento	de	sentença	ou	no	processo	de
execução,	 até	 cinco	 dias	 depois	 da	 adjudicação,	 alienação	 por	 iniciativa	 particular	 ou	 da
arrematação,	mas	sempre	antes	da	assinatura	da	respectiva	carta.	30	8.3	A	respeito	desse	tema,	há	o
Enunciado	 191	 do	 Fórum	 Permanente	 de	 Processualistas	 Civis:	 “O	 prazo	 de	 quinze	 dias	 para	 opor
embargos	de	terceiro,	disposto	no	§	4.º	do	art.	792,	é	aplicável	exclusivamente	aos	casos	de	declaração
de	fraude	à	execução;	os	demais	casos	de	embargos	de	terceiro	são	regidos	pelo	prazo	do	‘caput’	do	art.
675”.
Art.	793.	O	exequente	que	estiver,	por	direito	de	retenção,	na	posse	de	coisa	pertencente	ao
devedor	não	poderá	promover	a	execução	sobre	outros	bens	senão	depois	de	excutida	a	coisa	que
se	achar	em	seu	poder.
*	Correspondência	legislativa:	art.	594	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	arts.	319,	476,	477,	491,	495,	578,	644,	664,	681,	708,	1.219,	1.220,	1.423,
1.433,	II,	1.434	e	1.507	a	1.509,	CC.
1.	Ato	de	constrição	sobre	a	coisa	retida.	Este	dispositivo	confere	ao	devedor	a	prerrogativa	de
não	sofrer	constrição	sobre	os	bens	em	seu	poder,	 salvo	depois	do	 exequente	haver	executado	o
bem	que,	por	direito	de	retenção,	esteja	em	sua	posse.	Somente	se	esse	bem	revelar-se	insuficiente,
o	exequente	prosseguirá	com	os	atos	executivos	em	outros	bens	do	patrimônio	do	devedor.	Trata-se
de	regra	afinada	com	o	princípio	da	menor	gravosidade	ao	executado,	insculpido	no	art.	805	do	NCPC.
Art.	794.	O	fiador,	quando	executado,	tem	o	direito	de	exigir	que	primeiro	sejam	executados
os	 bens	 do	 devedor	 situados	 na	 mesma	 comarca,	 livres	 e	 desembargados,	 indicando-os
pormenorizadamente	à	penhora.
§	 1º	 Os	 bens	 do	 fiador	 ficarão	 sujeitos	 à	 execução	 se	 os	 do	 devedor,	 situados	 na	 mesma
comarca	que	os	seus,	forem	insuficientes	à	satisfação	do	direito	do	credor.
§	2º	O	fiador	que	pagar	a	dívida	poderá	executar	o	afiançado	nos	autos	do	mesmo	processo.
§	3º	O	disposto	no	caput	não	se	aplica	se	o	fiador	houver	renunciado	ao	benefício	de	ordem.
*	Correspondência	legislativa:	art.	595	caput	e	parágrafo	único	do	CPC/73.	Outras	ref.	normativas:
V.	arts.	827	e	828,	CC.
Sumário:	1.	O	fiador	e	o	benefício	de	ordem.	2.	Indicação	de	bens	do	devedor	pelo	fiador.	3.	Direito
de	regresso	do	fiador.	4.	Renúncia	ao	benefício	de	ordem.
1.	O	 fiador	e	o	benefício	de	ordem.	Este	dispositivo	 trata	do	 exercício	do	benefício	de	ordem
pelo	fiador.	Pode-se	dizer	que	o	benefício	de	ordem	consiste	no	direito	que	se	garante	ao	fiador	de
exigir	que	o	 exequente	volte-se	 primeiramente	 contra	os	bens	do	devedor,	 para	que	 estes	 sejam
executados	antes	dos	seus.
2.	 Indicação	 de	 bens	 do	 devedor	 pelo	 fiador.	 Nos	 termos	 do	 caput,	 o	 fiador	 que	 invocar	 o
benefício	 de	 ordem	deverá	 indicar	 bens	do	devedor	 livres	e	 desimpedidos	na	mesma	 comarca.
Além	disso,	 conforme	 o	 §	 1.º,	 tais	 bens,	 nomeados	 pelo	 fiador,	 devem	 ser	 suficientes	 para	 saldar	 o
débito.	Tais	disposições	estão	em	perfeita	consonância	com	o	parágrafo	único	do	art.	827	do	Código
Civil.
3.	Direito	de	regresso	do	fiador.	O	§	2.º	traz	a	possibilidade	do	fiador	que	pagar	a	dívida	exercer
seu	direito	de	regresso,em	face	do	devedor,	no	mesmo	processo	em	que	respondeu	pela	dívida.
