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O Império do Direito - Resumo

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O Império do Direito
Capitulo 1
Divergências quanto ao direito:
Questões de fato: divergência quanto aos fatos concretos e históricos envolvidos no caso
Questões de direito: divergência sobre a lei que rege um caso e quanto às formas de verificação a serem usadas
Questões de moralidade: divergência sobre o que é certo ou errado em termos morais
Dworkin defende que o que existe é a divergência teórica no direito, relacionada a segunda questão, referente a discordância entre juízes e advogados quanto os fundamentos do direito (a questão de se a legislação e as decisões (precedentes) esgotam ou não tais fundamentos.
Ao fazer essa defesa, Dworkin critica o direito como simples questão de fato
Direito como simples questão de fato: o direito é aquilo que as instituições jurídicas decidiram no passado e os operadores jurídicos sempre estão de acordo quanto a isso. Quando divergem, é por questões de moralidade, fidelidade, ou simplesmente uma divergência verbal (só divergências empíricas são sensatas), mas nunca sobre qual é o direito, pois este já está previamente estabelecido como um conjunto de regras comum a todos. Considera as divergências teóricas como ilusórias (são acerca do que o direito “deveria ser”).
A crítica de Dworkin é feita com 4 contra-exemplos para mostrar que na vida real as controvérsias em casos difíceis não são meramente superficiais (empíricas), como defende o direito como simples questão de fato, mas sim quanto a essência, a natureza do direito (teóricas).
Desse modo, Dworkin critica as teorias semânticas que tratam o direito como simples questão de fato: divergem sobre quais critérios [para decidir quando as proposições jurídicas são falsas ou verdadeiras] os advogados de fato compartilham e sobre os fundamentos que esses critérios na verdade estipulam
pressupõem que os advogados e juízes usem basicamente os mesmos critérios para decidir sobre a veracidade das proposições jurídicas. 
 Teorias semânticas implausíveis: direito natural e realismo jurídico 
Mais plausível: Positivismo jurídico 
Positivismo jurídico: utiliza o ponto de vista do direito como simples questão de fato. Defende que a verdade das proposições jurídicas está fundamentada em critérios comuns que dependem de eventos históricos. Acredita que só há divergências empíricas, e não divergências teóricas, porque há uma convenção a respeito dos fundamentos do direito. (Austin e Hart).
Defesa rasa do positivismo: juízes fingem divergências sobre a natureza do direito
Defesa sofisticada: problemática está no uso do vocábulo direito, como suas regras e fundamentos não são precisos tem-se casos nebulosos. Portanto, juízes quando parecem estar divergindo sobre o direito, na verdade estão apenas falando sem entender um ao outro. (Aguilhão semântico)
Capitulo 2
Aguilhão semântico: só se pode discutir se todos aceitam os mesmos critérios (tentativa de identificar as regras fundamentais da pratica jurídica) 
Subestima as divergências teóricas 
Divergência possível: quanto aos casos limítrofes
Incapaz de explicar porque mesmo com critérios diferentes as pessoas conseguem divergir com sentido. (feminista x conservador).
Dworkin: sugere critérios distintos mas acredita que mesmo assim haverá divergência (porque ela é teórica)
Dworkin diz que toda prática tem uma intenção 
Interpretação conversacional e cientifica: intenção do autor
Interpretação da prática social e artística: não é a intenção do autor (requer uma interpretação criativa e construtiva) porque as intenções dos adeptos da pratica não a esgotam (o que a prática é ou exige de verdade é diferente do que as pessoas pensam que a prática é ou exige), e são dispensáveis (só são relevantes quando há uma razão distinta das intenções para valorizar as intenções)
Atitude interpretativa: exemplo da regra de cortesia (pratica social é em parte contingente) que antes era um tabu mecânico mas passa a ser questionada, ou seja, desenvolve-se uma atitude interpretativa (tentativa de impor um proposito e tornar a pratica sensível a esse propósito) que muda a regra na prática até que esta se torne mecânica novamente e exija nova intepretação. O direito é como a cortesia. 
Interpretação construtiva: impõe um propósito ou valor a pratica e entende que seu exercício é a melhor forma de atender aos propósitos e valores impostos.
Para Dworkin o direito é um processo abstrato e, portanto, uma teoria geral do direito deve possuir interpretações construtivas: tentam apresentar o conjunto da jurisdição em sua melhor luz, para alcançar o equilíbrio entre a jurisdição tal como a encontram e a melhor justificativa dessa prática
Etapas da interpretação construtiva: três etapas interpretativas 
1) Pré interpretativa: trata do problema da identificação do direito; identificação e qualificação do objeto a ser interpretado, identifica as regras e normas que proporcionam o conteúdo da prática. Dworkin alerta que mesmo nessa fase é necessário algum tipo de interpretação. As regras sociais não possuem um rótulo de identificação, mas para o sucesso deste processo interpretativo é necessário um alto grau de consenso na identificação.
