CEJUS_Aula 11 - Direito Administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Primeira Fase da OAB 
11ª Aula 
Prof. José Aras 
 
 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
1. Generalidades: 
- O tema está intimamente ligada à moralidade; 
- Art. 37, caput da CF/88; 
- Art. 37, §4º da CF/88; dispositivo específico do tema improbidade administrativa; 
- Haverá sanção em razão da prática do ato de improbidade administrativa; 
- Regulamentando o dispositivo da CF, foi criada a Lei nº 8.429/92; 
 
2. Sujeitos do Ato de Improbidade: 
- Sujeito ativo do ato de improbidade: 
a) Agentes Públicos; 
b) Terceiros (que lidam de forma direta e indireta com a Administração Pública); 
 
OBS: A lei de improbidade adotou a concepção mais ampla possível de “agentes 
públicos”; 
Agente Público ≠ Servidores Públicos; 
Agentes Públicos: militares, particulares em colaboração (ex: mesário), servidores 
públicos, agentes políticos; 
De todos os agentes públicos, a ÚNICA exceção refere-se ao Presidente da República e 
aos Ministros de Estado, que, embora sejam agentes políticos, conforme orientação do 
STF, NÃO praticam Improbidade Administrativa, mas SIM crime de responsabilidade, e 
portanto não se sujeitam a Lei 8.429/92; 
 
 
 
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Os demais agentes políticos praticam improbidade administrativa; 
Os terceiros também praticam atos de improbidades; ex: contratados sobre o regime da 
Lei 8666, fornecedor, licitante; pareceristas em duas hipóteses: quando o parecer for 
NORMATIVO (decide / diz como tem que ser feito / não é uma mera opinião) e quando o 
parecer for privado, porém tiver sido elaborado para camuflar uma ilegalidade; 
 
- Sujeito passivo do ato de improbidade: 
a) Administração Pública Direta e Indireta; 
 
OBS: A improbidade também é praticada por pessoas privadas, desde que gerencie, 
aplique ou gaste dinheiro público; 
 
3. Ação Civil por Improbidade: 
- A ação civil pode ser proposta pelo Ministério Público ou pela Pessoa Jurídica que tiver 
sofrido a lesão; Esses são os AUTORES da ação; 
- Serão réus da ação qualquer agente público, assim como os terceiros que se 
beneficiaram direta ou indiretamente do ato de improbidade; Esses são os RÉUS da ação; 
- Na parte ré deverá haver SEMPRE um agente público; razão pela qual o litisconsórcio 
com um terceiro é apenas facultativo; 
- Se o réu vier a falecer, a ação será proposta contra os seus herdeiros, ATÉ o limite da 
herança recebida; 
- A lei veda transação, acordo ou conciliação envolvendo a ação por improbidade; 
Essência do Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público; 
- O Ministério Público quando não for parte autora, atuará na condição de fiscal da lei, sob 
pena de nulidade absoluta do processo; 
- Quando o Ministério Público for o autor da ação, a pessoa jurídica que sofreu a lesão, 
nela pode atuar na condição de Assistente Litisconsorcial Ativo, visando possibilitar o 
integral ressarcimento ao erário; 
- Antes de ser citado, o requerido será notificado para apresentar Manifestação escrita; 
SOMENTE após essa manifestação, é que o juiz decidirá se recebe ou não a petição 
inicial da ação por improbidade; 
- SE o juiz não receber a petição inicial, proferirá uma sentença sujeita a apelação; 
 
 
 
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- SE o juiz receber a petição inicial, proferirá uma decisão interlocutória sujeita a agravo; 
- SOMENTE depois de receber a petição inicial, é que o réu será citado para apresentar 
contestação; 
- Esse procedimento evita o uso político da ação por improbidade; 
- In dúbio pro societate; Na dúvida, o juiz deve avaliar sempre em prol do interesse 
coletivo, ou seja, receber a petição; 
 
3.1. Prescrição da Ação por Improbidade: 
- A ação por improbidade pode ter um prazo prescricional, são dois critérios: 
a) O primeiro critério envolve Exercício; esse exercício pode ser exercício de mandato, 
exercício de cargo em comissão e exercício de função de confiança; 
Para essas hipóteses, a ação prescreve no prazo de 05 (cinco) anos, contados DO 
TÉRMINO DO EXERCÍCIO, e não da prática do ato; 
 
b) O segundo critério envolve Cargo ou Emprego Público; 
Para os casos de cargo e emprego público, a prescrição terá o mesmo prazo da 
prescrição do processo administrativo disciplinar, que em regra, se dá em 05 (cinco) anos, 
da prática do ato; 
Porém, quando esse mesmo ato for ilícito penal, o prazo prescricional será o mesmo do 
processo penal; 
 
OBS: NÃO olvidar, não esquecer que, conforme Art. 37, §5º da CF/88, também a Ação 
por Improbidade é imprescritível na parte que visa o ressarcimento ao erário; 
 
4. Tipos Previstos em Lei de Improbidade: 
a) Enriquecimento Ilícito – Art. 9º da Lei 8429/92: somente admite DOLO; 
b) Lesão ao Erário – Art. 10 da Lei 8429/92: admite CULPA e DOLO; 
c) Violação aos Princípios da Administração Pública – Art. 11 da Lei 8429/92: somente 
DOLO; 
 
 
 
 
 
 
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OBS: 
Trata-se de uma enumeração meramente exemplificativa; 
O Ato de Improbidade só se caracteriza com a presença do elemento subjetivo: dolo ou 
culpa; 
O ato de violação de princípios independe da ocorrência de dano; 
 
5. Sanções para a prática do ato de improbidade: 
- Art. 12 da Lei 8429/92; 
- Dosimetria  previsão no parágrafo único do Art. 12; 
- Incisos (sanções): 
I – refere-se ao ato praticado no Art. 9º; ato mais grave, sanção mais grave; 
II – refere-se ao ato praticado no Art. 10; 
III – refere-se ao ato praticado no Art. 11; ato considerado como menos grave, sanção 
menos grave; 
- O ato mais grave irá absolver o ato menos grave na hora de aplicar a sanção; 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, 
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas 
isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 
2009). 
 I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, 
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos 
de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição 
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez 
anos; 
 II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos 
ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos 
políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de 
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
cinco anos; 
 III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, 
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da 
remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual 
seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos. 
 Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano 
causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente. 
 
 
 
www.cursocejus.com.brATOS Suspensão dos 
direitos políticos 
Proibição de 
contratar com o 
Poder Público 
Elemento do tipo 
Enriquecimento ilícito 8 até 10 anos 10 anos Receber/perceber ou 
utilizar 
Lesão ao erário 5 até 8 anos 5 anos Deixar ou facilitar, 
frustrar licitação; 
Violação aos princípios 3 até 5 anos 3 anos Art. 11 da lei 
 
6. Aspectos Específicos da Improbidade: 
- A sanção por improbidade independe da efetiva ocorrência do dano, e também da 
aprovação das contas pelo Tribunal de Contas; 
- A posse e o exercício de qualquer agente público depende da apresentação da 
declaração de bens; evolução patrimonial do indivíduo; 
- A prestação de declaração de renda falsa, configura falta grave, levando a demissão “a 
bem do serviço”; é a demissão em que o servidor NUNCA mais pode retornar para os 
quadro da administração;