4.	 Renúncia	 ao	 benefício	 de	 ordem.	 Por	 fim,	 o	 §	 3.º	 esclarece	 que	 se	 o	 fiador	 renunciar	 ao
4.	 Renúncia	 ao	 benefício	 de	 ordem.	 Por	 fim,	 o	 §	 3.º	 esclarece	 que	 se	 o	 fiador	 renunciar	 ao
benefício	de	ordem,	terá	a	mesma	sorte	que	o	devedor,	não	podendo	invocar	primazia	na	excussão
dos	 bens	 do	 executado.	 Além	 desta	 hipótese,	 o	 art.	 828	 do	 Código	 Civil	 traz	 outras	 duas	 para	 a
inaplicabilidade	do	benefício	de	ordem:	se	o	fiador	tiver	se	obrigado	como	pagador	principal	ou
devedor	solidário	e	se	o	devedor	for	insolvente	ou	falido.
Art.	795.	Os	bens	particulares	dos	sócios	não	respondem	pelas	dívidas	da	sociedade,	senão	nos
casos	previstos	em	lei.
§	1º	O	sócio	réu,	quando	responsável	pelo	pagamento	da	dívida	da	sociedade,	tem	o	direito	de
exigir	que	primeiro	sejam	excutidos	os	bens	da	sociedade.
§	 2º	 Incumbe	 ao	 sócio	 que	 alegar	 o	 benefício	 do	 §	 1º	 nomear	 quantos	 bens	 da	 sociedade
situados	na	mesma	comarca,	livres	e	desembargados,	bastem	para	pagar	o	débito.
§	3º	O	sócio	que	pagar	a	dívida	poderá	executar	a	sociedade	nos	autos	do	mesmo	processo.
§	4º	Para	a	desconsideração	da	personalidade	jurídica	é	obrigatória	a	observância	do	incidente
previsto	neste	Código.
*	Correspondência	legislativa:	art.	596,	§§1.º	e	2.º	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	art.	790,	II,	NCPC;	art.	1.022,	CC;	arts.	134,	VII,	e	135,	I,	CTN.
Sumário:	1.	Responsabilidade	da	sociedade	e	do	sócio;	2.	Benefício	de	ordem	e	direito	de	regresso;
3.	Despersonalização	da	pessoa	jurídica.
1.	 Responsabilidade	 da	 sociedade	 e	 do	 sócio.	 Este	 dispositivo	 trata	 da	 responsabilidade	 do
sócio,	numa	espécie	de	complementação	do	disposto	no	art.	790,	II.	Como	já	se	disse,	a	regra	é	que	a
sociedade,	como	detentora	de	personalidade	jurídica	própria,	responda	por	suas	dívidas.	O	sócio
somente	 responde	com	 seus	 bens	 particulares	nos	 casos	 fixados	por	 lei,	 como,	 por	 exemplo,	 na
responsabilidade	de	obrigações	tributárias	resultantes	de	atos	praticados	com	excesso	de	poderes	ou
infração	de	lei	ou	do	contrato	social	ou	estatuto,	nos	termos	do	art.	135,	III,	do	CTN.
2.	Benefício	de	ordem	e	direito	de	regresso.	Mesmo	que	o	sócio	responda	pelas	obrigações	da
sociedade,	poderá,	tal	como	o	fiador	(comentado	no	artigo	de	lei	anterior),	utilizar-se	do	benefício	de
ordem,	exigindo	que,	primeiro,	sejam	expropriados	os	bens	da	sociedade	(§	1.º).	Para	tanto,	deverá
indicar	bens	suficientes,	desde	que	 livres	e	desimpedidos,	na	mesma	comarca	 (§	2.º).	Pagando	a
dívida	da	sociedade,	o	sócio	poderá	executá-la,	em	regresso,	nos	mesmos	autos	(§	3.º).
3.	 Despersonalização	 da	 pessoa	 jurídica.	 Por	 fim,	 o	 §4.º	 esclarece	 que	 para	 a	 hipótese	 de
despersonalização	da	pessoa	jurídica	necessariamente	deverá	ser	observado	o	 incidente	próprio
previsto	nos	arts.	133	a	137.	Repita-se,	mais	uma	vez,	que	o	NCPC	previu	um	incidente,	de	 caráter
cognitivo,	com	amplo	respeito	ao	contraditório,	para	se	decidir,	ou	não,	pela	despersonalização.	Só
após	tal	decisão,	proferida	no	incidente,	os	atos	executivos	serão	direcionados	aos	bens	dos	sócios.
Art.	796.	 O	 espólio	 responde	 pelas	 dívidas	 do	 falecido,	mas,	 feita	 a	 partilha,	 cada	 herdeiro
responde	por	elas	dentro	das	forças	da	herança	e	na	proporção	da	parte	que	lhe	coube.
*	Correspondência	legislativa:	art.	597	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	arts.	1.792,	1.821	e	1.997,	CC.