2) Interpretativa: busca um significado, uma justificação para o direito. Busca uma justificativa geral, de valores e objetivos que se considera que a prática persegue. A justificativa não precisa ajustar-se a todos os aspectos ou características da prática estabelecida, mas deve ajustar-se o suficiente para que o intérprete possa ver-se como alguém que interpreta essa prática, não como alguém que inventa uma nova prática.
3) Pós interpretativa: busca a melhor interpretação, o melhor ajuste de acordo com o que a prática requer. Trata-se de determinar o que a prática realmente necessita para conseguir uma máxima realização dos princípios que se considera que justificam. Nesta terceira fase interferem valores de convicção, pretende-se alcançar uma aplicação coerente da melhor justificativa prática, essa fase pretende estruturar a prática à luz de seus objetivos. 
A finalidade da interpretação é apresentar, em sua melhor luz, o objeto ou prática a ser interpretado
Dworkin acredita que sempre é possível encontrar uma interpretação que seja a melhor, a única resposta correta para o caso concreto (porque o direito é complexo e elaborado). Mas para que isso ocorra, é necessário que se recorra a juízos morais, que é precisamente a atividade realizada na etapa pós-interpretativa.
Os céticos acreditam que Dworkin erra: é um erro achar que interpretações podem ser certas ou erradas, verdadeiras ou falsas
Ceticismo interno à atividade interpretativa: opiniões globais são bem fundadas e as contrárias são erradas. Se apoia na atitude interpretativa para pôr em dúvida todas as possíveis interpretações de um objeto
Ceticismo externo: não se propõe a fazer a fazer a análise interna e interpretativa; acredita que valores estéticos e morais não podem ser testados e comprovados
Dworkin diz que não faz sentido: (1) ele não faz o exercício interpretativo, (2) erra porque a partir do momento em que se tem uma intepretação (opinião) se pressupõe que a mesma é verdade e está correta e (3) é contraditório porque afirma que não há nada absolutamente verdadeiro ou correto, mas afirma que o próprio cetiscismo é assim.
Para Dworkin a pratica jurídica não é habitada por céticos, na verdade as pessoas se esforçam para argumentar em favor do seu ponto de vista porque pensam que aquilo é verdade e está correto.
Para Dworkin o direito não se presta a ser correto como as ciências puras, mas sim uma questão de interpretação argumentativa entre concepções que determinará o que é certo e o que é errado (construção da realidade jurídica). Existem várias concepções de direito (meios de interpretar o conceito) = divergências teóricas
Capítulo 3
Para Dworkin, o Direito é um conceito interpretativo e, portanto, as divergências que surgem no âmbito teórico são interpretativas (sobre a melhor intepretação de algum aspecto do direito).Toda comunidade tem paradigmas de direito (proposições tidas como obviamente verdadeiras) que geram convergência
Forças centrípetas (convergência): paradigmas, precedentes, meio intelectual, conservadorismo do ensino
Forças centrifugas: expectativas sociais em descompasso com o direito; geram dissolução das forças centrípetas e requerem a reconstrução de um novo paradigma
Para Dworkin o direito é um processo abstrato e, portanto, uma teoria geral do direito deve também ser abstrata pois tem como finalidade interpretar o ponto essencial e a estrutura de da jurisdição e na apenas uma parte dela.
Interpretação construtiva que tenta apresentar o conjunto da jurisdição em sua melhor luz
Cada voto de juiz é uma peça de filosofia do direito (todo argumento adota um fundamento abstrato oferecido pela doutrina, quando a confronto entre os fundamentos, o argumento adota um e ignora o outro)
Exigência prática do esforço interpretativo: acordo pré-interpratitvo (consenso inicial, contingente e local sobra quais são as práticas jurídicas)
Conceito mais abstrato e fundamental do Direito: direito guia e restringe o poder do governo através da premissa segundo a qual a força não deve ser usada ou refreado a menos que permitida ou exigida pelos direitos e responsabilidades individuais que decorrem de decisões anteriores. = Estado de Direito
Existem várias concepções do direito (aprimoram a interpretação inicial do conceito)
As concepções devem responder à 3 perguntas colocadas pelo conceito:
O elo entre direito e coerção justifica-se? Faz sentido exigir que a força seja usada só conforme os direitos e responsabilidades decorrentes de decisões anteriores?
Se esse sentido existe, qual é ele?
Qual leitura de coerência com o passado é mais apropriada?