Responsabilidade	do	espólio	e	dos	herdeiros.	Este	dispositivo	 relaciona-se	 com	o	art.	 779,	 II	 e
praticamente	repete	a	regra	contida	no	art.	1.997	do	Código	Civil.	Antes	da	partilha,	o	espólio,	como
praticamente	repete	a	regra	contida	no	art.	1.997	do	Código	Civil.	Antes	da	partilha,	o	espólio,	como
ente	sem	personalidade	jurídica,	responde	pelas	dívidas	do	de	cujus.	Após	a	partilha,	 os	herdeiros
respondem	pelas	obrigações,	limitando-se,	contudo,	sua	responsabilidade	ao	valor	da	quota	parte
recebida	por	força	da	sucessão.31	Noutras	palavras,	a	responsabilidade	do	herdeiro	pelas	dívidas	do
falecido	é	limitada	aos	bens	que	na	herança	lhe	couberem.	32
footnotesfootnotes
21.	Rogerio	Licastro	Torres	de	Mello.	Responsabilidade	executiva	secundária	–	a	execução	em	face	do	sócio,	do	cônjuge	do	fiador	e	afins.	2.
ed.	São	Paulo:	Ed.	RT,	2015,	p.	160	e	ss.
22.	Rogerio	Licastro	Torres	de	Mello.	Responsabilidade	executiva	secundária	–	a	execução	em	face	do	sócio,	do	cônjuge	do	fiador	e	afins.	2.
ed.	São	Paulo:	Ed.	RT,	2015,	p.	182.
23.	“Para	que	haja	partilha	igualitária	de	dívida	contraída	pelo	convivente	exclusivamente	em	seu	nome	na	constância	da	união	estável,
incumbe-lhe	 a	 prova	 de	 que	 fora	 revertida	 em	 benefício	 do	 casal.	 Inteligência	 do	 art.	 1.664,	 do	 Código	 Civil”	 (TJ-MG,	 AC
1.0024.10.193365-3/001,	 7.ª	Câmara	Cível,	 j.	 15.10.2013,	 rel.	Des.	Belizário	de	Lacerda,	DJe	18.10.2013).	 “É	 do	 convivente	meeiro	 o
ônus	da	prova	de	que	a	dívida	contraída	não	beneficiou	a	família.	Precedentes”	(STJ,	REsp	348428/RJ,	4.T.,	j.	13.11.2007,	Rel.	Min.	Hélio
Quaglia	Barbosa,	DJ	26.11.2007).	“Tratando-se	de	dívida	contraída	por	um	dos	cônjuges,	a	regra	geral	é	a	de	que	cabe	ao	meeiro	o	ônus
da	 prova	 de	 que	 a	 dívida	 não	 beneficiou	 a	 família,	 haja	 vista	 a	 solidariedade	 entre	 o	 casal.	 Precedentes”	 (STJ,	 AgRg	 no	 AREsp
427980/PR,	4.T.,	j.	18.02.2014,	rel.	Min.	Luis	Felipe	Salomão,	DJe	25.02.2014).
24.	Curso	Avançado	de	Processo	Civil,	14.	ed.,	p.	158.
25.	Rogerio	Licastro	Torres	de	Mello.	Responsabilidade	executiva	secundária	–	a	execução	em	face	do	sócio,	do	cônjuge	do	fiador	e	afins.	2.
ed.	São	Paulo:	Ed.	RT,	2015,	p.	195	e	ss.
26.	Segundo	Yussef	Said	Cahali	“o	efeito	da	sentença	pauliana	resulta	do	objetivo	a	que	colima	ação:	‘declaração	de	ineficácia	jurídica	do
negócio	jurídico’”	(Fraudes	 contra	credores.	São	Paulo:	Ed.	RT,	1999,	n.17,	p.	385).	Para	Humberto	Theodoro	 Júnior:	 “A	fraude	 frustra,
então,	 a	 atuação	 da	 Justiça,	 e,	 por	 isso,	 é	 repelida	 mais	 energicamente.	 Não	 há	 necessidade	 de	 nenhuma	 ação	 para	 anular	 ou
desconstituir	 o	 ato	de	disposição	 fraudulenta.	A	 lei	 o	 considera	 simplesmente	 ineficaz	perante	 o	 exequente”	(Processo	 de	 execução	 e
cumprimento	da	sentença.	São	Paulo:	Liv.	e	Ed.	Universitária	de	Direito,	2007,	n.	109,	p.	169).
27.	Rogerio	Licastro	Torres	de	Mello.	Responsabilidade	executiva	secundária	–	a	execução	em	face	do	sócio,	do	cônjuge	do	fiador	e	afins.	2.
ed.	São	Paulo:	Ed.	RT,	2015,	p.	187	e	ss.
28.	Yussed	Said	Cahali.	Fraudes	Contra	Credores.	São	Paulo:	Ed.	RT,	2013;	Araken	de	Assis.	Manual	da	Execução.	São	Paulo:	Ed.	RT,	2013;
Rodolfo	 da	 Costa	 Manso	 Real	 Amadeo.	 Fraude	 de	 execução.	 Coord.	 Carlos	 Alberto	 Carmona.	 São	 Paulo:	 Atlas,	 2012;	 Luiz	 Rodrigues
Wambier	 e	 Eduardo	 Talamini.	 Curso	 Avançado	 de	 processo	 civil.	 v.2.	 São	 Paulo:	 Ed.	 RT,	 2014;	Humberto	 Theodoro	 Júnior.	 Curso	 de
direito	processual	civil.	V.2.	Rio	de	Janeiro:	Forense,	2014;	Cândido	Rangel	Dinamarco.	Execução	Civil.	São	Paulo:	Malheiros,	2002.
29.	“Para	 fins	do	art.	 543-C	do	CPC,	 firma-se	a	 seguinte	orientação:	 1.1.	 É	 indispensável	 citação	válida	para	 configuração	da	 fraude	de
execução,	ressalvada	a	hipótese	prevista	no	§	3.º	do	art.	615-A	do	CPC.	1.2.	O	reconhecimento	da	fraude	de	execução	depende	do	registro
da	penhora	do	bem	alienado	ou	da	prova	de	má-fé	do	terceiro	adquirente	(Súmula	375/STJ).	1.3.	A	presunção	de	boa-fé	é	princípio	geral
de	direito	universalmente	aceito,	sendo	milenar	a	parêmia:	a	boa-fé	se	presume;	a	má-fé	se	prova	(STJ,	REsp	956943/PR,	Corte	Especial,
j.	20.08.2014,	Rel.	Min.	Nancy	Andrighi,	DJe	01.02.2014).	Confira	também:	“3.	A	presunção	de	fraude	estabelecida	pelo	inciso	II	do	art.
593	 do	 CPC	 beneficia	 o	 autor	 ou	 exeqüente,	 transferindo	 à	 parte	 contrária	 o	 ônus	 da	 prova	 da	 não	 ocorrência	 dos	 pressupostos
caracterizadoresda	 fraude	de	execução.	Precedente	da	Segunda	Seção:	AR	3.307/SP.	 4.	 Tendo	as	 instâncias	ordinárias	 reconhecido	a
ausência	 de	 prova	 de	 solvência	 do	 executado	 que	 alienou	 bem	 imóvel	 após	 sua	 citação	 válida	 em	 processo	 executivo,	 correto	 o
reconhecimento	da	 fraude	 à	 execução”	 (STJ,	 AR	 3785,	 2.º	 S.,	 j.	 12.02.2014,	 Rel.	Min.	 João	Otávio	 de	Noronha,	DJe	 10.03.2014).	 No
mesmo	sentido:	STJ,	EDcl	no	AREsp	497776/RS,	2.T.,	j.	03.06.2014,	Rel.	Min.	Humberto	Martins,	DJe	12.06.2014.
30.	Em	sentido	contrário,	Cassio	Scarpinella	Bueno:	“O	prazo	para	embargos	de	terceiro	nesse	caso	é	de	quinze	dias,	que	deve	prevalecer
sobre	a	regra	genérica	do	art.	675,	caput”	(Manual	de	Direito	Processual	Civil,	op.cit,	p.	487).
©	desta	edição	[2016]
31.	“Após	a	homologação	da	partilha	e	havendo	mais	de	um	herdeiro,	revela-se	incabível	a	constrição	de	bem	herdado	por	um	deles	para
a	 garantia	 de	 toda	 a	 dívida	 deixada	 pela	 de	 cujus,	 pois	 a	 responsabilidade	 do	 sucessor	 é	 proporcional	 ao	 seu	 quinhão”	 (STJ,	 REsp
1290042/SP,	6.T.,	j.	01.12.2011,	rel.	Min.	Maria	Thereza	de	Assis	Moura,	DJe	29.02.2012).
32.	“Decorre	do	art.	597	do	CPC	que	o	espólio	responde	pelas	dívidas	do	falecido,	determinação	também	contida	no	art.	1.997	do	CC,	sendo
induvidoso,	portanto,	que	o	patrimônio	deixado	pelo	de	cujus	suportará	esse	encargo	até	o	momento	em	que	for	realizada	a	partilha,
quando	então	cada	herdeiro	responderá	dentro	das	forças	do	que	vier	a	receber”	(STJ,	REsp	1318506/RS,	3.T.,	j.	18.11.2014,	rel.	Min.
Marco	Aurélio	Bellizze,	DJe	24.11.2014).

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