Dworkin estuda três concepções: convencionalismo, pragmatismo jurídico e direito como integridade
Essas são teorias interpretativas: utilizam argumentos morais, a diferença entre elas é o fundamento destes e em qual etapa interferem
Convencionalismo: converge com o positivismo; 1) SIM; 2) O sentido se expressa na previsibilidade e na equidade do uso da força conforme decisões políticas anteriores; 3) Um direito ou responsabilidade só decorre de decisões anteriores se estiver explicito nas decisões
Pragmatismo: concepção cética; 1) NÃO, não há vantagem em exigir uma conformidade com as decisões passadas. Os juízes devem tomar decisões que lhe pareçam melhores para o futuro da comunidade ignorando a coerência com o passado.
Direito como integridade: defendida por Dworkin; 1) SIM; 2) Acha que a vinculação com o passado beneficia a sociedade não só pela previsibilidade, mas por assegurar um tipo de igualdade. 3) Um direito ou responsabilidade tem valor não só quando estão explícitos, mas também quando estão implícitos em princípios morais e políticos. 
Capítulo 4 – Convencionalismo 
Essa concepção acredita que a pratica jurídica e uma questão de respeito a convenções jurídicas
Quando a convenção é duvidosa, não há direito e, portanto, ele deve ser criado (não arbitrariamente) = o passado não exaure o direito
2 afirmações pós interpretativas: Positiva: os juízes devem respeitar as convenções jurídicas em vigor na comunidade. Negativa: não há direito se este não for extraído por técnicas convencionais 
Essa concepção acredita que o passado deve ser “seguido e respeitado” para proteger as expectativas dos cidadãos
Existem duas versões do convencionalismo: 
Convencionalismo moderado (implícito): considera acordos + melhores interpretações da convenção (acha que a extensão implícita da convenção é a melhor luz da explicita) 
Dworkin diz que não faz sentido porque ao incluir a extensão implícita gera surpresa e não protege as expectativas que se propunha 
Convencionalismo estrito (explícito): acredita que convenção é aquilo que quase todas as pessoas concordam; faz sentido porque não adota a extensão implícita e protege as pessoas da surpresa
Dworkin analisando a versão estrita, diz que o problema do convencionalismo é que (1) ele não se encaixa a realidade (não guia os casos concretos, porque os juízes rejeitam a proposição negativa: eles sempre acham que o direito tem uma resposta correta e não desistem quando ela é vaga ou não é óbvia); (2) que não existem essas convenções (faz porque os outros fazem) (o que existe é um consenso por convicção = concorda porque acha que é o certo); e que (3) ele não justifica a prática porque usa a razão moral para excluir a moral (extensão implícita) do direito; o convencionalismo precisa de uma justificativa melhor que a de evitar surpresas (segundo Dworkin, elas devem ser aceitas quando necessário)
O convencionalismo fracassa na adequação (1) e na justificação (3)
O pragmatismo engloba o convencionalismo: o pragmático pode agir como um convencionalista por outras razões (se entender que a comunidade se beneficiará); o pragmatismo é flexível e adaptável (utilitarista) (Para Dworkin o pragmatismo é melhor que o convencionalismo) mas o convencionalismo não engloba o pragmatismo (é mais rígido, estrito)
Capítulo 5 – Pragmatismo
Teoria cética: não acha que o direito presente e futuro tem obrigação de ser coerente com as decisões do passado (responde não a 1ª pergunta, acredita que a razão que justifica a coação pode estar em quaisquer outras virtudes que farão a sociedade melhor) e não acredita que as pessoas realmente têm direitos jurídicos (direitos “como se” = o pragmatismo finge que elas têm direitos porque falar a verdade seria mais trabalhoso e prejudicial)
Direito são instrumentos para um fim que garanta uma sociedade melhor e não independentes
Adota juízos de valor prospectivos e estratégicos (analogia com o utilitarismo que foca no prejuízo geral)
O pragmatismo acredita que o direito deve agir e qualquer maneira que vá beneficiar a comunidade e promover coordenação e não desorganização social (estratégia de boa comunidade)
Por isso é mais flexível e adaptativo (pode agir como um convencionalista se isso for conveniente, mas por diferentes razões = pode vir a se tornar um convencionalismo caso isso seja melhor para a comunidade)
Dworkin critica o pragmatismo pois (1) não se encaixa a realidade porque exige que casos claros e obscuros sejam tratados diferentemente, mas na pratica os juízes tratam da mesma maneira pois são obcecados por achar uma resposta e (2) não se justifica porque Dwokin prova, na concepção de Direito como Integridade, que existem direitos jurídicos e, portanto, o pragmatismo está errado
O pragmatismo fracassa na adequação (1) e na justificação (2), mas ainda assim é melhor que o convencionalismo (flexibilidade)

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